"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Defesa avalia reprimenda a Comandante Militar do Sul por incitar tropas a derrotarem “inimigos internos”
 
Perto de ser tirada do poder, a comandanta-em-chefa Dilma Rousseff sofreu a primeira demonstração pública de descontentamento com a situação nacional feita por um Oficial General de quatro estrelas, em serviço ativo, e no comando de um dos mais importantes cargos do nosso Exército. O Comandante Militar do Sul, General de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, aproveitou um comentário no final da ordem do Dia do Comandante do Exército em 25 de agosto (Dia do Soldado), em Porto Alegre, para mandar um recado:
 
"Eu não poderia deixar de complementar a Ordem do Dia do Exmo Sr. Gen Peri. Dirijo-me aos meus Oficiais, Subtenentes, Sargentos, Cabos e Soldados, da ativa e da reserva. Ainda temos muitos inimigos internos que impedem o nosso caminho rumo ao progresso e à democracia. Mas se enganam aqueles que nos imaginam desprevenidos ou     despreparados. ELES QUE VENHAM!". No que a tropa, devidamente treinada, respondeu de bate pronto: "SERÃO DERROTADOS".
 
O recado militar ganha repercussão, circulando nos e-mails de generais da ativa e da reserva, com o título “Atenção à manobra”. As palavras do General Mourão foram ouvidas, na solenidade, pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército De Nardi. Desde ontem, no Ministério da Defesa, já se especula sobre uma “reprimenda ao General crítico” que o ministro Celso Amorim encomendaria ao Comandante do Exército, General Enzo Peri. No Palácio do Planalto, a recomendação é não colocar lenha no episódio para não fomentar o ambiente para uma crise militar em final de governo.
 
A mensagem do General Mourão foi interpretada como uma advertência direta à Comissão da Verdade e ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pela recente manifestação em defesa de uma reinterpretação, na prática, da Lei de Anistia de 1979, para adequá-la aos tratados internacionais do Brasil sobre direitos humanos. O jogral do General, mandando os inimigos virem, com a tropa respondendo que serão derrotados é uma prova direta da desmoralização final do governo do PT.
 
Em conversas reservadas, os militares já se preocupam, seriamente, com o novo governo que se desenha pela via da indução das pesquisas eleitorais. Nas Forças Armadas, uma eventual vitória de Marina Silva é vista como “um grande atraso, um retrocesso institucional” – na visão de vários oficiais generais da ativa. Mesmo que Marina, cautelosamente, já tenha repetido em entrevistas que não mexerá na Lei de Anistia, os militares a consideram “uma incógnita radical que pode acelerar a marcha do Brasil a uma hegemonia de esquerda autoritária e populista, pela via de conselhos populares e grupos de protesto organizados”.
 
No meio militar, a previsão é de um ano de 2015 com “crises de vários tipos”.
 
Done for you
 
O economista chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, e o economista Caio Megale, assinam um paper a investidores internacionais, em inglês, advertindo que a “estratégia do comitê de política monetária do Banco Central do Brasil não contempla uma redução da taxa selic em um futuro próximo:
 
“No entanto, a inflação perto do limite superior da meta, aumentos adicionais dos preços administrados previstos para 2014 e 2015 e uma depreciação provável do real nos próximos trimestres parecem não deixar espaço para uma menor taxa de juros no futuro próximo, em nosso ponto de vista. Assim, mantemos o nosso apelo de que a taxa Selic será mantida em 11% até o final de 2015”.
 
O recado parece feito para você, investidor de fora, que deseja continuar faturando alto com os juros no Brasil...
 
Desgraça dos juros
 
O vice-presidente do Sinditêxtil-SP (Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo), Francisco José Ferraroli dos Santos, acredita que, após o péssimo resultado do PIB, com recessão técnica, e o aumento da inflação, não há mais espaço para a utilização da política de juros altos, que foi mantida ontem pelo Copom do BC do B:
 
“Os juros altos são um remédio inútil contra a inflação, além de contribuírem para o enfraquecimento da economia nacional. Outros fatores agravantes desta situação são os impostos e taxas demasiadamente onerosos, inclusive incidentes sobre investimentos e folha de pagamentos; os fretes, cada vez mais atrasados e caros, majorados pela precariedade dos transportes e a burocracia exacerbada. Precisamos definir estratégias de longo prazo, desonerar efetivamente a produção, remover o controle artificial da inflação e oferecer ao mercado um cenário claro e transparente para estimular os investimentos produtivos”.
 
O triste é que nenhum dos candidatos à Presidência deixa clara a intenção de baixar os juros e mexer com rentabilidade dos bancos – grandes gargalos para a economia brasileira voltar a ser viável e produtiva para quem trabalha e investe...
Propaganda sem graça
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu, na sessão desta quarta-feira, multar a presidente da Petrobras, Graça Foster, em R$ 212 mil, por propaganda veiculada pela estatal de economia mista dentro do período vedado pela lei eleitoral e com caráter eleitoral.

Graça Foster vai recorrer da decisão ao próprio TSE, com embargos declaratórios, contra a punição pela publicidade da Petrobras que tinha o seguinte texto:

"A gente faz tudo para evoluir sempre. Por isso, modernizamos nossas refinarias e hoje estamos fazendo uma gasolina com menos teor de enxofre. Um combustível com padrão internacional que já está nos postos do Brasil inteiro. Para levar o melhor para quem conta com a gente todos os dias: você".

Novidade

A multa máxima de 100 mil Ufirs foi aplicada à pessoa física da presidente da estatal e não à Petrobras.

Os ministros Luiz Fux, João Otávio Noronha e o presidente do TSE, Dias Tóffoli, concordaram com Gilmar Mendes que era preciso elevar o valor da multa, para que tivesse um “efeito educativo”.

Os ministros Admar Gonzaga, Luciana Lóssio e Maria Thereza até tentaram aliviar o valor para menos...
 
Quebradeira
 
 
Fuga global
 

04 de setembro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

GUERRA E PAZ


 
Estamos na pior das guerras: todos contra todos.
 
Enquanto a sociedade não chegar ao magnicídio, cada um escolhe o próprio inimigo.
 
Pedestres contra motoqueiros e ciclistas; condôminos contra vizinhos e síndicos; clientes contra bancos e telefônicas, etc.
 
Muitos decidem emigrar. Como Jacinto de Tormes, berram furiosamente: “Também cá não fico!
 
Vão em busca de paz, de ordem e de respeito.
 
Deixam a pátria exangue, com menos defensores e em grande perigo.
 
Eu fico! E os que ficarem lutarão o bom combate.
 
Que Pedro e Miguel, de novo irmanados, venham socorrer o Brasil.
 
Um por seu Defensor Perpétuo; outro por seu onomástico, chefe das legiões celestes.
 
Na situação barrosa, também apelemos ao Barroso, herói de fibra, na trilogia de suas frases úteis, em batalha:
 
"O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever".
"Atacar e destruir o inimigo o mais perto que puder" e:
"Sustentar o fogo que a vitória é nossa".
 
04 de setembro de 2014
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador – e não tira o time de campo até o Juízo Final apitar o término da partida

7 DE SETEMBRO: A PARADA QUE DESEJAMOS



 
Ainda outro dia localizei na “internet” o filme da parada de 7 de setembro em 1952. Não fabricávamos nada ainda em termos de material bélico. Entretanto, no respeitante ao armamento do Exército, este ainda exibia porte do aparato herdado pela Divisão de Infantaria Expedicionária (DIE), veterana da campanha na Itália. Que se diga, para 62 anos passados, comparado à pletora de meios de uma divisão brasileira dos dias atuais, naquela época, aqueles eram muito mais consistentes. O fato é que a “FEB”, em 1944, tinha poder de combate compatível para enfrentar uma DI do exército alemão. E hoje, será que uma divisão do EB conseguiria fazer frente a uma simples brigada blindada dos grandes predadores militares que nos espreitam?
 
É de chamar atenção o porte/efetivo das unidades que compunham os grupamentos de desfile que, naquele tempo, mesmo sendo inferiores aos de uma França nas paradas do dia “14 de julho”, pelo menos davam impressão de massa de militares com lastro para participar de uma guerra mundial, como efetivamente participamos. Interessante, também, é que estávamos ainda naquela fase do “petróleo é nosso”, não éramos autossuficientes quanto a este recurso e nem se pensava no pré-sal, mas as unidades motorizadas e blindadas não deixavam de fazer bonito com suas viaturas rodando pela Avenida Presidente Vargas.
 
Involução? Poupar gasolina? Dizem que “a economia é a base da porcaria”. Todavia, seguramente, quem economiza no século XXI, pelo menos em termos de defesa, num país com tamanha dimensão territorial e privilegiado por invejáveis riquezas naturais, só pode mesmo é viver com medo, chafurdar na subserviência, conviver na mediocridade. Parece que estou vendo os “senhores da guerra” dando cambalhotas de tanto rir desta pretensão ridícula, sem pé nem cabeça, de integrarmos a “santa aliança” dos todo-poderosos membros permanentes do “CS/ONU”, máxime quando seus embaixadores e adidos militares costumam assistir, do palanque das autoridades, àquela passeata de nível gendarmeria mal equipada. Que não se duvide, no desfile de “14 de julho” da França, nossas Forças Armadas constituiriam o bloco dos “batalhões de excluídos” com este armamento de 2ª!
 
Por favor, vamos ter um pouco mais de brio, aparentar um resquício que seja de orgulho. Que se faça desfilar em nossa data magna não apenas grupelhos, mas todo o efetivo dos batalhões de infantaria, dos regimentos blindados e mecanizados, das unidades dos apoios ao combate e logístico. Vamos colocar “tijolos” compactos nas ruas, coronéis comandam corpos de tropa e não amostras esmaecidas de subunidades encorpadas. Não há mais lugar para desculpas esfarrapadas do tipo escassez de combustível impeditiva para o transporte do efetivo e desfile dos meios motorizados. Com a palavra a PETROBRÁS, que bem poderia, a título de teste da mobilização de seus meios, abastecer as viaturas orgânicas das unidades/tipo, patrocinando a gasolina/diesel para viabilizar, que fosse, um único dia de parada, digno de uma 6ª potência econômica mundial.
 
Como se não bastasse, fala-se muito atualmente em reaparelhar nossas Fraquezas Desarmadas, comprando, para variar na mesma gangue de “soldados universais”, carros de combate, submarinos e aviões de caça. O espanto é que não se pensa na munição. E se estes atores belicosos, países sérios, ciosos de seus interesses/objetivos nacionais, resolverem fechar a torneira? De que vão adiantar os “LEOPARD”, os “ESCORPENE” e os “GRIPPEN” da vida? O País ainda não se deu conta: não podemos mais depender do “cartuchame” proveniente da “gangue dos cinco” para nos defender. Isto é o cúmulo da falta de tenência, incompetência crônica, amadorismo “terceiro-mundista”.
 
“Presidenta”, senadores, deputados, acordem, saiam desta letargia psicodélica. Primeiro temos que nos habilitar a fabricar o projétil pertinente a ser lançado por cada um desses meios. Que se saiba, a IMBEL ainda não se capacitou neste mister. Em assim sendo, “não vamos nem matar a cobra nem mesmo mostrar o pau. ” Simplesmente, não vai dar nem para sair. Alguém já alertou a “comandanta em chefa” neste sentido? Olho vivo pé ligeiro! Voadas bem mais baixas, no meu tempo de quartel, implicavam, no mínimo, em responder à “revista do recolher”, imagine um voo insólito deste, de nível estratégico!
 
A propósito, os batalhões de infantaria do pantanal e os de selva já dispõem dos mísseis portáteis que se diz ter a AVIBRÁS condições de fabricar? Pense bem senhor ministro da defesa: apenas uma simples demonstração destas iria inquietar aqueles agentes da CIA, travestidos de “ongueiros”, que estão a infestar as nossas grandes regiões centro-oeste e norte.
 
04 de setembro de 2014
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e Estado-Maior.

É A GEMINI, ESTÚPIDO!


 
A campanha presidencial norte-americana de 1992 estava extremamente difícil para Clinton. Ele tinha como adversário George Bush (pai), que buscava a reeleição, favorecido pelo triunfo na primeira Guerra do Golfo. Diante da perspectiva de derrota, o estrategista da campanha de Clinton, James Carville, cunhou uma óbvia frase que norteou a campanha, e levou Clinton à vitória: “É a economia, estúpido!”.
 
Na atual campanha presidencial em nosso país, quando criticada pelos escândalos na Petrobras, Dilma alega que a oposição está usando a empresa com finalidade eleitoral. Além disso, Dilma usa a Petrobras para jogar farpas na administração FHC (afundamento da plataforma P-36, caso Repsol e tentativa de troca de nome da empresa para Petrobrax) e, em todas as oportunidades, acusa Marina de negligenciar o Pré-Sal, segundo Dilma, a redenção do país.
 
Conforme é público e notório, o Alerta Total já publicou diversas matérias nas quais demonstrei que o “calcanhar de Aquiles” de Dilma é a Gemini – uma espúria sociedade da Petrobras com uma empresa privada, arquitetada no período em que Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
 
E, como se viu no artigo “A oposição que Dilma pediu a Deus (II)”, sugeri à oposição que fizesse a pergunta fatal ao ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, professor Ildo Sauer. A resposta de Sauer – qualquer que fosse ela – faria o circo desabar, pois permitiria saber se o órgão colegiado que aprovou a participação da Petrobras na Gemini tinha ou não conhecimento da existência do criminoso Acordo de Quotistas, firmado antes de a Petrobras ter sido autorizada pelo órgão a participar da sociedade Gemini.
 
Acontece que, nesta quarta-feira (3), em longa entrevista a Fernanda Nunes e Antônio Pita, doestadão.com, Sauer arrasou Dilma. Porém nada falou, nem foi perguntado, sobre a Gemini.
 
Assim sendo, dá para concluir que, do título do presente texto, cabe à Dilma a parcela “É a Gemini”. Quanto ao termo “estúpido”, necessário será fazer uma avaliação mais profunda para saber a quem cabe: Aécio, Marina, ou Ildo Sauer?
 
04 de setembro de 2014
João Vinhosa é Engenheiro.

DO MAIS VALOR AO MAIS PODER


 
Bakunin, o anarquista, dizia a Marx que a realização do programa de socialismo de Estado levaria ao surgimento de uma nova classe dirigente: a burocracia. Marx, o estadista, dizia a Bakunin que, se em lugar da economia centralizada e planificada se instituísse o federalismo proposto pelos anarquistas, o intercâmbio seria realizado sob a forma de troca mercantil e esta, levada por leis objetivas, geraria novamente o capitalismo.

A prática do socialismo demonstrou o quanto Bakunin estava certo em sua crítica. A burocracia soviética jamais pôde ser contestada por ninguém, pois era um fato. Esta foi a realidade do socialismo real e, para um materialista, o alfa e o ômega da teoria são o axioma de que é na prática que se deve comprovar a veracidade das idéias.
Parece que Marx jamais existiu, pois o socialismo real foi filantrópico, reformista, utópico, voluntarista, idealista, de mercado; a materialidade foi posta de lado para que se fixasse a atenção apenas nos valores morais. A realidade assustou os socialistas no mundo ocidental e eles foram capazes de tolerar tudo em termos conceituais, menos o socialismo real, e o mais grave é que sempre se disseram marxistas.

A prática demonstrou que ao se acabar com a propriedade privada dos fatores econômicos, o que se seguiu foi o mundo concentracionário do Gulag, o Estado totalitário, a burocracia como nova classe dirigente. Diante dessa realidade, os marxistas ficaram namorando as idéias-força do anarquismo e do liberalismo, mas mantiveram as premissas das quais resultou o que eles próprios, um dia, passaram a rejeitar. É uma verdadeira salada mista composta de marxismo, liberalismo e anarquismo.

O socialismo real nada mais foi do que uma economia industrializada, planificada, centralizada e gerida por um órgão que dizia falar em nome da coisa pública.

A idéia fundamental de Marx era acabar de uma vez por todas com a economia de mercado e, para isso, era necessário tornar de propriedade pública todos os fatores econômicos para que eles pudessem ser articulados de uma forma puramente racional, e diretamente, sem nenhuma fetichização.
Para ele, o ponto máximo do socialismo seria atingido precisamente quando a política fosse substituída pela administração das coisas e pela direção do processo produtivo. Mas, para atingir esse ponto, todos os fatores da produção deveriam estar inteiramente à disposição da comissão planificadora. Não só os fatores materiais como também os humanos: a força de trabalho.

Quando se fala em socialização dos fatores produtivos, trata-se de todos, incluindo a mão-de-obra. De que adianta a sociedade ser proprietária dos fatores materiais de produção se a força de trabalho continuar sendo propriedade privada? Aliás, lembra Trotsky: “o capitalismo se caracteriza especificamente pela existência do trabalho livre e da propriedade privada da força de trabalho”. No socialismo, ao contrário, o trabalho não é uma liberdade e nem um direito, mas um dever.

Quando um burguês é expropriado de seu capital ele perde coisas, mas quando a revolução socializa a força de trabalho, como esta não pode ser separada da pessoa do trabalhador, junto com a propriedade da força de trabalho vai também a pessoa do trabalhador. Alguém cuja força de trabalho não lhe pertence é o quê? Em vez de escravo de um senhor, no socialismo o trabalhador – e é aqui que está a grande diferença – é transformado em escravo da sociedade.

Na prática, o trabalhador continua sendo explorado, com a diferença de que num modo de produção seu trabalho excedente se transforma em mais riqueza para o burguês, e no outro modo em mais poder para o sistema administrativo. O povo que exerce o poder não é o mesmo sobre o qual ele é exercido.

No socialismo, podemos esperar que o proletariado em si (o governado) seja capaz de impedir o proletariado para si (o que governa) de abusar do poder, freando o mais poder no seu processo de acumulação e sua reprodução ampliada, bloqueando o domínio total da Comissão do Plano ao afirmar sua condição de proprietário privado.

Em toda a história do socialismo real, isso foi impossível de realizar.
 
04 de setembro de 2014
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

A ESQUERDA É DONA TÃO SOMENTE DA "VIRTUDE" ESPERTEZA


 
Inexiste virtude aonde o objetivo é o autoritarismo. Acontece que, infelizmente, não se alcança a maioria dos votos com um discurso elitista. A maior parte dos brasileiros são analfabetos funcionais, incapazes de interpretar uma simples frase. É ai que a esquerda mal intencionada se dá bem: a esquerda alcança o povão que não está nem aí para conhecimento histórico, títulos ou posição social. Porque prega o imediatismo, a justiça social e, claro, o direito das “minorias”!
Sou a favor de uma vida ativa de estudos com a finalidade obvia de adquirir conhecimento. Mas não adianta querer falar sobre os grandes filósofos, historiadores e economistas para o público carente que precisa de ajuda. Devemos aprender a passar os conceitos dos grandes filósofos, historiadores e economistas de uma maneira simples.
A direita cresceu? Hoje somos mais fortes? Pode ser. Mas a esquerda continua mais ativa, mais participativa e com MUITA sede pelo poder. Enquanto a luta da direita for por egos, permaneceremos no meio do poço.
04 de setembro de 2014
Izabella Vasconcellos é Advogada e Especialista do Instituto Liberal.

POR UM PROCEDIMENTO CIENTÍFICO NA POLÍTICA


 
Ao ver que Dilma e PT prometerem "mudança" depois de 12 anos de governo, eu me lembro das palavras de uma professora de matemática: "João, você teve o ano todo para estudar, mesmo assim não tirou nenhuma nota acima de 3 e quer que eu acredite que na prova de recuperação, que envolve a matéria do ano todo, você vai tirar 7?”. Entendi seu raciocínio.
 
Considerando as palavras de Kafka – “Um cretino é um cretino; dois cretinos são dois cretinos, dez mil cretinos são um Partido Político” -, baseado em quê deveríamos confiar que o PT mudaria a si mesmo? A partir das eleições, seus ideais seriam revistos?
 
A forma como enxergam as relações entre Estado, sociedade e mercado, seria transformada? Os desvios de seus líderes seriam substituídos por virtudes transcendentais? Demagogia daria lugar à coerência? Discursos dariam lugar á trabalho?
 
Desejos dariam lugar a projetos? Todos, inclusive eles, sabem que não. Eles são o que são: políticos. Políticos de esquerda, socialistas de essência marxista.
 
A reeleição do PT não seria apenas a premiação da incompetência, mas o estímulo à insistência em sistemas e métodos equivocados de administração de dinheiro público e de exercício de poder que, ao contrário de minhas limitações em matemática, afetam a vida de milhões de pessoas.
 
Vejamos como a ciência trabalha:
 
Diante necessidades ou ideias, experiências são realizadas, sendo continuadas apenas àquelas que apresentam resultados positivos. Na ciência, não existe desejos ideológicos ou existenciais. Ideais precisam dar certo. Precisam funcionar. E mesmo a ideia que dá certo, é constantemente revista com o objetivo de aperfeiçoamento, sempre convergindo na busca da eficiência, do uso cada vez mais racional de energia e material.
Todas as ideias ou procedimentos que apresentam resultados negativos são guardados como fonte de pesquisa para que os mesmos erros não sejam cometidos. Dessa maneira, a ciência desenvolveu tudo o que possibilitou o homem viver mais e melhor, sofrendo menos e se divertindo mais, interagindo e integrando-se cada vez mais uns com os outros.
Vejamos, agora, a política: Diante necessidades ou ideias, experiências são realizadas, sendo continuadas apenas aquelas que tenham discursos filosoficamente bonitos, a despeito dos resultados. Os socialistas levam este procedimento ao extremo, insistindo sistematicamente nos mesmos erros a despeito dos trágicos resultados registrados pela história.
 
Enquanto cientistas aprimoram cotidianamente produtos, máquinas, equipamentos e tecnologias, governos de esquerda se esforçam em levar a sociedade e a economia de volta ao passado. Em vez de trabalharem por uma sociedade de indivíduos independentes, tentam remodela-la em duas únicas classes, povo e elite política, com a primeira dependente totalmente dos humores da segunda.
 
Enquanto a ciência nos oferece tantas tecnologias, os governos socialistas ainda arbitram com quem as pessoas devem pensar. Enquanto o capitalismo se aperfeiçoa dia a dia, oferecendo mais produtos a cada vez mais pessoas, o socialismo se esforça em tornar justamente essa oferta cada dia mais difícil e cara.
 
Na impossibilidade de confiar nosso futuro a qualquer pessoa, muito menos a um político, nossa pretensão diante de uma urna eletrônica deve ser a da troca de líderes como forma de aperfeiçoamento, forçando-os a apresentarem resultados, não promessas.
Lula, Dilma e o PT são o que são, mas a sociedade brasileira pode ser algo melhor se seus indivíduos tiverem a liberdade de empreenderem suas vidas e seus negócios sem a interferência estatal.
 
Em 12 anos, toda a estrutura ideológica, de liderança, de militância e financeira do PT foi exposta, assim como todos os resultados decorrentes dessa mesma estrutura. A única mudança que acontecerá, no caso de reeleição de Dilma, será no sentido de fortalecimento desse mesmo PT, em toda sua ideologia, em toda a sua demagogia, em todas as suas tentativas de controle das liberdades individuais e econômicas. Lula, Dilma e seus companheiros são pessoas, não máquinas reprogramáveis.
 
Lula, Dilma e seus companheiros sempre tentarão nos coagir a trabalhar para eles, a despeito da potência, dos talentos, das necessidades e dos desejos de cada cidadão que compõem a sociedade.
 
04 de setembro de 2014
João César de Melo é Arquiteto, artista plástico, autor do livro Natureza Capital e colunista do Instituto Liberal.

EMPRESARIADO INJETA MAIS VERBA NA CAMPANHA DE AÉCIO, APESAR DOS BOATOS NEGADOS SOBRE "DESISTÊNCIA"


 
O que seria uma absurda e covarde renúncia de Aécio Neves, antes do primeiro turno, apoiando Marina Silva para facilitar a derrota de Dilma Rousseff, foi um factoide encarado com muita seriedade nos bastidores políticos. De tarde, em encontro com Fernando Henrique Cardoso, o presidenciável tucano negou que fosse tirar o time e prometeu que “lutaria até o fim”. Tal versão é plantada por alguns aliados – desesperados com o risco do “terceiro lugar” e pela máquina de contrainformação de Marina.
 
Ontem, em diferentes reuniões de grupos empresariais com seus assessores de lobby político, a confusão de análise era preocupante. Alguns ainda defendem que Aécio tem chance, e que as pesquisas divulgadas para induzir o eleitorado não devem ser levadas em conta seriamente por quem formula estratégia de vitória na campanha. Tal avaliação parte do pressuposto de que Aécio tem mais apoio das grandes empresas que Marina Silva – que desponta nas enquetes do Ibope e Datafolha (levadas a sério pela mídia) como favorita a derrotar Dilma.
 
O fato de Marina ser uma “incógnita”, pela sua formação ideológica esquerdista radical, que toma decisões sozinha, passando por cima de seu grupo de apoio, é um fator que apavora o empresariado – que enxerga em Aécio uma figura mais conciliatória e aberta ao diálogo, a exemplo de seu falecido avô, Tancredo Neves, morto por uma diverticulite que levou José Sarney ao poder. Uma prova objetiva de que os empresários ainda apostam na recuperação de Aécio, na reta final da campanha, é o aumento do investimento em sua candidatura.
 
A arrecadação de Aécio aumentou. Cerca de R$ 10 milhões teriam entrado nos cofres da campanha tucana, de quinta-feira passada até ontem. O valor parcial a ser declarado ao Tribunal Superior Eleitoral pode chegar a R$ 42,3 milhões. Empresas que já doaram fazem reforço de caixa para a batalha eleitoral contra Dilma e Marina. Novos doadores são aguardados até sexta-feira. A preocupação do PSDB, no entanto, não é com o dinheiro, mas com os ataques midiáticos e nas redes sociais à imagem do candidato.
 
Nos meios de comunicação e na internet, Aécio sofre com a divulgação das pesquisas que indicam sua suposta queda nas intenções de voto. Os grandes empresários não levam tais pesquisas a sério. No entanto, elas têm um efeito indutor sobre a opinião pública e publicada. O chamado “eleitorado profano” (que pensa diferente dos deuses que decidem os rumos da campanha) acaba influenciado e contaminado pelas versões sobre “queda do Aécio”. Disso se aproveitam os marketeiros de Marina Silva – que ajudam a inflá-la. Nem os petistas desejam que Aécio despenque agora. Se isto ocorrer, Dilma é quem se dana de vez...
 
Dúvida induzida pelas pesquisas
 
A grande dúvida entre empresários e lobistas é: Marina é uma onda que pode virar um tsunami, derrotando Dilma já no primeiro turno?
 
Ou é uma onda que tende a se transformar em uma marolinha, nos próximos quinze dias, quando sofrerá duros ataques, principalmente dos seus velhos companheiros petistas, agora com mais ódio dela que nunca?
 
Alguns analistas pressentiam ontem que “algum novo avião pode cair brevemente” – numa “tragirônica” alusão ao acidente fatal com Eduardo Campos, que mudou o destino da campanha eleitoral.
 
Collor PT da vida
 
 
O ex-Presidente da República Fernando Collor de Mello está PT da vida com o PT.
 
Collor esbravejou com aliados que os petistas foram “canalhas” ao compará-lo a Marina Silva.
 
O senador alagoano deixou a entender que vai se vingar da petralhada – a quem hipotecou total apoio em votações no Senado e na campanha reeleitoral de Dilma...
 
Mudanças para Cuba  
 
 
Saindo e caindo
 
Depois de 48 anos de jornalismo, principalmente televisivo, Alice-Maria resolveu se aposentar das Organizações Globo.
 
A saída de uma das criadoras do Jornal Nacional, que ocupava a área de projetos especiais no jornalismo global, coincide com a queda histórica de audiência da emissora.
 
Em agosto, a Globo fechou sua pior média da história, com apenas 12,5 pontos no Ibope na faixa nobre das 18h à meia noite...
 
Geraldo na Maçonaria
 
O Governador Geraldo Alckmin agendou para a quarta-feira da semana que vem, 10 de setembro, às 20h, um novo encontro com mais de mil maçons.
Será na Sede do Grande Oriente de São Paulo, na Rua São Joaquim, 457 – Liberdade.
Geraldo comenta com aliados que a maçonaria lhe traz sorte na campanha eleitoral...
Comunas, uni-vos!
 
Do leitor Daniel Deforti, definindo muito bem o que é a essência do pragmatismo comunista:
 
“Os comunistas são políticos que fazem propaganda como o Karl Marx, governam como o Joseph Stalin e vivem como o David Rockefeller”. 
 
Traduzindo, para quem não entendeu a piada: comunistas são políticos que vendem o paraíso utópico na ideologia, praticam o autoritarismo de mercado na gestão estatal, porém gostam de viver nababescamente como um bilionário fanfarrão que pensa ser o dono do mundo.
 
Mengão atropelando...
 

04 de setembro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

A GOTA D'ÁGUA


 
“De tanto ir à fonte um dia o pote quebra.”
 
A vantagem de um observador com uma formação cultural generalista é a possibilidade de ter uma visão de conjunto sobre os acontecimentos.
 
O terrorismo psicológico engendrado por uma instituição estrangeira para tornar as populações mundiais submissas e amedrontadas tem por objetivo facilitar a implantação do governo global, chamado pelo eufemismo Nova Ordem Mundial.
 
A estiagem é um fato da natureza fora do controle humano.
 
Os sucessivos desgovernos jamais se anteciparam ao problema de uma eventual seca.
 
Não se cuidou da transposição das águas do Vale do Ribeira nem da captação das existentes no Aquífero Guarani.
 
Bostífera é a empresa estatal que joga (ou deixa jogar) metade do esgoto da cidade, sem tratamento, em nossos rios Pinheiros e Tietê, que já deveriam estar despoluídos, pelos bilhões já aplicados para tal fim.
 
O desperdício líquido – de H2O e grana – é criminoso.
 
Água há; o que falta é vergonha na cara.
 
04 de setembro de 2014
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador - brasileiro e patriota. 

O BICHO VAI PEGAR EM QUEM?



O Brasil se move por acaso. Os rumos da História, se é que tem rumos, tendem a se enrolar em si mesmos e só fatos, traumas inesperados disparam a mutação. Que quer dizer essa frase? Que não são apenas as “relações de produção” que explicam nossa marcha, mas os detalhes, as ínfimas causas, as bobagens casuais e tragédias intempestivas fazem o Brasil andar.

Getúlio deu um tiro no peito e adiou a ditadura por dez anos. Jânio tomou um porre e pediu o boné, um micróbio entrou na barriga do Tancredo e mudou nossa vida, encarando o Sarney por cinco anos, o Collor foi eleito por sua pinta de galã renovador e acabou “impichado” por suas maracutaias. Roberto Jefferson mostrou sua carteirinha de corrupto, se denunciou junto com os mensaleiros e mudou a paisagem política. E agora Marina Silva pode ser presidente, em vez da Presidenta.

Com a população mal-informada em sua maioria (não falo dos miseráveis e analfabetos, mas de gente de terno e gravata) sobre as complexas questões da política e da economia, a emoção e a catarse movem o país.
Agora, estamos na expectativa; somos o país do eterno suspense: Marina vai ser eleita ou não? Será que o efeito “tragédia” vai se evaporar? A grande mudança seria, claro, a social-democracia apta a desfazer as boquinhas e os pavorosos erros com que o PT nos brindou. Aécio, se eleito, pode trazer a agenda correta. Mas, se Marina ganhar, teremos um outro tipo de mudança, uma virada para um “novo” desconhecido, uma virada psicológica e cultural inesperada. Não adianta analisar Marina com os instrumentos de análise costumeiros.

Agora em vez dos óbvios vexames do PT, estamos diante do mistério Marina.
Marina é “sonhática” ou não? Marina é populista? Marina é de esquerda ou não? Nada. No entanto, amigo leitor, Marina pode ser o olho de um furacão que, claro, jamais conseguirá renovar a velha política sólida; mas ela pode criar um “caos” na vida politica. Talvez até um “caos progressista” pelo avesso. Que é isso que quero dizer? Marina pode vir a bagunçar mais a bagunça existente, mas poderá ser uma “bagunça crítica”, que pode trazer uma espécie de “destruição criadora” nesta zorra instalada.

Para falar em termos de “contradições negativas” que eles tanto amam, o caos que Lula, Dilma e o PT criaram na vida nacional pode ter sido o gatilho para uma revisão em busca de um modelo melhor. Se Marina vencer, será sabotada continuamente pelos vagabundos que se instalaram no Estado, será confrontada pelas barreiras fisiologistas dos parlamentares, talvez quebre a cara tentando. Mas, mesmo que fracasse, teremos um “caos mais moderno”, tirando do poder a velha cartilha regressista dos nossos bolivarianos. Mesmo que ela se perca na selva dos meliantes da política, não será mais irracional que os atuais governantes. O súbito surgimento inconcebível dessa moça da floresta e suas abstratas declarações são uma prova encarnada do delírio político do país. Com a queda do avião, houve uma grande reviravolta trágica que resultou em uma comédia de erros. Ninguém sabe o que vai nos acontecer.

Podemos decifrar, analisar, comprovar crimes ou roubos, mas nada se move, porque a maior realização deste governo foi justamente a desmontagem da Razão. Se bem que nunca antes nossos vícios ficaram tão explícitos, nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo. Já sabemos que a corrupção no país não é um “desvio” da norma, não é um pecado ou crime; é a norma mesmo, entranhada nos códigos e nas almas. O caudilhismo sindicalista de Lula serviu para entendermos melhor nossa deformação. 

Os comentaristas ficam desorientados diante do nada que os petistas criaram com o apoio do povo analfabeto. Os conceitos críticos como “democracia, respeito à lei, ética”, viraram insuficientes raciocínios contra um cinismo impune. Lula com seu carisma de operário sofredor nos decepcionou, revelando-se um narcisista egoísta e despreparado, enquanto o melhor governo que tivemos, do FHC, ficou no imaginário da população como um fracasso, movido pela campanha de difamação sistemática e pela babaquice dos tucanos que não se defenderam. Os petistas têm mania da ideologia da contramão. Fizeram tudo ao contrário do óbvio, movidos por uma ridícula utopia revolucionária, quando na realidade só fizeram avacalhar o país.

Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades fecundas como um adubo sagrado, belas como nossas matas, cachoeiras e flores. Ao menos, estamos mais alertas sobre a técnica do desgoverno que faz pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, esgotos à flor da terra, tudo como plano de aceleração do crescimento. Fizeram tudo para a reestatização da economia, incharam a máquina pública, invadiram as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, em busca de um getulismo tardio, com desprezo pelas reformas, horror pela administração e amor aos mecanismos de “controle” da sociedade, esta “massa atrasada” que somos nós. A esquerda psicótica continua fixada na ideia de “unidade”, de “centro”, ignorando a intrincada sociedade com bilhões de desejos e contradições. Acham que a complexidade é um complô contra eles, acham a circularidade inevitável da vida uma armação do neoliberalismo internacional.

Os petistas têm uma visão de mundo deturpada por conceitos acusatórios: luta de classes, vitimização, culpados e inocentes, traidores e traídos. Petistas só pensam no passado como vítimas ou no futuro como salvadores e heróis. O presente é ignorado, pois eles não têm reflexão crítica para entendê-lo. Reparem que Dilma na TV só fala do que “vai fazer”, se for eleita. Por que não fez antes, nos 12 anos da incompetência corrosiva? A solução é mentir: números falsos, contabilidade falsa. Antigamente, se mentia com bons álibis; hoje, as tramoias e as patranhas são deslavadas; não há mais respeito nem pela mentira. É isso aí, amigos, o bicho vai
pegar. Em quem?
04 de setembro de 2014
Arnaldo Jabor é Cineasta e Jornalista. Originalmente publicado em O Globo e no Estadão em 2 de setembro de 2014.

A POLÍTICA FISCAL - BASE JULHO 2014


 

I - Resultados fiscais

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$4,7 bilhões em julho. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais apresentaram déficits primários de R$1,9 bilhão, R$2,2 bilhões e R$603 milhões, respectivamente.
 
No ano, o superávit acumulado alcançou R$24,7 bilhões, ante R$54,4 bilhões no mesmo período de 2013. Considerando-se os fluxos acumulados em doze meses, o superavit primário atingiu R$61,5 bilhões (1,22% do PIB), comparativamente a R$68,5 bilhões (1,36% do PIB) em junho.
 
Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$28 bilhões em julho, comparativamente a R$18,7 bilhões em junho. O aumento no número de dias úteis e o resultado desfavorável das operações de swap cambial no mês contribuíram para essa elevação. No acumulado no ano, os juros nominais atingiram R$148,2 bilhões, comparativamente a R$141,5 bilhões no mesmo período de 2013. Em doze meses, os juros nominais totalizaram R$255,6 bilhões (5,06% do PIB), elevando-se 0,06 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
 
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados por competência, foi deficitário em R$32,7 bilhões em julho. No acumulado no ano, o déficit nominal alcançou R$123,6 bilhões, comparativamente a R$87 bilhões no mesmo período do ano anterior. Nos últimos doze meses, o déficit nominal alcançou R$194,1 bilhões (3,84% do PIB), elevando-se 0,21 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
 
No mês, ocorreram expansões de R$40,9 bilhões na dívida mobiliária e de R$1,2 bilhão nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, contrabalançadas, parcialmente, pela redução de R$5,8 bilhões na dívida bancária líquida e de R$3,6 bilhões no financiamento externo líquido.
 

II - Dívida mobiliária federal

A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.082,0 bilhões (41,2% do PIB) em julho, registrando decréscimo de R$29,3 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu resgates líquidos de R$51,9 bilhões, acréscimo de R$0,3 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$22,4 bilhões.
 
Destacaram-se os resgates líquidos de R$47,9 bilhões em LTN, de R$12,1 bilhões em NTN-F e de R$2,7 bilhões em NTN-C; e as emissões de R$6,3 bilhões em LFT e de R$4,7 bilhões em NTN-B.
 
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a junho: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,4%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 15,1% para 15,2%, pelas emissões de LFT; a dos títulos prefixados reduziu-se de 32,4% para 30,2%, pelos resgates líquidos de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços passou de 29,2% para 29,1%. A participação das operações compromissadas aumentou de 22,6% para 24,8%, apresentando vendas líquidas de R$63,6 bilhões.
 
Em julo, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$178,2 bilhões, 8,6% do total, com vencimento em 2014; R$405,2 bilhões, 19,5% do total, com vencimento em 2015; e R$1.498,6 bilhões, 72% do total, vencendo a partir de janeiro de 2016.
A exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$211,5 bilhões. O resultado dessas operações (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi desfavorável ao Banco Central em R$2,6 bilhões.
 

III - Dívida Interna total do setor público

Além da divida em poder do mercado acima citada, considerando também a dívida interna em poder do Banco Central no valor de R$ 924,4 bilhões. A Dívida total do Tesouro Nacional alcançou R$ 3.006,4 bilhões em julho, 59% do PIB, elevando-se 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
 
04 de setembro de 2014
Ricardo Bergamini é Economista.

DENÚNCIA FEITA EM 2010 PELO SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI

Ibope Pede 1 milhão p/ fraudar pesquisas
https://www.youtube.com/watch?v=4CSETfvT9_4&feature=player_embedded

04 de setembro de 2014

TRANSMARINA E A "ZELITE"

Marina considera a “luta de classes” velha e ruim. Sua ideia de elite é outra. É quem inspira e lidera    
                                                                                            
"O problema do Brasil não é sua elite, mas a falta de elite. Não tenho preconceito contra a condição econômica e social de quem quer que seja. Quero combater essa visão de apartar o Brasil, de combater a elite. Essa visão tacanha de combater as pessoas com rótulo. Precisamos fazer o debate envolvendo ideias, empresários, trabalhadores, juventudes, empreendedores sociais. Com pessoas de bem de todos os setores, honestas e competentes.”

Essa resposta desconcertante de Marina Silva no debate  da Band entre os candidatos à Presidência mostra que Dilma Rousseff e Aécio Neves terão de dar um duro danado para dinamitar – ou “desconstruir” – a rival.

O Brasil do PT tem reforçado o maniqueísmo entre pobres e ricos, ou “proletariado” e “burguesia”, expressões caras da esquerda caviar-champanhe. Como se os pobres fossem todos bons, puros, generosos e vítimas – e os ricos fossem todos safados, cruéis, desnaturados e bandidos. Em nosso país, quem ganha mais de seis salários mínimos é rico.

Nos últimos tempos, sobrou fel até para a classe média. Vimos com espanto o vídeo com o discurso histérico da filósofa da USP Marilena Chauí no ano passado. Era uma festa do PT para lançar o livro 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. “Odeio a classe média”, afirmou Chauí, sob aplausos, risos e “u-hus” da plateia. “A classe média é o atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante. Petulante, arrogante, terrorista.” Presente no palco, Lula ria e aplaudia a companheira radical petista, embora dificilmente concordasse. “A classe média é uma abominação política porque é fascista. É uma abominação ética porque é violenta”, afirmou Chauí, fundadora do PT e adepta da luta de classes.

É uma luta que Marina considera antiquada e ruim para o país. Sua ideia de elite é outra: quem se sobressai no que faz, quem inspira e lidera. Neca Setubal, socióloga, educadora, autora de mais de dez livros, defensora do desenvolvimento sustentável e herdeira do banco Itaú, é o braço direito de Marina. Com seu discurso de união e um plano de governo de 244 páginas, costurado com Eduardo Campos, Marina ameaça tornar-se presidente do Brasil, segundo as pesquisas de intenção de voto.

Ela não passa de uma amadora, diz Aécio Neves. Marina responde: “Melhor ser amador do sonho que profissional das escolhas erradas”. Ela faz uma campanha da mentira, afirma Dilma. “Mentira”, responde Marina, “é dizer que os adversários não estão comprometidos com políticas sociais”.

Marina virou o sujeito da mudança. Colhe em sua rede indecisos, revoltados, idealistas, anarquistas e também aecistas e dilmistas. Isso não é elogio, só a constatação de um fato provado em pesquisas. Os “marineiros” são um caldeirão de eleitores de diversas ideologias, ou avessos a pregações ideológicas. Quando Marina diz que “a polarização PT-PSDB já deu o que tinha que dar”, ou que “o Brasil não precisa de um gerente, mas de um presidente com visão estratégica”, isso bate forte em milhões de brasileiros de todas as idades.

Marina não tem resposta para uma enormidade de questões – entre elas, como a “nova política” poderá ser diferente da “velha política”, se concessões e alianças são essenciais para aprovar reformas, governar o país e transformar em realidade seus sonhos. Marina tem convicções pessoais que precisará reavaliar ou abandonar se quiser mesmo colocar o país nos trilhos do futuro, abraçar as novas famílias e os estudos de células-tronco.

Mas seu discurso de grandes linhas, abstrato e utópico, empolga e atrai. Os adversários a ajudam. De um lado, temos o desfile chato, emburrado e claudicante de percentagens e estatísticas infladas. Do outro, um rosário sorridente de êxitos discutíveis em Minas Gerais.
Nos Estados Unidos, Barack Obama ganhou uma eleição no discurso, na oratória, no simbolismo – não no preparo ou na experiência administrativa. Guardadas as proporções, Marina busca o mesmo.

Nas redes sociais, a ascensão de Marina provocou uma campanha de ódio e ironias. Ela foi chamada de “segunda via do PSDB” – porque defendeu a estabilidade iniciada por Fernando Henrique Cardoso e porque os tucanos votariam nela, jamais em Dilma, num confronto direto. Chamaram Marina de “segunda via do PT” – porque defendeu a política de inclusão social de Lula. Traíra, oportunista e coisas piores. Fizeram uma montagem de seu rosto com o corpo nu da mulata Globeleza. Disseram que ela tem “cara de macaco”. Um show de racismo e de pânico.

Os arautos à esquerda e à direita a chamam de “novo Collor” ou de “Jânio de saias”. A Transmarina, ao acolher a “zelite” do bem, veio para confundir. E incendiar uma eleição antes morna, entediante e previsível.


04 de setembro de 2014
RUTH DE AQUINO

"VOLTA LULA"

                                   O desespero final


Diante do perigo real e iminente de perder o doce poder, os petistas apelam para o Volta Lula, criaram um site, como a última esperança, de continuar mamando nas tetas federais.
 
Foto: reprodução
No site do Volta Lula, o apelo final
Postado por Toinho de Passira
Fonte: Radar Online - Lauro Jardim, Volta Lula,
O tempo urge, mas ainda há espaço para, legalmente, qualquer partido trocar o seu candidato a presidente, por renúncia ou morte do candidato.

Agarrados nesta última tábua do naufrágio, a turma petista do Volta Lula ainda resiste. Em geral, atuando nas sombras. Mas desde ontem, uma parte dessa turma resolveu sair da toca. E botou no ar um site (veja
aqui).
 
Foto: Reprodução
Despachando Dilma...
Um dos textos agradece a Dilma, diz que sua missão “foi cumprida com louvor”, mas manda brasa:

- Queremos Lula candidato à presidente agora em 2014. A conjuntura destas eleições pedem medidas contundentes para garantir que o país continue crescendo e mudando para melhor. De acordo com a lei eleitoral, temos até o dia 15 de Setembro para trocar candidatos. Este movimento é para unir todos!! Lula é o maior líder que o Brasil já teve!! O país precisa de sua força e liderança.

A esta altura do campeonato imagina-se que mesmo Dilma renunciasse ou fosse convencia a morrer, seria melhor para Lula, não enfrentar Marina Morena, assim de improviso.

Uma coisa é o PT perder a eleição com Dilma candidata, o desastre apocalíptico final seria uma derrota com Lula candidato.
 
Foto: Reprodução
O volta Lula, o último suspiro...


COMENTÁRIO: Pode não ter sido ele, mas esse site tem a cara de Franklin Martins

04 de setembro de 2014
Radar Online - Lauro Jardim, Volta Lula