"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O POVO INDIFERENTE, METADE AINDA NÃO SABE EM QUEM VOTAR


Na sexta-feira, comentei aqui: as pesquisas perderam importância. E o motivo é simples: os partidos estão não apenas divididos e incertos, mas completamente “rachados”. E afirmei, deixando margem para respostas: as pesquisas serão feitas sobre o potencial dos candidatos ou das legendas?
 
Estava mais do que compreensível a análise. O PT ainda não se decidiu entre Dilma e Lula, o PSDB com Aécio e Serra, e o PSB sem estar atrelado a Dona Marina ou Eduardo Campos.
 
Logo no dia seguinte, sábado, apareceu a pesquisa do Datafolha. Como não podia deixar de ser, inócua, insensata, nada conclusiva.
 
SEM NOMES DEFINIDOS COMO FAZER PESQUISAS?
 
Essa pesquisa, e as próximas, qualquer o instituto ou o patrocinador, nenhuma definição. Depois dos três maiores partidos comunicarem, definitivamente, seus candidatos, aí sim, será possível enxergar alguma coisa, apesar do escuro, da névoa e da obscuridade.
 
Dona Marina tem supostos 22 pontos. Como acreditar nos super-avaliados 15 de Campos? Com Aécio, Dona Dilma vence no primeiro turno, com Serra tem que disputar o segundo. Mas o candidato do PSDB não é Aécio?
 
E finalmente, quem se arrisca dentro do PT: o candidato será homem ou mulher? No antigo jogo do “Submarino”, o Datafolha teria perdido o alvo, atirado no fundo do mar.
 
Como não tinha segurança nem dados confiáveis, o Datafolha fez todas as simulações possíveis. Dona Dilma com Marina, com Aécio, Serra, Campos. Só esqueceu ou não achou necessário, Dona Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva.
 
A pesquisa está cheia de imponderáveis. Mas aceitando que as expectativas possam ter credibilidade, não há como negar. O PSB tem um “candidato” entre aspas. E o PSB provavelmente oficializará o terceiro colocado nas eleições verdadeiras.
 
É lógico que Campos e Aécio podem comentar: “Falta muito tempo”.
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PS – Ontem o governador escreveu na Folha. Artigo chatíssimo, sem consistência, coerência, competência. Não há dúvida: foi escrito por ele mesmo.
 
PS2 – Nada confortável a ambição de Campos. Ele pode se voltar contra o governo de Dona Dilma, esquecido que foi aliado dela, até a exigência de Dona Marina: “Só entro no PSB, se você sair do governo”. Saiu.
 
PS3 – Mas não deixou de se supor presidenciável. Pretende se eleger com os votos de Dona Marina? Dona Dilma já fez isso antes, com os votos de Lula. Só que Lula já esgotara os oito anos constitucionais.

14 de outubro de 2013
Helio Fernandes

O VIRA

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Que Roberto Carlos não atine com as implicações todas dessa viagem de tornar absoluto o seu “reinado”  e transformar em pecado mortal levantar seu santo nome em vão, vá lá.
 
Que o próprio Chico Buarque que sempre sorveu sem remorsos os “vinhos tintos de sangue” desde que vazados das veias “certas”, não queira “afastar de nós este cale-se” porque agora ele cala as bocas certas, nenhuma surpresa.
 
Mas para Caetano não ha perdão.
Ele sabe exatamente para onde isso leva.
Não vamos nem falar do Novo Testamento de que lembrou a Piauí, onde há quarto biografias não autorizadas e meia em torno das quais – contra ou a favor dos ensinamentos do biografado – o mundo gira até hoje. Vamos ficar só aqui no chãozinho árido dos nossos podres poderes.
 
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A lei é a lei. Não ha exceções. Proibir biografias não autorizadas é, também, impedir a investigação da vida pregressa de José Sarney e das mutretas de ontem de José Dirceu; é endossar o Horário Eleitoral Gratuito onde só “o biografado” e quem ele pagou para tanto pode falar de si mesmo e faturar em cima da obra caso ela venha a ser comprada pelo público, ficando proibidos os fiscais da foda de impor-lhe o contraditório, expor-lhe as mentiras e confrontá-lo com sua vida pregressa.
Tá barra, cara! Aqui tudo vira, de repente, pelo avesso!
 
Os revolucionários viram adesistas; o Celso de Mello vira o Celso de Merdda; o “é proibido proibir” vira “é proibido proibir de proibir”…
Melhor emigrar?

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14 de outubro de 2013
 vespeiro

SEM QUERER, BLACK BLOC AJUDA DIREITA ANTIDEMOCRÁTICA

Existe algo que foge ao nosso controle. A ciência política chama de consequências não-intencionais de uma ação racional. Em outras palavras, a ação é racionalmente correta, lógica, tem um sentido A, mas sem desejar, acaba alcançando um objetivo não desejado que é Y.

Com isso, quero falar dos Black Bloc e sua atuação no interior dos movimentos sociais e grevistas. Eu não tenho dúvidas que a intenção dos jovens militantes dos Black Bloc é positiva, do ponto de vista da esquerda socialista.

Afinal, eles se inspiram em fontes anarquistas, são contra a opressão estatal e seu braço repressivo, procuram “abrir caminhos” quando os aparelhos repressivos impedem a passagem dos protestos e passeatas, além disso, tem uma ação “protetora” diante doa ativistas, especialmente aqueles e aquelas que são atingidos pela repressão policial. Tudo isso é belo.

Os Black Bloc realizam uma catarse coletiva ao destruir agências bancárias (símbolos da ganância do capital financeiro) e prédios públicos do poder (afinal, os “políticos” são mal vistos mesmo).
Com tudo isso, há um clima simpático a essa jovem organização dentro dos movimentos sociais.

“VINGANÇA SOCIAL”

Não foram poucos os professores que aplaudiram a ação dos Black Bloc. Eles realizavam uma “vingança social” diante da derrota dos profissionais da educação na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, hegemonizada pela base governista do prefeito Eduardo Paes que aprovou uma reforma educacional privatista que fere a autonomia pedagógica dos trabalhadores da área.

O prédio da Câmara se tornou símbolo da antipatia popular, pois antes já havia abortado uma CPI dos Ônibus (agora sob hegemonia governista e paralisada pela Justiça) e jamais deu as assinaturas necessárias para a CPI do Fundeb (que apuraria desvio de recursos para outras áreas que não a educação municipal).

Agora, prepara-se para analisar o projeto de 30 horas semanais para os assistentes sociais. É possível que novas derrotas para as classes trabalhadoras ainda sejam aprovadas pela base aliada do prefeito Paes, liderada pelo vereador Guaraná (PMDB) e tendo como chefe o presidente Jorge Felippe (PMDB).

“QUEBRAR TUDO”

Diante desse quadro, é compreensível que a violência dos Black Bloc gozem de relativa simpatia entre os movimentos sociais, até mesmo em alguns setores da população. Ouço vozes nas ruas que clamam:
“Tem mais é que quebrar tudo mesmo, políticos e banqueiros são todos safados e ladrões”.
Compreender não significa apoiar. Quando analisamos mais detidamente o fenômeno Black Bloc, na versão tupiniquim, percebemos algumas características preocupantes:

1. Até agora não apresentaram nenhum projeto de poder popular.

2. As imagens de destruição, lixos queimados e rostos escondidos que os Black Bloc apresentam mais assustam a população em geral do que ganham a adesão das massas.

3. Os Black Bloc não somente atuam na defesa dos movimentos sociais – o que é positivo – mas acabam provocando os policiais, criando o clima propício para a ação repressiva.

4. A visão antipolítica dos Black Bloc pode favorecer um clima fascista que generaliza todos os políticos eleitos e todos os partidos políticos como “instrumentos do capital”. .

5. Incentivar ações contra a polícia e focar nisso é não perceber que os aparatos repressivos são do Estado.

6. Sem um projeto ético-político objetivo que dê um sentido mais amplo para suas ações, os Black Bloc acabam se resumindo em movimento jovem de indignação, revolta e ódio, sem nenhum processamento político possível.]

Com essa generalização simplista, cria-se um clima favorável para ideias do tipo “fim do Congresso Nacional” e regimes de força, bem ao contrário do anarquismo clássico que prega uma ideologia de fim do Estado e autogoverno popular

‘VANDALISMO”

É nesse ponto que as ações violentas dos Black Bloc, mesmo sem o desejarem, acabam ajudando o governo Cabral e Eduardo Paes a se colocarem como os “arautos da ordem” e defensores do povo contra o “vandalismo dos mascarados”.

Não somente isso. A tática – sem estratégia – dos Black Bloc fornecem as imagens e os argumentos que as forças mais reacionárias da direita precisam para legitimar a repressão estúpida e brutal contra os movimentos de greve e protestos dos estudantes e das classes trabalhadoras.

A grande mídia burguesa valoriza as imagens de quebra-quebra, espalha o medo entre os cariocas e apelam, como na época da ditadura militar (1964-1985), para a “necessária ação contra o vandalismo” e o “terrorismo”.

A mídia não discute os erros do prefeito Eduardo Paes, mas jogam luzes no “vandalismo”, escondendo da população as reais matrizes da atual crise.

Por isso mesmo, a despeito das boas intenções dos jovens militantes do Black Bloc, eles ajudam a mídia burguesa e os aparatos repressivos a se legitimarem na opinião pública, dão fôlego para Cabral e Eduardo Paes, alimentam o medo no senso comum e desmobilizam diversos profissionais da educação que temem participar das próximas passeatas.

São essas as consequências não-intencionais da ação racional que a Ciência Política nos esclarece tão bem e que os Black Bloc precisam aprender, se é que desejam se tornar uma braço político eficaz do anarquismo e contribuir para o avanço das lutas populares e sindicais.

(Artigo enviado por Sergio Caldieri)

14 de outubro de 2013
Marcio Saraiva

HISTÓRIAS DO JORNALISTA SEBASTIÃO NERY

Marco Maciel, Guilherme Palmeira e Jorge Bornhausen, senadores do PDS, começaram a reunir-se, em 1984, para organizar a Frente Liberal, uma dissidência do PDS destinada a apoiar a candidatura de Tancredo Neves a presidente da República, contra Paulo Maluf.

Aureliano Chaves, vice-presidente de Figueiredo, logo assumiu a liderança do grupo. Um dia, marcaram uma reunião com Ulisses Guimarães para discutirem a formação da Ação Democrática., a aliança do PMDB com a Frente Liberal. Quando Ulisses chegou, viu que Aureliano tinha levado um gravador e posto sobre a mesa, ligado. O Juruna mineiro.

Mais no fim do ano, antes de o Colégio Eleitoral reunir-se em janeiro, a Frente Liberal, já formada, fez uma reunião para acertar quem iriam propor a Tancredo para vice e quais ministérios iriam reivindicar.

SARNEY
 
Marco Maciel, o primeiro sugerido, dizia que não queria ser vice. Não convencia muito. Sarney, o segundo, também dizia,mas não convencia nada. Resolveram tratar antes dos ministérios. Marco Maciel propôs pedirem primeiro o da Educação. Sarney foi contra. Era “um abacaxi, cheio de armadilhas, professores reivindicando e estudantes fazendo greves”. Preferia o da Previdência, que “tinha recursos e bandeiras sociais”.

Marco não concordava De repente, Sarney saiu para o banheiro. Palmeira foi atrás. Sarney fazia xixi, Palmeira, na porta, catequizava:

- Sarney, o Marco quer a Educação. É a maneira de você ser o vice.
Sarney voltou rápido e defendeu o ministério da Educação. Para Marco Maciel. E a vice caiu sobre a cabeça de Sarney como uma tonsura. Sarney saiu para vice, Marco Maciel para a Educação e Aureliano para Minas e Energia. Sarney foi feito vice-presidente em um xixi do PFL.

TANCREDO

O primeiro  compromisso de Tancredo era convocar a Constituinte. Tancredo morreu,  Sarney tentou a todo custo impedir. Os caminhos da História são abertos pelas lutas políticas. Mas eles precisam ser construídos pela verdade. A mentira é um engenheiro infame. Os 25 anos da Constituição de 1988 continuam sendo comemorados e o pais assiste a uma plataforma de mentiras. Até a “Globo”, no começo contra, virou dona.

No Congresso, uma sessão solene foi comandada por Sarney, Lula e Nelson Jobim.Três aberrantes fraudes.Sarney só não impediu a Constituinte porque não conseguiu.  Dizia que ela “tornaria  o pais ingovernável”. Lula nem assinou a nova Constituição (mais tarde é que o PT assinou). E Jobim confessou que, na comissão de redação, fraudou o texto final, enxertando  item não aprovado no Plenário (para favorecer os juros dos banqueiros).

Três mosqueteiros comandando as celebrações. E os que realmente a construíram quase esquecidos : o presidente Ulysses, o relator Bernardo Cabral, o líder  Mario Covas, o secretário-geral Marcelo Cordeiro, tantos.

ULYSSES

O economista Helio Duque, ex-deputado e dos mais atuantes vice-líderes da Constituinte (viu aprovadas numerosas emendas suas), protesta:

1 -“Agora, ao completar 25 anos, a Constituição elaborada pela Assembleia Nacional Constituinte é festejada em clima de quase unanimidade. Quando da sua promulgação, em 5 de outubro de 1988, o clima era outro. Os constituintes eram acusados de terem elaborado um texto constitucional que faria do Brasil um pais ingovernável. A campanha de setores organizados e de amplas áreas da imprensa, contra Ulysses e os parlamentares mais ativos na defesa dos direitos fundamentais da cidadania, tinha no Palácio do Planalto a sua base de irradiação”.

2. – “Em 1989, candidato à presidência, Ulysses Guimarães obteve 4% da votação nacional. E em 1990, candidato à reeleição de deputado federal, teve pouco mais de 38 mil votos, sendo o último eleito por São Paulo, na legenda do PMDB. Na eleição de 1986, o deputado Ulysses Guimarães obtivera 531 mil votos e na seguinte quase não foi eleito”.

3. – “Era o reflexo da sórdida campanha contra os  constituintes mais atuantes, que inundou todos os quadrantes do território nacional. Mais de uma centena de homens públicos, com vocação de servir à sociedade, desistiram de continuar na atividade política, diante do rolo compressor da infâmia desmoralizante que ganhou dinamismo ensurdecedor e se estende aos dias de hoje, quando, a cada eleição, é reduzida a participação de vocações públicas comprometidas em servir e não servir-se do poder”.

14 de outubro de 2013
Sebastião Nery

NOTAS HISTÓRICAS DO JORNALISTA HÉLIO FERNANDES

36 anos do golpe (dentro do golpe) em 1977

Foi no dia 12 de outubro desse ano. O ministro do Exército, Silvio Frota, quatro estrelas, queria ser o sucessor de Geisel. Mas sabia que não seria indicado de jeito algum. Foi ministro por acaso. Morreu o titular, ele era o chefe do Estado Maior, ficou como interino.

Depois, teve que ser confirmado, como o “presidente” ia desconfiar de um general que assumira por ter o segundo cargo do Exército? Mas o relacionamento dos dois era péssimo, ou melhor, inexistente.

AS PROMOÇÕES DECIDIRIAM

Existia uma vaga de general de quatro estrelas. O número 1 para a promoção era Hugo Abreu, chefe da Casa Militar do próprio Geisel.
O segundo, João Figueiredo, chefe do SNI. Pela tradição do Exército, o oficial que levasse “carona” (ser preterido na promoção) tinha que passar para a reserva.
Geisel, pragmático, sem fé, convicção ou esperança, promoveu Figueiredo, “caroneou” seu próprio chefe da Casa Militar. Condenou-o à reserva, mocíssimo.
Como complemento, Geisel escolheu Figueiredo como seu sucessor.
O ministro do Exército se desesperou, tentou a rebelião, foi demitido, amordaçado, aniquilado.

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PS – Mais tarde escreveu um excelente livro, contando coisas notáveis sobre o golpe de 64. Não conseguiu fugir do ridículo por vingança.

PS2 – Afirmou, textual: “Eu sempre soube que o general Geisel era comunista”.

A HISTÓRIA COMO ELA É

O bom de conversar com o comentarista Antonio Santos Aquino é que os fatos sempre “batem”, se confirmam, mesmo quando surgem como versões. Por isso, os militares que transitam pelo Serviço de Inteligência, estabelecem a diferença entre INFORME e INFORMAÇÃO.

O que você escreveu na sexta-feira, perfeito, até mesmo no que se passava longe da redação ou do palácio. Houve realmente o que você chamou de “estremecimento”. E o personagem citado está corretíssimo. Brizola não cedeu ao que ele queria, passou a escrever contra.

Como jamais censurei alguém, saía. Quando Collor foi candidato, o jornal não tomou posição, apesar de todos terem ido visitar a redação. Mas o personagem apoiou freneticamente Collor, ganhou dois cargos importantíssimos, primeiro em Roma, depois em Paris.

AS CONVERSAS COM BRIZOLA

Fiquei muito tempo sem falar com Brizola, quase seu governo inteiro. Quando Dona Neuza morreu, considerei que não podia deixar de ir ao velório, no Guanabara, quase na rua.

Quando Brizola me viu, seu olhar era de grandeza e de retribuição. O que senti: ele não esperava, mas estava tão grato, que ficou muito tempo perto de mim.

Quando fui me despedir dele, me abraçou efusivamente, o que não era habitual nele, você o definiu muito bem, ao dizer: “Brizola era difícil”.

Perguntou, como quem esperava resposta afirmativa: “Vamos conversar”. Respondi que sim. Aí entra o homem bem informado que você é: ia ser em Itaipava, muito longe, foi aqui mesmo. Horas e horas, sem reivindicações, sem restrições.

Daí em diante passou a me chamar para tomar “café gaúcho”, eu não sabia o que era, gostei. Geralmente bem tarde da noite, já não era mais governador. Quando começou a campanha presidencial, as conversas se intensificaram. Brizola não ouvia praticamente ninguém; Nem a mim, embora agradecesse, mas fazia o contrário.

O SILÊNCIO RESPEITOSO

Já contei uma vez, rigorosamente verdadeiro: insisti com Brizola sobre a importância de São Paulo para a vitória. Cheguei a sugerir: “Vá uma vez por semana a São Paulo, alugue uma casa, monte um escritório, deixe todos saberem que você se preocupa com São Paulo”.
Não ligou, não foi para o segundo turno (meio ponto atrás de Lula), por causa de São Paulo. Teria sido presidente.

O CLIMA QUE SE PERDEU

Nossas relações pessoais não se aprofundaram, mas também nunca de harmonizaram. Passamos a ser duas pessoas que se respeitava, tinham muito a dizer ou a ouvir, mas não disseram nem ouviram.
Em 1979, vindo do exterior e indo sozinho me visitar na Tribuna, até a campanha de 1989, 10 anos perdidos. Nunca havíamos nos falado, a impressão final é que continuávamos da mesma forma.

LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR

   

ESPALHE NA INTERNET OS VÍDEOS CONTRA O LEILÃO DO CAMPO DE LIBRA

 
Precisamos espalhar na internet esses dois vídeos sobre o leilão de Libra, campo de petróleo que vale 1 trilhão e 500 bilhões de dólares, que a ANP do governo Dilma Roussef pretende leiloar no próximo dia 21/10 para fazer caixa.
As pessoas precisam tomar conhecimento das informações contidas nos vídeos, que a mídia comercial – que conhecemos tão bem – sonega.

Se você mora em Brasília, também não deixe de ir ao debate que acontece nesta terça (15/10), a partir das 9 horas da manhã, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados. Estarão lá falando sobre o leilão de Libra e a necessidade do Brasil ter uma política de petróleo que atenda aos interesses nacionais, especialistas do setor e personalidades.

Entre elas o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira; o ex-diretor da Petrobras e professor da USP, Ildo Sauer; o engenheiro e consultor legislativo Paulo César Ribeiro, um dos responsáveis pela recente lei que destina 75% dos royalties para a educação; o professor de criptografia da UnB Pedro Antônio Dourado de Rezende; o ex-presidente do BNDES Carlos Lessa; e o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabriell – entre outros palestrantes. Um ato público contra o leilão de Libra será realizado, logo após o debate.

Informe-se, veja os vídeos e compartilhe na internet. Não podemos nos deixar manipular – sabemos que a informação é um dos direitos consignados na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
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Vídeo 01 (21 minutos)

Com Fernando Siqueira (AEPET), Maria Augusta Tibiriçá, Carlos Lessa (ex-presidente do BNDEs), Ildo Sauer (ex-diretor da Petrobras), Emanuel Cancela (Sindpetro-RJ), Aloísio Mercadante (Ministro), Paulo Betti (ator), Roberto Requião (Senador) e outros.
Entenda por que o pré-sal é importante. Compartilhe

http://youtu.be/Nm_uUQMzKCY

Vídeo 02 (12 minutos)
Com João Antônio de Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP)
Entenda porque é um crime contra o Brasil leiloar  Libra. Compartilhe
http://www.youtube.com/watch?v=L6oYLCsE-ZM

14 de outubro de 2013
Osvaldo Maneschy

FACA AMOLADA

Desdobramento do caso Gaievski, o pedófilo da Casa Civil, pode antecipar demissão de Gleisi

O nome da petista Gleisi Hoffmann, que caiu em desgraça no Palácio do Planalto, foi inserido na primeira leva da reforma ministerial a ser deflagrada pela presidente Dilma Rousseff no começo do próximo ano, mas a degola da ainda chefe da Casa Civil pode ocorrer muito antes do esperado.

Com o surgimento de novas evidências que comprometeriam a senadora paranaense, as ameaças do “companheiro” Eduardo Gaievski, preso em Curitiba, de revelar o que sabe sobre o PT, e os efeitos colaterais dos escândalos do delinquente sexual na Casa Civil levaram a presidente a antecipar a demissão de Gleisi para o início de dezembro, mas sua ejeção do cargo pode acontecer já no próximo mês.
Preocupada com os baixos índices de aprovação, Dilma não quer ser surpreendida por novos escândalos, os quais já começam a rondar a sede do governo, em Brasília.

Oficialmente, a demissão de Gleisi, cinco meses antes do fim do prazo legal de desincompatibilização, ocorrerá para que a petista tenha mais tempo para preparar sua campanha rumo ao Palácio Iguaçu e para que possa defender os interesses do governo federal no Senado.

Apesar desse enredo rocambolesco que será usado como desculpa, a verdade que existe por trás da decisão de antecipar a demissão de Gleisi é bem diferente. Dilma está enfurecida com as repercussões do caso Gaievski, que não sai da mídia, e com as seguidas demonstrações de incompetência daquela que deveria ser sua mais importante colaboradora.
O desejo de Dilma disposição era de demitir Gleisi imediatamente, mas foi convencida por assessores e pela cúpula petista que com a medida a senadora sairia “queimada” do governo, podendo o PT ficar sm candidato no Paraná para enfrentar o governador Beto Richa (PSDB).

Na prática, Dilma quer se livrar logo de uma auxiliar inepta, que só contribuiu para emperrar os programas de concessões de portos, rodovias e ferrovias , criou conflitos inúteis com os índios e deixou até as Apaes em pé de guerra com o governo. O caso Gaievski (braço direito de Gleisi na Casa Civil, acusado de 40 crimes sexuais, 26 estupros de menores, 17 deles de vulneráveis, menores de 14 anos) é apenas o mais explosivo exemplo da incompetência da ministra para escolher seus assessores (tem pelo menos quatro que ocupam cargos chave na Casa Civil, enrolados em escândalos diversos).

Dilma Rousseff já teria escolhido o substituto de Gleisi Hoffmann. Trata-se de Carlos Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência, que recentemente ganhou espaço no noticiário político nacional quando descobriu-se ser ele o piloto da moto que teria levado a presidente na garupa em um passeio noturno por Brasília.

14 de outubro de 2013
ucho.info

REIS DO RINGUE

Maranhão: apoio de Dilma e Lula ao comunista Flávio Dino deve reforçar o jogo pesado nos bastidores

A decisão da presidente Dilma Rousseff e do seu antecessor, o lobista Luiz Inácio da Silva, de abandonar o clã de José Sarney nas eleições de 2014 para garantir apoio a Flávio Dino, ex-deputado federal e candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, deve ter consequências imprevisíveis.
 
É fato que jamais deve-se desprezar a força da máquina do governo em uma eleição, mas Dino, que na última eleição por pouco não derrota Roseana Sarney, também pode capitalizar a parte negativa do governo petista.
 
Dilma é um fracasso à frente do governo federal e sua equipe econômica tem colecionado um fiasco atrás do outro. Fora isso, se o governo petista fosse eficiente como anuncia a propaganda oficial, o Maranhão já teria deixado para trás a condição de mais pobre estado brasileiro. Não custa lembrar que o governo de Dilma Rousseff flana a bordo do slogan “País rico é país sem pobreza”.
 
A estratégia petista de apoiar Flávio Dino, atual presidente da Embratur, e abandonar o grupo político liderado por José Sarney tem a intenção terceira de impedir uma aliança local entre o PSB e o PCdoB, o que abriria palanque no estado para a candidatura Eduardo Campos – Marina Silva, não necessariamente nessa ordem.

O efeito colateral maior dessa decisão pode surgir de maneira camuflada no Congresso Nacional, onde o senador José Sarney consegue interferir em decisões de interesse do Palácio do Planalto.
Isso porque o golpe petista é duro e rasteiro. Se decidir concorrer ao Senado Federal, como previsto, Roseana terá de renunciar ao cargo e entregar o governo maranhense ao vice, o petista Washington Luiz Oliveira.
 
Dilma Rousseff precisará aprovar no parlamento matérias de seu interesse, que servirão como base para sua campanha. Mas a queda de braço deve se acirrar, porque o candidato da “famiglia” Sarney, o atual secretário Luís Fernando Silva (Infraestrutura), não decola nas pesquisas e poderá contar com a máquina estadual em sua plenitude na corrida rumo ao Palácio dos Leões.
 
Tirante o candidato do clã, problemas também sobram na seara de Roseana, que corre o risco de enfrentar problemas em sua campanha ao Senado em função da péssima administração.
Fosse pouco, matérias sobre o caos em que se transformou o Maranhão já circulam com a chancela do governo petista de Dilma.
Em suma, será briga de tubarões da política, em oceano turvo que mesclará José Sarney e Lula.

14 de outubro de 2013
ucho.info

FMI E BANCO MUNDIAL ALERTARAM OS EMERGENTES E TORCEM PARA OS EUA EVITAREM FALÊNCIA

 

Sinal de alerta – Para os quase 11 mil participantes do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, que terminou no final de semana em Washington, a crise de endividamento do euro se tornou, de repente, um tema secundário.

Ministros, banqueiros e jornalistas tiveram olhos somente para a utópica disputa entre democratas e republicanos nos Estados Unidos, uma queda de braços eminentemente política que pode provocar consequências devastadoras na economia global

Até agora, o presidente Barack Obama e os políticos republicanos não foram capazes de chegar a um consenso sobre o orçamento do país e a elevação do teto de dívida pública, mostrando que o impasse desafia o relógio e coloca nuvens carregadas no horizonte planetário.

Caminho complexo

O planeta continua apostando em uma situação que tornou-se comum nos últimos anos: a de que os políticos norte-americanos deixarão para o último minuto do segundo tempo da prorrogação o desfecho sobre a economia dos EUA, evitando assim a inadimplência, conhecida no mercado financeiro como “default”. O prazo final para evitar a falência da maior economia global é a próxima quinta-feira, 17 de outubro.

Na opinião de muitos participantes do encontro em Washington, apenas a elevação do teto da dívida pública será insuficiente no longo prazo.
Mesmo assim, qualquer solução que contemple um prazo médio será muito melhor do que a proposta apresentada pelos republicanos na última semana, de elevar o teto da dívida ianque por 45 dias.
Essa queda de braços tem, de um lado, o presidente Barack Obama e, de outro, os integrantes do chamado “Tea Party”, banda ultrarradical do Partido Republicano.
Carta na manga

Como noticiou o ucho.info em matéria anterior, o presidente Barack Obama pode chamar para si a
 

Emergentes de olhos abertos

A recuperação da economia dos EUA registrada nos últimos meses trouxe um pouco de alívio à economia global, principalmente nos chamados países emergentes. Contudo, apesar do anúncio feito no começo deste ano de que poderia abandonar política monetária mais frouxa, o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, deve rever sua decisão diante do cenário atual. Isso porque o Estado, que é responsável por 20% do PIB norte-americano, pode se ausentar do mercado na condição de consumidor, o que comprometeria a recuperação da economia do país no médio prazo.

Mesmo assim, em algum momento deverá ocorrer uma mudança na política monetária do país, mas os países emergentes devem estar preparados para essa situação. A eventual transição com vista a uma normalização da política monetária deve ser “cuidadosamente sintonizada e coordenada, bem como claramente comunicada”, afirmou a declaração final do Comitê Financeiro do FMI, divulgada no último sábado (12).

O motivo é que os países emergentes deverão vivenciar uma maciça perda de capital no caso de um aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. Por esse motivo, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, alertou os Bancos Centrais de todo o planeta para que trabalhem conjuntamente para minimizar os efeitos colaterais de uma quase inevitável enxurrada de dinheiro no mercado internacional.

14 de outubro de 2013
ucho.info

"O QUE CONTA É O CARÁTER..."

“Duvidem muito, com força, de quem diz que este STF é um dos melhores que já tivemos” 

“Há uns dez anos entrevistei o jurista João Uchôa Cavalcanti Netto, ex-juiz falecido no ano passado, para colher material para um roteiro de longa-metragem que escrevi com Péricles Barros.
Foram mais de duas horas de uma boa conversa, onde ele enfatizou várias vezes que um juiz não existe para fazer justiça, pois a justiça é um conceito complicadíssimo, e que ele está ali apenas para garantir que as leis sejam aplicadas.
 
Lá pelas tantas perguntamos o que se passa pela cabeça de um juiz quando ele tem que decidir sobre assuntos que a lei não alcança, não define a contento, que demanda uma interpretação, e a decisão do caso está, literalmente, em suas mãos.
O que mais conta nessa hora? Sabedoria? Experiência? Lucidez? Nunca me esquecerei da resposta:
‘Podem dizer o que for, meu filho, mas o que conta é o caráter’.
 
E foi o que faltou ontem. Ninguém está dizendo aqui que a decisão de Celso de Mello foi ilegal, foi criminosa, nada disso. Tecnicamente ela é correta. Advogadozinhos alvoroçados estão gritando o tempo todo “é legal, é legal, é legal” como se a legalidade fosse garantia de moralidade.
Não é, nunca foi, e ninguém me ganha no grito. O que eles não comentam é que a decisão contrária também seria legal, tão respeitável e respaldada quanto. Celso de Mello procurou não se indispor com o poder de plantão e decidiu pelo o que era mais cômodo para ele. Só isso.
 
Ainda durante a conversa com Uchôa, falamos de alguns casos de decisões estapafúrdias da nossa justiça e lembramos do absurdo que foi a absolvição de Fernando Collor, metido até o nariz em um escândalo de corrupção passiva no caso PC Farias, e que foi inocentado pelo nosso Supremo.
 
Hoje fiquei sabendo, nunca havia atentado: sabe quem já estava lá para inocentar o ex-presidente alagoano? Adivinhem? O próprio Celso de Mello.
O que vimos ontem foi apenas um belo exercício de História do Brasil. E duvidem, duvidem muito, com força, de quem diz que este STF é um dos melhores que já tivemos.
Nós nunca estivemos tão mal.”

Daniel Filho, logo após o desgraçado voto de Celso de Mello.
 
14 de outubro de 2013

"GARANTISMO" NOS EUA É CADEIA PARA OS CORRUPTOS!


Primeiro, vamos ver o que é “garantismo”, que eu pensei tratar-se de um neologismo criado em função do mensalão.
 
Garantismo é uma teoria jusfilosófica, cunhada por Luigi Ferrajoli no final do Século XX, mas com raízes no Iluminismo do Século XVIII, que pode ser entendido de três formas distintas, mas correlacionadas: como um modelo normativo de Direito, como uma teoria crítica do Direito, e como uma filosofia política.
 
No primeiro sentido, é um sistema de vínculos impostos ao poder estatal em garantia dos direitos dos cidadãos, sendo possível falar-se em níveis de efetividade do garantismo normatizado na Constituição de um determinado Estado nas práticas judiciárias desse Estado. Na segunda forma, é uma teoria jurídica da validade e da efetividade do Direito, fundando-se na diferença entre normatividade e realidade, isto é, entre Direito válido (dever ser do Direito) e Direito efetivo (ser do Direito), ambos vigentes. Neste segundo significado, permite a identificação das antinomias do Direito, visando a sua crítica. Por último, garantismo é uma filosofia política que impõe o dever de justificação ético-política (dita, também, externa) ao Estado e ao Direito, não bastando a justificação jurídica (também chamada de interna). Neste último sentido, pressupõe a distinção entre Direito e moral, entre validade e justiça, tão cara ao positivismo, e a prevalência desta última, a justificação externa.
 
No Brasil, existe uma ênfase muito grande na aplicação penal e processual penal da teoria, agindo de modo reducionista para a consolidação da teoria nos outros ramos do Direito.
 
Vocês entenderam? Nem eu. Ô explicaçãozinha sem vergonha!
 
Agora, o fato descrito pelo jornalista Carlos Brickmann:
A história é a de sempre: um político importante transferiu dinheiro público para seu patrimônio particular e montou um eficiente sistema de Caixa Dois para campanhas eleitorais. Um parceiro importante de seu esquema de corrupção era um empreiteiro amigo, que não só executava obras de porte (pagando as respectivas comissões, é claro) como era figura obrigatória em consórcios liderados por empresas concorrentes. Sem se associar a ele, conforme informaram vários empreiteiros, não havia jeito de ganhar bons contratos (e cabia ao amigo do político, sempre, a administração das comissões embutidas no custo das obras).
 
O referido político teve, durante seu mandato, despesas pessoais de quase um milhão de dólares acima dos salários que recebeu. Seus defensores alegaram na Justiça que o dinheiro tinha sido doado por simpatizantes, mas não conseguiram convencer o tribunal. Em menos de quatro anos após o final de seu mandato, o político foi indiciado, processado e condenado a 28 anos de prisão, em última instância. “Esta pena demonstra que a corrupção não será tolerada”, disse a juíza Nancy Edmunds, que o condenou por formação de quadrilha, fraude, chantagem, caixa dois e evasão fiscal. A juíza tem nome estrangeiro, porque o caso, evidentemente, não ocorreu no Brasil (aqui as coisas jamais andariam tão depressa).
 
O político em questão é Kwame Kilpatrick, que foi prefeito de Detroit, nos EUA, de 2002 a 2008. O empreiteiro que dividia os lucros com ele chama-se Bob Ferguson. Kilpatrick já está cumprindo a pena a que foi condenado,veja só.
 
14 de outubro de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
14 de outubro de 2013


LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO

Uma nação exótica
Há coisas no Brasil da Silva que, pela des/propositada repetição ficam banais e se incorporam à pele do brasileiro como se fossem muito naturais.

O processo das campanhas eleitorais - sejam lá do nível que forem: municipais, estaduais, majoritárias - é uma das aberrações que doem na alma de quem não se deixa enfeitiçar pelo canto das sereias.

É com excrescências assim que a gente vai se acostumando e acaba caindo na vala comum que faz desse país uma "nação exótica" aos olhares do mundo inteiro.

Como é cada vez maior o risco de ovação e tomatada nos comícios de rua; como é cada vez mais crescente o perigo de apupo e vaia nos palanques que vão além da claque, todo o "esforço" de politização e conscientização do eleitorado é concentrado no famigerado horário gratuito de televisão.

Triste povo que se deixa convencer e levar pela mais descarada propaganda enganosa, ofensiva e degradante que transforma os eleitores em vacas de presépio, de um Brasil que os políticos e suas facções de legendas escabrosas transformam num imenso curral eleitoral.

Agora mesmo, nessa prolongadíssima antevéspera de 2014, o que se discute em política está longe de toda e qualquer ideologia partidária, longe de ser qualquer coisa parecida com um governo de fato - que passe pelo menos por perto do que seja ordem e progresso.

Hoje, a questão dos politicantes e governantes está a oceanos de distância do que seja prestar à nação os devidos serviços essenciais: saúde, educação, transporte, segurança, salário digno, moradia, higiene, infraestrutura básica, previdência e igualdade social.

O que eles perseguem e contabilizam são os segundos, os minutos de exposição nas telas de TV que invadem as mais recônditas salas dos lares e bares brasileiros, até aqueles lugares dos que não têm terra para plantar um pé de couve, mas tem uma aparelho de TV pra dizer de seu.

Os marqueteiros são os donos da festa. E já fazem as contas de cabeça, antecipando - pelo tempo de folguedos na TV - quem será o próximo presidente dessa República dos Calamares.

Assim é que hoje, Dilma Vana estaria reeleita. Não é por nada mais, não.É que ela teria mais da metdade dos 25 minutos destinados ao massacre televisivo dos brasileiros. mesmo que não conte com o içado PSB, a campanha petista pela permanência de Dilma no Palácio, terá duas inserções diárias em três dias de cada semana, bastando para tanto manter o acumpliciamento do PSD e do novel e garboso PROS.

Aécio Neves conta hoje com quatro minutos de exposição, desde que conte com o precioso tempo do DEM e do Solidariedade.

A dupla Marina Morena/Eduardo Campos, vai desfrutar de pouco menos de dois minutos de gozo semanal.
E é isso então que o povo já não sente mais na consciência. Banalizaram a alma política dessa nação exótica, aos olhos do mundo politizado e orgulhoso de saber o que quer e o que precisa para ser feliz.
MENSALÃO PERMANENTE

Não pense, de jeito e maneira - como ainda se escuta em alguns rincões gaúchos - que Lula determinou silêncio às lideranças do PT diante de argumentos e denúncias da dupla Marina/Eduardo Campos, porque tenha medo de enfrentar novos flagrantes de escândalos ou coisa que o valha.

Lula mandou que os caciques petistas se calem, para não criar mal-estar tamanho que possa atrapalhar uma boa coalizão num provável segundo turno em 2014. Lula, mais do que ninguém nesse Brasil da Silva, sabe o quanto vale transformar um opositor em aliado.

Desde 2002 ele executa com perfeição esse negócio de toma lá, dá cá que ele próprio apelidou de "estratégia de coalizão pela governabilidade", uma simples questão de propagação nacional, prática e objetiva de mensalão permanente.

CADÊ?!?
Cadê Amarildo? Cadê Rose? Cadê Aécio? Cadê você que aguenta tudo isso?!?

INTERINOS
Você pensa que o Inter é o Grêmio? Viu só o que ele fez com o Náutico, lá em, Caxias? Meteu 4 x 1 no time pernambucano que nunca deveria ter saído de Recife nesse fim de semana e, para felicidade geral da nação colorada provou que o Clemer compensa, sim senhor. O Inter apenas confirmou o que a gente está vendo todo santo dia no futebol brasileiro: os técnicos interinos são muito melhores que os medalhões.

Foto/Reprodução/Célia Santos
Foto: Célia Santos:
FELIZES PARA SEMPRE
E então, numa cerimônia para o gáudio de 250 convidados, Daniela Mercury - aquela que um dia foi mais cantora que modelito do movimento LGBT - casou-se com Malu Verçosa que de sua jornalista passou a ser cônjuge.
 
O ato foi cometido na casa de Daniela, no bairro de Patamares, em Salvador. Não, a igreja de Marco Feliciano não realizou a cerimônia.
 
 14 de outubro de 2013
sanatório da notícia

LULA, O ESTULTO

Falando de gravata e camisa italianas, terno Armani e sapatos de cromo alemão, Lula disse num tal de 3ª Conferência Global sobre trabalho infantil que "tudo que a gente dá para os ricos é investimento, tudo que a gente dá para os pobres é gasto".

E assim, com cara de São Francisco de Assado, ele mente que tudo que dá para os ricos não tem comissão de lobista nem de consultoria e que tudo que dá para os pobres sai dos cofres do PT e não da República que tomaram de assalto.

O que Lula diz pouco importa, o estrago do que ele diz é feito pela repercussão que a mídia entorpecida e domesticada dá as suas estultices.

Ainda assim, Lula não perdeu tempo e baixou a lenha na mídia: "É uma pena que coisas banais sejam tratadas de forma sensacionalista".

Banal para Lula é o mensalão; é o Lulinha ficar rico da noite pro dia; é carregar 11 caminhões de mudança com crucifixo dos outros e tudo; banal é o chatô de Rose em São Paulo; o lobby malfadado dos caças franceses; os perdões de dívidas africanas bilionárias; banal é o PAC empacado; da Copa do Mundo desbragada; banal é ministro se jogando da janela dos ministérios para não sair pela porta dos fundo da Esplanada. Banalização é isso: mais de 200 escândalos em 12 anos de poder.

E é bom a gente ficar por aqui, porque hoje é sábado, pode haver um padre à paisana e sempre há a perspectiva do domingo.


14 de outubro de 2013
sanatório da notícia

DILMA BOLADA ANDA FAZENDO OS DISCURSOS DA PRESIDENTE

Ou: Sempre há um cachorro atrás de uma criança…
Dilma Rousseff decidiu dialogar outro dia com “Dilma Bolada”, a personagem criada por um fã muito entusiasmado. A Bolada não tem certos freios da Rousseff e vai falando tudo o que lhe dá na telha. 
No sábado, em Porto Alegre, ao participar de uma solenidade, a presidente decidiu improvisar, refletir, ser profunda, mas doce. Entendo. Marina Silva resolveu lançar a moda do tal “militante autoral”. A Bolada pensou: “Vou nessa!”.
 
Ocorre, meus caros, que, para não dizer coisa com coisa e parecer profundo, é preciso ter experiência. Não é da noite para o dia. Em Porto Alegre, a Dilma de 2013 lembrou aquela de 2009 e 2010 que tentava simular uma espontaneidade que não tinha.
 
No programa de Datena, vocês devem se lembrar, indagada sobre a sua santa de devoção, a então candidata mandou brasa: “Nossa Senhora”. O apresentador quis saber qual: “Nossa Senhora de forma geral”.
Achando pouco, chamou a santa de “deusa” — sim, Dilma inventou o catolicismo politeísta.

Neste sábado, ela decidiu refletir sobre o Dia das Crianças. E saiu isto aqui. Volto em seguida.
 
Voltei

Cheguei a achar que era uma montagem. Não era, não! A fala está lá, no site do Planalto. Transcrevo o trecho inteiro:
“Eu, primeiro, queria dirigir um cumprimento aqui aos nossos prefeitos e às nossas prefeitas, e dizer que muito me honra a presença deles aqui hoje. E, em especial, uma vez que eu estou aqui nesta cidade tão querida que é Porto Alegre, cumprimentar o nosso prefeito Fortunati e a querida, a primeira-dama Regina Becker. 
Principalmente porque, se hoje é o Dia das Crianças, ontem eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais. Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.”

Não sei se me encanto mais com o dom do pensamento ou com o da sintaxe. Marina tem de lembrar a Dilma que arte de falar coisas sem nexo e parecer profunda requer anos de treinamento. Não se aprende assim, do dia para a noite.
Por Reinaldo Azevedo

***
 
PS:  Necessitamos de aprimorar nossos conhecimentos esotéricos para imaginar que atrás de uma criança há sempre um "cachorro oculto". Enfim tudo é muito importante e profundo... movcc
 
14 de outubro de 2013
Reinaldo Azevedo - Veja Online

PT PRETENDE GASTAR R$ 12 MILHÕES COM MILITANTES NAS REDES SOCIAIS EM 2014

Franklin Martins será o responsável por "turbinar" o exército de perfis chapa-branca em ano eleitoral

 
hqdefault 450x338 PT pretende gastar R$ 12 milhões com militantes nas redes sociais em 2014
 
Nota da coluna de Lauro Jardim no portal da revista Veja informa o tamanho da verba do PT para redes sociais em ano eleitoral:
Uma áspera discussão há duas semanas teve como protagonistas Franklin Martins e o tesoureiro do partido, João Vaccari – tudo sob as vistas de parte da cúpula petista.
Franklin apresentou o orçamento do seu projeto para financiar as legiões do PT nas redes sociais em 2014: 12 milhões de reais Vaccari achou caro demais. Mais: o tesoureiro exigiu que Franklin recebesse sua remuneração através de uma agência que trabalha para o PT, a Pepper. Franklin se recusou.
(grifos nossos)
A tal Pepper, a “agência que trabalha para o PT”, foi a responsável por montar o ‘bunker’ petista encarregado de fabricar dossiês e quebrar sigilos de figuras ligadas ao então candidato tucano José Serra em 2010. Talvez por coincidência, a Pepper recentemente firmou parceria para desenvolver o blog do jornalista Kennedy Alencar, que pediu demissão da RedeTV! para se dedicar à empreitada.
 
14 de outubro de 2013
in implicante
 

DE VERDE, SÓ O OLHO. CAMPOS É CONTUMAZ DESTRUIDOR DA NATUREZA


No último dia 8 de outubro, o nosso Blog publicava este post denunciando o cinismo da aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva.
O pernambucano é um contumaz destruidor da natureza, que Marina tanto defende. Hoje o Estadão faz reportagem a respeito. Nosso Blog continua pautando a grande mídia.
 
Eduardo Campos recebeu multa de R$ 2,5 milhões por destruir manguezais para construir Suape.
 
Algumas das principais administrações do PSB no País possuem exemplos de projetos e empreendimentos que entram em choque com o discurso da sustentabilidade, principal ponto da "aliança programática" apresentada por Marina Silva ao ingressar no partido de Eduardo Campos.
 
No seu segundo mandato, o próprio governador de Pernambuco procura dar novo rumo à política ambiental no Estado. Campos, no entanto, encerrou o primeiro governo, em 2010, aprovando a derrubada de 600 hectares de manguezal no complexo industrial e portuário de Suape - na região metropolitana do Recife - para atrair mais empreendimentos à área que concentra 105 empresas e tem outras 45 em implantação.
 
O Ministério Público Estadual instaurou um inquérito civil para monitorar a situação de Suape. O complexo começou a ser construído no fim da década de 1970, no estuário de quatro rios, o mais rico do litoral pernambucano. Na época não havia legislação ambiental e o passivo acumulado pelas indústrias instaladas é calculado em mais de R$ 200 milhões.
 
No segundo mandato, Campos criou a Secretaria de Meio Ambiente, comandada por Sérgio Xavier, integrante do PV e aliado da ex-ministra. "Marina reconhece a mudança de postura do governador e eu sou testemunha disto", disse Xavier, Segundo ele, no primeiro mandato de Campos "não havia preocupação nem prioridade com as questões ambientais".
 
Então, tá, Sérgio Xavier!
 
14 de outubro de 2013
in coroneLeaks