"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

BASTA DE PT (PARTIDO DOS TORPES)

Dilma foi a terceira pior presidente em termos de crescimento econômico. Só perdeu para Floriano Peixoto e Fernando Collor

 
 
Estamos vivendo um momento histórico. A eleição presidencial de 2014 decidirá a sorte do Brasil por 12 anos. Como é sabido, o projeto petista é se perpetuar no poder. Segundo imaginam os marginais do poder — feliz expressão cunhada pelo ministro Celso de Mello quando do julgamento do mensalão —, a vitória de Dilma Rousseff abrirá caminho para que Lula volte em 2018 e, claro, com a perspectiva de permanecer por mais 8 anos no poder. 

Em um eventual segundo governo Dilma, o presidente de fato será Lula. Esperto como é, o nosso Pedro Malasartes da política vai preparar o terreno para voltar, como um Dom Sebastião do século XXI, mesmo que parecendo mais um personagem de samba-enredo ao estilo daquele imortalizado por Sérgio Porto.

Diferentemente de 2006 e 2010, o PT está fragilizado. Dilma é a candidata que segue para tentar a reeleição com a menor votação obtida no primeiro turno desde a eleição de 1994. Seu criador foi derrotado fragorosamente em São Paulo, principal colégio eleitoral do país. Imaginou que elegeria mais um poste. 

Não só o eleitorado disse não, como não reelegeu o performático e inepto senador Eduardo Suplicy, e a bancada petista na Assembleia Legislativa perdeu oito deputados e seis na Câmara dos Deputados. A resistência e a recuperação de Aécio Neves foram épicas. Em certo momento da campanha, parecia que o jogo eleitoral estava decidido. Marina Silva tinha disparado e venceria — segundo as malfadadas pesquisas. Ele manteve a calma até quando um dos seus coordenadores de campanha estava querendo saltar para o barco da ex-senadora.
E, neste instante, a ação das lideranças paulistas do PSDB foi decisiva. 
Geraldo Alckmin poderia ter lavado as mãos e fritado Aécio.
Mas não o fez, assim como José Serra, o senador mais votado do país com 11 milhões de votos. Foi em São Paulo que começou a reação democrática que o levou ao segundo turno com uma vitória consagradora no estado onde nasceu o PT.
Esta campanha eleitoral tem desafiado os analistas.
As interpretações tradicionais foram desmoralizadas.
A determinação econômica — tal qual como no marxismo — acabou não se sustentando. É recorrente a referência à campanha americana de 1992 de Bill Clinton e a expressão “é a economia, estúpido”.

Com a economia crescendo próximo a zero, como explicar que Dilma liderou a votação no primeiro turno? Se as alianças regionais são indispensáveis, como explicar a votação de Marina? E o tal efeito bumerangue quando um candidato ataca o outro e acaba caindo nas intenções de voto? Como explicar que Dilma caluniou Marina durante três semanas, destruiu a adversária e obteve um crescimento nas pesquisas?
 


Se Lula é o réu oculto do mensalão, o que dizer do doleiro petista Alberto Youssef? Imagine o leitor quando o depoimento — já aceito pela Justiça Federal — for divulgado ou vazar? De acordo com o ministro Teori Zavascki, o envolvimento de altas figuras da República faz com que o processo tenha de ir para o STF. E, basta lembrar, segundo o doleiro, que só ele lavou R$ 1 bilhão de corrupção da Refinaria Abreu e Lima.
Basta supor o que foi desviado da Petrobras, de outras empresas e bancos estatais e dos ministérios para entender o significado dos 12 anos de petismo no poder. É o maior saque de recursos públicos da História do Brasil.  Nesta conjuntura, Aécio tem de estar preparado para um enorme bombardeio de calúnias que irá receber. Marina Silva aprendeu na prática o que é o PT.
 Em uma quinzena foi alvo de um volume nunca visto de mentiras numa campanha presidencial que acabou destruindo a sua candidatura. Não soube responder porque, apesar de ter saído do PT, o PT ainda não tinha saído dela. Ingenuamente, imaginou que tudo aquilo poderia ser resolvido biblicamente, simplesmente virando a face para outra agressão. Constatou que o PT tem como princípio destruir reputações. E ela foi mais uma vítima desta terrível máquina. 

O arsenal petista de dossiês contra Aécio já está pronto. Os aloprados não têm princípios, simplesmente cumprem ordens. Sabem que não sobrevivem longe da máquina de Estado. Contarão com o apoio entusiástico de artistas, intelectuais e jornalistas. Todos eles fracassados e que imputam sua insignificância a uma conspiração das elites. E são milhares espalhados por todo o Brasil.

Teremos o mais violento segundo turno de uma eleição presidencial. O que Marina sofreu, Aécio sofrerá em dobro. Basta sinalizar que ameaça o projeto criminoso de poder do petismo. O senador tucano vai encontrar pelo caminho várias armadilhas. A maior delas é no campo econômico. O governo do PT gestou uma grave crise. Dilma foi a terceira pior presidente da história do Brasil republicano em termos de crescimento econômico. 
Só perdeu para Floriano Peixoto — que teve no seu triênio presidencial duas guerras civis — e Fernando Collor — que recebeu a verdadeira herança maldita: uma inflação anual de quatro dígitos. O PT deve imputar a Aécio uma agenda econômica impopular que enfrente radicalmente as mazelas criadas pelo petismo. Daí a necessidade imperiosa de o candidato oposicionista deixar claro — muito claro — que quem fala sobre como será o seu governo é ele — somente ele.
 
Aécio Neves tem todas as condições para vencer a eleição mais difícil da nossa história. Se Tancredo Neves foi o instrumento para que o Brasil se livrasse de 21 anos de arbítrio, o neto poderá ser aquele que livrará o país do projeto criminoso de poder representado pelo PT. E poderemos, finalmente, virar esta triste página da nossa história.
Marco Antonio Villa é historiador
07 de outubro de 2014

MARINA JÁ DECIDIU: VAI APOIAR AÉCIO. FAMÍLIA DE EDUARDO CAMPOS FAZ O MESMO MOVIMENTO.

Marina já decidiu: vai apoiar Aécio; família de Eduardo Campos faz o mesmo movimento. É a frente contra os “fantasmas do presente”

Nesta segunda, Antônio Campos — irmão de Eduardo Campos, filiado ao PSB e primeiro membro da família do então presidenciável do partido a declarar apoio a Marina Silva depois da tragédia — anunciou no Facebook seu apoio à candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência.

Deixou claro que era uma posição pessoal — como fez, de resto, quando ungiu Marina à condição de sucessora do irmão na chapa.

Mas parece evidente que, dada a forma como os Campos têm se comportado depois da morte do líder político, atrás do apoio de Antônio, virão o de Renata, a viúva do ex-governador, e o dos filhos, que se transformaram em personagens políticos importantes em Pernambuco. Se alguém tiver alguma dúvida, basta ver a razia que o clã promoveu nas ambições petistas no Estado.

Pernambuco se mostrou um prodígio de alinhamento com a memória de Eduardo Campos. Paulo Câmara, dias antes do acidente que matou o candidato do PSB à Presidência, amargava 13% nas intenções de voto para o governo do Estado.
Com o apoio do PT, Armando Monteiro (PTB), indicavam as pesquisas, seria eleito no primeiro turno. O petista João Paulo mantinha liderança folgada para o Senado. Um pouco mais de um mês e meio depois, Câmara bateu Monteiro no primeiro turno por impressionantes 68,08% a 31,07%, e João Paulo foi derrotado por Fernando Bezerra na disputa pelo Senado por 64,34% a 34,8%. Marina, uma estranha no ninho até a morte de Campos, bateu Dilma no Estado 48,05% a 44,22%.

A adesão da família Campos certamente facilitará a decisão já tomada de Marina de apoiar Aécio. Ela vai, sim, apresentar, uma agenda mínima ao tucano, que contempla o fim da reeleição, um compromisso com a educação integral e a adoção de medidas em favor da sustentabilidade — nada que seja estranho ao conjunto de valores que ele tem expressado em sua campanha.

De qualquer modo, a decisão da Rede já está praticamente tomada, e quem a sintetiza, em conversa com a Folha, é João Paulo Capobianco, um dos coordenadores do futuro partido de Marina e de sua campanha: “A avaliação é que não dá para ter mais quatro anos desse governo. Isso é ponto pacífico. O nosso compromisso é com o movimento de mudança”.

Marina preferiria que o movimento fosse feito em conjunto com o PSB, hoje presidido por Roberto Amaral, um lulista fanático. O coração de Amaral bate por Dilma Rousseff, mas ele tentará arrancar do partido uma posição de neutralidade — e olhem que Márcio França, seu correligionário, é o vice-governador eleito de São Paulo, na chapa encabeçada por um tucano. Como os petistas são quem são, emissários do partido têm tentado se aproximar de Marina, mas o esforço, consta, será inútil.

Pessoas que conhecem a líder da Rede afirmam que ela realmente não esperava que o PT a atacasse com tanta violência; achava que a campanha seria dura, sim, mas não desleal. Parte de seu abatimento, que ficou muito evidente nas duas semanas que antecederam a disputa, se deveu à brutalidade da investida. Ela contava com oposição firme a algumas de suas propostas, mas não esperava que tentassem desconstruir a sua imagem e a sua biografia. Talvez ela desconhecesse a alma profunda do partido no qual ficou tanto tempo.

Marina e os Campos juntos, formam, sim, um apoio importante à candidatura de Aécio Neves, que terá de enfrentar uma pauleira. Nesta segunda, o tucano já respondeu à investida da adversária, Dilma Rousseff, segundo quem o país não pode andar para trás, rumo aos “fantasmas do passado”.
O presidenciável do PSDB devolveu: o problema dos brasileiros, hoje, são os fantasmas do presente.

07 de outubro de 2014
Por Reinaldo Azevedo - Veja

MARINA DEFINE CONDIÇÕES E ANUNCIARÁ APOIO A AÉCIO

Marina vai anunciar apoio a Aécio no 2º turno

Ex-senadora estuda a melhor maneira de se aliar ao tucano sem parecer incoerente com a ideia de 'nova política'


Um dia após ter ficado fora da disputa pela Presidência da República, Marina Silva (PSB) começou a calibrar o discurso e a negociar o formato do anúncio de seu apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições.

A ex-senadora estuda a melhor maneira de se colocar ao lado do tucano sem parecer incoerente com a posição da "nova política" que defendeu durante a campanha.
Ela enumera pontos de seu programa de governo que pedirá que sejam incorporados pela candidatura do PSDB.

A reforma política, com o fim da reeleição, a educação em tempo integral e a sustentabilidade estão entre os itens colocados à mesa pela ex-senadora. Todos eles já aparecem contemplados no programa de governo tucano.

Nesta segunda (6), Marina reuniu seus principais aliados no apartamento em que se hospeda em São Paulo. Ouviu a opinião de todos, mas deixou claro que, caso não haja consenso entre o PSB, partido que a abriga desde outubro de 2013, e a Rede Sustentabilidade, seu grupo político, tomará uma posição individual pró-Aécio.

"A avaliação é que não dá para ter mais quatro anos desse governo. Isso é ponto pacífico. O nosso compromisso é com o movimento de mudança", disse João Paulo Capobianco, um dos mais próximos assessores de Marina.

Um dos trunfos de seu discurso, avalia a pessebista, é o eventual apoio da viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, a Aécio. A fidelidade à família e ao legado do ex-companheiro de chapa, morto em 13 de agosto, justificaria a aliança.

Segundo a Folha apurou, Renata começou nesta segunda consultas a aliados para formular seu discurso em favor de Aécio. O irmão do ex-governador, Antônio Campos, declarou voto no tucano em sua página do Facebook, mas ressaltou que aquela era uma posição pessoal.

A Rede marcou reunião para a noite de terça-feira (7), em São Paulo, na qual deve se comprometer com a mudança, mas liberar seus filiados para escolher entre Aécio e Dilma Rousseff (PT). Já o PSB convocou encontro em Brasília na quarta-feira (8) para definir o futuro político do partido no segundo turno.

O presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, defendia apoio à petista, mas tem dito que "às vezes um reacionário pode ser um avanço", em referência ao candidato do PSDB. O anúncio oficial deve sair na quinta-feira (9).

APROXIMAÇÃO TUCANA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deflagrou nesta segunda a ofensiva para conquistar o apoio de Marina e do PSB a Aécio, como antecipou a Folha.
FHC e integrantes da cúpula tucana procuraram marineiros para construir a ponte entre as candidaturas.

A ex-senadora, por sua vez, telefonou a Dilma e a Aécio para parabenizá-los pelo desempenho na campanha, mas não tratou de apoio.

O tucano confirmou ter falado com a pessebista, mas disse que aguarda o "tempo de cada um" para definições de apoio e que vê mais "convergências" do que divergências" entre seu programa de governo e o de Marina.

Interlocutores da ex-senadora afirmam que também foram procurados por petistas. Marina, porém, está refratária à campanha do PT -- que, desde o início de setembro, investiu na desconstrução de sua imagem, o que acarretou em sua queda nas pesquisas. Antes favorita, a candidata do PSB terminou a disputa em terceiro lugar, com 22,1 milhões de votos.

06 de outubro de 2014
RANIER BRAGON, MARINA DIAS e NATUZA NERY - FOLHA DE SÃO PAULO
Colaborou DANIELA LIMA

MÉTODO ESTATÍSTICO AMERICANO PREVÊ VITÓRIA DE AÉCIO NEVES NO SEGUNDO TURNO

aecio neves favorito 600x313 Método estatístico americano prevê vitória de Aécio Neves no segundo turno


Método usado pelo estatístico Nate Silver, que acertou o resultado de todos os 50 estados americanos na última eleição de Barack Obama, já aponta vantagem de Aécio Neves em segundo turno de até 3,6 pontos percentuais antes da campanha eleitoral começar.

Se houvesse como medir a desconfiança dos brasileiros com institutos de pesquisa eleitoral, talvez veríamos a maior rejeição e críticas a pesquisas que quase nunca acertam seus números, margem de erro inclusas. O maior problema é que precisaríamos de um instituto de pesquisa para isso.
 
Mas as pesquisas eleitorais muitas vezes apresentam resultados que mais parecem propaganda eleitoral do que análise. Aqueles erros que misteriosamente sempre “coincidem” com o que um partido quer que seja o desejo do povo. O famoso “desejo mimético” de René Girard: as pessoas passam a querer X porque muitos querem X. Sem nenhum outro motivo.
 
Seja como for, até mesmo o Datafolha, da cada vez mais petista Folha de S. Paulo, já apontou empate técnico entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no segundo turno.
A notícia é, no mínimo, chocante: Aécio ainda é mal conhecido de muitos eleitores pelo interior do país, a campanha eleitoral de fato ainda nem começou, Dilma Rousseff tem a vantagem de aparecer na TV simplesmente o tempo todo e, como todos sabem, as estatais aparelhadas pelo PT fazem propaganda para o partido na TV, como tentar mostrar índices “desde 2002″, o ano em que o Brasil foi descoberto por Lula, Ele Próprio, o inventor do petróleo.
 
Enquanto o PT não podia fazer propaganda desabrida, o PT quase triplicou gastos de propaganda com a Petrobras, passando de R$ 15,5 milhões entre janeiro e abril para R$ 46 milhões em maio e junho, sem nenhuma  investigação, nenhuma impugnação eleitoral, nenhum processo por malversação do dinheiro do pagador de imposto.
Tudo tratado como natural, mesmo para uma empresa que tem 49% de poder total sobre o petróleo brasileiro.
Se ainda assim Dilma Rousseff não decola, mesmo com currais eleitorais e a eterna “troca de favores” do PT com votos, trocando migalhinhas de “programas sociais” por obediência sempiterna do eleitorado, é porque seu governo está mesmo tão ruim que mesmo a população com menos instrução percebe que o PT não é a melhor opção para o Brasil.
 
Com isso, muitos analistas já fazem apostas desesperadoras para os petistas, urubus de currais eleitorais. Cientistas políticos como Fabio Ostermann, na InfoMoney, já apontam Aécio Neves como favorito para ganhar as eleições em 2014. Lembrando que análises envolvendo economia são as mais sérias e mais temidas pelo PT.
 
Numa análise ainda mais profunda, a consultoria Macrométrica dá vantagem para Aécio Neves por 2 a 3,6 pontos percentuais no segundo turno. Isso bem antes de a campanha eleitoral começar, e com a máquina de propagada estatal petista a todo vapor, ou até triplicado.
 
Há um sério complicador (para o PT) na notícia: o método usado foi do estatístico Nate Silver, editor-chefe do site “FiveThirtyEight”. Silver ficou famoso por ter acertado o resultado de todos os 50 Estados na eleição presidencial americana de 2012, quando Barack Obama se reelegeu, ao vencer Mitt Romney, como informa o Valor Econômico
Divulgou o site do PSDB:
Na pesquisa do Ibope, Dilma aparece com 38% das intenções de voto no 1º turno, Aécio, com 23%. No 2º turno, ainda segundo a pesquisa, a presidente teria 42% e o senador 36%, com 22% dos entrevistados não optando por nenhum dos dois. 
“Esse último percentual de não comprometidos tende a cair ao longo do tempo, na medida em que uma parte for migrando para os dois candidatos”, diz a Macrométrica em reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Valor Econômico. 
Votos migrando Dos 17 pontos percentuais de eleitores que devem migrar para um dos candidatos na disputa de segundo turno, 23,5% – ou 4 pontos percentuais – vão para Dilma e 76,5% – ou 13 pontos percentuais – para Aécio.
“O resultado é a vitória de Aécio com 49,8% dos votos, contra 46,2% para Dilma e 4% de VNC (votantes não comprometidos).  
Como os VNC nunca são considerados na apuração do resultado final, a vitória de Aécio seria com 51,8% contra 48,2% de Dilma, ou seja, por diferença de 3,6 pontos percentuais.”, afirma o estudo.
Como se tudo isso não fosse o bastante, quase diariamente uma nova pesquisa estadual aponta vantagem em algum estado de Aécio Neves. De acordo com o Portal Vox, o último agora foi Goiás, onde o candidato tucano tem 31% das intenções de voto, ante 29,5% de Dilma Rousseff. No 2º turno, a vantagem é maior: 42,5% ante 33,9%.
Ventos de mudança.
 
07 de outubro de 2014
Flávio Morgenstern

VÍDEO EXCLUSIVO: PRESIDENTE DOS CORREIOS ADMITE QUE PARTICIPOU DE REUNIÃO DE CAMPANHA COM DILMA

São trechos da entrevista coletiva concedida pela empresa, diante das acusações - com vídeos gravados - de que os Correios estariam fazendo campanha para a petista.


Essa vai para aquela turma que supôs ser “armado” o vídeo do carteiro entregando panfletos eleitorais da Dilma. O próprio presidente dos Correios fala do tema, ASSISTAM AO VÍDEO!

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=XDWC3oNTp0M

Valendo destacar também este:

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=fswUWxBWLDU

E agora? O que vão alegar?

07 de outubro de 2014
in implicante

OUTUBRO ROSA x OUTUBRO NEGRO



Brasília e o Brasil estão pintados de rosa para divulgar a tradicional campanha de prevenção do câncer de mama, denominada Outubro Rosa.
Ontem, na sua primeira entrevista depois do primeiro turno, lá estava Aécio Neves com o laço que identifica o movimento, mundialmente.
Dilma não. Dilma, na sua entrevista seca, preferiu usar palavras duras e ataques ao adversário. Preferiu o Outubro Negro. Dilma não é lá muito feminina. Seria exigir demais desta senhora amarga, solitária e de pouca sensibilidade que pusesse um laço rosa no peito. Mesmo que há pouco tempo ela tenha se curado de um câncer.

06 de outubro de 2014
in coroneLeaks

PALAVRAS TRAIÇOEIRAS


CLIQUE PARA AUMENTAR
Dilma, hoje no Jornal Nacional, deu a entender que vai atacar os governos de Fernando Henrique Cardoso. Dilma vai mentir na TV, porque há três anos, quando FHC fez 80 anos, ela enviou esta verdadeira declaração de admiração e respeito pela obra do grande presidente tucano. Como que cara agora vai para a TV atacar o seu legado?  Espalhe esta carta por todos os lugares. Guarde no seu arquivo. Envie para todas as pessoas da sua relação. Nada melhor do que a mentira ser desmascarada pela própria autora da mentira.
 
06 de outubro de 2014
in coroneLeaks  

AÉCIO PARA DILMA: O POVO TEM MEDO É DOS MONSTROS DO PRESENTE

 

 
Na primeira agenda após passar para o segundo turno, o candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves, rebateu críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) e disse esperar "uma campanha limpa". Aécio falou sobre o assunto após reunião, em São Paulo, com o governador Geraldo Alckmin e o senador eleito José Serra. Ele disse que já se trata de um primeiro encontro para discutir o segundo turno. O tucano fez referência a uma fala da petista na noite desde domingo (5). 

Após o fim da apuração, ela disse que o país se lembraria dos " fantasmas do passado na hora de decidir o voto. Na fala, evocou polêmicas do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como o discurso em que ele criticou aposentadorias precoces dizendo que quem deixa de trabalhar antes dos 50 anos é "vagabundo". 

Nesta segunda-feira (6), Aécio disse que ficou surpreso ao ver nos jos jornais a fala de Dilma. "Me surpreende a candidata oficial falar de fantasmas do passado. Na verdade, os brasileiros estão preocupados com os monstros do presente: inflação alta, recessão e corrupção."
O tucano disse que, de sua parte, fara uma campanha limpa e que espera o mesmo de Dilma. "Respeitar o adversário é respeitar a democracia", concluiu.

Aécio confirmou ter recebido um telefonema de Marina esta manhã, mas disse que aguarda o "tempo de cada um" para definições de apoio.
O tucano disse ter falado com o governador eleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), aliado de Eduardo Campos, para parabenizá-lo pela eleição. Câmara tende a defender voto em Aécio. 

O presidenciável disse ainda não ter conversado com a familia de Campos. Para Aécio, é preciso ter cautela antes de anunciar qualquer apoio. Ele afirmou que vê mais "convergências" do que "divergências" entre seu plano e o de Marina. Aliados da pessebista dizem que um apoio dela ao tucano se daria em bases "programáticas".
 
(Folha Poder)
 
07 de outubro de 2014
in coroneLeaks

BRASIL! UMA NOVA IMAGEM DESENHA-SE PARA O MUNDO.

 
   
O mundo vendo que o Brasil acordou - Câmbio aplaude Aécio e dólar cai quase 4%, maior queda desde 2010 - http://t.co/GcGhUq0wGr
O mundo acredita que o Brasil acordou - Ibovespa sobe 6,7% diante de classificação de Aécio para o 2o. turno - http://t.co/xnmn1NCs7Y
O mundo já enxerga a salvação sem o PT - Petrobras avança 10% na bolsa de valores neste momento - http://t.co/NBJ4mLs0fW
Repassem:
O PT subestimou a força da juventude nas redes sociais como Instagram, Whatsapp e Facebook. Agora não é hora de comemorar nada. Não vamos nos dispersar, como dizia Tancredo Neves.
A hora é de luta com força redobrada pra remover este bando de ladrões do comando do Brasil.

REPASSE IMEDIATAMENTE TUDO QUE RECEBER CONTRA DILMA PARA SUA LISTA DE CONTATOS!!!

Isto vai tomar proporções astronômicas se todos os cidadãos conscientes fizerem isto.

VAMOS SALVAR O BRASIL. VAMOS DEIXAR UM PAÍS MELHOR PRA NOSSOS FILHOS E NETOS. VAMOS LUTAR ATÉ A ULTIMA GOTA DE SANGUE!!!

Que venha o segundo turno. Ele nos encontrará de braço forte e mente reta pensando num país melhor. Só te mandei este texto porque te acho inteligente e um elo importante desta corrente!!!
 
07 de outubro de 2014
recebido por email

NA FALTA DE ASSUNTO, VAMOS FALAR DE PALHAÇADA, OU MELHOR DA ELEIÇÃO-PROTESTO DO TIRIRICA. HÁ ALGUMA COISA MAIS IDIOTA DO QUE DEBOCHAR DO PAÍS? E AINDA SE ACHAR INTELIGENTE?

DEU NA TV AUSTRALIANA: TIRIRICA, O PALHAÇO POLÍTICO

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=kWg84zY_zPk


07 de outubro de 2014
Emerson Martins (Vídeo blog)

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Refrescando para os mais distraídos:

"No maior colégio eleitoral do País, São Paulo, os eleitores paulistas deram um péssimo exemplo ao reconduzir à Câmara dos Deputados o palhaço Tiririca, que em seu primeiro mandato nada de proveitoso fez. Aliás, Tiririca não discursou uma só vez ao longo de quatro anos.
Há quem garanta que Tiririca representa o voto de protesto, mas não se pode levar a sério uma tese como essa quando o candidato arranca das urnas mais de um milhão de votos.

Tiririca é o retrato da sociedade que quer mudanças, por isso nada deve acontecer, porque qualquer palhaçada política fará a felicidade da população."

(ucho.info)

A POLÍTICA-CIRCENSE OU O CIRCO POLÍTICO EM QUE OS ELEITORES TRANSFORMARAM O CONGRESSO

EFEITO COLATERAL

Resultados das urnas mostram desejo de mudança dos brasileiros e o começo do derretimento do PT

pt_06Reeleito neste domingo para mais um mandato de deputado federal, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), disse nesta segunda-feira (6) que o brasileiro respondeu, nas urnas, Com mais de 142 milhões de eleitores aptos a votar, o país mandou um duro recado ao Partido dos Trabalhadores no domingo (5), quando os brasileiros foram às urnas: a corrupção é insuportável, o pífio desempenho da economia é desastroso e o uso da máquina pública apenas para a perpetuação no poder é um caso de polícia.

Ao longo dos últimos doze anos, o PT enfrentou a pior votação do PT em disputas presidenciais. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o partido começa a dar claros sinais de derretimento. A legenda perdeu sete cadeiras na Câmara dos Deputados e outras oito na Assembleia Legislativa paulista, passando de 22 deputados estaduais para 14.

Reeleito para mais um mandato na Câmara dos Deputados, pelo PPS do Paraná, Rubens Bueno lembra que a paciência do cidadão chegou ao limite. “O povo não aguenta mais a incompetência no comando do pais e não suporta mais a desorganização da economia que é uma mistura de baixo crescimento econômico e inflação alta. Também não tolera mais a corrupção e o uso do estado apenas em prol de um partido que se desfragmenta”, declarou o líder do PPS.

À sombra da derrota clamorosa do PT está a possibilidade de dias melhores para o País, com esperança de decência, ética e competência. Escândalos de corrupção como o Mensalão do PT, que acabou com alguns dos protagonistas na cadeia, e os bilionários desvios de recursos na Petrobras influenciaram o voto do eleitor.

O derretimento do Partido dos Trabalhadores pode ser conferido na diferença entre os prognósticos das pesquisas e os resultados das urnas. Os institutos de pesquisa erraram de maneira inexplicável até mesmo nos levantamentos de boca de urna, sendo que na realidade o tucano Aécio Neves conseguiu dez pontos percentuais do que indicavam as pesquisas. O segundo turno, dizem, é uma nova eleição, mas independentemente desse detalhe os brasileiros de bem, que clamam por mudanças, terão de redobrar o empenho, pois o PT abusará jogo sujo e rasteiro para permanecer no poder, evitando que as muitas e criminosas transgressões com a chancela estelar sejam descobertas pela oposição, o que pode varrer a legenda do mapa político verde-louro.

O caso do uso indevido dos Correios para favorecer as campanhas de Dilma Rousseff e do petista Fernando Pimentel, eleito governador de Minas Gerais, é uma amostra do que o Brasil vivenciará nas próximas três semanas. Sempre lembrando que o PT mantém, não é de hoje, uma tropa de terroristas cibernéticos, com mais de mil integrantes, todos regiamente pagos, para atacar os adversários e críticos do partido que na última década exibiu de forma inequívoca sua vocação para o banditismo político.

06 de outubro de 2014
ucho.info

VERGONHA NACIONAL

Depois de muitos protestos por mudanças, brasileiros elegem Romário e o palhaço Tiririca

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Muito se falou ao longo do período eleitoral sobre as manifestações de junho do ano passado e o desejo de mudança da população. Principais palcos dos protestos, em sua maioria marcados por violência e depredação, São Paulo e Rio de Janeiro mostraram o despreparo dos que clamam por mudanças. Quando alguém fala em mudar subentende-se que a mudança será para melhor. Do contrário, por questão de lógica, não vale a pena mudar.

No maior colégio eleitoral do País, São Paulo, os eleitores paulistas deram um péssimo exemplo ao reconduzir à Câmara dos Deputados o palhaço Tiririca, que em seu primeiro mandato nada de proveitoso fez. Aliás, Tiririca não discursou uma só vez ao longo de quatro anos.
Há quem garanta que Tiririca representa o voto de protesto, mas não se pode levar a sério uma tese como essa quando o candidato arranca das urnas mais de um milhão de votos.

Tiririca é o retrato da sociedade que quer mudanças, por isso nada deve acontecer, porque qualquer palhaçada política fará a felicidade da população.

Quando o objetivo é mudar, que seja para melhor. Além de não dar oportunidade à mudança, os eleitores de São Paulo permitiram a continuidade do que é ruim e vergonhoso. Somente quem já acompanhou a atividade do palhaço Tiririca como parlamentar sabe avaliar o perigo que uma eleição como essa representa, principalmente para um país que desde o seu descobrimento espera por dias melhores.

No Rio de Janeiro, os eleitores decidiram enviar para o Senado Federal ninguém menos que Romário de Souza Farias, ex-atacante da seleção brasileira. Mais um descaso com o País, que tanto precisa de mudanças e ações propositivas. O despreparo da sociedade está transformando a política nacional em uma espécie de reality show, tamanho é o número de celebridades que agora frequentam esse universo. Mudar? Como?

Não se trata de querer transformar a política em um clube privado ou, então, de cercear os direitos de todos os cidadãos, mas não se pode levar um país em crise na base da brincadeira e da inexperiência. Tiririca ainda não sabe o porquê da sua primeira eleição, assim como Romário desconhece o que tem a oferecer ao Brasil.

A vida política nacional já viveu dias melhores, por isso a sociedade não pode compactuar com situações preocupantes como a que vivemos no momento. É preciso patriotismo, seriedade, conhecimento e responsabilidade no trato da coisa pública a também na vida parlamentar.
Nos oito anos de mandato como senador,

Romário custará ao contribuinte aproximadamente R$ 15 milhões, conta feita na seara da oficialidade e que inclui os gastos de gabinete e seus penduricalhos. Antes de tudo é preciso saber quanto o ex-jogador de futebol gastou para conquistar um posto na mais alta instância do Poder Legislativo.

Na sequência, é importante perguntar o que esse gasto milionário em salários e despesas produzirá em benefício do Brasil e dos brasileiros. No que tange a Tiririca, o deputado-palhaço custará aos brasileiros a metade, R$ 7,5 milhões, em quatro anos de mandato.

Se para ter algumas celebridades circulando nos corredores do parlamento é preciso gastar essa dinheirama, que o Congresso Nacional abra uma filial do museu de cera Madame Tussauds.

06 de outubro de 2014
in ucho.info

TCU, ESSE PESSIMISTA

Finalizei esta coluna na expectativa de que haverá segundo turno. Nele o jogo eleitoral será mais equilibrado. Iguala-se o tempo de TV, e o confronto de ideias será direto.

É a chance para melhorar o nível da campanha. Temas mais importantes do que acusações devem ser discutidos, como o intervencionismo do governo na economia, agravado pela captura de instituições que deveriam servir a sociedade e não a um partido.

O setor elétrico é vítima desses erros e vive grave crise, deixando uma herança maldita: alto endividamento de empresas, perda de valor de estatais, altos reajustes de tarifas, obras atrasadas, reservatórios baixos e risco de racionamento.

A atual administração insiste em negar o óbvio. Para ela não há crise. Mas o Tribunal de Contas da União acaba de se pronunciar sobre os efeitos da MP 579 no setor elétrico.

Auditoria confirmou o que já se suspeitava. A medida teve o custo de R$ 61 bilhões só às distribuidoras. O valor inclui financiamento do Tesouro e empréstimos bancários, utilizados para adiar os reajustes garantidos nos contratos.

O consumidor pagará muito mais caro. Além do custo de energia, sua conta de luz virá acrescida de juros --R$ 9 bilhões. Um dos mais graves erros do populismo tarifário.

Até o pronunciamento do TCU, não havia indicação de que os autores da desastrosa medida seriam responsabilizados. Por unanimidade, o acórdão aprova a convocação do ministro Lobão e outros para justificar erros. Entre eles, o inexplicável cancelamento do leilão de energia previsto para novembro de 2012.

O ministério esboçou resposta dizendo havia possibilidade de sobra de energia à época. Não faz sentido. Continua sem justificar porque deixou que as distribuidoras iniciassem 2013 sem energia suficiente para cumprir suas obrigações. Foram obrigadas a se abastecer no mercado de curto prazo, a preços muito superiores aos previstos em contratos. Essa é a origem do imbróglio, não a seca.

O relatório é leitura obrigatória. Talvez o primeiro passo para corrigir rumos, forçando o governo a enfrentar as consequências do voluntarismo, exigindo explicações e averiguando responsabilidades.

Com a cooptação das instituições do setor, não havia uma análise isenta da gravidade da situação. Com essa MP, em setembro de 2012, são evidentes os estragos causados pelo intervencionismo e mudança de regras. As críticas unânimes caíram no vazio.

O governo finalmente promete publicar uma nota técnica de esclarecimento. Ótimo. Os parcos argumentos que usa em sua defesa serão submetidos ao crivo de associações, consultores, empresas e, quem sabe, pelos eleitores se o debate eleitoral permitir.

Vai ver que nem toda unanimidade é burra.

O MAU USO DAS ESTATAIS


O Brasil tem suportado um custo muito alto pelo uso político das estatais - quando são loteadas para acomodar companheiros e aliados e quando são desviadas de seus fins para servir, às vezes de forma desastrosa, às conveniências da política econômica. É muito raro, no entanto, grandes empresários, especialmente quando próximos do governo, apontarem o dedo para condenar esse abuso. Por isso tem particular importância o pronunciamento público do industrial Jorge Gerdau Johannpeter a respeito do assunto. Ele centrou sua crítica no conflito de interesses entre o governo, representante do controlador, o Estado, e os acionistas minoritários. Proposta do empresário: obrigar a estatal a deixar claro, quando busca recursos de investidores, se vai seguir regras de mercado ou subordinar-se aos interesses governamentais.

O problema apontado pelo empresário Gerdau, membro da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade, órgão de assessoria do Planalto, é importante, de fato, mas é só um aspecto de uma distorção muito maior. A interferência do governo afetou perigosamente, em todos os casos, um universo bem mais amplo que o mercado de capitais.

O desarranjo imposto ao mercado é o mais evidente. Interesses de minoritários foram atropelados, por exemplo, quando a presidente Dilma Rousseff resolveu antecipar a renovação de concessões do setor elétrico.

Houve protestos contra a redução de tarifas e também contra a mudança no esquema de amortização dos investimentos anteriores. A compensação foi considerada insuficiente e o assunto foi discutido publicamente pelos minoritários da Eletrobrás. Mas prevaleceu o peso do governo.

Acionistas foram também prejudicados pelo controle, imposto à Petrobrás, dos preços dos combustíveis. As duas grandes estatais perderam boa parte do valor de mercado, em pouco tempo, mas as decisões das autoridades foram mantidas. A correção das tarifas de eletricidade começou neste ano. Há poucos dias, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu iniciar em breve o ajuste dos combustíveis. Mas nenhuma dessas providências anulará os estragos já causados.

Os danos mais amplos afetam toda a economia nacional. A política de preços imposta à Petrobrás distorceu, por exemplo, a relação entre os valores da gasolina e do etanol. Isso prejudicou os planos de produção e de expansão do setor sucroalcooleiro. O Brasil poderia ser um grande exportador de etanol, mas até a oferta interna de álcool foi prejudicada pela política oficial imediatista, imprudente e mistificadora.

A interferência na formação das tarifas de eletricidade e dos preços de combustíveis fracassou como política anti-inflacionária. A inflação permanece há anos muito acima de 4,5%, meta oficial, e assim permanecerá enquanto persistirem suas causas, incluída a gastança federal.

Mas o uso político das estatais envolve muito mais que a inepta mistificação dos preços. Envolve prejuízos para o fluxo de caixa das empresas e, portanto, para sua capacidade de investir. Isso limita a produtividade geral da economia e seu potencial de crescimento. As perdas vão muito além do mercado de capitais e afetam a vida e as perspectivas de todos os brasileiros.

O uso político das empresas controladas pelo Estado tem assumido formas variadas, todas perigosas. Para começar, o loteamento de cargos compromete a qualidade administrativa e multiplica as possibilidades de corrupção. A pilhagem da Petrobrás, dia a dia mais exposta à visão do público, ilustra com assustadora clareza esse ponto. Mas a interferência pode produzir danos de outras maneiras.

Forçar empresas do Estado a comprar equipamentos e componentes nacionais, mesmo quando mais caros, é impor a essas companhias custos adicionais e um desvio de finalidade. A distorção se torna especialmente grave quando esse desvio inclui a sujeição da empresa a objetivos ideológicos - por exemplo, o apoio a um governo bolivariano. A descrição dos desastres poderia avançar e incluir o uso de bancos estatais para fins políticos ou de mero companheirismo. Se quisesse, o empresário Gerdau poderia ter ido muito mais longe.


07 de outubro de 2014
Editorial O Estadão

UMA RELAÇÃO MUITO CARA

Sustentados pelo Tesouro Nacional, os financiamentos subsidiados concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a pretexto de estimular os investimentos e a produção, não produziram os resultados esperados, como mostra a pífia evolução do PIB neste ano, mas estão custando cada vez mais para o País.

Incentivados após o início da crise mundial, em 2008, os programas do BNDES vinham custando de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões por ano ao Tesouro, na forma de subsídio implícito. Esse valor deveria crescer substancialmente neste ano para R$ 15,7 bilhões, conforme projeções feitas em dezembro pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda como informação complementar ao Orçamento da União para 2014. No entanto, o que já era custoso ficará ainda mais caro: os subsídios do Tesouro ao BNDES neste ano devem alcançar R$ 23,3 bilhões. Em 2015, serão mais R$ 24,3 bilhões, totalizando R$ 70,6 bilhões em quatro anos, como mostrou reportagem do Estado (17/9). Somados os subsídios do Programa de Sustentação de Investimentos, o valor alcança R$ 79,7 bilhões no período considerado.

O governo do PT criou uma relação de interesses recíprocos entre o Tesouro e o BNDES, cujos resultados não são nítidos para o contribuinte, a quem cabe pagar a conta. Em geral, para assegurar ao banco mais recursos para emprestar, o Tesouro lhe entrega títulos da dívida pública, operação que não implica aumento de gastos fiscais e, assim, não prejudica os planos do governo de apresentar um superávit primário mais reluzente - embora cada vez menos consistente. Com maior disponibilidade de recursos, o banco empresta mais e, assim, tem a possibilidade de auferir mais lucros, que repassa para seu controlador, o próprio Tesouro. A receita de dividendos, muitas vezes até antecipada, ajuda a melhorar o superávit primário.

Apesar da pouca transparência do ponto de vista fiscal, não há nada de ilegal na operação - tão útil para as duas partes que, desde 2009, o Tesouro já emprestou para o banco mais de R$ 400 bilhões - nem haveria perdas reais para o governo se seu resultado fosse, como se prometeu, o crescimento mais rápido da economia. A expansão da produção asseguraria um crescimento da receita tributária suficiente para compensar o custo dos subsídios implícitos na operação.

Nos últimos anos, a política do BNDES baseou-se na escolha, pelo banco, de empresas consideradas estratégicas ou que viessem a se transformar em grandes participantes do mercado mundial - as "empresas campeãs nacionais". Os maus resultados das escolhas feitas pelo BNDES levaram-no a abandonar essa política.

Os custos para o contribuinte decorrem do caráter naturalmente desvantajoso dessas operações para o Tesouro. Para conceder empréstimos ao BNDES, o Tesouro emite títulos de dívida. São títulos corrigidos por índices de inflação, pela taxa de câmbio ou outro indexador, mais a taxa básica de juros. Para tentar conter as pressões inflacionárias, o Banco Central teve de elevar a taxa básica Selic, que estava em 7,24% ao ano no início de 2013 e desde abril vem sendo mantida em 11% ao ano.

Já nos empréstimos que concede, o BNDES cobra a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), mantida há tempos em 6% ao ano, mais um adicional baixo, inferior a 0,5% ao ano. É também por essa taxa que o BNDES corrige sua dívida com o Tesouro - de que resulta o subsídio da operação.

Como o reforço do caixa do BNDES não tem impacto direto sobre o superávit primário, essa operação, por esse lado, não afeta a política fiscal do governo. Mas, ao permitir a expansão das operações do BNDES e, assim, propiciar o crescimento do lucro da instituição, que o transfere para o governo, ela tem impacto positivo nas receitas do Tesouro.

Essa mágica contábil não era divulgada rotineiramente pelo governo. Foi por exigência do Tribunal de Contas da União, depois de longa discussão com o Ministério da Fazenda, que o governo passou a fazê-lo, desde o ano passado.


07 de outubro de 2014

Editorial O Estadão

A ESCOLHA DE MARINA

"Desvio de dinheiro é natural e intrínseco ao serviço público" 
Cid Gomes, governador do Ceará

Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, jogara a toalha há dez dias. Foi quando comentou com um dos seus conselheiros: "Levadas em conta as circunstâncias que marcaram minha entrada na campanha, já fui longe demais." Voltou ao assunto depois do debate entre os presidenciáveis promovido pela TV Globo na última quinta-feira. Admitiu desanimada: "Eu estar onde estou já é um milagre."

É CLARO QUE não estava satisfeita com seu desempenho. Conformada? É quase certo que sim. Queria ganhar naturalmente. Mas repetia que a ganhar perdendo preferia perder ganhando. Um jogo de palavras. Não só um jogo. Cadê dinheiro para pagar as despesas sempre crescentes da campanha? Dinheiro até poderia existir. Estrutura montada para administrar a campanha com eficiência, jamais existiu.

CADÊ MATERIAL de propaganda? Até daria tempo para produzi-lo. Para fazê-lo chegar às mãos de eleitores em todo o país... Impossível. Foram queimados mais de 50 milhões de "santinhos" com Marina de candidata a vice-presidente. Ela evitava dizer que se sentia mal acolhida pela facção do PSB liderada por Roberto Amaral, o presidente em exercício do partido desde a morte de Eduardo Campos.

LEVARÁ MAIS algum tempo para que Marina reconheça os muitos erros que cometeu - se é que o fará. O primeiro e mais barulhento dos erros foi autorizar a divulgação do seu programa de governo sem ter lido com rigor a versão final. Acabou sendo obrigada a retificá-lo. E pagou por isso um preço elevado. Desgastou-se. Acusaram-na - e com razão - de dizer uma coisa hoje e de se desmentir amanhã.

O SEGUNDO ERRO grave foi não abdicar da posição de se manter distante de políticos que julgava indignos de sua companhia. Um deles: Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, que acabaria reeleito no primeiro turno. Marina liderou as pesquisas de intenção de voto em São Paulo. Depois foi desbancada por Dilma. Por fim, autorizou a impressão de suas fotos junto com as de Alckmin. Era tarde. E, no entanto...

NO ENTANTO, teria sido tão fácil para ela, uma vez Eduardo morto, recuar de certos dogmas que apregoara sem ônus como candidata a vice... A maioria dos eleitores compreenderia se ela dissesse: "Em respeito à memória de Eduardo, assumo como meus todos os compromissos assumidos por ele." E ainda poderia se permitir, de fato, a respeitar alguns e a esquecer de outros porventura difíceis de engolir.

TUDO INDICA que Marina não repetirá o comportamento que adotou na eleição presidencial de 2010, quando foi a terceira candidata mais votada e negou seu apoio a qualquer um dos finalistas do segundo turno - Dilma e José Serra. Para ser coerente com o que disse sobre Dilma, apoiará Aécio se ele adotar parte do seu programa de governo. Aécio pagará qualquer preço pelo apoio de Marina. E com razão.

NA ÚLTIMA SEMANA de campanha, Aécio disparou na frente de Marina e quase atropelou Dilma na reta de chegada. Pôde fazer isso, sobretudo, graças aos votos de mineiros e de paulistas. Nenhum instituto de pesquisa foi capaz de antecipar o tamanho da ojeriza nacional ao PT. O partido, praticamente, acabou varrido do Sul do país onde perdeu as eleições para governador e senador.

A VALER O que ensina a história das eleições majoritárias de 1994 para cá, o candidato a se eleger no segundo turno será o mais votado no primeiro. Portanto, alô, alô, Dilma! Mande passar a faixa presidencial. Mas, pensando melhor, não mande.

07 de outubro de 2014

Ricardo Noblat, O Globo

POLÍTICA DO COTIDIANO, DO JORNALISTA CLAUDIO HUMBERTO

 

CPI ENROLA E NÃO CONVOCA HOMEM-BOMBA YOUSSEF

A Operação Lava Jato, há seis meses, revelou Alberto Youssef como o megadoleiro que subornou o vice-presidente da Câmara, André Vargas (ex-PT), e grande parte do poder político, e ainda fez a Polícia Federal meter na cadeia Paulo Roberto Costa, ex-diretor corrupto da Petrobras. Apesar disso, um acordo tácito na CPI e CPMI da Petrobras não força a convocação de Youssef para depor. É que todos temem a sua língua.

ASSOMBRAÇÃO

Alberto Youssef é o verdadeiro “homem-bomba”, temido por 9 em cada 10 políticos. Alguns deles frequentadores da CPI e da CPMI.


ATACADO E VAREJO

Enquanto Paulo Roberto Costa, que Lula chama de “Paulinho”, atuava nos altos escalões, Alberto Youssef cuidava do “varejo” da corrupção.


EXPERTISE

Youssef é suspeito subornar políticos que “abriam portas” para seus negócios nada republicanos, na Esplanada dos Ministérios.


GURU DA ‘ZELITE’

Paulo Roberto Costa era um “resolvedor-geral” de problemas ou demandas financeiras dos políticos realmente poderosos, em Brasília.


COM AÉCIO, 2º TURNO SERÁ DE TIRAR O FÔLEGO

Política é para profissionais, e essa regra pode explicar o desempenho final arrebatador de Aécio Neves (PSDB), a quase cinco pontos percentuais da presidenta Dilma (PT). Explica também a perplexidade do PT. Aécio fez Marina (PSB) derreter como alternativa de oposição, e chega ao segundo turno oferecendo a empolgação como pedra de toque da sua campanha. Será um 2º turno de tirar o fôlego.


AÉCIO NO RECIFE

Num primeiro gesto político relevante, Aécio pretende visitar Renata Campos, viúva do falecido Eduardo Campos (PSB).


PESQUISAS DERROTADAS

Os institutos de pesquisas deveriam explicar por que erraram tanto em vários estados e nas previsões da votação de Aécio Neves.


DE LONGE

Na última pesquisa de intenção de votos, Aécio Neves aparecia com, no máximo, 27%; quase dez pontos a menos do que obteve.


ALIANÇA PSDB-PSB

O candidato tucano Aécio Neves planeja visitar a família e a viúva do falecido governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Ele sabe que o apoio do PSB e de Marina Silva será fundamental no 2º turno.


SEGUNDO TURNO

O líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA), pretende reunir a bancada federal na terça (17), em Brasília, para discutir o quadro do partido após o resultado das eleições e as estratégias no 2º turno presidencial.


PARA BOM ENTENDEDOR…

O vice-presidente Michel Temer acompanhou o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) em sua votação no Colégio Santa Cruz, mas não colocou os pés na votação de Paulo Skaf, candidato ao governo de SP.


ESPELHO MEU

A revista Época confirma em sua edição desta semana uma informação publicada nesta coluna em 16 de junho: além de contas na Suíça, Paulo Roberto Costa tem contas no paraíso fiscal de Hong Kong.


MAIS DO MESMO

Em lugar de Alberto Youssef, a CPMI da Petrobras convocou para esta quarta (8) depoimento da ex-contadora do doleiro, Meire Poza, que confirmou à Justiça que empreiteiras pagaram o advogado do doleiro.


O BENEFICIADO

O desempenho eleitoral de Aécio Neves (PSDB) com 34% foi a surpresa da eleição presidencial: antes da morte de Eduardo Campos (PSB), o senador nunca havia passado de 23% em pesquisas.


DISTINTOS ELEITORES

Autoridades devidamente identificadas por distintivos foram vistas furando as longas filas em seções eleitorais de Brasília, sob escolta policial. É a “carteirada de urna”.


PROVOCAÇÃO

Foi vista como uma provocação, para cutucar Aécio Neves, a afirmação de Walter Feldman de que o PSDB morreria, caso Marina fosse eleita. O tucanato acredita que Marina necessitaria do PSDB para governar.


NINGUÉM MERECE

Quando se viu na iminência da derrota, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ameaçou o eleitorado: confirmada a derrota, ele seguiria a carreira de cantor.


07 de outubro de 2014

SEM MEDO DO PT

POR UM BRASIL MELHOR, VOTE AÉCIO 45
O debate da Rede Globo de quinta-feira foi o mais acirrado das últimas eleições, e mesmo empolgante em certos momentos. O formato do programa, colocando a cada momento dois concorrentes cara a cara, ajudou muito na sua dinâmica e deu a ele cores novas.

E foi nesse embate olho no olho que um fenômeno ficou explícito: o PT já não mete medo a seus adversários. Seja pela fragilidade da presidente Dilma, tanto nos resultados de seu governo quanto na formulação do seu raciocínio, seja pelos resultados que o partido está obtendo em todo o país, os adversários perderam o medo de se confrontarem com os petistas.

Até mesmo a liderança do ex-presidente Lula está sendo contestada nesta eleição, pois os postes que tentou lançar negaram luz desta vez, seja Alexandre Padilha em São Paulo ou Lindbergh Farias no Rio. Efeito do insucesso dos postes anteriores, a própria Dilma na Presidência e o prefeito paulistano, Fernando Haddad. A trinca de fracassos se fecha com a performance medíocre da ex-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, poste de Dilma. Mesmo o provável êxito de Fernando Pimentel em Minas não abafará esses fracassos petistas.

A candidata Marina Silva pôs o dedo na ferida num comentário já com seu tempo esgotado, mas que foi registrado pelos microfones: "A maneira como você fala toda atrapalhada é a maior denunciação..." Era a última chance de Marina, do PSB, e Aécio Neves, do PSDB, firmarem suas posições para uma ampla audiência, em disputa do segundo lugar, e para a presidente Dilma tentar ampliar sua vantagem e fechar a eleição no primeiro turno.

Horas antes, pesquisas do Datafolha e do Ibope mostravam Dilma batendo no seu teto, a poucos pontos da vitória imediata, e os dois rivais em empate técnico, com movimento ascendente do tucano que a pesquisa do Ibope, finda um dia antes da do Datafolha, não captou por inteiro. Provavelmente hoje esse movimento ascensional seja refletido nas últimas pesquisas antes da eleição, já que Aécio saiu-se muito bem no debate.

Ao contrário do que fizeram seus antecessores José Serra e Geraldo Alckmin, nesta campanha Aécio vem defendendo o legado do PSDB sem titubear e, ontem no debate, enfrentado as velhas denúncias do PT contra as privatizações, anunciou a presença do ex-presidente Fernando Henrique na platéia, disse-se honrado com seu apoio e fez ironias com a possibilidade de empresas como as telefônicas ou a Embraer, em vez de privatizadas, ainda pertencerem ao Estado sob o comando do PT:

"Imagine o setor de telefonia, que já funciona tão mal, nas mãos do Estado. A senhora nomeando os dirigentes dessas empresas. Imagine uma Embraer, a grande empresa que compete, hoje, com êxito em outras partes do mundo, nas mãos do PT. Nós fizemos as privatizações de setores importantes. No meu governo, a Petrobras vai ser devolvida aos brasileiros."

Até Luciana Genro, do PSOL, que nestes debates tem feito o papel de metralhadora giratória, também tirou casquinha de Dilma: "Acontece, Dilma, que é o tesoureiro do PT que está envolvido nesse escândalo."

Com a cópia da ata da reunião do Conselho de Administração da Petrobras sobre a saída do diretor Paulo Roberto Costa, preso por corrupção e em processo de delação premiada junto à Justiça, Aécio ressaltou que fora ele quem pedira demissão, e não fora demitido, como afirmava a presidente: "A ata do Conselho da Petrobras diz que o diretor renunciou ao cargo e, pasme, recebe elogios pelos "relevantes serviços" prestados à companhia no desempenho das suas funções. Esse senhor está sendo obrigado a devolver R$ 70 milhões roubados da Petrobras. E o governo do PT o cumprimenta pelos serviços prestados à companhia."

Também Marina foi ao ataque, afirmando que Dilma não cumprira suas promessas de campanha: "A corrupção foi varrida pra baixo do tapete. [...] Você diz que foi o próprio diretor da Petrobras que disse que ia sair porque tinha recebido um recado. Foi negociação premiada. Existe a delação premiada. Houve uma demissão premiada, negociada no seu governo?"

Dilma não encontrou no calhamaço que carrega de um lado para o outro - o formato do debate da Globo deixou mais clara essa dependência - uma explicação razoável para a contradição. Não será surpresa se, em um próximo debate no segundo turno, Aécio ou Marina pedir que Dilma deixe de lado o caderno com as orientações de seu marqueteiro João Santana para responder às perguntas de improviso, no seu peculiar dllmês.
Merval Pereira, O Globo

URNAS JÁ CONSAGRARAM O AGRO


POR UM BRASIL MELHOR, VOTE AÉCIO 45

Nas eleições anteriores candidatos evitavam o agronegócio, mas cenário mudou no pleito deste ano


Seja qual for o desfecho das eleições de amanhã, um grande vencedor emergirá das urnas: o agronegócio. Em todos os pleitos anteriores, os candidatos evitavam os empresários do meio rural. Eram "retrógrados", remanescentes de um Brasil "atrasado, escravagista e cruel", cujo apoio era preciso ocultar.

Nesta eleição, bem ao contrário, o que se viu foram os candidatos cortejando o agronegócio, reconhecendo-o como sustentáculo da economia, responsável por um terço dos empregos formais do país e pelos superavit da balança comercial.

O que mudou? Se antes o setor já exibia a pujança atual, por que só agora está sendo reconhecido? Simples: ação política. Antes, o produtor não via necessidade de agir na cena pública e mostrar o que fazia. Não por indiferença à opinião pública, mas por falta de cultura política. Supunha que seu dever se esgotava na produção.

Nesses termos, tornou-se presa de setores ideológicos, cujo projeto revolucionário almeja estatizar a produção rural. E há nisso toda uma engenharia social: antes de se iniciar o processo de invasões sistemáticas a propriedades produtivas, o setor foi submetido a um processo gramsciano impiedoso de desconstrução de sua imagem.

Difundiam-se notícias negativas, mesmo falsas (sobretudo as falsas), expunha-se o produtor como infrator das leis, explorador de seus empregados. Em, pouco tempo, criou-se o ambiente para legitimar, a título de represália, um vasto repertório de arbitrariedades. Proclamou-se a ideia de uma profunda crise social no campo, em que as populações indígenas foram expulsas de suas terras e o cidadão urbano, alheio à realidade rural --sobretudo o meio universitário-- encheu-se de justa indignação e passou a subscrever manifestos e a aplaudir ações contra quem produzia.

Assim, a crise, que não existia, passou a existir. A violência impôs-se no ambiente rural, indispondo patrões e empregados. Perdeu com isso o país.

Diante de tal cenário, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade que representa o setor --de cuja presidência estou licenciada em face das eleições--, decidiu expô-lo. Mostrar o que de fato ocorre e os danos daí advindos não só ao mais moderno setor da economia, mas também ao próprio país.

Isso é política --a política legítima, necessária, indispensável. Quantos documentários, reportagens, manifestos foram divulgados, mostrando o produtor como predador ambiental, contaminador de alimentos, escravagista e coisas do gênero? Ouvimos por anos, em silêncio ou reagindo pontualmente, a essas agressões.

Ao assumir a presidência da CNA, em 2008, dei prioridade à ação política. Nada ficaria sem resposta. Mais que isso: seríamos proativos, não apenas defensivos. Passamos a desfazer a mitologia negativa que nos impuseram e a mostrar, com dados rigorosos, a excelência de nosso trabalho, os avanços tecnológicos que permitem aumentar a produção sem aumentar a área plantada.

Não fosse assim, não teríamos o Código Florestal, vital à segurança jurídica, sem a qual não há investimentos; a área de plantação do país (que é menos de um terço do território) teria sido reduzida e as invasões continuariam sendo aplaudidas.

Hoje, o brasileiro urbano reconhece esse esforço; tem clara noção de que, graças à competente produção rural, paga comida mais barata e de qualidade. Nos últimos anos, o governo federal e o Congresso Nacional vêm dando grande apoio ao setor agrícola e pecuário. Promoveu as concessões privadas para os portos, viabilizou o Código Florestal e deu início às obras de infraestrutura. Há muito por fazer, não há dúvida. Mas criou-se o ambiente necessário para que se faça.

Seja quem for o vencedor, repito, não poderá negligenciar a produção agropecuária. Nem mesmo a candidata que forjou sua carreira hostilizando o agronegócio deixa hoje de reconhecer sua primazia. E essa vitória é, acima de tudo, do país. Vamos às urnas!

DEMOCRACIA EM MARCHA

A pessoa, vale lembrar, não mora em programa eleitoral. Mora em casa.
Pela sétima vez depois da redemocratização, os brasileiros foram às urnas para eleger o presidente da República e postulantes a mandatos estaduais e federais. É fato memorável. Há 30 anos, mais de 1 milhão de pessoas tomaram as ruas das principais cidades para exigir o direito de escolher o mandatário diretamente, sem intermediários.

Em junho do ano passado, multidão de jovens de norte a sul do país manifestou-se publicamente não mais para reivindicar o legítimo exercício da cidadania, mas avanços sociais garantidos pela democracia. Ontem, o quarto colégio eleitoral do mundo deu demonstração de maturidade.

Depois de campanha marcada pela imprevisibilidade, solavancos e apelo a jogos baixos, milhões de cidadãos, cumpriram o dever cívico de votar. Graças à organização do Tribunal Eleitoral e a civilidade do eleitor, o evento transcorreu sem maiores transtornos. Ocorrências que contrariaram a legislação, como boca de urna e distribuição de propaganda, tiveram a resposta adequada sem comprometer o resultado.

Vale, pois, lembrar frase de Livingstone Bituraldo. "Quem ganha", escreveu ele, "não é quem vence as eleições, mas quem vota com inteligência". O formato da campanha, porém, não permitiu o conhecimento das propostas de quem pleiteia mandato. Entregues a marqueteiros, as peças publicitárias não apresentaram nem discutiram programas.

O cidadão acaba assinando cheque em branco. Daí por que muitos não se sentem representados pelos vitoriosos nas urnas. Em consequência, não fiscalizam o eleito. É sabido, porém, que ninguém se senta em cadeira no Legislativo e no Executivo levado apenas pela vontade de lá chegar. Presidente, governador, senador, deputado, prefeito e vereador são conduzidos pela mão do voto.

Problemas cruciais têm de ser debatidos. Que proposta concreta tem o candidato para chegar à educação que dê acesso ao conhecimento; oferecer saúde que salva em vez de matar; dar segurança que assegure o direito de ir e vir sem risco de ser molestado, ferido ou morto; manter o poder de compra do salário; garantir mobilidade com transporte público rápido, pontual e abrangente; combater efetivamente a corrupção; simplificar a burocracia e aplicar melhor os recursos públicos?

O segundo turno abre a possibilidade de correção de rumos. Campanhas indiretamente pagas pelos impostos arrecadados da sociedade precisam informar. Têm de ser propositivas. Espera-se que peças de ficção sejam substituídas pela realidade - que pode e deve ser mudada. A pessoa, vale lembrar, não mora em programa eleitoral. Mora em casa.

07 de outubro de 2014
Editorial Correio Braziliense

A NOVA ONDA


A 'onda da razão' em favor de Aécio sucedeu à 'onda de indignação' em que surfara Marina. Mas uma oposição respeitável precisa de ambas

Aécio Neves usou a imagem de uma "onda da razão" para explicar a disparada das intenções de voto em sua candidatura. A subida dessa "onda da razão" na reta final do primeiro turno das eleições sucedeu à descida da "onda de indignação" em que antes surfara Marina Silva. O problema para Aécio é que uma oposição respeitável precisaria tanto da razão quanto da indignação para não morrer antes de chegar à praia.

Aécio é o candidato mais preparado, mas ainda não se mostrou desconfortável o bastante com as degeneradas práticas da "velha política", esta mãe de todos os escândalos. Marina tornara-se por isso um veículo da indignação dos eleitores e também o arauto de uma "nova política". Mas sempre transmitiu uma ideia de fragilidade para efetivar as anunciadas mudanças. Não teria sustentação parlamentar para enfrentar a feroz resistência às mudanças de um establishment ainda menos virtuoso que o dos papas renascentistas.

O anúncio do apoio de Marina a Aécio poderia configurar um novo eixo de governabilidade como alternativa ao "presidencialismo de cooptação". É essencial para o surgimento de uma "nova política" que essa aliança ocorra em torno das reformas de modernização. Tanto na dimensão política quanto na econômica. O excesso de gastos públicos aumentou os impostos e os juros, derrubando o crescimento econômico. E a concentração de recursos na esfera federal frustrou o espírito democrático de descentralização da Constituição de 1988, enfraquecendo a Federação e alimentando o fisiologismo. A estagnação econômica e a corrupção sistêmica são filhos desses colossais equívocos.

A economia brasileira continua no piloto automático, em voo cego rumo ao retrocesso. A perda de qualidade da política macroeconômica foi um processo lento, gradual e previsível. Além dos escândalos de corrupção e das denúncias de aparelhamento, a alta da inflação e o baixo crescimento são pedras no sapato da candidata Dilma Rousseff para a disputa no segundo turno. Repito que estamos em uma transição incompleta. É no apoio à inoperância, na blindagem contra escândalos e na manutenção de vícios do Antigo Regime que se destacam alianças políticas oportunistas e retrógradas. Mas já é hora de sairmos desse pântano em que se transformou a política brasileira.

07 de outubro de 2014
Paulo Guedes, O Globo