"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 26 de abril de 2014

PMDB, O PARTIDO-MULETA DO BRASIL E A DECADÊNCIA DA POLÍTICA FISIOLÓGICA

PMDB luta contra a progressiva perda de importância e prestígio   



A tendência política caminha para uma redução progressiva da bancada do PMDB na Câmara e no Senado. De um lado, devido á fadiga de material, de outro, pela falta de um projeto amplo de poder, com candidato à Presidência, que empolgue as massas e ajude no crescimento de seus candidatos nas Assembleias Legislativas e no âmbito federal.

Não é por outra razão que o partido está rachado entre o Senado e a Câmara e ensaiou uma ruptura com o PT, mas, de mentirinha, somente para encurralar a presidente Dilma Rousseff em busca de espaço para continuar como o segundo maior partido da base aliada.

O maior temor do PMDB é o PT vencer na maioria dos Estados, principalmente no Rio de Janeiro, reduto maior da legenda. Como consequência, perderia também o direito de comandar o Senado e a Câmara. Esse desastre eleitoral, caso se confirme, seria o início do fim do PMDB, mesmo destino da Arena e do DEM.

Confirmando a história, os partidos nascem, crescem e depois morrem. Não há como fugir dessa máxima. O que ficará? Apenas as raposas políticas, que migrarem para o partido da hora, porque o político tem um DNA da sobrevivência extremamente aguçado.
 

A PIADA DO ANO

 

 

Gilberto Carvalho diz que governo não teme CPI exclusiva da Petrobras   


 
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse sexta-feira, em São Paulo, que o governo federal não teme a investigação exclusiva sobre a Petrobras na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. Ontem (23), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, determinou a instalação de uma CPI restrita a fatos envolvendo a Petrobras.

“Não vou discutir uma decisão do Supremo, e muito menos uma intromissão no Legislativo. O ex-presidente Lula disse para a gente, desde 2003, que, neste governo, quem não quer ser investigado que não erre. Aprendemos a conviver com esse processo de investigação.

Não tem problema nenhum, não temos medo dela. Acho que isso é parte da democracia. Mas o foco do governo não será a CPI. O foco do governo, neste momento, é lutar contra a inflação, a retomada do desenvolvimento e a Copa do Mundo”, disse o ministro, logo após participar de evento com movimentos sociais para debater a Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, de 12 de junho a 13 de julho.

Segundo o ministro, o governo só espera que a CPI não seja um palco político, mirando as eleições deste ano. “Já tivemos muitas CPIs ao longo desses últimos 11 anos, ao contrário dos outros governos. Não podemos ter medo. Só esperamos que ela, de fato, seja objeto de investigação e não palco de pura política”.

Carvalho também disse que é muito cedo para pensar em eleições ou que a CPI possa trazer dificuldades para a campanha de reeleição da presidenta Dilma Rousseff. “Não vejo nenhuma relação, nenhum receio. Eleição, o povo vai discutir prá valer após a Copa, e vai depender dos programas apresentados e da nossa capacidade de mostrar o que realizamos nos últimos 12 anos”, falou.
 
 26 de abril de 2014

COMÉRCIO EXTERIOR - ILUSÃO MEXICANA

 

 

 



A cada dia surgem novas evidencias e informações que desmontam o mito do México como paradigma de progresso e modernidade na América Latina, e de um exemplo e modelo de corte neoliberal para o desenvolvimento de outros países da região.
Não bastasse a revelação de que quatro em cada dez mexicanos estão passando fome,  de que não existe sequer seguro desemprego no país, e de que cerca de 60% da população sobrevive na informalidade, sem direito a vale alimentação ou aposentadoria, por exemplo, cai agora por terra a posição do país como grande potência exportadora.
Um estudo recente, publicado na Revista  Paradigmas, editada por um conjunto de universidades mexicanas, com o título de “quão mexicanas são as exportações mexicanas”, mostra que, de 1987 a 2011, as exportações cresceram até chegar a quase um terço do PIB, mas ao mesmo tempo, a produção per capita, segundo o Banco  Mundial, ficou em apenas 2% ao ano.
A causa dessa dicotomia, que faz com que as exportações tenham crescido muito mais do que a produção – e com que persista a pobreza – seria, justamente, o baixíssimo nível de conteúdo nacional nas exportações mexicanas.
Usando dados sobre a relação insumo-produto desenvolvida pelo economista Marcel Timmer, os autores – mexicanos – do estudo, separaram os cinco setores de maior vocação exportadora do México, Brasil, Coréia do Sul e China, e se debruçaram sobre o conteúdo nacional da produção enviada por eles enviados para o exterior.
AGREGANDO MENOS VALOR
A conclusão, ao final do trabalho, foi a de que, excluídas as atividades de extração de recursos naturais ou o processamento básico desses recursos, o maiores setores exportadores da economia mexicana são justamente aqueles que apresentam menor conteúdo nacional.
Enquanto no Brasil e na China o conteúdo nacional dos cinco maiores setores exportadores é de aproximadamente 90%, e na Coreia do Sul é de 80%, no México ele não passa de 60%.
Por essa razão, quando as exportações  crescem, no México, seu impacto na utilização de insumos nacionais e no salário da população é mínimo e muito menor do que ocorre no Brasil e na China.
No México, existe um divórcio, um forte desacoplamento entre o setor exportador e o resto da economia, o que faz com que nem os empresários, nem os trabalhadores locais se beneficiem da “abertura” do país para o exterior.
Isso confirma o que qualquer observador com um pouco de bom senso já sabia. O setor exportador mexicano funciona como  um enclave dentro da economia local. E se beneficia de seus baixos salários e da localização geográfica das “maquiladoras”, para fazer uma breve parada, a caminho do mercado dos Estados Unidos.
O dinheiro não fica no México, já que, ao contrário do Brasil, a maioria dos setores de maior potencial exportador são de capital estrangeiro, e os lucros, assim como o suor dos trabalhadores, vão, em sua quase totalidade, para o exterior.
 
26 de abril de 2014

BANCO CENTRAL PODE TER DE PAGAR R$ 2 BILHÕES EM INDENIZAÇÕES JUDICIAIS.


 

LEMBRA DA COROA-BRASTEL?

  



Os cofres públicos podem sofrer um revés de R$ 2 bilhões devido a possíveis falhas do Banco Central na fiscalização de três instituições financeiras envolvidas em irregularidades. Os processos trazem de volta à tona escândalos, como os casos Naji Nahas, Coroa-Brastel e Banco Ipiranga. As empresas envolvidas nesses processos foram liquidadas extrajudicialmente há mais de 20 anos. Desde então, ex-controladores e credores cobram, na Justiça, ressarcimento do BC. O saldo desses embates tem sido desfavorável à autoridade monetária, que foi condenada, recentemente, em todas essas ações.

A autarquia ainda espera reverter as condenações nos tribunais. “Nosso histórico é de vitórias, e não de derrotas”, disse uma fonte do órgão. A instituição obteve decisões favoráveis em 94,2% das causas envolvendo liquidações extrajudiciais nas quais foi ré. Neles, conseguiu evitar danos aos cofres públicos de mais de R$ 156,4 bilhões. Em 4,1% dos processos, porém, as sentenças foram desfavoráveis ao BC.

É o caso do processo movido pelos ex-controladores da corretora Celton. Em 21 de junho de 1989, o órgão decretou a liquidação extrajudicial da empresa e de outras quatro corretoras acusadas de participar do escândalo Naji Nahas, de manipulação de preços de ações. O crime culminou na quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, 11 anos depois.

Os advogados da Celton questionam na Justiça a legalidade da liquidação e refutam a participação nos crimes financeiros. A respeito da falência, alegam que a empresa tinha patrimônio líquido positivo quando foi fechada, em 1989. Por esse motivo, pedem reparação e indenização por danos à imagem dos sócios. Em valores corrigidos, o prejuízo ao erário público seria de quase meio bilhão de reais. Só de honorários aos advogados, o BC pode ter de pagar R$ 40,5 milhões.

17 ANOS…

O processo se arrasta na Justiça há 17 anos. Em 18 de outubro de 1999, uma decisão de primeira instância considerou o pedido da Celton “totalmente improcedente”. Cinco anos depois, ao julgar recurso dos advogados da corretora, a 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em votação dividida, deu ganho ao ex-controlador, Raul Aguinaga. Um novo julgamento está marcado para 6 de maio.

Em nota, o BC avisou que atuará com “vigor” na defesa do erário e que resistirá “firmemente” contra o que chamou de “questionável sanha indenizatória” do empresário. Para a instituição, o ex-controlador da Celton pretende enriquecer ilicitamente, “fazendo sangrar os cofres públicos”.

A autarquia também afirmou que, ao decretar a liquidação da corretora, cumpriu com seu “dever legal” de proteger a sociedade, e cravou: “Agraciar com indenização uma empresa envolvida num dos maiores escândalos do mercado de capitais brasileiro seria premiar a delinquência contra o sistema financeiro, o que não se espera da Justiça Federal do país nesse segundo julgamento”.

BRIGA PERDIDA

A polêmica em torno da liquidação da Celton é apenas mais uma das batalhas que o BC trava na Justiça. Outros dois processos emblemáticos também tiveram, recentemente, desfecho desfavorável à instituição.
Em 25 de março deste ano, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão que condenava a autoridade monetária a indenizar em R$ 400 milhões os credores de uma corretora que teve prejuízos no escândalo Coroa-Brastel. O caso se arrasta há mais de 20 anos, e, apesar de já ter sido julgado em última instância, o BC promete recorrer  ao plenário do STF.

Outra briga perdida pelo órgão diz respeito à liquidação do Banco Ipiranga,  na década de 1970. Os ex-controladores alegam que o gestor indicado para administrar a massa falida do banco cometeu irregularidades que resultaram no encolhimento do patrimônio que seria repartido entre os credores.

Todas as etapas judiciais foram desfavoráveis ao governo. Assim, não cabe mais recurso das decisões. Agora, a batalha gira em torno do valor da causa: os ex-controladores do Ipiranga pedem indenização de R$ 1 bilhão, mas o BC tenta reduzir o valor.
 
26 de abril de 2014
Deco Bancillon
Correio Braziliense

CÂMARA SÓ LEGISLA CONTRA OS APOSENTADOS

 


E é somente a Câmara dos Deputados a maior culpada por essa teimosa discriminação contra os aposentados, pois o Senado Federal fazendo o seu dever de casa, já há muito aprovou os projetos que devolvem aos segurados da Previdência Social os seus sagrados direitos, arbitrariamente surrupiados.

Refiro-me a desvinculação dos reajustes das aposentadorias dos reajustes do salário mínimo, criando-se, no decorrer de dezessete anos consecutivos, uma insatisfação generalizada entre os aposentados do RGPS-Setor Urbano, onde, uma terça parte, sofre um covarde achatamento com cortes acima de 76% nos seus proventos.

PERCENTUAIS DIFERENCIADOS

A CLT, cartilha protetora dos trabalhadores brasileiros, não seria tão incompetente e burra ao ponto de inventar na Previdência Social um estapafúrdio sistema de utilizar dois percentuais diferenciados por ocasião dos aumentos anuais de aposentados e pensionistas. Que invencionice despropositada é esta contra o trabalhador que é sem dúvida o principal alicerce de sustentabilidade mantenedora da grandeza de um país?

A nossa Constituição Federal nunca permitiria tal insanidade, mas, que vem acontecendo graças às manobras indecorosas de injustos que desvirtuaram os artigos determinantes para que o poder aquisitivo dos benefícios previdenciários permanecesse sempre preservado. É o mínimo que o aposentado brasileiro mereceria por ter cumprido lealmente seu compromisso no mercado trabalhista e, acima de tudo, por ser um cidadão já idoso, sem condições de retornar ao mercado de trabalho.

Para acabar com esse imperdoável preconceito e com essa maléfica e covarde discriminação, onde as vítimas são os pobres aposentados fragilizados, já na reta final de suas vidas, só depende da Câmara dos Deputados, conhecida como a Casa da Cidadania. Está na hora dessa Casa consertar a lambança do Congresso Nacional, iniciada em 1998, quando parlamentares insensatos, injustos e de mente tacanha, consentiram imprudentemente aquele malfadado desvínculo, incapazes de visualizarem que no futuro, os frutos de tamanha aberração e covardia teriam de ser cobrados com altos juros: insatisfação, cobranças e mal-estar generalizado entre os aposentados atingidos, recebendo o apoio da grande maioria da sociedade.
 
ENTRAR EM PAUTA
 
A “Carta de Alforria” adequada para aposentados chama-se PL 4434/2008 – Recuperação das Perdas, criada pelo senador Paulo Paim, para o qual o Brasil exige que a Câmara dos Deputados o coloque logo em pauta, e que numa votação justa e transparente, o projeto seja discutido e aprovado, para que dentro de cinco anos (conforme propõe o projeto) todos os aposentados (aqueles que ainda viverem), possam ter seus direitos restituídos, ou seja, uma aposentadoria acordada com o que eles contribuíram na vida laboriosa e conforme era no inicio da sua aposentadoria.
Obviamente, para que este conserto seja válido, é necessário que já tenham acabado com esse vexatório sistema de dois percentuais diferentes na atualização das aposentadorias.
 
Não se esqueçam senhores parlamentares, que o mês de outubro se aproxima rapidamente, onde os eleitores já cansados e desiludidos, poderão não reeleger mais ninguém, dando a resposta para a total falta de patriotismo, desprendimento e seriedade, mostrada pela maioria dos políticos que se esqueceram como devem nortear suas atuações legislativas que deveriam ser sempre em favor da população brasileira, priorizando, acima de tudo, as nossas crianças e nossos idosos, os últimos a serem atingidos quando houver a necessidade inevitável do governo aplicar medidas impopulares.
 
(artigo enviado por Ricardo Sales)

26 de abril de 2014
Almir Papalardo
 

INFARTO PODE TER SIDO CAUSA DA MORTE DO CORONEL MALHÃES - DIZ LEGISTA

 

aroeira
RIO — As causas da morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães, 77 anos, encontrado morto em seu sítio nesta sexta-feira, foram edema pulmonar, isquemia de miocárdio e miocardiopatia hipertrófica, segundo a Guia de Sepultamento do militar, obtida com exclusividade pelo GLOBO.
O documento é necessário para realizar o enterro.
 
Consultado pelo GLOBO, o perito criminal e médico legista Nelson Massini, com base nas
do texto, aponta que o militar possivelmente teve um infarto por causa do que ocorria no momento da morte.

De acordo com o especialista, os dados da guia indicam que o óbito não foi ocasionado por algum tipo de violência, como asfixia, uma das possibilidades investigadas pela polícia. As hipóteses levantadas são latrocínio (roubo seguido de morte), vingança pessoal ou queima de arquivo.

RUBENS PAIVA

Malhães tomou os noticiários ao contar ao Globo como funcionava o centro de tortura clandestino da ditadura em Petrópolis. Ele também revelou o destino do corpo do ex-deputado Rubens Paiva.
O militar teve atuação de destaque na repressão política durante a ditadura e, no mês passado, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), assumiu ter participado de torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos.

— Edema pulmonar e isquemia de miocárdio provavelmente é infarto. Ele deve ter infartado com a história toda. Deve ter ficado nervoso e sofrido muito na hora, causando uma insuficiência cardíaca — explicou o especialista.

26 de abril de 201
Cássio Bruno
O Globo

INSEGURANÇA NAS GRANDES CIDADES BRASILEIRAS AVANÇA NA ESTEIRA DO PODERIO CRESCENTE DOS TRAFICANTES

 

arma_fogo_19Sem limite – A segurança pública vive um colapso em todas as unidades da federação, sem que os governos estaduais tenham qualquer perspectiva de solução do problema no médio prazo.
Isso decorre do avanço do tráfico de drogas, algo que o governo federal finge que combate nas fronteiras do País.

Por conta de questões ideológicas que lampejam nos bastidores do poder, o tráfico de entorpecentes e o contrabando de armas continuam garantindo a subsistência das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), membro do Foro de São Paulo, e dos produtores bolivianos de pasta base de cocaína, que sob a batuta do cocalero Evo Morales viram a produção saltar de 50 toneladas para 300 toneladas anuais.

Essa conivência burra do governo brasileiro com o trafico de drogas e o contrabando de armas reflete quase que automaticamente nas grandes cidades brasileiras, cada vez mais reféns do crime organizado. Nas duas principais capitais, São Paulo e Rio de Janeiro, a ação dos criminosos avança em termos de ousadia, uma vez que o tráfico não enfrenta a burocracia que transforma o Estado em um ente paquidérmico.

Enquanto no Rio de Janeiro os traficantes espalham o terror no rastro dos confrontos com os policiais, inclusive levando a óbito pessoas inocentes, em São Paulo aumentou o número de roubos no mês de março. No terceiro mês deste ano, os roubos registraram alta de 44,89%, em relação ao mesmo período de 2013. Tal dado faz parte do balanço sobre a criminalidade de março, divulgado pela Secretaria da Segurança Pública na tarde desta sexta-feira (25).

Em março, foram registrados 14.089 roubos em São Paulo, contra 9.732 no mesmo mês do ano anterior. O número aponta um aumento nos casos desde o início deste ano. Em janeiro, foram registrados 12.965 roubos na capital. Em fevereiro houve um pequeno recuo, com 12.732 roubos.

Aos governos estaduais cabe a obrigação legal de garantir a segurança dos cidadãos, mas nada será suficiente enquanto os governadores não cobrarem com firmeza o Palácio do Planalto, que continua fazendo vistas grossas para o tráfico de drogas. Quem conhece os bastidores da segurança pública, como um todo, sabe como é falha a ação do governo federal no combate aos traficantes de entorpecentes e aos contrabandistas de armas.

Como se fosse pouco para o País a insegurança que reina em milhares de cidades, o Estado brasileiro despeja anualmente perto de R$ 20 bilhões no sistema de saúde para tratamento de dependentes químicos, o que mostra a necessidade de uma ação mais firme para combater esse tipo de crime, que cresce de forma assustadora diante da inércia das autoridades.

26 de abril de 2014
ucho.info

DILMA NO FACEBOOK DEIXA PERGUNTAS SEM RESPOSTAS. UMA DELAS: "CAMPANHA ELEITORAL USANDO A PÁGINA DO GOVERNO FEDERAL?"


O Face to Face que Dilma Rousseff promoveu quinta feira com os internautas brasileiros pela página do Palácio do Planalto no Facebook foi visto por mais de 700.000 pessoas. O número representa dez vezes a quantidade de fãs da página de Dilma e é um dos maiores em engajamento já vistos na rede social no Brasil.
 
Dilma Rousseff foi capitalizar no Facebook a aprovação do Marco Civil da Internet, respondendo a perguntas dos internautas sobre o tema. As mais amenas, obviamente.
 
A turma aproveitou para expor de um tudo a respeito de Dilma e seu governo. Como o bate-papo limitou-se ao Marco Civil, sobraram questionamentos dos mais variados assuntos que não foram respondidos, como por exemplo:
- Por que somente depois de aprovada a lei (do Marco Civil da Internet) vem abrir o canal de debate?
Muita gente estava interessada em apurar as providências do governo para saúde e educação. Um deles mandou:
 
- A senhora e sua equipe deveriam responder a perguntas de quem está na fila do hospital há dias, na fila do colégio tentando matricular o filho e de todos os brasileiros que vêem escapar parte do seu suor para os bolsos e cuecas dos corruptos.
O perfil de Dilma distribuiu carinho e chegou a retrucar da seguinte maneira a declaração de amor de um internauta:
- Muito obrigada! Amo você e todos da rede.
Um sujeito quis saber:
- Campanha eleitoral usando a página do governo federal?
Foi mais um dos que ficaram sem resposta…
 
26 de abril de 2014
Radar OnLine

PORTEIRA ABERTA

Quando uma palavra se desgasta historicamente, urge trocá-la por outra. Acontecer com a palavra negro. Pelo jeito, a fama da raça já não desfrutava de muito prestígio. Passaram então a chamar-se afrodescendentes. Ou pretenderam passar a chamar-se. Se a moda pegou nos Estados Unidos, a grande nação criadora de eufemismos, aqui não pegou bem. Verdade que muito jornal a adotou, pelo menos de início. Mas soou como ridícula.

Outra palavrinha que, pelo jeito, já andava com a barra suja, é homossexual. O mesmo aconteceu com esta outra palavrinha, ao que parece em declínio. Segundo o ministro Carlos Ayres Britto, do STF, homossexuais não mais existem. Agora são todos homoafetivos. Mas o neologismo do poeta e magistrado – mal construído, diga-se de passagem – não vai colar, a não ser talvez em sentenças judiciais. Suponho que até um homossexual se sentiria constrangido ao definir-se como homoafetivo.

Uma das últimas palavras em mutação é adultério. Como já constituiu crime em nossas leis, ficou com má fama. Dizer que fulano é adúltero não fica bem em sociedade. Melhor falar em poliamor.

Comentei o novo achado ano passado. Há seis anos, em Porto Velho, Rondônia, uma mulher obteve na Justiça o direito de receber parte dos bens do amante com quem conviveu durante quase 30 anos. Ele era casado e morreu em 2007, aos 71 anos. O juiz Adolfo Naujorks, que concedeu à moça o direito de herança, baseou-se em artigo publicado num site jurídico segundo o qual uma teoria psicológica, denominada "poliamorismo", admitia a coexistência de duas ou mais relações afetivas paralelas em que casais se conhecem e se aceitam em uma relação aberta.

Em 2012, em Tupã, no interior de São Paulo, foi registrada em cartório a primeira união entre três pessoas, o poliamor. Sites jurídicos não só estão substituindo o Legislativo, como modificando o regime de transmissão de bens entre herdeiros. Mais ainda, estão legitimando a poligamia. Nada contra. Estou apenas constatando. Poliamorismo soa mais elegante. Procurei a palavrinha nos dicionários. Não encontrei. Nem meu processador de texto reconhece a palavra, sempre a sublinha em vermelho.

Fui ao Google. Já está lá. Escreve um jurista: “As relações interpessoais de cunho amoroso, por vezes destoam do padrão habitual da monogamia entre os casais formados por pessoas de sexos diferentes. Assim, encontramos relacionamentos afetivos que envolvem um casal, vale dizer um dos cônjuges e um parceiro ou parceira, os quais se desenvolvem simultaneamente. Ditas relações são denominadas de poliamorismo ou poliamor, e se constituem na coexistência de duas ou mais relações afetivas paralelas ao matrimônio”.

Ah! As palavras... Eu conhecia poligamia, poliandria, até mesmo policromia. Mas o tal de poliamorismo foi para mim novidade. Quem diria? Cheguei aos sessenta e ainda descubro palavrinhas exóticas. Me restam no entanto algumas dúvidas. Já que a palavrinha amor é parte constitutiva do novo palavrão, me pergunto: é preciso que exista o tal de amor? Ou sexo puro também serve? O conceito é extensivo a todas as profissionais que curtimos em nossas vidas, ou profissional não vale? Aquela distante namorada, que encontramos de ano em ano, é poliamor? Ou um amorzinho mixuruca, sem direito à herança?

Os muçulmanos são mais práticos. Todo crente tem direito a quatro mulheres e estamos conversados. Não se fala em amor nem poliamor. Mas não precisamos ir até o Islã. No livro que embasa a cultura ocidental, temos o rei Salomão. “Tinha ele setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração”, lemos no I Reis. Poliamantíssimo, o sábio rei. Bem que gostaria de ter meu meigo coração assim pervertido.

Alexandre também cultivava intensamente o tal de poliamor. Mas no fundo preferia os meninos de seu exército. Na época, perguntei-me: homoafetividade exclui o tal de poliamor? Obviamente não. Se um homem pode amar duas mulheres, por que não poderia amar dois homens? Nada impede. Se obedecermos à boa lógica, em breve teremos três ou mais homens (ou mulheres, por que não?) registrando suas relações estáveis em cartório. O velho casamento católico vai virar partouse. (Nada contra. Apenas constato).

Não se passaram dois anos, e a resposta veio. Dos Estados Unidos, é claro. Doll, Kitten e Bryn, americanas de Massachusetts, viviam juntas desde 2011 e, ano passado, resolveram oficializar a união. Todas usaram vestidos brancos e foram levadas ao altar por seus pais, em uma cerimônia com visual tradicional. Mas a história só foi divulgada agora que elas esperam seu primeiro bebê. Os pais acompanharam suas filhas ao altar. A notícia não diz se houve casamento civil.

Para quando os casamentos entre cinco ou dez pessoas? A porteira foi aberta.

 
26 de abril de 2014
janer cristaldo

PETROBRAS É LÍDER MUNDIAL DE QUEDA EM AÇÕES ENTRE EMPRESAS DE ENERGIA



A conjuntura externa tem sido a desculpa predileta do governo para explicar todos os males que se abatem sobre a economia brasileira. O argumento se aplica desde a alta da inflação até a oscilação do dólar, passando pelo próprio resultado fiscal do Brasil. Os estímulos econômicos que vêm dilacerando as contas públicas brasileiras são resposta à crise internacional, disse o ministro Guido Mantega em inúmeras ocasiões. No caso da Petrobras, não poderia ser diferente. Tanto a presidente Dilma Rousseff quanto a atual chefe da estatal, Graça Foster, alegaram fatores externos como causas da queda do valor de mercado da companhia na bolsa. Até mesmo o ex-presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, arriscou dizer em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a crise internacional foi a causa dos males da empresa durante sua gestão, digamos, 'exemplar'.
 
 
Contudo, os números mostram que o impacto da crise no desempenho da Petrobras na bolsa não foi tão pernicioso assim — e que as coisas pioraram mesmo com a queda da confiança do mercado em relação à empresa e ao Brasil. Entre as dez maiores companhias de energia do mundo, segundo o ranking mais recente da consultoria IHS, apenas a Petrobras acumula queda de valor de mercado entre 2009, quando o mundo sofria o impacto agudo da crise, e 2014. As demais conseguiram trafegar pelos anos difíceis e se reerguer, como mostra o gráfico. A americana Chevron, por exemplo, saiu da terceira posição no ranking das maiores empresas em dezembro de 2008 para a primeira posição em 2014. Curiosamente, em maio de 2008, antes da eclosão da crise, a Petrobras havia conseguido ultrapassar a Microsoft, o Walmart e a própria Chevron em valor de mercado, tornando-se a terceira maior empresa do continente americano, atrás apenas da Exxon e da General Electric. À época, o valor da estatal estava próximo de 500 bilhões de reais. Hoje, está em 200 bilhões.
 
 
Os números são elucidativos porque mostram que, em dezembro de 2008, as maiores empresas de petróleo do mundo haviam passado por uma tormenta sem precedentes devido ao derretimento dos mercados de ações e à falta de liquidez nos Estados Unidos e na Europa. Naqueles tempos, não houve empresa em bolsa que tivesse ficado ilesa. Assim, em 2009, todas as petroleiras estavam na estaca zero — recolhendo os cacos. Ao longo daquele ano, a Petrobras conseguiu acompanhar o curso do setor e mostrou recuperação. Suas ações, que eram negociadas a 24 dólares no último pregão de 2008, terminaram 2009 a 47 dólares. De lá pra cá, porém, a queda foi constante — mesmo em 2010, ano em que a economia brasileira cresceu 7,5% e não sinalizava a desaceleração permanente que estava por vir. Aquele também foi o ano da capitalização bilionária da Petrobras, em que a companhia levantou 120 bilhões de reais no mercado para financiar os investimentos na exploração do pré-sal. Portanto, a queda verificada no período mostrava uma clara insatisfação do mercado com os planos da empresa para os bilhões captados. Porém, quando se olha a trajetória das outras empresas do setor, apenas a Petrobras perdeu valor de mercado no período.
 
 
Durante o governo Dilma, a forte atuação da empresa como braço de controle inflacionário terminou de minar qualquer plano otimista que pudesse haver para o futuro. Para se ter ideia, a produção da companhia não saiu do patamar de 2,5 milhões de barris/dia nos últimos anos, enquanto sua dívida disparou, passando de 65 bilhões em 2010 para 223 bilhões em 2014. "A petroleira não se valeu apenas do dinheiro captado com a oferta de ações em 2008, mas também aumentou seu endividamento para conseguir investir”, explica Flavio Conde, economista da Gradual. “Como a Petrobras não aumentou sua produção para acompanhar a demanda, precisou importar a um preço mais alto no mercado internacional, o mercado não gostou e as ações despencaram", diz. 
 
 
Na mesma base de comparação, a americana Exxon conseguiu crescer sem explodir sua dívida: em 2010, seu valor de mercado era de 369 bilhões de dólares o endividamento era de 7 bilhões de dólares; agora, vale 416 bilhões de dólares e seu a dívida avançou para 18 bilhões de dólares. “A resposta para a matemática da Exxon está na lucratividade; empresas têm de ter um lucro compatível com a necessidade de investimentos”, aponta Conde. No caso da Petrobras, a origem da baixa produtividade da empresa está não só na gestão aparelhada, mas também na política de conteúdo nacional, que fez com que a estatal dependesse de uma cadeia de fornecedores locais para conseguir levar adiante seu plano de investimentos. A estratégia deu errado não só porque a execução da política de governo mostrou-se mais difícil do que o esperado, mas também porque os fornecedores não se mostraram dispostos a investir para atender à demanda da empresa.
 
 
Resultado da insatisfação do mercado com a condução da estratégia pela gestão petista foi visto recentemente, numa situação pra lá de esdrúxula, quando as ações da empresa passaram a subir mesmo com a perspectiva de uma CPI — fato que assustaria qualquer acionista. A influência do governo na estatal também pesou. Tanto que a queda da aprovação do governo Dilma impactou positivamente a variação das ações da Petrobras. Diante de tantas contradições, o mercado continua com mais perguntas do que respostas sobre o que a estatal se tornou hoje e como as coisas podem ser diferentes no futuro. 
 
26 de abril de 2014
Veja

QUEIMA DE ARQUIVO OU VINGANÇA? MORTE DE EX-CORONEL LEVANTA SUSPEITAS NO RIO

 


O delegado-adjunto da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, Fábio Salvadoretti, afirmou no fim da tarde desta sexta-feira, 25, não descartar nenhuma hipótese para explicar o assassinato do coronel da reserva do Exército Paulo Malhães, morto na noite dessa quinta-feira, 24, em um suposto assalto no sítio em que morava na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A possibilidade da morte ter relação com o depoimento de Malhães na Comissão da Verdade também é investigada.
 
"Não estamos descartando nenhuma hipótese. Pode ter sido um homicídio por motivo de vingança e até mesmo um latrocínio, uma vez que foram levados vários pertences da vítima". Segundo o delegado, os criminosos levaram dois computadores, pelos menos três armas antigas colecionadas pelo militar, um aparelho de som, joias e cerca de R$ 700 em dinheiro.
 
 
Segundo o policial, os assaltantes arrombaram a casa por volta de 13h de ontem e ficaram esperando a chegada de Malhães e de sua mulher Cristina Batista Malhães para rendê-los. O caseiro, identificado apenas com Rogério, que estava no terreno da propriedade, não teria percebido a invasão e também foi rendido.
 
 
Apenas um dos integrantes do bando estava encapuzado e, segundo o policial, eles tinham duas armas curtas e uma longa. Uma testemunha não identificada afirmou ter visto do lado de fora da propriedade outras duas pessoas supostamente responsáveis pela fuga.
 
 
O assalto durou até as 22h de quinta. Depois de render as vitimas, os criminosos separaram as três vítimas dentro da casa perguntando insistentemente por armas e joias e obrigando o caseiro e a mulher de Malhães a procurá-las.
 
 
Malhães foi mantido em seu próprio quarto, onde foi encontrado morto supostamente por asfixia. O corpo estava de bruços, com o rosto contra um travesseiro e apresentava sinais de cianose, que são características de sufocamento. Os criminosos amarraram Rogério e Cristina e foram embora depois do crime.
 
 
A mulher conseguiu se libertar das cordas durante a madrugada e chamou a Polícia Militar, mas os policiais alegaram que a área é perigosa e só chegaram de manhã. De acordo com o delegado Salvadoretti, a região da antiga Estrada de Madureira é objeto de disputa de várias facções criminosas.
 
26 de abril de 2014
caminho21

ENTRE AS 10 CIDADES MAIS IGUALITÁRIAS DO BRASIL, 8 ESTÃO NO RIO GRANDE DO SUL



 
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. A constatação é do índice de Gini, produzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o mais famoso indicador para medir distribuição de renda, no qual a Noruega.
 
No entanto, o Brasil tem registrado avanços nos últimos anos para diminuir sua desigualdade, mas o abismo entre os ricos e pobres ainda é gritante. Algumas cidades do país, todavia, contam com distribuição de renda mais equitativa do que as demais.
 
Por exemplo: entre os 4,5 mil moradores de São José do Hortêncio, no Rio Grande do Sul, não será possível encontrar nenhum bilionário ou multimilionário como aqueles que existem, em certa quantidade, em São Paulo.
Mas tampouco será fácil localizar uma pessoa que não saiba ler e escrever: a taxa de analfabetismo, pouco maior que 1%, está entre as menores do Brasil.
 
E praticamente todos os cidadãos, com mais ou menos renda, estudam em escola pública até o ensino médio – trata-se da única opção disponível. Este cenário de pouca desigualdade garantiu à pacata cidade, junto com a também diminuta Botuverá, em Santa Catarina, o título de mais igualitária do país.
 
O ranking que pode ser visto a seguir é dominado por municípios do Sul e alguns poucos exemplares do Sudeste. “As cidades do Sul são menos desiguais em parte porque a população costuma ser mais educada, a desigualdade educacional costuma ser menor.
São populações mais homogêneas”, afirma Rafael Osório, técnico do Ipea especialista em estudos de distribuição de renda.
 
A desigualdade de renda é tida como um elemento que atrapalha a coesão social, impedindo que indivíduos – sejam mais ricos ou mais pobres – sintam-se parte da mesma sociedade.
 
 
1) SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,28
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,36
População – 4.094
Em São José do Hortêncio, os 10% mais ricos ganham 4 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
2) BOTUVERÁ (SC)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,28
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,49
População – 4.468 habitantes
Em Botuverá, os 10% mais ricos ganham 4,1 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
3) ALTO FELIZ (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,29
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,41
População – 2.917 habitantes
Em Alto Feliz, os 10% mais ricos ganham 4,2 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
4) SÃO VENDELINO (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,29
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,50
População – 1.944 habitantes
Em São Vendelino, os 10% mais ricos ganham 4,3 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
5) VALE REAL (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,29
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,36
População – 5.118 habitantes
Em Vale Real, os 10% mais ricos ganham 4,1 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
6) SANTA MARIA DO HERVAL (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,30
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,39
População – 6.053 habitantes
Em Santa Maria do Herval, os 10% mais ricos ganham 4,4 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
7) CAMPESTRE DA SERRA (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,31
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,39
População – 3.247 habitantes
Em Campestre da Serra, os 10% mais ricos ganham 4,5 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
8) TUPANDI (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,31
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,41
População – 3.924 habitantes
Em Tupandi, os 10% mais ricos ganham 4,6 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
9) CÓRREGO FUNDO (MG)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,32
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,50
População – 5.790 habitantes
Em Córrego Fundo, os 10% mais ricos ganham 4,9 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
 
10) MORRO REUTER (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,32
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,38
População – 5.676 habitantes
Em Morro Reuter, os 10% mais ricos ganham 4,9 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
 
Obs: O índice varia de 0 a 1. Só alcançaria zero se todo mundo em um local pesquisado tivesse exatamente a mesma renda. E exatamente um, apenas se uma pessoa concentrasse todo o dinheiro.
 
Na prática, portanto, o índice nunca encosta nesses extremos, só que quanto mais perto de zero, melhor. O da Noruega, por exemplo, é de 0,25. Já o do Brasil é de 0,50.
 
26 de abril de 2014
De Revista Fórum

DÉFICIT NAS CONTAS EXTERNAS DO BRASIL É O 2o. MAIOR DO MUNDO

 

 
O Brasil acumulará um deficit de US$ 80 bilhões nas transações de bens e serviços com o resto do mundo neste ano, segundo projeção divulgada hoje pelo Banco Central.
 
Nos cálculos do FMI (Fundo Monetário Internacional), o deficit brasileiro, em valores absolutos, deve ultrapassar o do Reino Unido e se tornar o segundo mais alto do mundo, atrás apenas do norte-americano.
 
O deficit significa que o país gasta mais do que recebe no conjunto de suas operações de comércio, turismo, pagamentos de juros, remessas de lucros de multinacionais e serviços em geral.
 
Essa diferença deve ser coberta pela atração de capital externo, na forma de empréstimos, investimentos e aplicações financeiras -do contrário, o país perderá reservas em moeda estrangeira.
 
O Brasil é deficitário porque a população e o governo poupam pouco. Como os gastos brasileiros superam a produção nacional, é preciso recorrer à poupança de estrangeiros.
 
Em termos relativos, o deficit do país é o terceiro maior entre as principais economias do mundo, reunidas no G-20. Equivale a 3,6% do Produto Interno Bruto, ou seja, da renda nacional.
 
As situações mais graves são as da Turquia (6,3% do PIB) e da África do Sul (5,4%), países incluídos pelo mercado na lista dos mais vulneráveis a turbulências financeiras -na qual ainda estão, além do Brasil, as também deficitárias Índia e Indonésia.
 
Deficits nas contas externas provocam crises quando falta capital para cobrir o rombo. Os EUA foram forçados a reduzir seu deficit de US$ 700 bilhões para US$ 400 bilhões de 2007 para cá (de 4,9% para 2,2% do PIB).

26 de abril de 2014
caminho21

OPERAÇÃO PARA CALAR GABRIELLI É LIDERADA POR LULA E WAGNER



O ex-presidente Lula e o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), foram acionados para tentar “acalmar” o ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli. Irritado, ele afirmou que a presidenta Dilma Rousseff, então presidente do conselho de administração da estatal, “precisa assumir as responsabilidades dela” pela decisão de comprar por US$ 1,3 bilhão a refinaria norte-americana avaliada em US$ 42,5 milhões.
 
Lula anda preocupado porque decisões tão importantes, como comprar a refinaria, passavam por ele. E sabe que o caso impactará na eleição.
 
Após o caso ser denunciado, Dilma informou em nota que um parecer do ex-diretor Nestor Cerveró a induziu ao erro de aprovar o negócio.
 
Também irritou Gabrielli a afirmação de Graça Foster, que o substituiu na presidência da Petrobras, de que a refinaria foi um mau negócio.
 
Indicado por Jaques Wagner, Sergio Gabrielli presidia a Petrobras em 2006, quando foi fechado o negócio da refinaria de Pasadena. Leia mais na Coluna Cláudio Humberto
 
26 de abril de 2014
Do Diário do Poder

PF AGORA MIRA OUTROS FUNCIONÁRIOS DA PETROBRAS LIGADOS A EX-DIRETOR



Após as denúncias contra dez pessoas, entre elas os principais alvos da operação Lava Jato – o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef – a Polícia Federal mira agora outros funcionários da estatal petrolífera que teriam ligação com o suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que pode ter desviado R$ 10 bilhões. Os investigadores suspeitam que Costa pode ter repartido dinheiro dos desvios com colegas da estatal.
 
“Até abril de 2012, esses desvios ocorreram no exercício da função pública de diretor da Petrobrás”, aponta a Procuradoria da República. “Após esta data, continuaram acontecendo com o denunciado Paulo Roberto Costa contando com a colaboração de outros funcionários públicos da Petrobrás, que serão identificados em investigação autônoma.”
 
O destinatário de “comissões” era a Costa Global, consultoria que o ex-diretor criou depois que saiu da Petrobrás. “O pagamento de propina acontecia com depósitos nas empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef ou na própria conta corrente da Costa Global. Recentemente, Costa atuava diretamente na compra de cotas de sociedades que seriam contratadas pela Petrobrás.”
 
A PF interceptou contato de Youssef com o empresário Márcio Bonilho, do Grupo Sanko-Sider em 20 de outubro de 2013. “Vê quanto o Paulo Roberto levou”, comenta o doleiro ao interlocutor, que o chama de “presidente”. Planilha apreendia pela PF indica pagamento de R$ 7,95 milhões para Costa apenas na obra da Abreu e Lima.
 
Segundo a denúncia, a organização integrada por Costa “tinha por finalidade a prática de lavagem dos recursos financeiros auferidos de crimes contra a administração pública, mais precisamente contra a Petrobrás”. Costa “utilizava de seu cargo e, posteriormente, de suas influências para obtenção de contratos fraudados com a estatal”.
 
“Os desvios ocorreram de 2009 até 2014 e se referem a quantias relacionadas ao pagamento de contratos superfaturados a empresas que prestaram serviços direta ou indiretamente à Petrobrás, com a colaboração e intermediação de Costa.”

26 de abril de 2014
 Fausto Macedo / Estadão

COMEÇOU: DILMA ENFRENTA PROTESTO CONTRA A COPA EM VISITA A BELÉM



 
A presidente Dilma Rousseff enfrentou nesta sexta-feira, 25, um protesto contra a Copa do Mundo em uma cerimônia na qual entregou máquinas financiadas pelo PAC 2 a prefeitos paraenses em Belém (PA). Seu discurso foi interrompido por três vezes por gritos como "não vai ter Copa" e ainda "da Copa, da Copa, da Copa eu abro mão / eu quero é dinheiro para saúde e educação". Outra parte da plateia, no entanto, rebateu as críticas com frases de apoio à presidente.
O evento era patrocinado pelo próprio Palácio do Planalto. Em cerimônias como essa, a plateia é toda composta por convidados do governo federal. Eram cerca de 20 manifestantes que gritavam contra a Copa, e incluíam servidores públicos da Universidade Federal do Pará, do Incra e do Judiciário.
 
 
Os gritos começaram assim que Dilma chegou ao evento. Tão logo foi anunciada sua presença, ela foi saudada por parte da plateia pelo grito de "olê, olê, olê, olá, Dilma, Dilma!". Quando o grito cessou, vieram os protestos contra a Copa, reforçados por faixas com os dizeres "técnicos grevistas", de um sindicato do Judiciário em greve, e "SOS. Incra".
 
 
Os protestos foram rebatidos por outros presentes, que repetiram a saudação inicial à presidente. Quando o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, começou a falar, o grito contra a Copa voltou - e a resposta também.
 
 
A fala da presidente durou 20 minutos. Na segunda das três vezes em que foi interrompida, ela fez referências a uma faixa, na plateia, que denunciava condições precárias de um pronto-socorro de Belém. Anunciou, então, que havia acertado com o governador Simão Jatene (PSDB) a liberação de verbas para um hospital atualmente fechado. Mas não disse uma palavra sobre a Copa do Mundo.
 
 
Na terceira interrupção, Dilma deu sinais de impaciência: "Gente, eu já estou terminando. É da democracia. Eles têm o direito de falar o que quiserem. Vocês também. Agora, eu queria pedir. A gente pode se manifestar desde que a gente não prejudique a maioria".
 
 
Manifestantes. O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal do Pará, Cedício de Vasconcelos, que ajudou a organizar o protesto, disse que alguns dos manifestantes eram filiados a partidos políticos e outras não. "Os maiores investidores da campanha da Dilma foram as empreiteiras, que doaram até mais do que os bancos. Por que há 30 bilhões para a Copa, mas não há dinheiro para o serviço público, para a saúde, a segurança, o transporte?", perguntou. Segundo ele, Dilma "está garantindo a lucratividade dos doadores de campanha dela".
 
 
"É natural, faz parte. Ela está bem avaliada no Pará", disse Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho e candidato ao governo do Pará pelo PMDB, com apoio dos petistas.
 
 
Antes desse evento, a presidente foi no final da manhã a Barcarena, cidade a duas horas de distância de Belém, inaugurar um complexo portuário que permitirá a exportação de grãos da região Norte. 
 
26 de abril de 2014
caminho21

COM MEDO DA VAIA, DILMA CANCELA IDA À AGRISHOW. AÉCIO CONFIRMADO.


 
A presidente Dilma Rousseff cancelou neste sábado a visita que faria na próxima segunda-feira (28) a 21ª edição do Agrishow, maior feira de tecnologia do agronegócio brasileiro. Dilma havia confirmado presença na abertura da feira, que acontece em Ribeirão Preto (SP), ao presidente da Agrishow, Maurilio Biagi Filho, durante reunião na semana passada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, organizado pelo governo federal para ouvir empresários.
A presidente decidiu enviar o ministro da Agricultura, Neri Geller, como representante do Palácio do Planalto.
 
Com o cancelamento, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) será o principal convidado do Agrishow. O evento acontece na região onde estão as principais usinas do setor sucroalcooleiro do País.
Os usineiros ameaçam retirar apoio à reeleição de Dilma por discordar da política de incentivo à gasolina e por não terem conseguido ainda sensibilizar o governo na campanha pela ampliação da proporção, de 25% para 27,5%, da mistura de etanol à fórmula da gasolina. Biaggi chegou a ser cogitado para ser vice na chapa petista ao governo paulista, que deve ser encabeçada por Alexandre Padilha, mas declinou do convite.
 
(Estadão)
 
26 de abril de 2014
in coroneLeaks

O PIOR É NOSSO E NÃO ABRIMOS MÃO

 Em 2003, tive acirrada polêmica com universitários americanos a respeito das cotas raciais. Recebi cerca de 300 respostas – uma delas com 48 páginas – reação que nunca tive no Brasil. Em minha réplica, eu afirmava que, brasileiros, desconhecemos o racismo institucionalizado. Negros e brancos casam-se com brancas e negras, bebem e comem nos mesmos restaurantes, estudam e confraternizam nos mesmos bancos escolares.

Se há menos negros que brancos na universidade, isto se deve a fatores econômicos, mas jamais legais. O branco pobre – e eles são legião – tem a mesma dificuldade de acesso aos bancos universitários que o negro pobre. O negro rico – e eles também existem – tem a mesma facilidade de acesso que o branco rico. É inteligível o ódio que um negro americano possa sentir por um branco americano. Não há no entanto razão alguma para que este ódio seja exportado ao Brasil. Neste país, do ponto de vista legal, o negro nunca foi discriminado. Nunca tivemos, entre nós, as famigeradas leis Jim Crow.

Há décadas afirmo que o Brasil costuma importar as piores práticas do Primeiro Mundo. No censo de 2.000, quase sete milhões de norte-americanos, pela primeira vez, foram autorizados a identificar-se como integrantes de mais de uma raça. As categorias inter-raciais mais comuns citadas foram branco e negro, branco e asiático, branco e indígena americano ou nativo do Alasca e branco e "alguma outra raça". Os Estados Unidos deixam de lado a onedrope rule, pela qual um cidadão é considerado negro mesmo que tenha uma única gota de sangue negro em sua ascendência, e descobrem o mestiço.

Enquanto os Estados Unidos reconhecem a multi-racialidade, alguns movimentos negros no Brasil pretenderam que até os mulatos se declarassem negros no último censo. O propósito é óbvio, exercer pressão legislativa. A população negra do Brasil, em 99, era de apenas 5,4%. Com o acréscimo de 39,9% do contingente de mulatos, o Brasil estaria perto de ser definido como um país majoritariamente negro, como aliás é hoje considerado por muitos americanos e europeus. Lula, em sua já proverbial incultura, caiu nesta armadilha, ao afirmar que o Brasil é a segunda nação negra do mundo. Não é. Negro é minoria ínfima no Brasil. A menos que, como fizeram os EUA, se pretenda negar este espécime híbrido, o mulato.

Quando os americanos descobrem o mestiço, os ativistas negros brasileiros querem eliminá-lo do panorama nacional. Em uma imitação servil da imprensa ianque, os jornais tupiniquins passam a usar o termo afrodescendente para definir a população que o IBGE classifica como negra ou parda. Mas se um negro é obviamente afrodescendente, o pardo é tanto afro como eurodescendente. A adotar-se a nova nomenclatura, sou forçado a declarar-me eurodescendente. E não vejo nisso nenhum desdouro.

A palavra racismo, pouco freqüente na imprensa brasileira em décadas passadas, passou a inundar as páginas dos jornais a partir da queda do Muro de Berlim. Apparatchiks saudosos da Guerra Fria, vendo desmoralizadas suas bandeiras de luta de classes, proletariado versus burguesia, trabalho versus capital, trataram logo de encontrar uma nova dicotomia, para lançar irmãos contra irmãos. Existem negros e brancos no Brasil? Maravilha. Vamos então lançá-los em luta fratricida.

Criaram-se leis absurdas que, a pretexto de combater o racismo, só servem para estimulá-lo. Hoje, no Brasil, se você insultar um negro, incorre em crime hediondo, com prisão firme e sem direito à fiança. Mas se matar um negro, a lei é mais leniente. Se você for primário, pode responder ao processo em liberdade. Ou seja: se você, em um momento de ira, insultou um negro e quer escapar de uma prisão imediata, só lhe resta uma saída: mate-o. Segundo a lei absurda, assassinato é menos grave que ofensa verbal.

Vamos às cotas. Em virtude deste hábito nosso de importar do Primeiro Mundo seus piores achados, acabamos instituindo as cotas raciais na universidade. Mais uma dessas tantas leis que fabricam racismo. Como pode um jovem pobre e branco encarar sem animosidade um negro que lhe tomou a vaga na universidade, só porque é negro? Quando o juiz federal Bernard Friedman determinou o fim da política de ação afirmativa da faculdade de Direito da Universidade de Michigan, os americanos começaram a perceber que a política de cotas era uma péssima idéia.

Em 1977, a estudante branca Barbara Grutter abriu processo depois de não ter sido aceita pela faculdade de Direito. Para Friedman, levar em consideração a raça dos estudantes como fator para decidir se os aceita ou não é inconstitucional. Segundo o juiz, a política de ação afirmativa da faculdade assemelha-se ao sistema de cotas, que determina que uma certa porcentagem de estudantes pertença a grupos minoritários. Ao ordenar que a faculdade deixe de praticar essa política, escreveu: “Aproximadamente 10% das vagas em cada turma são reservadas para membros de uma raça específica, e essas vagas são retiradas da competição”.

Em 2002, o programa 60 Minutes entrevistou um professor que mostrava a injustiça do sistema. De 51 estudantes brancos candidatos a um programa da faculdade, apenas um foi aceito. Entre dez candidatos negros, foram aceitos os dez. A universidade adota uma espécie de lei Jim Crow às avessas, aceitando qualquer candidato negro e recusando brancos. Quando os americanos descobrem que a política de afirmação positiva não constituiu uma idéia boa ou justa, autoridades brasileiras aderem a esta política infame.

Leio hoje, no UOL, notícia à primeira vista alvissareira. A Suprema Corte invalidou o mecanismo das cotas em universidades de Michigan, sustentando o resultado de um referendo em 2006. A decisão vale para mais sete Estados que acabaram com as cotas por meio de consultas junto à população.

Escreve Isabel Fleck, correspondente da Folha de São Paulo em Nova York:
Os defensores de ações afirmativas sofreram ontem uma significativa derrota na mais alta instância da Justiça americana. A Suprema Corte sustentou, por 6 votos a 2, o resultado de referendo realizado em 2006 em Michigan, que determinou a proibição de cotas raciais em universidades públicas do Estado. Com isso, veta qualquer "tratamento preferencial a indivíduos ou grupos com base em raça, sexo, cor, etnia ou origem" na admissão a instituições públicas de ensino superior de Michigan.

A decisão é mais ampla, no entanto, porque acaba endossando medidas semelhantes tomadas em outros sete Estados americanos, como Califórnia, Flórida, Arizona e Nebraska. Pode ainda servir de impulso para que grupos contrários às cotas pressionem pela realização de plebiscitos em outros Estados.

Para ela, a decisão coloca às minorias um obstáculo que não é enfrentado por outros candidatos e, por isso, viola a defesa da igualdade pela Constituição dos EUA. "A Constituição não protege as minorias raciais da derrota política. Mas também não dá à maioria sinal verde para erguer barreiras seletivas contra elas".


Notícia à primeira vista alvissareira, disse. Porque alvissareira para os americanos. Enquanto o país onde surgiram as cotas descobre que a idéia foi de jerico, no Brasil ela se estende desde o mundo das artes ao serviço público. Quando os Estados Unidos finalmente descobrem o mulato, o Brasil tenta extingui-lo.

Chez nous, o melhor pouco interessa aos homens que fazem as leis. Importamos o pior e dele não abrimos não.

 
26 de abril de 2014
janer cristaldo

"PAULINHO" DO LULA E DA DILMA É INDICIADO COMO "COMANDANTE DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA" QUE SUPERFATUROU A REFINARIA ABREU E LIMA


Reunião animada no Palácio do Planalto em 2006: Lula e Dilma, junto com Gabrielli, ouvem atentamente os planos de Paulo Roberto Costa, o "Paulinho" da Petrobras.

O juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, acusados de serem os "comandantes da organização criminosa" que desviou dinheiro público na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. 

De acordo com denúncia feita por uma força-tarefa do MPF, responsável pela investigação do caso ao lado da Polícia Federal, Paulo Roberto, quando era diretor da Petrobras, assinou contrato superfaturado com um consórcio liderado pela empreiteira Camargo Correa, que ganhou cerca de R$ 3,4 bilhões para construir uma unidade da refinaria. Segundo o TCU, houve superfaturamento de R$ 446 milhões na obra.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, os desvios ocorreram de 2009 até este ano (Foto: Reprodução)

O dinheiro desviado do contrato foi parar, segundo as investigações, em contas controladas pelo doleiro Youssef - e, parte dele, repassado a Paulo Roberto. Paulo Roberto e Youssef agora são réus por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Podem pegar até 18 anos de prisão. O MPF ainda encaminhará à Justiça outras denúncias contra Paulo Roberto e os demais integrantes da organização criminosa. Irão esmiuçar os crimes de corrupção e peculato cometidos nesse contrato. 

A PF e a força-tarefa do MPF investigam outras 14 empreiteiras que detinham contratos com a área comandada por Paulo Roberto quando era diretor da Petrobras. Há apurações também sobre os contratos internacionais de combustível fechados por Paulo Roberto à frente da Petrobras, em que há indícios de pagamentos de propina. As investigações, portanto, estão no início - e as ramificações do esquema ainda são imprevisíveis. Paulo Roberto também é réu, ao lado de quatro familiares, por ter tentado destruir provas quando agentes da PF apreenderiam documentos em seus endereços.

A construção da refinaria Abreu e Lima é um dos casos mais escancarados de desperdício de dinheiro público nas largas reservas de corrupção descobertas na Petrobras. O custo da obra saltou de R$ 2,5 bilhões iniciais para R$ 20 bilhões. Somente no contrato com o consórcio CNCC, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou um superfaturamento de R$ 446,2 milhões. 

Paulo Roberto comandou a área de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, e era o responsável pelos projetos técnicos para a construção de Abreu e Lima, entre outras refinarias. Na denúncia encaminhada à Justiça, o Ministério Público descreve o ex-diretor como o chefe, em parceria com o doleiro Youssef, de uma "organização criminosa". "(Paulo Roberto) Utilizava de seu cargo e, posteriormente, de suas influências para obtenção de contratos fraudados com a Petrobras", afirmou o MP (leia o documento abaixo).
 
Investigação do Ministério Público Federal afirma que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, comandava, com o doleiro Alberto Youssef, organização criminosa (Foto: Reprodução)

De acordo com a investigação, a CNCC subcontratou a empreiteira Sanko-Sider para executar parte dos serviços em Abreu e Lima. A Polícia Federal identificou que, no mesmo período em que recebeu pagamentos da CNCC, a Sanko-Sider fez 70 depósitos nas contas bancárias das empresas MO Consultoria e da GFD Investimentos, ambas do doleiro Alberto Youssef. 

No total foram transferidos R$ 26 milhões. Em seu despacho, o juiz Sérgio Moro afirma que aceita a denúncia porque considera que há provas suficientes "do posicionamento de Paulo Roberto Costa nas duas pontas do esquema criminal, em uma como responsável pela construção da Refinaria Abreu e Lima, tanto na condição de Diretor de Abastecimento da Petrobras como membro do Conselho de Administração da Refinaria Abreu e Lima, e, na outra, como beneficiário de parcelas das 'comissões' ou 'repasses'".

O Consórcio CNCC afirma que “não pode responder por outras empresas e reafirma que jamais teve relações comerciais ou fez repasses de recursos às pessoas e empresas citadas”. A Sanko-Sider divulgou um comunicado sobre o assunto. “(A empresa) não poderia superfaturar ou subfaturar nada, uma vez que não fez qualquer venda direta à Refinaria de Abreu e Lima. 

A Sanko-Sider apenas atendeu às empresas privadas que formam os consórcios participantes. Mais uma vez, informamos que todos os contratos da Sanko-Sider foram feitos apenas com empresas privadas, construtoras ou consórcios particulares. A Sanko-Sider não faz vendas diretas à Petrobras, excetuando-se alguns itens para manutenção”, afirma . “Os serviços foram contratados, pagos contra a emissão de notas fiscais, que foram todas devidamente contabilizadas, tributadas e pagas, via sistema bancário, de acordo com a legislação vigente.”

(Revista Época)