"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

DILMA PRIVATIZA O PRÉ-SAL


 
O fracasso escancarado do desgoverno comunista-delinquente do PT. Quebraram  a economia do Brasil, roubaram horrores dos cofres da nação, desmontaram e desmantelaram literalmente a indústria nacional e toda a cadeia produtiva, incluso a infraestrutura... 
 
O PT  deu, doou, mandou bilhões de dólares para ditaduras CORRUPTAS africanas, para Cuba COMUNISTA FALIDA dos irmãos Castro,  para o Indio cocaleiro Evo fazer a rodovia da cocaina sem falar das megas obras fracassadas como a transposição do rio  São Francisco, o projeto do submarino nuclear,os 800 aeroportos, , o trem bala que nem existe mas já tem uma empresa estatal com  centenas de apaniguados do Pt ganhando salários de marajás! e por aí vai.
Resultado:economia afundada, caixa quebrado,investidores indo embora as pressas, Brasil do PT falido! e a roubalheira, as bolsas esmolas ainda a todo vapor! tem que entrar dinheiro para sustentar a bandalheira! 

- O que fazer????
R- Vamos privatizar! Vamos vender tuuudo! porto, aeroporto, estradas,e tambem o território nacional!
o PRE SAL  agente diz que vai dar uma "concessão"!!
 
 

PT = PSDB, TUDO A VER!!!


VOCÊS PENSAM QUE É MOLEZA

 

Assim como pimenta no uropígio do próximo é refresco (alieno culo piper refrigerium, no sábio dizer de Terêncio, ou Sêneca, ou Juvenal, ou alguém assim - ninguém vai checar), o trabalho alheio parece sempre mais fácil que o nosso. Há muitos e muitos anos, o famoso cronista José Carlos Oliveira, talvez o mais lido do seu tempo, de vez em quando levava a máquina de escrever para o bar. Lá pedia seu drinque e escrevia sua crônica. Um dia, um visitante deslumbrado foi apresentado a ele e comentou, emocionado:

- Se eu escrevesse assim como o senhor, nunca mais trabalhava!
Pois é. Não é trabalho. Nada do que o escritor faz é trabalho, notadamente miudezas, como frases. Todo dia alguém pede uma frasezinha ao escritor. É somente uma frasezinha de duas ou três linhas, coisa para no máximo uns cinco minutos, entre bolar a frase, escrevê-la e enviá-la por e-mail a quem a pediu.
Na verdade, como sabe todo aquele que moureja no teclado, a frasezinha é muito mais difícil do que um texto longo. Tanto assim que o camarada que bola um slogan, ou seja, uma frasezinha, costuma ser muito bem pago e com justiça, porque é um trabalho penoso e estressante, em que pouca gente tem sucesso.
Mas escritor escreve frases ótimas, inclusive slogans, à menor solicitação e, se o freguês não gostar, ainda o acusa de má vontade, incompetência ou ambas. E cobrar pela frasezinha, nem pensar. Fico imaginando o diálogo entre um escritor e um diretor de criação de uma grande agência.

- Quanto já deve ter rendido aquele slogan ótimo que você criou para a Brazilian Monkey Business Development Corporation? - pergunta o escritor. - É um conglomerado muito grande, deve ter sido uma baba.
- A esta altura, não dá para calcular, deve estar em vários milhões de dólares.
- Vários milhões? Interessante.
- Interessante por quê?
- É que eu também crio frases. Praticamente todo dia eu crio uma frase, a demanda é muito maior do que você pensa.
- E quanto costumam pagar?
- Em dinheiro ou em símbolos?
- Como assim, símbolos?
- É que quase não há pagamento em dinheiro, costuma ser simbólico. Uma vez eu me queixei de que o supermercado não aceitava símbolos como pagamento e morreram de rir, acharam uma grande frase, mais uma grande frase minha. E me fizeram um pagamento simbólico, é claro.
- É sempre assim?
- Geralmente. Uma vez ou outra, é mais substancial. No sábado mesmo, um camarada veio aqui ao boteco, agradecer pela frase que eu fiz para ele, e estava tão satisfeito que me pagou dois chopes. E acho que pagaria até mais, mas, naquela hora, tinha um compromisso com os patrocinadores do evento. Com minha frase, o dinheiro do patrocínio agora ia sair, me agradeceu muito por ajudar a cultura. São essas coisas que fazem o sujeito amar sua profissão.
 
Antigamente, quando dava alguma sorte, o escritor ganhava uns trocados de direitos autorais. Ainda ganha, mas está ficando difícil, não apenas porque há um movimento para acabar com essa excrescência de direito autoral, como, por exemplo, todos os meus livros estão disponíveis para serem baixados da internet, em dezenas ou centenas de sites de tudo quanto é canto, em todo tipo de versão, inclusive de áudio, com resumos, sinopses, material para quem quer saber sobre o livro sem ter que o ler e assim por diante. Para esses casos, não sou consultado ou comunicado e muito menos sou pago, nem mesmo em símbolos. Chope, então, esqueçam, sai muito caro.
 
Há quem se condoa dessas tristes vicissitudes e proponha saídas para a sobrevivência do escritor. Como já tive oportunidade de comentar aqui, uma das propostas mais em evidência é a adaptação do escritor aos novos tempos, através de capacitação profissional em áreas do entretenimento, da cultura e do lazer. Tocar um instrumento musical, cantar de forma pelo menos aceitável, dançar, declamar, assoviar, sapatear, cozinhar e dar receitas, guiar turnês em locais históricos, servir de escort para senhoras que apreciem as belas letras e assim por diante. Há toda uma gama de habilidades que podem ser adquiridas e que se tornam cada vez mais indispensáveis ao escritor, é preciso manter um olho na modernidade e na pós-modernidade, o que lá seja isso.
 
Tenho pensado em cantar, porque me permite pedir a colaboração da baianada. Peço a Ivete Sangallo e a Daniela Mercury para ajudarem o conterrâneo menos favorecido e tenho certeza de que elas me darão a mão, enquanto eu abro uma noite de autógrafos interpretando músicas de Caetano e Gil, sem que eles recebam um vintém de direitos autorais, pois também têm que se modernizar. A sapatear a idade não ajuda, mas toquei tarol no saudoso Bloco do Jacu em Salvador e posso animar uma batucada, sei marchinhas de cor e acho que posso oferecer meus dotes de puxador a outro bloco de carnaval, em troca da venda de meus livros aos participantes, a preços de ocasião.
 
Nas próximas semanas, escrever-lhes-ei da Alemanha. Vou à feira do livro de Frankfurt, que desta vez homenageia o nosso País. Depois vou a Berlim, acho que só volto no fim do mês. Prometo fazer o melhor possível para não envergonhar o Brasil e para aprender técnicas de última geração, que ajudem na manutenção de nossa literatura. Sonhar todos podem e quem sabe se não serei o primeiro escritor a mercadejar seus livros no Municipal, enquanto entoa uma ária de Wagner?

24 de outubro de 2013
JOÃO UBALDO RIBEIRO - O Estado de S.Paulo

DIRETO DA CORTE

Dinheiro de Libra que caberá à União é menor do que a arrecadação da CPMF

Milagre da multiplicação – Parte da população brasileira ainda está anestesiada com o resultado do leilão do Campo de Libra, realizado na última segunda-feira (21) e que teve apenas um interessado, contra os quarenta que o governo petista de Dilma Rousseff esperava.

Quando se fala em R$ 1 trilhão, dinheiro que o campo localizado na cama pré-sal proporcionará à União ao longo de 35 anos, por certo o valor impressiona, mas ao analisar a realidade aritmética do negócio é possível perceber que não servirá para operar os milagres que os palacianos têm anunciado nos últimos meses.

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, anunciou que o leilão de Libra colocará nos cofres da União, no período de 35 anos, perto de R$ 1 trilhão. Dinheiro para não se colocar defeito, mas que anualmente representa R$ 30 bilhões.

No DIRETO DA CORTE o jornalista Ucho Haddad, editor do ucho.info, compara o valor anual que jorrará das profundezas oceânicas com outras cifras e mostra que o governo está fazendo um carnaval fora de hora.

Saiba mais sobre o assunto ouvindo o DIRETO DA CORTE, cujo link você encontra na coluna à esquerda da página principal do ucho.info, que traz um “player” que permite acessar o comentário do dia. E quando A MARCA DA NOTÍCIA chega aos seus ouvidos, é porque o ucho.info agora também é O SOM DA NOTÍCIA.

24 de outubro de 2013
ucho.info

MARIA DO ROSÁRIO DEFENDE REDUÇÃO DE HOMICÍDIOS NO PAÍS, MAS IGNORA O CONLUIO DE EVO MORALES COM O TRÁFICO

 

Fechando os olhos – É indiscutível a vocação dos integrantes do desgoverno de Dilma Vana Rousseff de jogar para a plateia. Não importa se o assunto é tratado com meias verdades, quiçá sejam mentiras plenas, pois o importante é enganar a opinião pública ao máximo.

Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, a petista Maria do Rosário Nunes participou, na quarta-feira (23), de audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, ocasião em que afirmou ser preocupação maior do governo federal a redução do número de homicídios no País. A ministra aproveitou a oportunidade para nivelar a segurança pública aos direitos humanos.

Durante a reunião, Maria do Rosário, ao fazer referência ao artigo 5º da Constituição Federal, que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais, lembrou que o tema da segurança – por não ter sido colocado pela Constituinte entre os vários incisos, mas no próprio caput do artigo 5º – foi considerado como essencial à dignidade humana.

“De forma que o nosso diagnóstico de trabalho é a necessidade de realizarmos cada vez mais uma série de ações que visem, sobretudo, à diminuição dos números da violência, especialmente a diminuição de homicídios.
Toda política de segurança pública pautada por um viés de direitos humanos, como a Constituição orienta, deve proteger a vida e, portanto, em todos os sentidos para nós no Brasil, o principal desafio é diminuirmos o número de homicídios. Nós ainda estamos entre os países com número muito grande de homicídios”, declarou a ministra.

O discurso pode ser classificado como politicamente correto, além de impressionar aqueles que desconhecem a realidade, mas é preciso lembrar que a extensa maioria dos homicídios ocorridos no Brasil tem alguma conexão, direta ou indireta, com o tráfico de drogas. A grande questão em relação ao tema é que o governo petista de Dilma Rousseff prefere fechar os olhos para a verdade, até porque uma ação mais dura por parte das autoridades brasileiras poderia comprometer a sobrevivência política de Evo Morales, presidente da Bolívia.

Como se sabe, Morales é líder dos cocaleros bolivianos, presidindo, por imposição do setor, inúmeras entidades ligadas ao cultivo de coca, o que causa estranheza pelo fato de acumular a presidência do país.
Desde a chegada de Evo Morales ao poder, a Bolívia viu a produção de cocaína saltar de 50 toneladas ano para quase 300 toneladas. Simultaneamente, seguindo essa escalada preocupante, os índices de criminalidade dispararam nas grandes cidades do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro, os maiores centros consumidores da cocaína boliviana.
Aliás, as principais facções criminosas brasileiras operam há anos em território boliviano, estratégia que reduz substancialmente o valor da cocaína e por consequência aumenta os lucros, pois é maior o grau de pureza da droga que na pior das hipóteses é transformada em crack, que devastando o Brasil em todos os seu quadrantes.

É irresponsabilidade afirmar que Evo Morales é o chefe dos produtores de cocaína na Bolívia, mas não é temerário concluir que o presidente boliviano tornou-se um notório refém dos traficantes locais. Tanto é assim, que Evo movimenta-se nos bastidores para, desrespeitando a Constituição do país, tentar um terceiro mandato.
Isso é resultado da imposição do crime organizado local, que quer manter a ilegalidade no país sul-americano. A obediência de Evo aos produtores de cocaína e aos traficantes é de tal forma escandalosa, que o governo boliviano muitas vezes se vê obrigado a proteger criminosos conhecidos no mundo do tráfico, negando inclusive algumas solicitações de autoridades internacionais.

Maria do Rosário deveria deixar de lado o discurso teórico em relação à segurança pública e passar à prática, começando, por que não, por vasculhar o universo do tráfico de drogas na região, o que por certo daria subsídios à ministra, caso queira, para modular suas declarações acerca do tema. Para que o leitor avalie a extensão e a peçonha da rede que envolve autoridades e traficantes, inclusive brasileiros, há integrantes do governo de Evo Morales que foram deslocados para o Brasil apenas e tão somente para advogar em favor de alguns traficantes que integram a cúpula de facções criminosas.

No momento em que o governo brasileiro passar a tratar o tráfico de drogas como uma questão de segurança nacional, qualquer político terá condições de lutar pela redução do número de homicídios. Esse movimento deve começar com os palacianos dando mais atenção ao movimento da produção e do tráfico de drogas na Bolívia, que acontece debaixo do nariz de Evo Morales.

24 de outubro de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE




24 de outubro de 2013

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Força & pobreza


“A Petrobras é forte. Empresa forte atrai empresa forte”.

Graça Foster, presidente da Petrobras, sem explicar por que anda implorando a Dilma Rousseff que autoriza urgentemente um aumento de bom tamanho no preço da gasolina.

Protesto de rico

“Muitos de vocês foram pegos de surpresa com os movimentos sociais que aconteceram no mês de junho no Brasil. O país estava em ascensão, conseguimos que 32 milhões de pessoas saíssem da pobreza, foram criados 20 milhões de postos de trabalho, o número de alunos nas universidades subiu de 3,4 milhões para 7 milhões. Na medida em que o povo conseguiu estar na universidade, ter emprego, ter um automóvel, era natural que a população quisesse mais, que começasse a reivindicar melhorias na própria vida.”

Lula, em Lisboa, durante o lançamento do livro do ex-primeiro-ministro português José Sócrates, explicando que as manifestações de rua ocorridas no primeiro semestre foram promovidos por milhões de brasileiros indignados com o governo que os obrigou a trocar a vida de pobre pela vida de rico.

Mistério profundo

“Uma vez eu estava no aeroporto, na minha campanha eu estava no aeroporto, parou uma menina perto de mim com a mãe, e a menina olhava para mim, mas não falava. A mãe disse: ‘ela quer te perguntar uma coisa’. Eu falei: O que você quer saber, queridinha? Ela me disse assim: ‘eu quero saber se mulher pode ─ bem séria ─ se mulher pode’. Aí eu levei uns 5 segundos para ficha cair. E eu falei: mulher pode o quê? Ela falou: ‘ser presidenta’. Eu falei: pode. Então, vai também a menina que vai ser presidenta, ou o menino”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício em Belo Horizonte, contando de novo, em dilmês de jardim de infância, a história da menina que jamais entenderá como aquela mulher que conheceu num aeroporto pode ser presidente da República.

Usina de creches

“Quem foi que aumentou para 8 mil? Eu estou assumindo meu compromisso com 6 mil, e espero que as fontes do Planalto se restrinjam as fontes de água”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício em Belo Horizonte, fingindo ter esquecido que, como inaugurou apenas 1.180 creches desde janeiro de 2011, só vai alcançar a meta das 6 mil se construir 19 por dia até o fim de junho de 2014.

Teoria do Tijolo

“Creche é o primeiro tijolo, que vai sendo construído até a pós-graduação. Mas é aqui que começa a educação. Aqui começa aquele menino que vai virar físico nuclear, aquele outro menino que vai ser um grande pesquisador de química, aquela outra menina que vai ser presidenta da República”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício em Belo Horizonte, insinuando que, embora Lula também tenha sido presidente da República, o problema dele é que lhe faltou tijolo.

Neurônio enigmático

“Eu até olhei para aquele berço que vocês adotaram aqui e falei: aquele berço ali, seu eu tiver outro neto, eu vou copiar. É um berço baixinho, do tamanho de um caixote grande, mas uma gracinha de berço, porque se a criança pular dali, ela não cai. Ela pula no chão, não tem conseqüência nenhuma. E é muito adequado para o tamanho dela. Então, eu já confesso aqui, viu, Márcio, que vou copiar o seu berço. Know how italiano, mas não tem problema, não. Vou copiar um mineiro aqui. Um mineiro que eu vi ali no chão. Gostei muito do berço”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício em Belo Horizonte, confundindo a plateia com outro enigma: o neurônio solitário é maluco por berço ou maluco de berço?

Gerente do armazém

“Para vocês terem uma ideia, só esse campo de Libra, que foi leiloado segunda-feira, só ele traz uma receita estimada ─ estimada, porque eu não tenho como saber tudo que vai acontecer durante 35 anos. Eu estimo, dadas as condições do presente. Então, vai ter uma receita estimada de mais de R$ 1 trilhão nesses 35 anos. Se você dividir,  e fazer (SIC) uma conta bem… aquelas contas de armazém ─ nada contra o armazém, mas aquela conta simplinha ─, você divide esse 1 trilhão por 35, vai dar o quê? Uma coisa em torno de uns 20 bilhões/ano. É esse dinheiro que nós vamos ter de colocar 75% em educação. Fora o que veio antes e fora o que vai vir depois”.

Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, no comício em Belo Horizonte, ao afirmar que dividir 1 trilhão de reais por 35 dá “uns 20 bilhões” em vez de quase 30, confirmando que o neurônio solitário não acerta nem conta simplinha de armazém.

Neurônio estudioso

“Eu, presidenta da República, sou uma pessoa que tenho todos os dias de estudar. Não pensa que é mole, não. Todos os dias eu sou obrigada a aprender, todos os dias eu tenho que estar aberta para aprender”.

Dilma Rousseff, durante a discurseira na festa de formatura de alunos do Pronatec, revelando que não é por falta de estudo que o neurônio continua solitário.

Projeto secreto

“Posso tranquilizar o Brasil quanto à Petrobras. Ela não terá dificuldades maiores para cumprir a sua parte”.

Edison Lobão, vulgo “Magro Velho”, ministro de Minas e Energia, sobre a dívida contraída pela Petrobras no leilão do campo de Libra, insinuando que o preço da gasolina só vai subir porque Graça Foster pretende usar o dinheiro do aumento para comprar de volta as partes das duas estatais chinesas e das duas empresas privadas estrangeiras.

Neurônios na fonte

“No mais, o governo federal tem esse compromisso com as 6 mil creches. Tem umas coisas entranhas, que eu sempre estou dizendo que é estranha. De repente, meu compromisso de 6 mil virou 8 mil, não sei muito bem de onde que apareceu os 8 mil. Mas quando aparece… ontem, outro dia eu disse: eu vivo perguntando para os meus botões quem são as fontes do Planalto, além das fontes de água, porque tem uma linda fonte de água. Mas as fontes do Planalto às vezes me intrigam. Porque de repente eu tinha na minha pauta 6 mil. Eu pergunto para mim mesma: quem foi que aumentou para 8 mil? Eu estou assumindo meu compromisso com 6 mil, e espero que as fontes do Planalto se restrinjam as fontes de água”.

Dilma Rousseff, na inauguração de Unidades Municipais de Educação Infantil em Belo Horizonte, internada por Celso Arnaldo ao deixar no ar uma pergunta que não quer calar: quem foi mesmo que inventou as 6 mil creches?

24 de outubro de 2013
in Augusto Nunes

"O PALÁCIO E OS 'MOVIMENTOS SOCIAIS'

  

“É um absurdo vender isso. A sociedade não participou do debate sobre o tema. Nossa tentativa é sensibilizar o governo para negociar e discutir.” As sentenças, de Francisco José de Oliveira, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), referiam-se ao leilão de Libra, na faixa do pré-sal. Mas a lógica subjacente a elas, expressa na segunda frase, nada tem de singular.
Nas duas últimas décadas, os “movimentos sociais” repetem aborrecidamente a ladainha sobre “a sociedade” excluída do “debate”, enquanto invadem órgãos públicos em nome da “participação”. Vivemos nos tempos do supercorporativismo, um ácido corrosivo derramado sobre o material de nossa democracia.

O Brasil moderno nasceu, pelo fórceps de Getúlio Vargas, sob o signo do corporativismo. A “democracia social” do Estado Novo cerceava os direitos do indivíduos, subordinando-os a direitos coletivos.
Na definição do historiador Francisco Martinho, “o cidadão nesse novo modelo de organização do Estado era identificado através de seu trabalho e da posse de direitos sociais e não mais por sua condição de indivíduo e posse de direitos civis ou políticos” (O corporativismo em português, Civilização Brasileira, 2007, p. 56).
Inspirado no salazarismo português e no fascismo italiano, o corporativismo varguista organizou a sociedade como uma família tripartida: governo, sindicatos patronais e sindicatos de trabalhadores. O supercorporativismo, uma obra do lulopetismo, infla o balão do corporativismo original até limites extremos.

Um traço forte, comum a ambos, é o desprezo pelos direitos civis e políticos, que são direitos individuais associados à ordem da democracia representativa. A principal diferença encontra-se no atributo nuclear da cidadania: o cidadão varguista definia-se pelo trabalho; o cidadão lulopetista define-se pela militância organizada.
No Estado Novo, a carteira de trabalho funcionava como atestado de inserção na ordem política nacional. Sob o lulopetismo, o documento relevante é a prova de filiação a um “movimento social”.

Na invasão do Ministério das Minas e Energia, junto com a FUP, estavam líderes do Movimento dos Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) — que, em tese, não têm interesse no tema da exploração do pré-sal. A sociedade, segundo o supercorporativismo, é a soma das entidades sindicais e dos “movimentos sociais”.
É por isso que, sem o consenso dessas corporações da nova ordem, nenhum assunto jamais estará suficientemente “debatido”.

Lula nasceu no berço do sindicalismo. O PT estabeleceu, na origem, íntimas relações com os “movimentos sociais”. Nas democracias, a sociedade civil organiza-se para exercer pressão legítima sobre os poderes de Estado.
O lulopetismo, porém, borrou a fronteira entre sociedade civil e Estado assim que chegou ao governo: sua reforma da CLT estendeu a partilha do imposto sindical varguista às centrais sindicais, enquanto os “movimentos sociais” passaram a receber financiamento público direto ou indireto.
O cordão umbilical que liga o poder de Estado aos “movimentos sociais” é a Secretaria Geral da Presidência, um ministério estratégico chefiado por Luiz Dulci, no governo Lula, e por Gilberto Carvalho, no governo Dilma Rousseff. Os dois engenheiros do edifício do supercorporativismo pertencem ao círculo de fiéis incondicionais de Lula.

O PT sempre enxergou os “movimentos sociais” como tentáculos partidários. Os líderes mais destacados desses movimentos são militantes petistas. O financiamento público elevou a conexão a um novo patamar: na última década, eles se converteram em satélites do Palácio.
Os dirigentes do MST, do MAB e de inúmeros movimentos similares ajustam suas agendas políticas às do Partido e cerram fileiras com o lulopetismo nos embates eleitorais.
Durante a odisseia do mensalão, eles desceram às trincheiras enlameadas para proteger José Dirceu et caterva. Contudo, na dialética do supercorporativismo, os “movimentos sociais” também precisam promover mobilizações contra o governo, sob pena de se condenarem à irrelevância.

O corporativismo varguista almejava a harmonia social. No mecanismo de regulação do lulopetismo, a desordem é um componente da ordem. Os “movimentos sociais” palacianos produzem fricções cíclicas, que são reabsorvidas pelo recurso a negociações simbólicas e compensações materiais.
A extensão inevitável do “direito à desordem” a movimentos controlados por facções dissidentes (PSOL, PSTU) provoca perturbações suplementares, mas, paradoxalmente, robustece os alicerces lógicos do supercorporativismo.
Os invasores do Ministério de Minas e Energia são obrigados a confirmar periodicamente seu estatuto de interlocutores privilegiados do poder por meio de ações de contestação limitada da ordem.

A democracia representativa ancora-se no princípio da soberania popular, que é exercida por meio da delegação de poder, em eleições gerais. O sistema político-partidário brasileiro desmoraliza a representação para assegurar privilégios especiais a uma elite política de natureza patrimonialista.
O lulopetismo, um sócio majoritário desse sistema, aproveita-se de seus desvios para erguer o edifício do supercorporativismo como esfera paralela de negociação política.

Na dinâmica extraparlamentar do supercorporativismo, o Partido pode ignorar as demandas dos cidadãos comuns, dialogando exclusivamente com a casta mais ou menos amestrada de dirigentes dos “movimentos sociais”. Sabe com quem está falando? Você só é alguém se possuir a carteirinha de um “movimento social” ─ eis a mensagem veiculada pelo Palácio.

Nas “jornadas de junho”, manifestações multitudinárias falaram em “saúde” e “educação”, reivindicando direitos universais estranhos à lógica do supercorporativismo. Por isso, nervoso e assustado, o Partido as rotulou como uma “reação da direita”. Ah, bom

24 de outubro de 2013
DEMÉTRIO MAGNOLI
O Globo

DILMA ACERTOU: A OPOSIÇÃO PRECISA ESTUDAR

 

Guilherme Fiuza
Conforme previsto neste espaço, passada a onda das manifestações de junho/julho, a presidente Dilma Rousseff – que perdera popularidade, teria de dar lugar a Lula etc. – voltou ao conforto nas pesquisas de opinião: hoje, venceria a eleição no primeiro turno.

Os indignados que foram às ruas acham que o Brasil não será mais o mesmo depois de sua explosão cívica.
O médico mandou não contrariá-los. Falando baixinho para não incomodar os revolucionários: o grande legado das manifestações foi o surgimento de um bando de débeis mentais de preto que quebram tudo o que veem pela frente, diante de outro bando de débeis mentais que consentem – e eventualmente apoiam – o chilique fascista. Dilma assiste a tudo isso tão a salvo que até já recuperou a soberba: declarou que seus adversários eleitorais “têm de estudar muito” o país.

E têm mesmo. O que Dilma e sua turma conseguiram fazer com o Brasil não é para leigos. Como arrebentar as finanças públicas com politicagem e trazer de volta a inflação, sem que uma única e miserável passeata identifique seu crime e peça sua cabeça? É coisa de gênio – só estudando muito mesmo.

As tecnologias petistas de sucção e privatização da máquina pública alcançaram tal grau de sofisticação que, é duro dizer, a oposição talvez precise de gerações para estudá-las razoavelmente.
Toda a arquitetura parasitária montada para substituir o mensalão – a fantástica rede de convênios e programas piratas que irrigam a base política nas quatro dezenas de ministérios – é só a parte mais visível do plano. Há um trabalho ainda mais profundo do que esse, como se vê agora com o caso da Bolsa Vereador.

Foram descobertos cerca de 2 mil vereadores eleitos em vários pontos do território nacional com a mesma peculiaridade: todos são beneficiários do Bolsa Família. Estavam inscritos no programa antes de se eleger e continuaram inscritos depois de eleitos. Uma manobra sensacional, de tirar o chapéu.
Programas sociais como esse, e como o Bolsa Vereador, vieram acabar com o complexo de vira-latas do brasileiro, frequentemente citado pela própria Dilma

O pulo do gato é simples: o esquema petista distribui dinheiro de graça para multiplicar sua base eleitoral, depois puxa representantes da própria turma da mesada para ocupar cargos eletivos – numa espécie de Partido da Bolsa.
É genial, porque o sujeito passa de cliente assistencial a militante, daí diretamente para o poder, sem ter de trabalhar na vida. É o modelo Dilma, o mais bem-sucedido do país.

A trajetória dela é a prova incontestável da eficácia dessa fórmula. Dilma foi ser militante na vida – ótima receita para os que não se dão muito bem com trabalho. Como “quadro” partidário, ocupou várias funções na administração pública, sem precisar saber nada, uma das maravilhas do apadrinhamento político.

Como prêmio à sua trajetória irretocável de mediocridade e irrelevância, chegou a ministra-chefe da Casa Civil, e ali ganhou de Lula o apelido consagrador: “Mãe do PAC” – título que, não significando nada, é a sua cara.

Não há dúvida de que a oposição precisa estudar muito o país para entender como alguém assim vira presidente da República.

O que seria a ex-guerrilheira Dilma Rousseff hoje, se não fosse presidente do Brasil? Dona de uma agência de black blocs? Sócia de Erenice Guerra numa Cooperativa de despachantes, especializada em favores de segunda mão? Governanta de José Dirceu – e, portanto, correndo o risco de ficar desempregada se o STF tomar vergonha na cara?

A inclusão social de Dilma é uma obra-prima do petismo, e o Brasil não há de permitir uma derrota da presidente na eleição do ano que vem, que poria tudo a perder. Programas sociais como esse, e como o Bolsa Vereador, vieram acabar com o complexo de vira-latas do brasileiro, frequentemente citado pela própria Dilma.

Hoje, o brasileiro sabe que a falta de perspectivas na vida é um problema apenas daqueles que não se filiaram aos partidos certos. Se você for um militante abnegado, pode até chegar a ministro do PT no Supremo – onde terá sua boquinha vitalícia e ainda poderá proteger as boquinhas da gangue que o colocou lá. Solidariedade é tudo.

Aí aparecem esses candidatos aventureiros da oposição, que não têm a menor ideia de como se vampiriza profissionalmente um país, querendo ser presidentes… Vão estudar, vagabundos!

24 de outubro de 2013
Guilherme Fiuza
Fonte: Época

ACHADOS E PERDIDOS

 

Roberto DaMatta
Às vezes, eu sinto a angústia de um menino perdido numa multidão.

Vivemos hoje no Brasil um período inusitado de estabilidade política permeada pelas superimposições promovidas pelo casamento entre hierarquias aristocráticas – que em todas as sociedades (e sobretudo na escravidão, como percebeu o seu teórico mais sensível, Joaquim Nabuco) têm como base a amizade e a simpatia pessoal; e o individualismo moderno relativamente igualitário que demanda burocracia e, com ela, uma impecável, abrangente e inatingível impessoalidade.

O hibridismo resultante pode ser negativo ou positivo. Pelo que capturo, o hibridismo – ou o mulatismo ético – é sempre mal visto porque ele não cabe no modo ocidental de pensar. Provam isso as Cruzadas, a Inquisição, o Puritanismo, as Guerras Mundiais, o Holocausto e a exagerada ênfase na purificação e na eugenia – na coerência absoluta entre gente, terra, língua e costumes, típicas do eurocentrismo.
A mistura corre do lado errado e tende a derrapar como um carro dirigido por jovens bêbados quando saem da balada; ou da esquerda carismática-populista, burocrática e patrimonialista no poder.

Desconfio que continuamos divididos entre tipos de dominação weberiana e suas instituições. Fazer a lei e, sobretudo, preparar a sociedade para a lei, ou simplesmente prender? Chamar a polícia (que é, salvo as honrosas exceções, intensamente ligada aos bandidos e chefes do crime paradoxalmente presos) ou resolver pela “política”?

Mas como fazê-lo se os “políticos” (com as exceções de praxe) estão interessados no desequilíbrio porque a estabilidade impede e dificulta a chegada ao “poder”? Poder que significa, além da sacralização pessoal, um imoral enriquecimento pelo povo e com o povo. Ademais, somente uma minoria acredita na política representada por instituições igualitárias e niveladoras.

O Brasil é um vasto programa de auditório com pitadas de missa solene e jogo de futebol
Para ser mais preciso ou confuso, amamos a dominação racional-legal estilo germano-romana, mas não deixamos de lado nosso apreço infinito pela dominação carismática em todas as esferas sociais, inclusive na “cultura”, como revela esse disparate de censurar biografias.

Temos irrestrita admiração por todos os que usaram e abusaram da liberdade individualista nesse nosso mundinho relacional quando os perdoamos e não os criticamos, o que conduz a uma confusão trágica entre o uso da liberdade e o seu abuso irresponsável.
Esses mimados pela vida e exaltados pelos amigos – os nossos maluquinhos – legitimam a ambiguidade que se consolida pelo pessoalismo do herói a ser lido pelo lado do direito ou do avesso.

Esse avesso que, no Brasil, é confundido com a causa dos oprimidos num esquerdismo que tem tudo a ver com uma “ética da caridade” do catolicismo balizador e historicamente oficial. Com isso, ficamos sempre – como dizia aquele general-ditador – a um passo do abismo. Andar para trás é condescendência, para a frente, suicídio.

Como gostamos de brincar com fogo, estamos sempre a um passo da legitimação da violência justificada como a voz dos oprimidos que ainda não aprenderam a se manifestar corretamente. E como fazê-lo se jamais tivemos um ensino efetivamente igualitário ou instrumental para o igualitarismo numa sociedade cunhada pelo escravismo e por uma ética de condescendência pelos amigos e conhecidos?

Pressinto uma enorme violência no nosso sistema de vida. Temo que ela venha a ocupar um território ainda mais denso e seja usada para legitimar outras violências tanto ou mais brutais do que o “quebra-quebra” hoje redefinido como “manifestações”. Protestos que começam como demandas legitimas e, infiltrados, tornam-se “quebra-quebras”. Qual é o lado a ser tomado se ambos são legítimos e, como é óbvio, dizem alguma coisa como tudo o que é humano?

Estou, pois, um tanto perdido e um tanto achado nessa encruzilhada entre demandas legais e prestígios pessoais. Entre patrimonialismo carismático e burocracia, os quais sustentam o “Você sabe com quem está falando?” – esse padrinho do “comigo é diferente”, “cada caso é um caso”, “ele é meu amigo”, “você está errado mas eu continuo te amando”… E por aí vai numa sequência que o leitor pode inferir, deferir ou embargar.

Embargar, aliás, é o verbo e a figura jurídica do momento em que vivemos e dos sistemas que se constroem pela lei, mas confundindo a regra com o curso torto, podre e vaidoso da humanidade, tem as suas cláusulas de desconstrução. Com isso, condenamos com a mão direita e embargamos com a esquerda; ou criamos os heróis com a esquerda e os embargamos com a direita. Construímos pela metade. O ponto que já foi ressaltado por mim algumas vezes é o simples: se conseguirmos assumir e controlar abertamente a ambiguidade, há a esperança de controlá-la. E isso pode ser uma enorme vantagem num planeta cujo futuro é um inevitável “abrasileiramento”.

Assim, entre o ser obrigado a calvinisticamente condenar, como fazem os nossos brothers americanos que todo dia atiram nos próprios pés, podemos assumir em definitivo que todos têm razão. Afinal de contas, o Brasil é um vasto programa de auditório com pitadas de missa solene e jogo de futebol.

24 de outubro de 2013
Roberto DaMatta
Fonte: O Estado de S. Paulo, 23/10/2013

"O OBSCURANTISMO DO NAZILULISMO E A COVARDIA DE PARTE DA IMPRENSA". VÍDEO

Silvia Ortiz, gerente do Instituto Royal, está de parabéns! Eis uma mulher que tem a coragem de enfrentar o obscurantismo amoroso da militância e a covardia de parte da imprensa


Sílvia Ortiz é gerente-geral do Instituto Royal, que foi covardemente invadido e depredado por brucutus disfarçados de humanistas amorosos. Sílvia gravou um vídeo, que está no YouTube, em que anuncia o óbvio: o instituto continuará a fazer as suas pesquisas, até porque obedece a protocolos e está submetido ao controle dos órgãos competentes.
 
Vejam o vídeo. Vale a pena. A doutora lembra o óbvio, mas o óbvio precisa ser lembrado: quem já tomou um remédio contra dor de cabeça, gripe ou pressão alta pode estar certo de que a droga foi testada antes em animais.
 
Cada vez mais, é preciso que fique claro: não estamos diante de uma matéria sobre a qual se possa pensar isso ou aquilo, a depender dos valores de cada um. Não! Assim como o Sol não gira em torno da Terra — dá-se o contrário —, é mentira que existam métodos para testar medicamentos tão seguros quanto a experimentação em animais. Mesmo assim, é certo, as pessoas podem estar convictas do contrário ou se opor ao mérito.
 
O que elas não podem é praticar crimes para impor sua vontade, suas convicções, suas crenças. Assistam ao vídeo.
 


 
24 de outubro de 2013
Reinaldo Azevedo - Veja
 

DEPUTADO: DILMA "SUJA AS MÃOS" AO ACEITAR EXPLORAÇÃO DE MÉDICOS PELOS CASTROS

Deputado solta os cachorros em cima do programa Mais Médicos: o governo brasileiro “suja as mãos” ao aceitar exploração dos médicos cubanos pela ditadura dos Castro


O leitor Juscelino sugeriu este vídeo, com uma curta e dura entrevista do deputado de oposição Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), médico ortopedista de profissão, criticando o programa Mais Médicos, e aqui está ela. (Conheçam o currículo e o trabalho do deputado clicando aqui.)
 
Vale a pena conferir:




24 de outubro de 2013
Ricardo Setti - Veja

"AS BIOGRAFIAS, O LIVRINHO E A LESMA LERDA"

 
O que está em jogo vai muito além de bisbilhotices ou das manias de um Rei 
 
Não dá para achar que a democracia tem de escolher entre censura prévia e difamação, obrigando a engolir uma para evitar a outra. Ou entre liberdade de expressão e respeito à privacidade e à honra pessoal.
 
Não posso crer que pessoas inteligentes achem que artistas que encarnaram o melhor de nosso espírito na resistência à ditadura tenham virado censores truculentos, ou estejam a fim de tirar casquinha em ganhos alheios. Tampouco me convence que gente do calibre moral de Chico Buarque defenda mesmo que a História se baseie em biografias que devam ser aprovadas pelo biografado ou herdeiros, ou lhes pagar para poder difamar. Não faz sentido. A energia gasta nessa discussão está gerando bastante calor, mas pouca luz.
 
Nessa hora lembro de meu pai. E do livrinho, como chamava a Constituição. Quando eu era criança, lá em casa falava-se muito em consultar o livrinho. Proponho o mesmo: vamos ao livrinho.
 
Foi o que o SNEL fez, com sua Adin sobre artigos do Código Penal que estão servindo para que nossa paquidérmica Justiça seja veloz como a lebre na proibição de livros, enquanto, como a tartaruga, deixa prescrever casos de difamação pela mídia, após investigações que se arrastam como lesmas lerdas. O SNEL resolveu perguntar ao STF se isso está certo. Afinal, o que diz o livrinho?
 
Não sou jurista. Só consulto o livrinho: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.” Tudo junto, num artigo só. Então, como não se discute o direito à reparação?
 
Se uma revista semanal publicar uma mentira - como uma denúncia contra um inocente - no dia seguinte os jornais repercutem, depois o telejornal repete, mostra portas fechadas à guisa de comprovação, afirma que o acusado não foi encontrado. Após meses sem que a investigação encontre qualquer indício, o processo pode ser arquivado. Nunca o autor da denúncia terá de explicar de onde ela saiu: o sigilo da fonte é sagrado. Ninguém conhecerá os interesses escusos de quem plantou a acusação. O cidadão pode ser inocentado. Mas já estará destroçado e poucos saberão de sua comprovada vida sem mácula. O interesse jornalístico na defesa é menor. A pecha fica para sempre. Um pedido de reparação tem de correr onde se publicou o texto, uma cidade grande, com muitos processos a serem examinados por poucos juízes. Não dá tempo. Prescreve antes. Sempre a lesma lerda . Não se respeita o direito à reparação, tão sagrado quanto o da liberdade de expressão ou da privacidade.
 
O exemplo não envolve a intimidade de artistas. Mas o mecanismo é igual. E mais um bicho entra em cena: gato escaldado tem medo de água fria. Os gatos setentões querem se defender de biografias não autorizadas. Já foram chamuscados por revistas de fofocas, entrevistas deturpadas, declarações truncadas, irresponsabilidade, falta de profissionalismo. Queimados por repórteres, descontam nos biógrafos. Afinal, a meio caminho entre jornalismo e literatura.
 
Que tal exigir mecanismos de reparação eficazes? Como manda o livrinho. Não por antecipação. Mas pela rápida punição da ofensa. Tem efeito didático. Duvido que os abusos continuem se os ofensores tiverem de pagar caro por eles. Mas então a polêmica deve ir mais fundo e constatar que a Constituição não distingue os abusos praticados nas biografias dos veiculados na mídia. O que valer para um tipo de texto tem de valer para outro.
 
O que está em jogo vai muito além de bisbilhotices ou das manias de um Rei.

Ana Maria Machado é escritora e presidente da Academia Brasileira de Letras
O Globo
24 de outubro de 2013

DILMA CONTAGEM REGRESSIVA

 
(Ilustração: judeochristianchurch.com)
(Ilustração: judeochristianchurch.com)

Faltam exatos 434 dias para a presidente Dilma Rousseff encerrar seu mandato.
 
Para quem aguentou 2.923 dias de Lula, em dois lulalatos, é moleza.

24 de outubro de 2013
Ricardo Setti - Veja

A PERDA DE DINAMISMO DO PADRÃO DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA

Estratégia de crescimento divide heterodoxos
 
A perda de dinamismo do padrão de crescimento da economia brasileira reacendeu entre os desenvolvimentistas - corrente que norteou boa parte da condução da economia nos últimos anos - o debate sobre estratégias para o desenvolvimento socioeconômico do país nos próximos anos.
 
Enquanto a corrida presidencial antecipada levanta a questão da manutenção, ou não, do tripé macroeconômico, e o possível esgotamento do atual modelo de crescimento - baseado no aumento do consumo interno, por meio do maior acesso ao crédito e de políticas de transferência de renda - é discutido, algumas iniciativas para incrementar o debate no campo heterodoxo têm sido lançadas.
 
No início deste mês, a Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) fez o tema emergir durante o seu fórum de economia anual. "Uma estratégia para dobrar a renda per capita do Brasil em 15 anos?" foi a questão-chave. Na mesma semana, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que já possui um núcleo de estudos do desenvolvimento econômico, o Cede, realizou o seminário "Perspectivas para o Século XXI" e lançou o Centro de Altos Estudos Brasil Século XXI, numa proposta para reunir em torno do assunto universidades de linha similar de pensamento, como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
"São muitas questões que o Brasil vai ter que avançar pulando as pedras dos rios, como diriam os chineses. E não há uma bala de prata para resolvê-las, porque o Brasil ficou muito atrasado e as questões são muito complexas", diz Luiz Gonzaga Belluzzo, professor do Instituto de Economia da Unicamp. "Precisamos deixar maturar, fazer muito debate, não querer transformar isso numa questão partidária, porque a discussão econômica no Brasil está muito partidarizada. Parece um Fla-Flu. "
 
Em contraposição aos economistas do 'mainstream', os heterodoxos têm em comum a defesa de um papel relevante do Estado na economia. Entendem que existe uma nova configuração da economia mundial, e que não é apenas macro, da grande estrutura mundial, mas também diz respeito à microeconomia, na forma de reorganização das grandes empresas. Também concordam que há uma nova geopolítica mundial, gerada pelo aumento do poder econômico da China e por um 'modelo asiático' de crescimento de longo prazo, que pouco sofreu com a mais recente crise mundial, na comparação com outros países.
 
Apesar de revelarem pontos de convergência, os debates mostraram que há diferenças importantes entre os próprios heterodoxos, divididos hoje, principalmente, em duas correntes: os novos-desenvolvimentistas e os social-desenvolvimentistas.
 
Os novos-desenvolvimentistas defendem principalmente um câmbio flutuante, mas com uma taxa administrada. Isso significa que a flutuação seria livre dentro de uma faixa de valores. O câmbio atual deveria ser desvalorizado, de forma a dar competitividade à indústria. Já há estudos que projetam a desvalorização para R$ 2,90 por dólar. Isso porque entendem que o modelo exportador semelhante ao adotado por alguns países asiáticos pode ser benéfico às empresas brasileiras. Além disso, alguns membros têm sugerido redução nos ganhos salariais reais.
 
Encabeçada por nomes como Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV-SP), José Luis Oreiro (UnB) e Nelson Marconi (FGV-SP), entre outros, na corrente novo-desenvolvimentista, a política macroeconômica funcionaria em grande medida também como política industrial.
 
Do outro lado, há os partidários do social-desenvolvimentismo, onde se encontram nomes como Ricardo Bielschowsky (UFRJ/Cepal), Ricardo Carneiro (Unicamp, hoje no Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID), André Biancarelli (Unicamp), entre outros, que não estão de acordo com uma desvalorização muito forte do real, que poderia, segundo eles, destruir ganhos sociais conquistados nos últimos anos. Seria preciso, portanto, uma sintonia mais fina, na qual o câmbio, ao mesmo tempo que estimulasse a indústria nacional, não prejudicasse a continuidade da melhora da renda e do consumo. Além disso, defendem a existência de uma política industrial, não deixando todo o papel do crescimento do segmento exclusivamente à política macro.
 
"O Brasil precisa de novas frentes de expansão para retomar o crescimento, mas não acho que é preciso diminuir o consumo para aumentar o investimento. Uma coisa complementa a outra, não substitui", diz Biancarelli, da corrente dos social-desenvolvimentistas. Para ele, o país estaria "num impasse, em que o dinamismo gerado pelo modelo que deu certo diminuiu bastante".
 
Biancarelli discorda da avaliação de que a via externa deva ser a nova frente, como propõem os novos-desenvolvimentistas. "Não é a agenda de mais abertura comercial e nem a agenda de uma desvalorização cambial radical e diminuição dos custos de produção no país às custas do salário", afirma. Ele sugere que a expansão seja feita por investimentos na infraestrutura, especialmente em saúde, transporte e educação. "Esse é o norte: uma frente que melhore a distribuição de renda, que continue o processo civilizatório e que possa ser também uma fronteira de expansão econômica."
 
Oreiro, do grupo dos novos-desenvolvimentistas, propõe uma polêmica queda dos ganhos reais dos salários. Diz que a taxa real efetiva de câmbio do país, sobrevalorizada em 48%, enfraquece perspectivas de retomada de um crescimento mais vigoroso da economia e dificulta a reindustrialização. O real sobrevalorizado, no argumento do economista, seria inviável para a indústria manter os atuais padrões de ganho real dos salários dos últimos anos e ampliar a sua competitividade.
 
"Não é algo a ser feito da noite para o dia [...]. Estamos vivendo um momento de realinhamento das taxas cambiais no mundo, invariavelmente isso vai afetar os salários. A redução do ganho real de salários, em torno de 20%, deve ser algo para ser feito em cinco, seis anos", disse Oreiro, no seminário da FGV.
 
Bielschowsky, da UFRJ, que se identifica com o social-desenvolvimentista, diz que no debate sobre o câmbio, se situa "na coluna do meio". "Sou contra uma taxa de câmbio valorizada, que ajuda a estabilidade de preços e a melhoria da distribuição de renda no curto prazo, mas compromete a competitividade industrial, e contra, também, à ideia de forte desvalorização cambial, que, quando não impacta significativamente a inflação, ajuda a competitividade, mas o faz a custa de deterioração dos salários reais". Destaca que é "favorável a políticas de redução de desigualdades e combate à pobreza pelo fortalecimento do mercado de trabalho, como salário mínimo, formalização, e por proteção social universal, como previdência, educação e saúde, em simultâneo a políticas de desenvolvimento produtivo, como políticas industriais, de inovação, e de infraestrutura".
 
Durante o debate em Campinas, Bielschowsky afirmou que existem hoje três "motores" do investimento no país, que devem ser bem administrados em favor do desenvolvimento: amplo mercado interno de consumo de massa, perspectivas favoráveis quanto à demanda estatal e privada por investimentos em infraestrutura e forte demanda mundial por recursos naturais. Ele lançou questões que considera essenciais serem discutidas no momento, como o avanço da propriedade estrangeira, "e até crescentemente chinesa", no Brasil: "O que vamos fazer com elas? Quais serão as institucionalidades para a entrada dos estrangeiros nos recursos naturais? Quais equipamentos estão sendo usados em hidrelétricas? Quais vão ser utilizados nas obras de infraestrutura rodoviária? O que vamos aproveitar de nossa indústria nacional de bens de capital para isso?"
 
Apesar das divergências, há uma união dos heterodoxos em torno de um objetivo em comum, que é traçar uma estratégia de longo prazo para o país, acreditam os economistas. Marconi, da FGV-SP, diz que as "discordâncias ocorrem somente na margem". "Os dois grupos acham que deve haver investimentos públicos, sobretudo, melhorias em infraestrutura para o crescimento de longo prazo", cita. As divergências ocorrem, simplifica ele, porque um grupo, o social-desenvolvimentista, considera que o mercado interno vai puxar esse crescimento, enquanto o outro, o novo-desenvolvimentista, destaca a necessidade de se buscar, sobretudo, os mercados externos.
 
Para Marconi, a retomada do debate de maneira mais acentuada não guarda relação apenas com as baixas taxas de crescimento da economia nos últimos anos. "Do ponto de vista político, tem boa parte da sociedade que clama por políticas que não se preocupem apenas com inflação, mas também com políticas sociais. Há grupos na sociedade cada vez mais atentos", disse o professor da FGV-SP. "A sociedade notou que é necessária a participação do governo na economia, não no sentido de dominá-la completamente, ou de tomar todas as decisões, mas para ter uma participação importante na área social, de política públicas e em políticas de desenvolvimento. "
 
"Não sei se é um movimento político, mas cada um dentro da sua tarefa, ou no governo ou na academia, acha que tem espaço hoje para ser mais ouvido", afirma Fernando Sarti, diretor do Instituto de Economia da Unicamp, referindo-se principalmente à maior abertura dada a novas propostas pela crise de 2008. "Essa ideia de ausência de Estado na economia e de que o mercado daria conta do desenvolvimento; essa ideia de que isso levaria a um padrão internacional convergente, que promoveria o desenvolvimento, tudo desaba com a crise de 2008. Isso deu mais espaço para uma visão alternativa sobre desenvolvimento, intervenção pública, novas propostas de política", diz Sarti. "As pessoas de alguma maneira estão tentando entender essa crise e pensando em padrões alternativos."
 
Para Sarti, as manifestações de rua mostraram que a população quer mais saúde, mais transporte público, mais mobilidade. "Todos queremos, mas isso significa mais custos. E quem é que vai bancar? De que saúde estamos falando, uma privada ou uma pública? Vai haver subsídio para transporte? Não é uma questão trivial. Tudo isso que estamos falando é padrão de desenvolvimento."

24 de outubro de 2013
Vanessa Jurgenfeld - Valor

"MAS NO FUTURO"

 
O Brasil se atira no petróleo, puro carbono, mas que ainda se trata da mais eficiente e mais barata, relativamente, fonte de energia. Até quando?
 
Se no Brasil o governo Dilma deposita enormes expectativas no petróleo, na Inglaterra o governo de David Cameron aposta suas fichas na energia nuclear. A presidente, seus ministros e correligionários definiram a licitação de Libra como o início de uma nova riqueza, o petróleo sendo transformado em valores como educação e saúde, mas também gerando uma nova indústria naval e petrolífera.
 
O primeiro-ministro Cameron anunciou como um “novo amanhecer” o projeto de construção de uma usina nuclear — a primeira em 30 anos —, o caminho para garantir o fornecimento de energia elétrica, hoje em risco, e a preços menores do que os atuais, muito elevados.
 
Nos dois casos, os empreendimentos locais contam com forte participação estrangeira. Na Inglaterra, a usina será construída pela estatal francesa EDF, em associação com outra estatal, a Chinese General Nuclear Power Group. Sim, outra chinesa. No Brasil, a custosa e difícil exploração do campo de Libra será tocada por uma francesa, a Total, uma anglo-holandesa, a Shell, e mais duas estatais chinesas, em consórcio com a Petrobras.
 
Os dois governos garantem que, apesar da participação majoritária de companhias estrangeiras, haverá muito conteúdo local. Cameron diz que empresas inglesas, e seus trabalhadores, fornecerão boa parte dos componentes e serviços para a usina que, se tudo der certo, será a primeira de uma nova série. (A Inglaterra foi o primeiro país a colocar em funcionamento uma usina nuclear civil — mas não se constrói uma nova há mais de 30 anos). No Brasil, a presidente Dilma parece bem mais ambiciosa. O petróleo do pré-sal vai “criar” uma nova industria local, além de garantir boas escolas e hospitais.
 
Nos dois casos, os governos se baseiam em contas e estimativas que vão longe, para além de 35 anos, mas parecem muito seguros. Na Inglaterra, Cameron detalha números de criação de empregos — 25 mil só na obra — e de tarifas. No Brasil, o governo detalha, por exemplo, o dinheiro que será destinado à educação, via royalties: nada menos de R$ 638 bilhões ao longo de 35 anos.
 
Como se percebe, energia é uma preocupação global e será atendida globalmente, por associações de empresas de diversos países, estatais e particulares. E parece que os chineses estão no amanhecer de muita gente. De fornecedora de produtos baratos, a China vai ocupando o papel de grande potência, já fortemente atuante em energia, de qualquer tipo. Suas companhias estão no petróleo brasileiro (e latino-americano), forçam a entrada na energia nuclear na Inglaterra, onde pretendem ganhar o certificado que abra as portas da Europa, são dominantes no mercado europeu e global de painéis para energia solar, dominam a fabricação de turbinas para captação da energia dos ventos, sabem fazer hidrelétricas há muito tempo, e por aí vão.
 
Um fato do mundo de hoje e do futuro: a atuação global dos chineses — que alguns já descrevem como o novo imperialismo. Será?
 
A verdade é que isso depende de muitos arranjos econômicos e políticos ainda em andamento no mundo todo. E de como cada país se colocará.
 
Na Inglaterra, por exemplo, há um grande debate estratégico: será correto retomar as usinas nucleares? Sim, diz Cameron, para manter a Inglaterra como um dos países “mais verdes do mundo”. As regras ambientais por lá são tão rigorosas que, no momento, criam dois problemas graves: falta de investimento e tarifas caras. Cameron acha que pode destravar isso com a volta da energia gerada por usinas nucleares, claro, consideradas superlimpas e seguras, nas versões mais modernas.
 
Mas o debate segue — por que não as turbinas eólicas no mar? — e tem de passar pelos órgãos de controle europeu, o que indica que ainda há muita conversa pela frente.
 
Já no Brasil, o governo Dilma se atira no petróleo, puro carbono, mas que ainda se trata da mais eficiente e mais barata, relativamente, fonte de energia. Até quando? Sim, a pergunta vale porque o mundo todo está pesquisando e trabalhando sobre formas variadas de geração de energia. Sem contar as dificuldades tecnológicas da exploração do pré-sal.
 
Acrescentem aí o componente geopolítico e mais as surpresas que a historia das inovações sempre apresenta, e se verá como fica difícil estimar preços, segurança de fornecimento e qualidade ambiental quando se pensa na energia daqui a tantos anos.
 
Claro que os governos devem se ocupar de lançar as bases para o futuro. Ocorre que muitos, ao enfrentarem dificuldades na gestão do presente, se atiram para o futuro, que aceita qualquer projeção.
 
Para dar só dois exemplos. Na Inglaterra: as tarifas de energia elétrica estão em alta neste mês e subindo mais que a inflação. E Cameron promete preços menores lá na frente. No Brasil, já se gasta muito dinheiro na educação, muito mesmo, e os resultados são ruins. Ah! Mas quando vier o dinheiro do pré-sal...

24 de outubro de 2013
Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Governo manobra para que CVM arquive processo por abuso de poder controlador na Petrobrás


O Capimunismo petralha está em polvorosa! A Presidenta Dilma Rousseff, seu indesejado ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, estão tensos com ações administrativas e, provavelmente, judiciais, movidas por acionistas minoritários da Petrobras. BNDES, BNDESpar e os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef têm prazo limite até segunda-feira que vem, dia 28, para comprovarem que não houve irregularidades e manipulação nas eleições para os conselhos de administração e fiscal da Petrobras, em 2011 e 2012.
 
Na equipe de Mantega, que é presidente do conselho de administração da Petrobras, a aposta é que o caso acabe arquivado, com algum acordo na Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado de capitais no Brasil. O governo tenta jogar com o atenuante de que, na Assembleia Geral da Petrobras, em abril de 2013, foi eleito um representante dos minoritários entre os 10 membros do conselhão: Mauro Rodrigues da Cunha, presidente da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que é crítico da distorcida governança corporativa na empresa.
 
Acionista majoritário da estatal de economia mista, o desgoverno Dilma corre o sério risco de ser condenado pela CVM por “abuso de poder controlador” por interferência direta na indicação de conselheiros da Petrobras, nos anos de 2011 e 2012. Nos bastidores da CVM, já circula a informação de que são intensas as pressões para que o caso seja abafado na Superintendência de Processos Saneadores. O malabarismo é para que seja viabilizado um acordo, e a CVM encerre o caso.
 
O maior temor do governo é que, se a CVM julgar procedente a queixa dos investidores, processo idêntico também possa ser aberto na SEC (Security ans Exchange Comission), a “CVM dos EUA”, já que a Petrobras é cotada na Bolsa de Nova York. Pior ainda, se isso acontecer, o problema fatalmente irá parar na Justiça brasileira e norte-americana. O maior alvo dos acionistas é o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, apontado pelos minoritários como responsável, nos bastidores, pela ingerência do governo na Petrobras.
 
Os investidores acionaram a CVM acusando o BNDES e os fundos de pensão de indicarem conselheiros indicados pelo governo, e não avalizados pelos acionistas minoritários. Os casos concretos são os dos empresários Josué Gomes da Silva e Jorge Gerdau, além do executivo Fábio Barbosa (hoje no grupo Abril, mas que atuou no conselho da Petrobras quando presidia o Banco Santander). Em 2011 e 2012, os minoritários reclamaram, formalmente, que foram atropelados pelo poder de pressão do governo na Petrobras.
 
Mesmo surfando na demagógica onda do entreguismo do campo petrolífero de Libra, com a Petrobras agora garantindo que tem R$ 6 bilhões para investir no negócio, sem precisar recorrer a um aumento da gasolina para melhorar o caixa, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, tem imensa preocupação com o processo movido na CVM. A torcida chapa-branca é para que ocorra a “normalidade”, e tudo acabe na costumeira pizza. 
Investidores contrariados, no entanto, ainda podem apelar para a SEC norte-americana – que é o maior temor do governo e da Petrobras, ainda mais nos tempos de contos de fadas sobre o lendário pré-sal (que exigirá centenas de bilhões de dólares em investimentos, sem o domínio completo de uma tecnologia de exploração e sem se ter a certeza de que o custo vai compensar, diante da futura cotação do petróleo em um mundo que deve mudar a matriz energética para outras fontes mais baratas que o velho ouro negro dos séculos 19 e 20.
 
Apure-se e Depure-se
 
Salvem as galinhas
 
 
Se a moda pega...

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
24 de outubro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.