"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

PETIÇÃO QUE PEDE AJUDA AO GOVERNO AMERICANO PARA CONTER O AVANÇO COMUNISTA NO BRASIL E EM TODA AMERICA LATINA JÁ ULTRAPASSOU 100 MIL ASSINATURAS


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Uma petição criada no site da Casa Branca para que o governo de Barack Obama se posicione a respeito da “expansão do comunismo bolivariano promovido pelo governo Dilma Rousseff” já conta com mais de 140 mil assinaturas. Clique aqui para conferir.
 
De acordo com a petição, existe um plano petista, capitaneado pelo Foro de São Paulo, organização transnacional fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro, para estabelecer o regime comunista no Brasil.
O autor ressalta que a reeleição da presidenta Dilma no último dia 26 de outubro foi vista pela comunidade internacional como “democrática”, mas, além dos expoentes do Judiciário terem sido escolhidos pelo PT, houve ameaças explícitas contra beneficiários de programas sociais.
As pessoas foram induzidas a pensar que os benefícios conquistados seriam cortados caso não reelegessem Dilma.
 
A petição conclama a Casa Branca a se posicionar, pois “o Brasil não quer ser, e não será, uma nova Venezuela e os Estados Unidos devem ajudar os que querem promover a democracia e liberdade no Brasil”, finaliza.
 
As petições online foram criadas pela Casa Branca como um novo canal para demandar ação do governo Obama com relação aos mais diversos assuntos de interesse dos Estados Unidos e garantir que haja uma resposta oficial.
 
“Se uma petição conseguir apoio suficiente, a equipe da Casa Branca irá revisá-la, assegurar que ela seja encaminhada aos especialistas na política apropriada e providenciar uma resposta oficial”, diz a Casa Branca. No caso, a petição pedindo ajuda ao governo americano contra o avanço comunista bolivariano impulsionado pelo Foro de São Paulo, que já ultrapassou as 100 assinaturas requeridas, poderá ser analisada pelo staff de Obama.
 
Como acontece com assuntos dessa natureza, a grande mídia representada pela Rede Globo, Folha de São Paulo e Estadão, continuam ignorando solenente essas petições online que têm surgindo aos montes, principalmente depois do segundo turno eleitoral no Brasil, não só no site da Casa Branca, mas também em outros espaços na internet abertos para essas petições. 
 
Zelozos jornalistas comunistas que controlam as redações dos grandes veículos de mídia, com exceção da revista Veja e seu site, passam as informações nacionais e internacionais, pela peneira bolivariana, ou seja, fazem uma filtragem. [Digo isso com conhecimento de causa, já que tenho mais de 40 anos de jornalismo!]

Quando não é possível escamotear determinado fato, esses jornalões oferecem então aos leitores e telespectadores a versão comunista da história que atende aos interesses de Lula, Dilma e seus sequazes do PT e demais esbirros do Foro de São Paulo, que gravitam em torno da nave mãe, que  é o PT que, por sua vez, coordena as ações do Foro de São Paulo.
 
O único site noticioso da internet no âmbito da grande mídia que tem reportado este assunto das petições online é o Diário do Poder . 
 
Quando estava com a popularidade em alta Obama despachava na Casa Branca com os pés em cima da mesa e chamava sua assessoria de imprensa para fotografar e espalhar pela mídia
OBAMA PODERIA APROVEITAR PETIÇÃO NA TENTATIVA DE MELHORAR POPULARIDADE QUE ESTÁ DESPENCANDO
 
Como é sabido, nas últimas eleições para renovação do Congresso - Senado e Câmara de Representantes (deputados), o Partido Democrata, de Obama, se transformou em minoria em ambas as Casas do Congresso.
Na Câmara, onde já era minoria aumentou ainda mais a maioria republicana, enquanto no Senado, os democratas foram ultrapassados pelos Republicanos, que agora passaram a dar as fichas.
 
Como está seriamente desgastado e enfraquecido politicamente, Hussein Obama, como todo esquerdista, poderá se utilizar de qualquer estratagema ao seus alcance. Lembrem-se quando, de repente, mandou matar o terrorista Osama Bin Laden. Mais recentemente, apertou o cerco contra os seus amigos islâmicos que degolam cidadãos europeus e norte-americanos.
Assim, não será surpresa se tomar alguma atitude contra o avanço do comunismo bolivariano do Foro de São Paulo na tentativa de reverter seu evidente desgaste político.
 
E, com as denúncias contra o governo do PT já pautam o noticiário internacional por causa da roubalheira na Petrobras, não será de admirar se Obama de repente resolva peitar o avanço comunista bolivariano no Brasil e em todo o continente latino-americano fazendo uma média com o público americano mais conservador. Não faria isso por ideologia, já que Obama é esquerdista.

Mas poderia usar algum tipo de ação política e/ou econômica contra so governos de Lula/Dilma, Maduro, Correa, Morales e demais psicopatas que pretendem transformar a América Latina num troço que denominam URSAL - União das Repúblicas Socialistas da América Latina.
Isso seria a tal “Pátria Grande” de que falava Hugo Chávez e agora repetem Maduro, Morales e bruxa argentina. Nesse caso uma medida política de Obama contra os tarados ideológicos botocudos poderia, de alguma forma, mitigar a sua recente derrota eleitoral.
 
Por vias obliquas, seria a primeira vez que o governo americano, sob o tacão de Obama, tomaria alguma atitude para barrar os psicopatas comunistas que deitam e rolam na América Latina e que pretendem também - vejam só - solapar a democracia norte-americana.

SENADO FEDERAL: DISCURSO DO SENADOR JARBAS VASCONCELOS



O SR. JARBAS VASCONCELOS (Bloco Maioria/PMDB – PE. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) –

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores,
quero fazer um alerta e, ao mesmo tempo, apresentar uma proposta para esta Casa, em especial para a CCJ, Comissão de Constituição e Justiça. Tem relação, Srª Presidente, com a indicação por parte da Presidente da República, Srª Dilma Rousseff, dos futuros ministros do Supremo Tribunal Federal.

No seu segundo mandato, até 2018, a Presidente deve escolher mais cinco ministros do Supremo Tribunal, por causa da aposentadoria de parte dos atuais ocupantes do Pleno do Supremo.
Dilma será recordista absoluta de indicações na história da República Federativa do Brasil.
Essa coincidência faz parte do processo democrático. No entanto, sem a saudável alternância de poder, algumas precauções precisam ser tomadas pelo Poder Legislativo. 
Eu queria chamar a atenção de que, ao final do ano de 2018, o PT terá indicado 18 ministros do Supremo Tribunal Federal: oito por meio do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dez pela Srª Presidente Dilma Rousseff.

Eu gostaria de sugerir que a CCJ, Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, passe a exigir um claro compromisso contra qualquer tipo de censura à imprensa de todos os futuros indicados candidatos a uma vaga na Suprema Corte. Infelizmente, a Presidente da República já deu exemplos da sua postura autoritária e da sua falta de apreço pelas críticas e questionamentos.
O Partido dos Trabalhadores também sinalizou claramente que pretende implantar medidas de cunho bolivariano contra a imprensa, copiando o que de pior existe e surgiu na América Latina nas últimas décadas.

É inadmissível, Srª Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, que este Senado da República aprove novos ministros do Supremo Tribunal Federal que venham a colaborar com o cerceamento da liberdade de imprensa. Essa questão precisa ser tratada com absoluta transparência e objetividade. É essencial que se faça essa cobrança durante a tradicional sabatina na Comissão de Constituição e Justiça.

O Brasil não é a Venezuela de Maduro, ou o Equador de Correa, ou a Argentina da Cristina, onde os jornalistas independentes são perseguidos pelo governo e as empresas de comunicação sofrem todo tipo de pressão para não criticar os proto-caudilhos que pululam pelo subcontinente, sobretudo em países governados sob a ideologia bolivariana, ramo político autoritário e populista criado pelo folclórico Coronel Hugo Chaves, na Venezuela e que espalhou suas ramificações pela região, contando, inclusive, com a defesa intransigente e a grande simpatia – simpatia ardorosa – do ex-Presidente Lula e da Presidente reeleita Dilma Rousseff.

Nesses países, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o elemento comum é o surgimento de leis que permitem o controle do Estado sobre os veículos de comunicação com mão de ferro, chegando ao cúmulo de expropriar ou fechar emissoras de rádio e TV, como aconteceu na Venezuela com a RCTV, que, além de não ter a concessão renovada, teve suas instalações invadidas por tropas do governo e seus equipamentos confiscados.

No caso da Argentina, o grupo Clarin teve a concessão de canais de TV suspensa pelo governo com base na Lei de Meios Audiovisuais, implantada no país para atender aos interesses do governo Kirchner.
No Equador, cortam o fornecimento de papel para os jornais e, através da Lei Orgânica de Comunicação daquele país, entre as diversas formas de controle da imprensa, chegaram ao absurdo de implantar, dentro de cada redação, mesmo nos veículos privados, um censor oficial escolhido por concurso público, como define a legislação em vigor.

Em todos esses casos, Srª Presidente, as cortes supremas de justiça de cada um desses países citados ratificaram as respectivas leis de controle de meios audiovisuais, declarando-as constitucionais, razão por que devemos cercar-nos de todos os cuidados necessários para que a composição futura do Supremo Tribunal Federal seja acompanhada de uma preocupação firme e constante de manter a imprensa livre neste País.

Apesar das discordâncias que tenho com relação ao atual comando do meu partido, o PMDB, quero aqui elogiar a iniciativa de aprovar uma moção – abre aspas – “de defesa intransigente da liberdade de imprensa" – fecha aspas –,
contrariando o seu aliado, o PT, que ensaiou, em 2013, um projeto de iniciativa popular sobre um novo marco regulatório das comunicações.

É bem provável que esse assunto volte à pauta no novo mandato da Presidente Dilma, diante dos eventos que envolveram a revista Veja, às vésperas do segundo turno, quando o PT e o Governo tentaram impedir a divulgação de fatos relativos ao escândalo de corrupção dentro da Petrobras.
Daí a absoluta irresponsabilidade do ex-Presidente Lula, que, em comício no último dia 21 em São Paulo, criticou nominalmente os jornalistas William Bonner, da TV Globo, e Míriam Leitão, colunista de O Globo e comentarista da Globo News.
Esse comportamento cria um clima de "caça às bruxas", uma violência que sai do terreno da mera verborragia palanqueira para a agressão física.
Por tudo isso, Srª Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, como atual e futura maior bancada desta Casa, o PMDB tem um papel fundamental na defesa da liberdade de imprensa e para barrar qualquer iniciativa, qualquer tentativa de censura ao jornalismo livre do Brasil. 

Espero que o meu partido relembre seu protagonismo no combate à ditadura militar e no restabelecimento da democracia no nosso País. O PMDB não pode ser contaminado pela intolerância petista e pela intolerância também da Presidente reeleita, a Srª Dilma Rousseff.

Os conflitos entre a imprensa e os governantes de plantão fazem parte da democracia. Eles são naturais e ocorrem em qualquer regime democrático do Planeta, seja na Europa ou nos Estados Unidos. No entanto, eventuais embates devem ser resolvidos por meios dos instrumentos legais, assegurados pela Constituição Federal.

Srª Presidente, reportagens investigativas feitas pela imprensa livre foram responsáveis pela renúncia de um presidente nos Estados Unidos e de outro aqui no Brasil.
Em ambos os episódios, os dois países viram suas democracias saírem ainda mais fortalecidas.
Esta é a missão maior da imprensa.
O ataque da semana passada ao prédio da Editora Abril, em São Paulo, serve de alerta para todos nós de que os petistas e seus aliados pretendem dar um passo além.
Esses marginais, quiçá estimulados pela fala do ex-Presidente
Lula, trocaram os desaforos nas redes sociais pelo banditismo puro e simples, semelhante ao comportamento violento adotado por grupos autoritários de cunho fascista.
Quem não se lembra do que fizeram as milícias da SA e da SS quando o nazismo tomou o poder na Alemanha.

Os petistas e os seus aliados, Srª Presidente, não aceitam que publicações independentes – algumas com mais de um século de existência – adotem uma postura crítica com relação aos rumos da política econômica, por exemplo.
O Palácio do Planalto, na realidade, gostaria que toda a imprensa brasileira fosse como os blogueiros chapa-branca, que, financiados com dinheiro público, existem para atacar a oposição e levantar falsas denúncias.

Esta, Srª Presidente, é a proposta que vim fazer hoje, aqui nesta Casa: pedir não só à Comissão de Constituição e Justiça, mas ao Senado Federal, que tenha todo o cuidado com as indicações da Senhora Dilma Rousseff com relação à composição do Supremo Tribunal Federal, porque ela não é capaz como mesmo disse de “fazer o diabo na campanha eleitoral”, ela é capaz de fazer o diabo em período de normalidade.

E é preciso que o Senado da República cumpra a sua função, não permitindo que se contagie e se transforme a Suprema Corte do país numa extensão do Palácio do Planalto e do Partido dos Trabalhadores, o PT.

Muito obrigado.

JOGANDO AGORA OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS

Meu amigo Everardo Maciel, em brilhante e recente discurso de posse, citou a bela frase de Raymond Aron a uma turma de alunos. "Decerto, este curso não se destina a ensinar o que vocês devem pensar; mas desejaria que ele lhes ensinasse duas virtudes intelectuais: a primeira, o respeito aos fatos; e a segunda, o respeito aos outros". Lembrei-me da observação de Norberto Bobbio sobre a maior lição de sua vida: "Aprendi a respeitar as ideias alheias, a deter-me diante do segredo de cada consciência, a compreender antes de discutir e a discutir antes de condenar. E a detestar fanáticos com todas as minhas forças".

As sábias lições de Aron e Bobbio talvez, quem sabe, pudessem ter maior presença no fundamental debate público brasileiro ao longo dos próximos quatro anos. Quanto mais não seja, porque, passadas as eleições, se espera que não seja possível ao "novo" governo continuar com seus marqueteiros e militância "chamada às armas", como nas semanas pré-eleição. Agora, trata-se de governar um país complexo, rico em sua diversidade e de enorme potencial. Mas com sérios desafios de curto, médio e longo prazos à frente, impossíveis de lidar com marquetagem/militância, insistente retórica contra um vago "eles" e plebiscitos sobre questões que não comportam simples respostas.

Na verdade, será com seus atos concretos, e não com discursos e gerúndios, que a presidente Dilma estará definindo agora, isto é, nos próximos dois a seis meses, todo o seu segundo mandato. E em circunstâncias que não lhe são muito favoráveis. Em boa medida, como notei em meu artigo anterior neste espaço, por dois tipos de pesada herança que deixa para si própria.

Primeiro, pelas consequências de suas decisões (ações e omissões) ao longo, pelo menos, dos últimos quatro anos; e de implicações de legados que criou para si (ou permitiu que seus marqueteiros criassem) pelo teor de seu discurso de campanha, a forma "estarrecedora" com a qual procurou desconstruir os seus dois principais adversários.

Na área econômica, pela taxativa recusa de reconhecer problemas sérios de crescimento, que vai ser negativo em termos per capita em 2014 e menos de 1% per capita na média nos quatro anos de seu primeiro mandato; de inflação, que vai pelo quarto ano consecutivo de novo roçar o teto da meta. Reconhecer o grave desequilíbrio causado no setor elétrico por sua Medida Provisória (MP) 579, de fins de 2012, bem como problemas com a Petrobrás e com o etanol.

As contas a pagar estão chegando, todas, e rápido: para o contribuinte, para o consumidor, para as empresas, para o investidor, para o Tesouro. E não há mais como culpar "heranças malditas", a situação internacional, a mídia, um cambiante "eles", e assim por diante. As heranças com as quais o governo iniciará seu democraticamente conquistado segundo mandato são de sua própria lavra.

Vale lembrar, a propósito, que cerca de um ano e meio atrás (24/6/2013) a presidente Dilma convocou reunião de governadores, prefeitos e lideranças partidárias, em Brasília, para ouvirem o que seriam as respostas do governo às manifestações de rua que haviam marcado aquele mês. Ali, a presidente propôs cinco pactos. E em entrevista à Folha (29/7/2013) a presidente anunciou um sexto pacto: Pela Verdade.

Mas o pacto que nos interessa aqui e agora (apresentado, se me lembro bem, em primeiro lugar dentre os cinco) era sobre "responsabilidade fiscal", definida como "controle de gastos para garantir a estabilidade da economia e conter a inflação". À época, junho de 2013, o governo vinha reafirmando seu compromisso com um esforço fiscal de 2,3 % do PIB. Como este ano agora até as eleições, procurou manter a ficção de que estaria empenhado em realizar um esforço fiscal perto de 1,9% - sem mágicas contábeis do tipo das que subtraíram credibilidade à política fiscal do governo.

Em sua longa entrevista aos principais jornais do Brasil e publicada na sexta-feira, a presidente voltou ao tema do pacto, que havia ficado completamente esquecido ao longo da campanha (que durou bem mais que um ano e meio). Na verdade, passaram-se nove longos anos desde que, ao final de 2005, a então chefe da Casa Civil da Presidência da República detonou o embrião de uma sugestão em andamento na área econômica do governo, tachando a proposta de "rudimentar" e asseverando que "gasto é vida".

Na entrevista de sexta agora, passados nove anos, a presidente reeleita afirma que "ao longo do governo, você descobre que várias coisas estão desajustadas. Várias contas que podem ser reduzidas... o que vamos tentar é um processo de ajuste em todas as contas do governo, vamos revisitar cada uma e olhar com lupa o que dá para reduzir, o que dá para tirar, o que dá para modificar e o que dá para mandar para o Congresso".

O reconhecimento, ainda que tardio, tentativo e um tanto tortuoso (o que vamos tentar fazer, o que quer que venha a ser, não é o que "eles" fariam), deve ser saudado porque representa não só uma imperiosa necessidade, como a busca de uma credibilidade e um rumo meio que perdidos na área fiscal. Que, como se sabe, envolve o nível, a composição e a eficiência tanto do gasto público quanto da carga tributária.

Todos os jornais registraram as palavras da presidente "vamos fazer o dever de casa", em termos de combate à inflação e de controle da velocidade de crescimento do gasto público. No agregado, muitíssimo acima do crescimento do PIB nos últimos anos.

Todos registraram também as palavras com que, caracteristicamente, mandou seu recado aos leitores: "Estou dizendo que vou manter o emprego e a renda. Ponham na cabeça isso".

A presidente sabe, quero crer, que será com ações efetivas, e não com palavras, que estará jogando, a partir de agora, o Brasil dos próximos quatro anos. Pessoalmente, desejo-lhe boa sorte. Mas sempre com as lições de Aron e Bobbio na cabeça.

 
11 de novembro de 2014
Pedro Malan, O Estado de S.Paulo

DESAFIO DE TERCEIRO GRAU

A presidente Dilma tem três graus de desafios, se dividirmos o eleitorado entre os que votaram no governo, os que preferiram a oposição e quem se absteve ou votou nulo e branco. Aos 38% dos eleitores que votaram nela, Dilma tem que provar coerência; aos 36% que optaram pela oposição, ela tem que provar competência; e os 26% que não votaram precisam ser trazidos para o jogo.

Será difícil mostrar coerência aos seus. Os primeiros dias já foram de contorcionismo quase circense. Os juros, que os adversários elevariam, seu Banco Central os elevou; o ajuste fiscal, que não precisaria ser feito, virou um pedido ao Congresso para descumprir as metas de 2014; o dever de casa que ela negou, já admitiu que terá que fazer; os banqueiros, que "tomam comidas e livros dos pobres", frequentaram listas de ministeriáveis; a empresa na qual não ficaria pedra sobre pedra até se descobrir todo o "mal feito" teve a primeira pedra removida por exigência de uma firma internacional de auditoria; a crise elétrica inexistente pode provocar cortes de luz durante o verão. Coerência foi um produto escasso nesses primeiros dias.

Na entrevista que a presidente Dilma concedeu aos jornalistas, na quinta-feira, o marketing eleitoral sofreu novas torções. A presidente disse que o governo precisa cortar os gastos e tem que controlar a inflação. Os dois temas estiveram na campanha com outro tom: a inflação estaria controlada e os gastos, também, já que o ajuste fiscal não seria necessário. Agora, o ministro Guido Mantega diz que vão ser "reformatados" o seguro-desemprego, auxílio-doença e abono salarial. Não disse o que significa "reformatar", mas garantiu que o gasto vai diminuir. Admitiu também que os bancos públicos terão um papel menor.

Quando falou de onde diminuir gastos, Dilma disse que é "lorota" reduzir os ministérios. O exemplo que deu de como todos eles são necessários mostra uma avaliação deficiente de administração. "Eu não posso acabar com portos e aeroportos", justificando os ministérios dos Portos e da Aviação Civil. Ora, todos podem estar dentro do Ministério dos Transportes. Até porque hoje a logística é integração dos modais. Essa pulverização de instâncias administrativas é exatamente o oposto do que tem que acontecer. Lorota é achar que uma área tem relevância e gestão eficiente se tiver um ministério só seu. Esse monte de ministérios existe para atender a todos os pedidos fisiológicos da base partidária e distribuir nacos de poder para cada facção dos partidos e para as cotas pessoais dos líderes influentes.

Ela desagrada ao seu grupo quando fala em ajuste, em corte de gastos, em revisão do seguro-desemprego, e quando aumenta a gasolina e os juros. Não atrai os que não votaram nela ao entrar em contradição ou ao insistir em contar a história com as distorções do palanque.

Apesar do alerta do governo de aumento do risco de falta de energia neste verão, ela disse que tem 20 mil megawatts de energia térmica e "quando teve o apagão se tinha 4 mil era muito". Isso assalta a inteligência alheia. É claro que comparado com 13 anos atrás tem que haver mais megawatts de qualquer fonte. A ideia de montar um sistema de térmicas como garantia para as oscilações hídricas foi criada naquela época pelos gestores da crise no governo Fernando Henrique. A crise é grave, há uma enorme conta que irá bater no bolso do consumidor provocada pelo adiamento de medidas necessárias na área energética. O tarifaço que houve este ano será seguido por outro no ano que vem, em que se começa a pagar a conta do empréstimo às distribuidoras.

Na quinta-feira, foi divulgado o aumento da miséria que havia sido adiado pelo Ipea. Na sexta, seriam divulgados os dados de desmatamento, mas depois o governo recuou. Esses dados, do sistema de alerta em tempo real, têm que sair mensalmente. O governo continua escondendo que o desmatamento aumentou.

Nestas duas semanas está sendo desmontado o palanque: a cada dia se confirma algo que era negado. O problema é que desta forma ela não atrai quem não votou nela e pode decepcionar quem acreditou no que a propaganda oficial dizia. Os que se abstiveram não têm motivos para entusiasmo diante dessa triste forma de fazer política.

 
11 de novembro de 2014
Miriam Leitão, O Globo

DILEMAS DE DILMA ROUSSEFF

O que os brasileiros podem esperar da gestão Dilma Rousseff nos próximos quatro anos? Não sei. E suspeito de que a presidente recém-eleita também não saiba. Na economia ela fez, até agora, o que durante a campanha eleitoral ela disse que não faria: elevou juros, aumentou o preço dos combustíveis e deixou o dólar correr mais frouxo. Demitiu o ministro da Fazenda e disse que só vai anunciar o substituto "semanas" (não disse quantas) depois da reunião do G-20 (15/11 e 16/11), alimentando dúvidas e a desconfiança dos empresários.

Depois de eleita, Dilma deu entrevistas a quatro emissoras de TV, tirou quatro dias de férias e chamou quatro jornais para uma conversa na quinta-feira. Nas entrevistas, repetiu a promessa de punir a corrupção ("doa a quem doer") feita há quatro anos, na primeira posse, e não cumprida; declarou-se "estarrecida" com as reações da oposição; avisou que "nem que a vaca tussa" vai extinguir ministérios; e chamou tarifas represadas de "lorota". Prometeu "cortar gastos e apertar o controle da inflação", sem especificar o que fará para consegui-lo. E falou muito de "diálogo", mas não apresentou propostas nem definiu sobre o que dialogar.

Há quatro anos, Dilma Rousseff chegou à Presidência com ideias. Algumas descosturadas, outras equivocadas, mas ideias. Quase tudo deu errado. O Produto Interno Bruto (PIB) desabou, o desequilíbrio fiscal piorou, a inflação disparou, a taxa de investimento recuou, o comércio exterior ficou deficitário, a arrecadação tributária caiu com a economia em queda e desonerações desconexas, a indústria perdeu importância, o valor da Petrobrás despencou, as empresas elétricas se desorganizaram, desvalorizaram e com a seca passaram a viver de subsídios que o governo atrasa e demora a pagar.

Os fracassos geraram perda de confiança em seu governo - de investidores, de empresários e de 51 milhões de brasileiros que votaram na oposição. Os acertos em sua gestão são os programas sociais que distribuíram renda aos mais pobres, a baixa taxa de desemprego e o aumento da renda dos salários. Mas, se a economia não prosperar, os investimentos não retornarem e o País não voltar a crescer, as conquistas sociais ficam ameaçadas (o desemprego já reapareceu).

O segundo mandato começa com um dilema para Dilma: o que fazer agora? Na campanha eleitoral seu lema foi "governo novo, ideias novas", mas o que apresentar de novo aos brasileiros? A demora na escolha do ministro da Fazenda é sintoma das indefinições de Dilma. Ela recusou três nomes sugeridos por Lula: dois por vê-los ligados ao mercado financeiro e o terceiro por ter sido seu desafeto no passado. Na verdade, ela preferiria alguém com experiência, competência, respeito e reconhecimento do mundo econômico e capacidade de reunir uma boa equipe, de formular um novo programa de governo na direção do crescimento e de devolver a confiança perdida no primeiro mandato. Existem profissionais com esse perfil, mas difícil é ela encontrar alguém com todos esses atributos e que acate sem discutir, muito menos contestar, suas assíduas e não raro disparatadas interferências (ou imposições?). Como foi Guido Mantega.

Não há ministro, não há equipe econômica nova nem ideias diferentes das que ela já experimentou e deram errado. Nestes quatro anos de governo ela resistiu em reconhecer e corrigir erros. Como no caso da privatização dos Aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (MG), em que ela insistia em fazer da Infraero sócia majoritária, ingenuamente acreditando que empresas operadoras de grandes aeroportos do mundo correriam a trazer sua experiência para o Brasil na condição de sócias minoritárias e sob as ordens da Infraero - empresa alvo de investigações da CPI do Apagão aéreo. Dilma chegou a enviar ao exterior missão chefiada pela ex-ministra Gleisi Hoffmann para consultar as maiores operadoras de aeroportos. Todas recusaram. Dilma acabou se rendendo à realidade porque a Copa do Mundo estava à porta e os dois aeroportos precisavam de obras.

Por enquanto, só há incertezas para os próximos quatro anos. Dos brasileiros e dela.

 
11 de novembro de 2014
Suely Caldas, O Estado de S.Paulo

CAIXINHA DE SURPRESAS

O PMDB pode tolerar a arrogância petista, mas não ao ponto de aceitar seu próprio fim

Gostaria de deixar claro que, muito embora tenha criticado a atuação de Dilma Rousseff e do PT durante a campanha eleitoral, não torço para que seu governo fracasse, mesmo porque o que está em jogo, neste caso, é o interesse do país e, consequentemente, o interesse de todos nós.

Na última crônica, afirmei que Dilma terá de enfrentar graves problemas, tanto no plano econômico e político, como nos escândalos que envolvem a Petrobras e o próprio partido do governo. Não me rejubilo com isso. Apenas constato o que está evidente para todo mundo que acompanha a vida política brasileira.

Não resta dúvida que o escândalo das propinas, na Petrobras, não foi inventado pela imprensa, como já agora admite a própria Dilma.

Não sei qual é o grau de envolvimento que têm ela e Lula com esses escândalos, mas espero, como todo cidadão, que os fatos sejam apurados e os culpados, punidos. E certamente ela própria, a presidente da República, pensará assim, uma vez que, durante a campanha eleitoral, sempre se declarou contra a corrupção e a favor da punição dos culpados. Quanto a esse ponto, portanto, podemos ficar tranquilos. Ou não?

Que Dilma neste segundo mandato enfrentará grandes dificuldades não é opinião apenas minha, mas sim da maioria dos comentaristas políticos e até mesmo de gente do governo. E isso se tornou evidente, mais cedo do que todos esperavam, uma vez que, dois dias após sua vitória nas urnas já a Câmara dos Deputados recusava sua proposta de criação dos conselhos populares. Ela já havia feito a proposta de reforma política através de plebiscito, como resposta às manifestações populares de junho do ano passado. Não houve receptividade dos parlamentares.

A derrota de Dilma, agora, surpreendeu a todo mundo, inclusive, creio eu, a ela própria e seu pessoal, conforme se deduz da declaração do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para quem a decisão da maioria dos deputados foi uma vitória de Pirro, que seria, além do mais, "anacrônica e contra a vontade irreversível da população". Quem disse isso a ele, não se sabe.

Trata-se, sem dúvida, da declaração de alguém que ficou surpreso e indignado com a tal derrota, e a tal ponto que agrediu a seu principal aliado no Congresso, que é o PMDB, cujos dirigentes consideram a criação dos conselhos populares um modo de enfraquecer o Legislativo.

Na verdade, a criação dos conselhos populares seria um avanço. Errado seria entregar a eles a realização da reforma política, que implica o conhecimento cabal das questões jurídicas e políticas envolvidas em tal tarefa. É claro que a maioria das pessoas --e aí me incluo-- não tem conhecimento e capacidade exigidos para a realização de uma reforma dessa natureza.

Falando francamente, a proposta de Dilma Rousseff é, como frequentemente ocorre, populista, ou seja, apela para aquele setor da sociedade que, usufruindo da generosidade oficial, pode ser facilmente manipulado.

Ao contrário do que afirmou o ministro Gilberto Carvalho, anacrônico é tentar sobrepor a chamada massa popular ao Congresso, democraticamente eleito para legislar, como têm feito os governos bolivarianos. O PMDB pode tolerar a arrogância petista, mas não ao ponto de aceitar seu próprio fim.

Em sua declaração, o ministro dá a entender que a derrota da proposta de Dilma se deveu à oposição, quando se sabe que esta não tem o número de deputados suficiente para derrotar o governo. Renan Calheiros chegou a garantir isso, ao afirmar que também no Senado a proposta oficial seria rejeitada.

Outra surpresa destes primeiros dias após a reeleição foi a inesperada decisão do Banco Central, aumentando a taxa Selic para 11,25%.

Ninguém contava com isso, mesmo porque, durante toda a campanha eleitoral, a candidata petista garantia que seu oponente, se eleito, aumentaria os juros e com isso provocaria milhões de desempregos. Por isso, ninguém sabe se esse aumento dos juros foi decisão dela mesma ou rebeldia do Banco Central.

Nesta semana, mais surpresas: caiu para 0,24% a previsão do crescimento e surgiu novo escândalo, agora envolvendo a Transpetro, subsidiária da Petrobras. E o segundo mandato de Dilma ainda não começou.


11 de novembro de 2014
Ferreira Gullar, Folha de SP

O EMBATE CONTINUA


11 de novembro de 2014
Dora Kramer, O Estadão

O CENÁRIO É RUIM NO SETOR ELÉTRICO

O setor de energia elétrica encontra-se numa crise sem precedentes e a solução para que voltemos aos trilhos exigirá medidas muito duras no curto prazo e muito planejamento, gestão e regulação no médio e longo prazos.

Os cenários para 2015, já com um novo governo, serão basicamente dois. No primeiro, assumimos que vai chover bastante entre novembro de 2014 e abril de 2015 e, com isso, o abastecimento estaria assegurado. No entanto, para que os reservatórios atinjam níveis mais confortáveis, as usinas térmicas permaneceriam ligadas, o que faria que os preços da energia permanecessem muito elevados. No segundo cenário, as chuvas vêm com pouca intensidade durante o período úmido, e com isso teremos de decretar um racionamento em abril ou maio de 2015.

O primeiro cenário é melhor por evitar o racionamento, fato politicamente ruim, principalmente no início de um novo governo; mas, por outro lado, teremos a continuidade de um ciclo de preços muito altos, que têm provocado – e continuarão a provocar – danos irreparáveis aos agentes do setor e à própria economia. Portanto, me parece que o país não resiste a esse cenário de preços em torno de R$ 500 por MWh. Uma medida que certamente será tomada para minimizar os problemas decorrentes desse cenário é fixar um novo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) num patamar bem inferior ao atual, de R$ 822/MWh. No entanto, é importante lembrar que alterações no PLD de forma arbitrária e unilateral representam uma nova mudança nas regras do jogo, o que contribui para elevar ainda mais o risco regulatório e a insegurança jurídica, que praticamente já bateram no teto.

O cenário do racionamento tem de ser encarado como possível e, nesse caso, teremos de fazer do limão a limonada. O racionamento de 2001 custou, a preços de hoje, R$ 25 bilhões, enquanto a atual política de negar os problemas e fazer populismo já ultrapassou os R$ 100 bilhões. Na realidade, o racionamento de 2015 já deveria ter sido feito em 2014 e só não aconteceu pelo fato de a política do setor estar atrelada ao calendário eleitoral. Essa subordinação ao calendário eleitoral fez o governo errar na forma como publicou a Medida Provisória 579 e administrar de forma temerária os reservatórios das usinas, que podem chegar ao fim de 2014 com níveis entre 15% e 17%. Portanto, com ou sem um racionamento, teremos de colocar ordem na casa.

Além do aumento da fragilidade do sistema, as consequências da desorganização do setor têm tido um custo elevado. Estima-se que somente no triênio 2012-2014 sejam gastos R$ 100 bilhões em recursos provenientes do próprio sistema elétrico, do Tesouro Nacional e dos empréstimos das distribuidoras no sistema bancário. Os consumidores pagarão 2/3 e os contribuintes, 1/3. E, ainda assim, as tarifas ao consumidor têm apresentado reajustes acima de 20% e em 2015 o estimado também é de aumentos de 20%. É fundamental que o próximo governo implante mudanças modernizantes na administração do setor elétrico. Caso contrário, a energia elétrica irá impedir o crescimento da economia.
 
11 de novembro de 2014
Adriano Pires, Gazeta do Povo, PR

A HORA É DE TEMPERANÇA

 
11 de novembro de 2014
Gaudêncio Torquato, O Estado de S.Paulo

SINAIS AMBÍGUOS

Em cenários feitos antes da eleição pelo cientista político Octavio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas do Rio, não havia um quadro tão confuso como o que emergiu das urnas. Uma mistura otimista, do ponto de vista político, e pessimista para a presidente Dilma. O cenário pessimista previa vitória no segundo turno por uma pequena diferença, e isso foi o que aconteceu. Mas o PT continuou sendo o maior partido na Câmara, apesar de ter perdido 18 deputados federais. Manteve-se mais ou menos o que era no Senado e teve uma grande conquista nas eleições estaduais, que foi o governo de Minas.

A relação do governo com o Congresso vai depender muito dos sinais que Dilma vier a dar nas próximas semanas, e o cientista político tem três critérios paia ela melhorar a relação com a base governista: primeiro, tratar melhor os aliados no que concerne à distribuição de cargos, sobretudo o PMDB. Ele diz que insiste no PMDB porque a pulverização partidária é tal que os partidos estão muito pequenos paia pedir mais de um ministério. Só o PMDB teria direito a mais. Outra coisa que sinalizaria maior disposição de Dilma para ouvir, consultar e cooperar seria reduzir a emissão das medidas provisórias.

Para Octavio Amorim Neto, Dilma é uma das presidentes mais "decretistas" desde a promulgação da Constituição de 1988, se relacionarmos o número de decretos e a promulgação de projetos de lei. Nos três primeiros anos, emitiu 116 medidas provisórias e propôs apenas 81 projetos de lei. No segundo mandato de Fernando Henrique, foram 206 medidas provisórias e 236 projetos de lei ordinária. Muito mais equilibrado.

O terceiro critério seria a presidente respeitai" os vetos de aliados a determinadas iniciativas. Isso já não aconteceu no discurso da vitória, ressalta Amorim Neto. Em junho de 2013, após as grandes manifestações, ela propôs plebiscito para a reforma política e o PMDB vetou. Passado um ano e meio, faz a proposta novamente, forçando o PMDB a vetá-la no dia seguinte, esgarçando a relação dos partidos.

Isso tem a ver com problemas intrapartidá-rios de Dilma, lembra. Ela tem problemas dentro do PT e dentro da coalizão. No PT, tem que lidar não apenas com Lula e sua proposta de se adotai" uma política econômica mais pragmática, mas também com a esquerda do partido, que demanda projetos mais vigorosos. A sinalização tem sido muito ambígua, refletindo o resultado da eleição.

Dentro da ambiguidade dos resultados, a redução da bancada do PT na Câmara, que perdeu pela primeira vez a hegemonia dos votos de legenda para o PSDB. Mas a situação do PSDB também é ambígua. Nunca teve um desempenho tão bom no segundo turno, saiu renovado da eleição, mas teve a derrota em Minas, uma marca muito séria. Por pouco, o PSDB não cai à condição de partido médio na Câmara, ressalta o cientista político. Como temos um sistema muito fragmentado, um partido médio no Brasil é o que tem menos de 10% das cadeiras. O PSDB teve um pouco mais que esses 10% (52), com 54 cadeiras na Câmara.

Temos, portanto, analisa Octavio Amorim Neto, um sistema bipartidário no plano presidencial há 20 anos e um sistema altamente fragmentado no Congresso; porém, os três maiores partidos continuam sendo os mesmos: PT, PMDB e PSDB. Há indicadores de pulverização por um lado, mas de estabilidade por outro.

A consequência do processo do "petrolão" vai depender, segundo Amorim Neto, do que acontecer no plano econômico. Se se fizer necessário um ajuste profundo, como alguns economistas dizem, é muito provável que o Executivo tenha de propor reformas constitucionais ao Congresso. Neste caso, a coligação de Dilma, que tem 59% da Câmara, teria que pedir a cooperação da oposição, especialmente de PSDB e PSB.

A oposição pediria, em contrapartida, investigação mais dura na Petrobras, o que pode tomar muito tempo do Congresso em 2015. Esta ambiguidade de Dilma vai se traduzir em um fosso muito grande entre sua retórica e as ações do governo. É muito possível, avalia Amorim Neto, que use uma clássica tática peronista: ir paia a direita, sinalizando paia a esquerda. Lula é mestre nisso: ter uma retórica pública muito à esquerda para compensar decisões que vão em sentido contrário.

 
11 de novembro de 2014
Merval Pereira, O Globo

INDIGÊNCIA POLÍTICA

Governo Dilma divulga com atraso dados negativos sobre miséria e desmatamento que teriam sido prejudiciais à campanha de reeleição

Veio à luz na quarta-feira (5) um dado chocante: pela primeira vez desde 2003, quando se iniciou a série de mandatos presidenciais do PT, a miséria aumentou no país. Apenas 3,7%, mas aumentou.

O espanto decorre de duas razões. A primeira está na própria inversão da tendência de queda de indicador tão importante quanto esse. A segunda é a confirmação de que o governo federal ocultou do público uma informação negativa com relevância eleitoral.

Para empregar um termo caro à presidente Dilma Rousseff, trata-se de prática estarrecedora.

A petista usou e abusou da redução da pobreza e da miséria como tema de campanha. Obediente ao comando do marqueteiro, martelou na sua propaganda que a oposição, se vitoriosa, interromperia o ciclo virtuoso na área social.

Pelo menos desde o primeiro turno, contudo, a candidata decerto já tinha conhecimento de que o total de miseráveis ou indigentes no Brasil havia passado de 10,08 milhões em 2012 para 10,45 milhões em 2013, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

No conceito do instituto, são miseráveis os brasileiros cuja renda não basta para adquirir uma cesta mínima de alimentos. Sob a alegação cínica de que o dado teria efeito eleitoral, o Ipea o escondeu por quase um mês e só o publicou em surdina, no último dia 30, no banco de dados digital Ipeadata.

Do ponto de vista estatístico, a rigor caberia falar antes de estagnação dos avanços do que de crescimento da indigência. Do ângulo político, representa grave revés para a promessa de eliminar a miséria do país até o final deste ano.

Outro tema sensível que o Planalto se permitiu escamotear foi o desmatamento na Amazônia. Havia indicações de que a destruição avançara em agosto e setembro, mas o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) atrasou a divulgação mensal das cifras de devastação do sistema de monitoramento por satélite Deter.

Só na sexta-feira (7) elas vieram a público, confirmando o desastre ambiental: 1.626 km² de desmate nos dois meses, 122% a mais que no mesmo intervalo de 2013.

Não estará errado quem, diante disso, evocar a imagem de um estelionato eleitoral. O governo, afinal, sonegou informações que a população tinha o direito de conhecer antes de decidir seu voto.

O quanto esses atestados de incompetência teriam mudado a escolha de cada eleitor, isso não se pode afirmar com certeza.

O que é certo, todavia, não é menos preocupante numa democracia: a sem-cerimônia com que o Planalto lança à sarjeta a reputação de dois importantes institutos nacionais e a pusilanimidade com que alguns de seus dirigentes e pesquisadores aceitam sujeitar funções públicas a mesquinhos interesses partidários.

 
11 de novembro de 2014
Editorial Folha de SP

DILMA E O AJUSTE DE CONTAS DUVIDOSO

 
11 de novembro de 2014
Editorial Correio Braziliense

A FALTA QUE OS FATOS FAZEM

Foram apenas palavras - ainda que as mais surpreendentes que a presidente Dilma Rousseff terá pronunciado em muito tempo. Na quinta-feira, dois dias depois de se reunir com o mentor Luiz Inácio Lula da Silva, o que decerto contribuiu em não pouca medida para algumas de suas inesperadas afirmativas, Dilma deu uma entrevista de duas horas aos quatro principais jornais brasileiros, cumprindo um compromisso assumido em seguida à reeleição. Pela primeira vez, ela abriu uma fresta para se admitir a possibilidade de que não será, nos próximos quatro anos, cópia fiel do que tem sido - uma combinação tóxica de soberba, dogmatismo e incompetência. Não é nada, não é nada, a governante que se comportava como a proverbial rainha da cocada preta do léxico popular pelo menos agora usa a expressão para dizer como não devem agir os ganhadores de uma eleição. Com algum otimismo, pode soar como indício de autocrítica.

Em matérias substanciais reconheceu - ainda que no limbo das generalidades - que terá de fazer "o dever de casa" para enfrentar a inflação. Salvo melhor juízo, não se recorda de Dilma ter recorrido alguma vez a esse termo, de emprego corrente no jargão ortodoxo, segundo o qual a arrumação das contas públicas é condição necessária, embora não suficiente, para o crescimento sustentado da economia. Isso dito, literalmente, a reeleita deu um pequeno passo em direção ao mundo real, ao admitir, além do aperto imperativo do controle da inflação, que existem restrições fiscais para fazer "a política anticíclica que poderia ser necessária agora" - traduzido do jargão, significa gastar mais quando as coisas vão mal, o que é o caso de um país que deverá fechar o ano com um PIB crescendo menos de 1%. E assinalou que combaterá a carestia com a arma fiscal, não com a monetária - segurando e racionalizando gastos, de preferência a aumentar os juros.

Derramando um saleiro nas feridas petistas que ela abriu de caso pensado com o aparente aggiornamento de suas ideias, respondeu no melhor estilo Dilma a uma pergunta sobre a hidrófoba resolução aprovada três dias antes pela Executiva Nacional do PT - que declarava guerra de extermínio à oposição e à liberdade de imprensa, e ainda deixava escancarada a pretensão de tomar de assalto o Banco Central. Ela até que poderia ter se limitado a retrucar, da forma convencional como fez, que não representa o PT, mas a Presidência, e que não é presidente da agremiação, mas "dos brasileiros". Houve situações em que o seu próprio patrono Lula disse algo assemelhado. Mas a afilhada escolheu ir além. "A opinião do PT é a opinião do partido, não me influencia", fulminou. De notar que ela nem sequer amenizou a estocada, dizendo respeitar os pontos de vista da sigla pela qual chegou ao Planalto.

Quem comprar as palavras de Dilma pelo seu valor de face poderá, ou não, fazer um bom negócio no mercado de especulações sobre o que será o seu novo período de governo. O desembolso será de pouca monta: o farto retrospecto da presidente respalda, ainda, o ceticismo em relação ao que virá depois de 1.º de janeiro. Mas a leitura da íntegra de sua entrevista, claramente concebida como uma minuta do discurso de posse, deixa no ar a sensação - não mais do que uma sensação - de que a entrevistada está "na dela", de maneira diferente daquela a que acostumou os brasileiros a vê-la. Quando ela explica, por exemplo, que o diálogo que prega não é algo "metafísico", mas a busca de pontos em comum "que podemos levar juntos" em áreas específicas de governo, como a educação, quem sabe não seja mais do mesmo. O óbvio problema é a ausência de fatos que corroborem essa generosa avaliação.

Pior é a deliberada demora da presidente em apresentá-los, supondo que existam. Enquanto o País, com justos motivos, espera para ontem o nome do sucessor do submisso Guido Mantega no Ministério da Fazenda, Dilma informa que só anunciará o escolhido depois de regressar da reunião do G-20, a começar no próximo sábado, em Brisbane, na Austrália. E não será de imediato, como avisou com perversa ênfase, "mas nas semanas seguintes - com vários esses". Ela simplesmente não atina com a gravidade do momento econômico.

 
11 de novembro de 2014
Editorial O Estadão

AUMENTA PRESSÃO SOBRE A IMPRENSA NO CONTINENTE


11 de novembro de 2014
Editorial O Globo

A RESOLUÇÃO E A REALIDADE

Totalmente descolado das preocupações dos brasileiros, texto da Executiva Nacional do PT insiste em conceitos anacrônicos

Na noite em que Dilma Rousseff venceu o segundo turno da eleição presidencial, ela falou da necessidade de diálogo com a oposição e do respeito à posição de dezenas de milhões de brasileiros que votaram em seu adversário, uma fala que mereceu nossos elogios. No entanto, poucos dias depois, a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores emitiu uma “resolução política” que contraria todo o discurso da presidente reeleita, ao insistir na divisão do país e pregar o confronto aberto com os setores da sociedade que não aderiram ao projeto petista.

Enquanto Dilma, na noite de 26 de outubro, dizia que “em lugar de ampliar divergências, de criar um fosso, tenho forte esperança de que a energia mobilizadora tenha preparado um bom terreno para a construção de pontes”, a resolução petista, datada de 3 de novembro, associa os 51 milhões de brasileiros que votaram em Aécio Neves com “o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar”, repetindo acusações que, se já não tinham fundamento quando dirigidas a Aécio, menos sentido ainda fazem em relação a seus eleitores. Assim, talvez inconscientemente, passa a valer a ideia de que quem não votou no PT seria um portador de preconceitos deploráveis.

A insistência na retórica do “nós contra eles”, insuflada por Lula ao longo não só da última campanha, mas dos 12 anos de petismo no poder, se baseia na adesão a um conceito anacrônico, o da “luta de classes que aqui se trava sob as mais variadas formas”, segundo expressão do documento petista. É exatamente essa explicação infundada e superficial da lógica do funcionamento da sociedade que cria divisões profundas, seja socioeconômicas – entre ricos e pobres, patrões e empregados –, seja raciais ou de gênero. Divisões que o documento petista tenta atribuir à oposição, quando na verdade são fomentadas por essa mentalidade da “luta de classes”.

E o resultado final dessa visão petista, o documento não esconde, é a “hegemonia”, ou seja, a dominação completa do Estado nos moldes do Moderno Príncipe gramsciano, que será atingida por meio do tripé formado por “ação institucional, mobilização social e revolução cultural”. É por isso que a resolução insiste em plataformas específicas como uma “Lei da Mídia Democrática” – praticamente copiando o nome da Lei de Meios argentina, que amordaçou a imprensa oposicionista do país vizinho – e o plebiscito para uma Assembleia Constituinte da reforma política, contornando o Congresso Nacional em uma manobra reveladora: enquanto se exalta a decisão do povo que conduziu Dilma a um segundo mandato, despreza-se a vontade desse mesmo povo que também elegeu uma “maioria conservadora da Câmara dos Deputados”, ou seja, o voto popular só é digno quando dado a um determinado partido.

Como afirmamos na segunda-feira, trata-se de um distanciamento total das preocupações mais urgentes do brasileiro, que vê a economia se deteriorando e as conquistas sociais murchando – não é à toa que o governo deliberadamente adiou para depois do segundo turno a divulgação de um rombo recorde no Tesouro Nacional e do crescimento do número de miseráveis. Sobre isso não se diz praticamente nada na resolução. E, mesmo sobre a corrupção, é sintomático que a Executiva Nacional não fale propriamente no combate a essas práticas nocivas, e sim em “ser muito mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores” – ou seja, responder às denúncias parece mais importante que o combate à corrupção em si.

Estamos certos de que o conteúdo dessa resolução não traduz o que pensa a esmagadora maioria dos eleitores de Dilma. Nossa esperança é a de que as mentes mais esclarecidas dentro do PT percebam isso e se manifestem com coragem, seguindo a própria presidente, que se distanciou do documento em entrevista na quinta-feira. Entre o discurso conciliador de Dilma e o tom belicoso desse documento, é o primeiro que precisa prevalecer, e os petistas que lutarem por isso – inclusive na reunião do Diretório Nacional do PT, no fim deste mês – estarão prestando um valioso serviço ao país.
 
11 de novembro de 2014
Editorial Gazeta do Povo, PR

SÓ O GOVERNO NÃO VIA A CRISE


11 de novembro de 2014
Editorial O Estadão

POLÍTICA DO COTIDIANO, DO JORNALISTA CLAUDIO HUMBERTO

“O governo começa com a herança maldita que ele mesmo criou”
Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticando os desacertos do governo Dilma



Lobista do PMDB se ofereceu para depor 3 vezes

Citado como o lobista do PMDB junto à maracutaia da Petrobras, Fernando Soares, o “Fernando Baiano”, já se ofereceu três vezes, por meio dos advogados, para prestar depoimento à Justiça Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Ainda não obteve resposta. Ansioso, considera fechar acordo de delação premiada para contar tudo o que sabe. Se fizer isso mesmo, pode comprometer toda a cúpula do PMDB.

Bem longe

Pelo sim, pelo não, “Fernando Baiano” está no exterior, bem distante de uma eventual Operação Lava Jato II. Dias atrás foi visto em Miami.

Delação

O megadoleiro Alberto Youssef, que fazia o “varejo” do esquema de corrupção e pagamento de propinas, implicou “Fernando Baiano”.

Esclarecimentos

O lobista do PMDB disse a amigos não fazer ideia do que é acusado, por isso procurou a Justiça para “prestar esclarecimentos”.

Belos ‘parceiros’

Investiga-se a “parceria” de Fernando Baiano com Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras na época da negociata da refinaria de Pasadena.

Processo de Maluf dormita no TSE há um mês

O processo contra Paulo Maluf parou no Tribunal Superior Eleitoral desde 2 de outubro, quando foi liberado para ir a plenário pela relatora, ministra Luciana Lóssio. O TSE barrou a candidatura de Maluf a deputado federal com base na Lei da Ficha Limpa. A pauta do TSE está bem enxuta, mas o presidente, ministro Dias Toffoli, que define o que vai ou não a julgamento, mantém o recurso longe da apreciação. Pela praxe, registros de candidatura devem ter prioridade máxima.

Vapt-vupt

Na quinta (6), a sessão ordinária do TSE, onde pendências devem ser apreciadas, foi encerrada em menos de uma hora.

Reversão possível

Com a demora, Maluf e seus advogados podem trabalhar para reverter algum voto contrário. A votação contra ele foi apertada: 4x3.

Na mira da Interpol

Paulo Maluf não pode sair do país para não ser preso pela Interpol, que está à espreita. A França irá julgá-lo por lavagem de dinheiro.

Bem me quer, mal me quer

Lula prefere o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, mas a “nova” Dilma só aceita na Fazenda quem tem tímpano complacente, como Guido Mantega, que além de ouvir seus gritos sem reclamar, ainda se sujeita a “chás de cadeira” que chegam a quatro horas.

Mais do que nunca

Líder da oposição, Domingos Sávio (MG) defende o compartilhamento das delações premiadas da Lava Jato com a CPMI da Petrobras, “até para dissipar a ideia de conluio para livrar quem quer que seja”.

‘Prost!’

O parlamento alemão aprovou a prorrogação por cinco anos do acordo nuclear Brasil-Alemanha, sob protesto do Partido Verde. Assinado na ditadura, o acordo garante mais R$ 3 bilhões para a encrencada usina Angra II. A Alemanha está fechando suas usinas nucleares.

Fumo de rolo

Dilma recebeu na sexta (7) o presidente do Uruguai. Parece que José Mujica tentou em vão calçar nela suas sandálias da humildade. Ele, que de bobo não tem nada, quer vender o excedente de gás ao Brasil.

Apenas barbeiragem?

Tucanos criticam os erros do deputado Carlos Sampaio (SP), que teria agido sozinho ao pedir ao TSE a auditoria do resultado das eleições e ao fazer acordo com o PT para matar a CPMI da Petrobras.

Fora do padrão

Habituados ao temperamento difícil de Dilma, parlamentares e governadores do PT ficaram surpresos com o aparente bom humor dela na confraternização (inédita, em quatro anos) na última quinta (6).

Fraude no Pronaf

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) tentará aprovar na Comissão de Agricultura a convocação do ministro Guido Mantega (Fazenda) para explicar desvios no Programa de Agricultura Familiar (Pronaf).

Tamos aí

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) topa disputar a presidência do Senado, após Renan Calheiros (AL) negar interesse em novo mandato. Há pelo menos outros cinco candidatos ao cargo, só no PMDB.

Pensando bem...

...se Renan Calheiros não fosse mesmo candidato a novo mandato de dois anos na presidência do Senado, ele jamais diria isso.


PODER SEM PUDOR

A mão da História

A mão trêmula de José Sarney, nas imagens do seu voto em Aécio Neves (PSDB), no 2º turno das eleições presidenciais de 2014, lembra outro momento histórico: sua posse na Presidência da República, em 1985. Sarney estava devastado com a morte de Tancredo Neves e assustado com a "herança". Percebendo seu nervosismo instantes do juramento (que faria com a mesma mão trêmula, estendida), o então presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, sob testemunho do fiel escudeiro Heráclito Fortes, deu uma força:

- Vamos lá, Sarney, isto é como a primeira vez em que uma donzela faz sexo: dói, mas é bom...

As gargalhadas o fizeram relaxar, e Sarney prestou o juramento e entrou para a História.

 
11 de novembro de 2014

DILMA COMEÇA A DESCER DO PALANQUE

 
11 de novembro de 2014
Editorial O Globo