"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

POR UM TRIZ... GAIEVSKI, O PEDÓFILO É QUASE LINCHADO!

Ex-assessor pedófilo da Casa Civil escapa de linchamento na prisão e cobra intervenção de Gleisi

eduardo_gaievski_20O duro código das prisões, que impõe pena capital aos estupradores, quase foi fatal para o pedófilo Eduardo Gaievski, ex-assessor especial de Gleisi Hoffmann (PT) na Casa Civil.

Na última sexta-feira (3), Gaievski (que está preso na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no Paraná) foi ao pátio do presídio para um banho de sol.
A notícia de que o homem que violentou dezenas de meninas no vizinho município de Realeza estava flanando no pátio correu entre os presos.

Foi o bastante para que um grupo de presidiários cercasse o petista. Foi preciso vigorosa intervenção da segurança do presídio para que Gaievski voltasse vivo à cela.

O episódio aterrorizou Gaievski, que passou a mandar novos recados ameaçadores à sua ex-chefe, Gleisi Hoffmann, e ao PT. O monstro da Casa Civil exige que o PT e Gleisi se mobilizem para solta-lo imediatamente. Quer responder ao processo em liberdade. Se nada for feito, o delinquente sexual ameaça abrir a boca e revelar tudo o que sabe.

Eduardo Gaievski foi prefeito de Realeza, pequena cidade do interior paranaense, onde teria cometido seus crimes contra meninas pobres e menores de idade. Desde a prisão, o pedófilo tem avisado que sabe muito e que não aceita se transformar em um “novo Celso Daniel”, referência ao prefeito petista de Santo André, vítima, em 2002, de covarde e cruel assassinato, até hoje não esclarecido.
Acredita-se que Gaievski tem informações explosivas sobre o caixa dois do PT e os bastidores da Casa Civil, onde foi encarregado por Gleisi Hoffmann de cuidar das políticas federais relativas a menores.

O violador de crianças foi preso em agosto de 2013, após o Ministério Público do Paraná levantar provas esmagadoras e incontestes de seu envolvimento em mais de 40 crimes sexuais, entre os quais 28 estupros de menores, sendo 14 praticados contra vulneráveis (menores de 14 anos).

Familiares de Gaievski e a prefeitura de Realeza (onde o monstro fez um sucessor do PT) têm jogado pesado para tentar livrar o petista da cadeia. Um secretário municipal de Realeza, Fernandes Borges, e o filho de Eduardo Gaievski foram presos quando tentavam subornar testemunha para que mudasse o depoimento contra o pedófilo. Dois irmãos de Gaievski tiveram prisão decretada e estão foragidos pelo mesmo crime.

Advogados consideram que a possibilidade de que as ameaças levem Gaievski a responder ao processo em liberdade são muito remotas, pois nos crimes que praticou o petista deu provas de grande periculosidade. Quando teve a prisão decretada, Eduardo Gaievski fugiu e na sequência, após ser capturado, foi flagrado tentando intimidar testemunhas a partir da prisão. Ele mobilizou parentes e aliados políticos para pressionar e subornar testemunhas.

Depois que Gaievski foi preso, novas denúncias de estupros vieram à tona, um deles praticado contra uma menina de cinco anos. As evidências contra o pedófilo são tantas, que já chegaram ao YouTube. Em um áudio, um homem identificado como Gaievski encomenda uma sessão de sexo grupal com menores. Em outro, o mesmo homem conta a amigos, em meio a risadas e detalhes escabrosos, como “tirou a virgindade” de uma menina menor de 12 anos (http://www.youtube.com/watch?
v=RHrYIHKASlU).
Para o PT e Gleisi, só resta esperar que Gaievski se conforme em continuar na cadeia sem abrir o bico. Do contrário a Casa Civil irá pelos ares.

08 de janeiro de 2014
ucho.info

OLAVO DE CARVALHO É UM GÊNIO!

Sério. Eu não fiquei maluco, nem gagá, nem estou trollando. Se você pensa que Olavo de Carvalho é uma besta, você tem sido ingênuo. Ele é um gênio, mas não do modo como as olavetes pensam. Leia o artigo e você vai entender por quê. 



Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho foi astrólogo. Esta é uma informação pública e amplamente conhecida sobre ele. Curiosamente, pouca gente parece perceber as implicações disso para a análise da carreira de Olavo de Carvalho. Guarde bem essa informação, porque vou retomá-la ao final do artigo.

Depois de ter sido astrólogo, Olavo de Carvalho aparentemente renegou sua também aparente fase mística e tornou-se um bom cristão, católico de carteirinha, conservador, defensor da ortodoxia da Igreja Católica, de seus dogmas, de seus conceitos e preconceitos. Qual foi o impacto disso na vida de Olavo de Carvalho?

A aparente conversão sem dúvida abriu muitas portas para ele. O cristianismo, ainda que esteja em curva descendente e perdendo fiéis, possui ares de muito maior respeitabilidade que a astrologia e um público muito maior, e a Igreja Católica possui uma estrutura muito mais organizada e hierarquizada que qualquer outro grupo de crentes.

Posicionar-se a favor ou contra a Igreja Católica ainda constitui um ato que garante uma boa atenção, mas posicionar-se a favor garante o apoio tácito ou explícito de uma grande organização que, no cenário interno do cristianismo, está rapidamente perdendo fiéis e dízimos para inúmeras outras organizações menos engessadas teologicamente e ainda menos preocupadas em manter a aparência de seriedade teológica, dispostas a todo tipo de extravagância para conquistar a fidelidade de incautos simplórios.

Noutras palavras, a Igreja Católica provê um bom contingente de defensores em potencial para um “arauto da moralidade e da ortodoxia cristã”, sem o inconveniente de sujeitar-se aos humores de algum líder personalista e com estratégias provavelmente mais voláteis de gerenciamento de seu mercado de dízimos. Ou seja, a Igreja Católica representa um mercado sólido e estável… A partir do qual sempre é possível pular para o terreno do protestantismo neopentecostal caso alguma coisa saia errada. O contrário seria mais difícil.

Defender a ortodoxia católica, então, é uma estratégia sólida para quem busca construir uma reputação de credibilidade perante algum público. Dentro deste contexto, apresentar-se como pensador conservador e de direita, uma mercadoria rara em tempos de esquerdismo cultural, bem implica satisfazer os anseios de um público carente de vozes que o representem e por isso mesmo mais tolerante em relação a “pequenas idiossincrasias” dos seus “líderes intelectuais”. Idiossincrasias essas que são o ponto central da estratégia da carreira olaviana. 

A Pepsi produz refrigerantes com células de fetos abortados. O aquecimento global é uma farsa promovida pelo movimento gayzista pró-governo mundial imposto pela ONU. Mulheres são como cachorros, não são para ser compreendidas e sim amadas e terem suas contas pagas. Obama é um nigeriano comunista que enganou todo o povo dos EUA com uma certidão de nascimento falsificada para poder se eleger presidente e Bill Clinton é um agente chinês infiltrado. Não existem combustíveis fósseis. E não existe nenhuma prova de que a Terra gira em torno do Sol.

Olavo de Carvalho diz que Galileu Galilei era um charlatão, alega ter refutado tanto a física newtoniana quanto a Teoria da Relatividade, critica Newton e Einstein, diz que a Inquisição não atrapalhou o progresso científico, que Giordano Bruno na verdade foi condenado pelo crime de feitiçaria, alega que astrologia é uma ciência séria obstaculizada por visões partidárias da ciência, acredita na existência do éter, nega a Teoria da Evolução e a Seleção Natural, defende o design inteligente, condena a extremamente complexa matemática dos números transfinitos, que deu origem à Teoria dos Conjuntos, como sendo mero jogo de palavras e afirma que toda a ciência é irracional e que os cientistas não passam de uns fanáticos. 

Por todas essas inestimáveis contribuições à virtude cristã, à filosofia e à ciência, Olavo de Carvalho recebeu os seguintes prêmios e medalhas honoríficas: Medalha do Pacificador(1999),1 Medalha Tiradentes (2012),2 Medalha do Mérito Santos-Dumont distinção honorífica da Ordem Nacional do Mérito da Romênia, Primeiro Prêmio no concurso sobre José Ortega y Gasset (instituído pela embaixada do Reino da Espanha) e Primeiro Prêmio no concurso de ensaios sobre história islâmica (instituído pela Embaixada do Reino da Arábia Saudita).3 (Links da Wikipédia)
Talvez ele também tenha recebido uma fatwa de morte caso alguém tenha descoberto o que ele passou a dizer sobre o islã depois disso, mas isso é especulação. E o fato de ele ter recebido a medalha Tiradentes das mãos de Jair Bolsonaro, uma cobra da política que explora mais ou menos o mesmo filão de otários, não elimina o fato de que ele recebeu a condecoração.

Do mesmo modo, Olavo de Carvalho já trabalhou no Globo, em Época, em Zero Hora, no Jornal do Brasil e no Jornal da Tarde, e o fato de ter sido demitido de todos eles não elimina o fato de que já trabalhou em todos eles. Talvez tenha sido essa experiência que lhe tenha permitido reunir a claque de dementes que o apóia e que vomita as mais hilárias e absurdas teorias da conspiração e pregações reacionaríssimas num dos sites mais sem noção da internet, o Mídia Sem Máscara

E, para concluir sua lista de conquistas, Olavo de Carvalho ganhou do governo dos EUA o visto especial de residência EB-1, que dá o direito de residência permanente nos EUA a pessoas com “habilidades extraordinárias” na área educacional, artística, científica ou de negócios ou a “professores ou pesquisadores notáveis”. (Informação da Wikipédia) 
Não confie em mim, vá conferir na Wikipédia, ou pesquise a vida do cara.

“Mas peraí, Arthur”, perguntará você, “como alguém pode dizer tanta estupidez e ainda ser considerado um sábio, ser convidado para palestras, receber homenagens e honrarias do governo e ainda por cima ganhar um green card?” 

Simples: para conquistar tudo isso dizendo tanta asneira, ou o cara tem que ser o irmão gêmeo do Forrest Gump, ou o cara tem que ser um gênio para saber explorar tão bem a estupidez alheia e gerenciar com tamanha maestria uma longa carreira de oportunidades do tipo que somente os estúpidos oferecem aos espertalhões. Um gênio e um tremendo cara-de-pau, é claro, mas indubitavelmente um gênio.

Lembre-se: Olavo de Carvalho começou sua carreira como astrólogo.
Só existe um tipo de astrólogo que acredita realmente em astrologia: o ingênuo fracassado. Qualquer um com pelo menos dois neurônios funcionais e um mínimo de fundamentação científica que estude um pouco de astrologia sabe perfeitamente que aquilo é tudo uma mentirada ridícula que só serve para tirar dinheiro de otário. Olavo de Carvalho é um sujeito inteligente, ele sempre soube disso. 

Qual é, então, a “surpresa” se ele aproveitou as mesmas habilidades que usava como astrólogo para explorar filões muito mais lucrativos e construir uma carreira que o permite dizer asneiras monumentais a rodo, ser puxa-saqueado por isso, ganhar honrarias e dinheiro com isso e ainda se divertir muito desprezando e trollando os otários que o admiram e sustentam? 
Olavo de Carvalho é um gênio. 
Besta quadrada é quem leva o sujeito a sério. 

08 de janeiro de 2014
Arthur Golgo Lucas

UMA TESE SOBRE OLAVO DE CARVALHO

 

É por gosto ou é por necessidade que o Olavo de Carvalho desce ao nível do cientificamente pornográfico e do vocabulário chulo? Minha tese: é por estratégia de defesa. Olavão sinaliza para todos os interlocutores honestos mas incautos o suficiente para chamá-lo para um debate sério: “não cometam essa estupidez!”. Assim ninguém passa vergonha. 
Olavo de Carvalho Falando

Pense bem: Olavo de Carvalho poderia muito bem limitar suas patranhas às patacoadas requeridas pelo seu séquito de extremistas religiosos e ultraconservadores, no entanto ele vai muito além do necessário e procura ultrajar praticamente toda a comunidade internacional de cientistas e de pessoas bem informadas e de bom senso com afirmações absolutamente ridículas. Repito aqui os exemplos citados no último artigo: 
A Pepsi produz refrigerantes com células de fetos abortados. O aquecimento global é uma farsa promovida pelo movimento gayzista pró-governo mundial imposto pela ONU. Mulheres são como cachorros, não são para ser compreendidas e sim amadas e terem suas contas pagas. Obama é um nigeriano comunista que enganou todo o povo dos EUA com uma certidão de nascimento falsificada para poder se eleger presidente e Bill Clinton é um agente chinês infiltrado. Não existem combustíveis fósseis. E não existe nenhuma prova de que a Terra gira em torno do Sol. 
Olavo de Carvalho diz que Galileu Galilei era um charlatão, alega ter refutado tanto a física newtoniana quanto a Teoria da Relatividade, critica Newton e Einstein, diz que a Inquisição não atrapalhou o progresso científico, que Giordano Bruno na verdade foi condenado pelo crime de feitiçaria, alega que astrologia é uma ciência séria obstaculizada por visões partidárias da ciência, acredita na existência do éter, nega a Teoria da Evolução e a Seleção Natural, defende o design inteligente, condena a extremamente complexa matemática dos números transfinitos, que deu origem à Teoria dos Conjuntos, como sendo mero jogo de palavras e afirma que toda a ciência é irracional e que os cientistas não passam de uns fanáticos. 
Ou seja: ele faz questão de ser pornográfico. Tanta patacoada assim junta não tem como ser produzida por acaso nem por convicção.Temos que entender, portanto, por que ele prefere essa estratégia ao invés de se cacifar como filósofo sério nos mundos acadêmico e erudito. 
A minha tese é que ele faz isso de modo proposital e calculista, como estratégia de gerenciamento de sua carreira pública. 

Forrest Gump é um personagem fictício. Ninguém tão estúpido iria tão longe como ele foi, ninguém tão tapado teria uma carreira tão bem sucedida. No mundo real, Forrest Gump seria um charlatão que se faria passar por retardado, pois ninguém teria tanto sucesso se não tivesse uma boa estratégia para se proteger de acontecimentos que pudessem abalar o castelo de areia na beira do mar que seria sua reputação. 

Olavo de Carvalho é um espertalhão bem real. Se ele não fosse filosoficamente pornográfico e grosseiro e desagradável no uso do vocabulário, correria o terrível risco de algum trapalhão abestado de algum Centro de Ciência Humanas de alguma universidade convidá-lo para um colóquio ou para uma mesa-redonda, onde ficariam evidentes a verdadeira profundidade do conhecimento filosófico e a capacidade de argumentação do crítico de Galileu, Newton, Einstein e Cantor. 

Trollando abertamente, Olavo sinaliza aos acadêmicos mais incautos que entrará em seus recintos vindo diretamente do chiqueiro, colocará as botas sujas de bosta de porco sobre o sofá da sala, dirá palavrões, ofenderá os convidados, soltará fumaça de cigarro na cara das crianças e passará a mão na bunda da filha do dono da casa e talvez até do dono da casa. 

É como se ele dissesse: “se vocês me convidarem, me obrigarão passar vergonha por fugir da raia ou por demonstrar minha ignorância, então não se arrisquem, ou nós veremos quem vai passar a maior vergonha por terem convidado para um evento acadêmico um cara como eu!”. 

Ao mesmo tempo em que ele sinaliza isso, ele pode tranqüilamente desafiar quem quer que seja para um debate. Nenhum cientista sério ou filósofo de renome se dignaria a dividir um palco com ele. Ele, no entanto, pode até dizer abertamente que ninguém tem peito para enfrentá-lo, porque nenhum cientista sério ou filósofo de renome se dignaria também sequer a responder a um desafio desses. 

Mas o público de Olavo de Carvalho foi escolhido a dedo entre caras que acreditam que um judeu morto há dois mil anos vai voltar acompanhado de cavaleiros macabros e anjos com trombetas para causar terremotos, erupções vulcânicas e lançar a maioria da humanidade num lago de fogo onde as pessoas vão queimar vivas por toda a eternidade porque esse judeu e seu papai do céu as amam muito. 
É uma ótima estratégia! 

08 de janeiro de 2014
Arthur Golgo Lucas

AQUECIMENTISTAS PRESOS NO GELO ANTÁRTICO


     
          Artigos - Ambientalismo        

gelo1A história é hilariante, mas reveladora do clima ideológico e pretensamente científico com que vem sendo tocada a propaganda do “aquecimento global”, e/ou “mudanças climáticas”.
Respeitadas as oscilações cíclicas, a expansão da superfície gelada da Antártica cresce há 150 anos.


O grupo de “cientistas da mudança climática” preso pelo gelo no barco de bandeira russa “Akademic Shokalskiy” foi felizmente resgatado e passa bem. 

Um helicóptero do quebra-gelo chinês “Xue Long” (“Dragão da Neve”) os conduziu até o australiano “Aurora Australis” que prudentemente não ingressou na área. 
Mas, o “Dragão da Neve” não conseguiu quebrar o gelo e também acabou preso pelo mar em fase de congelamento malgrado o verão antártico.
Os tripulantes dos dois navios ficaram a bordo. Eles aguardam serem liberados pelo quebra-gelo “Polar Star” da Guarda Costeira dos EUA, único habilitado para a tarefa.

A mídia, entrementes, omitiu dizer o que ia fazer a equipe de cientistas: demostrar o “aquecimento global”! 
40 de 41 (97,5%) crônicas de jornal impresso ou virtual, recenseadas por Mike Ciandella analista do Business &Media Institute, abafaram o objetivo anunciado pelos cientistas até a ocorrência.
O noticiário camuflou os cientistas de “passageiros” ou de “turistas”. 

A agência AFP apontou os perigos da expedição, a falta de conhecimentos do mar da região e a inexperiência dos participantes, além dos riscos do resgate. 
A história é hilariante, mas reveladora do clima ideológico e pretensamente científico com que vem sendo tocada a propaganda do “aquecimento global”, e/ou “mudanças climáticas”.

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Foram constatar a mudança climática e verificaram na própria pele o contrário
 O líder da expedição foi Chris Turney, professor de mudança climática na universidade australiana de New South Wales. Em seu site pessoal, Turney havia anunciado que o objetivo era “descobrir e comunicar as mudanças ambientais que estão acontecendo no sul”.
O perigoso fiasco não lhe ajudou a criar juízo. Em entrevista a Fox News, Turney reafirmou sua crença no derretimento global dos polos.

“O gelo marinho está desaparecendo devido à mudança climática, mas aqui o gelo está se acumulando”, acrescentou num comunicado, sem se importar com a contradição nos termos.
 
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O 'Dragao da Neve' não conseguiu se desentalar a si proprio e apelou ao antipatizado EUA.
 E depois de uma tentativa de justificação concluiu: “estávamos no lugar errado, na hora errada”.
De fato, o frio na Antártica vem aumentando de modo consiste há 35 anos segundo a NASA.

Respeitadas as oscilações cíclicas, a expansão da superfície gelada da Antártica cresce há 150 anos. 
total da superfície gelada do planeta aumenta regularmente há 25 anos, pois o gelo antártico compensa a diminuição cíclica e temporária da camada de gelo do Ártico.

A marinha australiana conhecia bem o local, mas os alegres ambientalistas ficaram escravos de seus mitos e o navio alugado “Akademic Shokalskiy” amanheceu o dia 30 de dezembro encravado numa banquisa de 4 metros de profundidade.


gelo4
USCG Polar Star. O vilipendiado vilão aquecedor do planeta (EUA)
é a grande esperança para solucionar a trapalhada.
 Os ambientalistas pretendiam refazer o percurso da épica mas trágica expedição do explorador Douglas Mawson. 
Em 1912, Mawson protagonizou uma histórica façanha de sobrevivência, passando dois anos na Antártida, vencendo dificuldades gigantescas e ficando como único sobrevivente de uma falida expedição ao polo sul magnético.

Obviamente, os auto-embombados aquecimentistas não estavam dispostos a sofrer nem a milésima parte do que padeceu seu herói e fugiram de helicóptero na primeira dificuldade.
Não lhes faltará financiamento para nova excursão visando provar que o planeta esquenta por todo lado.

08 de janeiro de 2014
Luis Dufaur edita o blog 
Verde, a cor nova do comunismo.

COLSON E DOSTOIEVSKY: IDÉIAS TÊM CONSEQUÊNCIAS

                        
          Artigos - Cultura        

Você não pode enfrentar cada idéia ruim na cultura em geral. Não há tempo suficiente em seus dias. Mas você tem enfrentando alguma das muitas más idéias que surgem em torno de você e em suas esferas de influência?


O grande e falecido Chuck Colson tinha um gosto impecável na literatura. O que eu quero dizer, de fato, é que ele gostava de todos os mesmos livros dos quais gosto. Eu acho que deveria dizer que gosto de todos os mesmos livros que ele gostava.

Eu especialmente adorei os comentários dele no
Breakpoint.com focando em um grande autor. Isto sempre me inspirava: ouvir o Sr. Colson falar de forma tão eloquente e apaixonada sobre grandes romances, que estes não precisariam de Kirk Cameron estrelando uma versão cinematográfica para que os cristãos amassem tais obras.

Ao comentar sobre Fyodor Dostoevsky e seu trabalho clássico ‘Crime e Castigo’, Colson disse o seguinte:
O romance conta a história de Raskolnikov, um estudante em São Petersburgo, Rússia. Consumido pela pobreza, opressão e a decadência que vê ao seu redor, Raskolnikov se isola da maioria dos outros seres humanos. Em sua auto-alienação, começa a ver a si mesmo como um ser superior, uma espécie de "super-homem", que transcende as leis morais que conectam outras pessoas. Ele busca uma maneira de "validar" a si mesmo e a seus sentimentos de superioridade, um processo que foi denominado "suicídio por auto-afirmação”.

Dostoevsky tinha vivido na Europa Ocidental e, como cristão, viu os perigos das ideias intelectuais da moda como o niilismo e o utilitarismo. Um "padrão em seu trabalho”, Boa diz, é o conflito do cristianismo com visões de mundo utópicas. Dostoievsky quis deixar claro que "as ideias têm consequências."

Dostoevsky começou como um co-conspirador socialista, apenas para ser condenado pelo regime czarista a quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria. O homem que voltou da prisão não era o mesmo. Dedicou-se ao estudo e exploração das idéias. Viajou à Europa para ouvir em primeira mão os grandes pensadores seculares/progressistas de seus dias. O que finalmente emergiu foi um homem totalmente determinado a minar as ideologias ruinosas da sua época.

Ele tinha seus demônios e tragédias pessoais. Mas Fyodor Dostoevsky era um homem, como demonstra Chuck Colson, que entendeu que o comportamento segue a crença. O modo como vivemos como indivíduos e as decisões que os líderes nacionais tomam são os resultados mais recentes de uma batalha de idéias que não começou ontem e não vai terminar amanhã.

Você não pode enfrentar cada idéia ruim na cultura em geral. Não há tempo suficiente em seus dias. Mas você tem enfrentando alguma das muitas más idéias que surgem em torno de você e em suas esferas de influência?

Se você é um pai, ou um pastor de jovens, por favor, lembre-se que as mensagens obscenas das comédias da classificação de conteúdo PG-13 ou do rap não são as únicas idéias que podem apodrecer os cérebros de seus filhos. Pergunte aos estudantes próximos a você o que eles estão aprendendo e esteja preparado para dar uma resposta em defesa das coisas em que você acredita.



*

“Sem educação, corremos o horrível e mortal perigo de levar as pessoas educadas a sério”.
G.K. Chesterton


08 de janeiro de 2014
R. J. Moeller

 Do Acton Institut Powerblog.

Tradução: Leandro Souza

SEXO E CONTROLE SOCIAL

      
libidoAssim, um homem bom, mesmo sendo um escravo, é livre; mas um homem mau, mesmo sendo um rei, é um escravo. Pois ele serve, não apenas a um homem, mas, o que é pior, serve a tantos senhores quantos vícios tem.
Santo Agostinho, em 'A Cidade de Deus'.

Santo Agostinho, escrevendo na época do colapso do império romano, alterou extraordinariamente e encerrou a discussão sobre a idéia de liberdade da Antiguidade. O homem não era escravo pela natureza ou pela lei, como dissera Aristóteles. A liberdade era função do seu estado moral. O homem tinha tantos senhores quantos eram os seus vícios. Este insight proveria a base para a mais sofisticada forma de controle social conhecida pelo homem.
Quatorze séculos depois, em um mundo ávido por rejeitar o patrimônio intelectual do Ocidente, um aristocrata francês decadente inverteu esta tradição quando escreveu “as pessoas mais livres são aquelas mais dispostas a cometer assassinatos”. Como Santo Agostinho, o Marquês de Sade concordaria que a liberdade era função da moralidade. Entretanto, liberdade, para o Marquês de Sade, significava disposição para rejeitar a lei moral.
Diferentemente de Santo Agostinho, Sade propôs uma revolução nas tradições e costumes sexuais para acompanhar a revolução política então em andamento na França. Libido Dominandi – o termo é tirado do Livro I d’A Cidade de Deus de Santo Agostinho – é a história definitiva dessa revolução sexual, de 1773 até hoje.
Ao contrário do pregado pela versão clássica da revolução sexual, Libido Dominandi mostra como a liberação sexual foi, desce o início, uma forma de controle. A lógica é suficientemente clara: aqueles que queriam liberar o homem da ordem moral precisavam impor controles sociais tão logo tivessem sucesso, pois o instinto sexual livre de regras conduz inevitavelmente à anarquia.
Ao longo de duzentos anos, essas técnicas tornaram-se cada vez mais refinadas, resultando em um mundo onde as pessoas seriam controladas, não pela força militar, mas pela hábil manipulação de suas paixões. Aldous Huxley escreveu em seu prefácio para a edição de 1946 de Admirável Mundo Novo que “à medida em que as liberdades política e econômica diminuam, a liberdade sexual tende a aumentar na mesma proporção”.
Este livro é sobre esta afirmação. Explica como a retórica da liberdade sexual foi usada para engendrar um sistema de controle político e social dissimulado. Ao longo dos dois séculos cobertos por este livro, o desenvolvimento de tecnologias de comunicação, reprodução e controle físico – incluindo psicoterapia, behaviorismo, propaganda, sensitivity training, pornografia e, no momento decisivo, a chantagem pura e simples – permitiram ao Iluminismo e aos seus herdeiros inverter o insight de Santo Agostinho e converter os vícios humanos em senhores para os homens. Libido Dominandi é a história de como isso aconteceu.

08 de janeiro de 2014

(O texto acima foi publicado na contra-capa do livro Libido Dominandi: Sexual Liberation & Political Control, de E. Michael Jones.)
Tradução: Ricardo Hashimoto

SETE ARGUMENTOS AUSTRÍACOS CONTRA O EURO

           
          Artigos - Economia 
Não há como acreditar que um governo não vá gerar déficits orçamentários e tentar monetizá-los. Se puder fazer isso à custa de "contribuintes" de outros países, melhor ainda para eles, porque suas chances de permanecer no poder não diminuirão.

Em 
artigo recente publicado neste site, manifestei por que tenho motivos para não acreditar no euro, em contraposição à defesa do mesmo por parte do Professor Jesús Huerta de Soto.  
Nunca é demais repetir o que frisei no primeiro parágrafo de meu artigo mencionado: embora seja unanimidade entre os economistas da Escola Austríaca que o melhor sistema monetário é aquele baseado na plena liberdade de escolha das moedas, há divergências quanto ao formato do sistema monetário e cambial que cada um considera como o mais adequado para assegurar o que é consenso entre eles: a economia de mercado, o respeito às regras de subsidiariedade, as liberdades individuais, os direitos de propriedade, a crítica ao nacionalismo econômico, a austeridade fiscal e monetária dos estados e, o que é mais importante, aquilo que podemos denominar de "a despolitização do dinheiro".
 
Os defensores do euro argumentam, com razão, que o padrão-ouro, como Mises sempre afirmou, serve como um freio para separar a determinação do poder aquisitivo da moeda das ambições e doutrinas dos partidos políticos e dos grupos de pressão, e que o euro seria uma boa forma para a obtenção dessa separação, que é desejada por todos os economistas austríacos, sejam eles favoráveis ou não à moeda europeia única.
 
Neste artigo aprofundarei e estenderei um pouco mais minhas objeções ao euro, com base nos argumentos marcantemente austríacos que listarei e comentarei brevemente em seguida, em ordem de importância aleatória.
 
1º. O euro não foi capaz de assegurar a separação entre o dinheiro e a política
No artigo mencionado, observei, como Philipp Bagus, que, infelizmente, a adoção do euro deu respaldo a que vários governos independentes pudessem usar um sistema de bancos centrais para financiar seus gastos, emitindo títulos públicos que podem ser comprados pelo sistema bancário e usando esses papéis como colaterais para garantir novos empréstimos junto ao Banco Central Europeu.  Assim, a base monetária aumenta e os preços tendem a subir, não só no país deficitário, como em toda a zona do euro. Vemos, então, que os governos encontraram no euro uma forma de transferirem os gravames sobre seus déficits para outros países da comunidade, bem como para o resto do mundo, sob a forma de senhoriagem.
Se um país financia um pequeno déficit de 1%, mas os preços de toda a zona do euro sobem 10%, é provável que caiam os gastos reais do governo, bem como seu poder político, mas a inflação de preços depende do financiamento do déficit global da Comunidade Econômica Europeia.  Isto significa que, se outros governos têm déficits mais elevados, aquele governo mais responsável e austero, que não produza déficit orçamentário ou que mantenha um déficit menor pode estar perdendo na redistribuição intereuropeia, o que significa um prêmio ao mau comportamento e um castigo ao bom.
E mais: quanto maior o déficit de um governo em relação aos déficits dos outros estados-membros, mais fácil para este governo transferir os custos de sua irresponsabilidade para os estrangeiros!  É uma dinâmica explosiva e que leva a um caminho inflacionário.  Essa monetização perniciosa só poderia ser evitada se as instituições em que se baseiam o Euro e a própria CEE fossem perfeitas, o que evidentemente não vem acontecendo e muito provavelmente não virá a acontecer.  Em suma, a ideia de que o euro poderia colocar os governos em camisas de força, impedindo-os de gastarem mais do que arrecadam, não se concretizou na realidade e me parece difícil — para não dizer impossível — que venha a sê-lo.
 
2º. Governos irresponsáveis são a regra e governos responsáveis a exceção
Parece-me um tanto ingênuo crer que a instituição do euro forçaria todos os governos da CEE a agirem com a austeridade fiscal e monetária que a Escola Austríaca exige, por várias razões, das quais a principal é que se trata de governos, o que significa — além de todos os outros males que os economistas austríacos sempre combateram —, que agem politicamente.  Isso quer dizer que, enquanto existirem governos — de províncias, países ou comunidades de países — as influências políticas sempre vão prevalecer. Assim como não há como esperarmos de um gavião que ele deixe de mergulhar no ar para atacar um quero-quero, não há também como acreditar que um governo não vá gerar déficits orçamentários e tentar monetizá-los.  Se puder fazer isso à custa de "contribuintes" de outros países, melhor ainda para eles, porque suas chances de permanecer no poder não diminuirão.
Todos os economistas da Escola Austríaca sabem que o estado é um mal — para muitos, um mal necessário, desde que restrito a certos limites mínimos; para outros, mais libertários, um mal desnecessário; para Rothbard, um inimigo — e, sendo assim, a crença de que os governos seriam forçados pelo Euro (e o BCE) a ter comportamentos de freiras carmelitas descalças parece fugir da realidade.  Governos são governos, com seu próprio ethos político arbitrário e gastador e ponto final.  Onde há governo, há falta de juízo econômico.
 
3º. O euro não toca na questão do monopólio do dinheiro
É unânime entre os austríacos a crítica aos monopólios legais, àqueles que são instituídos pelo estado mediante leis. Muitos economistas, desde os pós-escolásticos (que foram os protoaustríacos) defendem com argumentos sólidos a tese de que o monopólio legal de emitir moeda dos governos (e, por extensão, dos bancos por eles manipulados) é tão pernicioso quanto os demais monopólios.  Por que cargas d'água com a moeda e o crédito haveria de ser diferente?
A melhor solução, então, caminha no sentido oposto ao de uma moeda única estatal ou supraestatal: a extinção dos bancos centrais e a implantação da competição na indústria da moeda e do crédito, em moldes semelhantes ao sugerido por Hayek em 1974, sob um sistema de 100% de reservas.  O euro não somente mantém o monopólio nacional; ele o amplia para nível continental!  É como se o locutor de uma partida de futebol anunciasse durante um jogo: "atenção, sai o nacionalismo monetário e entra o internacionalismo monetário".
A meu ver, com efeito, não é correto afirmar que o euro atacou o nacionalismo monetário, porque na verdade ele o ampliou para além das fronteiras dos países, com a diferença de que esse novo nacionalismo passou a ser exercido por governos que externalizaram seus efeitos perversos para os pagadores de tributos de outras nações.
 
4º. O euro não se mostrou uma boa proxy para o regime do padrão ouro
Outro argumento muito utilizado pelos defensores do Euro é que ele teria a desejada propriedade de funcionar como uma boa aproximação para o regime de padrão-ouro que, como sabemos, impede os governos de "politizarem" a moeda e o crédito.  Mas, será que impede mesmo?
Bem, é óbvio que se trata de um regime superior ao que vige no mundo desde que o padrão-ouro foi abandonado, mas que também padece de imperfeições.  Para não voltarmos muito no tempo, até à época de Nabucodonosor da Babilônia, vejamos o que Rothbard escreveu em seu magistral tratado de História do Pensamento Econômico, An Austrian Perspective on the History of Economic Thought, edição do Mises Institute em ePub, no capítulo dedicado ao extraordinário Juan de Mariana (1536-1624):
Voltando sua atenção à teoria e à prática monetária, Mariana, em seu breve tratado De Monetae Mutatione (Sobre a Alteração do Dinheiro, 1609), denunciou seu soberano,Filipe III de Espanha, por roubar o povo e debilitar o comércio por meio da adulteração da cunhagem de cobre.  Ele notou que esta adulteração também contribuía para a crônica inflação de preços da Espanha ao aumentar a quantidade de dinheiro no país.  Filipe III havia zerado a dívida pública ao adulterar a composição de suas moedas de cobre, desta forma triplicando a oferta de dinheiro. [pp. 719-720]
[…]
Mariana também relatou uma história sobre desvalorização e seus efeitos desastrosos, e demonstrou que um dos pressupostos básicos de um governo é manter todos os padrões de peso e mensuração — e não somente para o dinheiro —, e que seu histórico de adulteração destes padrões é dos mais vergonhosos.  A Castilha, por exemplo, alterou suas mensurações para o azeite e o vinho com o intuito de criar um imposto oculto, e isso gerou uma grande confusão seguida de uma revolta popular. [pp. 725-726]
[...]
Mariana cunhou uma frase que precedeu uma das observações favoritas que Ludwig von Mises viria a fazer sobre os economistas mais de três séculos e meio mais tarde: "Não há nenhum absurdo que não venha a ser defendido por algum teólogo". [pp. 734-735]
Com essas citações de Rothbard não pretendo "atacar" o padrão-ouro, só quero reafirmar que estados — leia-se: seus mandatários — sempre são estados, mesmo sob o regime do padrão-ouro. Por isso, o argumento de que o uuro agiria como uma second Best solution, além de não se ter verificado na prática, já perde muito de seu sentido.
 
5º. O euro agride frontalmente o princípio da subsidiariedade
Este argumento certamente é um dos mais poderosos.  Um dos princípios basilares da Escola Austríaca é o dasubsidiariedade, que implica descentralização, individualização, tanto no âmbito político quanto no da economia. De acordo com esse princípio, se você tem um problema qualquer com seu vizinho, o melhor a fazer, antes de qualquer outra providência, é tentar resolvê-lo conversando com ele e não recorrendo ao síndico do prédio. Se isso não resolver, recorra ao síndico e, se isso também não der certo, vá à administração de seu bairro e assim sucessivamente, até chegar ao governo federal.
Isso permite a qualquer um defender, por exemplo, com um arsenal de argumentos sólidos (que por uma questão de espaço deixo ao leitor a tarefa de descobrir), a adoção de moedas diferentes até mesmo entre bairros de uma mesma cidade, pois cada bairro tem suas características, sua história, seus botequins, escolas, cinemas, clubes, tipos de pessoas, tradições, costumes etc.  Ora, o euro é exatamente o oposto, porque é centralizador, coloca todo o poder nas mãos de um BCE, sem levar em conta que, até mesmo dentro de um mesmo país, existem diferenças marcantes de cultura, de hábitos e de costumes.  Um italiano do sul é muito diferente de um italiano do norte, embora ambos sejam italianos.  Um grego é diferente de um francês que, por sua vez, é diferente de um alemão que, por sua vez, difere de um português.
Assim, por uma questão de coerência, já que nós, austríacos, somos unânimes na defesa do princípio da subsidiariedade, não podemos aceitar o euro como uma instituição boa, o máximo que podemos admitir é aceitá-la como o menor dos males, a não ser que nosso lema passe a ser do tipo "subsidiariedade, ma non troppo"...
Nunca é demais lembrar que o maior defensor de um banco central mundial, para controlar a moeda e as taxas de juros e de câmbio em todo o planeta, foi Keynes e que a ideia de um governo mundial tem tinturas flagrantemente socialistas. Não há nada de austríaco em ideias desse tipo.
 
6º. O euro agride a história da moeda como uma ordem espontânea
Também este é um forte argumento contra o euro ou moedas semelhantes. Todos conhecem a história da moeda e dos sistemas monetários, de como o mundo evoluiu do sistema de economia de trocas até o estado atual da moeda eletrônica, passando pela mercadoria-moeda, pela moeda-commodity, pela moeda-papel, pelo papel-moeda e pela moeda escritural, tudo isso acontecendo como resultado da ação humana nos mercados — mas uma ação humana natural, não planejada. Ou, para usarmos a terminologia de Hayek: a moeda é uma ordem espontânea, tal como a linguagem e os próprios mercados.
Ninguém é capaz de dizer como será o sistema monetário daqui a — digamos — vinte ou trinta anos.  Quem poderia imaginar, cerca de vinte anos atrás, que poderíamos pagar nossas compras na padaria com um cartão de débito?  Ou que um brasileiro em viagem de turismo a Miami possa comprar um tênis em uma loja e pagá-lo com seu cartão de crédito?  Da mesma forma, quem pode antever com certeza o papel a ser desempenhado no sistema monetário, por exemplo, pelo bitcoin, pela deep web ou pelas impressoras 3-D, ou por qualquer outra invenção nova que vier a surgir?
Se a instituição da chamada "moeda de curso legal" já foi uma grande agressão a esse processo espontâneo, o euro não é um ataque menos relevante ao mesmo.  De uma hora para outra, de uma forma "planejada" — ou seja, absolutamente antiaustríaca —, tiraram de circulação moedas nacionais — cada uma delas valendo de acordo com a responsabilidade ou irresponsabilidade de seu governo emissor — e substituíram-na por uma moeda única, emitida por um banco central internacional, na crença ingênua de que, dali em diante, todos os governos dos países membros agiriam de maneira igualmente responsável, pelo bem de todos.  Suíça e Inglaterra, sabiamente, esquivaram-se de entrar na embarcação, desconfiadas de que poderia soçobrar.
Definitivamente, não compreendo — embora respeite suas opiniões — como economistas que defendem a liberdade individual e o livre mercado podem ser favoráveis a algo que representa, ao mesmo tempo, centralização de poder, monopólio e planejamento, como é o caso do euro.
 
7º. Taxas de câmbio são preços e devem ser determinadas por compradores e vendedores
Esse ponto talvez seja o mais polêmico entre os austríacos, já que muitos deles, incluindo o grande Mises, eram favoráveis a um regime de padrão-ouro com taxas de câmbio fixas.  Compreendo que o padrão ouro serviria para tornar menos aguda a disposição dos governos para devorar orçamentos e para emitir, mas sempre é bom lembrar que quem fixaria a taxa de câmbio seria esse mesmo agente devorador de recursos, isto é, o governo. Nada impediria, assim como o exemplo de Filipe III citado acima, que qualquer governo, movido por interesses políticos, mexesse na taxa de câmbio para obter dividendos políticos.
A taxa de câmbio é um preço e, portanto — e como é difícil para mim imaginar um austríaco que não pense dessa forma! —, deve ser determinada pelo processo de mercado, por compradores e vendedores.  Os argumentos de que isso prejudicaria o comércio internacional não procedem, porque têm forte apelo macroeconômico, algo profundamente anti-austríaco.
 
Observações finais
Reafirmo, para finalizar, que o sistema monetário que considero mais compatível com a cataláctica austríaca, com o processo de mercado, com a ação humana individual voluntária ao longo do tempo e em condições de incerteza genuína, passa pela extinção dos bancos centrais (nacionais ou internacionais), pelo fim do monopólio estatal do estado sobre a moeda, pela permissão aos bancos para emitirem cada um sua própria moeda, pela obrigatoriedade de manutenção de 100% de reservas por parte dos bancos e, de preferência, que tal sistema seja lastreado — aí sim — no ouro, sempre atendendo ao princípio da subsidiariedade e não centralizando as decisões.
 
08 de janeiro de 2014
Ubiratan Jorge Iorio é economista e diretor acadêmico do Instituto Ludwig von Mises Brasil, em cujo site foi publicado o presente artigo.