"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

BRASIL DÁ AO ANO R$ 1,2 BILHÃO PARA CUBA COMPRAR BENS NACIONAIS

BNDES, Banco do Brasil e Ministério do Desenvolvimento Agrário financiam exportações brasileiras à ilha
País foi o terceiro maior beneficiário de recursos do BNDES para a compra de bens e serviços do Brasil

O governo brasileiro está oferecendo cerca de US$ 500 milhões de crédito por ano (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) para Cuba comprar produtos e serviços brasileiros.

Segundo levantamento feito pela Folha, o governo brasileiro desembolsou US$ 152,7 milhões pelo BNDES até setembro de 2013 (foram US$ 220,58 milhões em todo o ano de 2012), mais US$ 221,2 milhões pelo Banco do Brasil.

Disponibilizou ainda uma linha anual de US$ 70 milhões do programa Mais Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a compra de implementos agrícolas brasileiros.

O foco brasileiro em Cuba se traduz nos números --no ano passado, o país de 11 milhões de habitantes, mesma população do Rio Grande do Sul, foi o terceiro maior destino de financiamentos do BNDES para exportação de bens e serviços brasileiros.

Recebeu mais recursos do que o Peru, país com PIB de US$ 196 bilhões, quase três vezes maior que o cubano.

O BB não forneceu dados para essa comparação.

Para Cuba, o crédito brasileiro é muito bem vindo, ainda mais agora que a Venezuela ameaça reduzir sua ajuda, por causa de seus próprios problemas econômicos.

O projeto brasileiro de maior visibilidade em Cuba é o porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana. Está sendo construído pela Odebrecht, com um investimento de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados pelo BNDES (liberados ao longo de vários anos).

A primeira fase da construção será inaugurada hoje pela presidente Dilma Rousseff, na companhia de Raúl Castro. Ela chegou ontem ao país.

São mais de 300 as empresas brasileiras que têm negócios em Cuba ou se fixaram na ilha. Grande parte usa recursos do BB ou BNDES. Muitas são fornecedoras do porto.

"Há cinco, seis anos atrás, era muito difícil apresentar um projeto de Cuba no Brasil", diz Hipólito Gaspar, gerente da Apex (agência brasileira de promoção das exportações) em Cuba. "Agora existe uma determinação do governo cubano de não haver atrasos nos pagamentos".

No passado, algumas empresas sofreram com atrasos, como a JBS.

"Cuba não tem um centavo de inadimplência com o Brasil hoje", diz o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto.

CONTROLE CUBANO

Não é fácil fazer negócios em Cuba. A Fanavid, que fabrica vidros automotivos, anunciou a implantação de uma fábrica em 2009, mas o projeto não saiu do papel.

Um dos motivos, segundo fontes que acompanham o processo, é a dificuldade de financiamento, que seria de cerca de US$ 60 milhões, dado que o governo cubano exige o controle da operação.

Uma das incursões mais antigas do Brasil no mercado cubano é Brascuba, joint-venture da Souza Cruz com a cubana Tabacuba, desde 1995.

A trading Surimpex também é veterana: está em Cuba desde 1992. É sócia da estatal cubana Alimport, que importa a maioria dos alimentos consumidos na ilha.

"Cuba não é para principiantes", diz Ericka de Oliveira, assistente de exportação da Surimpex há 16 anos. Na maior parte dos casos, eles compram dos fornecedores à vista e aí vendem para Cuba.

No caso de cortes de frango da Brasil Foods e da JBS, usam crédito do BB. Agora vão começar a usar a linha do Mais Alimentos.

Já a Odebrecht, além do porto, tem outros dois grandes projetos na ilha, ambos aguardando a aprovação de financiamento do BNDES: a ampliação do aeroporto de Havana, no valor de US$ 200 milhões (para o qual o governo cubano pede financiamento de US$ 150 milhões do BNDES) e a parceria com o governo cubano para produção de etanol (US$ 120 milhões).

EXPORTAÇÕES

O Brasil já é o segundo maior exportador para Cuba, excluindo-se o petróleo venezuelano: China (42%), Brasil (16%) e Canadá (15%). Os principais produtos vendidos ao país são óleo de soja, milho, frango, arroz, carne e café.

"As empresas brasileiras já vão estar lá quando abrirem de vez o mercado e houver muita concorrência", diz Tatiana Porto, diretora da Apex.

O Brasil é o quarto maior importador de Cuba e compra principalmente medicamentos e vacinas.

27 de janeiro de 2014
 PATRÍCIA CAMPOS MELLO - FOLHA DE SÃO PAULO

O ROMBO DA PREVIDÊNCIA

O aumento surpreendentemente rápido do déficit da Previdência Social, de cerca de 18% entre 2012 e 2013, deixa evidente o grave risco que a atitude contemporizadora do governo Dilma em relação às necessárias mudanças no sistema previdenciário traz para seu equilíbrio no presente e para o bem-estar das gerações futuras. Como mostrou o Estado (21/1), o rombo no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que se mantinha relativamente estável, voltou a crescer em 2013, quando alcançou R$ 49,9 bilhões. O valor deve ter surpreendido até mesmo técnicos do governo, que esperavam um resultado semelhante ao de 2012, quando o déficit foi de R$ 42,2 bilhões.
 
Desde o início do ano passado, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, vinha admitindo que, em razão dos problemas econômicos do País - inflação alta, crescimento lento e deterioração da política fiscal - e das dificuldades cada vez maiores do governo nas relações com sua base no Congresso, seria difícil fazer avançar a reforma previdenciária. As manifestações de rua, iniciadas em junho, acabaram com a pouca disposição do governo de tratar seriamente a questão.
 
Com adiamentos sucessivos, o País vai perdendo as melhores oportunidades para discutir o problema. O primeiro momento foi quando a economia cresceu aceleradamente. O outro ainda está em curso e decorre da situação confortável do ponto de vista demográfico, pois ainda há muito mais brasileiros em idade ativa do que em idade de se aposentar.
 
Se nada for feito, o déficit da Previdência crescerá 20 vezes até 2050, de acordo com projeções do próprio governo. O rombo decorrerá do envelhecimento da população. Atualmente, para cada pessoa com mais de 60 anos, há 5,3 pessoas em idade economicamente ativa. Essa é a relação entre pessoas em idade de se aposentar e as que podem trabalhar e contribuir para a Previdência. Com a mudança do padrão demográfico, marcada pelo aumento da população idosa e pela redução da taxa de fecundidade (os brasileiros vivem mais e têm menos filhos), haverá apenas 1,8 pessoa em idade ativa para cada uma em idade de aposentadoria. Se nas condições atuais já é difícil sustentar o sistema, pode-se imaginar como será no futuro, quando a Previdência Social terá muito mais beneficiários e muito menos contribuintes.
 
Só essa projeção já deveria ser mais do que suficiente para estimular as autoridades e a sociedade a discutir as mudanças necessárias para evitar o comprometimento da qualidade de vida dos jovens das próximas gerações, que, se nada for feito, estarão condenados a grandes sacrifícios e poucos benefícios. Mas, além do futuro ameaçado, o sistema previdenciário enfrenta situações que lhe provocam desequilíbrios no presente e que deveriam estar sendo enfrentados com urgência.
 
O governo atribui parte do crescimento do déficit no ano passado à quitação, por decisão judicial, de passivos acumulados em exercícios anteriores. Mas a maior parte se deve, efetivamente, ao pagamento de benefícios correntes, alguns dos quais foram reajustados acima da inflação e outros tiveram um crescimento muito rápido.
 
Dos benefícios concedidos anualmente, 18% são por invalidez, um índice bem maior do que o governo considera "aceitável", de cerca de 10%, como a União Europeia impôs à Grécia como parte de seu programa de ajuste. Se, como pretende o governo, o número das aposentadorias por invalidez for reduzido em 40%, haverá uma substancial economia (no ano passado, por exemplo, uma redução dessas dimensões cortaria os gastos em R$ 20 bilhões).
 
Para isso, uma das medidas anunciadas é a avaliação mais rigorosa dos pedidos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, a exigência de o beneficiário submeter-se a um programa de reabilitação física e de adaptação profissional, bem como sua reavaliação a cada dois anos.
 
São medidas tópicas e já previstas na legislação. É preciso ir além, revendo-se, por exemplo, o tempo mínimo de contribuição para o usufruto de benefícios e o valor de alguns desses benefícios.

27 de janeiro de 2014
Editorial O Estado de S. Paulo

OS ATRASOS NO SETOR ELÉTRICO

Embora sua monótona repetição já os tenha tornado de pleno conhecimento dos responsáveis pelo setor, velhos problemas que no passado recente dificultaram a conclusão dos projetos de transmissão de energia elétrica continuam a afetar as obras e a provocar grandes atrasos que causam prejuízos para o País. Relatório recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostrou que os atrasos nos projetos de transmissão de energia já chegam a quatro anos. Na média, como mostrou reportagem do Estado (23/1), as obras estão 13 meses atrasadas em relação ao cronograma original.
 
Nessa área, o acúmulo de experiências, em vez de produzir conhecimentos e reduzir falhas, parece realimentar os erros. Quanto mais se faz, mais se perde em qualidade, pois dados recentes mostram que, quanto mais licitações são realizadas, maior o atraso nas obras.
 
Trata-se de uma deformidade administrativa que causa perdas para os investidores, pois afeta o retorno financeiro do empreendimento, e ameaça a segurança do sistema interligado de transmissão, pois força o uso mais intenso da rede existente, com o risco de sobrecarga que pode causar acidentes e interrupções do fornecimento, como as que têm afetado diversas regiões do País.
 
Seus efeitos negativos podem tornar-se maiores, pois muitas obras terão de ser executadas nos próximos anos para atender à expansão do sistema gerador. No início de fevereiro, será leiloada na sede da BM&FBovespa a linha de transmissão de Belo Monte, que terá mais de 2 mil quilômetros de extensão e 4,5 mil torres, exigirá investimentos de R$ 5 bilhões e será uma das primeiras do mundo a transmitir energia em ultra-alta tensão (800 quilovolts). Até 2017, segundo a Empresa de Pesquisa Energética, serão leiloados 13,321 mil km de linhas e outros 6,337 mil km poderão ser acrescentados à lista, com investimentos de R$ 21 bilhões.
 
O Ministério de Minas e Energia reconhece que 71% das obras de transmissão estão com o cronograma atrasado. É extensa a lista dos problemas que justificariam tais atrasos, mas os principais deles são velhos conhecidos do setor, como demora na obtenção de licenciamento ambiental, dificuldades na regularização dos terrenos a serem utilizados pelos linhões, falhas de projeto e dificuldades para financiar a obra.
 
Para tentar justificar as conhecidas dificuldades ambientais, os responsáveis do setor recorrem a truísmos. "O tempo para obtenção das licenças ambientais é alto", disse, por exemplo, o superintendente de Fiscalização de Serviços de Eletricidade da Aneel, José Moisés Machado. De fato, são muitas as exigências feitas pelos órgãos públicos da área ambiental, mas alguns procedimentos foram simplificados e, com isso, o tempo para a concessão do licenciamento tem diminuído. Em sua defesa, os organismos ambientais têm argumentado que, em muitos casos, os projetos e relatórios exigidos das empresas interessadas são incompletos ou mal elaborados.
 
Qualquer que seja o responsável, o que se vê na prática é grande atraso na conclusão das obras. A interligação do sistema isolado Acre-Rondônia ao Sistema Interligado Nacional - obra essencial para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos dois Estados, atendidos apenas por um sistema de geração local, que tem apresentado muitas falhas - atrasou, porque a empresa responsável esperou 824 dias para obter o licenciamento ambiental. Além disso, depois de obtida a licença, a empresa demorou para iniciar as obras, como reclama a Aneel.
 
Erros de planejamento, que levam a defasagens entre as obras de geração, transmissão e distribuição, igualmente prejudicam as empresas e os consumidores. É conhecido o caso das usinas eólicas do Nordeste que, concluídas, não puderam operar porque não havia linhas de transmissão da energia que elas produziriam. Agora, fica-se sabendo que a malha final do linhão da Usina de Tucuruí, que finalmente ligará o Amapá ao sistema interligado, acaba de ser concluída. Mas o Estado não poderá receber a energia de Tucuruí, porque a companhia local de eletricidade não fez a sua parte (a subestação rebaixadora e a conexão ao linhão).

27 de janeiro de 2014
Editorial Estado de S. Paulo

"PLENO EMPREGO" DO PT É DESMASCARADO PELO IBGE

Roberto Freire no Brasil Econômico: 'Pleno emprego' do PT é desmascarado pelo IBGE



Freire: 'Como há tempos vem alertando a oposição, desqualificada por Dilma e seus serviçais, o castelo de cartas do PT começou a ruir'
Foto: Robson Gonçalves

Não foram os “pessimistas” enxovalhados pela presidente Dilma Rousseff ou os “nervosinhos” ridicularizados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, os responsáveis pela desconstrução de uma das grandes falácias alimentadas pelo PT. O mito do “pleno emprego” se revelou uma peça de ficção devidamente desmentida pelos dados apresentados na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada não pelos partidos da oposição, mas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Os dados apontam um índice de desocupação de 7,4% no segundo trimestre de 2013, bem acima do percentual registrado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), de 5,8% em abril e maio e 6% em junho (média de 5,9%). No Nordeste, uma em cada dez pessoas procura vaga no mercado e não encontra. O Norte também aparece acima da média nacional, com 8,3% de desocupação. Em novembro do ano passado, a taxa medida pela PME chegou ao patamar de 4,6%, o que levou os arautos do lulopetismo a falarem em pleno emprego, como se isso fosse factível em um país cuja economia vem colecionando “pibinhos” ano após ano.
 
Ainda segundo a nova pesquisa do IBGE, um contingente de 61,3 milhões de brasileiros de 14 anos ou mais não trabalha nem procura ocupação. O número corresponde a 38,5% da população em idade para trabalhar de acordo com os critérios do instituto e equivale à soma de habitantes dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo se não levarmos em conta os menores de 18 anos e maiores de 60, há 29,8 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho, seja porque desistiram ou nem tentaram procurar emprego.
 
A pesquisa anterior do IBGE, adotada pelo governo para fazer proselitismo político, era menos abrangente e trazia dados referentes apenas às seis maiores regiões metropolitanas do país, com entrevistas em 44 mil domicílios. A Pnad Contínua tem uma amostra de 211 mil domicílios e alcança 3,5 mil municípios. Além disso, há diferenças sobre os conceitos de desocupação: a PME só considera desempregado quem está sem trabalho e procurou emprego nos últimos 30 dias, ao passo que, pela nova pesquisa, basta estar sem ocupação para fazer parte do índice de desemprego.
 
Outro legado perverso da era petista no comando do país é a “geração nem-nem”, formada por jovens que não trabalham nem estudam, que somavam 9,6 milhões em 2012 (19,6% da população entre 15 e 29 anos), segundo dados do IBGE divulgados no fim do ano passado. Já o número de brasileiros que não trabalhavam nem queriam ter um emprego chegou a 16,8 milhões em novembro de 2013, ante 15,8 milhões no mesmo mês do ano anterior.
 
Por fim, os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo próprio Ministério do Trabalho, apontam que o Brasil amargou, em 2013, o pior resultado na geração de empregos em dez anos, com a criação de 1,1 milhão de novos postos com carteira assinada (índice 14,1% inferior ao de 2012).
 
Como se vê, nem a poderosa máquina de propaganda do governo é capaz de iludir a população o tempo todo. A falácia do “pleno emprego”, construída meticulosamente com base em números escamoteados e levantamentos pouco abrangentes, foi desmascarada pela dura realidade vivida por milhões de brasileiros. Como há tempos vem alertando a oposição, desqualificada por Dilma e seus serviçais, o castelo de cartas do PT começou a ruir.
 
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS

27 de janeiro de 2014
 Roberto Freire -  Brasil Econômico

JAPÃO REGISTRA DEFICIT COMERCIAL RECORDE NA BALANÇA COMERCIAL

No ano passado, a balança comercial teve crescimento das exportações de 9,5% em relação a 2012                     



O Japão registrou em 2013 um deficit comercial recorde de 11,47 bilhões de ienes, o terceiro ano consecutivo de balança comercial negativa, informou o Ministério das Finanças.No ano passado, a balança comercial teve crescimento das exportações de 9,5% em relação a 2012, resultado da venda de produtos no valor de 499,42 milhões de euros. As importações subiram 15%, chegando a 582,54 milhões de euros.

O saldo comercial negativo de 2013 é o mais elevado desde que o Japão começou, em 1979, a registrar os dados das exportações e importações. O resultado supera o anterior, de 6,9 bilhões de ienes, em 2012.

27 de janeiro de 2014
Agência Brasil

A PONTE ENTRE EDUCAÇÃO E ECONOMIA

A última rodada do Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (Pisa), divulgada no final do ano passado, mostra que o Brasil continua firme no ranking entre os países com pior desempenho em educação. E os melhores países continuam os mesmos, com algumas mudanças de posição. As sete primeiras são ocupadas pelos asiáticos. A diferença entre os alunos do país mais bem colocado - China, Xangai - e os do Brasil é de mais de 200 pontos, ou seja, o equivalente a cinco anos escolares. É com países desse naipe educacional que competimos na arena internacional.
 
É fato que não se podem esperar grandes mudanças a cada aplicação do Pisa. Para isso acontecer teria sido necessário um esforço gigantesco dos brasileiros, o que não ocorreu. O que chama mesmo a atenção, contudo, é o silêncio e o alheamento dos responsáveis pela política econômica e das lideranças empresariais diante da situação educacional do Brasil em relação ao restante do mundo. Afinal, o Pisa é a ponte que liga a educação à economia do conhecimento.
 
Concebido na virada do século por especialistas reunidos pela Organização de Cooperação para Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa logo se tornou um benchmark, o termômetro da qualidade internacional da educação. A cada ano é maior o número de países que adere a esse teste, aplicado a cada três anos e que é original em várias dimensões.
 
A característica mais importante do Pisa é a de que a avaliação afere habilidades consideradas essenciais para o sucesso do jovem na escola, no mercado de trabalho e na vida da economia do século 21. O teste está para a sociedade do conhecimento da mesma forma que saber ler e escrever estava para os primórdios da Revolução Industrial. É preciso ressaltar que o Pisa não é um teste escolar, ele mede a capacidade das pessoas de mobilizar conhecimentos das três disciplinas escolares básicas - Linguagem, Matemática e Ciências - para lidarem com informações e problemas do mundo real. É tudo o que um empresário gostaria de saber antes de recrutar um novo funcionário. O Pisa faz isso.
 
O Pisa também traz outro alerta importante para o setor produtivo: a escola deve preparar o aluno para continuar a estudar e para resolver os problemas concretos do mundo. Mas para isso é preciso existir um ensino rigoroso das disciplinas básicas no ensino fundamental. Profissionalização é assunto para o ensino médio e deve ser realizada em instituições com vocação específica, não relegadas a status inferior em escolas de educação geral.
 
Os dados colhidos na aplicação dos testes também revelam a importância da disciplina, da pontualidade e do respeito aos professores para o sucesso escolar dos alunos. Crianças que faltam ou se atrasam já na pré-escola se situam entre as de pior desempenho mais tarde. A escola não é fábrica. A educação escolar, contudo, deve ser também educação para a cidadania e para os valores do mundo do trabalho.
 
Estudos realizados com alunos que fizeram o primeiro teste do Pisa, em 2003, comprovam a sua validade preditiva quanto ao desempenho acadêmico e profissional dos jovens nas economias globalizadas. Não por acaso, em pouco menos de dez anos o Pisa virou uma espada de Dâmocles pairando sobre os países industrializados, levados a ajustar os seus sistemas educativos aos resultados do teste.
 
Da última rodada do Pisa participaram 65 países. O Brasil ficou entre os seis e/ou os oito piores, dependendo da disciplina considerada - Linguagem, Matemática e Ciências. O mais preocupante é a quantidade de alunos brasileiros abaixo do mínimo, o nível 2 - em Matemática são mais de 67%. Nos países da OCDE, com os quais competimos comercialmente, 23% dos alunos estão abaixo desse nível.
Outro dado que deveria preocupar as elites brasileiras: em média, 12,6% dos alunos dos países da OCDE alcançam o patamar superior da prova. Esse porcentual no Brasil é de apenas 0,8%. Não cuidamos das categorias de base nem do grupo de elite. A média dos alunos de nossas escolas particulares fica a uma boa distância abaixo da dos países mais desenvolvidos. E por aí vai.
 
O Brasil participa do Pisa desde a primeira rodada e tem mostrado alguns avanços. Mas a maior parte deles não se deve a melhoras na educação, e sim na economia. O melhor desempenho econômico das famílias e a escolaridade dos pais estão entre os fatores que explicam o avanço dos alunos. No País é a economia que melhora a educação, e não vice-versa. Nada que justifique qualquer demonstração de euforia.
 
O comentário mais interessante sobre os resultados dos Estados Unidos no Pisa de 2012 veio do economista Erik Hanushek, da Universidade Stanford. Disse ele: "Nossa economia ainda continua forte porque temos um bom sistema econômico capaz de superar as deficiências de nosso sistema educativo".
 
Mudar a educação não é fácil. Se fosse, muitos países teriam um sistema educacional muito melhor. Mas os caminhos para que isso ocorra são conhecidos e são muito diferentes dos que vimos trilhando ou do que está delineado no Plano Nacional da Educação (PNE). Em qualquer país, uma reforma educativa requer o estabelecimento de um consenso e uma mobilização em torno de ideias básicas e cientificamente fundamentadas, como currículo, avaliação, formação e carreira de professores e gestão. Requer foco e capacidade de definir prioridades, sem açodamento. E requer também uma enorme capacidade de implementação adequada, no caso, ao nosso modelo federalista de governo.
 
Se Erik Hanushek teme que a economia americana não venha a se tornar robusta o suficiente para financiar um sistema educacional que se situe na média do dos países da OCDE, o que diria ele da economia brasileira? Penso que não compartilharia a euforia que o ministro da Educação do Brasil tem demonstrado.
 
27 de janeiro de 2014
João Batista Araujo Oliveira é presidente do Instituto Alfa e Beto (IAB).

COPA: CUSTO DOS ESTÁDIOS É MAIS QUE O TRIPLO DO PREVISTO

Primeiro levantamento técnico da Fifa antes de o Brasil ser escolhido como sede, em 2007, vira coleção de promessas quebradas e avaliações duvidosas

Dilma se encontra com o presidente da Fifa, Josep Blater, em Zurique, na Suíça (AP)
O custo dos estádios para a Copa de 2014 já supera em mais de três vezes o valor informado pela CBF à Fifa quando o Brasil apresentou seu projeto para sediar o Mundial. Cópia do primeiro levantamento técnico da Fifa, fechado em 30 de outubro de 2007, informava que as arenas custariam 1,1 bilhão de dólares, cerca de 2,6 bilhões de reais. A última estimativa oficial, porém, confirma que o valor chegará a 8,9 bilhões de reais.
 
O informe foi produzido e assinado por Hugo Salcedo, que coordenou a primeira inspeção no Brasil entre agosto e setembro de 2007. Na época, a Fifa considerou que o orçamento havia sido "bem preparado" e que "não havia dúvidas" sobre o compromisso do Brasil de atender às exigências. Curiosamente, a Fifa esteve em apenas cinco das dezoito cidades que naquele momento brigavam para receber a Copa. Das escolhidas, não foram visitadas Fortaleza, Recife, Salvador, Natal, Curitiba, Cuiabá e Manaus.
 
A Fifa não disfarçava que o trabalho de reforma e construção dos estádios seria um desafio. "Os padrões e exigências da Fifa vão superar em muito qualquer outro evento realizado na história do Brasil em termos de magnitude e complexidade. Nenhum dos estádios no Brasil estaria em condições de receber um jogo da Copa nos atuais estados", dizia o comunicado de 2007. "A Fifa deve prestar uma especial atenção nos projetos."
 
Aeroportos - O relatório elaborado antes de o Brasil ganhar o direito de sediar a Copa é, hoje, verdadeira coleção de promessas quebradas e avaliações duvidosas. "A infraestrutura de transporte aéreo e urbano poderia atender de forma confortável as demandas da Copa". O transporte urbano também seria suficiente e a Fifa garantia que um "serviço de trem de alta velocidade vai ligar Rio e São Paulo". Considerava a infraestrutura hoteleira suficiente e, ao avaliar o sistema de saúde, fez elogios aos hospitais, apontados como "referência internacional".

27 de janeiro de 2014
Veja

JOAQUIM BARBOSA DIZ QUE CONDENADOS NO MENSALÃO MERECEM "OSTRACISMO"

 

FRACASSO ADMINISTRATIVO DEVE LEVAR PT A PERDER EM TRÊS ESTADOS QUE GOVERNA



A ineficiência da máquina pública aliada aos baixíssimos índices de popularidade deverá fazer o PT perder três dos quatros estados em que governa. De acordo com a apuração realizada pelo jornal Folha de São Paulo, o partido enfrenta dificuldades no Rio Grande do Sul, na Bahia e no Distrito Federal. Apenas no Acre o governador Tião Viana mantém boa aprovação.
 
No estado gaúcho, Tarso Genro tem sido criticado pelo atraso nas obras de infraestrutura, além de não ter evitado greves importantes em setores-chave da administração, como na Educação.
 
Na Bahia, o governador Jaques Wagner sofre com a coalização desastrosa de partidos aliados em setores da máquina pública. Não só isso, sua rejeição se dá pelos altos índices de violência, obras atrasadas, economia estagnada e greves que afetaram gravemente a população e imagem do governo, como a dos professores e a dos policiais militares.
De acordo com o jornal, outro agravante para a crise petista na Bahia é o ressurgimento do Democratas, que conta com a prefeitura das duas maiores cidades do estado (Salvador e Feira de Santana) e com uma boa aprovação em suas administrações.
 
Outro governador que não deverá se reeleger é o do Distrito Federal. Agnelo Queiroz tem a segunda pior aprovação do país, com apenas 9%. "Não cumpriu compromissos nem conseguiu manter Brasília livre de escândalos. É um governo cuja cara é um estádio de R$ 1 bilhão", sentencia o senador Cristóvão Buarque (PDT).

27 de janeiro de 2014
 

ASSOCIAÇÕES DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS PLANEJAM NOVAS MOBILIZAÇÕES

 


As entidades representantes dos municípios brasileiros estão reunidas nesta segunda-feira (27) em Maceió (AL) para definir o calendário de mobilizações dos prefeitos para este ano.
A pauta principal segue sendo a reforma da Lei de Responsabilidade Fiscal. “Os municípios brasileiros chegaram a uma situação de engessamento.

A falta de recursos e a desatualização da Lei de Responsabilidade Fiscal tolheram a autonomia das prefeituras, que hoje são meras pagadoras de folha”, declarou Maria Quitéria, prefeita de Cardeal da Silva (BA) e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB).

Entre outros itens da pauta municipalista está a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 39/2013, que eleva em dois pontos percentuais os repasses ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Aproximadamente 80% das prefeituras têm o fundo como principal fonte de receita.

27 de janeiro de 2014
 

O RETRATO DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL

Turista é espancado no Pelourinho; ‘retrato da Bahia’, diz deputado
 


Um turista de origem alemã foi assaltado e espancado por um grupo de menores que realizou um “arrastão” pelas ruas de um dos principais pontos turístico de Salvador, o Pelourinho, na noite deste domingo (26).
A vítima, que não teve o nome divulgado, foi cercada pelo bando armado com paus e pedras e tentou reagir, sendo atingido na cabeça.
De acordo com a apuração do site local Bocão News, a Polícia Militar só apareceu após o delito.

A imagem do rapaz ensanguentado em frente à Praça Municipal repercutiu entre os principais veículos da imprensa baiana e causou reação no meio político.
De acordo com o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), o registro é o “retrato da Bahia”, estado onde os índices de violência cresceram assustadoramente nos últimos anos.
“O único legado que ficará para a população são os roubos, balas perdidas, homicídios e explosões. A foto que vi desse alemão serve para refletir sobre o caminho que estamos trilhando.

A imagem ganhou destaque da mídia porque se trata de um turista, mas isso vem acontecendo todos os dias e nada é feito”, denunciou.
Recentemente, a ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal realizou uma pesquisa onde apontou a capital baiana como a 13ª cidade mais violenta do mundo no último ano.

27 de janeiro de 2014
 

O POSTE PAULISTANO DE LULA E SEU "ROLEZINHO" NA "CRACOLÂNDIA"


O Poste destrambelhado de LuLLa foi na Cracolândia após o rolezinho da polícia civil de Sampa. ELLe disse, que a atuação da polícia, foi lamentável.
Na cracolândia o prefeito da maior cidade do país leva um dedo na cara de um viciado. 
Mas ele acha tudo normal...
Na sequência de fotos, vê-se a tal cracolândia. Um lixo, uma imundice sem precedentes, no coração da maior e mais importante cidade da América Latina, entregue nas mãos de um irresponsável como eLLe.
O irresponsável prefeito, recentemente, quis enfiar no fuleco dos paulistanos um escorchante aumento do IPTU.
Me digam, após olhar bem as fotos: 
Quem mora neste local da cidade merece viver nesta imundice?
Quem mora neste local tem de ser obrigado a pagar um IPTU de cidade limpa?
Quem mora neste local pode votar novamente em alguém desta quadrilha
E, por fim, o prefeito moraria ali?

A CÓLERA DOS IMBECIS

           
          Artigos - Cultura        
keepcalm
“Derrotar o Olavo de Carvalho” tornou-se, entre milhares de estudantes universitários – e,
horresco referens, alguns professores --, uma obsessão incurável e a glória máxima a que aspiram.


Depois das investidas ferozes contra o meu “O Imbecil Coletivo”, em 1997, nas quais só conseguiram exemplificar o que eu dizia no livro, os mais destacados intelectuais de esquerda preferiram entrar num mutismo preventivo, para não se expor a novos e mais catastróficos vexames.


O único dentre eles que voltou a tocar no assunto OIavo de Carvalho foi o Ricardo Mussi, mas veio falando de mim num tom respeitoso que revelava algum bom-senso e contrastava com a presunção louca daqueles primeiros e desastrados críticos.

Depois, vendo que a intelectualidade nacional não podia me fornecer um antagonista à altura, decidiram importar um, o prof. Alexandre Duguin, que também não conseguiu se sair muito bem mas teve ao menos a hombridade de reconhecer que o debate fôra “duríssimo”, contrastando, nisso, com a empáfia histriônica daqueles que saiam com o bumbum esfolado jurando que haviam batido com ele no meu pé.
Até hoje a situação está mais ou menos assim.

Quem tem alguma reputação evita arriscá-la num confronto que se revelou letal para seus antecessores Leandro Konder, Emir Sader, Carlos Nelson Coutinho, Alaor Café e muitos outros. Só quem ainda ousa falar de mim com ares de superioridade desafiadora são precisamente indivíduos que não têm reputação nenhuma e que esperam angariar alguma por meio de uma disputa suicida, como jovens pistoleiros desmiolados nos filmes de faroeste.

Esses saem vencedores de algum modo, porque são tão numerosos que se torna impossível responder-lhes a todos, de maneira que sempre haverá um ou outro que passe a ostentar no seu currículo imaginário a glória de ter afugentado o oponente mais velho que lhe recusou uma resposta ou não chegou nem mesmo a tomar ciência do desafio.

“Derrotar o Olavo de Carvalho” tornou-se, entre milhares de estudantes universitários – e, horresco referens, alguns professores --, uma obsessão incurável e a glória máxima a que aspiram. Lamentavelmente nunca sugerem alguma questão específica a ser debatida, preferindo conceder-me a dupla honra de ser ao mesmo tempo debatedor e assunto do debate.

Mas, precisamente porque aquilo que os move é o ódio ao oponente e não o interesse genuíno por algum tópico de discussão, quase todos entram em campo contestando algo que imaginam que eu disse, e não o que eu realmente disse. O empenho guerreiro que colocam em furar as bolhas de sabão que eles mesmos sopraram é a reprodução exata da fúria com que um peixinho beta investe contra sua própria imagem no espelho.

Não é que apenas me julguem sem ter lido meus livros. É que se recusam  terminantemente a lê-los e consideram mesmo ofensiva a sugestão de que deveriam fazê-lo antes de me julgar. É como se vissem nesses livros uma ameaça sinistra da qual devem fugir por todos os meios, um poder de persuasão diabolicamente irresistível, de cujo contato devem preservar suas almas para não corromper -- vade retro! -- a pureza da sentença condenatória que já assinaram.

Na verdade, a adivinhação paranóica de poderes malignos já evoluiu para a conjeturação de como me enviar para a cadeia, não importa por qual crime inexistente ou impossível. O sr. Sebastião Nery sugeriu, tempos atrás, “falsidade ideológica”, porque dou cursos de filosofia sem possuir “diploma de filósofo”, ainda que, em vez de ostentar um título falso como o fez a nossa presidenta (v.,
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/depois-de-post-casa-civil-muda-curriculo-de-dilma-mas-cade-a-dissertacao/), eu me gabe publicamente de não possuir nenhum nem havê-lo desejado jamais.

O sr. Paulo Ghiraldelli informa a um estupefato mundo que meus alunos vêm à minha casa não para estudar, e sim para satisfazer os meus instintos lúbricos de velho sátiro, e até pagam para isso, tão irresistíveis são as minhas artes de sedução. Um tal sr. Alexandre Melo, cuja página do Facebook acabou aliás sendo fechada por isso, raciocina na mesma direção e insinua que se trata de crime de pedofilia, infelizmente sem explicar aos perplexos leitores como se pratica esse delito com pessoas adultas.

São só três exemplos no meio de centenas. Sob os risos de inumeráveis leitores, cada um se degrada e se esculhamba entre gemidos de prazer masoquista, afogando-se mais e mais na latrina onde pretendia me depositar.

Como explicar essa descida voluntária da inteligência esquerdista até abismos de autodestruição onde o próprio Satanás teria alguma dificuldade de respirar?

A hipótese que me ocorre é a seguinte. Até os anos 60 a esquerda era uma minoria insatisfeita em luta contra o establishment acomodado. Tinha, por isso, alguma mobilidade intelectual, seguia o debate cultural mais amplo e, no mínimo para se posicionar contra, lia atentamente os livros de seus adversários locais e internacionais.

À medida que foi se concentrando na luta e depois no exercício do poder, fechou-se em si própria, numa busca obsessiva de autoconfirmação e na reiteração de chavões necessários ao adestramento da militância animalizada, e simplesmente perdeu o pé no mundo da alta cultura. Já não entende o que se fala fora dos seus círculos internos, e, não entendendo, reage com a impulsividade cega e louca de quem nada tem a dizer, só a maldizer. O melhor que tem a objetar ao autor de alguma idéia que lhe desagrada é ensejar que vá preso ou morra.

Não tenho dúvida de que, mais cedo ou mais tarde, passarão do desejo à ação, como sempre fizeram em todos os países que governaram e fazem ainda naqueles em que mandam.
Georges Bernanos já dizia que nada no mundo se compara à cólera dos imbecis.

27 de janeiro de 2014
Olavo de Carvalho

Publicado no Diário do Comércio.

VEJA O QUE OS LEITORES PORTUGUESES ACHARAM DA "ESCALA TÉCNICA" DE DILMA EM LISBOA

 

Direto ao Ponto

Dilma em Portugal

Em 8 de março de 2012, o jornalista Celso Arnaldo Araújo comentou a inverossímil escala da comitiva presidencial no Porto: a caminho da Alemanha, Dilma Rousseff e seus turistas de estimação pararam na cidade portuguesa para comer um prato de bacalhau muito apreciado pela chefe de governo. Honrado com a visita, o dono do restaurante retribuiu no fim do jantar: o prato foi rebatizado de Bacalhau à Dilma.


Perplexo com a reincidência registrada neste fim de semana, Celso Arnaldo remeteu à coluna um punhado de comentários de leitores de um jornal português. Confiram o recado do nosso caçador de cretinices. Volto no fim. (AN):


Enquanto nossa mídia registra, sem se escandalizar, a “parada técnica” do Aerodilma em Lisboa, onde 45 suítes foram ocupadas pela comitiva real nos hotéis Ritz e Tivoli (os mais caros da cidade) só para um jantar no Eleven (único restaurante estrelado Michelin de Portugal), o Diário de Notícias de lá falou do jantar e deu uma foto de Dilma com o chef Joachim e suas impressionantes olheiras (que os portugueses também chamam de “fronhas”). Selecionei abaixo alguns comentários de internautas portugueses do site do jornal. Veja que o tom crítico e até derrisório lá é maior que o de cá.


“Algo que sempre adorei nos auto-denominados “solidários”, é que quando têm o carcanhol dos outros nas nas mãos para “gerir”, tornam-se sempre adeptos do conforto capitalista. O contribuinte brasileiro a pagar jantaradas para grupos no Eleven (onde em média são Euros 100,00 por cabeça) e noitadas no Ritz !!!!! Vai lá vai….”


“Quando se acabar o crédito e/ou as riquezas naturais, acabam-se os Maduros, os Moráles e as Dilmas. Lá como cá, quando se acaba o dinheiro, acaba-se o socialismo. Depois, já se sabe, será a culpa dos mercados, dos bancos, blá, blá, blá…..”


“Coitada ! A mulher até mete dó! Deus me livre de tal coisa”.


“Por amor da Santa! Será que não era possível arranjar uma foto melhor, quer de um quer de outro? Parece que saíram de um naufrágio. A Dilma, então, que até nem é feia de todo, está um pavor, parece que ficou mal disposta com a janta. Que coisa mal amanhada! Será que pediram licença à senhora para postar a foto na rede? Tirem lá isso, se querem manter a freguesia. Se bem que o tal de 11 a mim não me diz nada mas se é na continuação do Lágrimas de Coimbra (onde caí uma vez por acaso), não vai deixar saudades à brasileira”.


“Tava linda hein Dilma, adorei esse look Fester Addams”.


“Parece photoshop ao contrário. Que
vanguardista”.


“Pela foto, parece que tiveram que dar uns sopapos na presidenta, para ela pagar a conta”.

Voltei para a constatação: o retrato desenhado pelos comentários só não é pior que o retrato de Dilma ao lado do chef Joachim. 
27 de janeiro de 2014
in resistência democrática

DILMA FOI A DAVOS PEDIR DINHEIRO, DEPOIS FOI GASTAR EM PORTUGAL (SUITE DE 25.000 POR DIA) E FINALMENTE FOI A CUBA VER A CARA DOS COMUNISTAS. E O BRASIL? FICA PARA DEPOIS


Agora vai. Para tirar o Brasil da crise, Dilma quer tornar o Brasil "um parceiro de primeira ordem" de Cuba.
Todos sorrindo na inauguração do Porto de Mariel.
Obviamente, da nossa cara.
 
A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira, que o Brasil quer se tornar parceiro “de “primeira ordem” de Cuba. Junto com o presidente cubano Raul Castro, a presidente inaugurou a primeira fase do Porto de Mariel, localizado a 40 quilômetros de Havana. Ela anunciou novos investimentos do Brasil no porto: um financiamento de US$ 290 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - recursos que se somam aos US$ 802 milhões, que segundo a presidente, o país já investiu na primeira fase.
- Na segunda etapa vamos financiar US$ 290 milhões para a implantação da zona especial de desenvolvimento de Mariel, que se tornará peça chave do desenvolvimento econômico cubano.Várias empresas brasileiras têm se manifestado grande interesse em instalar-se na zona especial. E, neste momento, estamos organizado uma missão empresarial a Cuba. O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba - disse a presidente em seu discurso.
A presidente ainda aproveitou para comentar o programa Mais Médicos, que já conta com 7,4 mil médicos cubanos. A partir de amanhã uma nova equipe de 2 mil médicos cubanos começa a embarcar para o Brasil. - Queria aproveitar para agradecer ao governo e ao povo de Cuba pelo enorme aporte ao sistema brasileiro de saúde por meio do programa Mais Médicos - disse. - A participação dos médicos cubanos é amplamente aprovada pelo povo brasileiro e é prova efetiva da solidariedade e cooperação dos dois países - afirmou Dilma.
A presidente destacou que a parceria com o país traz grandes possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, medicamentos e vacinas. A presidente elogiou o setor produtivo desses itens em Cuba. - Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio. São grandes as possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, e medicamentos, vacinas nos quais a tecnologia de ponta é dominada por Cuba – disse Dilma.
O Porto de Muriel é o primeiro terminal de contêineres do Caribe. E a partir de agora se torna o terceiro maior porto da América Latina com capacidade para receber cerca de 1 milhão de contêineres. Segundo o governo brasileiro, o investimento serviu para contratação de bens e serviços de 400 empresas brasileiras.
- A amizade que nos une nutre-se de interesses comuns, identidade cultura, diálogo e cooperação. Esse porto que inauguramos hoje será o símbolo dessa amizade duradoura. O Brasil orgulha-se por associar se a Cuba nesse que é o primeiro porto terminal de contêineres do Caribe integrar-se a cadeia oceânica, acolher embarcações e movimentar uma carga de 1 milhão de contêineres – afirmou.
A presidente Dilma criticou o embargo econômico que os Estados Unidos impõe à Cuba.
 
(O Globo)
 
27 de janeiro de 2014
in coroneLeaks