"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 29 de julho de 2014

CANDIDATOS ECONÔMICOS

Principais aspirantes a presidente evitam falar do assunto em suas campanhas, mas é fundamental que dialoguem com a sociedade

Até quando os candidatos a presidente da República vão evitar o debate sobre a condução da economia a partir de 2015?

Os principais aspirantes ao cargo têm fugido do assunto, seja pela falta de clareza do que fazer, seja pelo temor de discutir em público as asperezas das medidas necessárias a fim de o país voltar a crescer. No entanto, a pressão da realidade pode tirar os postulantes desse silêncio confortável.

Os desarranjos manifestam-se cada vez mais no cotidiano. Havia o efeito da inflação, em especial a de alimentos, que ainda causa desassossego. Agora, o resfriamento econômico reflete-se no ritmo declinante do aumento dos salários.

Os indicadores mais recentes de rendimentos do trabalho dizem respeito em geral ao período entre o final de 2013 e o primeiro terço deste ano. Evidenciam a drástica redução da velocidade dos reajustes salariais, para menos da metade do verificado até 2012.

Desde o segundo trimestre deste ano, a situação apenas se degradou. Os maiores candidatos a presidente, ainda assim, limitam-se a declarar compromissos vagos com estabilidade econômica e princípios genéricos de política, tais como controle fiscal, câmbio flutuante e inflação contida por metas.

Considerados os variadíssimos modos e resultados dos últimos 15 anos de administração em tese orientada por aquelas diretrizes, é fácil perceber que adesões insossas ao chamado tripé econômico têm escasso significado.

Quando não driblam as exigências de clareza de propósitos, os postulantes dedicam-se à enumeração de medidas pontuais, ao respaldo e às promessas de expansão de programas sociais populares.

Os projetos não se organizam em algo que pareça um programa de governo, tampouco soam compatíveis com as limitações da receita federal, que praticamente não cresceu neste ano e terá aumentos no máximo modestos até a metade do próximo governo.

Pode ser que, por ilusão de esperteza política, os candidatos ainda se recusem a ser claros a respeito de restrição de gastos, do combate à inflação, de financiamento da bancos estatais a empresas, de reajustes do valor de benefícios sociais ou das reformas necessárias para que se altere o padrão de desenvolvimento brasileiro.

No entanto, o debate acerca da economia vai chegando às ruas, agora que a campanha começa. Torna-se cada vez mais difícil fugir à responsabilidade de dialogar com a sociedade sobre o governo econômico do próximo mandato.

29 de julho de 2014

Editorial Folha de SP

O FIASCO DO MERCOSUL E A DIPLOMACIA DE BANQUINHO

Foi uma semana dura para a diplomacia brasileira e revoltante para os anões. Na quinta-feira, o governo de Israel ofendeu os baixinhos de todo o mundo ao descrever o Brasil como um anão diplomático. Três dias antes o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, havia cobrado, em tom quase paternal, mais empenho de Brasília para a conclusão do acordo comercial do Mercosul com o bloco europeu. Os dois fatos evidenciaram, mais uma vez, a desmoralização e a falência da política externa brasileira, tanto na área comercial quanto na geopolítica. O fato coberto com maior destaque foi o bate-boca entre funcionários de Brasília e de Tel-Aviv, mas os dois episódios são partes da mesma história.

Anões, ao contrário da atual diplomacia brasileira, inaugurada em 2003, podem ser inteligentes, eficientes, equilibrados e relevantes. Outros governos têm pressionado o de Israel e cobrado a suspensão ou moderação dos ataques à Faixa de Gaza, mas nenhum deles pagou o mico de se explicar e de responder em tom quase meigo a um porta-voz de chancelaria. A explicação oferecida: o Brasil criticou apenas a violência "desproporcional" de Israel, sem contestar seu direito de defesa. A resposta complementar: o Brasil mantém relações diplomáticas com todos os membros da ONU e, portanto, se houver algum anão, será outro país. A explicação e a réplica foram apresentadas pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo. Polidamente, ele se absteve de mostrar a língua e de chamar de feio o funcionário israelense.

Ator relevante age com clareza e se dispensa de explicações. A manifestação brasileira nesse caso, como em muitos outros, confirmou a inépcia da orientação formulada no Palácio do Planalto e seguida no outrora respeitado Itamaraty. Esse amadorismo, inspirado num terceiro-mundismo requentado e rejeitado por emergentes de respeito, tem-se evidenciado também na diplomacia comercial.

O Brasil é a maior economia da América Latina, mas seu governo é incapaz de desemperrar a negociação entre o Mercosul e os europeus. "A mim me parece um bocadinho absurdo que a União Europeia tenha acordos de livre-comércio com praticamente o mundo inteiro e não tenha com o Brasil", disse na segunda-feira o presidente da Comissão Europeia.

Por que "um bocadinho absurdo"? Para entender, basta pensar no tamanho da economia brasileira. Esse detalhe foi mencionado também pelo funcionário israelense. Ele qualificou o Brasil como gigante econômico, antes de chamá-lo, por contraste, de anão diplomático. Um contraste semelhante esteve implícito, mesmo com boa intenção, no comentário de Durão Barroso.

O presidente da Comissão Europeia foi até generoso. Teria sido menos gentil se tivesse ido mais fundo na avaliação do impasse. Absurdo, mesmo, é um país do tamanho do Brasil ter uma diplomacia subordinada aos interesses chinfrins da aliança entre o petismo, o kirchnerismo e o bolivarianismo.

Comandado por essa aliança, o Mercosul deu prioridade aos chamados acordos Sul-Sul, em geral com parceiros de pouca importância comercial. A aproximação com a Palestina é um marco notável dessa política. O livre-comércio regional com participação dos Estados Unidos foi recusado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner. Nos anos seguintes, outros governos sul-americanos negociaram com Washington, sem o Mercosul, pactos comerciais. Nem sequer com o México, uma das economias mais importantes do hemisfério, foram tentadas negociações ambiciosas. Não se foi além de um limitado pacto de complementação.

Com a recente formação da Aliança do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México), foi evidenciada mais uma vez a estagnação diplomática do Mercosul. Os dois blocos poderiam, talvez, promover uma integração. Mas só se os países do Mercosul se tornarem mais abertos, disse em janeiro o presidente do México, Enrique Peña Nieto. Quanto à negociação com a União Europeia, iniciada nos anos 1990, continua emperrada e sem perspectiva de avanço neste ano. O Mercosul permanece incapaz, principalmente por causa da resistência argentina, de apresentar suas ofertas para avaliação e discussão.

Enquanto isso, europeus e americanos negociam o pacto transatlântico e tentam novos entendimentos com outros parceiros. Asiáticos buscam aproximação com todo o mundo. A União Europeia se amplia e países da vizinhança desfrutam comércio favorecido com o bloco. A nova trama de concessões bilaterais e inter-regionais cresce e torna-se mais complexa, enquanto os líderes da Organização Mundial do Comércio (OMC) tentam reanimar e revalorizar a Rodada Doha.

Nesse quadro, a posição do Brasil e de seus parceiros do Mercosul se torna cada vez mais desvantajosa. A diplomacia comercial brasileira escolheu como prioridades, há mais de dez anos, a Rodada Doha, multilateral, e a aproximação com países emergentes e em desenvolvimento. O baile promovido pela OMC, a grande rodada multilateral, continua quase paralisado. Sem ingresso para os outros bailes - as dezenas de acordos parciais -, o Brasil tem de continuar no sereno, espiando as festas de fora.

Muitos empresários brasileiros aceitam sem aparente dificuldade a diplomacia comercial anã. Mostram-se mais interessados no protecionismo, parte importante dessa política, do que em conquistar mercados. Outra parte do empresariado reclama oportunidades comerciais mais amplas.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) cobrou do governo mais de uma vez, nos últimos dois anos, empenho maior na busca de acordos bilaterais e inter-regionais. Será impossível atender a essa demanda sem chacoalhar o Mercosul. No limite, restará trocar o status de união aduaneira pela condição, menos ambiciosa e menos limitadora, de zona de livre-comércio. Antes disso, falta o governo abandonar as fantasias terceiro-mundistas e semibolivarianas e redescobrir a noção de interesse nacional.


29 de julho de 2014
Rolf  Kuntz, O Estado de S.Paulo

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


DILMA E A ECONOMIA


 
Na última semana pesquisas diversas constataram: o desempenho da economia piorou e vai piorar mais, caem os índices de avaliação do governo e de intenção de votos na presidente Dilma e cresce sua rejeição entre os eleitores, alcançando 35%, a taxa mais alta entre todos os candidatos. Cenário áspero, cada dia mais difícil para uma disputa eleitoral que há seis meses dava como certo um segundo mandato para a petista.

Desde o primeiro ano, 2011, a fragilidade do governo Dilma tem sido desordenadamente construída pelo vazio de um projeto para o País e por uma sucessão de erros na gestão econômica, que têm nas medíocres taxas de crescimento do PIB a inescapável resposta.
Entre 2011 e 2013, a taxa média do PIB foi de 1,97% e, se conseguir alcançar 1% em 2014 (há apostas abaixo disso), Dilma terminará seu mandato com 1,7% – o terceiro pior desempenho econômico da história do País, depois dos presidentes Collor (-1,3%) e Floriano Peixoto (-7,5%).

Diferentemente de seu antecessor e padrinho: em oito anos de Lula, a expansão média do PIB ficou em 4%. Em 2010 a taxa subiu para 7,5% e ajudou (muito) a eleger Dilma. A situação agora se inverte e ela não consegue ajudar a si própria.
É certo que Lula contou com a sorte de uma economia mundial próspera em seu primeiro mandato. E, no segundo, o País abalado com a crise financeira do mundo rico, Lula usou de artifícios para acelerar a economia e vencer a eleição em 2010, fez a sucessora, mas lhe entregou uma herança pesada que ela não soube desfazer e até aprofundou. Exemplo: o represamento de tarifas públicas e a preocupante situação financeira da Petrobras.

SEM SURPRESAS

Pesquisas recentes (retração de 0,18% na economia, medida pelo Banco Central, o BC; estagnação das vendas do comércio e serviços; desaceleração na geração de empregos) e outras antigas e renitentes (inflação colada no teto da meta; juros nas alturas; queda da produção industrial) não são surpresa para o governo Dilma.
Elas têm sido captadas pelo Banco Central, para monitorar suas ações e decisões, e explicitadas em cada relatório trimestral da inflação que a diretoria do banco apresenta ao Senado.
No último deles, no fim de junho, o BC manifestou preocupação com o baixo crescimento de todos os setores da economia e previu: em 2014 a agricultura vai despencar de 7% para 2,8%, a indústria retrocede 0,4% e serviços crescem só 2%. Depois das últimas pesquisas, certamente o BC está refazendo essas projeções.

Portanto, surpresa não é. Mas, a cada pesquisa de maus resultados, a equipe da presidente Dilma reage como avestruz: viu antes, mas finge que não viu, surpreende-se e descreve um mundo cor-de-rosa (e desacreditado) para o futuro, garantindo que o quadro será revertido nos meses seguintes. Na arte da ilusão o ministro Guido Mantega é campeão, mas a última foi do ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT): ao divulgar que a geração de 25,4 mil empregos em junho foi a pior desde 1998, ele reagiu: “Nos próximos meses vai expandir mais porque a presidente vai anunciar medidas de estímulo para as pequenas e médias empresas”.

TAPANDO BURACOS

E tem sido assim. Se o emprego vai mal, se a indústria se retrai, se o consumo recua, o governo corre para tapar buracos. Desde 2006, quando Dilma venceu a disputa pelo comando da economia com o ex-ministro Palocci e a ordem passou a ser gastar mais, imediatamente surgiu a operação “tapa-buraco” em rodovias. Não se pensou em construir novas e carentes estradas, mas em queimar dinheiro cobrindo buracos nas existentes, que as chuvas e o desgaste do asfalto tratam de refazer.

A “mãe do PAC” fez um plano para o País acelerar o crescimento no presente e vencer disputas eleitorais, mas não se preocupou em desenhar estratégias e construir projetos para o futuro. E assim tem sido nestes quatro anos. Junte-se aí uma sucessão de erros de gestão (o represamento de tarifas de combustíveis e energia elétrica e os truques e mágicas nas contas públicas são os mais graves), e Dilma Rousseff colhe agora a descrença de quem pretende e tem potencial para investir, mas acaba adiando investimentos. E o mau desempenho da economia reflete isso.

29 de julho de 2014
Suely Caldas
O Estado de S. Paulo
 

NO TCU, ESTRANHAS CONFABULAÇÕES SOBRE PASADENA


Mergulhou fundo em estranhas confabulações o relatório do TCU sobre a aquisição da refinaria de Pasadena. Saiu ensopado, mas saiu como o governo queria, nada respingando para o lado do Conselho de Administração. Ou seja, para o lado da presidente Dilma, que, à época da inconcebível compra, pilotava o órgão de aconselhamento superior da estatal.
O jornal O Estado de São Paulo informa, na edição do dia 25 de julho, que o ministro do TCU José Múcio Monteiro, na segunda-feira 21, dois dias antes da sessão de julgamento, esteve reunido em São Paulo com o ex-presidente Lula. Segundo o ministro, foi uma visita para matar saudade e jogar conversa fora. Para Lula, nem isso. Jacaré não vai para o céu e Lula sabe muito bem o motivo. Recusou-se a comentar o assunto.

Para as fontes do jornal, no entanto, o encontro efetivamente ocorreu como parte de uma investida do governo para blindar a presidente e evitar danos à sua imagem quando ela está em plena campanha para suceder a si mesma. Até o início da semana havia a expectativa de que o relator do processo, ministro José Jorge, indicaria responsabilidade de Dilma em virtude de sua posição no Conselho à época dos fatos.

“PROCUROU OS COLEGAS E PONDEROU…”

Transcrevo parte da matéria: “Após a conversa com Lula, o ministro do TCU procurou os colegas e ponderou que responsabilizar Dilma neste momento pré-eleitoral seria politizar demais o caso, além de repetir a defesa do governo de que a presidente votou a favor da compra da refinaria com base em resumo incompleto sobre o negócio. Um ministro, ouvido pelo Estado sob a condição de anonimato, relatou que até uma vaga no Supremo Tribunal Federal foi mencionada. A votação foi unânime“.

Noutra parte da mesma matéria, lê-se: “Lula sinalizou que até mesmo cargos em um eventual segundo mandato de Dilma poderiam ser usados como elemento de convencimento dos ministros”.

DECISÃO UNÂNIME

No dia 23, enquanto os corredores se agitavam e os celulares esquentavam as orelhas, o ministro Benjamin Zymler pediu vistas ao processo. O pedido, formulado com intuito preventivo, foi imediatamente retirado quando se evidenciou que a maioria dos membros da corte se inclinava em favor da não inclusão da presidente. Nesse mesmo sentido, aliás, posicionou-se o relator, ministro José Jorge, no voto que proferiu. Decisão unânime.

A questão que fica no ar, sem possibilidade de resposta conclusiva, é a seguinte: a deliberação do TCU foi influenciada, ou não, pelo que ocorreu nos bastidores? O que sim, se sabe, é que as fontes do Estadão relatam algo que, desgraçadamente, se torna muito verossímil porque tem toda a cara do Brasil que, a cada dia, mais e melhor conhecemos.

29 de julho de 2014
Percival Puggina

SERÁ QUE DESTA VEZ MALUF VIRA MESMO FICHA SUJA E SAI DA POLÍTICA?



A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) impugnou o registro da candidatura à reeleição do deputado Paulo Maluf (PP). O pedido que pede o enquadramento do deputado na Lei da Ficha Limpa foi apresentado junto com outras 824 impugnações recebidas pela corte eleitoral na sexta-feira passada.

O que motivou o questionamento da Justiça diante da candidatura foi a condenação do parlamentar em novembro de 2013 no caso de superfaturamento das obras do Túnel Ayrton Senna durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo, entre 1993 e 1997.

Dentre as penas a que foi submetido, Maluf teve os direitos políticos cassados por cinco anos, o que o torna inelegível.

Além disso, como foi condenado por improbidade administrativa por um órgão colegiado do Tribunal de Justiça de São Paulo, para o procurador Regional Eleitoral, André de Carvalho Ramos, a decisão da Justiça de São Paulo permite enquadrá-lo na Lei da Ficha Limpa.

SEM ATESTADO

Segundo Carvalho Ramos, Maluf não apenas não conseguiu suspender sua condenação no Tribunal de Justiça, como ainda deixou de apresentar à Justiça Eleitoral a documentação que atesta que ele está “em pleno exercício de seus direitos políticos”, uma das condições necessárias para se candidatar, segundo a legislação eleitoral.

Entre as condições previstas para um candidato ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa está a condenação por “ato doloso (intencional) de improbidade administrativa” que tenha causado “lesão ao patrimônio público” e “enriquecimento ilícito” do condenado. A eventual condenação também precisa transitar em julgado (quando não cabem mais recursos) ou ainda ser proferida por algum órgão colegiado da Justiça, como no caso de Maluf, condenado por decisão da 10ª Câmara de Direito Público do TJ de São Paulo.

MALUF SE DEFENDE

Por meio de nota, a defesa de Maluf, informou que ele não foi enquadrado pela Lei da Ficha Limpa. “No caso em questão Paulo Maluf não foi condenado por ato doloso nem por enriquecimento ilícito. Por essas razões a Lei da Ficha Limpa não impede que Paulo Maluf participe das próximas eleições.”, afirma a nota.

Para o procurador, contudo, fica provado nos autos do processo que o ex-prefeito nomerou para os cargos de secretário municipal de obras e para a Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) na época um “homem de confiança e amigo de longa data” que permitiu uma fiscalização menos rigorosa dos pagamentos da obra do túnel, o que configuraria a intenção de Maluf em praticar o crime.

O ex-prefeito tem sete dias, a partir de hoje, para apresentar sua defesa, que será julgada junto com a impugnação pelo TRE.

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 NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
Está difícil acreditar que enfim Paulo Maluf será impedido de se candidatar. Procurado pela Interpol e impedido de viajar ao exterior, o deputado paulista é um fenômeno em matéria de impunidade. Vamos aguardar para ver como ele se safará dessa situação. (C.N.)

29 de julho de 2014
Mateus Coutinho e Ricardo Chapola
Estadão

VAI SER DIFÍCIL ACHAR O CULPADO (OU CULPADOS) PELA QUEDA DO VIADUTO DA COPA EM BH



As informações já disponíveis indicam não haver um grande e único culpado, mas um número enorme de culpáveis nessa impressionante série de equívocos que resultou na tragédia do Guararapes, um viaduto projetado em Belo Horizonte por uma empresa faz-tudo, construído por empreiteiros que não se responsabilizam pela obra e fiscalizado por um órgão dirigido por quem não é do ramo.

Um ano antes de desabar, o viaduto Batalha dos Guararapes foi mudado. A obra teve dois aditivos em junho de 2013, no total de R$ 4,878 milhões, o que elevou seu preço inicial em quase 30%, de R$ 15,5 milhões para mais de R$ 20 milhões. A diretoria da Cowan alegou no pedido de verba suplementar que os projetos haviam sofrido revisão e ganhado estacas de 700 mm de diâmetro, item não previsto originalmente. Mesmo assim, desabou.

CARIMBO OFICIAL

Pelo montante dos aditivos, o viaduto foi bem alterado durante a construção. E toda a revisão de engenharia e de preço se deu com o aval do órgão fiscalizador de obras da Prefeitura de BH, a Sudecap. Os pedidos da Cowan tiveram assinaturas de anuência no órgão tanto do fiscal que supervisiona a obra, Mauro Lúcio Ribeiro da Silva, como do diretor de Infraestrutura, Cláudio Marcos Neto.
 
E a empresa que projetou o viaduto Batalha dos Guararapes, Consol, encerrou seus trabalhos para a Sudecap em abril de 2013, antes dos aditivos financeiros no contrato da construtora Cowan, ambos feitos no mês seguinte com a justificativa de que o projeto original havia sido alterado e incluído novos materiais. Portanto, a projetista não apoiava mais a fiscalização da obra à época dos aditivos. E não acompanhou a execução das alterações. Esse caso, quanto mais se revolve, maiores a lambança e a improvisação.

29 de julho de 2014
Raquel Faria
O Tempo

A TRAGÉDIA DO ORIENTE MÉDIO


 
O erro fatal daquela histórica Assembleia-Geral da ONU ocorrida em 1947, criando o Estado de Israel, foi certamente ignorar os palestinos que viviam naquelas terras áridas. Um povo agraciado e outro sem pátria e obrigado a viver em guetos espremido entre as fronteiras do recém-criado povo judeu, o Líbano, a Jordânia, o Egito e a Síria.
 
A ONU de 1947 é a mesma ONU de hoje, apenas um retrato na parede. Erros atropelados por mais erros e sem nenhum poder para resolver os conflitos e as guerras localizadas na África, na Europa e na Ásia. O Conselho de Segurança está a serviço das grandes potências, vetando qualquer resolução que seja contra os interesses dos Estados Unidos, o país que dá as cartas naquele organismo internacional.
 
Esse novo Império Romano, com ajuda das velhas e decadentes nações europeias, faz o que quer ao fomentar grupos chamados de insurgentes, armando-os contra as nações cujos governantes ousam contrariar os interesses do gigante internacional.
 
Então, a mídia internacional, comprada pelos detentores do poder maior e avassalador, incute nas consciências globais aquilo que interessa e esconde o que não convém à realidade dos fatos. Sobre esse prisma, a verdade jamais vem à tona, pois na paz e principalmente na guerra, a primeira vítima é a verdade.
 
NADA É POR ACASO
 
As atuais frentes de guerra no Oriente Médio não acontecem por acaso, aliás, nem uma folha que cai é fruto do acaso, pois tudo está ligado a tudo na interdependência universal. Alguns ditadores do Oriente Médio, até mesmo aliados dos governos americanos, principalmente os da era Bush, foram pacientemente e planejadamente minados no seu interior, a partir dos “cavalos de Tróia” infiltrados em seus círculos de poder.
 
O exemplo mais assustador é Saddam Hussein, o ditador sanguinário do Iraque, parceiro do governo americano e que inocentemente caiu na armadilha da diplomacia americana, que o incentivou a entrar em guerra com o Irã, o alvo principal da grande potência pelo fato dos aiatolás liderados pelo líder Aiatolá Khomeini terem derrubado o Xá Reza Pallevi, amigo dos americanos.
 
Saddam não logrou êxito após oito anos na frente de batalha, que ao final, enfraquecido e endividado, o Exército dilacerado e mais um erro, o definitivo, ao aceitar a sugestão de um diplomata americano para invadir o Kuwait e se apossar dos poços de petróleo do pequeno país criado pela Inglaterra, para com a venda do petróleo poder pagar as dívidas da guerra. Aceitou o conselho, invadiu o território kuawitiano e viu tropas americanas entrarem no Kuwait expulsando o Exército do Iraque humilhando o já combalido governo de Bagdá.
 
ARMAS QUÍMICAS?
 
O resultado, uma tragédia grega para Saddam, que foi acusado pelos seus ex-amigos de abrigar arsenais de armas químicas, e de até ter armas nucleares, cujas alegações não passavam de propaganda enganosa. A máquina de guerra ocidental entrou no Iraque e destruiu toda a infraestrutura militar e civil. Milhares de soldados e civis foram assassinados e o ditador foi obrigado a fugir e encontrado escondido em um buraco, sujo, barbado, faminto igual a um mendigo de rua. Capturado, preso e finalmente enforcado.
 
Quase o mesmo destino aconteceu com Muamar Kadaffi, o ditador da Líbia, minado a partir da cidade de Benghasi e depois a centelha dos insurgentes se espalhou até a capital Trípoli e seu bunker invadido e destruído pelas bombas despejadas dos aviões assassinos chamados de drones.
 
A unidade árabe foi para o espaço. Hoje, nenhum pais do Oriente Médio tem condições de enfrentar qualquer inimigo, pois estão destroçados literalmente. O alvo mais aterrador do momento está sendo a Síria. Até antigos aliados como a Turquia se prestam a ceder suas fronteiras aos insurgentes para o ataque e posterior tomada das cidades mirando ao final chegar a Damasco, a capital da Síria.
 
Como nada acontece por acaso, conforme descrevi inicialmente, então, como podemos acreditar que os fatos que vem ocorrendo surgiram espontaneamente? Se eles são semelhantes na cronologia dos acontecimentos e na tragédia final, que atinge os ditadores sejam eles, cruéis ou “democráticos” e que milhares de crianças, idosos e mulheres são abatidos mortalmente sem a piedade e a solidariedade da maioria dos habitantes da comunidade das nações representadas pela ONU.
Só resta lamentar que o mundo continue o mesmo ou até pior do que na época dos bárbaros e da Idade Média.
 

PARA SER DEPUTADO PELO DF, É PRECISO GASTAR PELO MENOS R$ 1,5 MILHÃO



 
Para conquistar um mandato na Câmara Legislativa ou no Congresso Nacional, em Brasília os candidatos terão que gastar muito mais do que sola de sapato. Além de rodar o Distrito Federal no corpo a corpo com o eleitorado, os concorrentes vão precisar investir alto na campanha. A estimativa do custo de um mandato de deputado distrital este ano supera R$ 500 mil.

No caso de desconhecidos da população, o valor será ainda maior. Na corrida por um mandato de deputado federal, o valor individual necessário deve passar de R$ 1,5 milhão. As cifras são bem maiores do que a média gasta pelos eleitos em 2010. Na última disputa no DF, cada distrital eleito gastou, em média, R$ 332,6 mil. Os federais que chegaram ao Congresso há quatro anos desembolsaram uma média de R$ 1 milhão cada um. Durante a campanha, os candidatos precisam de combustível, material gráfico, pagamento de cabos eleitorais e aluguel de imóveis e de veículos, como carros de som. Alimentação, produção de jingles, manutenção de páginas na internet, contas de telefone, gastos de energia nos comitês e até o pagamento de multas por descumprimento da legislação eleitoral têm que entrar na lista de gastos.
 
BRIGA NO DEM

Para conseguirem os recursos necessários de forma legal, os candidatos recorrem a doações de pessoas físicas e jurídicas, doações pela internet, fundo partidário, comitês de campanha e, na maioria das vezes, colocam a mão no bolso para usar recursos próprios. Também há casos de candidatos que ajudam outros, na maioria das vezes concorrentes a cargos distintos.
Na semana passada, o financiamento de campanhas ganhou ares de polêmica por causa de um embate interno no DEM. O presidente regional do partido, Alberto Fraga, registrou ocorrência contra a candidata a distrital Denise Leitão Rocha por calúnia e difamação. Segundo Fraga, Denise teria cobrado R$ 400 mil para pagar os custos da campanha e, diante da negativa, teria agredido o correligionário em redes sociais.
Ela nega ser a autora dos xingamentos, mas garante que ouviu de Fraga a promessa de ajuda financeira ao ser convidada a se filiar no DEM. “Só posso oferecer um kit com santinhos e adesivos, como é com os outros concorrentes a distrital”, afirma Fraga.

### NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO Distrito Federal é a menor unidade da Federação, a campanha é concentrada e fica mais barata. No Estados maiores e mais importantes, o custo de uma campanha para deputado federal pode chegar a 5 milhões. País rico é assim mesmo. (C.N.)
 
29 de julho de 2014
Helena Mader e Almiro Marcos
Correio Braziliense

PESQUISAS ACENDEM SINAL VERMELHO NO PALÁCIO DO PLANALTO


 



No Palácio do Planalto, o clima é de apreensão, sobretudo porque Dilma perdeu quase toda a vantagem que tinha sobre a oposição nas pesquisas de intenção de voto. A popularidade da presidente está em queda em todas as regiões, com o índice de rejeição atingindo patamares recordes. Os assessores presidenciais admitem que não será fácil para a candidata petista explicar o porquê de ter empurrado a economia para a recessão.

O discurso de que os pessimistas são contra um projeto de 12 anos, que promoveu a ascensão social de mais de 40 milhões de brasileiros, já não cola. É justamente nessa nova classe média que se nota o crescente descontentamento com o governo. O temor de perder conquistas tão importantes está evidente. E vai se refletir por meio de muitos votos.

Integrantes da campanha da presidente Dilma reconhecem que ninguém tem mais a ganhar do que ela, se anunciar, antes das eleições, qual será sua equipe econômica em um eventual segundo mandato. Ainda que timidamente, os auxiliares petistas reconhecem que o Planalto é a principal fonte de incerteza que hoje está travando o país. O ideal, reconhecem, é que ela dê um choque de credibilidade, com nomes fortes, pois, depois de quatro anos prometendo e não cumprindo, não será qualquer pessoa para comandar o Ministério da Fazenda, por exemplo, que mudará o humor de empresários e investidores.

PRAZO ÀS ELÉTRICAS

Nada indica que o governo fechará até o fim do mês o novo empréstimos de R$ 6,5 bilhões para socorrer as distribuidoras de energia e evitar um aumento maior na conta de luz. Há muitos pontos a serem amarrados com os bancos convidados a abrirem o caixa. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por sinal, já foi avisada de que poderá ser obrigada a adiar, mais uma vez, o acerto de conta das empresas. O prazo inicial era 15 de julho, mas foi estendido para o dia 31.

29 de julho de 2014
Vicente Nunes
Correio Braziliense

GENOÍNO PEDE PROGRESSÃO PARA REGIME ABERTO DE PRISÃO, JÁ FORÇANDO SUA VOLTA À PRISÃO DOMICILIAR


 
O ex-deputado José Genoino, condenado na Ação Penal 470, processo do mensalão, pediu à Justiça do Distrito Federal progressão de regime. Segundo a defesa, desde o dia 22 de julho, Genoino tem direito a passar do regime semiaberto para o aberto por ter cumprido um sexto da pena, período que garante a progressão. 

A data prevista para a concessão do benefício é 24 de agosto. No entanto, os advogados alegam que o cumprimento da pena no atual regime expirou devido aos 34 dias que o condenado tem de crédito, por ter trabalhado dentro do presídio. 

“Em virtude de atividades realizadas no presídio – tanto trabalho, quanto estudo – o sentenciado tem direito a remição de parte de sua pena, o que antecipou para 22 de julho de 2014 o cumprimento do interstício mínimo de 1/6 (um sexto) necessário para a progressão de regime”, afirma a defesa.
Genoino teve prisão decretada no dia 15 de novembro do ano passado e chegou a ser levado para o Presídio da Papuda, no Distrito Federal. Mas, por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar temporária, uma semana após a decretação da prisão. Em abril, o ex-parlamentar voltou a cumprir pena de quatro anos e oito meses no presídio.

De acordo com o Código Penal, o regime aberto deve ser cumprido em uma Casa do Albergado, para onde os presos devem retornar somente para dormir. Em muitos casos, diante da inexistência do estabelecimento nos sistemas prisionais estaduais, os juízes determinam que o preso fique em casa e cumpra algumas regras, com horário para chegar ao domicílio, não sair da cidade sem autorização da Justiça e manter endereço fixo.

Por causa do recesso do Supremo, o pedido foi encaminhado ao vice-presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, responsável por decidir questões urgentes até o dia 1º de agosto. Na última quarta-feira (23), Lewandowski pediu o parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e, em seguida, o caso deve ser decidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, responsável pelas execuções das penas dos condenados.

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 NOTA DE REDAÇÃO DO BLOG
O advogado de Genoino esqueceu de descontar os dias que o mensaleiro passou fora da Papuda, alegando estar doente, assim como o logo tempo em que já ficou em prisão domiciliar em Brasília, também alegando estar doente, embora diversas juntas médicas tenham atestado que ele está bem de saúde e apto até para trabalhar.

Na verdade, ele esta forçando novamente a barra para retornar à prisão domiciliar. E assim vai terminando sua carreira demonstrando não ter a menor dignidade. Mas aposentado pela Câmara com R$ 20 mil mensais, sem desconto de Imposto de Renda, mas o rendimento da Bolsa Ditadura, Genoino tem condições de viver à tripa forra, como se dizia antigamente. Sem a menor dúvida, ele pertence à elite branca tão criticada por Dilma e por Lula. (C.N.) 

29 de julho de 2014
Deu na Agência Brasil

O HUMOR DO ALPINO



 
29 de julho de 2014

O DERROTADO JÁ TEM NOME


 


Ao apoiar cinco candidatos a governador do Rio de Janeiro, a presidente Dilma corre o risco de não ser apoiada por nenhum. Dispondo-se a dividir palanques com Aécio Neves e Eduardo Campos, o governador Geraldo Alckmin perde um e não ganha o outro. Diante da disputa no Ceará,  oscilando entre os irmãos Gomes e Eunício Oliveira, o palácio do Planalto cai no vazio.

No Rio Grande do Sul, Tarso Genro desconfia estar sendo traído por conta do favoritismo da senadora  Ana Amélia.  Em São Paulo, ninguém acredita na recuperação de Alexandre Padilha: nem o PT nem o Lula, preparando-se Paulo Skaf para, de público,  continuar rejeitando o apoio do governo federal, mas, em particular, contando com os votos petistas para chegar ao segundo turno contra Alckmin.

Esses são apenas alguns exemplos do que  acontece no país inteiro, quer dizer, profunda confusão partidária onde a ideologia ganhou a estratosfera.  Vale  mais a tentativa de vencer as  eleições, para os candidatos a presidente e a governador, sem esquecer os que disputam o Senado.

Por  mais estranho que pareça, oportunidade mais clara não existe para que, empossados os vencedores majoritários e composto o novo  Congresso,  venha a emergir do caos partidário uma reforma para valer. Senão a dissolução dos atuais partidos, ao menos  o remanejamento de seus integrantes. PT e PSDB poderão servir de pólos  para o novo quadro, ficando a pergunta a respeito de como ficará o PMDB. Mal, com toda certeza.

A outrora legenda quase única foi-se desfazendo feito sorvete ao sol.  Menos por não haver lançado candidato presidencial desde que Orestes Quércia foi derrotado, mais por conta de haver aderido a todos os governos posteriores, tucanos ou petistas.

O eleitor não é bobo. Percebeu a falta de novos líderes com personalidade própria. De tanto abdicar de sua condição de condutor em troca de ser conduzido até o banquete dos  outros, contenta-se o partido  com migalhas caídas da mesa.

Ganhando Dilma ou Aécio, ou mesmo Eduardo, ao PMDB se oferecerão cada vez menos ministérios e menor participação nas decisões de governo. O pior é que nenhuma voz se erguerá de dentro para fora. Quem puder que abocanhe as parcelas cada vez menores de influência nos destinos nacionais.
Condenado ao fracasso, o partido vai virar carniça para os urubus que já voam ao seu redor. Pobre dr. Ulysses, perdido no oceano mas certamente feliz por não ter assistido o começo do fim.  Qualquer que seja o vencedor, o derrotado já tem nome.

29 de julho de 2014
Carlos Chagas

A BATALHA DE SÃO PAULO NA GUERRA DO PODER



 “Não sou conduzido, conduzo”. O lema do brasão da cidade de São Paulo expressa de modo adequado a importância do Estado mais poderoso da Federação no pleito eleitoral deste ano.
Mas a posição de liderança no processo eleitoral não pode ser entendida apenas em decorrência do poderio econômico do Estado que possui um PIB de R$ 1,5 trilhão, representando 31,2% do PIB nacional. A força de São Paulo vai além da liderança no ranking eleitoral, com seu 23% do eleitorado brasileiro. O Estado exibe o maior grupamento de eleitores racionais.
 
Ao longo dos últimos anos, a comunidade criou múltiplas ilhas no arquipélago do poder, tornando-as canais para fazer chegar demandas aos governantes e representantes, praticando, assim, exercícios de democracia direta.
Costuma-se dizer que o pleito será decidido pela passagem do transatlântico eleitoral pelo Triângulo das Bermudas, constituído por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios.
 
Ou, ainda, que Minas é quem decide, sob o argumento de que o Estado do Sudeste é uma encruzilhada que representa a síntese do país. Ora, quando há na disputa dois candidatos mineiros (Aécio e Dilma), a tese parece fraquejar. O fato é que São Paulo possui os maiores exércitos da guerra eleitoral. As ondas de seu mar costumam empurrar para longe os eventos que geram protestos, denúncias, discursos positivos/negativos, avaliações de candidatos, percepções sobre o cotidiano.
 
CLASSES MÉDIAS
 
As alavancas de empuxo são constituídas pelas classes médias: a emergente classe média C, a tradicional classe B e a classe média A, de renda elevada. Os discursos mais críticos e salientes provêm desses aglomerados, que se unem em cobranças e na disposição de votar contra o status quo. Tal posicionamento pode resultar nos chamados “não votos”, contabilizados hoje pelas pesquisas em cerca de 30%, soma de abstenção, votos nulos e brancos. Mas há uma forte coluna que jogará seus votos no continuísmo, particularmente os núcleos e as bases ancoradas nos vãos da administração pública.
 
Nunca foi tão forte o clamor pela micropolítica, programas e projetos destinados às melhorias da estrutura urbana. À frente das bandeiras, desfilam grupos organizados, categorias profissionais sob comandos de novas lideranças e movimentos que pregam ruptura. Em suma, o nível de conscientização é mais elevado.
 
Isso posto, desponta a questão: a disputa paulista terá influência nas lutas eleitorais de outras regiões? Tal influência se dá no plano de formação da opinião pública. O fragor da luta não começou agora com a abertura oficial da campanha de rua. Poucos se dão conta de que o rebuliço que toma conta do país, desde junho do ano passado, começou em São Paulo. E as ondas revoltas continuarão.
 
O país acompanha o que se passa nesta praça de guerra. Não dá para acreditar que o velho axioma resista ao pleito de outubro: “entre mortos e feridos, todos se salvaram”. A batalha de São Paulo será decisiva.
 
(transcrito de O Tempo)

29 de julho de 2014
Gaudêncio Torquato

E DEPOIS DO NECESSÁRIO?


 


Não importa quem será o próximo presidente da República. É certo que a vida dele ou dela não será fácil. O país vai enfrentar uma situação nova que, de acordo com as soluções apresentadas, poderá ser a marca do Brasil do século XXI.
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou uma frase na campanha presidencial de 2002 que cabe agora. “Nós vamos fazer primeiro o necessário, depois o possível e, quando menos se esperar, nós estaremos fazendo o impossível”, disse ele naquela oportunidade.
 
É certo que, desde as gestões de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil tem melhorado. É evidente que as administrações de Lula provocaram um salto importante no que diz respeito à resolução de graves problemas sociais. A manutenção da estabilidade econômica, a criação de empregos, a redução da miséria e a melhoria nos índices relativos à saúde e à educação, ainda que de forma tímida, são exemplos de avanços importantes.
 
Pois bem, não importa em qual medida, mas os governos do PSDB e PT fizeram o que era necessário. A presidente Dilma Rousseff deu continuidade a essa caminhada. A pergunta que se faz é: E agora? Qual será o grande desafio do próximo presidente?
 
MANTER O RITMO
 
O país, certamente, precisará manter o ritmo de crescimento econômico e de conquistas sociais. Mas como fazer isso, tendo em vista um certo esgotamento das políticas públicas? É preciso reconhecer que as chamadas políticas sociais compensatórias, ainda que mantidas, não serão suficientes para alimentar ou ampliar o nível de empregabilidade. A estratégia usada até aqui para distribuição de renda também não dará conta de continuar, sozinha, transferindo cidadãos de uma determinada classe para a imediatamente superior. A capacidade de consumo interno está se aproximando de um limite prudencial. As pessoas, especialmente as da nova classe média, estão mais cautelosas no momento de ir às compras.
 
Por outro lado, o poder público não poderá estender indefinidamente suas ações para alimentar o mercado. O próximo presidente não poderá se restringir à ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento ou à isenção de impostos para esse ou aquele setor.
Além dessas limitações, há ainda as questões externas. A principal delas é mesmo a retração das economias europeias e a estratégia norte-americana de criar medidas de proteção de seu mercado interno. Como se tudo isso não bastasse, começa a crescer o nível de conflitos na Europa Oriental e Ásia.
 
Se havia um ambiente externo muito favorável ao crescimento do Brasil até o momento, o tempo já fechou. E de acordo com as novas previsões, nuvens carregadas se aproximam, criando a possibilidade de chuva. E isso não é pessimismo, é meteorologia – pode dar certo ou não.

(transcrito de O Tempo)

29 de julho de 2014
Carla Kreefft

ADVOGADO DENUNCIA MASSACRE DE YEDA CRUSIUS PELA JUSTIÇA FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Causa perplexidade a decisão proferida pelo juiz federal substituto da 3ª Vara Federal de Santa Maria, Gustavo Chies Cignachi, semana passada, que recebeu a Ação Civil Pública por Atos de Improbidade Administrativa movida em desfavor da ex-governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius.

A ação de improbidade tramita desde 2009 na Justiça Federal, tendo sido suspensa em relação a Yeda Crusius por força de decisão Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em 14 de outubro de 2009, e de decisão do Superior Tribunal de Justiça, em 02 de fevereiro de 2011.

Trata-se de processo que, originariamente, foi conduzido pela juíza Simone Barbisan Fortes, e que, desde 8 de março de 2013, vem sendo conduzido e presidido pelo juiz titular da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária Federal de Santa Maria, Loraci Flores de Lima. Processo complexo e que reúne mais de 300 (trezentos) volumes e apensos, consideradas todas as ações diretamente relacionadas que, inclusive, foram e estão sendo decididas pelo juízo titular. Só a inicial acusatória tem 1.238 páginas.

JUIZ SUBSTITUTO

Ocorre que, em 23 de julho de 2014, por força de afastamento provisório do juiz Loraci Flores de Lima para atuar no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, foi prolatado nos autos referidos despacho pelo juiz federal substituto, Gustavo Chies Cignachi, recém-removido para a Subseção Judiciária Federal de Santa Maria e cujo contato com os autos foi iniciado recentemente. or esse motivo, presume-se, a decisão foi lavrada sem fundamentação idônea ou exame acurado dos autos.

O juiz substituto não enfrentou uma linha sequer da defesa ofertada por Yeda Crusius, desprezando o dever constitucional de fundamentação das decisões judiciais. Era obrigatório examinar as teses da defesa, os argumentos e as provas dos autos.
Nada disso ocorreu. Foi prolatada uma decisão padronizada, que poderia ter sido confeccionada sem nenhuma leitura dos autos, pois revela argumentos abstratos, que servem para qualquer processo.
No ponto em que refere a existência de indícios, ignora completamente as provas apontadas pela defesa, sequer examinando-as para refutá-las, se fosse o caso de refutar.
Há que se exigir de um juiz o cumprimento rigoroso do dever de examinar os argumentos da defesa e as provas dos autos, não sendo compatível com o Estado de Direito uma decisão arbitrária, destituída de amparo no Direito e nas provas reunidas neste volumoso processo.

Ainda tenho convicção de que a ação de improbidade deverá ser rejeitada, para evitar danos morais e materiais ainda mais expressivos a Yeda Crusius, que já vem sofrendo um autêntico massacre desde a abusiva entrevista coletiva dos procuradores signatários da inicial acusatória, os quais, antes mesmo do ajuizamento da ação, já a acusavam publicamente por fatos que jamais praticou.

Reitera-se que a ex-governadora é vítima de abuso de poder, na medida em que a ação de improbidade carece dos mais elementares fundamentos, inexistindo quaisquer indícios de participação de Yeda Crusius em esquema de fraudes no Detran. Por isso, a decisão do juiz substituto deverá ser reformada, seja por interposição de embargos declaratórios, com efeitos infringentes, seja por força de agravo de instrumento, recursos que poderão ser manejados nos respectivos prazos legais.

29 de julho de 2014
Fabio Medina Osório

SEGUNDO A MCM CONSULTORES, AS CHANCES DA PRESIDENTE DILMA NÃO SER REELEITA JÁ SÃO DE 60%

 



Segundo matéria de Fábio Alves da Agência Estado, a MCM Consultores passou a atribuir uma probabilidade de 60% de derrota à presidente Dilma Rousseff na eleição. Desde abril, a consultoria trabalhava com um cenário de probabilidade equivalente à reeleição e à vitória da oposição. Hoje, os analistas da MCM rebaixaram as chances da presidente e agora trabalham com uma probabilidade de 60% a 40%, contra a reeleição.

“Não estamos declarando taxativamente, é bom esclarecer, que a presidente Dilma não se reelegerá. Longe disso. É muito cedo. A campanha ainda nem começou efetivamente”, dizem os analistas da MCM na nota enviada a seus clientes. “Contudo, a nosso juízo, já existem elementos suficientes para atribuir mais probabilidade de vitória à oposição do que à candidatura governista.”

De acordo com a consultoria, as últimas pesquisas Datafolha e Ibope representaram um ponto de virada (“turning point”) para o novo cenário, agora desfavorável à reeleição. “Ambas mostraram continuidade na tendência de encurtamento da vantagem de Dilma frente a Aécio Neves e Eduardo Campos no segundo turno e aumento da diferença entre a rejeição à presidente e aos candidatos de oposição”.

Além das pesquisas, a MCM enfatizou que a mudança de cenário também considerou a piora da situação econômica, “sintetizado pelo resultado decepcionante do último Caged (abertura de apenas 25 mil vagas de trabalho em junho), os sinais de forte rejeição ao PT no Sudeste , notadamente em São Paulo e a baixa competitividade das candidaturas petistas nos estados mais importantes do País, com exceção de Minas Gerais, onde Fernando Pimentel é franco favorito nas pesquisas”.

29 de julho de 2014
José Carlos Werneck

DIREITA E ESQUERDA: A RELEVÂNCIA DE UMA DISTINÇÃO - 3a. PARTE

Artigos - Cultura

Para Olavo de Carvalho, com admiração.  


Fustel de Coulanges mostrou-nos, desde 1864, que o homem é um ser complexo, reunindo, aliás, na sua radical incompletude, contributos díspares de várias épocas históricas.

De quantas faces é composta a face humana? Ainda o sabemos?
Contra a frivolidade mediática dominante, temos de voltar à sabedoria e ao diálogo sereno com os clássicos. É uma tarefa inadiável.
Mas a esquerda, essa fábrica ininterrupta de mentiras, poluiu o nosso ambiente político perigosamente. Abastardou tudo.
Sem a remoção desse lixo tóxico não se consegue, jamais, edificar uma política decente e um país de homens livres.

Quase todos os manuais escolares e os artigos de jornal dizem-nos, por ex., que o New Deal de Franklin Delano Roosevelt e o sr. Keynes “salvaram” o capitalismo, livrando-nos, miraculosamente, da Grande Depressão de 1929 e das suas funestas consequências económicas. Adam Smith estava errado. É esta a mensagem subliminar. 
O “homem do sistema” tem de intervir e garantir o equilíbrio.
O mantra tem sido repetido durante várias décadas, mas não passa de uma bela e elementar tolice. 

Para se ter a dimensão da lenda, basta consultar, por outro lado, a Internet. Essa poderosa invenção capitalista. 
Lê-se algures esta pérola:
“Com o New Deal, portanto, iniciou-se a tensa construção do pacto entre Estado, trabalho organizado e capital, ou regulação fordista-keynesiana do capitalismo que, no pós-guerra, fundamentaria o peculiar Estado de Bem- Estar americano e o longo período de prosperidade que se estenderia até fins dos anos 1960” (in http://pt.wikipedia.org/wiki/New_Deal).

Cita-se aqui, refira-se, uma “tese de doutorado” (do sr. Flávio Limoncic) em História Social, defendida numa universidade do Rio de Janeiro em 2003! Fantástico, como prova acabada de uma forma mentis.

A própria academia transformou-se, tal como previra Antonio Gramsci, num dócil veículo de propaganda, em prol do “novo príncipe”, amplificando, ceterisparibus, a malícia colectivista em escalas estratosféricas.

A imbecilização pseudoletrada campeia a todo o vapor.
Thomas Sowell, que por acaso é negro e liberal, e investigador sénior da HooverInstitution (Stanford), já demoliu, impiedosamente, essa velha cantilena esquerdista.
Historicamente, sucedeu exactamente o contrário.
A balela keynesiana é, por conseguinte, uma impostura ridícula. Não vale nada. É uma estória da carochinha.
Só o uncommonknowledge, alicerçado na pesquisa sincera, nos pode devolver a luz. E tirar-nos, definitivamente, da escura caverna socialista.
Há que abdicar dessa canga miserável, porque a liberdade rima, antes de tudo, com a verdade.

Logo após a Grande Depressão, e por simples e espontânea acção do mercado, o desemprego começou a descer nos EUA.
No mês de Junho de 1930 atingira a surpreendente taxa de 6,3%.
Mas depois vieram a maciça intervenção do Governo e as medidas de “estímulo”, primeiro com Hoover e, mais tarde, com a administração Roosevelt. Foi o bonito!
Passado pouco tempo, a taxa de desemprego havia atingido os dois dígitos, como neste infeliz reduto desse rebento de Getúlio Vargas que é o sr. José Maria Neves, o cínico.
E foi assim durante toda a década de 1930. O New Deal foi um fracasso.

A Guerra é que inverteu a situação, como explica categoricamente Sowell.    
Keynes era apenas um socialista fabiano que, em 1936, perante o horror da tirania estalinista, cuja dimensão já era bem conhecida, elogiava os “administradores altruístas” da URSS. Porca miséria!

É este o grande ídolo de boa parte da nossa intelligentzia e dos nossos burocratas, apostados, é claro, na perversa “economia de interesses”.
Keynes é o papa do Estado corporativo, caucionando, com o seu império de guildas e regulações, a união do poder político com o económico. É o equivalente actual de Jean-BaptisteColbert, o influente ministro de Luís XIV.
Outra questão essencial. De primeiríssima ordem. 

Durante muitos anos, identificou-se o nazi-fascismo como o pior monstro totalitário da história humana, e com a “extrema-direita”.
Toda a gente repete a ladainha com a elegância frenética de um robot... 
Aliás, entre nós, o pior que se pode dizer a um político é tachá-lo de “fascista”. É o cúmulo da difamação!

Ninguém quer ser fascista, como se não existisse, vejam bem, essa escória que é o comunismo genocida.
Fala-se de Hitler para esquecer Estaline, Pol Pot ou Mao Tsé-Tung.
Acontece que o nazismo alemão foi apenas um dos ramos do movimento socialista. Trata-se de um movimento de esquerda, que odiava o capitalismo e importou os piores métodos da URSS.Nationalsozialismus. Eis a verdade cristalina.
Aliás, foi Estaline quem alimentou Hitler, ajudando a edificar a sua terrível máquina de guerra. De outra forma seria impossível.
Até a tecnologia dos campos de concentração foi
copiada da Rússia soviética.
Durante décadas e décadas este facto foi silenciado, mas tudo se clarificou com a abertura dos arquivos de Moscovo.

O Pacto Ribbentrop-Molotov foi apenas a confirmação de uma relação privilegiada, de estreita colaboração, que já vinha de trás.
Este artigo do filósofo Olavo de Carvalho é mais importante do que toda essa ração simplória, e francamente burlesca, que nos impingiram durante anos a fio, da escola primária à universidade: URSS, a mãe do nazismo, in http://www.olavodecarvalho.org/semana/081211dc.html.

Quando não restam mais âncoras, a esquerda ressentida lembra-se finalmente da Suécia.
Este belo país escandinavo seria fruto, afirma-se convictamente, do Estado interventor e da “social-democracia”. Logo, da esquerda!
Falam de Olof Palme, dos serviços públicos generosos, etc., etc.. 
A Suécia, glamourizada pelos ABBA, seria então um bom exemplo das virtudes da planificação económica.
Ora, é mais um mito político frágil.

Quem construiu a prosperidade sueca não foi o socialismo. Nem o sr. Keynes. Foi, pelo contrário, a tradição liberal.
No séc. XIX, surgiu um grupo de empreendedores, os quais lançaram o país na rota da inovação e da modernidade.

Outrossim, esse reino escandinavo, com um território imenso e belos lagos naturais, nunca esteve envolvido em guerras ou conflitos destrutivos. Desde 1809 que não participa directamente em guerras.
O assistencialismo estatal é apenas uma invenção recente da social-democracia, sobretudo a partir de 1950, o que viria a gerar o protesto da escritora AstridLindgren, indignada com a altíssima carga tributária que mal deixava o cidadão respirar e usufruir o fruto do seu trabalho.

Stefan Karlsson escreveu um poderoso artigo sobre o tema,TheSwedenMyth, avaliando rigorosamente a história económica sueca.
Foi a partir da década de 1860 que a Suécia fez reformas decisivas e entrou no barco da Revolução Industrial. A liberdade é tudo.

Não foi Marx, o impostor e guru de tiranos, mas sim pioneiros como Alfred Nobel, SvenWingquist, Gustav Dahlén e BaltzarvonPlaten que fizeram a riqueza do país.
Foram eles que concretizaram a “destruição criativa” de que falava Schumpeter.
Em pouco tempo a Suécia já estava na linha da frente da prosperidade; empresas como Volvo, Saab ou Ericsson conservaram esse espírito criativo.

Até 1932, os gastos do Governo eram menos do que 10% do PIB.
Mas a esquerda não quer saber dos factos. Quer utilizar a Suécia como uma bandeira.
Porque não lê o índice anual da Heritage Foundation?
Essa malta não tem remédio!

PS
: O sr. Tony Blair, ao lado de Bill Clinton, Felipe González ou Fernando Henrique Cardoso, desilude-me agora particularmente, avalizando, sem espírito crítico, a infeliz política de Juan Manuel Santos, que mais não é, no ápice da desonra e impunidade, do que o esquecimento das inúmeras vítimas do terror e a legitimação moral peremptória das FARC, a bilionária, mafiosa e crudelíssima guerrilha marxista colombiana.

Se é isto, como proclamam os convivas, “Latercera via: el camino a laprosperidad económica y social” (ver http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/america-latina/15325-santos-fhc-e-a-paz-das-farc.html), prefiro, definitivamente, a minha primeira via: a da liberdade individual, da reforma tranquila e do governo constitucional limitado, com raízes na Revolução Gloriosa de 1688. Prefiro, enfim, essa via que fez, em toda a parte, A Riqueza das Nações; prefiro o modelo cristão da culpa e do arrependimento; entre as FARC e George Washington, fico com o último.      
 


29 de julho de 2014
Casimiro de Pina
 é jurista e autor do livro 'Ensaios Jurídicos: Entre a Validade-Fundamento e os Desafios Metodológicos'.