"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

MEMÓRIA: QUANDO LULA QUERIA QUE AÉCIO FOSSE SEU CANDIDATO A PRESIDENTE



Lula queria Aécio, mas o mineiro não aceitou se aliar ao PT
CLIQUE PARA AUMENTAR


 
Relembrar é viver: hoje, para garantir a sobrevivência do PT, Lula ataca Aécio Neves. Mas, quando Aécio ainda era governador de Minas, Lula viu que o mineiro tinha um futuro brilhante pela frente e tentou cooptá-lo para o seu lado.
 
Algumas notícias da época mostram que Lula (que não era bobo de discordar de uma imensa maioria dos mineiros) não apenas apoiava Aécio, mas sonhava que ele fosse seu sucessor. Até tentou levá-lo para o PMDB, e deixar o PT apenas com a vice.
 
 
 
 
 
 
Em todas elas insinuou que Aécio pode ser o candidato do consórcio governista à sucessão presidencial de 2010.
 
 
 
Aécio, obviamente, não aceitou se aliar ao PT, e agora é candidato a presidente para derrotar o partido de Lula, que instalou um ciclo perverso no Brasil.
 
 
 

PRIMEIRO DEBATE É HOJE NA BAND. UM ESPETÁCULO REALMENTE IMPERDÍVEL!!!




É claro que o horário eleitoral pelo rádio e TV tem forte influência no resultado das urnas, assim como a campanha nas ruas e na mídia, mas a eleição vai se decidir mesmo nos debates pela TV.
O primeiro deles será realizado hoje à noite, na Band, com intermediação do jornalista Ricardo Boechat.

As estratégias dos concorrentes já estão bem definidas. Dilma Rousseff vai atacar a privataria tucana e tentar assumir os resultados obtidos pela Polícia Federal, dizendo que nunca antes, na História deste país, houve tamanha liberdade de investigação. Repetirá a tecla de que todos serão punidos, doa a quem doer, reclamará do “vazamento eleitoral” dos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef. E vai insistir na tática do medo, do retrocesso, do pobre comprando carro e viajando de avião.

Da mesma forma, Aécio vai seguir atacando a estagnação da economia, a volta da inflação, o aparelhamento do Estado, as obras inacabadas, a corrupção oficial, que realmente chegou a níveis realmente inesperados. E vai se beneficiar da tese de que o Brasil tem de mudar, melhorando educação, saúde, segurança e investimento, e agora só existe uma maneira de haver mudanças.

ARGUMENTOS FORTES

Bem, o jogo é este, mais do que sabido. Os argumentos são fortes de ambos os lados. Os candidatos funcionam como atores interpretando papéis principais. O que vai decidir a eleição será o desempenho de cada um deles. E o requisito mais importante é a tranquilidade.

Como Dilma hoje parece uma mulher à beira de ataque de nervos, e vive fazendo caras e bocas, como se fosse uma caricatura de si mesma, Aécio parece ter mais chances. Mas ninguém pode prever nada.

Como dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha, o programa só acaba quando termina. Há sempre a possibilidade de Aécio dar alguma mancada e abrir espaço para Dilma crescer, como Marina fez na debate da Globo no primeiro turno. Justamente por isso, o espetáculo é imperdível.

14 de outubro de 2014
Carlos Newton

RECOMENDAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL: NÃO VOTEM NO PT

 

Policiais insatisfeitos já lançaram o movimento SOS Polícia Federal
 
Repassando uma mensagem que faz sucesso na internet e vale a pena conferir.

O governo Dilma Rousseff, ao contrário do que ela afirma, está dificultando a atuação da Polícia Federal no cumprimento de seu dever constitucional de órgão do Estado, não ampliando o seu efetivo; não qualificando seus integrantes; não reajustando salários; não modernizando seus meios; reduzindo os recursos e centralizando o pagamento de diárias e gastos operacionais no gabinete do ministro da justiça etc.

Essa situação insuportável para servidores do Estado brasileiro levou as lideranças da Polícia Federal a recomendarem que não se vote no PT nessas eleições.

Veja a gravação abaixo indicada e preste atenção no que diz o policial em cima do carro, sobre a corrupção em geral e… especialmente na Petrobras:

www.facebook.com/video.php?v=10203784659910624&set=vb.1042953832&type=2&theater

14 de outubro de 2014
Celso Serra

http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2014/10/recomendacao-da-policia-federal-nao.html
 

NÚMEROS DE IBOPE E DATAFOLHA PARECEM IGUAIS, MAS DIVERGEM NOS DETALHES



 
Depois do fracasso das previsões no primeiro turno, as pesquisas eleitorais estão no alvo das críticas. Por isso, o fato de Ibope e Datafolha terem dado números exatamente idênticos na primeira análise de segundo turno fez com que os responsáveis pelos institutos pudessem respirar aliviados.

Mas se os números são rigorosamente iguais no cômputo geral, mostrando Aécio com 46% dos votos totais e Dilma com 44% deles (51% a 49% nos válidos), as pesquisas deixam de ser iguais quando é feita uma análise mais aprofundada, na divisão por região, idade, ou porte dos municípios, por exemplo.
A partir daí, Ibope e Datafolha divergem muito, o que dá ensejo, mais uma vez, às análises de que um dos dois, ou os dois, erraram novamente a previsão.

Os casos mais flagrantes de divergência nos números se dá na análise regional. Enquanto Datafolha aponta uma vitória de Aécio por 55% a 34% no Sudeste, o Ibope diz que o placar seria 48% a 38%. Assim, a vantagem tucana varia de 10 a 21 pontos a depender do instituto.

OUTRA CONTRADIÇÃO NO SUL

No Sul, os números se contrariam ainda mais. No Datafolha, Aécio vence por 50% a 41% dos votos totais. No Ibope, por outro lado, a vitória é por 61% a 33%. Com isso, o tucano teria nove pontos de vantagem em um instituto, e 28 pontos no outro.

No Nordeste, os institutos concordam, dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos nos dois levantamentos. Aécio varia de 31% no Datafolha para 32% no Ibope. Dilma, de 60% no Datafolha para 59% no Ibope. No Norte e no Centro-Oeste a comparação não é possível pois, enquanto o Datafolha separa as duas regiões, o Ibope soma seus percentuais.

Na avaliação por idade, as divergências também aparecem. Entre os eleitores que possuem de 25 a 34 anos, Dilma vence numericamente no Datafolha, por um placar de 47% a 45%, embora empatados na margem de erro. Já no Ibope, o tucano é quem vence: 48% a 42% sobre a petista.

Quando considerado o porte dos municípios, outra divergência nítida. Nas cidades com mais de 500 mil habitantes, Aécio soma 48%, contra 38% de Dilma no Datafolha. No Ibope, o tucano vence por 44% a 42%. A diferença, portanto, varia 10 pontos para apenas dois.
14 de outubro de 2014
Ricardo Corrêa
iG Minas Gerais

A MARGEM DE ERRO DA SENSUS ESTÁ ERRADA: É DE 4%

      





Diferentemente do que divulgou o instituto SENSUS de pesquisa a margem de erro de estimativa admitido para esta pesquisa é de 4% para mais ou para menos.

É grande as chances do intervalo de confiança estar comprometido justamente pelo baixo número de elitores entrevistados nesta amostragem.

De qualquer forma a diferença entre o candidato Aécio e a candidata Dilma demonstrada pela pesquisa é muito ampla. E mesmo se expurgarmos das médias apresentadas pelos candidatos a faixa do erro de estimativa, ainda sobra uma diferença considerável em favor do Senador Aécio Neves.

Assim, segundo o levantamento, o tucano registrou 52,4% – 4% (para baixo) = 48,4%, enquanto Dilma foi preferida por 36,7 + 4% (para cima) = 40,7% dos entrevistados.

Logo, é possível dizer que se as eleições fossem hoje, Aécio Neves venceria a eleição com uma diferença mínima de (48,4% – 40,7%) = 7,7% dos votos.
 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
14 DE OUTUBRO DE 2014


A CORRUPÇÃO ELEITORAL E A MENTIRA






O Brasil descobriu o quanto o seu sistema político-administrativo é corrupto no comportamento de seus dirigentes. Não percebeu ainda as outras formas de corrupção que esse sistema carrega.

Mesmo quando um político ou administrador não desvia dinheiro para sua conta pessoal, ele está sendo corrupto quando desperdiça recursos, beneficia apenas privilegiados, depreda o meio ambiente, aumenta a violência, provoca escassez ou inflação.

Essa é uma forma discreta, às vezes mais grave, de corrupção, pelo seu tamanho e pela duração nos impactos negativos dos resultados. Por exemplo, num tempo em que a população não tem água potável nem tratamento de esgoto e as escolas estão degradadas, é corrupção construir prédios públicos suntuosos, mesmo sem apropriação privada do dinheiro público.

Outra corrupção política é a velha fraude eleitoral que foi praticada no Brasil ao longo da história. As urnas eletrônicas permitem imaginar que essa corrupção foi eliminada, pelo menos até quando algum hacker for capaz de manipular os dados eleitorais.
Se essa corrupção parece superada no momento, a atual eleição tem sido exemplo de outra corrupção eleitoral pelo sistemático uso de marketing, com mentiras para desconstruir as imagens dos oponentes. É a corrupção do tipo Joseph Goebbels.

O debate e o enfrentamento de ideias são características fundamentais da democracia. Seria extremamente positivo um debate sério sobre o impacto da autonomia do Banco Central: se essa é uma forma de proteger a moeda ou, ao contrário, de entregá-la à voracidade do sistema financeiro.

Mas uma forma de corrupção eleitoral é repetir, até virar verdade na opinião do eleitor, que a autonomia do Banco Central seria a forma encontrada por uma candidata para tirar comida da mesa dos pobres e enriquecer os ricos banqueiros.
Dizer que um candidato vai desfazer programas sociais que estão previstos no próprio projeto do candidato também é uma forma de corrupção.

FRAUDE PELA MENTIRA

A fraude pela mentira é grave porque perverte a própria democracia, graças aos truques de marketing que transformam mentiras em verdades. A fraude corrompe por meio do desconhecimento que o eleitor tem da realidade e pela dificuldade de analisar os discursos no curto período eleitoral.
Nas últimas semanas, o candidato Aécio Neves acusou Marina Silva de ser o mesmo que o PT, a candidata Dilma Rousseff acusou Marina Silva de ser igual ao PSDB, e o eleitor acreditou nas duas afirmações, mesmo que uma anule a outra.

Ninguém pode criar regras para impedir a mentira nas campanhas. A única maneira de abortar a corrupção eleitoral da mentira é educar o eleitor. Eis a maior das corrupções da política no Brasil: o desprezo à educação de nossas crianças e, consequentemente, da população.
A esperteza praticada pelo político é a mãe da corrupção, o pai é o desconhecimento do eleitor. Talvez, por isso, a esperteza não trabalhe para eliminar o desconhecimento.

14 de outubro de 2014
Cristovam Buarque

VEM AÍ O NOVO PERSONAGEM DA PETROBRAS - O EX-DIRETOR RENATO DUQUE

   

Duque, um dos diretores envolvidos, agora é consultor
 
Acusado de receber propina na Petrobrás, em esquema que envolveria repasses ao PT, o ex-diretor de Engenharia e Serviços da companhia Renato de Souza Duque constituiu, dois dias antes de deixar o cargo, uma empresa que presta consultoria de negócios para fornecedores da estatal.

A 3DTM Consultoria e Participações, com sede no Rio de Janeiro, foi registrada em 25 de abril de 2012 e, de lá para cá, atua nas áreas naval, de logística e de perfuração para clientes que firmaram contratos com a petrolífera. “Quando você sai da empresa, vai fazer o quê? Trabalhar como consultor”, justificou o ex-diretor ao Estado.
 
Indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu, condenado e preso por envolvimento no esquema do mensalão, Duque era responsável pelo setor que executa as obras da Petrobrás. Ele assumiu a Diretoria de Engenharia e Serviços em 2003, quando Dirceu ascendeu à Casa Civil no governo Lula, e manteve-se no cargo até 27 de abril de 2012, mesmo dia em que o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa – delator que o acusa de integrar o esquema de corrupção -, se desligou da estatal.

Dois dias antes, registrava no Rio o contrato social de sua empresa, formada em parceria com os filhos. Conforme os documentos de constituição, obtidos pelo Estado, o objeto social da 3DTM é a prestação de serviços de representação, assessoria e consultoria nas áreas de energia, petróleo e gás natural, no Brasil e no exterior”. Sócio minoritário, com 10% das cotas, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás é o administrador e representante da empresa.

CONSULTORIA

Ao Estado, ele confirmou que a 3DTM presta consultoria de negócios para clientes que incluem fornecedores da estatal.
“Tenho contratos com empresas que prestam serviços para a Petrobrás, sim, porque a minha empresa trabalhava no ramo de energia e a Petrobrás é a maior empresa do Brasil nessa área”, justificou.
Ele se nega, no entanto, a indicar quais são os clientes, alegando que os contratos têm cláusulas de confidencialidade. “Não posso nominar.”

Em depoimento à Justiça Federal, após firmar acordo de delação premiada para obter redução de pena, Paulo Roberto Costa apontou o ex-diretor de Engenharia e Serviços como beneficiário de pagamentos de fornecedores da Petrobrás. Segundo ele, o PT ficava com 3% do valor de contratos.

O esquema, afirmou, teria também o envolvimento do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.
Questionado se Duque recebeu “valores”, o delator reagiu:
“A resposta é sim”. “Dentro da Área de Serviços, tinha o diretor Duque, que foi indicado pelo ministro da Casa Civil, José Dirceu. E ele tinha essa ligação com o João Vaccari dentro desse processo do PT”, afirmou.

Além de Duque, Paulo Roberto apontou o ex-diretor Internacional, Néstor Cerveró, como um dos dirigentes que receberam recursos ilegais. O delator foi preso pela Polícia Federal em março, acusado de desviar recursos de contratos da companhia com empreiteiras.

Assim como Duque, também abriu uma empresa de consultoria, a Costa Global, na mesma época em que deixou o cargo. Ele vem colaborando com as investigações, em troca de eventual redução de pena.

14 de outubro de 2014
FABIO FABRINI E ANDREZA MATAIS
O ESTADO DE S. PAULO

DIVISÕES POR RENDA, REGIÕES E FAIXAS DE IDADE ACENTUAM O EQUILÍBRIO ENTRE AÉCIO E DILMA







A pesquisa do Datafolha concluída na quinta-feira e destacada em reportagem de Ricardo Mendonça na Folha de São Paulo, edição do dia 10, apresentou vantagem de 51 a 49% para Aécio Neves contra Dilma Rousseff, mas acentuou principalmente um panorama de equilíbrio que se destaca examinando-se, com atenção e isenção, as escalas em que se dividem as estatísticas apresentadas.

Em primeiro lugar, o levantamento partiu dos votos válidos, excluídos assim os que estão hoje preferindo votar branco ou anular (4%)  e a parcela de indecisos, 6%. Dessa forma, as percentagens atribuídas ao senador mineiro e a presidente da República baseiam-se sobre 90% do eleitores.

Vale notar que, em relação aos resultados do primeiro turno, Aécio subiu 18 degraus, passando de 33 para 51 pontos, enquanto Dilma avançou 8 pontos, passando de 41 a 49% das intenções de voto.
Os sufrágios consignados a Marina Silva (21 pontos), assim, ainda não se transferiram completamente, já que temos de levar em conta os 3,5% obtidos pelos demais oito candidatos que se apresentaram ao eleitorado. Esta é sem dúvida uma questão importante para a estratégia dos finalistas na conquista das urnas do próximo dia 26.

Mas voltando ao tema das divisões que orientaram a pesquisa do Datafolha, vemos a classe considerada de renda alta, mais de 10 salários mínimos pesa 7% dos votantes; a média alta, de 5 a 10 salários mínimos representa 24%; a média intermediária, de 2 a 5 SM, significa 31%; a classe  média baixa, até 2SM, reúne 13%; finalmente aqueles que recebem abaixo de 2 SM, são a maioria relativa, foram a parcela de 25%, os excluídos segundo a classificação do Datafolha.

As tendências por classe sociais, hoje, são as seguintes: alta (Aécio 74 a 26), média alta (Aécio 67 a 33); média intermediária (Dilma 52 a 48): média baixa (Dilma 53 a 47) e excluídos (Dilma 64 a 36).

POR REGIÕES E IDADE

Por regiões: Sul (Aécio 50 a 41, 9% brancos, nulos e indecisos); Sudeste (Aécio 55 a 34); Centroeste (Aécio 55 a 33); Nordeste (Dilma 60 a 31); Norte (Dilma 56 a 37%).

Por faixa de idade: de 16 a 34 anos, reunindo 39% do eleitorado: vantagem para Aécio. De 35 a 44, pesando 20% de todo o colégio eleitoral: empate; Dilma –  acrescenta o Datafolha – apresenta vantagem nos 41% que têm mais de 45 anos de idade.

Contrastando-se o levantamento de agora com os índices por faixa etária publicados na edição da FSP de 5 de outubro, verifica-se o setor no qual ocorreu a maior mudança.
No dia 5, Dilma Rousseff vencia em todas as faixas de idade. No momento, empata no segmento de 35 a 44 anos, conserva vantagem junto aos que possuem mais de 45 anos, independentemente do sexo; e perde entre os jovens de 16 a 34 anos.

Os números acentuam o equilíbrio entre Aécio e Dilma. E os segmentos em que o Datafolha se baseou funcionam como pontos básicos para os quais os finalistas das urnas de 26 devem produzir e dirigir suas principais mensagens. Tempo na televisão não vai faltar.
 

CORRUPÇÃO NA PETROBRAS É MUITO PIOR DO QUE MENSALÃO

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Paulo Roberto Costa com Gabrielli, Dilma e Lula no Planalto, em 2006

A presidente Dilma Rousseff pode esbravejar à vontade, dizer que o vazamento de informações significa crime eleitoral, acusar que a Polícia Federal está aparelhada pelo PSDB, alegar que desde o governo FHC já havia irregularidades e corrupção, nada disso funciona.
O que interessa é que as denúncias são verdadeiras e rastreáveis, conforme está ficando comprovado nos novos depoimentos dos dois principais implicados, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

É importante destacar que os dois estão sem comunicação entre si e suas novas declarações vêm sendo colhidas em separado. Mesmo assim, os Costa e Youssef têm falado exatamente a mesma coisa, com revelações coincidentes, em que citam os mesmos números e as mesmas autoridades envolvidas.
É justamente essa similaridade de depoimentos que mostra estarem os dois falando a verdade, não há contradições e existem provas.

NOVOS NOMES

Começam a surgir novos nomes, as denúncias já envolvem o ex-diretor Renato Duque, que hoje é consultor de empresas fornecedoras da Petrobras, e o presidente eterno da Transpetro, Sérgio Machado (indicado em 2003 por Renan Calheiros e até hoje mantido no cargo).

Duque se diz revoltado com as acusações e mandou seus advogados entrarem na Justiça contra Paulo Roberto Costa no Juizado de Pequenas Causas, vejam só a que ponto chegamos, levando a corrupção a debate nesse tipo insignificante de tribunal.

GABRIELLI, DILMA E LULA

É inevitável que as novas revelações venham a atingir o ex-presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, aquele que despachava com José Dirceu num quarto de hotel em Brasília, em pleno escândalo do mensalão.

Mas a ligação do então diretor Costa não era apenas com Gabrielli. Existe uma foto, muito reveladora, batida em 2006, quando Lula era presidente e Dilma estava na Casa Civil, em que o diretor Paulo Roberto Costa aparece em audiência com o chefe do governo, ao lado de Gabrielli.
Essa ocasião é totalmente atípica no Planalto. Presidente da República não despacha com diretor de estatal, apenas com o dirigente máximo, que no caso era Gabrielli.

Uma das perguntas que ficam é a seguinte:

“O que levaria um modesto diretor de Abastecimento da Petrobras ao Planalto?”

Outra pergunta:

“Em seus dois mandatos, Lula recebeu algum outro diretor da Petrobras em audiência?”

E mais uma:

“Será que desta vez Lula e Dilma serão envolvidos nas investigações, ou continuarão dizendo que não sabiam de nada”?

14 de outubro de 2014
Carlos Newton

O HUMOR DO ALPINO

  


 
14 DE OUTUBRO DE 2014

 
 
 

GOVERNO DILMA TERMINA DE FORMA MELANC[OLICA NA ÁREA ECONÔMICA

 



A presidente da República não tem mais como esconder o fracasso de seu governo na economia.
A desculpa da economia internacional é falsa, já que o mundo deve crescer cerca de 3,3% neste ano, segundo o FMI, e o Brasil bem menos que 1%. Entre os emergentes, o desempenho médio será ainda melhor: 4,4%.
 
Dilma diz com razão que o desemprego é baixo e que a renda dos trabalhadores cresceu. Mas a que custo? Tirando o único ponto brilhante na área econômica (o mercado de trabalho) fica claro que a situação atual é insustentável. É questão de tempo a deterioração dos números nesse setor também.
 
O subterrâneo está todo desajustado. O Brasil não cresce e estoura a meta de inflação e as contas públicas. Praticamente não haverá saldo comercial neste ano. E os juros terão de continuar altos para segurar preços e atrair dinheiro de fora, pois o rombo externo também é o maior em vários anos.
 
Não é birra de paulista o fato de Dilma ter se estrepado no domingo passado no Estado mais industrializado e competitivo do país. Nem coincidência a presidente ter, mais uma vez, se sustentado com votos do Nordeste e Norte, regiões mais atendidas por programas sociais.
 
QUEIMANDO A GORDURA
 
A política econômica de Dilma foi errática do começo ao fim, e seu governo termina de forma melancólica nessa área. Mesmo os milhões de empregos criados são de má qualidade, concentrados muito no setor de serviços, o que denota a falta de produtividade na economia brasileira.
Dilma queimou quase toda a gordura que herdou do governo Lula, que lhe deixou 7,5% de crescimento em 2010. E desajustes que, à época, não eram tão complicados de arrumar. Agora são.
 
14 de outubro de 2014
JULIA DUAILIBI
Estadão

O LEGADO DE 2014 SERÁ UMA CAMPANHA SUJA

  


Caro eleitor, prepare seu estômago porque o segundo turno não será brincadeira. Em jogo, está a principal cadeira do País, e ao que tudo indica a disputa pelo posto será das mais acirradas e agressivas desde 1989.
A movimentação nos bastidores das campanhas, o tom dos principais colaboradores de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), a reverberação desse caldo político no eleitorado e a sua conseqüente manifestação histérica nas redes sociais mostram que não serão semanas fáceis.

À luz do dia, o PT se agarrará à comparação das gestões Lula e FHC, estratégia usada em 2006 e 2010. O foco, agora, será o ex-presidente do BC Arminio Fraga, já indicado como ministro da Fazenda de Aécio – Aloizio Mercadante chegou a uma entrevista com as jornalistas Vera Rosa e Tânia Monteiro, do Estado, com uma pasta intitulada “Arminio Fraga”. Os números negativos da gestão tucana serão jogados ao eleitor, sem contextualização nenhuma.
 
Também vão tentar desconstruir as gestões do PSDB, em São Paulo e em Minas. O presidente do PT, Rui Falcão, falou em “demolir esse sofismo de que eles são bons gestores”. O verbo escolhido, demolir, mostra bem a temperatura. No submundo, chumbo grosso, como o texto replicado nas redes sociais segundo o qual Aécio já teria sido internado em hospital por abuso de drogas.
 
CORRUPÇÃO
 
Do lado tucano, a maior parte dos ataques virá de casos envolvendo corrupção. O novo spot da campanha do PSDB no rádio mostra o tom: “Tem gente na cadeia pela grana que roubou, o País teve nas urnas e um recado ele mandou: que o PT tá de saída, e a mudança começou”. Não espere uma palavra sobre casos de corrupção do PSDB nos trens, no mensalão mineiro ou na aprovação da reeleição.
 
Também no submundo haverá articulações nada republicanas para desconstruir a adversária, como as que envolvem grupos religiosos conservadores, a exemplo de 2010, quando os tucanos contaram com esses setores para atrelar Dilma a temas polêmicos, como aborto e combate à homofobia.
 
As duas campanhas vão manipular o eleitor, divulgar informações fora de contexto, mentir sem nenhum pudor. Vão colocar eleitor contra eleitor, como se viu nas últimas declarações de petistas e tucanos sobre o resultado das votações no Nordeste, pró Dilma, e em São Paulo, pró Aécio.
 
SEM OUTROS TEMAS
 
Enquanto isso, temas relevantes para o País serão marginalizados ou deixados de lado para evitar polêmicas que possam acarretar em perda de votos. Ao eleitor, restará um resumão genérico e insosso dos programas de governo. Nada aprofundado sobre os rumos do País. Nada que seja mais real e que fuja do controle do marketing político das campanhas.
 
Não tenha dúvida. O debate no segundo turno será pobre, raso e agressivo. Cumprirá um grande desserviço para o eleitor e dará margem para que surjam aberrações, como a página do Facebook Dignidade Médica, na qual há declarações preconceituosas e toscas sobre a eleição, entre as quais a defesa do “holocausto” para os eleitores de Dilma.
É exemplo do lixo que vem por aí.
Dilma e Aécio já podem se orgulhar da contribuição que essa campanha deixará para o País.

MARCO DA MINERAÇÃO PODE SER SUSTADO NO CONGRESSO

   


A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral vai sugerir aos presidenciáveis a retirada do projeto do marco regulatório da mineração que tramita no Congresso. Com a crise no setor, vai crescendo a oposição das mineradoras ao novo código mineral, que já não avança mais.

Um foco da resistência ao Código é o aumento de alíquotas dos royaltie. Até o ano passado as mineradoras estavam aceitando pagar mais tributo: seus ganhos ainda eram altos. Agora, porém, com os preços desabando, elas passaram a chiar.
E rejeitado por elas, o projeto empaca. As lideranças mineiras perderam o melhor momento para elevar os royalties minerais.

14 de outubro de 2014
Raquel Faria
O Tempo

SENSUS DÁ VANTAGEM DE 15,7 % PARA AÉCIO NEVES

       


O candidato pelo PSDB à Presidência da República Aécio Neves largou no segundo turno com ampla vantagem sobre a candidata Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, apontou no sábado pesquisa do Instituto Sensus divulgada pela revista IstoÉ.

Segundo o levantamento, o tucano registrou 52,4 por cento das intenções de voto, enquanto Dilma foi preferida por 36,7 por cento dos entrevistados.

Brancos, nulos e indecisos somam 11 por cento na pesquisa, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Ao considerar apenas os votos válidos, descontados os brancos e nulos, a pesquisa aponta Aécio com 58,8 por cento e Dilma com 41,2 por cento, uma diferença de 17,6 pontos percentuais.

Esta foi a primeira Sensus depois do primeiro turno das eleições, com campo entre os dias 7 e 10 deste mês. O levantamento já pode ter captado parte do impacto da divulgação na quinta-feira de depoimento de ex-diretor da Petrobras à Justiça em que detalha suposto esquema de sobrepreço em contratos da estatal que abastecia partidos políticos, citando o PT, o PP e o PMDB.

As entrevistas também ocorreram após o anúncio de apoio formal de partidos à candidatura tucana, como o PSB e o PPS.

IBOPE E DATAFOLHA

As pesquisas mais acompanhadas pelos analistas são Ibope e Datafolha, que têm abrangência maior. As primeiras pesquisas Datafolha e Ibope para o segundo turno divulgadas na quinta-feira também apontaram vantagem do candidato do PSDB.
Segundo esses levantamentos, Aécio teria 51 por cento dos votos válidos contra 49 por cento de Dilma.
 Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais, a presidente e o tucano estão em empate técnico em ambas as pesquisas.

O HUMOR DO ALPINO

  



14 de outubro de 2014

MARINA ENCERRA SUSPENSE E ANUNCIA APOIO A AÉCIO

           


A ex-candidata, que recebeu 22 milhões de votos no primeiro turno, declara apoio após carta de compromisso do candidato tucano

Na manhã deste domingo, a candidata Marina Silva (PSB), que chegou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2014 com cerca de 20 milhões de votos, anunciou seu apoio “como cidadã” a Aécio Neves (PSDB), na disputa do segundo turno.

Carta enviada por Aécio Neves nesse sábado teve papel fundamental na decisão. Marina fez questão de ressaltar que interpretou a carta não como tentativa de atrair seu apoio, mas sim como “carta-compromisso endereçada ao povo brasileiro”.

Além da convergência nas questões macroeconômicas, ela citou ainda pontos fundamentais de aproximação entre a plataforma tucana e a que ela defende, como compromissos de âmbito energético, educação, fim da reeleição e transformação do Bolsa Familia em direito e não em favor do estado.
Ela voltou a demonstrar que os ataques da campanha petista deixaram marcas profundas.
Durante o anúncio, Marina mostrou dominar as técnicas do suspense. Ela caprichou no ‘marinês’ e conseguiu encaixar até uma citação ao sociólogo polonês Zygmunt Bauman, cujos livros a acompanharam na campanha presidencial.

O PSB, partido sexagenário que acolheu a candidatura de Marina depois da morte de seu líder Eduardo Campos, já havia declarado apoio ao candidato tucano, superando a oposição de integrantes da velha guarda partidária como Roberto Amaral.
Marina lembrou ainda que seu partido, a Rede Sustentabilidade, cujo registro ainda está pendente, liberou para seus filiados o voto branco, nulo ou em Aécio Neves, excluindo apenas o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT)

PS. Aécio com 17,6 pontos na frente, segundo pesquisa Época/Sensus

(artigo enviado por Mauro Júlio Vieira)

14 de outubro de 2014
Veja Online

SUPERFATURAMENTO: R$ 613 MILHÕES NA REFINARIA DE ABREU E LIMA


Abreulima
Refinaria Abreu e Lima: Obras atrasadas e superfaturadas
 
Parecer técnico do Ministério Público Federal (MPF) aponta superfaturamento de R$ 613,3 milhões nas obras da Unidade de Coqueamento Retardado (UCR) da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo da Operação Lava Jato.
A obra foi executada pelo Consórcio CNCC, controlado pela Camargo Corrêa, no valor de R$ 3,4 bilhões. Segundo o documento, o superfaturamento alcançou 16% do valor final do contrato.”Diante da possibilidade de um superfaturamento dessa monta, não se pode cogitar que toda a rentabilidade do CNCC se restringe ao lucro de 9,96% explicitados na proposta comercial”, observa o parecer em referência à estimativa de lucro apresentada pela CNCC durante a licitação.

Coqueamento retardado é um processo térmico utilizado em refinarias de petróleo. O processo é importante especialmente para óleos pesados. As obras da Abreu e Lima são alvo cental da Lava Jato, que desvendou grande esquema de lavagem de dinheiro e corrupção na Petrobrás.

“A relação entre a receita e os custos (rentabilidade) pode alcançar um patamar de quase 26%, dos quais 16% de forma irregular”, assinala o engenheiro Rafael Martins, assistente técnico do Ministério Público Federal.

PERÍCIA CRIMINAL

Martins emitiu parecer técnico sobre laudo de perícia criminal da Polícia Federal. O documento faz parte dos autos da Operação Lava Jato.

“Valendo-se de metodologias consolidadas da engenharia de custos e de atuações técnicas do Tribunal de Contas da União (TCU), vislumbrou-se um superfaturamento de até R$ 613,25 milhões, 16% do valor final do contrato”, cravou o engenheiro do MPF.

O assistente técnico anota que “o valor estimado de superfaturamento nessa obra específica era inferior e já fazia menção ao pagamento não justificado de R$ 38 milhões para a Sanko-Sider e Sanko Serviços”.

As empresas do Grupo Sanko são fornecedoras de tubos e serviços para o consórcio, que, segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, serviu para alimentar as propinas pagas a políticos do PT, PMDB e PP.

A ACUSAÇÃO

Na quarta-feira, 8, em depoimento a Justiça Federal, em Curitiba, o ex-diretor da Petrobrás e o doleiro confessaram que operavam um esquema de superfaturamento de contratos, pagamento de propina por empresas que em cartel dividiam os pagamentos e serviços da estatal, lavagem de dinheiro e caixa 2 nas obras da Refinaria Abreu e Lima.

Segundo eles, no caso do Consórcio CNCC, o contrato de R$ 3,4 bilhões rendia R$ 34 milhões em propina ao PP, segundo contou Youssef em detalhes. As propinas eram pagas também nos contratos de outras diretorias. Ao todo, a lavanderia alvo da Lava Jato movimentou mais de R$ 10 bilhões em recursos.

PIMENTEL FEZ VIAGEM EM JATINHO COM EMPRESÁRIO LIGADO AO PT E DETIDO PELA PF




O governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), fez uma viagem privada em jatinho com o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto em março deste ano de Punta del Este (Uruguai) para Minas Gerais.

Segundo documento a que a Folha teve acesso, o avião prefixo PR ERE levou Pimentel, Benedito, o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG) e mais duas pessoas do Uruguai ao Brasil no dia 29 de março deste ano.

À Folha a assessoria de Pimentel primeiro negou que o governador tivesse viajado com Benedito. Depois, ao ser informada dos detalhes do documento a que a Folha teve acesso, mudou a sua resposta: ”Fernando Pimentel não era ministro nem candidato nesta época. Portanto, não vai se manifestar sobre viagens privadas”.

Por meio de nota, a assessoria de Pimentel confirmou na quarta-feira que dois dos três homens detidos colaboraram com a campanha dele em Minas. Marcier Trombiere “prestou serviço de comunicação” e a Gráfica Brasil Editora e Marketing, de Benedito Rodrigues Oliveira Neto, o Bené, “prestou serviços gráficos”.
A coligação de Pimentel soltou nota afirmando que “não pode se responsabilizar pela conduta de fornecedores”.

Bené, como ele é conhecido, esteve no centro do escândalo em 2010 no qual foi descoberto um bunker para produção de dossiês contra tucanos, montado pela pré-campanha de Dilma Rousseff à Presidência.
 
14 de outubro de 2014
ANDRÉIA SADI
Folha

SESSÃO DE DESCARREGO NO PT

          

Ninguém dirá isso publicamente agora, em pleno voo de segundo turno. Mas, nos bastidores, petistas admitem que, depois de 26 de outubro, precisarão resgatar o velho PT.
O debate ainda não chegou à superfície, mas dirigentes (e militantes) estão pelas tampas com o partido.

O aborrecimento não é somente com aqueles que se renderam às más práticas. A cara está amarrada também com quem não impediu que o antipetismo chegasse às camadas mais pobres do eleitorado.
A imagem da legenda ficou turva em São Paulo. Nem no ABC, berço histórico do Lulismo, houve desempenho satisfatório. Dilma Rousseff ficou atrás de Aécio Neves em cidades como São Bernardo do Campo, onde mora e se forjou o ex-presidente da República Lula.

São Paulo virou um “case” a ser estudado. O problema é que não há tempo para isso. Melhor definir a ofensiva para vencer o segundo turno agora e deixar o “case” para depois. Em SP, pesquisas internas mostram razões objetivas para o desempenho sofrível da sigla: situação da economia, corrupção e a impopularidade do prefeito Fernando Haddad.

GRANDE SURPRESA

No comitê de Dilma, a surpresa foi grande com o placar do primeiro turno. Tanto que, desde domingo passado, em todo tempo livre a presidente e a equipe estão literalmente enfurnados no Palácio da Alvorada tentando decidir o que fazer, onde atacar.

Em 2006, quando o tucano Geraldo Alckmin chegou ao segundo turno com uma pequena diferença para Lula (assim como ocorreu agora entre Aécio e Dilma), o então candidato à reeleição reuniu uma verdadeira tropa de apoiadores menos de 24 horas depois da divulgação do resultado do primeiro turno. Em seguida, após uma foto simbólica, todos foram para as ruas atrás de votos.

A campanha de Dilma também quebra cabeça para entender como uma mandatária que procurou se mostrar intolerante ao malfeito foi tão castigada com a agenda ética no maior colégio eleitoral do país. Talvez a resposta esteja no funcionamento de sua própria administração.
Alguns aliados descartados na faxina de 2011 voltaram, por exemplo, aos gabinetes da Esplanada em nome da governabilidade.

NO ANDAR DE BAIXO

Mas ninguém pode alegar que os desafios do PT só se tornaram conhecidos agora. É bom lembrar que o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) foi malhado meses atrás pelos companheiros quando afirmou, na Folha, que a imagem de partido corrupto estava chegando ao andar de baixo da sociedade.

Este será o debate pós-eleição. Se Dilma vencer, o processo de depuração e resgate do PT profundo será mais suave. Se perder, haverá uma verdadeira sessão de descarrego, com estrelinhas voando por todos os lados.

14 de outubro de 2014
Natuza Nery
Folha

AÉCIO COMEÇA A RECUPERAR VOTOS EM MINAS

           


De institutos de pesquisa e dos políticos chegam relatos de virada do voto mineiro. Fala-se em queda da presidente no Estado onde ela venceu no domingo. Ao menos em Minas, se os ventos não mudarem, ela estaria ameaçada de ver sua votação encolher no segundo turno.

O possível desastre eleitoral do PT em Minas já foi sinalizado pelas urnas do primeiro turno na capital do Estado. Em BH, o PSDB disparou na última hora e levou Pimenta da Veiga ao empate com Fernando Pimentel: 39,8% a 37,9%. Agora, ao que parece, a onda antipetista que começou no centro está se espalhando pelo interior.

14 de outubro de 2014
Raquel Faria
O Tempo

UMA DIFÍCIL GEOGRAFIA NO SEGUNDO TURNO

         

 
Inicia agora uma nova fase na disputa presidencial. A herança eleitoral do primeiro turno poderá ser mantida ou não. Tudo dependerá da capacidade das campanhas de Aécio Neves e Dilma Rousseff de preservar o que tiveram na primeira fase da eleição e de ampliar o leque de eleitores.
 
O segundo turno é uma nova eleição. Tudo pode acontecer. Mas as tendências não podem ser desconhecidas. O candidato do PSDB iniciou, um pouco antes do fim do primeiro turno, uma curva acentuadamente ascendente, o que permite um início mais tranquilo nesta segunda fase de votação.

Por outro lado, a candidata Dilma Rousseff mostrava uma curva mais reta, o que indica estabilidade. Assim, é possível dizer que, para ela, será mais difícil perder votos, tal como será mais difícil ganhar votos.
Não gratuitamente, a presidente já iniciou um trabalho de preservação de seu eleitorado. Ela começa a campanha pelo Nordeste, onde tem votação expressiva. Em seguida, ela se encaminha para Minas Gerais, onde tem boa votação, ainda que muito próxima à de seu adversário.

Depois desse trabalho de manutenção, que se esgota na semana que vem, a presidente deverá tentar novas regiões, especialmente no Sul do país. Em São Paulo, a campanha petista deve se conformar com a derrota.

O Estado parece ser considerado território perdido para a campanha de Dilma. Ao contrário, Aécio Neves deverá tentar a manutenção da sua boa frente naquele Estado, consciente de que a votação que obteve está intimamente relacionada à participação dos tucanos paulistas, como Geraldo Alckmin e, em menor intensidade, José Serra. Aécio também deverá manter seus esforços em Minas Gerais; o Estado é uma região em que os tucanos acreditam que podem ampliar a votação.

NORDESTE 

Para os tucanos, o Nordeste é uma região mais difícil e não deve constar na lista de prioridade. Somente Pernambuco deverá ganhar atenção especial, mas no sentindo de angariar a adesão dos pernambucanos à campanha de Marina Silva, candidata derrotada no primeiro turno de votação.

A influência que Marina poderá ter na campanha de Aécio Neves, a quem ela deverá formalizar apoio, é uma grande incógnita. O PSB, partido que abriga Marina, vai com Aécio e, certamente, vai significar um apoio importante.
O PSB tem estrutura e lideranças de peso. Já Marina, considerada isoladamente – até porque já está se afastando do PSB após a derrota –, tem menos estrutura e uma militância mais complicada.

A Rede, embora não exista oficialmente, tem todos os problemas que um partido formal tem: divergências internas, falta de unidade, lideranças em disputa e um programa que, ao invés de agregar, é uma verdadeira ameaça à unidade.

(transcrito de O Tempo)

14 de outubro de 2014
Carla Kreefft

DE NOVO, O MÉXICO

   

No último dia 25 de setembro, há apenas alguns dias, portanto, um grupo de alunos de uma escola rural de segundo grau do Estado de Guerrero, resolveu realizar um protesto contra as más condições de ensino.

Perseguidos, atacados e presos por policiais, e levados para um quartel, por ordem do Chefe de Polícia, Francisco Salgado Valladares, e do Prefeito, Jose Luis Abarca – que se encontra foragido – foram entregues  a um grupo de narcotraficantes conhecido como  “Guerreros Unidos”, comandado por um tal de “El Chucky”, e levados para local desconhecido.

Poucos dias depois, 28 corpos foram encontrados, queimados, em uma fossa coletiva na periferia de Ayala, e 43 estudantes – que estavam se formando como futuros professores para dar aulas na zona rural – continuam desaparecidos.

De que trata essa história? De um novo roteiro cinematográfico, prestes a ser filmado por Hollywood ? De um “thriller”, recentemente publicado nos EUA, que, no final, levará aos motivos do crime e à  punição dos culpados?

Ou, simplesmente, de mais uma notícia, envolvendo uma nação cuja renda, segundo a OCDE, é de menos de sete dólares por dia; um país que tem o menor salário mínimo da América Latina, equivalente a 10.99 reais por jornada; no qual apenas 25% das pessoas tem acesso à internet; que acaba de cair seis posições no ranking de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, ficando por trás do Brasil; e, segundo a OIT, 60% da força de trabalho está na informalidade; mais de 75% da população não tem cobertura previdenciária, e, segundo a CEPAL, 13% dos habitantes são indigentes e 40% da população está abaixo da linha de pobreza?

GANHA UM TACO…

Quem responder que país é esse ganha um taco ou uma empanada no primeiro restaurante mexicano da esquina.

Esse é um país que quase nada fabrica, mas que monta muita coisa produzida por terceiros, a ponto de  ter tido, devido à importação de peças e componentes, um déficit de 51 bilhões de dólares com a China no ano passado.

Um país que importa comida de nações como os EUA e o Brasil, porque não é auto-suficiente sequer em alimentos, e que,  embora tenha feito dezenas de tratados de livre comércio, dirige  90% de “suas” exportações para apenas dois lugares, o Canadá e os EUA, país a cujo ritmo de crescimento
econômico está  totalmente atrelado, e que é sede das maiores empresas instaladas em seu território e o principal, quase único, destino, das mercadorias “maquiadas” e dos lucros gerados, graças aos baixíssimos salários, por sua economia – um trabalhador da indústria automobilística mexicana recebe um terço do que ganha, em dólar, um brasileiro pelo mesmo trabalho.

Lembramos, de novo, esse país, porque ele continua a ser citado, agora por lideranças da Rede Sustentabilidade, como exemplo de país bem sucedido na América Latina.

O Brasil de hoje já tem problemas suficientes para serem discutidos no debate em curso, que nos separa da votação do segundo turno. Citar o México nesse contexto, e ainda por cima como paradigma  de desenvolvimento, só pode ser fruto de má fé ou desinformação.

14 de outubro de 2014
Pedro do Coutto