"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

É DESUMANO... NÃO FALTA DINHEIRO FÁCIL PARA OGX, FRIBOI E MONTADORAS DE AUTOMÓVEIS

Já para prevenção de tragédias, Dilma bloqueou 72% das verbas em 2013.
O teatrinho de sempre: contingencia as verbas e depois vai chorar lágrimas de crocodilo diante das tragédias.
 
O governo federal gastou até agora apenas 28% dos R$ 18,8 bilhões que anunciou, em agosto de 2012, para o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais. Os recursos seriam gastos, até 2014, em ações divididas em eixos temáticos: prevenção, mapeamento, resposta e monitoramento climático em todo o país.
 
Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), obtidos pela ONG Contas Abertas, mostram que o governo gastou R$ 5,3 bilhões em 2012 e 2013. Deste total, R$ 1,3 bilhão é referente a ações que já estavam previstas antes mesmo do anúncio do plano nacional, e que foram gastos até este mês. Para cumprir sua promessa, o governo Dilma precisará investir no próximo ano, eleitoral, nada menos que R$ 13,5 bilhões.
 
E continua morrendo gente, pois a presidenta agiliza dinheiro para grandes grupos e exige projetos que beiram à megalomania para retirar populações das margens de rios e de encostas de morros. Para depois colocar a culpa em prefeitos e governadores. É muito cinismo. 
 
27 de dezembro de 2013
in coroneLeaks
 

RACHEL SHEHERAZADE A MAIS NOVA VÍTIMA DO PATRULHAMENTO VERMELHO


Rachel Sheherazade, aquela jornalista "pedaçuda" que conseguiu projeção nacional quando, em 2011 ainda apresentando um jornal em uma afiliada do SBT da Paraíba, manifestou sua opinião nada lugar comum sobre o carnaval Tupiniquim e que acabou desagradando, e muito, os idiotas e sem noção de sempre, os baba ovos e os bocós que só aceitam opiniões que agradem aos seus ouvidos e crenças.

Seu vídeo foi colocado no YouTube e se tornou viral fazendo com que a velha raposa da TV Brasuca, Silvio Santos, importasse a moça para SP e deu a ancoragem do Jornal do SBT a ela.

pelo visto, a jornalista tem carta branca para manifestar suas opiniões no jornal sem a menor censura por parte da direção da empresa. E com isso Rachel vai angariando a simpatia de milhões de Brasileiros que estão de saco cheio do mundo chato que virou o viver no políticamente correto.

Até o EX presidente Defuntus Caladus andou manifestando seu descontentamento com as opiniões contrarias a seus interesses emitidas pela bela jornalista.

E de lá para cá quase que todos os dias mais uma pérola da contundência e da verdade nua e crua e do livre pensar vem ao ar através das opiniões de Rachel.

Certamente que com tanta polêmica e franqueza a jornalista iria angariar a antipatia dos que não aceitam o diferente, o contrario, o contraditório, e há algum tempo atrás a esgotosfera saiu com uma bobageira de que funcionários da emissora não aguentando mais a jornalista estavam se movimentando pela demissão da moça.

Resultado: As redes sociais se manifestaram e apoio a jornalista até comunidades foram criadas e tudo acabou em nada.

Agora Rachel é vítima de outro boçal da esquerdalha vagabunda, mais um títere vermelho pseudo intelectual que acreditava que poderia destilar toda sua obtusidade, machismo retrógrado e porque não dizer..Toda sua esquerdofrênia canina e burra onde apregoou via twitter que desejava a Rachel que em 2014 ela fosse estuprada.

Em um país minimamente civilizado o tal "professor" e filófofo da universidade do Hell de Janeura, já teria perdido o emprego e estaria amargando uns dias de cana braba à espera do processo legal aberto pelo MP por fomentar um crime em rede social.

Mas....No país do futebol e da mediocridade crônica a jornalista vai ter é que contratar um advogado e entrar com um processo na justiça para reparação de danos.

É certo que após a repercussão do caso nas redes sociais e até na imprensa o raivoso "filófofo" deu todo tipo de desculpas, chegou até a dizer que foi hackeado, AMARELOU bonito!!! Cagão e covarde de uma figa!!

Para quem acompanha o tal "filófofo" em redes sociais como eu tenho feito já há algum tempo, é óbvio que foi ele mesmo quem postou o desejo de estupro contra a jornalista, mas como todo esquerdiota bunda mole, já enfiou a viola no saco, o rabo entre as pernas e a afiada língua no próprio cú.

O "machão" chegou a retirar seus perfis das redes sociais e pediu desculpas publicamente...Mas...se ele não tivesse escrito aquelas abominações como afirmou, porque pedir desculpas? Era só provar que não tinha saído de sua fétida cabeça uma cretinice estratosférica como aquela e tudo bem. Mas, a AMARELADA foi a maior confissão de culpa que ele poderia assinar.

A jornalista recebeu apoio incondicional de seus fãs e admiradores, de gente que pensa e que não é manietada pelo pensamento politicamente correto de plantão. Aguardemos o desdobramento desse caso, e espero que o "filófofo" tome nas pregas com areia.

Admiro Rachel pela sua atitude em não se curvar aos poderosos, tai uma jornalista que não vendeu seu coração e mente para o governo. São poucos, mas incomodam um bocado.
Parabéns Rachel, estamos com vc!!

E nos mais..
 
27 de dezembro de 2013
omascate

DESONERAÇÕES AFETAM SUPERÁVIT, MAS BENEFÍCIOS SÃO OBSCUROS

Desonerações penalizam superávit e seus benefícios ainda são desconhecidos
 

Mudanças na tributação da folha de pagamentos e isenção do IPI e PIS Cofins já fizeram com que o país deixasse de arrecadar R$ 70,38 bilhões em 2013 — mas governo ainda não sabe explicar se as medidas funcionaram

 
A presidente Dilma Rousseff toma café da manhã com jornalistas credenciados no Palácio do Planalto
Dilma Rousseff: desonerações fizeram governo deixar de arrecadar R$ 70 bi (Fernando Bizerra JR./EFE)
 
A diminuição da carga tributária de mais de 50 setores da economia foi uma das principais ferramentas usadas pelo governo federal para tentar manter a atividade aquecida nos últimos dois anos. A redução (ou isenção) do imposto sobre produtos industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos, além da mudança da cobrança previdenciária das empresas — que deixou de ser sobre a folha de pagamentos e passou a ser sobre o faturamento — foram medidas comemoradas pelo setor privado. No entanto, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo a um ritmo lento (2% em 2013), a indústria praticamente estagnada e as contas públicas em deterioração, os efeitos positivos das desonerações ainda são obscuros. 
Os números divulgados pela Receita Federal dão conta que o país deixou de arrecadar, até novembro,70,38 bilhões de reais em impostos, devido às desonerações. Tal valor é uma estimativa do órgão. Apenas para a desoneração da folha de pagamentos, a expectativa é de um impacto fiscal de 16 bilhões de reais em 2013. Para o ano que vem, o governo prevê que 90 bilhões de reais deixem de entrar nos cofres devido às desonerações totais, sendo que 23 bilhões deixarão de entrar pelo canal da folha de pagamentos. Levando em conta esse cenário e as demais adversidades econômicas e devaneios fiscais, o mercado prevê um superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida) de 2,3% do PIB para este ano, e de 2,1% em 2014. Esses números representam uma diminuição expressiva na meta fiscal, que até 2011 era de 3% do PIB.
Entre as inúmeras formas de estimular o crescimento de um país, reduzir impostos está entre as mais eficazes. O problema ocorre quando os gestores públicos desconhecem o real impacto e os benefícios de tais reduções nos setores em questão. A reportagem do site de VEJA questionou o Ministério da Fazenda e a Receita Federal tanto por meio de sua assessoria de imprensa como pela Lei de Acesso à Informação para entender como as desonerações se traduziram em maior crescimento para os setores beneficiados. A resposta foi a mesma: não há números disponíveis sobre o tema.
A falta de informação sobre os benefícios das desonerações tem originado debates entre especialistas em contas públicas devido ao fato de o governo afirmar que a renúncia fiscal está entre as principais causas da queda do superávit. Segundo Gilberto Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a afirmação não faz sentido e está sendo usada como desculpa para desviar a atenção do principal problema: a má gestão da arrecadação. “O governo federal bateu recorde de arrecadação até novembro e vai bater até dezembro. Esses números são melhores do que os estimados no orçamento deste ano. O impacto das desonerações na arrecadação é mais uma desculpa", afirma. A arrecadação administrada pelo Fisco acumulada no ano até novembro estava em 1,019 trilhão de reais, alta real de 3,63% em relação ao mesmo período de 2012. Já segundo dados do Tesouro Nacional, os gastos do governo avançaram 14% no ano, até outubro (o último dado disponível). 
O economista Raul Velloso reconhece que há dificuldade em se calcular os efeitos das desonerações porque, no caso da folha de pagamentos, houve a mudança na origem da tributação. “Nem sempre a desoneração é integral. No caso da folha, há uma troca por outra tributação em cima do faturamento. É difícil saber o efeito líquido", diz. Segundo Velloso, o que deve ser discutido sobre as desonerações não é apenas se elas tiveram impacto na arrecadação ou não, mas também se elas atingiram os objetivos pelos quais foram criadas. “A presidente tem a estratégia de proteger a indústria. Mas, se for por isso, a indústria está estagnada desde 2008. Fizemos desonerações, estamos à beira de uma crise fiscal e o que a indústria ganhou com isso?”, questiona.
No caso da indústria automotiva, que foi beneficiada não só com desonerações, mas também com o aumento da tributação dos automóveis importados (o IPI subiu 30 pontos porcentuais em 2011, antes da regulamentação do programa Inovar-Auto), os efeitos tampouco são perceptíveis. Apenas em 2013, a participação dos importados na indústria recuou 10,5%. Mesmo assim, entre janeiro e novembro, as vendas de automóveis nacionais recuaram 0,8%, segundo a Anfavea, a associação que representa as montadoras.
Já no caso da cesta básica, cujos itens foram desonerados em julho com a promessa da presidente Dilma de que seus preços cairiam, a situação tampouco é animadora. Até agora, as reduções no bolso do consumidor se consumaram apenas nos casos do arroz, açúcar, feijão e óleo vegetal. 
27 de dezembro de 2013
Talita Fernandes - Veja

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS VÃO PERDER BENEFÍCIO DE IMPOSTOS NA UNIÃO EUROPÉIA EM 2014

Bloco subirá alíquotas para importação de zero a 1,5% para 5%, em média, para todos os embarques
 
Além do Brasil, passam a pagar tarifa mais alta Uruguai, Argentina, Venezuela, Arábia Saudita, Macau, Catar e Omã, entre outros

As exportações brasileiras perdem a partir de janeiro o benefício do Imposto de Importação mais baixo nas vendas para a União Europeia, com a entrada em vigor do novo Sistema Geral de Preferência (SGP) adotado pelo bloco a partir do próximo ano.
 
Com isso, as alíquotas do Imposto de Importação subirão de zero a 1,5% para 5%, em média, para a totalidade dos embarques.
 
A mudança afetará cerca de 10% das exportações do país destinadas ao mercado europeu, conforme informou uma fonte técnica do governo que acompanha o tema, abrangendo as vendas de produtos agrícolas, minério de ferro, derivados de petróleo, couro e itens industrializados como peças e autopeças, entre outros produtos.
 
Em valores isso representa em torno de US$ 3,8 bilhões, considerando os valores totais embarcados para o bloco em 2012.
 
Apesar da perda do benefício, o governo brasileiro avalia que os exportadores brasileiros estão cientes da mudança e preparados para adequação de preços ou redirecionamento de parte das vendas para outros mercados no exterior.
 
- O obstáculo às exportações para a UE não está na tarifa do Imposto de Importação. Está em outras áreas como nas barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias - comentou a fonte, que preferiu não se identificar.
 
A elevação da tarifa foi anunciada pela UE em outubro, com o comunicado de adoção do novo Sistema Geral de Preferências, que vinha sendo estudado desde 2010.
 
O sistema, baseado no benefício do Imposto de Importação com tarifas mais baixas para países que necessitam de estímulo nas operações de comércio exterior, é periodicamente revisado, com a exclusão ou inclusão de países conforme o grau de desenvolvimento.
 
Na revisão aprovada este ano, 20 países estão perdendo o benefício. Além do Brasil, passam a pagar tarifa mais alta Uruguai, Argentina, Venezuela, Arábia Saudita, Macau, Catar e Omã, entre outros.
 
A elevação do Imposto de Importação levou em conta a melhora da renda per capita nesses países com base na avaliação sobre a evolução da renda nacional bruta per capita.
 
Nos países considerados de renda alta, a cifra parâmetro é US$ 12.276 per capita. O Brasil foi inserido no grupo dos países com renda média alta, com per capita variando entre US$ 3.900 e US$ 12 mil.
 
27 de dezembro de 2013
REUTERS

DEFESA DE DIRCEU JÁ COGITA ACEITAR SALÁRIO MÍNIMO PARA O MENSALEIRO

Tiro final: o que Dirceu tentará se não conseguir trabalhar na biblioteca
 
Dirceu: como os outros
Dirceu: como os outros
Depois da pirotécnica tentativa de trabalhar num encrencado hotel, o pedido para cuidar da biblioteca do advogado José Gerardo Grossi é um tiro final. Se não der certo, José Dirceu vai baixar a bola.
 
O que sua defesa planeja a partir daí, em caso de insucesso, é entrar com um pedido para Dirceu na Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso. E trabalhar onde a Vara de Execuções Penais indicar, ganhando salário-mínimo.
27 de dezembro de 2013
 Lauro Jardim - Veja

DILMA OFERECE CARGOS PARA AUMENTAR EXPOSIÇÃO NA TV

Reforma ministerial será usada para garantir coligação partidária inédita
 
Com 12 siglas a seu lado na campanha, presidente deverá ter metade de cada bloco do horário eleitoral
 
A presidente Dilma Rousseff planeja usar a reforma ministerial em estudos no governo para ampliar sua exposição no rádio e na televisão na campanha do ano que vem, quando disputará a reeleição.
 
Os conselheiros políticos de Dilma definiram como um dos pilares de sua estratégia eleitoral assegurar metade do tempo previsto pela legislação para a propaganda dos candidatos no rádio e na TV.
 
Dilma pretende ter a seu lado uma coalizão inédita, formada por 12 partidos que podem garantir a sua campanha pouco mais de 12 minutos em cada bloco de 25 minutos de propaganda, ou 49% do total.
 
Quatro desses 12 minutos poderão ser assegurados com a adesão de quatro siglas partidárias que devem ser contempladas com cargos na reforma ministerial, que Dilma promete anunciar até março.
 
O PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que já tem um ministério, o PTB, que tem um posto em uma das vice-presidências do do Banco do Brasil, e o PP, que controla o Ministério das Cidades, querem ampliar seu espaço no governo.
 
Outro partido que poderá ser atraído ao bloco é o recém-criado Pros, do governador do Ceará, Cid Gomes, e de seu irmão, Ciro Gomes.
 
Na avaliação da cúpula do governo, o domínio do palanque eletrônico dará a Dilma uma enorme vantagem. Seus dois adversários mais prováveis, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), são pouco conhecidos e terão pouco tempo para se apresentar ao eleitor.
 
Se conseguir o que quer, Dilma será a candidata a presidente com maior exposição no palanque eletrônico na história do país. O dono do recorde atual é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, reeleito em 1998 com 47% do tempo total de televisão.
 
De acordo com a legislação eleitoral, a divisão do tempo de propaganda é proporcional ao tamanho das bancadas dos partidos na Câmara dos Deputados. Em 2014, os programas do horário eleitoral serão exibidos de 19 de agosto a 2 de outubro, três dias antes do primeiro turno.
 
AGENDA
A segunda vantagem de Dilma, dizem seus estrategistas, será poder fazer a campanha sem deixar a cadeira presidencial. Sua agenda privilegiará inaugurações e eventos de programas federais como alavanca de votos.
 
Eventos de campanha explícitos serão restritos a fins de semana e horários fora do expediente. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho político de Dilma, pretende rodar o país a partir de março, atuando como uma espécie de dublê da candidata à reeleição.
 
Nos bastidores, articuladores de Dilma afirmam que, apesar dessas vantagens, ela precisará entrar na corrida "olhando para frente" e "acenando para o futuro", para se contrapor a seus adversários, que deverão se apresentar aos eleitores como novidade.
 
O desafio da presidente será convencer o eleitorado de que um segundo governo Dilma será melhor que o primeiro. Como o presidente do PT, Rui Falcão, resumiu em evento recente do partido, é o "fiz, faço e farei, mais e melhor".
 
Entre os obstáculos que o Palácio do Planalto mais teme estão a inflação e a volta dos protestos de rua com a Copa do Mundo. Como a Folha informou há uma semana, o governo estuda medidas para evitar que a Copa alimente manifestações contra o gestão no prelúdio da eleição.
 
27 de dezembro de 2013
NATUZA NERY e VALDO CRUZ - Folha de São Paulo

COPA 2014: O PAÍS DO FUTEBOL ENCONTRA O BRASIL FORA DE CAMPO

CLIQUE NA IMAGEM E VEJA MATÉRIA COMPLETA:




27 de dezembro de 2013
Veja

"GOVERNO SÓ LIBEROU 28% DO DINHEIRO DESTINADO A PLANO CONTRA DESASTRES NATURAIS"

Em agosto de 2012, União anunciou R$ 18,8 bilhões, que devem ser gastos até 2014. Recursos são para ações de prevenção, mapeamento, resposta e monitoramento climático


As chuvas também provocaram estragos em Belo Horizonte Foto: Reprodução / Globonews
As chuvas também provocaram estragos em Belo HorizonteREPRODUÇÃO / GLOBONEWS
 
O governo federal gastou até agora apenas 28% dos R$ 18,8 bilhões que anunciou, em agosto de 2012, para o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais. Os recursos seriam gastos, até 2014, em ações divididas em eixos temáticos: prevenção, mapeamento, resposta e monitoramento climático em todo o país.
 
Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), obtidos pela ONG Contas Abertas, mostram que o governo gastou R$ 5,3 bilhões em 2012 e 2013. Deste total, R$ 1,3 bilhão é referente a ações que já estavam previstas antes mesmo do anúncio do plano nacional, e que foram gastos até este mês. Para cumprir sua promessa, o governo Dilma precisará investir no próximo ano, eleitoral, nada menos que R$ 13,5 bilhões.

Com o objetivo de driblar a burocracia do próprio governo, a presidente Dilma editou uma medida provisória, publicada ontem no Diário Oficial, que facilita o repasse de recursos do governo para estados e municípios atingidos por desastres naturais. A nova regra determina que a transferência de verba para os locais que enfrentam calamidades seja feita por meio de depósito direto em uma conta específica, em bancos oficiais.
 
A MP alterou a lei 12.340, de 2010, e permite a estados acesso direto aos recursos federais, sem a necessidade de apresentar um projeto detalhado para as obras de prevenção. Antes, os repasses eram feitos por meio de convênios e liberados apenas após a aprovação do projeto básico da obra, da liberação da licença ambiental, e da aprovação da Caixa Econômica Federal, o agente financeiro do governo.
 
Outra novidade da medida é a possibilidade de aplicação do RDC (Regime Diferenciado de Contratações) às licitações e aos contratos destinados à execução de ações de prevenção em áreas de risco de desastres, de resposta e de recuperação em áreas atingidas por desastres.
 
Segundo o Ministério da Integração Nacional, a medida dará mais agilidade a todos os órgãos federais que trabalham com prevenção e recuperação de áreas atingidas por desastres. O prazo médio para destinação das verbas cairá de quatro meses para apenas um.
 
No ES, 23 mortos com as chuvas
A medida provisória foi publicada dois dias depois de Dilma visitar o Espírito Santo, onde 23 pessoas já morreram por causa das chuvas. Em Minas, que a presidente sobrevoará hoje, 18 pessoas morreram. Na ocasião do lançamento do Plano Nacional de Gestão de Riscos, a União acertou com o governo de Minas a liberação de R$ 792,3 milhões para obras de drenagem em quatro cidades e contenção de encostas em outras 18, com situação considerada crítica.
 
Passados 16 meses, nenhuma obra foi iniciada — todas se encontram em fase de licitação de projetos, sem previsão de início dos trabalhos em campo, segundo a Secretaria de estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, responsável pelas obras.
 
Se em Minas os projetos não saem do papel, no Espírito Santo não houve planejamento de resposta aos desastres. De R$ 2,790 bilhões gastos pelo governo em 2013 com gestão de riscos e resposta a desastres, o estado recebeu só R$ 2,9 milhões — pouco mais de 0,1%. A cidade de Vila Velha, uma das mais atingidas pelas chuvas, foi beneficiada com R$ 557 mil para drenagem na bacia da Costa, de convênio assinado com a prefeitura em 2011.
 
O governo federal liberou R$ 305,5 milhões aos estados em 2013 para ações da Defesa Civil, mas o Espírito Santo recebeu só R$ 794 mil, e os recursos foram todos alocados no município de Alfredo Chaves. Vitória, segundo o Siafi, recebeu, ao todo, R$ 1,5 milhão até o dia 24 de dezembro. Dois outros municípios capixabas tiveram recursos minguados para ações contra desastres. Colatina recebeu apenas R$ 9,9 mil; Linhares, R$ 2,6 mil.
 
No estado de São Paulo, Diadema, São Bernardo do Campo e Mauá pleitearam, em 2012, R$ 119 milhões para obras de estabilização de encostas e remoção de famílias. O pedido foi feito por meio do Consórcio Intermunicipal Grande ABC. Dilma visitou a região um ano depois, em agosto de 2013, mas não para fiscalizar as obras, e, sim, para anunciar a liberação de R$ 104 milhões para o projeto, que ainda não tem qualquer previsão de início de obras.
 
Responsável pela coordenação do Plano Nacional de Gestão de Riscos, a Casa Civil informou ontem que apenas os sete ministérios responsáveis pelas ações do plano poderiam dar informações detalhadas sobre os projetos. O Ministério da Integração informou que “trabalha para dar celeridade a todas as obras”, mas que considera importante destacar que “os responsáveis pelas execuções são os estados e municípios.”
 
Para justificar a MP editada ontem, Dilma escreveu pelo Twitter que recursos chegam atrasados “aos municípios por falta de projetos ou exigências, que são corretas em tempos normais, mas excessivas para enfrentar situações de emergência”.
 
27 de dezembro de 2013
THIAGO HERDY, CHICO DE GOIS - O Globo

OPOSIÇÃO AO VERNÁCULO

 

Oposicao ao vernaculoNos anos 70, um vereador de Ladainha, no nordeste mineiro, escreveu ao prefeito Jorge Abraão ameaçando denunciá-lo ao Tribunal de Contas do Estado, em carta que mais chamava a atenção pelos erros: bacharel com x, “viriador” etc. O prefeito, que já faleceu, era conhecido por sua honestidade e bom humor, e respondeu ao adversário com uma proposta:
- Não me denuncie ao Tribunal e eu prometo não denunciá-lo ao Mobral…

27 de dezembro de 2013
in poder sem pudor
Claudio Humberto

POR QUE A ESQUERDA ANDA TÃO DESESPERADA?


O baixo nível de boa parte da esquerda sempre foi um fato. Mas, de uns tempos para cá, parece estar batendo desespero. Estão deixando a tentativa de se manter as aparências de lado, e partindo para ofensas pessoais – o que mais sabem fazer – com uma fúria impressionante.

Primeiro a ombudsman da Folha partiu para um desnecessário ataque a Reinaldo Azevedo após sua estreia no jornal, rotulando-o de “rotweiller” gratuitamente. Depois a jornalista Míriam Leitão endossou tal rótulo, e me incluiu em ofensas sem sentido. Aí veio Barbara Gancia demonstrar que não saiu do jardim de infância ainda. Fora tantos outros que em seus canais de Twitter e Facebook ficam xingando a turma da direita.

O que acontece? A esquerda é hegemônica na cultura, nas academias e na política. A direita começa a ensaiar uma reação, e isso já basta para levar os esquerdistas ao pânico? Não estavam mais acostumados a serem rebatidos, expostos, confrontados com ideias, fatos e argumentos?

Vejam o caso mais recente e também chocante. O filósofo Paulo Ghiraldelli, professor e colaborador esporádico da própria Folha, teria feito essa abjeta declaração em seu canal do Facebook ontem, já devidamente apagada (mas salva em “print screen” por várias pessoas – você pode ver o caso em maiores detalhes no blog do meu vizinho Felipe Moura Brasil):

Paulo Ghiraldelli
 
Como diria Lobão: Para que isso, meu Deus?! Que coisa triste e nojenta ao mesmo tempo! Adoraria focar apenas em argumentos e ideias aqui, pois é assim que deve ser em um país decente. Infelizmente, é preciso chafurdar na lama de vez em quando, para conhecer e expor como essa esquerda realmente é. A visão, como podem ver, não é nada agradável.

Não estamos falando de um jovem querendo chamar a atenção com ataques chulos, e sim de um sujeito que dá aulas, escreve de vez em quando para o maior jornal do Brasil, e dá entrevistas na grande imprensa. Ghiraldelli já foi até participar do Programa do Jô (aguardo meu convite para falar da Esquerda Caviar até hoje, mas algo me diz que ele não vai sair…), para falar de filosofia e amor:



Aqui, o professor Ghiraldelli sofreu do veneno que costuma usar. Quem semeia vento colhe tempestade, diz o ditado. Vejam o que alguns alunos fizeram em sua aula, como protesto, e sua reação estridente e infantil:



Em resumo, Paulo Ghiraldelli é alguém que, em um mundo ideal e um país razoável, seria simplesmente ignorado por todos. Como não é, como ele recebe espaço na grande imprensa para expor suas “ideias”, como é um ícone da esquerda patética e raivosa, merece menção aqui. Apenas por isso. Apenas para efeito pedagógico, para mostrar ao leitor como essa gente realmente é. E que imagem horrível!!!

27 de dezembro de 2013
Rodrigo Constantino

AS SANDÁLIAS DA "HUMILDADE" DE MUJICA E O CULTO DO POBRISMO


Fonte: G1

O presidente do Uruguai, Mujica, destoava dos pares na cerimônia de posse do ministro das Finanças, calçando sandálias e deixando unhas estilo Zé do Caixão à mostra.
 
Nos comentários, há muitos elogiando a postura “humilde” do excêntrico presidente, que anda de Fusca e mora na velha casa. Ridículo.
 
Isso não passa do culto do pobrismo, típico das esquerdas latino-americanas. Uma coisa é humildade legítima, oposta a soberba; outra, bem diferente, é ser desleixado e “mulambo”, ignorando a liturgia do cargo e os protocolos.
 
Alguém acharia legal um visitante chegar de bermudão e chinelo para ser recebido pela rainha da Inglaterra? Ou, quem sabe, visitar o papa direto da praia, de sunga? Isso não seria sinal de descolamento ou humildade, mas de falta de educação e respeito. Simples assim.
 
Talvez a postura de Mujica já seja efeito da estatização da maconha em seu país. Não saberia dizer. Só sei que elogiar esse desleixo como se fosse o máximo, por supostamente demonstrar alguma humildade, é coisa de quem cultua o pobrismo.
Não precisa comprar ternos Armani, como fazia o ex-presidente Lula, homem do “povo”. Mas retire as sandálias da “humildade” e coloque os sapatos do bom senso, Mujica!

27 de dezembro de 2013
Rodrigo Constantino

DE IMPASSE EM IMPASSE, DA POLÍTICA AO FUTEBOL

E chega-se ao fim do ano com o País perplexo, mergulhado em múltiplos impasses e crises em vários setores institucionais, políticos e sociais, sem vislumbrar de onde possam vir soluções - para o Executivo, o Legislativo, o Judiciário, os sistemas eleitorais, as políticas econômicas e sociais, quase tudo.

Pode-se começar pelo imbróglio mais recente: a decisão do Congresso Nacional de anular a sessão do dia 2 de abril de 1964, que declarou a "vacância" na Presidência da República e assim cassou, na prática, o mandato do então presidente João Goulart e sustentou o golpe militar e tudo o que foi consequência dele. Sem precisar entrar no mérito da decisão política, pode-se, entretanto, perguntar: e quanto a todas as decisões econômicas e políticas tomadas pelos que ocuparam o poder nos anos seguintes e que atingiram também outras pessoas? São contestáveis, têm consequências? Juristas têm argumentado com a chamada "teoria do governo de fato", que legitimaria o que veio depois - quando nada, pela dificuldade de arguir qualquer nulidade e pelo fato de a Constituição de 1988 haver legitimado o que a antecedeu: como indenizar os prejudicados, suas famílias e herdeiros? Como repor os mandatos de quem foi cassado? E assim por diante.

Chega-se ao capítulo seguinte, das divergências entre o Judiciário e o Congresso, a respeito de doações de empresas para financiamento de partidos e campanhas eleitorais. Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), 4 já votaram pela inconstitucionalidade das doações de empresas - o que, se aprovado pela maioria dos ministros, já impedirá em 2014 as doações ("imorais", segundo o ministro Luís Roberto Barroso; e representam 98% do financiamento de campanhas). Mas partidos políticos e líderes no Congresso não aceitam a restrição e dizem que a anularão, se for preciso. A maioria deles parece caminhar para reformas políticas que assegurariam às principais lideranças a reeleição, ao instituir um sistema em que grande parte da votação da legenda se destinaria exatamente à eleição dos líderes partidários escolhidos para encabeçar as listas de candidatos, independentemente dos votos que cada um obtenha nas urnas. Um conflito entre os Poderes mais altos, Judiciário e Legislativo. Quem o decidirá? E como? Vigorará ou não a proibição de que empresas concessionárias ou permissionárias do poder público contribuam para as campanhas? Até aqui, o PSOL já disse que lançará candidato à Presidência e apoia a proibição de contribuições empresariais. E ao eleitorado, vai-se perguntar?

Mas tudo se pode agitar mais com o anúncio de que em 2014, finalmente, se vai chegar, depois de uma década, ao julgamento do chamado "mensalão mineiro", exatamente sobre financiamentos eleitorais (no mínimo) a membros do principal partido de oposição ao poder central, o PSDB. E para complicar o ex-secretário do Ministério da Justiça lança em livro depoimento em que acusa a própria pasta, na segunda gestão Lula, de favorecer a "fabricação" de dossiês contra seus adversários. Não bastasse, afirma que o próprio ex-presidente Lula, no seu tempo de dirigente sindical, era "informante" do Dops, regido pela ditadura militar. É muita confusão para uma área política só e para a cabeça do eleitor, que ainda vê, de longe, as discussões sobre espionagem dos órgãos secretos norte-americanos. E que, incrédulo, se pergunta se potências como os EUA, a Rússia ou a China deixarão de fazê-la, por algum caminho.

Nem a velha paixão pelo futebol escapa à confusão, quando, já atônito com as notícias de corrupção na área - agora dominada por dirigentes e empresários que sobrepõem seus interesses particulares aos dos torcedores -, o cidadão toma conhecimento de uma decisão do mais alto tribunal de Justiça Desportiva que rebaixa times em lugar de outros, no nível mais alto desse esporte. Então tudo se decide, também aí, no "tapetão", como bradam os torcedores de times atingidos?

Só que não diminuem as preocupações quando se vai para os setores econômico e social. Um em cinco jovens brasileiros entre 15 e 29 anos de idade - ou 19,6% - não estuda nem trabalha, segundo os últimos estudos divulgados (Estado, 30/11). São a geração "nem-nem". E com certeza influenciam para que as taxas de desemprego no País continuem abaixo de 5%, apesar da queda de atividades econômicas. A taxa de empregos criados em 11 meses deste ano é a menor desde 2003. Mas é alto o número dos que não procuram emprego e de idosos que se retiram e, assim, contribuem para o baixo desemprego.

A perplexidade social - que ainda é alimentada pelos dramas da mobilidade urbana, pela ausência de macroplanos para cidades -, entretanto, parece não encontrar até aqui caminhos para se expressar e influir na política. Os protestos estimulados pelas redes sociais encolheram-se, reduziram-se, no momento em que tantos analistas - inclusive em artigos nesta página - já pareciam mostrar que a falta de projetos políticos para tornar viáveis suas reivindicações levara à exaustão. Mesmo na melhor das hipóteses, de produzirem mudanças de governos nos níveis mais altos, conduziam aos mesmos impasses, como já vem ocorrendo no Norte da África, no Oriente Médio e na Ásia.

Por aí, nossas crises, que parecem tão localizadas, parecem inserir-se no quadro geral das crises planetárias, que abrangem a política, a economia, os recursos naturais, as desigualdades sociais - tudo, independentemente de otimismo ou pessimismo. A concentração, nos países "desenvolvidos", de quase 80% da renda mundial, assim como de igual porcentagem de consumo de recursos, continua, como uma sombra, a escurecer toda a paisagem. E para elas damos a nossa contribuição. Mas países, empresas, pessoas continuam presos a lógicas que os beneficiam. E não se caminha, a não ser com acordos que apenas evitam ou adiam rompimentos.

EXOTISMO PARLAMENTAR


 
27 de dezembro de 2013
HÉLIO SCHWARTSMAN, Folha de SP

A FONTE CHAVISTA SECOU


Acabou o tempo do dinheiro fácil para financiar o "socialismo do século 21" na América Latina. A profunda crise na Venezuela tem afastado de sua órbita, na prática, os países que, embora ainda compartilhem o mesmo discurso demagógico e o mesmo desapreço pela democracia do falecido caudilho Hugo Chávez, entenderam que a proximidade com o chavismo já não é mais lucrativa. Há contas a pagar, e vários governos ditos "bolivarianos" perceberam que, para isso, terão de atrair investimentos externos e aceitar a cartilha do Fundo Monetário Internacional (FMI), em vez de esperar que o governo venezuelano venha em seu socorro.

"O bolivarianismo foi criado e mantido em torno de três elementos: o carisma, o talão de cheques e as ideias de Chávez. Hoje, a Venezuela não tem dinheiro nem para comprar papel higiênico", disse para o Estado o analista venezuelano Moisés Naim, do Carnegie Endowment for International Peace.

O esgotamento do modelo bolivariano de integração regional, conforme descrito por Naim, é evidente. Um exemplo representativo desse colapso foi noticiado pelo jornal venezuelano El Nacional, segundo o qual a Venezuela cortou em 68% a ajuda que dava aos países do Petrocaribe. Trata-se de uma zona econômica especial, criada por iniciativa de Chávez, na qual o petróleo venezuelano é vendido a países caribenhos a preços módicos e em condições de pai para filho - a Jamaica, por exemplo, pagava sua cota com aulas de inglês para os venezuelanos.

O presidente da estatal petroleira PDVSA, Rafael Ramírez, foi surpreendentemente claro ao comentar que os beneficiados pelos acordos do Petrocaribe terão de se contentar com menos daqui para a frente, já que as necessidades da Venezuela se impõem de forma urgente. "Temos dito a alguns países que estamos precisando de diesel para usinas elétricas. A prioridade está aqui, e não posso exportar", disse Ramírez.

O caso mais significativo do afastamento pragmático dos clientes do chavismo, no entanto, é o da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba). Enquanto a Venezuela afunda - em meio a uma inflação de mais de 50%, crescimento econômico de 1%, desemprego de quase 10%, desabastecimento generalizado e apagões diários -, Bolívia, Equador e Nicarágua adotam políticas de ajustes na economia para obter meios de financiamento independentes de Caracas.

Na Bolívia, apesar de manter o discurso nacionalista e estatizante, o presidente Evo Morales parece disposto a aprovar reformas que facilitem o investimento estrangeiro na exploração de suas riquezas minerais. Nada disso significa que Evo tenha tomado juízo, mas sinaliza a preocupação boliviana diante das dificuldades de seu patrono chavista - cuja infinita bondade, na época de ouro do populismo petroleiro, permitiu que Evo e outros companheiros latino-americanos bancassem o assistencialismo travestido de "fim da pobreza" que tantos votos lhes deu nos últimos anos.

Pelas mesmas razões, a Nicarágua do sandinista Daniel Ortega seguiu as recomendações do FMI e fez reformas para reduzir o déficit externo e aumentar as reservas internacionais. No Equador, o governo busca um acordo de livre-comércio com a União Europeia, uma atitude que contrasta com a da Venezuela, cujo presidente, Nicolás Maduro, disse que "o livre-comércio é como trocar pepitas de ouro por espelhinhos, sistema com o qual nos colonizaram há 500 anos". É desse tipo de reducionismo primitivo que os sócios da Venezuela na Alba parecem querer se distanciar.

Os prejuízos causados pela crise venezuelana não se limitaram aos países da Alba e do Petrocaribe. A Argentina, por exemplo, socorreu-se várias vezes do dinheiro venezuelano para amortizar dívidas. Hoje, esse tipo de ajuda não é mais possível, e isso explica em parte os apuros da presidente Cristina Kirchner.

Ao propor a fundação da Alba, Chávez disse que a integração latino-americana por ele projetada era vital: "Ou nos unimos ou afundaremos". Pelo visto, os países bolivarianos estão se afastando da Venezuela justamente para evitar esse abraço dos afogados.


27 de dezembro de 2013
Editorial O Estado de S. Paulo

NOVA TRAGÉDIA, VELHOS VÍCIOS


  
 
27 de dezembro de 2013
Editorial O Globo

O BC NO BANCO DO CARONA

Durante muitos anos pós Plano Real, os economistas que se arriscavam em estimar o impacto das mudanças da taxa Selic na inflação se deparavam com uma enorme dificuldade. Passamos por várias crises internacionais com alta vulnerabilidade externa, tínhamos uma baixa penetração do crédito, além de um perfil de dívida pública desfavorável. Tudo conspirava por uma baixa eficácia da política monetária e a inflação acabava por responder majoritariamente às variações na taxa de câmbio.

A partir de 2004, com o boom de commodities, a manutenção do arcabouço conhecido como tripé macroeconômico e com algumas reformas importantes no mercado de crédito, a inflação brasileira começou a se comportar de acordo com o livro texto, reagindo às flutuações na taxa Selic. O regime de "inflation targeting" conquistou a confiança dos agentes, ponto fundamental para sua eficácia. No entanto, algo certamente mudou desde 2010. O mecanismo de transmissão da política monetária parece ter perdido potência. O último episódio de subida da Selic, por exemplo, de 7,25% para 10% quase não alterou as expectativas de inflação de 2014, estacionada perto de 6%. Já as expectativas para 2015 estão em 5,5% desde o início de aperto monetário.

A política monetária sentou no banco do carona e a política fiscal passou a ser a condutora de nossa economia. Não pretendo explorar aqui o fato de a política fiscal ser extremamente expansionista e isso dificultar o controle da inflação. Esse problema ganhou novos e mais graves contornos. Até maio, diante da enorme liquidez internacional, poucos investidores estavam atentos ao que se passava nas nossas contas públicas em termos de sustentabilidade. A maioria comparava o Brasil com países como EUA, Alemanha, Espanha, França entre outros, e argumentavam que nossa relação dívida/PIB, mesmo no conceito bruto, era muito menor. Comparavam nosso superávit primário e argumentavam que mesmo retirando os malabarismos, fazíamos um esforço considerável. Quando o financiamento da dívida é abundante, não há obviamente problema de sustentabilidade. Basta oferecer uma taxa de juros maior que seus pares, mesmo que em alguns momentos esta seja incompatível com seus fundamentos. O mundo agora é outro.

A hora da verdade chegou e agora a questão da sustentabilidade da nossa dívida está impactando fortemente nossa taxa de câmbio e a expectativa desta no médio prazo. O portador da má notícia foi o Fed, que até foi bastante benevolente ao se atrasar em iniciar a redução dos estímulos monetários, nos dando mais tempo para tentar arrumar um pouco a casa. Não adiantou. O motorista não quer saber de respeitar as sinalizações do mercado, prefere receber multas, na expectativa de que sua carteira não seja cassada. O resultado está aí: as taxas reais pagas nos títulos do governo brasileiros dispararam para um patamar perto de 6,5% e chegamos às vésperas da redução dos estímulos monetários do Fed com uma taxa de câmbio em torno de R$ 2,40 a despeito de um programa de intervenção cambial de US$ 100 bilhões.

Certamente, não estaríamos nessa situação se tivéssemos um superávit primário em torno de 2,5% do PIB (sem malabarismos), uma economia crescendo por volta de 3,5% e uma taxa de juros mais baixa. O fato é que estamos fazendo um primário verdadeiro abaixo de 1% (tirando as receitas não recorrentes), a economia cresce em torno de 2% e a taxa implícita da nossa dívida líquida está em 15,7%. É esse mesmo o número! Apesar de o Tesouro conseguir se financiar a uma taxa mais baixa, a taxa implícita da dívida liquida é bem mais amarga. Isto se deve aos aportes realizados nos bancos públicos que rendem ao Tesouro uma taxa menor do que este se financia. O resultado é que para estabilizarmos a dívida líquida precisamos de um superávit mais para perto de 3% do PIB. Se formos olhar a dívida bruta, temos que pensar em um número de superávit que reduza nossa dívida de 68% do PIB (critério do FMI) para algo em torno de 50%. Afinal em algum momento o Brasil precisa ter uma conta de juros abaixo de 5% do PIB se quisermos sair desse ciclo vicioso. Nesse caso, teríamos que fazer um superávit perto de 2% a 2,5% do PIB.

Infelizmente, não há disposição do governo em aumentar genuinamente o superávit primário. Conseguir receitas extraordinárias com Refis e concessões nada nos diz sobre o médio prazo. Se não acreditamos no primário que nos é prometido, o resultado é um processo de perda de confiança na nossa economia, câmbio mais depreciado, crescimento mais baixo, taxa de juros e inflação mais altas. Ainda é cedo para afirmarmos que vivemos um ambiente de dominância fiscal, situação na qual o Banco Central não consegue determinar a taxa de juros porque ela tem de ser o que tiver que ser para permitir que o governo venda seus títulos. Entretanto, o fato é que o piloto está correndo em alta velocidade e o carona não consegue convencê-lo da necessidade de frear. Apertem os cintos! Em 2014, poderemos dobrar a aposta de que nossa carteira não será cassada tão cedo.

27 de dezembro de 2013
SOLANGE SROUR CHACHAMOVITZ, Valor Econômico

2013, MAIS UM ANO PERDIDO


 
O ano de 2013 começou com boas perspectivas para a Petrobrás. Após um difícil 2012, quando a empresa chegou a registrar prejuízo trimestral e queda de 2% na produção de petróleo, com relação a 2011, a expectativa era de que o processo de manutenção das plataformas fosse finalizado, ao longo do ano, e a produção começasse a mostrar sinais de inflexão.

Do ponto de vista da política de preços, os reajustes concedidos no início do ano davam a esperança de que a defasagem dos preços seria menor do que em 2012. Em 30 de janeiro, o preço de venda na refinaria da gasolina teve um reajuste de 6,6% e o óleo diesel de 5,4%, nesta data, e de 5% em março. Também trouxe alívio nas importações de gasolina a decisão de voltar a aumentar a mistura de etanol anidro para 25%, a partir de maio. Esse conjunto de medidas reforçou a visão de que a nova gestão da empresa havia conseguido sensibilizar o acionista majoritário, ou seja, o governo, com relação à necessidade de se recuperar o caixa da empresa e, com isso, garantir a execução do plano de negócios da estatal.

No segundo trimestre a desvalorização do real teve impacto direto sobre a empresa, tanto no que diz respeito ao aumento da defasagem dos combustíveis quanto pelo efeito sobre a dívida em dólares da empresa. No primeiro caso, em vez de reagir com um realinhamento de preços, a empresa adotou a estratégia única de desinvestir para reforçar o seu caixa, como, por exemplo, a venda dos 50% dos seus ativos de exploração e produção de óleo e gás no continente africano. Quanto à deterioração da dívida, a empresa se utilizou de "contabilidade criativa", adotando critérios de contabilidade de hedge, que permite a não contabilização do efeito cambial da dívida por causa da perspectiva de exportações futuras. Cabe ressaltar que atualmente a empresa é importadora líquida, o que gerou desconfiança com relação aos novos critérios contábeis.

No terceiro trimestre, com medo de perder o controle da inflação e com a queda da popularidade do governo no rastro dos protestos, a empresa novamente foi sacrificada, permanecendo todo o trimestre sem um reajuste nos preços, o que fez com que a defasagem média da gasolina se situasse em 21,2% e a do diesel em 21,9%, no terceiro trimestre. Com isso, a geração de caixa da empresa ficou comprometida e, como não houve venda de ativos de valor expressivo e nenhuma nova solução criativa, o resultado ficou bem abaixo do esperado pelo mercado.

Com o objetivo de reverter o péssimo resultado, a Petrobrás divulgou fato relevante sobre a criação de uma fórmula que garantiria reajustes automáticos para o preço da gasolina e do diesel e o alinhamento com os preços internacionais. A reação do mercado foi de forte alta das ações, em cerca de 8%, por causa da crença de que a proximidade entre a presidente da Petrobrás, Graça Foster, e a presidente Dilma seria determinante para a mudança na política de preços.

A surpresa foi o debate público entre a presidente da empresa e o ministro da Fazenda sobre a necessidade da existência de uma fórmula, que acabou promovendo um sobe e desce das ações da estatal. O resultado foi só decepção com o anúncio de que a fórmula de reajuste permaneceria secreta e não garantiria reajuste automático. E, de novo, na tentativa de criar um fato positivo, foi concedido reajuste de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel, abaixo da expectativa do mercado. Ao fim desse episódio, ficou claro que a Petrobrás continuará a ser usada para controlar a inflação, ajudar nas eleições ou salvar leilões que não atraem players suficientes.

Para 2014, só restará à empresa e aos seus acionistas torcer para que a conjuntura não prejudique ainda mais as contas da Petrobrás. Nesse sentido, resta torcer para que o câmbio fique estável, o petróleo não suba, a inflação permaneça controlada e a popularidade da presidente Dilma continue elevada. Todos fatores exógenos à direção da empresa. Como se tem dito no mercado, com muita propriedade: te vejo em 2015, torcendo por uma mudança de governo.

ERROS NÃO ASSUMIDOS


 
27 de dezembro de 2013
Miriam Leitão, O Globo