"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O PRAGMATISMO E OS OVOS DE OURO

O valor do ingresso é compatível com o perfil dos frequentadores dos estádios? Isso pouco interessa aos que faturam, politicamente inclusive, com obras extraordinárias

Circulou recentemente pela imprensa uma série de artigos defendendo a tese de que os projetos de intervenção urbana devem se fixar, exclusivamente, nos seus resultados práticos e imediatos. De uma maneira geral, esse pensamento reflete um viés ideológico que tem o pragmatismo de resultados como a maneira mais eficaz para atender os interesses políticos de ocasião. Trata-se de uma retórica focada no aqui e agora, que dispensa qualquer compromisso de longo prazo.

No admirável mundo das cidades virtuais, onde quase tudo é possível, é comum a utilização de estratégias publicitárias e de sofisticados recursos visuais para “vender” projetos urbanos das mais variadas espécies. Alguns, no entanto, não resistem a uma avaliação crítica mais apurada. Afinal, do virtual para o real há uma distância significativa. No entanto, quando as dificuldades se resumem aos aspectos de ordem financeira desponta a “parceria público-privada” como solução ideal para viabilizar a realização da obra.

Esse foi o modelo escolhido para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Todavia, para perplexidade geral, foi divulgado que os R$ 2,6 bilhões previstos inicialmente para a organização da Copa já alcançaram — pasmem — o montante de R$ 8,9 bilhões. Contradizendo o que havia sido dito sobre a participação majoritária do capital privado na realização dessas obras, 90% dos recursos empregados estão sendo bancados pela União, pelos estados e pelos municípios, através de empréstimos concedidos generosamente pelo BNDES. Mais uma vez, seguindo o propalado pragmatismo de resultados, privatizaram as obras e estatizaram os seus custos.

Independentemente ou não da relevância desses investimentos, algumas dúvidas pairam no ar em relação ao futuro de tais arenas esportivas. Estariam elas adequadas à precária estrutura regional das competições esportivas brasileiras? O alto valor dos ingressos é compatível com o perfil socioeconômico dos frequentadores dos nossos estádios? Lamentavelmente, essas questões pouco interessam àqueles que estão faturando, inclusive politicamente, com essas obras extraordinárias.

No Rio, inúmeras intervenções urbanas estão sendo feitas para receber a Copa e as Olimpíadas. Para os defensores do pragmatismo de resultados basta divulgar algumas sedutoras apresentações virtuais dos projetos para impressionar a população e consolidar essas realizações no tempo presente. Resta saber se o baixo padrão de qualidade verificado em algumas construções feitas para os Jogos Pan-Americanos de 2007 irá se repetir nas obras para as Olimpíadas. O afundamento do terreno da Vila dos Atletas e a interdição do Engenhão são exemplos que fundamentam essa preocupação.

Esse questionamento não se restringe, exclusivamente, às obras de exceção. Se considerarmos a falta de um modelo consistente de planejamento e a maneira açodada como estão sendo feitas as obras nas cidades brasileiras é de se esperar, para elas, um futuro sombrio. Além do mais, há o fato de que a elaboração dos projetos executivos, de um modo geral, tem sido entregue às empreiteiras responsáveis pela execução das obras. Em outras palavras é o mesmo que dar à raposa a responsabilidade de cuidar das galinhas dos ovos de ouro.

Para não transparecer má vontade, não custa esclarecer que nos Estados Unidos é comum separar essas funções e adotar como prazo para a elaboração dos projetos o mesmo tempo que se destina à execução da obra. No Brasil, contudo, projetar pensando o futuro parece ser uma atitude estranha para certas pessoas que ignoram a história, negam o passado e vivem exclusivamente de resultados que se esgotam no presente. Infelizmente, esse é o triste quadro da atual realidade política brasileira.

 
15 de fevereiro de 2014
Luiz Fernando Janot, O Globo

QUE JOVENS SÃO ESSES?


 
É difícil descobrir o que são e o que querem hoje, até porque são grupos segmentados, que não formam uma geração uniforme, como em 1968

Estão cada vez mais visíveis os sinais do comportamento desviante e agressivo de uma parte dos jovens. Em SP, no mês passado, seis deles confessaram à polícia ter espancado até a morte Bruno Borges, de 18 anos, por ser gay. As agressões homofóbicas chegaram a tal ponto que, para se proteger, homossexuais passaram a andar em grupos em torno da Avenida Paulista. “A gente tenta se blindar, senão não sai de casa”, disse um deles, que recentemente foi espancado ao andar sozinho. No Rio, como se sabe, dois episódios de violência juvenil chamaram a atenção. No primeiro, agressores prenderam pelo pescoço num poste no bairro do Flamengo um assaltante de 15 anos, depois de espancá-lo e deixá-lo ferido e nu. Um desses autodenominados “justiceiros” revelou que são uns 50, que costumam sair à noite para caçar marginais e dar-lhes uma “lição de moral”, ou seja, agem como os criminosos que perseguem. O pior é que muita gente boa, alegando a ineficácia da polícia, apoia a Lei de Talião, do olho por olho. Em vez de exigir o aprimoramento da segurança, prefere retroceder à barbárie que vigorou 1.700 anos antes de Cristo.

O outro episódio foi por demais comentado: a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão lançado por dois rapazes, Fábio Raposo, de 22 anos, e Caio Silva de Souza, de 23, que pertencem à gangue de vândalos que promovem quebra-quebra em manifestações. Antes de se saber que os dois são de modesta origem sócioeconômica, houve muita especulação. O prefeito Eduardo Paes chegou a se referir aos “filhinhos de papai”, o que de fato não são: eles moram sozinhos, um na Zona Norte e o outro na Baixada Fluminense, trabalham e ganham salário-mínimo. A partir dessa amostra, no entanto, não se pode generalizar, como se faz equivocadamente com os participantes dos rolezinhos, acreditando que são todos excluídos.

A Sininho, por exemplo, de 28 anos, tem outro perfil intelectual e social. Chamada de “patricinha” por populares, é a mais proeminente dos ativistas, capaz de circular entre políticos, de recolher doações de vereadores, de recrutar advogados e de ir a uma delegacia afrontar, xingando os jornalistas de “carniceiros” e, em outra ocasião, um PM de “macaco”. Seu protagonismo desmente a crença de que entre eles não há liderança, que é uma estrutura horizontal e que se reúnem de forma aleatória e espontânea.

A verdade é que é difícil descobrir o que são e o que querem certos jovens hoje, até porque são grupos segmentados, que não formam uma geração única, uniforme, como em 1968. São tribos — e cada tribo é uma categoria à parte, com hábitos particulares e uma “cultura” própria. O que os une é o gosto pelo vandalismo e a transgressão, principalmente quando recebem um dinheirinho político para praticarem o que tanto curtem: a violência.

15 de fevereiro de 2014
Zuenir Ventura, O Globo

SOCUERRO! NÃO VAI TER CARNAVAL!


 
Dica de economia de água: A Alstom só pode MOLHAR as mãos dos secretários do Alckmin a cada 15 dias!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! "Casamento de Latino terá bloqueador de celular". Sem fotos! Graças a Deus! Pelo bem do Brasil!

Como disse uma amiga: já basta o que sofremos com as imagens do casamento do Naldo! Rarará!

Casório com bloqueador de celular! Vai ser no presídio? O casório vai ser na Papuda? Devia ter bloqueador de som pras músicas do noivo!

E o Sujão? A falta d'água! Dicas de economia de água do amigo Ciro Botelho: 1) O Corinthians só pode levar uma LAVADA por mês. 2) A Alstom só pode MOLHAR as mãos dos secretários do Alckmin a cada 15 dias!

E eu acho que o Lula deixou uma herança maldita pra Dilma: a Copa! Pelo jeito, quem vai precisar de Mais Médicos é a Dilma!

E médicos cubanos fugindo pra Miami pelo Brasil? Miami via Brasil. O Brasil virou escala! Vou sugerir um pacote pra CVC: "Cuba-Brasil-Miami! Balseros, não fujam pelo mar, fujam pelo Brasil!"

Só que em Miami eles não vão ser médicos, vão limpar banheiro. Vão limpar banheiro de apartamento de brasileiro!

E torno a repetir aquela placa na padaria: "Temos Pudim de Leite Condenado". Sobremesa na Papuda! Já imaginou o Genoino e a Palmirinha dando receita de pudim de leite condenado? "Pegue uma lata de crime de leite e o creme não compensa". Rarará!

E eu só acredito na regeneração do Adriano se ele passar o Carnaval em Curitiba! Verdadeiro Rehab! Diz que o trio mais animado de Curitiba é o caminhão da Liquigás tocando "Pour Elise". Rarará!

Em compensação, olha o e-mail que eu recebi de um amigo baiano: "O Carnaval tá quase acabando e você ainda não veio!". O Carnaval na Bahia já começou. Em 1500! Quando os portugueses gritaram "Ivete à Vista!". Rarará!

É mole? É mole, mas sobe!

E a clássica pergunta de todo ano: "Onde você vai passar o Carnaval?". Em Minas! Em escola de samba mineira as passistas são de fora, o mestre-sala dança no Municipal e o mestre de bateria dá aula no conservatório! Uma explosão de desânimo! Rarará!

Aliás, NÃO VAI TER CARNAVAL! Rarará!

Nóis sofre, mas nóis goza.

Hoje, só amanhã!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.

TIRANDO A MÁSCARA


 
15 de fevereiro de 2014
Ruth de Aquino, Revista Época

ROOMBA, O ROBÔ

Aspirador eletrônico trabalha sozinho e é aquela mão na roda para quem tem peludos em casa

Um dos filmes de gato mais assistidos do YouTube — onde o que não falta é filme de gato muito assistido — mostra um gatinho absurdamente cool, vestido com uma fantasia de tubarão, passeando pela cozinha montado num Roomba, um robô aspirador parecido com uma torta achatada e grandona (bit.ly/1mgZqvx). Minha primeira reação ao ver este filme foi dar um daqueles gritos idiotas que as pessoas que amam gatos dão quando veem um peludo particularmente fofo: “Owwwwwnnnnnn!!!” A segunda foi googlar Roomba, para ver o que diabos era aquilo.

Na minha cabeça, como na cabeça de todo mundo que já leu ficção científica e assistiu a alguns filmes do gênero, robôs são figuras mais ou menos parecidas com seres humanos, isto é, em geral têm tronco, cabeça e membros, como o Gort, de “O dia em que a terra parou” (e que se desligava com a frase “Klaatu Barada Nikto“, lembram?) ou R2D2 e C3P0, de “Guerra nas Estrelas”. Com um certo esforço de imaginação, a gente ainda consegue incluir na categoria as criaturas que a Nasa espalha pelo espaço, mais parecidas com insetos do que com humanos. Mas um disco de plástico, sem patinhas nem antenas? Isso lá é robô?

Continuei assistindo a filmes de gatos pegando caronas em Roombas, que viralizaram, mais pelos gatos do que pelos Roombas. E não pensei mais no caso, até que o velho aspirador de casa morreu. Como hoje não compro mais nada sem consultar as bases, corri para o Twitter e para o Facebook, perguntando à turma qual aspirador me recomendavam — exatamente como fiz quando a máquina de lavar entregou a alma ao criador. O nome mais bem votado, campeão disparado na preferência da minha timeline, foi o Electrolux; mas, aqui e ali, apareceram pessoas recomendando o Roomba.

O “heavy duty” da casa, portanto, passou a ser um Electrolux Ultra Active, bonito, prático e poderoso — e que, curiosamente, se parece mais com o robô da minha imaginação. Ainda assim, quando estive em Miami, não resisti e trouxe um Roomba 770 na mala. Nunca tive um eletrodoméstico mais fofo! Os gatos ficaram deslumbrados com aquela coisa que vai e vem limpando a casa; os meus netos tratam o Roomba como se fosse uma pessoa, adoram apertar seus botões e alimentá-lo com todos os tipos de sujeirinhas. Programei-o para, todos os dias, dar uma volta às 16h e, às vezes, ele me surpreende entrando no escritório, enquanto estou trabalhando.

E que tal o robozinho como aspirador? Pois olhem, é surpreendentemente bom! Ainda não entendi a lógica do seu percurso, mas ele anda pela casa toda e recolhe quantidades incríveis de pelo e de poeira. Isso num ambiente sempre muito limpo, com chão frio, onde em tese se poderia notar o que ele, para nossa surpresa, acaba engolindo. Não se deve deixá-lo trabalhar solto, sem supervisão, porque é dado a se enroscar em fios elétricos, mas isso é simples de resolver tirando potenciais obstáculos do caminho antes de ligá-lo.

O modelo 770 tem filtros HEPA, que recolhem a poeira fina, e conta com uma ótima bateria: às vezes, trabalha mais de duas horas, zanzando solitário de cá para lá. Quando decide que a tarefa foi cumprida, volta obediente e sozinho para a base, para recarregar novamente. É uma graça!

Vale a pena investir num Roomba? Depende de quanto se tem no orçamento e das prioridades de cada um. Não recomendo o Roomba como único aspirador para quem tem estofados e cortinas, e costuma aspirar também as estantes, já que ele só trabalha no chão. Ele também deixa a desejar nos ângulos retos e não tem nem potência nem espaço interno para lidar com grandes desastres domésticos. Por outro lado, é uma máquina fantástica para manter a limpeza entre faxinas, sobretudo para quem tem peludos em casa. Com uma grande vantagem: como trabalha sozinho, passamos a aspirar tudo com mais frequência. A casa fica decididamente mais limpa com ele. Gosto tanto do meu Roomba que já estou de olho no seu irmão mais novo, o Scooba, que lava e esfrega o chão.

Que venham mais robôs!

DE VOLTA AOS CACHIMBOS


GERAÇÕES MAIS OU MENOS PERDIDAS


 
15 de fevereiro de 2014
Marleth Silva
Gazeta do Povo - PR

ONDE É QUE A COISA PEGA

 

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 A Comcast, maior empresa de TV paga dos EUA, mandou oferta de US$ 45,2 bilhões para comprar a Time-Warner Cable, a segunda maior empresa do ramo naquele país que no início do século 20 levou a democracia para outro patamar e o desenvolvimento humano para alturas nunca antes sonhadas ao decidir que “nenhum dinheiro e nenhum poder que não seja fruto do merecimento”, a síntese da Revolução Americana, já não era o suficiente e que até quando fruto do mérito e alcançada inteiramente dentro das regras do jogo, era preciso haver um limite para o crescimento das empresas privadas ou não haveria jeito do cidadão e do consumidor não serem esmagados e da democracia sobreviver ao poder de corrupção desses monstros.
 
Para exigir o cumprimento desses limites sem misturar outros interesses com essa obrigação, o Estado foi afastado de toda e qualquer atividade econômica, reservando todas as suas forças para fiscalizar e manter a economia privada jogando dentro de regras iguais para todos e obrigando-a a dividir as propriedades que passassem do limite sadio para a preservação da concorrência em benefício do consumidor

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A legislação antitruste e as ferramentas de democracia direta como a do voto distrital com recall, as leis de inciativa popular e os referendos instituídos pelo movimento pelas reformas da “Progressive Era” encerradas em 1914 que tornaram tudo isso possível foram uma revolução dentro da revolução.
 
Hoje, encurralado pela competição dos monopólios chineses e com empregos e salários emagrecendo assustadoramente, o povo que enfrentou e venceu J. P. Morgan, os Carnegie, os Rockefeller e os Vanderbilt juntos está apavorado, aplaude as reedições modernas dos “robber barons”, pedincha-lhes humildemente um emprego, e empurra o Estado de volta para os braços do Capital pra enfrentarem juntos a concorrência chinesa, enquanto todos se acusam uns aos outros pelo que não é culpa de nenhum deles.
 
É por isso que as duas companhias mais odiadas do setor mais odiado pelos consumidores dos Estados Unidos da América podem anunciar festivamente a sua intenção de somar as razões que as fazem tão odiadas, e pode ser que a coisa passe, apesar dos restos da legislação antitruste ainda andarem “em vigor” por lá, como mortos vivos que qualquer sentença judicial provisória derruba.

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 Neste vasto mundo vaso-comunicante criado pela internet, abarrotado com bilhões de miseráveis filhos do socialismo real dispostos a trabalhar por qualquer migalha, é assim: se tem um monopólio num setor competitivo na China, tem de ter um nos EUA também. E se passar a ter nos EUA tem de ser replicado no resto do mundo, só que aí com o dinheiro dos BNDES da vida diretamente na veia porque capital privado forte pra coisas desse calibre só mesmo onde o Estado tinha sido domado um dia.
 
Eis aí o caldo de cultura onde chafurdam as criaturas da classe do PT e as bactérias e protozoários que lhe compõem a ecologia e que engordam em poder e em truculência pelo mundo afora, rindo dos debates dos otários de cujo pânico eles se alimentam.
Já o consumidor, o cidadão, criaturas da democracia, estes cada vez mais, coitados, ó…

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NATAN DONADON DISSE TUDO!

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“O voto aberto vai fazer com que meus colegas votem contra o coração e a vontade deles“.

E não é com isso que o Brasil sempre sonhou? Que eles votem SEMPRE contra o coração e a vontade deles e a favor da nossa?
Democracia é exatamente isso; nem mais, nem menos.

Essas duas votações em menos de seis meses – 233 votos pela cassação, 24 a menos que o necessário a 172 pela manutenção do mandato (mais abstenções) há seis meses; 467 pela cassação x 1 abstenção (de outro deputado presidiário) ontem – é a prova do que se tem afirmado desde sempre aqui no Vespeiro: a civilização (que é o outro nome da democracia) não é muito mais que a presença da polícia.

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O voto distrital com recall põe polícia na política. É a chegada do xerife a este faroeste dominado pelos bandidos em que vivemos.

Não há povos piores nem povos melhores; “gentinha” nem gentona. O que há são os que já experimentaram e os que ainda não experimentaram. E mesmo entre os que já experimentaram, se tirar a polícia de cima volta tudo pra traz.
Até o Steve Jobs, o Leonardo da Vinci cibernético; o “inventor da modernidade”; se tiver certeza de que não vai pagar por isso, vira explorador de menores miseráveis na China.

O voto distrital com recall arma a mão da polícia da política – que é você – para que ela possa exigir o cumprimento da lei. E o efeito é imediato e automático, como previa o anteontem ainda deputado e hoje mero presidiário Natan Donadon. E se é assim diante da simples perspectiva de ser identificado pelo eleitor, imagine o que seria se eles soubessem que o eleitor pode, a qualquer momento, sem manifestação de rua nem bagunça, retirar o voto que lhes garante o emprego.

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O recall é isso.
Divide-se o numero de eleitores pelo número de deputados e cria-se um distrito eleitoral delimitado pela geografia com aquele numero de eleitores. Cada candidato só pode pedir votos em um único distrito eleitoral.
Se eleito, fica-se sabendo exatamente que eleitores ele representa. E se “mijar fora do pinico“, qualquer eleitor daquele distrito tem direito de passar uma lista pedindo a confirmação ou não do mandato do porcalhão.
Se colher as assinaturas de 5% dos eleitores daquele distrito, convoca-se uma nova votação, só entre eles, cassa-se o mandato do cara e manda-se ele conversar com o ministro Joaquim a respeito de que direitos vão lhe restar lá na Papuda.
Isso faz milagres! Muda a vida! Qualquer outra reforma fica fácil de arrancar com essa arma na mão.

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Agora que estamos na bica de acabar com essa tapeação dos mascarados assalariados, todo mundo sabe de quem, quebrando tudo por aí, taí uma boa razão pra você voltar pra rua.
Mas jogue fora o cartaz inútil, por mais engraçadinho que tenha sido o trocadilho usado na última vez.

Espalhe esta convocação: vamos todos pra rua com o mesmo cartaz; vamos todos exigindo a arma que temos direito de portar pra podermos construir um Brasil do jeito que a gente quer.
VOTO DISTRITAL COM RECALL, JÁ!

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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE COMO FUNCIONA O RECALL NESTE LINK

15 de fevereiro de 2014
vespeiro

LIXA GROSSA

Gilberto Carvalho tenta minimizar protesto do MST e diz que confronto com PM foi erro de informação

gilberto_carvalho_11A soberba dos palacianos é tão monumental, que qualquer transgressão cometida pelos “companheiros” da esquerda é considerada “erro de informação”. Pelo menos essa foi a definição dada por Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, para o tumulto protagonizado por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Os manifestantes, nada pacíficos, entraram em confronto com policiais militares do Distrito Federal, chamados para garantir a segurança no local. O protesto, que contou com aproximadamente 15 mil integrantes do MST, terminou com 30 policiais e dois manifestantes feridos.

Durante a manifestação, Batalhão de Choque da PM do Distrito Federal jogou bombas de gás e deu tiros de borracha na direção dos sem-terra, que arremessaram objetos contra os policiais.Em menor número, os PMs se posicionaram diante de um ônibus do movimento.

“A PM teve uma informação que não sei de onde veio que o ônibus do MST estava com porretes que poderiam ser usados contra a polícia. O comandante, que não vou criticar porque ainda não falei com ele, tomou a decisão de fazer um grupo da PM entrar na multidão para trancar o ônibus”, afirmou Gilberto Carvalho. “Foi um erro de informação. O que estava lá dentro eram cruzes para serem expostas em frente ao Palácio do Planalto. Isso fez com que ocorresse de fato um grande problema”, completou.

Esse discurso do secretário da Presidência é mais uma manobra oficial para tentar minimizar o fiasco em que se transformou o governo de Dilma Rousseff, não sem antes servir para minimizar o impacto da manifestação na imagem da petista, que é candidata à reeleição e há muito está em franca campanha.

Se o que havia dentro do ônibus do MST eram cruzes, não importa, pois as mesmas, confeccionadas com madeira, poderiam ser usadas para algum tipo de vandalismo. Não se pode esquecer que, em 6 de junho de 2006, o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), invadiu a Câmara dos Deputados, destruindo equipamentos e provocando ferimentos em servidores. Comandada pelo petista Bruno Maranhão, a invasão da Câmara foi uma mostra do que esses baderneiros financiados com o suado dinheiro do contribuinte podem fazer, sempre escondidos atrás de uma suposta reivindicação social.

Em um regime democrático, nenhum pleito da sociedade pode ser formulado na esteira da violência e da destruição. Contudo, é inaceitável que qualquer movimento social aja com truculência, atentando contra o Estado democrático de direito. O estado, como um todo, tem o dever constitucional de manter a ordem pública e garantir aos cidadãos o direito de ir e vir, algo que foi violado de forma flagrante na última quarta-feira (12), em Brasília.

Para que o protesto do MST não reverberasse ainda mais, Gilberto Carvalho saiu em defesa do movimento, que é comandado por alarifes conhecidos que se valem da hierarquia da organização para viver como verdadeiros nababos, enquanto milhares de incautos se matam debaixo de sol a pino para reivindicar celeridade na reforma agrária.

Carvalho disse que um desfecho muito mais foi evitado “graças à maturidade da organização do movimento, que fez um cordão de isolamento entre a PM e os manifestantes”. “Os próprios PMs foram protegidos pelo próprio MST. O movimento demonstrou que quando uma manifestação tem uma pauta clara as coisas podem ocorrer sem grandes problemas”, disse o ministro.

O secretário da Presidência pode falar o que quiser, até porque o Brasil ainda é uma democracia, mas seus discursos não contam com a mais rasa dose de convencimento. Só falta o ministro afirmar que Celso Daniel foi brutalmente assassinado por conta de um “erro de informação”.

15 de fevereiro de 2014
ucho.info

MORRENDO DE SEDE

Dilma recebe líderes dos “sem terra”, mas continua ignorando os “sem água” do Nordeste

sao_francisco_07No último dia 10 de fevereiro, segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff participou de evento em comemoração à fundação do PT e, a bordo de discurso de candidata, disse aos companheiros de legenda que está pronta para seguir adiante, fazendo muito mais pelo País.

A prova maior de que Dilma nada fez nos três primeiros anos do seu mandato foi a manifestação de 15 mil integrantes do MST, que protestaram na Praça dos Três Poderes contra a lentidão da reforma agrária.

Essa letargia do governo petista, reflexo da incompetência dos palacianos, obrigou Dilma a receber lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que na sede do governo continuaram reclamando mesmo diante das promessas oficiais. É importante lembrar que apesar das reivindicações dos manifestantes, os “barões” do MST vivem confortavelmente, sempre financiados pelo suado dinheiro do contribuinte que rega os cofres do movimento por meio de repasse de recursos públicos a ONGs de origem duvidosa.

O grande erro de Dilma Rousseff não está em atender esses baderneiros que nem de longe querem pegar na enxada para arar a terra, mas, sim, na decisão de virar as costas para os nordestinos que acreditaram nas falácias oficiais sobre a transposição do Rio São Francisco e continuam sem água. Lula prometeu concluir a obra, mas ficou apenas nas inaugurações com direito a mordomias de todos os naipes. Muito do que foi construído para esparramar o Velho Chico, permitindo mais uma farra com o dinheiro público, está sendo corroído pela ação do tempo.
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O centro do Nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 150 anos, mas Dilma prefere distribuir dinheiro público a países governados por ditadores, sem contar o absurdo e bilionário investimento no porto de Mariel, em Cuba, apenas para agradar o delinquente e caquético Fidel Castro, o facínora caribenho.

Se nada for feito em caráter emergencial – ou mais do que isso – para salvar os nordestinos castigados duramente pela seca, pelo menos 9 milhões de pessoas terão de abandonar suas casas para não morrer literalmente de sede. Enquanto abre espaço para as fanfarrices do governo petista de Dilma Rousseff, que dá continuidade à lambança de Lula, a grande imprensa sequer volta os olhos para o Nordeste do País, que está a derreter e a virar pó.

Dilma é não apenas assessorada por um grupo de incompetentes, mas uma insensível que usa discursos ufanistas para ludibriar a opinião pública, em especial sua parcela mais carente, que acredita nas mentiras que escorrem diariamente pela rampa do Palácio do Planalto. Dilma deveria ter vergonha em aparecer diante de câmeras em microfones para balbuciar inverdades, pois somente os que conhecem a dura realidade que açoita os nordestinos conseguem compreender a essência criminosa e populista de um governo paralisado e mitômano.

Para a sorte dos integrantes do desgoverno do PT os “sem água” não têm recursos para ir a Brasília e protestar diante do Palácio do Planalto, onde deveriam ser despejadas as carcaças dos animais que morreram de sede e, por que não, realizados os velórios de todos os que morreram à espera da água do Velho Chico. Como disse um conhecido e gazeteiro comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.
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15 de fevereiro de 2014
ucho.info

CHAVE DE CADEIA

Se o STF exigir comprovação da origem do dinheiro das multas do Mensalão, muitos serão presos

dolar_30Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes perde tempo dando ouvidos às lamúrias dos petistas, que estão inconformados com declaração do magistrado sobre a origem do dinheiro obtido por meio de doações para pagar as multas impostas aos réus do Mensalão do PT.

O ministro rebateu um questionamento do petista Eduardo Suplicy, o senador “maluco-beleza”, que recebeu como resposta sugestão para que o PT organize uma “vaquinha” na rede mundial de computadores com o objetivo de ressarcir parte dos mais de R$ 100 milhões desviados dos cofres públicos no maior e mais ousado escândalo de corrupção da história nacional.

Gilmar Mendes, na resposta enviada ao senador petista, destacou que sites hospedados no exterior para arrecadar fundos destinados ao pagamento das multas dos mensaleiros representam uma afronta ao Judiciário.

Dia após dia o PT vem mostrando a sua vocação para o banditismo político, por isso o ministro do STF não deve entrar no embate com os bandoleiros petistas. A melhor forma de responder a esses saltimbancos que se instalaram no poder é aplicar com firmeza a legislação vigente no País, começando pela operação sinistra de arrecadação de fundos que aponta para uma vasta lavanderia financeira, por mais que o presidente do partido, Rui Falcão, esperneie.

Basta que o Judiciário exija dos condenados na Ação Penal 470 a comprovação da origem do dinheiro que está sendo utilizado para o pagamento das respectivas multas. O esquema é tão acintoso e desafiador, que em menos de 24 horas o chefe dos mensaleiros, o Ali Babá palaciano José Dirceu, arrecadou quase R$ 100 mil em um site criado para angariar fundos.

Nos Estados Unidos, a Justiça exige a comprovação da origem do dinheiro até mesmo para o pagamento de fiança. Sem cumprir essa formalidade, o acusado continua contemplando o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta.

Faz-se necessário lembrar que o esquema de cobrança de propinas em Santo André, que culminou com o bárbaro assassinato do então prefeito Celso Daniel, arrecadou muito dinheiro, sendo que parte dos recursos criminosos foi depositada em contas bancárias no exterior. O que levou os bancos do Mensalão do PT a forjarem os empréstimos ao partido, solução encontrada para repatriar o dinheiro imundo.

Como os empréstimos tiveram de ser honrados pelo partido depois da descoberta do escândalo, o dinheiro repassado aos correspondentes internacionais dos tais bancos voltou para as contas de origem.

Se o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República decidirem investigar a origem do dinheiro que está sendo utilizado para o pagamento das multas, boa parte do PT pode acabar na cadeia. Sem contar que alguns espertalhões, já conhecidos da polícia, terão de fazer companhia. Não é preciso nenhum esforço descomunal para descobrir o fio da meada. Basta cruzar os dados do “propindoduto” de Santo André, da Operação Satiagraha e do desdobramento do Mensalão do PT. Antes disso é melhor a Polícia Federal comprar mais camburões.

Apostando na zombaria, o Partido dos Trabalhadores decidiu afrontar o Estado democrático de direito depois que adotou o discurso embusteiro de que os condenados no Mensalão são presos políticos. A parcela de bem da população deve reagir com firmeza, pois achincalhar os Poderes constituídos da República é inadmissível. Essa incursão burra e ousada mostra que os petistas estão desesperados, pois têm muito a esconder.

15 de fevereiro de 2014
ucho.info

NO ESTALEIRO

Escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras esfria ação dos terroristas cibernéticos do PT

corrupcao_16A tropa de choque petista que atua na rede mundial de computadores recolheu as garras nesta sexta-feira (14). Não por causa da aproximação do final de semana, mas pelo fato de o governo do PT estar envolvido em um enorme e rumoroso escândalo.

Desde que o Siemensgate veio à tona e passou a ser investigado pela Polícia Federal com base em um documento grosseira e criminosamente adulterado, entre à corporação pelo ministro José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), a quadrilha cibernética da legenda passou a espalhar notícias sem comprovação acerca do caso, além de fazer comparações esdrúxulas e típicas de quem foi tomado pelo desespero.

Maior fornecedora de plataformas flutuantes para a exploração de petróleo, a empresa holandesa SBM Offshore está sob investigação de autoridades da Holanda, Inglaterra e Estados Unidos por causa de pagamento de suborno a várias empresas petrolíferas ao redor do planeta, inclusive a Petrobras. Um ex-funcionário da SBM declarou que a empresa pagou US$ 250 milhões em propinas, sendo a maior parte desse valor à estatal brasileira.

De acordo com a testemunha, intermediários e funcionários da Petrobras teria recebido US$ 139 milhões em propina para favorecer a SBM Offshore na obtenção de contratos. O pagamento de suborno ocorreu, segundo a testemunha, entre 2005 e 2011, ou seja, sob a égide do Partido dos Trabalhadores, que chegou ao poder central a reboque do discurso da moralidade e da ética.

A presidente Dilma Rousseff e a diretoria da Petrobras sabiam do escândalo, mas nada fizeram para impedir que o esquema continuasse avançando. Essa denúncia, se comprovada pelas investigações em curso, confirmará o apetite do PT pela delinquência política, algo que ficou evidente ao longo da última década.

Diante de escândalo de tamanha proporção, é certo que o Palácio do Planalto atuará nos bastidores para que a notícia desapareça do noticiário nacional, até porque o governo federal é o maior anunciante do País. Caberá aos veículos que não frequentam a seara da grande imprensa acompanhar e noticiar os desdobramentos do escândalo milionário de corrupção, que em países minimamente sérios já teria provocado algumas demissões.

15 de fevereiro de 2014
ucho.info

SÓ O COMEÇO

Médica cubana aciona a Justiça e pede R$ 149 mil por direitos trabalhistas e danos morais

ramona_rodriguez_01Ramona Matos Rodríguez, a médica cubana que deixou o programa “Mais Médicos”, protocolou, nesta sexta-feira (14), ação trabalhista e por danos morais no valor de R$ 149 mil contra o governo federal. Inconformada com a discrepância entre o valor pago ao governo cubano e o montante que recebia para atuar no Brasil, Ramona deixou recentemente o programa, após atuar por quase quatro meses na cidade de Pacajá (PA). Por meio de liminar, é pedido que o valor da causa seja bloqueado nas contas da União e não repassado ao governo de Cuba.

Ramona pede R$ 69 mil em salários e direitos trabalhistas não pagos. O restante, R$ 80 mil, é solicitado por danos morais. A cubana recebia menos de 10% do salário de R$ 10 mil mensais pagos pelo programa por cada médico. O restante, mais de R$ 9 mil, era embolsado pelo governo dos facinorosos e ditatoriais irmãos Castro. A médica não tinha 13º salário, férias nem INSS.

Na ação, o advogado da médica relatou à justiça as condições precárias de trabalho, o cerceamento à sua liberdade e o tratamento discriminatório desde a sua chegada ao Brasil, em 2013. “Brasil, signatário de tratados de Direitos Humanos, não pode concordar com a situação pela qual passam os médicos cubanos em solo nacional”, relatou a ação.

O líder do Democratas na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), que colocou à disposição de Ramona todo o suporte jurídico, disse que a ação abrirá um precedente que garantirá a todos os médicos cubanos direitos trabalhistas.

O parlamentar defendeu que os recursos repassados à União sejam bloqueados para que o País não tenha que arcar com os custos dessas ações duas vezes. “É preciso bloquear os recursos para que esse dinheiro seja usado para pagar os valores que os cubanos têm direito. A própria Procuradoria do Trabalho já sinalizou que esses médicos trabalhadores terão direito a receber o que Cuba embolsou”, disse.

15 de fevereiro de 2014
ucho.info

O HUMOR DO DUQUE

Charge O Tempo 15/02
 
 
15 de fevereiro de 2014


QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
15 de fevereiro de 2014


"CIRCUNCISÃO FEMININA" - UM EUFEMISMO PARA MAIS UMA BARBARIDADE CONTRA AS MULHERES


Por coincidência com o artigo que reproduzo abaixo, eu conversei ontem com amigos e amigas sobre essa tal “circuncisão feminina”, até explicando a pessoas que desconheciam a prática do que se tratava: a amputação do clitóris da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual, ou seja, além de bizarra, uma grande burrice.

Não sei de onde veio esse costume, mas duvido que não tenha origem religiosa, já que todos os documentos que dispomos das principais religiões ocidentais - judaísmo, cristianismo e islamismo - mostram que todas tratam a mulher como lixo. (No aniversário de Maomé, por exemplo, o ritual é feito de forma comunitária e as famílias de mais de 200 meninas recebem dinheiro para a circuncisão em massa em homenagem ao profeta. Os médicos usam tesoura para cortar partes do clitóris. Acreditam que as meninas não circuncidadas não podem permanecer puras depois de urinar e as orações jamais serão ouvidas.)

Por incrível que pareça, ao pesquisar agora sobre o assunto, dei de cara com dois artigos que, de certa forma, justificam a prática. Um óbvio, de islâmicos, e o outro, pasmem, de uma pós-graduanda em Antropologia Cultural na Pontifícia Universidade Católica do Paraná.  Só em pensar que uma antropóloga brasileira seja capaz de masturbar-se intelectualmente defendendo a mutilação de 125 milhões de mulheres no mundo, com o único e execrável intuito de impedi-las, inclusive, de terem prazer em masturbarem-se fisicamente, me dá ânsias de vômito. Deve ser uma mal-comida complexada.

Em todo caso, o que me levou a escrever isso tudo foi esse bom artigo sobre o tema.

Barbárie ou civilização: cabe decidir, por Laura Greenhalgh - O Estado de S.Paulo

Era um encontro mundial sobre saúde da mulher no Rio de Janeiro, no ainda bem disposto Hotel Glória, meados dos anos 1990. A jornalista, às voltas com mil e uma possibilidades de boas matérias, encanou de conversar com uma doutora de Burkina Faso, país africano na região do Saara. Diziam que a mulher era uma estudiosa da mutilação genital feminina. O quê? Sabia-se pouco sobre uma realidade tão estranha aos nossos trópicos - embora sejam trópicos tão pródigos em estranhezas.

Numa varanda do Glória, a jornalista se deparou com a mulher negra corpulenta, envolta em panos ultracoloridos, deusa africana “empoderada” em fóruns internacionais, com sólido discurso sobre um crime cometido milenarmente contra meninas e mulheres. Diante da pergunta técnica da repórter, como se faz uma mutilação dessa natureza?, o empoderamento da doutora não durou um minuto. Vi desmontar a ativista que, como as mulheres de sua família, em diferentes gerações, passou pelo suplício. Guardo na memória seu olhar de tristeza e humilhação ao se confessar uma vítima.

Dias atrás, o jornal The Guardian entrou com força numa campanha contra a mutilação genital feminina (comumente tratada como FGM, sigla para female genital mutilation), e o fez já cortando de saída aquela fleuma britânica que dilui em contida polidez o que é simplesmente um escândalo. Em editorial, o diário denuncia haver no Reino Unido cerca de 66 mil vítimas desse tipo de violência e pelo menos 20 mil jovens ameaçadas de passar pelo mesmo sofrimento nos próximos tempos, por imposição de suas famílias.

São meninas abaixo de 15 anos, filhas e netas de imigrantes, a grande maioria com origens numa geografia que abrange não só África, mas Oriente Médio, Ásia e Indonésia. Nasceram na Grã-Bretanha ou têm cidadania inglesa, no entanto, continuam sendo mutiladas dentro de casa ou em locais clandestinos nos domínios de Sua Majestade. Há também casos em que as famílias as levam aos países de origem, a propósito de férias e/ou visita familiar. Lá consumam o ato e daí voltam ao Reino.

A campanha deflagrada pelo Guardian ganhou um rosto inesperado, coberto pelo véu islâmico. Trata-se de Fahma Mohamed, estudante inglesa de 17 anos, que chegou aos 7 da Somália, a bordo de uma família com pai, mãe e nove filhas. Em vídeo postado no site do jornal, Fahma olha para a câmera e fala diretamente a Michael Gove, secretário de Educação do gabinete Cameron. Trata de informá-lo que a mutilação genital existe na Grã-Bretanha e cobra dele que escreva para todas as escolas primárias e secundárias do país, determinando que professores e pais troquem informação abalizada sobre o tema. E que isso ocorra já, antes das férias de verão, marcadas para o meio do ano, quando as meninas sempre correm mais risco. Desde 1985, há uma lei inglesa estabelecendo que a mutilação genital feminina, eufemisticamente tratada como circuncisão, é crime. A lei francesa, tão antiga quanto, tem sido ao menos aplicada, o que se confirma por alguns julgamentos exemplares. No Reino Unido, nada.

O mundo da FGM é sórdido, e não me deixarão na mão aqueles que estudam o problema. Não se pode atribuir essa prática a questões de fé, incluindo nesse campo as três grandes religiões monoteístas, que são balizadoras de boa parte da humanidade. No limite, o que se pode admitir é a persistência de tradições culturais arraigadas, que ainda hoje encontram respaldo em sociedades patriarcais. O que não justifica, em absoluto, o abuso perpetuado com o propósito único de controlar a sexualidade e o corpo da mulher.

Documentário feito no Quênia mostra como comunidades lidam com isso. De um lado, falam os homens, jovens homens, inclusive, justificando a necessidade de “operar” as mulheres antes do casamento. Dizem que só assim elas ficarão puras para eles. O que terão inoculado nas mentes destes pobres diabos, que só se satisfazem ante a certeza de que sua parceira jamais vai experimentar o prazer? De outro lado, falam as mulheres que realizam as tais operações, até como meio de vida, no meio daquela pobreza. As mutiladoras, respeitadas socialmente, exibem com naturalidade um arsenal de objetos cortantes e seus modos de uso em condições de total falta de higiene.

Explicam que a “circuncisão” pode ser mais restrita ou mais radical no estrago anatômico, digamos assim, de acordo com o que lhes é encomendado. Daí as “pacientes” são deixadas sangrando no correr de uma festa marcando o rito de passagem para a vida adulta - e muitas sangram até a morte. São pavorosos os relatos das sobreviventes da FGM que passam pela experiência do parto. Sabe-se que muitas não resistem ao dar à luz, assim como seus bebês. É um soco no estômago, ouvir essas mulheres, sejam elas vítimas consumadas ou potenciais. Dentre as últimas, há as que ainda ousam tentar escapar. A única maneira é fugindo de casa rumo ao desconhecido, entregues à própria sorte ou à falta dela.

Cabe, então, a pergunta: por que nós, por aqui, deveríamos nos preocupar com esse drama humano, quando tantos outros batem à nossa porta cotidianamente? Duas respostas saltam de imediato. Primeira resposta, para que vejamos como a barbárie não faz a menor cerimônia em conviver com o mundo civilizado. Ou altamente civilizado - e que o diga a jovem Fahma, que precisou contar ao secretário da Educação aquilo que ela vê acontecer entre as colegas de classe, num dos melhores sistemas de ensino do mundo. Segunda resposta, porque a FGM se tornou um problema global.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula em 125 milhões o número de mulheres e meninas “cortadas”, vivendo em 29 países majoritariamente, sem falar na dispersão silenciosa pelo planeta. Em sua Recomendação Geral n.º 14, o Comitê para a Eliminação da Discriminação Contra a Mulher, da ONU (UN-CEDAW), encabeçado pela jurista brasileira Silvia Pimentel, tem cobrado compromissos dos governos para a erradicação da prática, ao mesmo tempo em que propõe iniciativas envolvendo sistemas de saúde, redes de ensino, organizações da sociedade civil, o mundo acadêmico. Mas o problema existe e persiste, sobressaindo-se desde já na galeria dos maiores abusos aos direitos humanos neste século. Aqui, também, cabe decidir: de que lado estaremos? Da barbárie ou da civilização?
 
15 de fevereiro de 2014

MUITO DIFERENTE O "ROLEZINHO" NO SHOPPING EM MUNIQUE

http://www.youtube.com/watch?v=0Y_VqqXphaQ&feature=player_embedded
15 de fevereiro de 2014

JURISTA CRITICA PROJETO ANTITERRORISMO: "NÃO PODEMOS SERTIDOS COMO OTÁRIOS".


 
http://noticias.terra.com.br/brasil/videos/,7322480.html
Luiz Flávio Gomes chama de oportunistas e demagogos quem quer aproveitar emoção causada por morte de cinegrafista para tentar enquadrar até manifestantes como terroristas.
 
15 de fevereiro de 2014

MAIS MÉDICOS É CASO DE POLÍCIA


E o “Mais Médicos” é, agora oficialmente, um “caso de polícia”. Espantoso!
Já escrevo o post “IRRESPONSÁVEIS 2 (ver post anterior)”. Antes, quero chamar a atenção de vocês para outra coisa estupefaciente. Uma medida aparentemente lógica, até óbvia, denuncia a delinquência intelectual, moral e profissional do programa “Mais Médicos”. Segundo informa a Folha, quando um médico do programa deixar de comparecer por dois dias ao trabalho, é preciso chamar a polícia.
A determinação foi publicada no Diário Oficial pelo Departamento de Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais da Saúde. O governo divulgou uma lista com 89 desistências — 80 seriam brasileiros. Não sei como entram na lista oficial os 27 cubanos que já caíram fora.
 
A justificativa para chamar a polícia, claro!, é meritória. Aliás, quando é que as tiranias tomam medidas e admitem que o fazem porque, afinal de contas, são tiranias? O Brasil é uma democracia eivada de tentações autoritárias. Tudo seria feito pensando na segurança dos doutores. Uma ova! Quem não conhece esse governo e o PT, que compre a mercadoria que eles vendem, não é mesmo?
É evidente que se trata de terrorismo oficial contra os médicos cubanos — que estão sendo advertidos de que passarão a ser caçados pela polícia. Será que estou exagerando? Então pensemos um pouco.
Que outra atividade profissional no país obedece a esse tipo de regulação OFICIAL? Desde quando faltar dois dias ao trabalho vira uma questão de polícia? Já imaginaram se o Estado brasileiro tivesse esse cuidado e esse rigor na máquina pública? Seríamos de um rigor alemão com precisão suíça. No entanto, o nosso serviço público, no geral, tem rigor e precisão brasileiros mesmo…
15 de fevereiro de 2014
Por Reinaldo Azevedo, Veja Online

ESTUDANTES FAZEM PROTESTO CONTRA REPRESSÃO NA VENEZUELA


Cerca de 2 mil jovens voltaram a tomar as ruas de Caracas para protestar contra a violência e a repressão do governo
Aos gritos de "somos estudantes", cerca de 2 mil jovens voltaram às ruas da capital venezuelana, Caracas, nesta quinta-feira à tarde, 13, para condenar a violência e a "repressão" do governo, depois dos confrontos que deixaram 3 mortos e 66 feridos na quarta, 12. "Quem somos? Estudantes. O que queremos? Liberdade", entoava a multidão, nas ruas do leste de Caracas.
A concentração começou na Praça Altamira, em Chacao, e seguiu algumas centenas de metros na direção oeste. Na quarta-feira à noite, nessa região, um jovem foi morto na batalha campal entre manifestantes e os homens do Batalhão de Choque.
No último dia 12, milhares de pessoas, na maioria estudantes, fizeram uma grande manifestação contra o governo, a maior desde que Nicolás Maduro assumiu a presidência em 19 de abril de 2013.
A marcha foi reproduzida em outras localidades da Venezuela. Em todos os atos, a multidão denunciou a deterioração da economia e dos níveis de segurança, além de pedir a libertação de cerca de 10  jovens detidos nos últimos dias em protestos no interior do país.
Manifestantes marcham nas ruas de Caracas em protesto contra o governo de Nicolás Maduro, nesta quinta-feira, 13 Foto: Reuters
Manifestantes marcham nas ruas de Caracas em protesto contra o governo de Nicolás Maduro, nesta quinta-feira, 13
Foto: Reuters
Na tarde de quinta-feira, na área central da capital, alguns simpatizantes do governo atenderam ao chamado para uma "marcha antifascista" convocada pelo ministro da Informação, Delcy Rodríguez.
O presidente Maduro denunciou que um golpe de Estado está em desenvolvimento e pediu durante um segundo discurso feito após o registro da morte dos 3 manifestantes a união do povo e das Forças Armadas do país, além da solidariedade dos países da América Latina e do Caribe.
"Hoje temos o coração ferido, porque por responsabilidade de um grupo de fascistas correu sangue de homens, de jovens venezuelanos. Mas aqui estamos, chamo toda a Venezuela a se unidr para repudiar a violência, os fascistas, os que queiram nos impor a intolerância e o ódio", disse Maduro. 
Depois disso, a justiça emitiu ordens de detenção para pelo menos três opositores, entre eles o líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, sob acusações de assassinato, terrorismo e associação para delinquir, entre outras. "López está em casa, com os advogados. Está na Venezuela, fica na Venezuela e vai aparecer porque não tem nada a temer, porque vai seguir protestando nas ruas", disse Carlos Vecchio, dirigente do partido.
López é um dos três líderes dos protestos contra o governo nas ruas, que têm como lema "A saída".Os outros dois são o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e a deputada María Corina Machado, que tem imunidade parlamentar.
A tática de protestos nas ruas foi chamada de golpista pelo governo e provoca dúvidas na opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), movimento do ex-candidato presidencial Henrique Capriles.
O governo dos Estados Unidos expressou preocupação com a violência de quarta-feira e pediu calma a todas as partes. "Estamos muito preocupados com as notícias de que o governo tem prendido recentemente manifestantes opositores e com o pedido de detenção do líder e fundador da Vontade Popular, Leopoldo López", afirmou uma fonte do Departamento de Estado.
15 de fevereiro de 2014
PORTAL TERRA
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