"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 12 de outubro de 2013

"AO VENCEDOR, AS BATATAS..."

João Santana entra na briga como especialista em dilmês, Ciro Gomes jura que o Pros é a solução para o país e a juíza de Abaetetuba é indicada pelos leitores-eleitores


João-Santana

“O chefe ainda vai virar um craque em dilmês”, sussurrou um dos 98 assessores de confiança de João Santana durante o lançamento da candidatura do marqueteiro de Dilma Rousseff ao título de Homem sem Visão de Outubro. “Ele nunca vai ser um Celso Arnaldo, mas já começou a entender alguma coisa que a presidenta fala”. Na disputa por enxergar a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno a um ano das eleições de 2014, e por ter começado a ver vulcões, raios laser e anões espalhados pelo Brasil, o 40º ministro da presidente foi o primeiro a entrar na briga de foice deste mês.

A inscrição de Ciro Gomes foi oficializada por um dos 782 funcionários comissionados da Secretaria de Saúde do Ceará, que anexou à documentação um vídeo em que o candidato aparece berrando palavras de baixíssimo calão. “O chefe mandou dizer que, além do conjunto da obra, merece o troféu por ver no Pros, depois de ter visto na Arena, no PDS, PSDB, PPS, PSB, a solução para todos os problemas do país”, informou o emissário. Durante a campanha, Ciro promete enxergar na mesma pessoa um aliado ou um inimigo. “Depende do resultado da última pesquisa de intenção de voto, de negociações de ministérios ou de banquetes com caviar e frois gras“, revelou o servidor público.
Indicada pelos leitores-eleitores, a juíza Clarice Maria de Andrade completou a trinca de candidatos que abriu a disputa. Por não ter visto nenhum problema em ser indicada para a Vara de Crimes contra Crianças e Adolescentes de Belém, a doutora que trancafiou uma adolescente de 15 anos numa cela em Abaetetuba (PA) com 20 homens acha que tem cacife para competir com velhos campeões do HSV.
A corrida pelo troféu de outubro começou, leitores-eleitores! As inscrições estão abertas! Outros candidatos ainda vão surgir! Que vença o pior!

12 de outubro de 2013
Augusto Nunes

O ESTATUTO DO CONTRAS

Reynaldo-BH lança o estatuto do CONTRAS

Estatuto do CONTRAS.

Brasileiras, brasileiros, cubanos, venezuelanos e bolivianos, surge enfim uma luz ao fim do túnel. Como o nome indica, vindo em sentido contrário.

O momento histórico que o Brasil vive nos incentivou a oferecer à nação a verdadeira alternativa ideológica. Somos o CONTRAS. Tudo e todos.

Não somos radicais, como pode parecer. Dependendo de negociações podemos ser contra o contra, o que nos fará ser a favor. Somos adeptos do pragmatismo-socialista-capitalista-financeiro- de-centro-esquerda, o que nos dá uma gama de opções revolucionárias-conservadoras sem limites.

Assim, apresentamos nossos pontos básicos (podem ser mudados) que servem de referência à criação deste partido, que nasce com a vocação do poder:

1 – Somos contrários ao enfoque exclusivista em Saúde, Educação, Moradia e Segurança. E somos contra quem se opõe a este enfoque.

2 – Nossa lei maior – somos contra a Constituição – é a Lei do Menor Esforço. É desejo legítimo do povo ganhar sem trabalhar, escrever sem ter que aprender, não ler e poder escrever sobre o que não leu, exercer cargos públicos por indicação. Somos contra a antiquada meritocracia, pois privilegia somente a poucos. Do mesmo modo, somos contra quem é contra a meritocracia. Entendemos que o maior mérito é saber escolher a oportunidade certa. A isto se dá o nome de sustentabilidade. Ou governabilidade.

3 – Não temos líderes. Ou temos. Não importa. Somos um coletivo. Sonhático ou realizático. E somos contra os coletivos com mais aderentes que os indicados por nós mesmos. E somos contra quem sonha. Apoiamos quem realiza: lucros, contratos e vendas. E somos contra quem se vende – por pouco dinheiro.

4 – Somos contra a situação e o poder constituído. Também somos contra a oposição. Somos contra apoiar os governos e, mais ainda, somos contra criticar os governos. Cada situação deverá ser analisada por si, pelo Departamento Financeiro do partido.

5 – O CONTRAS se posiciona firmemente contra o imperialismo das nações desenvolvidas. Exigimos descontos nos parques da Disney e desconto na Calle Ocho, de Miami Downton.

A submissão de brasileiros à inspeção da alfândega do Brasil merece nosso repúdio! Exigimos, assim, o passe livre na volta das viagens.
Somos contra o bolivarianismo em todas as suas correntes, especialmente aquelas que não nos incluam. E somos contra quem critica, injustamente, o bolivarianismo-cubano-boliviano-venezuelano-brasileiro-hermano.

6 – Atendendo aos anseios do POVO, somos contra o Parlamento. Propugnamos a adoção do Parlamento Virtual, onde poderemos, de nossos telefones, registar a presença nas sessões parlamentares, em uma demonstração de pioneirismo mundial.

7 – Somos contra a Educação Superior. A falta de educação também é educaçã0 e deve ser valorizada.

8 – Somos contra as ditaduras. E também somos contra o excesso de democracia.

9 – Somos contra a censura à imprensa. E também somos contra a imprensa. Se não houvesse imprensa não haveria necessidade de censura.

10 – Somos contra qualquer impeditivo às eleições populares. Também somos contra as eleições, caso as mesmas não sejam fiscalizadas pelo Departamento de Acordos de nosso partido.

11 – Somos radicalmente contra a corrupção. E somos ainda mais contra o excesso de punição aos corruptos. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

12 – Somos contra o Poder Judiciário, especialmente quando este, extrapolando suas funções, quer punir pessoas especiais.

13 – Somos contra a proliferação de partidos. Esperamos ser o último a ser legalizado.

14 – Somos contra o financiamento público de campanhas eleitorais. Somos contra o financiamento privado. Somos contra quem é contra a adoção dos dois modelos ao mesmo tempo.

15 – Somos contra o uso do dinheiro público para financiar blogs e colunas na WEB. Somos contra o uso de dinheiro privado, se este for nitidamente de oposição. Somos contra a oposição, contra os blogs, na verdade, somos contra a WEB.

16 – Somos contra a troca de partidos por parlamentares. Somos contra a proibição da troca, somos contra vir um deputado por vez e não – como seria normal – em pacotes.

17 – Somos contra cheques e transferências bancárias. Nosso Departamento Comercial só trabalha com dinheiro vivo.

18 – Somos contra as centrais sindicais. Em nome disto o partido criará o CUCONTRAS (Central Unificada dos Contras). Que será contra patrões, empregados e associados. (detalhes no nosso Departamento de Apoio Sindical). NOTA: o livreto com as explicações tem custo e dependerá de negociações para definição do valor.

19 – Somos contra a direita, a esquerda e o centro. O CONTRAS, como partido moderno, estará sempre DENTRO.

20 – Somos contra o CONTRAS. Assim, nada poderá ser exigido. Somos coerentes. E somos espertos!

JUNTE-SE A NÓS! (ou fique aí reclamando).

12 de outubro de 2013
REYNALDO ROCHA
 

DIÁLOGO SURREAL...

  CELSO ARNALDO INTERNA O EX-NEURÔNIO

Presidenta: o Hospital Universitário, que aqui está o prefeito, o prefeito que acabou de intervir na nossa entrevista, o prefeito Jairo Jorge, aqui, de Canoas.
Jornalista: é mania dele, como eu, de jornalista, presidente…
Presidenta: ele é ex-jornalista.
Jornalista: ele é jornalista.
Presidenta: seu colega.
Jornalista: jornalista nunca é ex, não é? Também tem isso.
Presidenta: não, tem isso. Tem várias coisas que nunca é ex.
Jornalista: eu tinha uma pergunta da economia, mas deixa eu lhe perguntar o seguinte…
Presidenta: ex-mulher…
Jornalista: ex-mulher é para sempre, ex-mulher é para sempre também, é verdade, ex-marido é para sempre.
Presidenta: não tem sabe o quê? Ex-mãe.
Jornalista: ex-avó.
Presidenta: ex-avó não tem.


Dilma Rousseff, num inacreditável diálogo, transcrito pelo Portal do Planalto, durante entrevista nesta sexta-feira a rádios gaúchas, ao demonstrar que seu único neurônio já perdeu o prazo de validade.

12 de outubro de 2013

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

Conversa com Aquino sobre suplentes sem representatividade. Os super-salários no Congresso. A derrama de dinheiro no plesbicito de Jango e na privataria de FHC.



Desculpe, Antonio Santos Aquino, mas o suplente sem voto, sem povo, sem urnas, é inaceitável. Até 1986, existiu uma forma, que poderia ser restabelecida: a sublegenda. O cidadão era candidato a senador ou prefeito, podia registrar um ou dois nomes como sublegendas.
Eram votados, a legenda e sublegendas que somassem mais votos venciam, o mais votado assumia e  o segundo era o substituto eventual. E se o ocupante da sublegenda tivesse mais votos do que o da legenda, ele assumia.
 
FHC EM 1978
Esse é o melhor exemplo, candidato na sublegenda de Franco Montoro, do PMDB. Montoro teve 3 milhões de votos, FHC 300 mil, o primeiro mais votado na sublegenda. Quando Montoro se elegeu governador em 1982, FHC assumiu o mandato por quatro anos. Começou a carreira. Mas teve votos. Como mentia sempre, igual a Dona Dilma, espalhou que “havia sido cassado”. Então, como se candidatou em 1978, antes da anistia?
 
MINHA CANDIDATURA EM 78
Nesse ano o MDB lançou minha candidatura ao Senado. Em 1966 fui cassado por 10 anos, portanto devia acabar em 1976. Em 1978, o partido considerou que eu estava livre. Só que o ministro da Justiça, Armando Falcão, respondeu: “Agora a cassação não é mais por 10 anos e sim para sempre”.
 
MINHA MISSÃO: CONVIDAR ALGUÉM
Sugeri o nome de Evaristo (Evaristinho) de Moraes, nobre figura, grande advogado, que me defendeu dezenas de vezes. Foi aplaudido de pé, fui conversar com ele, o que fazia praticamente todos os dias. (Ele e George Tavares, também notável, trabalhavam juntos).
 
Contei o que acontecera, o MDB estava mobilizado pelo seu nome, seria eleito e um representante digno do povo carioca. Resposta de Evaristinho que lamentei ter que comunicar à direção do MDB: “Helio, obrigado pela sugestão, não posso aceitar. Sou fundamentalmente advogado, não abomino nem desprezo a política representativa. Acontece que, se a capital continuasse aqui, eu poderia ser advogado e senador. Mas tendo que mudar para Brasília, isso seria impossível”.
 Duas frustrações e nenhuma candidatura.
 
EM 1966, ENTREI NA JUSTIÇA CONTRA A DITADURA
Cassado, proibido de escrever ou dirigir jornal, fiquei meses preso. Quando saí, voltei a escrever como fiz a vida inteira, só que com pseudônimo. Escolhi João da Silva, nome de um “pracinha” que morreu na Itália.
 
Ao mesmo tempo, processei o ditador de plantão, Castelo Branco, reivindicando meu direito de trabalhar. Evaristinho e George Tavares argumentaram: “Trabalhar é um direito e uma obrigação”.
 
O processo foi para o juiz Hamilton Leal, presidente da Liga Eleitoral Católica (LEC). Encampou a defesa dos advogados, mandou que eu pudesse escrever com o meu nome. Examinaram a questão, não quiseram enfrentar a Igreja Católica, passei a assinar meu nome.
 
FUI O ÚNICO JORNALISTA CASSADO E PROIBIDO DE ESCREVER
Dois anos depois, já com Costa e Silva, Antonio Callado foi cassado e proibido de escrever. Surpresa total. Callado era notável figura, mas não ativista. O Jornal do Brasil, riquíssimo, já estava providenciado a ida de Callado para Paris, mandaria correspondência, sem assinar.
 
Quatro ou cinco dias depois, Costa e Silva comunicou oficialmente: “Antonio Callado continua cassado, mas não está proibido de escrever”. Ficou por aqui até 1968, quando foi como repórter para o Vietnã. Mandou reportagens excelentes.
 
EXEMPLO DE BLOOMBERG
Foi eleito (e reeleito) prefeito de Nova Iorque, tinha um patrimônio de 13 BILHÕES de dólares. Agora, não quis mais. Deixará a prefeitura com a mesma fortuna, referendada pela Forbes e a Fortune, revistas que avaliam quanto têm os homens públicos.
 
Dono de uma agência de notícias das mais importantes do mundo, não houve conflito de interesse com a prefeitura. Quando decidiu ser prefeito, formou um grupo de especialista, liderado por um grande amigo. Queria saber quanto custaria.
 
Três meses depois: “Sua campanha custará 170 milhões de dólares”. Fez o cheque na hora. No meio, faltaram 40 milhões, outro cheque. Adversários acusaram Bloomberg de corrupção eleitoral.
O tribunal recusou a acusação, explicou: “Como pode ser corrupção se o dinheiro é ele, a origem é garantida pela Receita?”. Registrou a candidatura.
 
OS SUPER-SALÁRIOS NO CONGRESSO
O TCU mandou cortar os salários. Tudo bem, se existe um teto, ele tem que ser cumprido. Mas, em hipótese alguma, os funcionários devem ser responsabilizados.
 
Culpados: o presidente do Senado e o da Câmara, ou as duas Mesas.
Os funcionários já serão atingidos pelos cortes. Alguns recebiam mais de 40 mil ou até 50 mil, voltam para 28 mil.
Mas não são eles que fazem as folhas de pagamento, nem estipulam salários. Agora, ficam no teto. Aí, se receberam mais do que isso, será indevido. Antes, não.
 
PLEBISCITO E PRIVATARIA
O comentarista André Fluminense pergunta sobre a derrama de dinheiro no plebiscito de Jango e na compra da reeleição de FHC. Sem dúvida alguma, André, o plebiscito de 63 foi um festival de dinheiro jamais visto. A comparação não é com a compra da reeleição de FHC e sim com a privataria do governo dele.
 
O segundo maior escândalo financeiro dos últimos 53 anos da República: a compra do plebiscito para a volta ao presidencialismo. Mas a DOAÇÃO de F HC é sem dúvida a maior catástrofe ou massacre do futuro do país. Além de ter entregue as maiores empresas brasileiras, recebeu nas famosas moedas podres. O governo FHC permitiu que pagassem (?) em ações de empresas falidas, papéis que nem mais circulavam.
 
A relação era em média a seguinte. Valor de face: digamos, 5 cruzeiros. Valor de mercado: 10 centavos, porque não podia ser menos. (Só na “maquininha”, o Brasil perdia 50 vezes em cada DOAÇÃO).
 
Ao menos, salvou-se (salvou-se?) a Petrobras, mas FHC implantou os famosos “leilões”. Dona Dilma (como já provei com fatos, dados e nomes), antes de ir para o governo Lula, combatia esses leilões.
 
Já ministra, e usando Nelson Jobim (então no Supremo) como intermediário, manteve esses criminosos “leilões”, que Lula encampou e ela ainda mais. (Vão cometer agora o crime maior, o leilão do campo de Libra.
Não existe ninguém que possa impedir isso? E os crimes da DOAÇÃO de FHC não serão investigados?)
Crime de lesa-pátria não prescreve.
 
O DINHEIRO DO PLEBISCITO
Correu dinheiro vivo para o plebiscito de 6 de janeiro de 1963. os banqueiros e grandes empresários participaram ativamente do patrocínio dessa volta ao presidencialismo. É impossível fazer um cálculo de toda essa fortuna, porque era financiada diretamente, com “dinheiro vivo”.
O Banco Nacional foi um dos maiores cooptadores dessa dinheirama. Ele pertencia a Magalhães Pinto, mas estava inteiramente nas mãos de um sobrinho. Os filhos de Magalhães, muito moços, ainda estavam em Minas Gerais. Só bem mais tarde viriam para o Rio.
 
O SOBRINHO INFLUENTE
Mandava de verdade. Enriqueceu faustosa, mas não perdulariamente, para o resto da vida. E não enriqueceu apenas monetariamente, e sim em matéria de prestigio. Colocou com editor do “Jornal do Brasil” um jornalista de 32 anos.
E um outro, ainda mais moço, que ia para o “Estado de S. Paulo”, foi convencido a dirigir o “Diário Carioca”. E de lá “pular” para o Globo, morreu moço.
 
JANGO PROVOCOU TUDO
Depois do 6 de janeiro de 1963, passou todo poderoso. Pediu duas vezes a intervenção na Guanabara, os líderes do PSD e PTB, majoritários e ligadíssimos a ele, não aceitaram.
João Goulart não parou mais, quer dizer, foi parado em 1º de abril de 1964. Os generais queriam o golpe de qualquer maneira, arranjariam outra desculpa. Mas Jango foi um príncipe na ajuda aos generais, historicamente golpistas, desde a República.
                

CÂMARA VAI CORTAR "SUPERSALÁRIOS" DE SERVIDORES



 
 

E OS PROGRAMAS DOS CANDIDATOS, ONDE ESTÃO?



Primeiro os candidatos, depois os programas, se é que algum vai aparecer de verdade. Até agora, Eduardo Campos fala em fazer mais e  melhor. Marina Silva, em acabar com a bipolaridade no poder.  Aécio Neves por enquanto fica calado e Dilma Rousseff promete continuar governando para os pobres,  inspirada pelo Lula.

O diabo é que ninguém apresentou propostas concretas para o próximo quadriênio. Nenhuma plataforma, como se dizia antigamente.

Dos impostos, por exemplo, ninguém fala em reduzí-los, seja para a classe média, seja para o empresariado. Sobre o caos gerado pelos excessos nas manifestações populares, zero. Como nada para a segurança pública e a revisão do aparato policial. Agilização da Justiça? Nem pensar. 

A reforma politica foi para o espaço,  assim como a limitação do lucro  dos bancos e a abertura do  sistema financeiro. Apoio ao pequeno empresário? Silêncio.  E o funcionalismo público, que cuidados irá merecer?
Da reforma agrária todos fogem, como do reequipamento   das forças armadas.
Cada leitor acrescentará mil cobranças referentes ao seu dia-a-dia,  nessa lista fugaz, mas dos candidatos, apenas chavões.
A gente tem a impressão de que só no dia da posse o vencedor começará a pensar no que fazer.

ABERTURA

Depois de quatro horas de conversa o alto comando do PT  chegou à conclusão, com o apoio do Lula e de Dilma, de que mais quatro anos de poder exigem abertura e  tolerância com o PMDB e aliados. Traduzindo: mais ministérios para o bloco partidário e acordo nas eleições de governador e senador, com  os companheiros apoiando candidatos de outros partidos sempre que se tornar necessário. Nada de exclusividade.
Essa pode ser a primeira lição a tirar, pelo PT, do entendimento entre Marina Silva e Eduardo Campos. Não adianta dizer que a aliança não incomodou.  Até  assustou.

DISPUTA ACIRRADA
Em muitos estados, as eleições do ano que vem para o Senado serão mais disputadas que as eleições de governador. Naqueles em que os governadores vão  disputar  a reeleição, serão difíceis as surpresas. O mesmo não acontece com os senadores candidatos a novo mandato. Estão  pressionados. Basta ver como procuram espaços na TV-Senado, inclusive comparecendo às sessões não deliberativas das sextas-feiras pela manhã.

12 de outubro de 2013
Carlos Chagas

UM POUCO DE CULTURA QUASE INÚTIL: FATOS VERDADEIROS SOBRE OS ANOS 1500 NA INGLATERRA

A maioria das pessoas se casava em junho porque tomava seu banho anual em maio e ainda cheirava bem(?) em junho. No entanto, como esse cheiro bom(?) já estava começando a chegar na data de vencimento, as noivas, por via das dúvidas, carregavam um buquê de flores para ocultar os odores corporais.

Os banhos consistiam em uma grande banheira cheia de água quente. O homem da casa tinha o privilégio da água limpa agradável tomava primeiro, depois iam todos os outros filhos homens, depois as mulheres e, finalmente, o filho caçula. Com isso, a água ficava tão suja que realmente podia se perder uma criança dentro da banheira. Daí a se dizer: “não jogar fora o bebê com a água do banho” (“don’t throw the baby out with the bath water.”).

Casas tinham telhados de colmo - palha espessa - altos e sem madeira por baixo. Era o único lugar para os animais se aquecerem no inverno. Cães, gatos e outros pequenos animais (ratos, insetos) viviam no telhado. Quando chovia, tornava-se escorregadio e, por vezes, os animais escorregavam e caíam do telhado. “Está chovendo gatos e cachorros” (“It’s raining cats and dogs”) dizia-se.

Naqueles tempos, cozinhava-se em uma grande chaleira ficava sempre no fogo. Todos os dias acendia-se o fogo e acrescentava-se coisas dentro. Comia-se principalmente vegetais e pouca carne. O cozido era comido no jantar, as sobras voltavam para a panela para esfriarem durante a noite e começar tudo de novo no dia seguinte. Às vezes o guisado tinha comida que ficava lá por dias, daí a rima, “peas porridge hot, peas porridge cold, peas porridge in the pot nine days old” (“mingau de ervilhas quente, mingau de ervilhas frio, mingau de ervilhas na panela há nove dias”).

Às vezes havia carne de porco, o que fazia os donos das casas sentirem-se muito especiais. Quando vinham visitas, penduravam o bacon para mostrar. Era um sinal de riqueza quando um homem podia trazer o bacon para casa. Cortavam um pouco e partilhavam com os convidados, que se sentavam ao redor da iguaria para “mastigar a gordura” (“chew the fat”).

A maioria das pessoas não tinha pratos de estanho, mas tinha trinchos, um pedaço de madeira com o meio escavado como uma tigela. Muitas vezes os trinchos eram feitos de pães velhos que, de tão duros, podiam ser usados como pratos ​​por algum tempo. Eles nunca eram lavados e, por isso, os vermes e fungos penetravam na madeira e no pão velho.

O pão era dividido de acordo com a situação. Trabalhadores ficavam com o fundo queimado do pão, a família ficava com o miolo e os hóspedes com a parte superior.

Eram usados copos de chumbo ​​para beber cerveja ou uísque. A combinação, às vezes, derrubava os paus-d’água por dois dias, em um estado parecido com a catalepsia. Quem fosse que os encontrasse nesse estado, preparava logo o funeral. Como alguns “ressuscitassem” antes de serem enterrados, virou costume colocá-los sobre a mesa da cozinha por alguns dias com as famílias reunidas em volta a comer e beber enquanto esperavam para ver se acordavam. Era o “wake” (“acordar”). Daí o veio o costume de se velar defuntos.
 
12 de outubro de 2013

DATAFOLHA CONFIRMA: 70% DOS ELEITORES BRASILEIROS SÃO IDIOTAS


Não entendo a razão uma empresa dar resultados numéricos de pesquisas em textos corridos. Em todo caso eu mesmo “enxuguei” os sete cenários simulados pelo Datafolha para as eleições presidenciais de 2014 e a única coisa que eu pude concluir é que 70% dos eleitores brasileiros são idiotas.

Não por acaso, número muito próximo dos 71,5% da população brasileira, exatamente aqueles que NÃO apresentam “habilidades que não impõem restrições para compreender e interpretar textos em situações usuais: lêem textos mais longos, analisando e relacionando suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses; quanto à matemática, resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas de dupla entrada, mapas e gráficos”, os ditos “plenamente alfabetizados”. São 71,5% dos brasileiros que são analfabetos completos e funcionais que escolhem Lulas, Dilmas, Marinas, e por aí afora.

Mas vamos aos cenários caóticos:

Cenário 1:
Dilma 35%
Marina 26%
Aecio 13%
Campos 8%

Cenário 2:
Dilma 33%
Marina 22%
Aecio 12%
Barbosa 11%
Campos 6%

Cenário 3:
Dilma 32%
Marina 21%
Serra 15%
Barbosa 11%
Campos 5%

Cenário 4:
Dilma 32%
Marina 23%
Serra 14%
Aecio 10%
Campos 6%

Cenário 5:
Lula 50%
Marina 17%
Barbosa 10%
Aecio 9%
Campos 3%

Cenário 6:
Lula 51%
Marina 20%
Aecio 11%
Campos 5%

Cenário 7:
Lula 46%
Marina 16%
Barbosa 8%
Aecio 8%
Serra 9%
 
12 de outubro de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
12 de outubro de 2013


O DECÊNIO QUE MUDOU O BRASIL

 
 
12 de outubro de 2013


UM ANO ANTES DAS ELEIÇÕES, DATAFOLHA DE HOJE É PROMISSORA PARA NOVA OPOSIÇÃO


 
Ainda falta um ano para a eleição. Hoje o Datafolha mostra Dilma tem 42% das intenções de voto; Aécio, 21%; Campos, 15%. Votos em branco, nulo ou nenhum somam 16%. Em 2010, quando faltavam 6 meses, o quadro era este, pelo Datafolha:
 
A vantagem de José Serra, candidato do PSDB à presidência, sobre Dilma Rousseff (PT) permanecia estável. A vantagem do tucano sobre a petista, que era de nove pontos percentuais na sondagem de março, era de dez pontos. Enquanto Serra oscilou positivamente dois pontos e chegou a 38% das intenções de voto, Dilma variou um ponto, indo para 28%.
Era o primeiro levantamento do Datafolha depois que o tucano tinha assumido a sua candidatura à presidência, no dia 10 de abril.

Os desempenhos dos outros candidatos ficaram praticamente inalterados. Ciro Gomes (PSB), que tinha 11% no mês passado, caiu para 9%, e foi ultrapassado numericamente por Marina Silva (PV), que subiu de 8% para 10%. Marina havia se tornado mais conhecida dos eleitores brasileiros. Passaram de 52% para 63% os entrevistados que disseram conhecer a ex-ministra do Meio Ambiente. A porcentagem da população que disse conhecer os outros candidatos não variou significativamente.
 
Para o segundo turno, Serra tinha aberto dez pontos de vantagem sobre Dilma. Na pesquisa anterior, essa diferença era de nove pontos. Seis meses antes da eleição, Serra tinha 50% dos votos, dois pontos a mais que fevereiro, e Dilma tinha 40%, contra 39% na pesquisa anterior. Naquela pesquisa, apenas 46% dos entrevistados sabiam apontar algum candidato.
 
O resultado do primeiro turno todos lembramos: Dilma acabou com 46,91%, Serra com 32,61% e Marina com 19,33%. A conclusão é uma só: o quadro está completamente aberto, assim como estava em 2010. Um ano antes, não seis meses. E nem precisava dizer que o candidato tucano é Aécio Neves, se o PSDB quiser concorrer, efetivamente.
 
12 de outubro de 2013
 
 

SÓ MARINA E SERRA LEVARIAM ELEIÇÕES HOJE PARA O SEGUNDO TURNO - DIZ DATAFOLHA

Com Campos e Aécio, Dilma vence eleição no primeiro turno
 
Pesquisa Datafolha realizada nesta sexta (11) mostra que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno se disputasse a eleição contra os dois candidatos mais prováveis do PSDB e do PSB, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos.
 
Nessa simulação, Dilma tem 42% das intenções de voto; Aécio, 21%; Campos,15%. Brancos, nulos ou nenhum somam 16%. Outros 7% não sabem em quem votar.
 
O instituto testou quatro cenários para a eleição presidencial de 2014, alternando os nomes de Campos e Marina Silva, pelo PSB, e os de Aécio e José Serra, pelo PSDB.

Editoria de Arte/Folhapress


Nas outras três combinações, Dilma não teria uma quantidade suficiente de votos para garantir vitória no primeiro turno.
 
No simulação em que a disputa aparece mais apertada, a petista alcança 37% das intenções de voto, Marina marca 28%, Serra alcança 20%.
 
Trata-se, porém, justamente do cenário mais improvável da eleição, já que os principais líderes do PSB e do PSDB trabalham pelas candidaturas de seus presidentes nacionais, Campos e Aécio.
 
Nesta rodada, o Datafolha fez 2.517 entrevistas em 154 municípios, o que resulta numa margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.
 
As simulações do atual levantamento não podem ser diretamente comparadas com as de pesquisas anteriores do instituto porque não há coincidência de cenários.
 
No quadro que era tido como o mais provável da pesquisa anterior, no início de agosto, Dilma tinha 35%; Marina marcava 26%; Aécio alcançava 13%; Campos, 8%.
 
Após o fracasso da criação da Rede dentro do prazo legal para concorrer em 2014, Marina filiou-se ao PSB. Com isso, não há mais como ela e Eduardo Campos disputarem o mesmo cargo.
 
Os números de ontem sugerem que o espólio eleitoral de Marina foi dividido de forma quase idêntica entre Dilma, Aécio e Campos. A petista teria herdado 7 pontos; o tucano, 8; o socialista agora apoiado por Marina, 7.
 
O levantamento de ontem também confirma que Marina seria a adversária mais competitiva da presidente Dilma Rousseff em 2014. Ela atinge 29% em seu melhor cenário, quase o dobro da melhor situação de Campos.
 
Dilma vence em todas as simulações de segundo turno. Contra Marina, ganha por 47% a 41%. Contra Serra, por 51% a 33%. Contra Aécio, 54% a 31%. Contra Campos, 54% a 28%.

 Editoria de Arte/Folhapress 
 Editoria de arte/Folhapress 
Datafolha 12-10-2013
Datafolha 12-10-2013

12 de outubro de 2013
RICARDO MENDONÇA - FOLHA DE SÃO PAULO

"O PARTIDO DO VALE-TUDO"

 
 
A presidente da República dedicou cinco horas de seu expediente de trabalho ontem para discutir com seu tutor como conquistar novo mandato daqui a um ano. O partido do vale-tudo está disposto a qualquer coisa para se manter no poder – seja sufocando adversários, seja manipulando instituições de Estado, seja torrando o que ainda resta de solidez nas finanças públicas. Será dura a vida de quem herdar o país depois da devastação patrocinada pelo PT.*
Deve estar indo tudo muito bem no país para que a presidente da República dedique cinco horas de seu expediente de trabalho para discutir política. Para o partido do vale-tudo, porém, nada é mais natural do que usar todas as armas ao alcance – as lícitas e, sobretudo, as ilícitas – para dizimar críticos e adversários.
Os jornais informam hoje que Dilma Rousseff passou a tarde inteira desta quinta-feira no Palácio da Alvorada discutindo com seu padrinho, o ex-presidente Lula, e uma penca de conselheiros como se reposicionar para conseguir seu segundo mandato nas eleições de daqui a um ano. Do que se soube, pode-se concluir que o PT está disposto a qualquer coisa para não largar o osso.
Uma das orientações advindas de Lula – que continua dando todas as cartas, não apenas no partido dele, quanto no governo dela – é sufocar alianças com partidários da união PSB-Rede, até anteontem tratados com alguma candura pelo petismo. Até aí, jogo jogado, porque é mais que sabido que, para o PT, quem não está com eles, inimigo é e precisa ser aniquilado, nada menos que isso.
O partido do vale-tudo já deixou claro que "fará o diabo” para não perder o poder que conquistou há 11 anos e que pretende conservar a qualquer preço, como disse a própria Dilma alguns meses atrás. Não se deve duvidar das palavras da candidata-presidente, pois os fatos corroboram a disposição para a guerra que subjaz no PT.
Há duas semanas, Lula voltou a ocupar espaços como "candidato dublê”, pronto para se metamorfosear e fazer as vezes da candidata à reeleição pelo país afora. Até QG para tanto ele já tem, com especial atenção à guerrilha suja que o PT trava na internet, como mostrou a Folha de S.Paulo há duas semanas.
Não satisfeito, o tutor da presidente da República também retomou as articulações em torno das candidaturas regionais, esgrimidas na base do "quem conosco não está, está contra nós”. A filosofia é a mesma com a qual o partido governa o Brasil, numa variação da máxima cara aos militares nos anos 70: algo mais ou menos na linha do "ame-nos (ao PT) ou deixe-o (o país e/ou o governo)”.
Vendo-se acuado por uma oposição que cresce e se fortalece, o governo petista também não se constrange de "fidelizar” partidos da base aliada usando a mais abjeta forma de fazer política: o toma-lá-dá-cá. Segundo publica a Folha hoje, a reforma ministerial prevista para dezembro será a arma para amarrar siglas "sob risco de ataque especulativo”, como PP, PR, PSD e PDT.
Mas tem mais. Também se soube recentemente das artimanhas que o partido no poder usa para instrumentalizar programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida – só recebe casa quem tem carteirinha com estrelinha vermelha, como mostrou O Estado de S.Paulo na semana passada –, e de cabos eleitorais "voluntários” pagos com dinheiro de caixa dois. Para o PT, o partido dos mensaleiros, tudo isso deve ser muito natural.
Tudo isso é muito condenável e muito deplorável, mas de todas as medidas deletérias que o PT assaca em seu desesperado tropel para manter-se no poder a pior delas talvez seja a desabalada renegociação das dívidas de estados e municípios que o Ministério da Fazenda anunciou nesta semana. Um dos pilares da estabilidade conquistada nas últimas décadas pode estar simplesmente ruindo.
A mudança de indexadores deverá retroagir à data de assinatura dos contratos, firmados em fins dos anos 90. Resumidamente, a União verá sua dívida aumentar ainda mais, estados e municípios ganharão espaço fiscal para contrair dívidas novas e uma porta para o endividamento dos entes subnacionais será escancarada. Trata-se de mais um golpe na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Neste processo, a principal contemplada será a prefeitura de São Paulo. Por anos, o município tentou rever as bases do contrato de refinanciamento de sua dívida, e por anos fracassou. Agora que a cidade é governada por um petista o pedido foi atendido. Para que não restem dúvidas quanto a quem será o maior beneficiado pela renegociação: a dívida da prefeitura paulistana será reduzida em R$ 24 bilhões e a dos estados em geral, em cerca de R$ 1 bilhão, informa o Valor Econômico.
"Se o passado é uma lição para o futuro, esse é um processo de endividamento que pode recolocar os entes da federação na situação falimentar que estavam nos anos 90, quando a União teve que assumir suas dívidas, renegociá-las por 30 anos e vedar novos empréstimos”, escreve Claudia Safatle.
Como se percebe, o partido do vale-tudo não está para brincadeira. Na sua guerra insana para se manter no poder, está disposto a não deixar pedra sobre pedra – seja sufocando adversários, seja manipulando instituições de Estado, seja torrando o que ainda resta de solidez nas finanças públicas. Será dura a vida de quem herdar o país depois da devastação patrocinada pelo Partido dos Trabalhadores.
 
12 de outubro de 2013
Instituto Teotônio Vilela
 

ELEIÇÃO DE LINDBERGH PARA O GOVERNO DO RIO É PRIORIDADE TOTAL - DIZ RUI FALCÃO

 
Em reunião no Rio, presidente do PT diz que presença de Dilma nos palanques de Pezão e do senador petista terá que ser discutida
 

Lindbergh e Rui Falcão durante reunião do PT no Rio
Foto: Fábio Rossi / O GloboLindbergh e Rui Falcão durante reunião do PT no Rio Fábio Rossi / O Globo
O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta sexta-feira que a eleição do senador Lindbergh Farias para o governo do Rio é prioridade total para o partido. Falcão esteve no Rio, onde se reuniu com membros da Executiva estadual do partido, deputados estaduais e federais, além dos dois secretários petistas que integram o governo de Sérgio Cabral. Segundo petistas, a vinda do presidente da sigla no Rio é a prova de que a candidatura de Lindbergh não será sepultada, mesmo diante das tentativas dos peemedebistas para que isso aconteça.
 
- Poucas vezes, eu vi unidade tão ampla no PT, como nós conseguimos produzir hoje. Primeiro, a reafirmação de prioridade total à eleição do senador Lindbergh como nosso governador aqui. Segundo, a convicção reafirmada aqui de que o palanque do PT, do senador Lindbergh e de nossos aliados é um palanque pela reeleição da presidente Dilma - declarou Falcão.
 
Esta semana, a hipótese de a chapa de Lindbergh dar palanque duplo a Dilma e a Campos causou polêmica no PT do Rio.
 
 
- Não vamos permanecer num governo que depois vamos disputar eleitoralmente com o candidato do governador. Chega um momento que tem que deixar o governo. Queremos fazer isso de forma organizada, pactuada. Não vai haver um rompimento. Nós participamos desse governo durante sete anos. Vamos reivindicar as políticas públicas que fizemos avançar aqui - disse Rui Falcão.
 
O presidente do PT declarou como deverá ser a agenda de candidata da presidente Dilma no próximo ano em estados em que mais de um candidato ao governo pertence à base de apoio a ela. No Rio, por exemplo, estão postas as pré-candidaturas do senador Lindbergh Farias (PT) e do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Segundo Falcão, isso já ocorreu antes e a solução é contemplar todos ou não aparecer no palanque de ninguém.
 
- A presidenta Dilma é do PT, mas é presidenta da República, está cuidando de governar o pais. Não está fazendo campanha. O nosso candidato, aquele em que vamos apostar todas as fichas, é o senador Lindbergh. Os partidos que estarão apoiando a presidente Dilma, e serão muitos, terão também a simpatia dela, o apoio dela. Nós já convivemos com essa situação em outros momentos e isso se materializa da seguinte maneira: onde há dois ou três candidatos, ou ela vai a dois ou três palanques ou não vai em nenhum. Ocorre que quem pode utilizar a imagem da presidenta Dilma, pela legislação eleitoral, é só o candidato do PT - afirmou Rui Falcão, lembrando ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também fará campanha.
 
Ao falar especificamente da situação do Rio, com Pezão e Lindbergh como prováveis candidatos, o presidente do PT declarou que a agenda de Dilma terá que ser discutida:
 
- Isso vai ter que ser discutido com ela porque, como ela está governando o país, ela vai ter uma agenda bastante delimitada, como foi a agenda do presidente Lula (na reeleição). Só pode fazer campanha fora do horário de trabalho, nos fins de semana. São 27 estados e o Distrito Federal, não sei se ela conseguirá ir a todos os lugares e todos os palanques.
 
Além de defender a saída imediata do governo Cabral, Lindbergh, na articulação de sua aliança, adota a tese de que o nome que vá concorrer ao Senado pela chapa seja do PSB. O nome dos sonhos do petista seria Romário, que trabalhará pela candidatura do governador Eduardo Campos à Presidência. Rui Falcão afirmou que pode acontecer de a chapa do PT ser integrada por um candidato ao Senado que faz campanha por um outro candidato a presidente.
 
Especificamente sobre a ideia de Romário compor a chapa, ele disse:
 
- Eu não vou cogitar dessas hipóteses, porque quem vai tratar das alianças é nosso pré-candidato e uma comissão da direção que estará trabalhando e sintonizada junto com ele.

12 de outubro de 2013
Juliana Castro - O Globo

COMO A ALIANÇA ENTRE CAMPOS E MARINA EMBARALHA O JOGO ELEITORAL

Os bastidores da união urdida por Marina Silva – que pode acabar com a polarização entre PT e PSDB

 
 
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Capa - Edição 803 (home) (Foto: ÉPOCA)
>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:

Na tarde do primeiro sábado deste mês, no exato dia em que a Constituição da República completava 25 anos de vida, dois políticos adentraram o auditório do Hotel Nacional, em Brasília, para anunciar a mais espetacular e improvável aliança eleitoral desde a redemocratização do Brasil.
 
Marina Silva, exibindo ao país toda a força política de sua frágil figura num tailleur preto, entrava no auditório com 20 milhões de votos, 500 mil assinaturas para o partido que tentava criar e um carisma ainda impossível de medir em números. Eduardo Campos, vestindo camisa social branca e calça jeans, não entrava apenas com o frescor de sua juventude e a simpatia de seus olhos verdes.
 
Levava também um partido, tempo de TV, dinheiro, marqueteiros, palanques regionais e, sobretudo, uma candidatura presidencial ambiciosa, ainda que neste momento empacada nas pesquisas, construída minuciosamente para derrotar o PT de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff nas eleições que se aproximam. Separados, os dois pareciam não ter chances reais de chegar ao Planalto. Juntos, podiam sonhar.
 
Marina se sentia claramente vítima do partido que a acolhera por quase três décadas. Atribuía ao governo do PT o fato de, dois dias antes, não ter conseguido o registro eleitoral para o partido Rede Sustentabilidade. Isso a obrigava a se filiar a outro partido, caso quisesse disputar as eleições de 2014.
 
“Não estamos pensando o processo político se resumindo a eleições, ainda que elas sejam muito importantes. Estamos iniciando um processo de governabilidade programática, em vez de uma governabilidade pragmática, que privatiza pedaços do Estado para partidos. Estamos iniciando um processo para fazer um realinhamento histórico e sepultar a Velha República!”
 
A claque que lotava o auditório irrompeu em aplausos e assovios. Algo mudara em Marina. Ela falava com a indignação que só a raiva dá. Nas palavras e no semblante, havia uma determinação que não se vira nas eleições de 2010. Campos podia ser o candidato, mas era ela a estrela.
 
UNIÃO Eduardo Campos e Marina Silva em São Paulo na quinta-feira, dia 10. A aliança foi ideia dela (Foto: NaLata)

Em seguida, falou Campos, anunciado como “futuro presidente da República”. “Nossa inquietação com tudo isso que está aí nos moveu. Aqui estamos porque o Brasil espera de nós uma atitude que vá além do olhar eleitoral”, disse ele sobre uma aliança que nasceu, bem, por causa das eleições de 2014. O Brasil assistia ao vivo. O auditório do Hotel Nacional transformara-se no palanque que dava início à imprevisível campanha presidencial de 2014, precipitada pela pragmática união de dois políticos que sonham em derrotar o governo.
 
Se agora era vilipendiado por ambos, num passado não tão distante, ainda nos tempos da Velha República, no dizer de Marina, albergava-lhes confortavelmente. Nascia, portanto, um bicho político inclassificável. Mas que, se vingar, mudará o jogo eleitoral no país, impedindo, pela primeira vez em cinco eleições presidenciais, a disputa bipolar entre PT e PSDB.

 O bicho nasceu inteiramente da cabeça de Marina, ainda sob o calor da derrota da Rede no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na quinta-feira anterior à apoteose política no Hotel Nacional. Era tarde da noite quando ela, acompanhada de aliados, deixou a sede do TSE e se encaminhou para o apartamento de uma amiga, onde cerca de 40 colegas da Rede a esperavam. Alguns choravam. O clima era de desânimo e derrota. Sem o registro da Rede, Marina e seus aliados perdiam a plataforma que haviam construído para a campanha de 2014.
 
O que fazer? Era quase meia-noite quando Marina, já com a ideia de se aliar a Eduardo Campos fervilhando na cabeça, estimulou o início de um debate para decidir o destino dela e da Rede. Restavam menos de 48 horas para o encerramento do prazo de filiações. Qualquer decisão teria de ser tomada rapidamente.
 
>> Continue lendo esta reportagem em ÉPOCA desta semana

12 de outubro de 2013
 LEANDRO LOYOLA E DIEGO ESCOSTEGUY, COM FLÁVIA TAVARES E MARCELO ROCHA - Epoca

SE OS ADVERSÁRIOS FOREM AÉCIO E CAMPOS, DILMA VENCE NO 1o.TURNO

Se os adversários forem Aécio e Campos, Dilma vence no 1º turno. O jogo da sucessão não está jogado. Vejam por quê

Publiquei anteontem aqui uma notinha simples, sem ilação ou sugestão de qualquer natureza, mas bastou para deixar assanhados alguns paranoicos. Esta:
 
SEGUnDOS
 
Como se vê, lembrava o óbvio: na disputa presidencial de 2014, por enquanto, os segundos são considerados os primeiros. E não é a assim? A Folha traz na edição deste sábado uma pesquisa eleitoral realizada nesta sexta, depois do estrepitoso anúncio da aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos. Se a eleição fosse hoje e caso se com firmem os candidatos dados como favoritos em seus respectivos partidos, Dilma vence a eleição no primeiro turno, com 42% dos votos, contra 21% de Aécio e 15% de Eduardo Campos.
 
Nos outros três cenários, ela teria de disputar a segunda etapa. O pior para a presidente é aquele que conjuga José Serra como candidato do PSDB (20%) e Marina Silva como o nome do PSB (28%). Nesse caso, Dilma teria 37%. O melhor cenário para Marina é aquele em que o candidato tucano é Aécio. Ela chega a 29%, quase o dobro do melhor desempenho de Eduardo Campos (15%).
 
Dilma vence todos os seus adversários no segundo turno. O melhor para ela é Campos (54% a 28%). O segundo melhor é Aécio (54% a 31%). Contra Serra, o resultado seria 51% a 33%. A mais competitiva é Marina (47% a 41%).
 
O jogo está apenas começando

A eleição ainda está muito longe. OS números darão início agora a um jogo de xadrez. Vamos ver. Marina tem quase o dobro (29%) das intenções de voto de Eduardo Campos no cenário em que o tucano Aécio Neves é o candidato — o que boa parte dos tucanos considera, hoje, o mais provável. Digamos que essa distância e as proporções se mantenham, de modo que o cenário aponte para uma vitória da petista no primeiro turno. Afirmem os peessebistas o que quiserem, tendo a duvidar que seja Campos o candidato. Nesse caso, parece que o nome de Marina se torna irresistível. Já está mais do que claro que a cabeça da chapa não está definida.
 
Se tudo convergir para Marina, há o risco de Aécio ficar em terceiro lugar e, pela primeira vez desde 1994, o PSDB não ter um nome disputando o segundo turno. Não seria uma boa estreia como candidato à Presidência, especialmente porque não se poderá reclamar que o PSDB tomou uma decisão tardia. A lógica do jogo indica que a (re)entrada de Marina no jogo recoloca no tabuleiro o nome de Serra.
 
É claro que as circunstâncias são bastante especiais. Marina está sendo tratada por boa parte da imprensa como uma espécie de reinvenção da cidadania e da política. Em muitos aspectos, reeditam-se procedimentos antes dispensados apenas a Lula, no tempo em que ele era um líder da oposição, tido como puro e autêntico, ainda não corrompido pelo jogo do poder. Até parecia que ele disputava coisa diferente dos demais — como parece agora, no caso da ex-senadora.
 
Mas que se note: em agosto, quando não estava associada a Campos, Marina já tinha 26% das intenções de voto — ele aparecia com 8% (Dilma tinha 35%, e Aécio ficava com 13%). Fosse a candidata agora, teria 28% (quando Serra é o nome tucano) ou 29%, quando Aécio. Não é um ganho significativo. O governador e o próprio Aécio se beneficiam bastante com a sua saída quando aparecem como os indicados de seus respectivos partidos. O mineiro fica com 21%, e o pernambucano com 15%. Mas Dilma também cresceu: de 35% para 42%. Isso sugere que os votos de Marina, caso ela fique fora do pleito, se distribuem mais ou menos igualmente entre os demais.
 
PT pode comemorar moderadamente

O PT pode comemorar. Mas moderadamente. Pode porque, desde o aluvião de junho, não havia mais cenário em que Dilma vencesse no primeiro turno.
Com a Rede fora da disputa, essa possibilidade existe de novo — hoje. A comemoração há de ser moderada porque, se Marina seguir com o dobro das intenções de voto de Campos, a candidata será ela, não ele. E, nesse caso, não dou como fechado o cenário do PSDB — aliás, nem o próprio Aécio.
 
12 de outubro de 2013
Reinaldo Azevedo - Veja