"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

BIOLOGIA ORIGINOU RAÇAS HUMANAS

 

As raças humanas não seriam mera “construção social”, mas entidades com bases biológicas reais. Mais importante, as diferenças genéticas entre as raças poderiam até explicar, em parte, o fato de europeus terem criado nações desenvolvidas, enquanto africanos ainda sofrem com pobreza e guerras tribais.

Nicholas Wade, jornalista, mexe no vespeiro da genética comportamental
Autor advoga que evolução deu a europeus e asiáticos genes favoráveis à vida em grandes cidades
Essas são as principais teses de “A Troublesome Inheritance” (Uma Herança Problemática), novo livro do jornalista britânico Nicholas Wade, 72, que acaba de ser publicado nos EUA. Após quase 50 anos de carreira, 30 deles no “New York Times”, Wade mexeu num dos maiores vespeiros da ciência atual.

Para ele, essa cautela tem muito de autocensura politicamente correta. O estudo cada vez mais detalhado do genoma humano indicaria, segundo ele, que há motivos para considerar as raças como biologicamente distintas.

Os principais argumentos de Wade são condensados num mantra com três palavras-chave: os dados de DNA mostrariam que a evolução humana é “recente”, “abundante” e “regional”.

Nos 10 mil anos desde a invenção da agricultura, os humanos se adaptaram à vida em grandes densidades populacionais, cultivando plantas e criando animais. As populações explodiram, assim como variantes genéticas e oportunidades para adaptação a novos ambientes.
Exemplo: muitas pessoas são capazes de digerir leite na vida adulta, mas isso só apareceu depois que as vacas foram domesticadas.

Essa evolução “recente” teria sido tão “abundante” que afetou cerca de 15% do genoma humano. E, também, “regional”, já que cada população se adaptou à sua área.


“…vespeiro da genética comportamental”
 
Especulação
 
Wade argumenta que não faz sentido esperar que tal variação do DNA não tenha afetado coisas como o comportamento e a inteligência, que também parecem ter componente genética. Europeus, chineses e japoneses, com séculos de vida em cidades, teriam passado por uma seleção natural que, na média, favoreceu genes que ajudam a viver nessas condições. Isso seria um dos motivos de sua predominância hoje em dia.

Nesse ponto, o livro se torna altamente especulativo, o próprio Wade reconhece. Ninguém faz a menor de ideia de quais seriam esses genes “de Primeiro Mundo”.

“Não acho que haja algo de errado com a especulação, desde que você deixe isso claro ao leitor”, disse o autor à Folha. “Que outro jeito há de explorar o desconhecido?”.

Para Wade, as variantes genéticas mais importantes para o desenvolvimento não seriam necessariamente as ligadas à inteligência, mas as que favorecem a coesão social, como a capacidade de confiar em outras pessoas. Ele também faz questão de assinalar que os genes são só parte de uma equação na qual a cultura tem grande peso.


“Uma herança problemática”. Será?
Folha de São Paulo, 06/06/2014.

09 de junho de 2014
 

ENQUANTO ISSO NA REPÚBLICA DA COPA DAS COPAS...

 
    Metade dos estádios da Copa não terá wi-fi para torcedores
O Sinditelebrasil, sindicato que representa as empresas de telefonia no país, divulgou nesta terça-feira (3) que apenas metade dos estádios da Copa contará com sistema wi-fi, que deve ajudar a desafogar a rede das empresas diante do uso intenso dos torcedores.
O sistema estará disponível apenas nos estádios de Brasília, 
Porto Alegre, 

Salvador, 
Rio, 

Manaus e Cuiabá.
Nas arenas de São Paulo, 

Belo Horizonte,
 Fortaleza, 
Recife, 
Curitiba e Natal, portanto, 

os torcedores terão mais dificuldade para publicar fotos nas redes sociais ou para encaminhar vídeos e mensagens que usem aplicativos conectados à internet.

 sindicato estima que, em média, em um período de uma hora dentro de um estádio poderão ser completadas cerca de 300 mil chamadas de voz, com duração média de 2,4 minutos, além de 24 mil conexões simultâneas de dados.
"Toda arena é um local de altíssima concentração de tráfego de dados", disse Eduardo Levy, presidente-executivo do sindicato.
"As pessoas vão querer fotografar muito mais que falar –e fotografia consome muito mais dados que o serviço de voz", afirmou.

NEGOCIAÇÕES
 
Segundo Levy, o problema com a rede de wi-fi se deve a dificuldade de negociação entre o conjunto de empresas de telecom e os estádios.
Essa negociação é necessária porque os responsáveis pelos estádios precisam autorizar a instalação dos equipamentos e o serviço de wi-fi.
"Em alguns casos não tivemos sucesso para colocar a rede de wi-fi, porque não nos autorizaram. Onde não houver rede a capacidade de dados é menor", completou.

REFORÇO
 
Levy destacou, porém, que as empresas de telefonia conseguiram fazer instalações da infraestrutura indoor. Trata-se de um reforço da cobertura convencional de internet 2G, 3G e 4G. Essa ampliação do serviço é feita por meio da instalação de antenas extras no interior do estádio.
No entanto, em São Paulo e em Curitiba, não houve tempo suficiente de concluir o projeto –o que significa que em algumas áreas desses estádios, como corredores de deslocamento, vestiários e estacionamento subterrâneo, o sinal ficará fraco ou inexistente.

"Eles [os estádios] não terão boa cobertura nessas áreas pelo tempo insuficiente que tivemos para instalar essa cobertura. Mas isso ocorrerá em locais de menor importância para o torcedor", afirmou Levy.
"Tudo o que não fizemos não foi porque não 
quisemos, mas porque não conseguimos."


O Sinditelebrasil informou que, nas arquibancadas, o serviço de 2G, 3G e 4G será equivalente em todos os estádios.

"[Em qualquer estádio] o torcedor pode até demorar mais do que gostaria para postar a foto, mas ele vai conseguir mandar durante o período em que estiver dentro do estádio. Dois, três ou quatro minutos depois do que gostaria".

Ao todo, as empresas investiram R$ 212 milhões para fazer essas novas instalações. Levy reforçou que o teste feito no Itaquerão, no último fim de semana, mostrou que a resposta das instalações foi "positiva".

PRAZOS
 
O Itaquerão foi o estádio em que as teles tiveram menos tempo para fazer a instalação das antenas na área interna, a chamada cobertura indoor. O estádio está também na lista dos que não permitiram o serviço de wi-fi das teles.
Do total de dias necessários para o serviço (150), as teles tiveram apenas 62 para instalar os equipamentos de reforço da rede no Itaquerão.
Das arenas que não receberam os jogos da Copa das Confederações, onde o reforço da rede já havia sido feito, apenas na de Natal o prazo foi cumprido corretamente.

Em Manaus as teles tiveram 86 dias, 
Curitiba 71 dias, 
Porto Alegre 70 e Cuiabá 65.

JULIA BORBA
DE BRASÍLIA
Folha

A COPA DOS VELHACOS SOB O OLHAR CRÍTICO DA FRANÇA

A FARSA DE DEMOCRACIA DIRETA


 
Com a nova Política Nacional de Participação Social, o PT busca implantar mecanismos de democracia direta no país, ao arrepio dos canais institucionais da nossa democracia representativa. 
A melhor maneira de pressionar os governantes continua sendo o voto na urna.

Sociedades maduras devem muito de sua prosperidade a suas instituições. 
O contrato social estabelece regras de convívio e funcionamento das diversas instâncias. A perenidade das normas orienta o comportamento dos cidadãos e a democracia oferece meios para participação e representação. 
Tudo dentro da ordem.
Há, porém, os que não comungam destes valores. 
Querem subverter a ordem, atropelar as instituições, instituir seus próprios princípios de convivência. Consideram regras consagradas como meros instrumentos de “dominação burguesa”. Opõem-se, com vigor, à democracia representativa e lutam por formas diretas de manifestação popular.

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Esta é uma visão que predomina entre petistas. 
Trata-se de um vezo segundo o qual tudo o que se interponha no caminho de seu projeto de poder merece repúdio. Assim se dá com o tratamento dispensado a órgãos de fiscalização e controle, à imprensa e ao Judiciário, sempre que não comungam das teses do petismo.
Assim é também em relação ao Congresso. 
No passado, Lula disse que lá havia “300 picaretas”; hoje, ele e o PT aliam-se às piores picaretagens de que se tem notícia na história republicana. Mas o PT quer mais: 
quer subverter a representação e impor na marra a vontade das massas.
 Quer fazer valer suas vontades na pressão.

A nova Política Nacional de Participação Social (PNPS) insere-se neste contexto. Lançada há dez dias pela presidente Dilma Rousseff por meio de decreto, expressa como objetivo “fortalecer e articular os mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo e a atuação conjunta entre a administração pública federal e a sociedade civil”.

No papel, tudo muito bonito. 
Na prática, nem tanto. 
O que o PT parece querer é implantar mecanismos de democracia direta no país, ao arrepio dos canais institucionais da nossa democracia representativa. 
De acordo com a pregação petista, a sociedade não interfere na administração pública e no processo legislativo. 
Será?

Nossos representantes são democraticamente eleitos para atuar no Parlamento e para governar. Há inúmeras formas de fiscalizá-los e de cobrá-los, sem que, no entanto, seja necessário criar novas estruturas burocráticas e instâncias passíveis de manipulação por parte de movimentos ditos sociais. 
O voto é a melhor arma para punir quem não cumpre os desígnios emanados da sociedade.

O governo petista brada o slogan “Todo brasileiro tem direito de participar” como se vivêssemos hoje numa ditadura. Como se não participássemos. 
Como se o voto fosse algo de somenos importância. Como se o que valesse mesmo fossem apenas as formas de pressão direta das massas sobre os governantes.
 
 
 
Há milênios, a humanidade testa formas de participação que vêm se aperfeiçoando, mas nenhuma delas mostrou-se mais saudável que a democracia e seu caráter representativo. O PT prefere outros caminhos, inspirado, talvez, nas malfadadas experiências que pipocam pelo nosso continente – usadas, claro, sempre em favor de governantes caudilhescos.

A PNPS é mais uma forma de subverter a ordem democrática, de usurpar o papel das nossas instituições e de fazer valer vontades na marra. 

 
A participação popular precisa, sim, ser fortalecida, com cobrança firme sobre governantes e decisores. 
Mas não inventaram nada melhor para isso do que o voto. A urna é a forma mais adequada e direta de melhorar o país.

 Instituto Teotônio Vilela
09 de junho de 2014