"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

AS TRÊS PRINCIPAIS MENTIRAS "JORNALÍSTICAS" SOBRE A SÍRIA

 

A máquina jornalística de espalhar mentiras está outra vez trabalhando em alta rotação, perfeitamente cronometrada para acompanhar as conversações de paz de Genebra-2 para a Síria.

As mentiras são necessárias para garantir que o governo Obama continue a jogar com as cartas que esconde na manga, e as conversações não estão sendo conduzidas para gerar paz alguma, mas, isso sim, para que levem ao sucesso o plano de ‘mudança de regime’ do governo Obama para a Síria.

Aqui, listo as três principais mentiras que se espalham pelo mundo graças à contribuição da empresa-imprensa ocidental:
 
Mentira 1: A saída do presidente Assad teria sido ‘precondição’ discutida e aprovada para Genebra-2
 
O governo Obama inventou que essa ‘precondição’ teria sido registrada no “Comunicado de Genebra”, que foi um mapa do caminho redigido para orientar as conversações de paz de Genebra-2, discutido e aceito por alguns dos principais envolvidos nas negociações, inclusive pela Rússia.
 
O Comunicado fala, sim, de uma transição política negociada, mas NÃO diz, em lugar algum, que essa transição não poderia incluir o presidente Assad (e qualquer cláusula dessa natureza teria sido imediatamente rejeitada pela Rússia).
 
A verdade é que, sim, o Comunicado de Genebra inclui a seguinte cláusula: “[um governo de transição] poderá incluir membros do atual governo sírio e da oposição, além de outros grupos; e terá de ser constituído por consentimento mútuo.”
Nada, em local algum daquele documento, menciona ou implica diretamente o presidente Assad.
 
Mentira 2: As milícias ‘rebeldes’ apoiadas pelos EUA seriam grupos terroristas islamistas “moderados”
 
A narrativa jornalística ocidental pinta os rebeldes financiados pelos EUA como “bons”, em luta contra, ao mesmo tempo, o governo sírio e os “maus” rebeldes associados à al-Qaeda.
Mas os tais “bons” terroristas que integram a Frente Islâmica apoiada pelos EUA partilham a mesma visão quanto ao futuro da Síria que os rebeldes da al-Qaeda: todos defendem uma versão fundamentalista da lei da Xaria, segundo a qual as mulheres vivem praticamente em prisão domiciliar e minorias religiosas são cidadãos de segunda classe (grupos muçulmanos não sunitas seriam massacrados na Síria, como já estão sendo, nas áreas das quais o governo sírio ainda não conseguiu varrer os terroristas – mais um fato minimizado ou apagado do noticiário pela imprensa-empresa jornalística ocidental).
 
A mentira sobre os “rebeldes moderados” foi também exposta recentemente, quando um alto comandante da mais poderosa das milícias, o grupo Ahrar al Sham, integrante da Frente Islamista e apoiado pelos EUA, declarou que seu grupo é o único “verdadeiro” representante da al-Qaeda na Síria.
 
Mentira 3: Haveria novas provas de que o governo sírio pratica tortura “em escala industrial”
 
Recentemente, a empresa-imprensa ocidental apareceu com “plantão de notícias” na CNN ‘informando’ sobre novas provas que mostrariam “tortura e assassinatos em massa ao estilo nazista”, pelo governo. Não se sabe se o governo sírio mata ou não mata. E continua-se sem saber depois do ‘noticiário’, porque não há ali sequer uma prova válida, mas o ‘jornalismo’ ocidental apresentou como verdade indiscutível.
 
Todos nós sabemos que há centenas de fotos de pessoas mortas que alguma “fonte confiável” diz que foram mortas pelo governo sírio.
A tal fonte confiável sempre é assim qualificada por intelectuais pró-ocidente que conquistaram “credibilidade” midiática porque ajudaram a condenar criminosos de guerra na Corte Internacional Criminal.
Mas como escreveu Diane Johnstone em seu excelente livro Fools Crusade, sobre a guerra contra a Iugoslávia, a Corte Internacional Criminal tem sido, há muito tempo, usada como ferramenta das potências ocidentais para criar pretexto para uma ou outra guerra, ou como ferramenta para justificar uma guerra, depois do fato.
 
As ‘provas’ das atrocidades “de estilo nazista” foram escritas em estudo pago pelo governo do Qatar, o qual há muito tempo mobiliza dinheiro, armas, jihadistas [e por que não mobilizaria também... jornalistas?!] para ajudar os rebeldes na Síria.
 
Mais uma vez, não se pode saber se a história é verdadeira ou falsa. Mas investigação dessa magnitude e importância teria de ser feita pela ONU ou por outra instituição mais respeitável do que um escritório privado de advocacia.
 
(artigo transcrito do Irã News)

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