"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

GOSTEI...



 

FHC: "Vejo que a Justiça começa a se fazer. Aqueles que foram alcançados por ela tentaram transformá-la num instrumento de sua própria história, de uma revolução que não fizeram e, em nome de ideais que não cumpriram, querem descumprir a Constituição.
Aqueles que hoje exercem o papel maior da República não souberam honrar a confiança que o povo depositou, transformaram-se em negocistas e em nome de transformar o Brasil, transformam suas próprias vidas".
 

O GRANDE CHEFE AMEDRONTADO...




De um presidente amedrontado e encurralado pelas denúncias, que chegou a pedir desculpas ao povo brasileiro, ao político arrogante, que insinuou ter revelações nunca feitas sobre o caso, Lula oscilou e oscila até hoje enquanto espera o momento apropriado para deslanchar a campanha pela manutenção do poder petista, que é o que realmente lhe interessa.

Se a reeleição da presidente Dilma for o caminho mais natural para essa eternização no poder, lá estará Lula para comandar a campanha. Mas se for preciso entrar em campo para garantir o poder petista, Lula não se furtará à missão. Há vários indícios, que se acumulam, de que ele já está com a mão na massa para assumir a tarefa, diante da estagnação da presidente Dilma nas pesquisas eleitorais.

Mesmo favorita, ela parou em torno dos 40% de preferência há alguns meses, e esse é um sintoma de que pode ter atingido seu teto.
Nunca é demais lembrar que por esta época, na eleição de 2010, o então governador de São Paulo, José Serra, estava na frente das pesquisas com os mesmos 40% de preferência
 
 
20 de novembro de 2013MERVAL PEREIRA

PT FAZ BALANÇO DAS PRISÕES

 


Nos bastidores, ele e a presidente Dilma fazem um balanço das consequências políticas das prisões e concluem que no final foi bom que saíssem ainda em 2013, pois quando começar o período de campanha eleitoral o assunto já estará ultrapassado e não afetará a campanha de reeleição de Dilma.

É assim, entre o pragmatismo eleitoral e a esperança insinuada de que uma hora Lula revelará verdades sobre o mensalão, que o PT vai levando a vida no poder.

Quem se der ao trabalho de fazer uma pesquisa sobre as reações de Lula no curso desse processo, que começou em 2005 com a denúncia de Roberto Jefferson, vai constatar que o ex-presidente nunca teve muita convicção sobre como enfrentar as denúncias contra o PT
 
20 de novembro de 2013
graça no país das maravilhas

ESTRATÉGIAS PARA A INTERNET


O governo precisa atualizar a legislação e reduzir a excessiva tributação dos serviços de telecomunicações


O furor sobre o Marco Civil da internet no Brasil e as revelações de Edward Snowden quanto à espionagem sistemática praticada pela NSA trouxeram a internet às manchetes. Mas estas controvérsias não enfocam as principais questões que devem ser debatidas. Por que a internet veloz é fundamental para o desenvolvimento do Brasil no século 21? Por que os serviços de internet e telefonia móvel custam mais e têm menos qualidade do que em outros países? O que se pode fazer e o que está sendo feito para melhorar esses serviços e reduzir os custos ao consumidor?

A importância é estratégica. Hoje a internet é uma infraestrutura crítica da economia cada vez mais globalizada baseada no conhecimento. Outras tecnologias avançadas, como biotecnologia e nanotecnologia, dependem das tecnologias de informação e comunicação (TICs), especialmente da internet. Estratégias para realizar o enorme potencial dessas tecnologias tornaram-se fundamentais para determinar a competitividade de indivíduos, empresas, cidades e nações. Surfar nessa onda tecnológica significa dar um salto à frente de competidores que não adotam tais estratégias. As TICs permitem reduzir custos em toda a economia, transformar instituições, enxugar o Estado e facilitar a participação política.

Velocidade e qualidade são deficientes. Três fatores contribuem para o alto custo de serviços de telecomunicações no Brasil: tributação excessiva (as telecomunicações têm a maior carga tributária de todos os setores), altas taxas para interconexões e regulamentações sobre uso de componentes nacionais. Os serviços, especialmente os móveis, são insatisfatórios, com a frequente queda de conexões e relações deficientes com os consumidores.

O que fazer? O governo precisa atualizar a legislação e reduzir a excessiva tributação dos serviços de telecomunicações. Não é admissível que, no limiar de uma nova era dominada pela internet e pela telefonia móvel, a Lei Geral das Telecomunicações mantenha o anacronismo de priorizar a telefonia fixa. Taxas e impostos elevados, embora fáceis de recolher, são regressivos, contrários ao objetivo de inclusão digital e podem até encolher a receita. Tais cobranças limitam o poder da tecnologia digital de reduzir desigualdades e acelerar o desenvolvimento.

A única tentativa oficial de elaborar uma estratégia nacional para aproveitar a capacidade transformadora das TICs foi um relatório intitulado “Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil”, de 2000, escrito por uma equipe do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiado por centenas de especialistas. O documento propôs ações de planejamento, execução e monitoramento do plano. Nunca foram implementados. Em 2010 o Governo Lula lançou o Programa Nacional de Banda Larga, para melhorar a essencial infraestrutura de fibra ótica. Mas o Brasil continua carecendo de uma estratégia nacional mais abrangente para a transformação que impacta todos os setores e evita políticas não coordenadas e até contraditórias. É urgente elaborar e implementar essa estratégia.

EMISSÕES DO SETOR ELÉTRICO - ALVO ERRADO

 

ERRO DE CONCEITO

 
 

No Congresso, há um amplo entendimento de que o velho padrão de financiamento da política — em bom português, o saque aos cofres públicos por meio do superfaturamento — está esgotado. Cada vez mais, a burocracia encarregada de zelar pelos recursos públicos — destaque para o Ministério Público, a Receita Federal e a Polícia Federal, que ganharam autonomia com a Constituição de 1988 — aumenta o grau de eficiência de seus mecanismos de controle e de investigação. O risco que isso traz aos políticos que desviam recursos públicos para campanha é cada vez maior. A velha diferença entre quem formava patrimônio e quem gastava o dinheiro na campanha já não faz o menor sentido. Além disso, a Lei da Ficha Limpa e o desfecho da Ação Penal 470 mostram que a impunidade para esse tipo de prática acabou.

 
20 de novembro de 2013
Luiz Carlos Azedo, Correio Braziliense

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

               ESTAMOS JUNTOS...ROUBANDO 


20 de novembro de 2013

GRANDEZA DOS ADVOGADOS

           
Filme sobre a vida de Sobral Pinto relembra período em que profissão contava com mais simpatia das pessoas


O major bateu na porta do quarto do hotel. Quem abriu a porta --estamos em pleno regime militar-- foi o advogado Sobral Pinto.

Tenho ordens, disse o major, para levá-lo preso. O velho Sobral não se intimidou. O senhor tem ordens de um general, disse ele. Entendo que um major obedeça a um general. Mas --e o homenzinho se exaltou-- eu é que não obedeço a ordens suas!

"Preso coisíssima nenhuma!", explodiu o advogado. Ou melhor: "prejo coijíssima nenhuma", terá dito, com as gengivas de quem já tinha mais de 70 anos naquela época.

No comício das diretas da Candelária, em 1984, a mesma vozinha trêmula recitou para centenas de milhares o primeiro artigo da Constituição: "Todo poder emana do povo e em xeu nome xerá ejercido". Sobral Pinto estava com 90 anos.

Um documentário sobre ele entrou em cartaz faz pouco tempo; o Espaço Itaú Frei Caneca exibe-o num único horário, às 18h30.

Dirigido por Paula Fiuza, neta do jurista, o filme é uma oportuna homenagem a um dos cidadãos mais corajosos e íntegros da história republicana. Íntegro demais, talvez, para um documentário completo.

Bem que, no filme, tenta-se mostrar algo que contradiga a imagem do paladino constitucional.

Era passional, desequilibrado, injusto até a medula quando ouvia no rádio um jogo de futebol, contam os parentes. Não ia nunca aos estádios, contudo. Católico das antigas, puniu-se até o fim da vida por ter tido um caso extraconjugal, há muito sepultado, mas nunca esquecido.

Haveria aí bom material para uma obra de ficção: o advogado que luta pelos clientes, que os tira da cadeia, que consegue absolvições, nunca perdoou a si mesmo, nem foi totalmente libertado de suas culpas.

O assunto é abordado de passagem, entretanto, num filme que se concentra, para uso das gerações mais novas, no exemplo incontestável de coerência civil que foi a vida de Sobral Pinto.

Faltam imagens, claro, de épocas mais remotas. Quase só vemos o velhinho de chapéu preto e guarda-chuva. Há fotos, contudo, da atuação de Sobral Pinto quando foi defender Luís Carlos Prestes, encarcerado pela ditadura Vargas.

Como se sabe, o advogado, já com seus 50 anos, invocou a recém-criada Lei de Proteção aos Animais para garantir condições mais dignas ao líder comunista. Talvez tivessem, os dois, algo em comum.

É verdade que Prestes, seguindo a linha do partido, passou a apoiar Getúlio logo em seguida. Podia ser uma contradição do ponto de vista pessoal, coisa praticamente desumana quando se pensa que Getúlio mandou a mulher de Prestes, grávida de sua filha, para morrer num campo de concentração nazista.

Seja como for, estava em jogo uma mesma firmeza de propósitos, uma mesma teimosia, um mesmo sacrifício que, no caso de Prestes, nos horroriza, mas no caso de Sobral Pinto causa admiração. A longevidade desses dois gêmeos, desses dois opostos, talvez se explique um pouco por aí.

Durante a ditadura militar, observa com razão o historiador José Murilo de Carvalho, era provavelmente mais fácil fechar o Congresso do que prender Sobral Pinto. A fragilidade, assim como a velhice, tem suas compensações, e podemos sempre esperar que, em alguns casos, até a truculência tenha seus limites.

Foi o que permitiu, por exemplo, que alguns advogados conseguissem vitórias, obviamente reduzidas, até mesmo em momentos de furiosa repressão militar. Adversários do regime eram presos sem nenhuma ordem judicial, levados sabe-se lá para onde, e submetidos à tortura.

Juridicamente, aquilo era mais um sequestro do que uma detenção. O mecanismo do habeas corpus teve de passar praticamente por uma pirueta interpretativa, pelo que conta um advogado ouvido no filme. Em vez de ser um recurso para libertar o preso, foi usado para que, ao menos, os familiares pudessem localizá-lo --e para que o regime admitisse, oficialmente, tê-lo agarrado sem nenhuma formalidade legal.

Tratava-se, numa palavra, de baderna, feita por militares em nome da ordem e da luta contra a subversão. Memorável, a esse respeito, a frase de outro jurista, acho que Pontes de Miranda, que se recusava a comentar o AI-5, por uma razão bem simples: "o Ato Institucional número 5 não existe".

A beleza, a coragem, o sentido da profissão de advogado saem fortalecidos de "Sobral - O Homem que Não Tinha Preço". O filme vem a calhar hoje em dia.

Durante as ditaduras, há advogados que são verdadeiros heróis. Num regime democrático, quando o lado acusador muitas vezes tem mais razão, o advogado não conta com tanta simpatia.

Ganha mais dos seus clientes, mas paga um preço mais alto. Parece obstáculo, e muitas vezes é, a uma justa punição. Não importa; sem a sua presença, ninguém poderia dizer que a punição foi justa de fato.
 
20 de novembro de 2013
Marcelo Coelho, Folha de SP

A GRANDILOQUÊNCIA


A melodia do nosso Hino Nacional é muito bonita, mas a letra ainda me constrange, como tudo o que é grandiloquente: não me acostumo com tanta retumbância, margens plácidas, raios fúlgidos, impávido colosso. Aos primeiros acordes, me levanto respeitosamente onde quer que esteja e até cantarolo se estiver num dia de bom humor, mas, internamente, suplico: “Menos, menos...”.

Não porque me falte ufanismo – na verdade, falta, mas não é essa a questão. É que fico envergonhada diante de situações, eventos e principalmente de pessoas que levam tudo tão a sério. É muita pompa para pouca circunstância. A vaidade excessiva é a maior inimiga do homem, mas muitos flertam com ela sem se darem conta do ridículo.

O poeta Fernando Pessoa declarou que toda carta de amor é ridícula porque, claro, os apaixonados são grandiloquentes. A grandiloquência é inerente ao amor, no entanto, o amor só é ridículo quando se trata da paixão dos outros – se o amor for por nós, nunca parecerá um vexame.

A arte também abusa da grandiloquência porque é da sua natureza transcender. Alguns pintores são grandiloquentes, a música clássica é grandiloquente, e até mesmo canções pop se valem, de vez em quando, de um certo tom triunfal quando desejam causar efeito, caso do Queen ao gravar Somebody to Love e outras canções com coro e arranjos épicos, e a exemplo também de We Are the Champions, a escolhida para toda cerimônia de formatura – garantia de lágrimas dos familiares na plateia. O U2 também simpatiza com a grandiloquência, tanto que chamou Pavarotti para fazer parceria na bonita Miss Sarajevo.

E o que dizer de Another Brick ih the Wall, do Pink Floyd? Diante de tanta potência, a bossa nova pia fino, ela que é tão sussurrante e reservada.

Porém, fora do showbiz, dos palcos, das óperas e dos museus, a grandiloquência é forte candidata a cafonice. Estão aí os discursos intermináveis, cheios de retórica e ignorando a plateia bocejante. O uso de joias e maquiagem em quantidade abusiva, caracterizando as peruas alérgicas a batas de algodão e chinelinhos de dedo. As casas decoradas como se fossem castelos da imperatriz Sissi. As limusines pretas e, pior, brancas! – a não ser para fazer farra com os amigos num dia específico e olhe lá. Brigas escandalosas de casais em lugares públicos. Qualquer escândalo, aliás.

Grandeza e grandiloquência não são parentes, nem mesmo primos em terceiro grau. O DNA de um não tem nada a ver com o DNA do outro. Apenas os nomes são parecidos. Um é João, o outro é Jonathan.

Grandiloquência é parente, isso sim, da inconsistência. O excesso que confirma que algo está faltando.

A INVERSÃO DA EQUAÇÃO


RIO DE JANEIRO - Era comum nos velhos filmes americanos: o vigarista, depois de dar um golpe na praça, fugia para o Rio. A cena final o mostrava feliz da vida, de camisa havaiana, tomando um drinque colorido, de guarda-chuvinha, e cercado de nativos, morenas e araras. O Rio queria dizer o Brasil. Segundo eles, éramos um refúgio seguro para bandidos. Não que não fosse verdade --vide o inglês Ronald Biggs, que assaltou o trem pagador, veio para cá e passou entre nós os melhores 31 anos de sua vida.

Mas há muito a equação se inverteu. Agora são os golpistas brasileiros que fogem para a Flórida, a Europa e até para o Oriente Médio. O inesquecível PC Farias, o banqueiro Salvatore Cacciola, a fraudadora da previdência Jorgina de Freitas e o médico estuprador Roger Abdelmassih foram só alguns que se escafederam nas barbas da Polícia Federal. A eles junta-se agora o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que se mandou para Roma.

Pizzolato seguiu um "script" dos mais previsíveis: saiu de seu prédio à noite, passou olimpicamente pelo porteiro, viajou de carro milhares de quilômetros e, talvez no porta-malas e com um cobertor por cima, cruzou a fronteira pelo Paraguai. Do qual voou para a Itália, onde desceu como italiano, a salvo de extradição. Mas mesmo uma operação simples como essa não se faz sozinho, nem de graça. Seria didático descobrir quanto lhe custou, quem o ajudou e de onde saíram os recursos.

Como Pizzolato não poderá deixar a Itália, e sabendo que uma "bruschetta" em Roma está pela hora da morte, seus amigos no Brasil se preocupam com sua subsistência. Se não for contratado por um insano banco italiano, terá de vender berinjela na feira livre do Campo de Fiori para se manter.

A não ser que lhe tenha sobrado um troco dos R$ 73,8 milhões que desviou no mensalão.

 
20 de novembro de 2013
Ruy Castro, Folha de SP

GASTOS PÚBLICOS E ELEIÇÕES

 

As últimas semanas têm trazido com destaque a encruzilhada em que se acha o governo Dilma e a preocupação dos setores mais representativos da economia em relação aos frustrantes resultados que se desenham do déficit fiscal em 2013.

O governo federal abriu descontroladamente a torneira das benesses, sem o necessário cuidado com a geração de recursos para provê-los, e agora se vê oprimido para decidir no que cortar, sem os riscos que ameacem o apoio popular que busca nas próximas eleições.

Na realidade, não há mais o que se oferecer sem grave repercussão e comprometimento dos já escassos recursos de caixa e o que está feito não se mostra suficiente para viabilizar sem dúvidas a reeleição da presidente Dilma e de sua base de sustentação.
 
O ministro Mantega, um técnico que nunca demonstrou força política suficiente para conter o festival de ofertas da agenda eleitoral dos partidos da base de apoio, colocou na mesa os meios de que dispõe: imediato endurecimento dos critérios de pagamento do seguro desemprego e do abono salarial e programas que custarão neste ano fiscal o valor de R$ 45 bilhões, quase 16% superior ao do ano de 2012.

A revisão do programa de renúncia fiscal certamente afetará as vendas da indústria automotiva e dos produtos da linha branca. Há uma unanimidade no entendimento de que é necessária a revisão e endurecimento do programa de seguro desemprego, especialmente para se conter a fraude comum no seu recebimento. Milhares são os que simulam a situação própria para embolsá-lo e são esses que o programa quer brecar.

Além dessas medidas, Mantega quer também que o governo dificulte a ampliação dos custos da folha de salários, cujo crescimento não corresponde à melhoria dos serviços e à presença do próprio Estado onde sua atividade é genuína e gritantemente reclamada pela população.

MAIS MÉDICOS

O programa Mais Médicos, tirado da cartola para responder aos protestos das ruas que tumultuaram o país desde junho, contabiliza uma grande decepção, especialmente porque se importou de Cuba e de outros países uma produção, quando não de profissionais de baixa qualidade, que padece de longa e demorada adaptação para atendimento das demandas brasileiras. Mais médicos e mais problemas, quando nossas carências vão muito além: está mais reafirmado que precisamos de recursos bem aplicados e de rigorosa gestão dos mesmos.

O mesmo resultado está na educação e na segurança, demandas pouco afetadas com a engorda da folha de salários. Continuamos com o mesmo nível de carências e desatenção por parte das políticas públicas. Não se fala em se conter o desperdício, em se coibir e punir a corrupção descarada, a perda de tempo e a ineficiência.

Nosso improviso e a falta de planejamento estão claramente demonstrados pela preocupação do ministro Mantega que só agora, no penúltimo mês do exercício fiscal, manifesta-se incomodado com o descontrole das contas públicas. No Brasil nunca se conseguiu construir caminhos diferentes para fazer conviverem o rigor da gestão pública e a batalha eleitoral. De começo, banir a reeleição certamente já seria uma boa meta.

(transcrito de O Tempo)

20 de novembro de 2013
Luiz Tito

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

A importância do 5 de abril no futuro de Joaquim Barbosa. A exibição, a obsessão e a ambição, tudo que contaminou ou compartilhou o processo do mensalão. A prisão no Dia da República, premeditada? Hoje, Dia da “Consciência Negra”, escuridão total



Parece que não existe outro assunto. Esse processo que começou estridente como mensalão e vai caminhando carinhosa, curiosa e contraditoriamente como “Ação 470”, é realmente muito importante. Mas não a ponto de ser tratado como fato único e intransferível. “Existem muito mais coisas entre o céu e a terra do que imagina a nossa vã filosofia”.

Apesar do embalo (provocado) das condenações, das prisões, das execuções, tudo isso está longe de ter chegado ao fim. E ainda estamos distantes do fim verdadeiro. Mais longe das modificações colaterais, que existirão, analisemos não o processo e sua quase conclusão (e também premeditação) .
E sim aquele que surgindo do nada, se transformou (por premeditação?) no mais excepcional personagem individual destes 124 anos da República, que não é a dos nossos sonhos.

O ESTRATEGISTA DE NOSSA SENHORA

Em vez de mensalão, Ação 470, o maior julgamento de corrupção da História só deveria ter uma identificação: processo Joaquim Barbosa. Enquanto era apenas relator, foi conduzindo a tramitação com a importância relativa do cargo e os privilégios e superioridades que recebia. Mas com data marcada, assumida e consolidada: a posse como presidente do Tribunal, acumulando com a condição de relator.

Como os ministros (e todos os outros funcionários de qualquer nível) aos 70 anos têm que sofrer o que se chama de “expulsória”, Ayres Brito, presidente, tinha data para sair. E Joaquim Barbosa, vice, com a mesma data para entrar, pois a presidência é exercida por rodízio. Essa data e essa presidência-cumulativa, importantíssimas para Barbosa.

Não pela visibilidade que o exercício dos dois cargos proporciona, mas por tudo o mais que é alavancado pela exposição em todo tipo de mídia, a claridade que o holofote projeta sobre qualquer cidadão.
Ainda mais, um cidadão que, além de relator do mais volumoso processo da História, preside e decide sobre o que ele mesmo relata. E pode comandar a estratégia capaz de levá-lo e elevá-lo ao único cargo mais importante do que o do presidente do Supremo Tribunal Federal.

JOAQUIM: O INVENTOR DE PALAVRAS

Assim que foi sorteado relator do mensalão (isso lá longe), Joaquim Barbosa começou a ser identificado, mas não desvendado. Suas principais referências ditatoriais começaram com a “invenção” (vá lá, popularização) de palavras que existiam, mas eram desconhecidas e ignoradas pela não utilização.

O plenário (e a comunidade de favelados jurídicos) levou um choque quando ouviu Joaquim Barbosa, sem consultar ninguém, dizer que o processo seria F-A-T-I-A-D-O. Foi  motivo de gozação.
Os outros ministros não perceberam que era um golpe de mestre, como aconteceu no excelente filme com Paul Newman, com o mesmo título.
Demoraram a entender, Joaquim Barbosa já empolgara o país todo com a popularização de outra palavra, retirada dos escombros do vernáculo:
D-O-S-I-M-E-T-R-I-A.

(Até muitos sábios em Direito da Fundação Getulio Vargas, que dominaram as análises quase sempre pretensiosas a respeito do processo, ficaram desconcertados. Já estavam desconcertados em “ensinar” legitimidade, legalidade, credibilidade, humanidade, e condenar irregularidade, trabalhando numa instituição que carrega o nome do mais duradouro ditador individual da nossa História.)

Ainda antes da presidência sem obstáculos e apenas com objetivos, Barbosa fulminou a todos e mostrou suas intenções, com uma frase: “Vou dividir o julgamento em sete itens, para facilitar”. Ninguém divergiu. A impressão é que os ministros não tinham cacife, a não ser para concordar. E concordaram, com as exceções previsíveis e confirmadas.

“GENIAL”: AS PRISÕES NUM 15 DE NOVEMBRO, APROVEITANDO O FERIADÃO DA REPÚBLICA

Como já deixei bem claro que só quero examinar o personagem principal, seu futuro e a consequente ou inconsequente repercussão para o país, essas decisões são mais importantes. E posso até chamar de “GENIAL” a desumanidade de encaixar os condenados nesse 15 de novembro, que para efeito de crueldade, durou 5 dias.

Começou no julgamento de quarta-feira passada, atravessou a quinta, sexta, sábado e domingo, todos sabem que depois do feriadão, o país só tem vida na segunda. E se essa ou essas vidas fossem colocadas em perigo, afinal, nada é eterno, pode acontecer até mesmo a tão apregoada, desejada e proveitosa R-E-N-O-V-O-L-U-Ç-Ã-O.

O próprio Joaquim Barbosa comunicou a ministros da sua maior intimidade ou predileção: “Estou trabalhando intensamente, dia e noite, para a execução das penas”. Nada disso, “menos” verdade de Sua Excelência. Era facílimo decidir. Quem foi condenado de 4 a 8 anos, regime semiaberto. Passando de 8, fechado. Menos de 4, domiciliar ou alternativo. Qual a dificuldade?

Falou também: “Tenho que examinar o que fazer com os condenados que só tiveram dois votos e entraram com embargos infringentes”. Ora, Barbosa se diz inflexível. Então, como o regimento interno do próprio Supremo é bem claro, nenhum problema, a decisão é automática.

BARBOSA NÃO FICOU EM BRASÍLIA, FOI PARA O RIO, DOMICÍLIO ELEITORAL

Na quinta-feira pela manhã, véspera do “feriadão”, o presidente do Supremo veio para o Rio. Ele mora e trabalha em Brasília, mas vota e pode ser votado, se for o caso, no Estado do Rio. Em Brasília, sua repercussão e “presença” na mídia vista, lida e ouvida, estava garantida. Tratou de cuidar que se estendesse até o Rio.

Andou por lugares nunca dantes navegados, passeou pelo famoso Jardim de Alah, de “bermudão”, acenava para as pessoas, que retribuíam. Embora, reconheçamos, muitos iniciavam o cumprimento. Andou em locais tidos como populares, com um boné esportivo, só não teve coragem de usá-lo ao contrário, como fazem os mais jovens.

Foi almoçar num clube dos mais reacionários e racistas do Rio, sempre sozinho, não quer dividir o foco e a foto com ninguém. Não é sócio, não deixaram que pagasse. É aquele clube que só permite a entrada de babás se estiverem uniformizadas. Saiu satisfeitíssimo, jantou no restaurante mais caro do país, teve que pagar, não se incomodou. Seus problemas não começam nem terminam aí.

(Enquanto fazia turismo na antiga capital, as irregularidades se acumulavam. Mesmo distante, sabia de tudo, deixou que o Supremo fosse atingido. E os presos, também, pois foram aprisionados mais duramente. Foi Barbosa que alavancou os protestos dos presos e seus advogados.

Nem falo de Genoino, operado há poucos meses, que está em riscos graves. No Brasil não existe PENA PERPÉTUA. Joaquim, por conta própria, instituiu a PENA DE MORTE. Na História do mundo, mortes suspeitas ou inesperadas têm criado enormes problemas.
Sem condenação ou absolvição, essas ficam para os presos julgados: tudo o que está acontecendo, até a fuga do Pizzolato, coloquem na conta de Joaquim.)

OS MENSALEIROS ESTÃO NA CADEIA. BARBOSA, PRESO AO 5 DE ABRIL DE 2014

Já disse, não quero examinar o mérito da Ação 470, que já foi mensalão. Escrevi muito, examinei demoradamente, analisei profundamente. E ainda sobrará bastante tempo. Nem a competência do Dr. Béja pode indicar ou assinalar o fim de tudo isso. As coisas estão muito complicadas, cada um pode expor suas ideias, menos prever ou adivinhar.
 
E essa incerteza pode facilitar qualquer conclusão, para um lado ou para outro. Esclarecendo, sem provocação, comprovação ou contradição, Joaquim Barbosa tem a oportunidade e a possibilidade de não terminar a carreira como magistrado. Ou como Rui Barbosa definia o presidente do país: “É o Primeiro Magistrado do Brasil”.
 
Não depende só dele. Precisa pertencer a um partido. Qual? Sua atuação a partir do mensalão não permite dúvidas: ele é contra todos, mas tem que ressalvar pelo menos um, para a filiação. E será convidado ou se convidará? Impossível dizer.
 
Se precisar, tem o PSD à disposição. Quando Kassab afundou o partido, explicou publicamente: “Não somos de esquerda, de centro ou da direita”. Puxa, é o partido do Joaquim.
 
A OPÇÃO DE JOAQUIM, SEM INDECISÃO, SÓ DURAÇÃO
 
A partir de agora, não levem em consideração qualquer coisa que for afirmada ou negada, tem que ser confirmada. Isso leva tempo, de hoje ao terceiro mês de 2014. As vantagens de uma candidatura presidencial de Joaquim, muito grandes. Não falo nem calculo vitória, mas sim competição. Tudo leva à confirmação da tentativa da mudança de endereço, de dia no Planalto, de noite no Alvorada.
Se decidir disputar, tudo pode se realizar. Se não concorrer, seu período na presidência do Supremo terminará em novembro de 2014, exatamente com outra eleição ou até reeleição. Sem ele? Derrotado para presidente da República, terá ainda um resquício de prestígio. Se passar a presidência a Lewandowski, e com a relatoria terminada, restará o desperdício de um futuro que poderia ser outro. Ele mesmo pensará assim.
 
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PS – Não é escolha ou opção, apenas destino. Antes dos 60 anos, terá desperdiçado o suposto futuro como presidente da República. Sem a presidência da República e sem o mensalão,  restará apenas o ostracismo. E não saberá se é um ostracismo aberto ou semiaberto.
 
PS2 – Na certa, será um isolamento e um ostracismo fechado, ninguém o verá. Existe segundo turno de OSTRACISMO?

20 novembro de 2013
Helio Fernandes

NO FACEBOOK, O HUMORISTA DANILO GENTILI SOLTOU O VERBO SOBRE CORRUPÇÃO DO PT

Danilo Gentili Júnior é um humorista, escritor, cartunista, repórter, empresário e apresentador brasileiro.

Gentili faz parte da nova geração de humor, a da stand-up comedy. Vale a pena ler seu desabafo político, feito através do Facebook e que está fazendo muito sucesso na internet.
Mário Assis

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VOCÊ VAI ENGOLIR ISSO???

Se o texto fica extenso no Facebook é chato pra ler. Então serei bem objetivo, OK? Tem hora que você precisa chamar as coisas pelo nome.

1) Quando ficou comprovado todo esquema de corrupção, o PT, diferente de outros partidos, não expulsou Genoíno, Zé Dirceu, Paulo Cunha, Delúbio e cia. Ao contrário.
Abraçou-os ainda mais. Se esses caras são criminosos condenados pela Justiça e ainda são membros do PT, significa que o PT concorda com os crimes desses caras, admite criminosos entre seus membros e portanto é uma instituição criminosa.
A juventude do PT fez um jantar para arrecadar fundos para os mensaleiros. Eles amam ou não esse caras que cometeram crimes contra você? Após a prisão, o próprio Lula ligou pros caras e disse: “Estamos Juntos”. Ele é ou não um comparsa? Você vai engolir isso?

2) O sentimento de vergonha alheia ao ver Dirceu com sorriso amarelo e Genoino quase se cagando tentando manter a dignidade (coisa que não conseguiu) ao fazer aquele gestinho comunista patético, foi diametralmente substituído por enorme regozijo ao constatar que todo mundo cagou para a tentativa de imprimirem alguma pose heróica ao serem presos. Os caras fizeram o gesto “sagrado” entre assassinos e genocidas do nacional e do internacional socialismo.
E esse gesto “sagrado” está, até agora, sendo amplamente profanado e ridicularizado pela internet, ultrapassando em milhas e milhas qualquer mensagem de apoio aos mesmos. Isso deixa claro que num ambiente realmente livre esses caras não são respeitados, suas ideologias são abominadas e a rejeição ao que eles planejam é gigantesca.
Na internet, um ambiente que respira liberdade, fica nítido que esses caras são ridículos e não merecem respeito. Por isso, eles estão desesperados para criar o tal Marco Civil da Internet e acabar com esse ambiente 100% livre. Eles precisam urgentemente controlar o que você faz, lê e fala por aqui para evitar esse tipo de coisa futuramente. Você vai engolir isso?

3) Petistas, blogueiros e twitteiros (alguns pagos inclusive com o seu dinheiro) continuam chamando Joaquim Barbosa de Macaco e Capitão do Mato pela internet. Uma rápida pesquisa e você encontrará até montagens gráficas colocando o Juiz nessas imagens.

Nenhum militante de minorias ou patrulheiro do politicamente correto parece se importar com isso no momento. Justo eles que são tão atentos as minhas piadas, por exemplo. Preciso de mais provas que esse discurso de minorias é monopólio dos esquerdistas que por sua vez escolhem a dedo o que é racismo e o que não é para tentar calar ou rebaixar alguém que os incomoda?
O que é racismo? Homofobia? Machismo?
Se for de um esquerdista é um detalhe a ser ignorado. Se for de um opositor é um crime. Se você for do lado deles pode ser racista, criminoso e até mesmo matar (aliás, eles imprimem fotos de genocidas e usam na camiseta. Adoram isso).

Pesquise na internet e comprove que o mesmo tipo de gente, os mesmos perfils fakes e reais no twitter e facebook e os mesmos blogueiros pagos por banners estatais que enchem o saco de comediante ou jornalista opositor dizendo que estão numa cruzada contra o racismo são os mesmos que no momento defendem os corruptos e estão, não com piadas, mas de forma séria e agressiva, chamando um honrado homem que cumpriu seu dever de macaco. Você vai engolir isso?

4) A tentativa de tentar passar por nossa goela que Dirceu e Genoino são “presos políticos” consegue ser mais patética ainda do que aquele gestinho de punho cerrado que ambos fizeram quase se cagando nas calças e convulsionando em chiliquinhos risíveis.
Como pode dois caras do partido de situação, do alto escalão do atual governo, da alta cúpula do PT, serem presos por perseguição política dentro do País que o seu governo comanda há 11 anos? Aliás, onze pessoas do esquema de corrupção foram presas. Mas somente os dois mais “famosinhos” e do alto escalão do PT são presos “políticos”. Você vai engolir isso?

5) Por serem do partido dominante e da alta cúpula do governo não resta dúvidas que esses caras serão soltos logo. Ou cumprirão a pena com inúmeras regalias que você jamais terá direito caso um dia vá preso.
E olhando para a Venezuela, aliada de longa data do PT na América Latina, ser preso em breve pode significar apenas “Não concordar com o governo”. Separe então esse momento que você viu alguns sociopatas serem presos, não para celebrar o fim da impunidade, pois ela está longe de acontecer.
Separe esse momento para identificar os que estão contra você. Se informe sobre todos artistas, intelectuais, jornalistas, revistas, blogueiros, militantes e políticos que estão nesse exato momento defendendo esses criminosos e mandando mensagem de apoio pra eles – guarde esses nomes. Não confie neles. Todos aqueles que estão a favor de Genoino, Dirceu e mensaleiros são exatamente os mesmos que estão contra você. Não engula isso.

20 de novembro de 2013
Danilo Gentili

CÂMARA É NOTIFICADA PELO SUPREMO E INICIARÁ PROCESSO DE CASSAÇÃO DE GENOÍNO

   




Brasília – A Câmara dos Deputados foi notificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as prisões decretadas na Ação Penal 470, o processo do mensalão.
Com a decisão, a Mesa Diretora da Casa dará andamento a partir de amanhã (21) ao processo de cassação do deputado federal José Genoino (PT-SP), único parlamentar entre os 11 condenados que estão presos na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

De acordo com a decisão do STF, Genoino deve perder o mandato automaticamente por ter sido condenado no processo.
No entanto, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse hoje (20) que o processo seguirá a mesma tramitação ocorrida no caso do deputado Natan Donadon (sem-partido-RO).
A Mesa dará início ao processo, que seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Uma vez aprovado, o processo será deliberado pelo plenário da Casa.

Após o STF ter condenado Donadon a 13 anos de prisão por peculato e formação de quadrilha, o plenário da Câmara, em votação secreta, absolveu o deputado no processo de cassação de mandato. Foram 233 votos favoráveis ao parlamentar, 131 votos contrários e 41 abstenções.
Ele também está preso na Papuda.

20 de novembro de 2013
Da Agência Brasil

NO TAXI COM MUSSA, VIAJANDO POR ISRAEL

 

 

O macaco volta à cena/E pergunta pro homem:
/Acha que valeu a pena ? (Millôr Fernandes)
 
Puxamos papo. O motorista de táxi portenho devolveu de bate-pronto e nos deu uma aula sobre a situação política e econômica da Argentina. De quebra, sugeriu uma sorveteria alternativa àquela para a qual nos dirigíamos. Mencionou um racha entre os sócios, que acabou parindo uma nova loja, “muito melhor do que essa outra”. Não era lorota. A tal dissidência era excelente e viajamos ao céu de Buenos Aires acompanhados de um precioso helado de dulce de leche.
 
Motoristas de táxi podem render ótimas histórias. Na recente viagem a Jerusalém, conheci Mussa. Íamos ao Museu de Israel e ele, falador, começou a fazer ofertas de tours que não nos interessaram. Apresentou-se como Moisés, mas, perguntado sobre o colar de contas que manuseava e o sotaque inconfundível, confirmou ser muçulmano. O Moisés era, na verdade, Mussa. Um pouco hipnotizados por sua lábia milenar, combinamos uma corrida para o dia seguinte, que nos levaria a Tel Aviv. Na hora marcada, lá estava ele. Pegou a estrada e, de repente, saiu dela, embrenhando-se numa via lateral.
 
Sequer nos perguntou se estávamos com pressa, deve ter deduzido que o que tinha para nos mostrar valia a pena. A tal via, exclusiva para veículos israelenses e vedada a palestinos (Mussa é cidadão israelense), passava entre pequenas colinas, cidades e vilarejos palestinos. De repente, estávamos ladeados por cercas e muros nos separando daquelas construções e lavouras pobres.
 
Paramos num posto de controle israelense. Militares entediados fazem um gesto, o táxi para e abre a mala. Um ritual que Mussa está habituado a enfrentar, mas que não deixa de ser constrangedor para quem está ali de passagem. Mussa vai dizendo os nomes daqueles aglomerados humanos.
Uma navalha de asfalto corta a comunicação entre eles e revela, silenciosamente, a face estúpida, humilhante e segregacionista da ocupação. Se teu veículo tem placa verde, que identifica a origem palestina, um percurso que poderia levar quinze minutos se a estrada principal tivesse livre acesso passa a consumir três vezes isso.
 
NÓS E ELES
 
No início, Mussa, carteira de identidade israelense, fala de Israel como “nós”. Aos poucos, entretanto, banhado naquela paisagem torturante, transita para um “eles” doloroso mas compreensível. No rádio, noticiário e música em árabe, ondas hertzianas geradas em Ramallah.
 
A conversa continua. Sabem de uma coisa ?, papeava Mussa, nenhum palestino pode embarcar no aeroporto Ben Gurion (o maior de Israel, em Tel Aviv).
Quando precisam viajar, são forçados a passar pela fronteira jordaniana e usar o aeroporto de Aman.
Seu tom de voz não se altera, mesmo passando uma informação que desenha o inferno cotidiano de um povo asfixiado. Resignação ? Talvez. Ele diz que não votaria nas eleições municipais do dia seguinte. Não se sente representado.
Os árabes israelenses que residem em Jerusalém costumam boicotar eleições.
 
Lá, como de resto em outros lugares, há pouquíssima integração entre judeus e árabes. Jerusalém Oriental é tão maciçamente árabe e à parte que torna risível a reivindicada “reunificação” da cidade depois da guerra de 1967. Só a violência mantém a aparência de “unidade”.
 
Chegamos em Tel Aviv. Mesmo reclamando de dor nas costas, Mussa nos ajuda a desembarcar as malas. Abraça-nos com afeto, entra no táxi e volta para suas paisagens, suas histórias, para sua vida dura.
De uma certa forma, que não percebi de imediato, inaugurou uma outra visita, que faríamos dias depois. Desta vez, rumo às colinas do Golã, território sírio ocupado por Israel em 1967.
 
Viajar ao Golã não é apenas uma aula prática de geopolítica. Depois de passar por casamatas e campos minados, chega-se ao cume, de onde, antes de 1967, os soldados sírios tinham uma visão privilegiada para atingir o outro lado da fronteira. Dali se descortina uma paisagem que, ao lado de um deslumbramento imediato, convida à revolta. Revolta pela estupidez humana.
Eu, minúscula cabeça de um prego, via quatro países separados por marcos ilusórios, tênues linhas criadas pela intolerância e pela incapacidade de compartilhar. Fronteiras artificiais, monumento imoral a diferenças plantadas pela cobiça e pelo supremacismo.
 
DIFERENÇAS ABISSAIS
 
Enquanto meu olho esquerdo fotografava o mar da Galileia, a velha Tiberíades e o charco-que-chamam-de-rio Jordão, o direito afundava em terras sírias não cultivadas e na silhueta opaca de montanhas libanesas.
Que diferenças tão abissais separam os que vivem ali ? O que impede um aldeão libanês de pegar a estrada e convidar um pastor sírio e um kibutznik israelense para um chá, um prato de hummus, uma rodada de críticas aos governos, quaisquer governos ? Tal como Mussa e o chofer portenho, não teriam histórias para compartilhar ?
 
No discurso em que recebeu o prêmio Nobel de Literatura, o escritor turco Orhan Pamuk disse que escrever é “reconhecer as feridas secretas que carregamos, tão secretas que mal temos consciência delas, e explorá-las com paciência, conhecê-las melhor, iluminá-las, apoderar-nos dessas dores e feridas e transformá-las em parte consciente do nosso espírito e da nossa literatura”.
Será que algum dia os povos daquela região se libertarão das monumentais camadas de lodo acumuladas pelas classes dominantes durante séculos e, de olhos abertos, iniciarão um processo de (re)conhecimento, armados apenas com a fome de viver, de descobrir, de iluminar ? Já fui arrogante o suficiente para responder categoricamente: claro que sim ! Hoje, não sei dizer.
 
Mexer na dor, no ódio, nas angústias, em sentimentos socialmente condenados, não é exercício banal. Visitei a sala das chamadas pinturas negras de Goya, no museu do Prado, em Madri. São cerca de duas dezenas de obras magistrais, livres das quadraturas clássicas e das amarras contratuais da nobreza. A história é a seguinte. Goya adquiriu uma propriedade nos arredores de Madri e lá ficou por algum tempo. Depois de sua morte, descobriram-se os quadros que hoje estão no Prado. Ele jamais os mostrou a ninguém.
 
São figuras e situações pintadas sem filtros embelezadores, hoje diríamos sem photoshop. Nada de poses artificiais, nada de rostos maquiados, nada de situações solenes. São velhos machucados pela vida, rituais satânicos a evocar a fragilidade humana, imagens assustadoras inspiradas na mitologia grega, rostos em transe. Parece que Goya resolveu fazer o movimento de introspecção sugerido por Pamuk. De suas entranhas expeliu demônios, terá ficado mais leve ?
Pesada está a Europa, em seus flertes recorrentes com a xenofobia, que acaba de mandar lembranças para o Felipão. Matou no peito e distribuiu botinadas a rodo.
O episódio Diego Costa, já fartamente comentado, é apenas sintoma do autoritarismo que habita a CBF. O técnico, que já foi flagrado ordenando que seus zagueiros batessem nas canelas dos adversários, ressuscita palavras de ordem da ditadura e antecipa o ufanismo programado para 2014. Jogadores de futebol são trabalhadores, com direito de buscar melhores condições de trabalho em qualquer parte do mundo. Camisa da seleção brasileira não é uniforme militar. Chuteira não é coturno.
 
20 de novembro de 2013
Jacques Gruman

SEGUINDO O SCRIPT

Genoino reclama de problemas de saúde, mas o doente ex-juiz Nicolau dos Santos Neto está na prisão

jose_genoino_18O estado de saúde de José Genoino Neto, condenado na Ação Penal 470 e cumprindo pena de prisão no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, deve ser levado em consideração, até porque trata-se de um direito do preso, mas o Judiciário não pode se deixar levar pelo excesso de exploração do caso por parte do PT e da militância petista.

Diferentemente da pessoa que ao se entregar à Polícia Federal, em São Paulo, na última sexta-feira (5), cerrando o punho erguido e cerrado e gritando “Viva o PT”, Genoino é um homem calado e que reclama de dores no peito. Pelo menos essa é a informação passada por familiares do ex-presidente do PT após visita no Presídio da Papuda.

Na cela em que divide com outros condenados no processo do Mensalão do PT, Genoino tem sido cuidado pelos companheiros José Dirceu e Delúbio Soares, que, segundo relatos, fazem o papel de enfermeiros.
 Antes de ser transferido para o Centro de Internamento e Reeducação da Papuda, onde há somente presos condenados ao regime semiaberto, Genoino tomou água de torneira, algo absolutamente normal em todos os presídios brasileiros. Ao se deparar com a cena, Dirceu disparou: “Você não pode beber isso”. Na sequência, o ex-comissário palaciano pediu água mineral para o companheiro de cela e foi atendido. Na esteira desse teatro dramático que está sendo apresentado aos brasileiros é importante fazer ao menos duas ressalvas. A primeira delas é em relação à questão da água de torneira. Os mensaleiros presos não estão passando uma temporada em SPA de luxo, mas, sim, cumprindo pena por envolvimento em crime de corrupção e outras figuras penais. Água de torneira milhões de brasileiros tomam, mesmo não estando no cárcere. Por isso, José Dirceu precisa descer do salto alto e assumir o papel de presidiário.

A segunda ressalva refere-se à saúde de José Genoino. Longe de querer ignorar os direitos do petista, há no sistema penitenciário brasileiro milhares de presos com as mais diversas doenças, a maioria sem atendimento médico. Não custa lembrar que o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, condenado no processo sobre o escândalo do Tribunal Regional do Trabalho, na capital paulista, encontra-se com a saúde conhecidamente debilitada, mas cumpre pena de prisão em presídio no interior de São Paulo.

20 de novembro de 2013
ucho.info

PEDRA NO CAMINHO

PPS questionará decisão da Câmara de levar ao plenário a perda de mandato dos mensaleiros

rubens_bueno_17Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) afirmou nesta quarta-feira (20) que o partido questionará a Mesa da Casa sobre a decisão de levar ao plenário a cassação do mandato dos deputados condenados no processo do Mensalão do PT.

Para o parlamentar, trata-se de uma afronta ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que, após o trânsito em julgado das sentenças condenatórias decorrentes da Ação Penal 470, caberia ao Legislativo apenas decretar, de ofício, a perda do mandato dos condenados.

A questão de ordem será levantada pelo presidente do partido, deputado Roberto Freire (SP), tão logo a Mesa da Câmara oficialize a decisão, o que está previsto para esta quinta-feira.
No caso da cassação do deputado Natan Donadon, Freire também fez o alerta, porém seu questionamento foi negado. Natan teve a cadeira preservada, se tornando o primeiro deputado presidiário da história do país. Agora, porém, a previsão de cassação de ofício está prevista no acórdão do STF.

Rubens Bueno também estuda outras medidas que o partido poderá tomar caso a Mesa insista mesmo em levar as cassações ao plenário. “A Câmara não é tribunal criminal. Julgamos, em plenário, apenas cassações políticas.
E já fizemos isso lá atrás, quando cassamos José Dirceu, Roberto Jefferson, entre outros. Agora é cumprir a decisão do STF. Se a questão de ordem do deputado Roberto Freire não for aceita, vamos estudar que outras podemos tomar”, afirmou o deputado.

A decisão da Câmara, alerta o líder do PPS, pode provocar outra noite vergonhosa para o parlamento brasileiro. “E agora, em vez de um deputado presidiário, corremos o risco, principalmente se a votação for secreta, de oficializar a ‘bancada do xadrez’. Isso é inadmissível”, protestou o parlamentar.

Estão condenados no processo do mensalão os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT), José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP). Genoino é o único preso até o momento.

20 de novembro de 2013
ucho,info

DIRCEU, GENOÍNO, DELÚBIO E OS GARRANCHOS



Fala sério! Qual dos três patetas escreveu isso? Não vou me ater ao teor e nem tampouco aos erros gramaticais desse lixo, porque todos já estão fartos de saber o que eles pensam e que é condição sine qua non ser analfabeto funcional para pertencer ao PT, muito embora um seja formado em Matemática e trabalhou como professor (Delúbio), outro seja advogado (Dirceu) e outro tenha sido líder estudantil, da UNE (Genoíno).

Bastaria ver a grafia caótica nesse pedaço de papel para deduzir que tem algo de muito errado na cabeça de quem escreveu.
 
20 de novembro de 2013

PETISTA DA DANÇA DA PIZZA DIZ QUE PRISÃO É DESRESPEITO AO ESTADO DE DIREITO

Deputada da 'dança da pizza' diz que prisão de petistas é 'desrespeito ao Estado de Direito'
 Sete anos e oito meses após ter sido eternizada com a "dança da pizza" na Câmara dos Deputados, Angela Guadagnin (PT-SP) voltou a defender publicamente os condenados no processo do mensalão.
 
Vereadora em São José dos Campos (SP) desde 2008, a petista desta vez preferiu ir à tribuna para falar sobre as prisões do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino, que classificou como "ato de exceção" e "desrespeito ao Estado Democrático de Direito".
 
"Quando o ministro Joaquim Barbosa [presidente do Supremo Tribunal Federal] determina a prisão de algumas pessoas sem ter sido encerrado o processo, ele comete um ato de exceção, ele não está respeitando o que o Estado Democrático de Direito fala", afirmou Angela na noite desta terça-feira (19) durante discurso na Câmara de Vereadores de São José dos Campos.
 
A petista afirmou que as prisões decretadas na última sexta-feira (15) são um "erro do Judiciário", já que há embargos infringentes em diversos dos casos --recursos que levarão a outro julgamento em 2014.

 
Assista ao vídeo em tablets e celulares

"Esse pessoal foi condenado muito antes, condenado por uma elite brasileira, condenado pela mídia muito antes de se iniciar o processo, muito antes ainda de eles serem julgados e condenados", disse sobre os colegas de partido.
 
Angela endossou seu discurso com a leitura de trechos de alguns artigos publicados nesta semana, inclusive do escritor Fernando Morais, que criticam a atuação do presidente do STF e afirmam que a prisão dos petistas foi alvo de "superexposição na imprensa".
 
"DANÇA DA PIZZA"
 
Em março de 2006, quando era deputada federal, Angela Moraes Guadagnin se levantou da cadeira que ocupava à esquerda do plenário e dançou para manifestar sua alegria ao acompanhar a absolvição do deputado e seu amigo João Magno (PT-SP), acusado de ter recebido dinheiro do mensalão.
 
À época, Angela chegou a pedir desculpas pelo seu comportamento mas não conseguiu se reeleger para o Legislativo em Brasília. A petista foi eleita vereadora no interior paulista em 2008 e reeleita em 2012, com 3.268 votos. Hoje é a líder da bancada do prefeito Carlinhos Almeida (PT).

 
Assista ao vídeo em tablets e celulares

20 de novembro de 2013
MARINA DIAS - Folha de São Paulo

A TÁTICA DO "SE COLAR, COLOU".

 
 
Uma boa política econômica deve gerar, sobretudo, previsibilidade. Trata-se de atributo hoje em falta na condução das decisões de governo no Brasil. Aqui o que vigora é alguma coisa que podemos chamar de "tática do se colar, colou”. Funciona na base do improviso, da tentativa e erro. O governo petista faz para depois desfazer. Dá corda para, em seguida, retroceder. Instila com isso a desconfiança e hipoteca as chances de êxito do país.
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Uma boa política econômica deve gerar, sobretudo, previsibilidade. Trata-se de atributo hoje em falta na condução das decisões de governo no Brasil. Aqui o que vigora é alguma coisa que podemos chamar de "tática do se colar, colou”. Funciona na base do improviso, da tentativa e erro. Não tem dado bons resultados, nem gerado confiança.
 
O governo petista faz para depois desfazer. Dá corda para, em seguida, diante de reações aziagas a seus atos, retroceder. Instila com isso a desconfiança, põe no prego do penhor a pouca credibilidade de que ainda dispõe e hipoteca as chances presentes e futuras de êxito do país. Bem governar está longe disso.
 
Esta tática esdrúxula é aplicada com mais afinco pelo governo da presidente Dilma Rousseff na gestão – se é que cabe ser chamada assim – fiscal. Nunca se experimentou tanto, e com tão maus resultados, quanto agora. Atitudes recentes, contudo, não deixam dúvida: bateu o pânico no pessoal de Brasília. A água do descontrole dos gastos públicos ultrapassou a altura do nariz e já ameaça afogar o país. Vai dar para salvá-lo?
 
Os jornais noticiam que a presidente reuniu ontem líderes de 26 partidos da base aliada para firmar com eles um "pacto pela responsabilidade fiscal”. A questão é: o compromisso com a solidez e o equilíbrio das contas públicas – em última instância, um compromisso com o interesse do cidadão e com o emprego adequado dos recursos públicos – não pode ser algo circunstancial. Deve ser, obrigatoriamente, prática cotidiana de governo.
 
Não é o que se vê na atual gestão. Dilma tem se notabilizado por patrocinar uma das políticas econômicas mais deletérias que se tem notícia no país nos últimos tempos. A contabilidade fiscal caiu em descrédito, as metas de poupança do governo deixaram de ser críveis, a previsibilidade – atributo indispensável para a confiança e, em última instância, para a realização dos investimentos e a geração de oportunidades – foi para o espaço.
 
Sob o governo da presidente, o país não consegue bem gerir suas contas. É como uma casa no vermelho ou uma empresa em processo falimentar. Não consegue promover os benefícios que a população que paga seus impostos espera. Não é capaz de realizar os investimentos necessários para que a economia decole e, desta forma, sejam geradas melhores oportunidades de trabalho e emprego.
 
Soube-se que, na reunião de ontem, governo e partidos aliados se comprometeram a não aprovar nada que implique aumento de gastos. É salutar, mas cabe perguntar: só agora? Só agora, quando o país está sob ameaça de descontrole inflacionário, de descalabro fiscal e de rebaixamento na classificação de risco de crédito, como até Guido Mantega admitiu?
 
Muitos dos projetos que o Planalto agora execra foram avalizados pelo próprio governo, como é o caso da renegociação da dívida de estados e municípios que a gestão petista ora irá rever, segundo a Folha de S.Paulo. Feita sob medida para o prefeito Fernando Haddad e para o calendário eleitoral, terá de ser reformulada, não sem antes deixar um rastro de estragos.
 
Entre a enunciação e a reformulação, entre a tentativa e o erro, propostas emanadas do Planalto produzem arranhões em série na credibilidade do país. O governo petista parece acreditar que suas maquinações geniais são capazes de prescindir da realidade, ou mesmo de superá-la. Parece apostar que suas esquisitices vão sempre colar. Não parece ter reparado que todo mundo já sacou que este método moldado no improviso não para em pé.
 
O descontrole que a gestão Dilma diz agora querer evitar é produto direto da política de desonerações tributárias ao léu, de leniência com os gastos públicos, de condescendência na concessão de crédito por meio de bancos oficiais que o governo do PT vem praticando desde a crise de 2008. A conta chegou e não adianta a responsável pelo atual estado das coisas correr ao Twitter para pregar austeridade e pedir socorro. Irresponsabilidade tem limite.
 
20 de novembro de 2013
Instituto Teotônio Vilela