"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 21 de dezembro de 2014

OPERAÇÃO LAVA-JATO ESTÁ LONGE DE TERMINAR

E AVANÇARÁ AO LONGO DE 2015. OS GATUNOS DO PT E SEUS SEQUAZES SABEM DISSO. ESTÃO APAVORADOS!

Juiz Sérgio Moro
Este artigo do Elio Gaspari diz muito sobre  sobre a Operação Lava-Jato, ou seja, que está longe de terminar e avançará ao longo de 2015. Em certa medida, é muito parecida com a “Operação Mãos Limpas” italiana que começou em 1992, com a investigação de um gatuno banal e terminou como uma das maiores faxinas ocorridas na Europa e obrigou o primeiro ministro italiano ao exílio voluntário.
Gaspari se vale de um artigo do discreto juiz Sérgio Moro, que conduz o inquérito da Operação Lava-Jato. Vale a pena ler. Os gatunos do PT e seus sequazes estão vendo apenas o começo da encrenca.
Leiam:
Clique AQUI para ler na íntegra o artigo de Sérgio Moro que serviu de base para o escrito de Elio Gaspari.
O juiz Sergio Moro, que conduz o processo das petrorroubalheiras, fala pouco e não polemiza para fora. O que ele está fazendo, todo mundo sabe.
O que ele quer fazer, e como quer fazer, parece uma questão aberta. Em 2004 Moro publicou um artigo intitulado "Considerações sobre a Operação Mani Pulite" na revista da revista CEJ, do Conselho da Justiça Federal. Está tudo lá.
A "Operação Mãos Limpas" italiana foi uma das maiores faxinas ocorridas na Europa. Começou em 1992, com a investigação de um gatuno banal.
 
A magistratura, o Ministério Público e a polícia puxaram os fios da meada, investigaram 6.000 pessoas e expediram 3.000 mandados de prisão. Caíram na rede 872 empresários (muitos deles ligados à petroleira estatal) e 438 parlamentares.
 
O serviço provocou a queda e o exílio voluntário do primeiro-ministro Bettino Craxi. Ele dissera o seguinte: "Todo mundo sabe que a maior parte do financiamento da política é irregular ou ilegal". (Craxi morreu anos depois, na Tunísia.) A faxina destruiu a mística dos dois grandes partidos do país, o Socialista e a Democracia Cristã.
Eles dominavam a Itália desde o fim da Segunda Guerra. Passados dois anos, minguaram. O PS teve 2,2% dos votos, e a DC, 11,1%.
 
A corrupção política italiana assemelhava-se bastante à brasileira na amplitude, na naturalidade com que era praticada e até mesmo na aura protetora e fatalista que parecia torná-la invulnerável.
 
No seu artigo, Moro mostra como a implosão da máquina de políticos, administradores e empresários levou à "deslegitimização" de um sistema corrupto: "As investigações judiciais dos crimes contra a administração pública espalharam-se como fogo selvagem, desnudando inclusive a compra e venda de votos e as relações orgânicas entre certos políticos e o crime organizado".
 
O Moro de 2004 diz mais: "É ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas, como autoridades governamentais ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações. Um Judiciário independente, tanto de pressões externas como internas, é condição necessária para suportar ações dessa espécie. Entretanto, a opinião pública, como ilustra o exemplo italiano, é também essencial para o êxito da ação judicial."
 
Os juízes: "Uma nova geração dos assim chamados 'giudici ragazzini' (jovens juízes), sem qualquer senso de deferência em relação ao poder político (e, ao invés, consciente do nível de aliança entre os políticos e o crime organizado), iniciou uma série de investigações sobre a má conduta administrativa e política".
A rua: "Assim como a educação de massa abriu o caminho às universidades para as classes baixas, o ciclo de protesto do final da década de 60 influenciou as atitudes políticas de uma geração".

 "Talvez a lição mais importante de todo o episódio seja a de que a ação judicial contra a corrupção só se mostra eficaz com o apoio da democracia. É esta quem define os limites e as possibilidades da ação judicial. Enquanto ela contar com o apoio da opinião pública, tem condições de avançar e apresentar bons resultados."
 
As malas: "A corrupção envolve quem paga e quem recebe. Se eles se calarem, não vamos descobrir, jamais."
 
As confissões: "A estratégia de investigação adotada desde o início do inquérito submetia os suspeitos à pressão de tomar decisão quanto a confessar, espalhando a suspeita de que outros já teriam confessado e levantando a perspectiva de permanência na prisão pelo menos pelo período da custódia preventiva no caso da manutenção do silêncio ou, vice-versa, de soltura imediata no caso de uma confissão."
 
A imprensa: "As prisões, confissões e a publicidade conferida às informações obtidas geraram um círculo virtuoso, consistindo na única explicação possível para a magnitude dos resultados obtidos pela operação mani pulite."
Serviço: o artigo de Moro está na rede. Não tem juridiquês.
 
21 de dezembro de 2014
in aluizio amorim

OBAMA CONCEDE AO REGIME CASTRISTA UM RESGATE IMERECIDO

Leiam abaixo a tradução do bom editorial do jornal “The Washington Post”, também exclusiva aqui em nosso site:

Nos últimos meses, as perspectivas para o regime castrista em Cuba se tornavam incessantemente mais obscuras. As modestas reformas adotadas nos últimos anos para melhorar as péssimas condições econômicas haviam sido interrompidas, devido à negativa do regime em permitir aos cubanos maiores liberdades. Para piorar, o acelerado colapso econômico da Venezuela significava que os enormes subsídios que tinham mantidos os Castros à tona na última década estavam em perigo. Um número crescente de cubanos estavam exigindo direitos humanos básicos, como a liberdade de expressão e de reunião. 
Na quarta-feira, os Castro repentinamente obtiveram um amplo auxílio financeiro por parte do governo Obama. O presidente Obama concedeu ao regime toda a lista de desejos que estavam a seu alcance outorgar (a suspensão total do embargo comercial requer ação do Congresso). Serão estabelecidas relações diplomáticas completas, será revista a inclusão de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo e serão retiradas a maioria das restrições de investimentos e viagens americanos a Cuba. Essa liberação proporcionará a Havana uma nova frente de entrada de recursos que necessita desesperadamente e eliminará a influência dos Estados Unidos para o momento de implementar as reformas políticas. 
Como parte do trato, Havana pôs em liberdade Alan Gross, um funcionário da Agência para Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos que foi preso injustamente há cinco anos por ajudar fugitivos cubanos. Também foi libertado um agente não identificado da inteligência dos EUA em Cuba, assim como três espiões cubanos que foram condenados por operações na Flórida que resultaram na derrubada por Cuba de um avião que transportava opositores do regime castrista. Enquanto Obama tentou desvincular a libertação de Gross à troca de espiões, não há dúvida que a linha-dura da inteligência cubana obteve exatamente o que buscava quando tornou o Sr.Gross um refém de fato. 
Não é de estranhar que Yoani Sanchez, a mais conhecida blogueira dissidente, concluiu nesta quarta que “o castrismo venceu” e previu que por semanas os cubanos terão que suportar declarações de que o governo é o “vencedor de sua última batalha”. 
Obama argumentou que sua mudança de política radical se deve ao fato da estratégia de ilhar o regime comunista “ter tido pouco efeito”. De fato, Cuba foi marginalizada nas Américas durante décadas e o regime foi privado dos recursos financeiros que poderia utilizar para estender sua influência prejudicial sobre a região, como feito pela Venezuela.  
O embargo não ter sido bem sucedido em destruir o comunismo não explica porque todas as sanções tenham que ser derrubadas sem nenhuma concessão política significativa por parte de Cuba. 
Funcionários do governo disseram que o regime aceitou libertar 53 presos políticos e permitirá um maior acesso à Internet. Mas Raúl Castro prometeu há quatro anos libertar todos os presos políticos, logo a Casa Branca comprou o mesmo produto já vendido ao Vaticano e à Espanha. 
O governo disse que sua decisão transformará as relações com a América Latina, mas isso é ingenuidade. Os países que exigiram o fim das sanções dos Estados Unidos contra Cuba agora não cobrarão reformas de Havana, ao contrário, pressionarão o governo Obama para que não imponha sanções à Venezuela. Obama diz que normalizar as relações permitirá aos EUA serem mais eficazes na promoção de uma mudança política em Cuba.  
Isso é o contrário da experiência dos EUA com regimes comunistas como o Vietnã, em que a normalização durante duas décadas não deu lugar a nenhuma melhoria em matéria de direitos humanos. Por outro lado, nada no histórico de tibieza e inconstante apoio por mudanças democráticas da parte de Obama pode fazer com que a Senhora Sanchez e seus companheiros que lutam pela liberdade confiem nesta promessa. 
Um resultado igual ao do Vietnã é o que os Castros esperam: multidões de turistas e investidores que permitirão ao regime manter seu sistema totalitário indefinidamente. Barack Obama pode continuar dizendo que derrubou uma política falida de mais de 50 anos mas o que ele fez realmente foi dar a um regime falido de 50 anos uma nova vida.
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Original aqui.
Leiam também a tradução que fizemos do editorial da National

21 de dezembro de 2014
in reaçablog

OS ATOS DE OBAMA PARA CUBA

  
O mundo ainda está debatendo as consequências do gesto de Obama pela normalização das relações diplomáticas com a ditadura mais duradoura do planeta. A National Review, revista conservadora dos EUA, fez um excelente editorial sobre o assunto que decidimos traduzir para ajudar você a melhor compreender a dimensão deste equívoco:
 
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Quatro nomes, já esquecidos, que devem ser relembrados hoje: Armando Alejandre, Carlos Costa, Pablo Morales e Mario de laPeña. Três cidadãos americanos e um residente. Eles eram pilotos da Brothers to the Rescue (Irmãos ao Resgate), a organização que procura por cubanos refugiados que ficam a deriva no meio do mar.
No dia 24 de fevereiro de 1996, os quatro pilotos foram abatidos pelas forças ditatoriais cubanas. Na ocasião, os aviões estavam em espaço aéreo internacional. O governo dos Castros matou esses homens porque eles tentavam salvar cubanos inocentes. 
Os Castros foram auxiliados por uma rede de espionagem dentro dos EUA. As autoridades americanas prenderam cinco deles, que receberam todos os benefícios e direitos do sistema judicial, incluindo o de inúmeras apelações. No final, eles foram condenados por espionagem e conspiração para cometer assassinato. 
Esses rapazes, conhecidos como “O Quinteto Cubano”, foram por muito tempo uma causa célebre para a esquerda. Cartazes “Libertem o quinteto cubano!” eram vistos por todo EUA e pela Europa, especialmente Europa. Em outubro de 2011, o primeiro deles foi libertado, após ter cumprido sua pena. Ele fez um pronunciamento provocativo: “Nós ainda temos quatro irmãos que temos de resgatar.”. “Irmãos a resgatar” – entendeu?
Um segundo espião cubano terminou sua pena em fevereiro de 2014. Restou então o “Trio Cubano”. 
Há anos, o governo Obama jurou que nunca trocaria esses espiões cubanos por Alan Gross, o voluntário americano que foi feito refém pela ditadura cubana em dezembro de 2009. As implicações morais de tal equivalência seriam ofensivas, assessores de Obama disseram. O Secretário de Estado John Kerry repetiu o mesmo ano passado. 
Isso foi o que o governo Obama acabou de fazer, no entanto: trocou os espiões cubanos por Alan Gross. Mas teve mais: um espião nosso, um cubano que, ao contrário dos espiões cubanos, trabalhou pelo lado da democracia e da liberdade. 
Além disso, a ditadura cubana aparentemente libertou, ou concordou em libertar, 53 dos seus prisioneiros políticos. Isto pode chocar ou constranger certas pessoas na esquerda que por muito tempo negaram que os Castros tinham prisioneiros políticos. No começo desse ano, Jorge Dominguez, o famoso professor de Harvard, negou à CNN que os Castros tenham qualquer preso político**.
Há outros de onde esses 53 vieram. 
Se o presidente Obama tivesse apenas trocado os espiões cubanos por Gross e nosso agente, nós poderíamos aceitar. E mais, poderíamos defender isso. Mas Obama tomou uma ação significativa de normalizar as relações com a Cuba dos Castros. Assim, realizou o sonho da esquerda que começou no dia 1º de Janeiro de 1959, o primeiro dia da ditadura. 
A administração anterior, a de George W. Bush, ofereceu um programa de “punições e recompensas”: flexibilização das políticas americanas em troca da liberalização cubana. Obama agiu unilateralmente, dando para a ditadura cubana algo além da flexibilização, mas o objetivo principal: relações diplomáticas normais. 
E é uma ditadura, lembre-se bem, que ainda mata seus oponentes democráticos. Dois anos atrás, o líder democrático Oswaldo Payá foi quase certamente assassinado pelo regime, em um daqueles acidentes de carro que não são acidentes. (Stálin costumava ordenar essas coisas também). 
Obama, como todos ao seu lado, gosta de dizer que a política americana com relação a Cuba não “funcionou”. A palavra “funcionou” é interessante. Em 2003, Jay Nordlinger, da National Review, perguntou para um dissidente, René Montes de Oca: “O que você diz aos americanos que argumentam que as políticas não ‘funcionaram’? O regime comunista ainda está de pé”. Montes respondeu: “Pelo menos vocês não o ajudaram“. Ao contrário do que muitos países europeus fazem, por exemplo. 
A nova política americana significará dólares para o regime (em oposição aos cidadãos cubanos). A ditadura dos Castros é uma ditadura incrivelmente sortuda. Quando seu patrocinador, a União Soviética, partiu-se em 1991, a União Europeia correu para preencher o vazio. Nos últimos 15 anos a ditadura vinha sendo sustentada pela Venezuela chavista, com sua enorme riqueza de petróleo. 
Agora, no entanto, a Venezuela está à beira de um colapso econômico e político. E lá vamos nós, favorecendo o regime cubano com normalização, que traz benefícios adicionais. 
Além do mais, o governo está pronto para riscar Cuba da lista do Departamento de Estado que traz os patrocinadores do terrorismo. Se Cuba for retirada – quando for retirada – que seja porque os Castros não estão mais patrocinando o terror, e não porque Obama está se sujeitando. As relações muito próximas dos Castros com a Coréia do Norte não sugerem nenhuma mudança na arena global. 
O sequestro de Alan Gross em dezembro de 2009 acabou se tornando uma ótima iniciativa do regime cubano. Como qualquer outro sequestrador, os Castros usaram-no como moeda de troca, e conseguiram, com isso, provavelmente muito mais do que imaginaram: relações diplomáticas totais com os EUA. Obama, contudo, teria dado essas relações de qualquer jeito. A libertação de Gross serviu como pretexto. 
Fica uma preocupação: outros regimes tratantes aprenderão com essa experiência? Concluirão que se pegarem algum refém americano, conseguirão o que quiser de Washington? Certamente de Obama? 
O governo cubano não é legítimo e nunca foi. É uma ditadura de partido único com um gulag, um arquipélago de prisões no qual dissidentes e democratas são jogados. Esperamos que a nova política americana – a política de Obama – não beneficie a ditadura cubana e prejudique os democratas cubanos. Tememos que ontem tenha sido um ótimo dia para os Castros, mas um dia horrível para o  povo cubano, e também para a política externa americana.
Original aqui. Traduzido por Osmar Jr. e Dacia.
* Site dos “Brothers to the Rescue“, que já resgataram mais de quatro mil e duzentos cubanos que fugiam da ilha-prisão para os EUA
 
**Entrevista de Jorge Dominguez para a CNN, na qual afirma: “Então o impacto internacional nesses assuntos foi bem modesto. A tendência, contudo, é que o número de presos políticos em Cuba seja efetivamente zero”.
 
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21 de dezembro de 2014
in reaçablog

"NUNCA DISSEMOS SER UMA ORGANIZAÇÃO DE SANTOS".



Presidente do PT, Rui Falcão, diz que não se "pode punir um partido inteiro pelo erro de alguns. Nós nunca dissemos que éramos uma organização de santos, um convento, mas há um processo de criminalização do conjunto do PT. Tentam implicar Lula e Dilma no processo da Petrobras"; dirigente petista se diz preocupado com o patrimônio da estatal, diante da crise, a ressalta a integridade da presidente Graça Foster, mas pondera: "Agora há momentos em que você precisa dar respostas para a situação mais geral (...). É preciso deixar claro que, se alguma substituição tiver que ocorrer, será exclusivamente por razões de cunho administrativo"
 
21 de dezembro de 2014
in graça no país das maravilhas

MAÇONARIA APODRECIDA

Marido de Graça Foster já faturou R$ 614 milhões na Petrobras


Colin Vaughan Foster, com seu modelito Yves Saint Laurent que usa quando tenta ir às vias de fato com Graça. Ela se enrola na bandeira do PT, depois recitam mantras marxistas, cantam o hino da Internal Socialista e, ao olharem um no focinho do outro, desistem e vomitam. Aliás, esse é um traje maçônico. A maçonaria já foi bem melhor...
(Cláudio Humberto)
 
21 de dezembro de 2014

PLANO DE ATAQIE

“Enfrentaremos essa ameaça agora, com nosso Exército, Força Aérea, Marinha, Guarda Costeira e Fuzileiros Navais, para que não tenhamos que enfrentá-la depois, com exércitos de bombeiros, polícia e médicos nas ruas de nossas cidades” (George W. Bush)
 
Em 12 de setembro de 2002 o presidente George W. Bush, em discurso pronunciado na Organização das Nações Unidas, declarou que a ONU precisava resolver o problema de Saddam ou ele o faria. Foi o prenúncio da guerra ao Iraque, iniciada seis meses depois, em 19 de março de 2003, muito embora os preparativos para essa guerra tenham levado 16 meses, conforme nos dá conta o livro “Plano de Ataque”, do jornalista Bob Woodward, lançado no Brasil em 2004 pela editora Globo.
“O livro é uma narrativa magistral dos preparativos da equipe de Bush para a guerra contra o Iraque” (Financial Times, de Londres). São dele os trechos abaixo.
Dick Cheney, vice-presidente, que havia sido Secretário de Defesa durante a administração de George Bush pai, abrigava uma profunda sensação de um negócio inacabado quanto ao Iraque e, mesmo antes da posse, passou a mobilizar o então Secretário de Defesa de Clinton a uma “séria discussão sobre o Iraque e diferentes opções”. Cheney exercia grande influência sobre Bush, que o escolheu como companheiro de chapa com estas palavras: “Se os tempos forem bons vou precisar de seus conselhos, mas isso não será nada perto do que vou precisar se os tempos forem ruins”. Nesse sentido, com pleno conhecimento e o encorajamento do presidente, Cheney tornou-se o autonomeado analista dos piores cenários possíveis. 
 
Ele sentia que deveriam estar preparados para pensar o impensável.
Depois do ataque de 11 de setembro, ficou claro para Cheney que a ameaça do terrorismo havia mudado e se tornado enorme. Assim, duas coisas teriam que mudar. Primeiro, o padrão da prova teria de ser reduzido – a arma fumegante, prova irrefutável, não teria de ser exigida para que os EUA agissem para se defender. Segundo, não bastava apenas a defesa. Era preciso um ataque.
 
O padrinho intelectual e mais ferrenho defensor da derrubada de Saddam era Paul Wolfowitz, Secretário-Adjunto de Defesa, Donald Rumsfeld, Secretário de Defesa, como ativista linha-dura e desde o primeiro momento favorável à deposição de Saddam, e Collin Powell, do Departamento de Estado, um negociador moderado, refletiam as divisões e tensões no gabinete de Bush quanto ao assunto.
Bush, por sua vez, achava que Clinton havia sido avesso ao risco, usando mísseis de longo alcance para atacar Bin Laden, no Afeganistão em 1998, depois da Al-Qaeda ter bombardeado duas embaixadas norte-americanas na África Oriental, talvez ainda assombrado pela missão desastrosa na Somália, em 1993, quando 18 soldados norte-americanos foram mortos em um combate urbano.
 
Quatro meses após o 11 de setembro, em uma entrevista à imprensa, Rumsfeld disse: “O raciocínio-chave é que não se tem defesa contra o terrorismo. Você não pode se defender em todos os lugares e em todos os momentos contra todas as técnicas. Simplesmente não dá para fazer isso porque eles continuam a mudar as técnicas e os momentos. E você tem que aceitar que eles são assim, e isso significa que você precisa se antecipar a eles”. Rumsfeld já considerava um futuro em que os EUA estivessem prontos para atacar primeiro.
 
A missão numa guerra contra o Iraque era clara: mudar o regime, derrubar Saddam, eliminar as ameaças a ele associadas – as armas de destruição em massa, os laços terroristas, o perigo que ele representava para os vizinhos, especialmente para Israel -. E normalmente se levava dois e até três anos para se elaborar um plano de guerra. Bush teria perguntado a George Tenet, diretor da CIA desde o governo Clinton: “Poderíamos fazer isso (derrubar Saddam) por meios encobertos?”. Resposta de Tenet: “Não”. E deixou claro que para recrutar fontes no Iraque teriam de dizer que os EUA falavam sério e estavam chegando com seu Exército. Em suma: não havia modo de pegar Saddam, a menos que houvesse uma operação militar.
 
Tommy Franks, subordinado a Rumsfeld como chefe do Comando Central (CENTCOM), que abrangia o Oriente Médio, o Centro-Sul da Ásia e o extremo nordeste da África – conhecido como o chifre da África -, incorporando as conclusões da CIA sobre a impossibilidade prática de uma ação secreta para depor Saddam, disse que o Exército americano teria que ser envolvido caso quisessem tirar Saddam do poder e que as forças necessárias chegariam a 245 mil soldados. Tommy Franks foi o responsável pela formulação do Plano de Ataque.
 
Em dezembro de 2001, quando do pronunciamento do presidente no discurso Estado da União, perante uma sessão conjunta do Congresso e transmitido em cadeia nacional de televisão, cerca de 52 milhões de americanos viram e ouviram uma referência ao “eixo do mal” – referência de Bush ao Iraque, Irã e Coréia do Norte -: “Estados como esses e seus aliados terroristas, constituem um eixo do mal. Não esperarei pelos acontecimentos enquanto os perigos se acumulam”. A mídia logo se aferrou à expressão “eixo do mal”, um conceito novo, sujeito a interpretações.
 
Em 1 de junho de 2002, num discurso de formatura aos cadetes na Academia Militar de West Point, o presidente Bush foi claro: “A guerra ao terrorismo não será ganha na defensiva. Precisamos levar a batalha ao inimigo, destruir seus planos e confrontar as piores ameaças antes que elas surjam”.
 
Collin Powell, do Departamento de Estado, era de opinião de que mesmo se alguém achasse que a guerra era a única solução, não poderiam ir à guerra sem primeiro tentar uma ação diplomática. Esse era o primeiro passo, absolutamente necessário. Sem ele, ninguém ficaria com os EUA. Nem os aliados europeus e nem o Oriente Médio. Dick Cheney, contrário à via diplomática, que suscitaria um processo interminável de debates, compromissos, demoras, hesitações, coçar de cabeças, aconselhou o presidente a pronunciar um discurso na ONU: “Vá lá dizer a eles: não se trata de nós. Trata-se de vocês. Vocês não são importantes”. “As Nações Unidas corriam o risco de se tornar irrelevantes e uma piada”, completou. Todos os secretários concordaram em que o presidente falasse sobre o Iraque nas Nações Unidas. Em suma, Bush iria dizer à ONU que resolvessem o problema Saddam pois, do contrário, os EUA o fariam.
 
No pódio do plenário da Assembléia Geral, em 12 de setembro de 2002, Bush declarou: “Meu país trabalhará com o Conselho de Segurança das Nações Unidas para enfrentar nosso desafio comum (...) Nós trabalharemos com o Conselho de Segurança das Nações Unidas para as Resoluções necessárias”.
 
Bush acreditava que a ameaça militar era uma condição necessária para tornar a diplomacia possível e que diante da evidência clara do perigo “não podemos esperar pela prova final, a definitiva, que poderia vir na forma de uma nuvem com formato de cogumelo”. Os moderados gostaram porque o presidente estava buscando o apoio internacional e das Nações Unidas. Os de linha dura gostaram porque ele manifestava firmeza. Essa era a versão Rice (Condoleezza Rice, Secretária de Estado) de diplomacia coercitiva.
 
Entrementes, Cheney dava uma nova versão à definição da guerra ao terrorismo: “Agora estamos definindo um Estado terrorista como os Estados que poderiam dispor da capacidade de fornecer armas de destruição em massa, mesmo que não estejam engajados em atividades terroristas ou fornecendo esconderijo”.
 
Observe-se que as Estimativas Nacionais de Inteligência da CIA nunca declararam categoricamente acreditar que Saddam possuísse armas de destruição em massa. Além do que, uma Estimativa Nacional de Inteligência é apenas isso, uma Estimativa. Em certos casos as Estimativas parecem um boletim meteorológico: “existe a possibilidade de ...”, além dos verbos no futuro do pretérito. Ainda assim, em 6 de fevereiro de 2002, perante uma Comissão no Congresso, Tenet disse que “o Iraque continua a construir e ampliar uma infra-estrutura capaz de produzir armas de destruição em massa”, o que é muito diferente de possuir. 
 
A verdade é que a CIA julgava ter bons motivos para crer que Saddam possuía armas de destruição em massa, mas não tinha amostras disponíveis de antraz nem de armas químicas, caso outros exigissem uma prova mais direta. Mas todo o mundo sabia que Saddam utilizara armas de destruição em massa na guerra Irã-Iraque. Isso era uma prova de que ele as tinha.
 
Em 10 de outubro de 2002, a Câmara dos Representantes aprovou uma Resolução autorizando o presidente a usar as Forças Armadas norte-americanas no Iraque, “conforme ele julgar necessário e apropriado”. Essa votação foi por 296 a 133 votos, 46 a mais do que Bush pai obtivera em 1991. E no dia 11 de outubro, a votação no Senado em apoio à Resolução foi de 77 a 23.
 
O senador John Kerry, democrata de Massachusetts, que logo se candidataria a presidente posicionando-se contra a guerra, declarou, em um discurso no plenário do Senado, que votaria na Resolução para o uso da força para desarmar Saddam porque “um arsenal mortífero de armas de destruição em massa em suas mãos é uma ameaça, e uma ameaça séria, à nossa segurança”.
 
Após o discurso de Bush nas Nações Unidas em 11 de setembro, as negociações para a redação de uma Resolução foram tão tensas e rígidas que chegaram ao desacordo final ao uso de uma simples palavra. Powell e o Ministro das Relações Exteriores da França, Dominique de Villepin – um poeta diplomata que abrigava os mais fortes sentimentos contra a guerra – discutiram durante cinco dias.
 
A posição francesa era de que uma declaração falsa “e” um fracasso total em cooperar poderiam constituir uma infração material de Saddam. O “e” significava que Saddam teria que fracassar em duas provas. A redação de Powell dizia que uma declaração falsa “ou” um fracasso geral em cooperar poderiam constituir uma infração material. Uma “infração material” era a senha para a declaração de guerra.
Finalmente, no dia 8 de novembro de 2002, a Resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU entrou em votação pelos 15 representantes sentados ao redor da dramática mesa redonda. A resolução dizia que, caso Saddam continuasse a violar suas obrigações de desarmamento, enfrentaria “sérias conseqüências”, expressão de autoria de Collin Powell. Todas as quinze mãos se levantaram, aprovando. Afinal, Powell havia tornado a diplomacia relevante.
 
Em 14 de fevereiro de 2003, Hans Blix – advogado e diplomata sueco de 74 anos – chefe das equipes de inspeção de armas das Nações Unidas, fez uma apresentação perante o Conselho de Segurança da ONU que foi uma lista equilibrada de prós e contras. Um relatório insípido e vago: “Nenhuma arma ou substância proibida foram encontradas (...). Não posso saltar para a conclusão de que elas existam. Entretanto, essa possibilidade não pode ser excluída”.
Em 27 de fevereiro, Elie Wiesel, escritor, sobrevivente de Auschwitz e Prêmio Nobel da Paz, esteve no escritório de Rice e o presidente foi ao seu encontro. No livro de Michael Beschloss, “Conquerors”, Wiesel é mencionado dizendo que desejava que os Aliados tivessem bombardeado os campos de concentração nazistas mesmo que o ataque matasse os judeus, pois “já não tínhamos medo da morte – pelo menos, não dessa morte”. Bush disse a Wiesel: “Se não desarmarmos Saddam, ele usará uma arma de destruição em massa em Israel e eles farão o que acham que precisam fazer, e precisamos evitar isso”.
 
Entrementes, uma equipe da CIA, já em território iraquiano conseguia grandes progressos, graças a infiltrações no exército de Saddam, pagas a peso de ouro, obtendo informações decisivas, como a obtenção dos nomes de agentes da Inteligência iraquiana que, em meia dúzia de países eram membros de equipes de “dois a quatro homens” que haviam recebido ordens para promover ataques terroristas contra bases norte-americanas nesses países quando a guerra começasse.
 
Os nomes e detalhes eram específicos. A CIA localizou os agentes e deu fim às equipes. Outra ação velada da CIA foi conseguir que alguns países congelassem contas bancárias iraquianas no exterior. A Inteligência iraquiana freqüentemente pagava recrutas não com dinheiro, mas oferecendo um contrato para o Programa Petróleo por Alimentos, da ONU. Os recrutas poderiam ganhar um milhão de dólares com tais contratos, e tentativas foram feitas para que o dinheiro fosse congelado no Líbano, na Jordânia e na Suíça.
 
Dia 16 de março de 2003, um domingo, na Base Aérea do Campo de Lajes, ilha portuguesa de Lajes, o presidente Bush acompanhado pelo Primeiro Ministro de Portugal, José Manuel Durão Barroso, Tony Blair e José Maria Aznar, em uma entrevista coletiva, declarou: “Concluímos que amanhã é um momento de verdade para o mundo. O regime iraquiano se desarmará ou o regime iraquiano será desarmado pela força”.
No dia seguinte, 17 de março, Bush chamou o porta-voz Ari Fleischer e disse: “Vá lá fora às 09:45 e diga que não haverá votação para uma segunda Resolução nas Nações Unidas, pois nós retiramos a Resolução”. Assim, às 09:45 Fleischer apareceu na sala de imprensa e disse: “As Nações Unidas não conseguiram o cumprimento de suas próprias exigências no sentido de que o Iraque se desarmasse imediatamente. Dessa maneira, a janela diplomática foi agora fechada. O presidente fará um pronunciamento hoje à Nação, às oito da noite. Ele dirá que, para evitar o conflito militar, Saddam Hussein deve sair do país”.
 
Nesse mesmo dia, por volta das 18 horas, em reunião convocada por Bush com as lideranças no Congresso, disse: “A parte mais difícil é tomar a decisão de que pode ser necessário empregar a força”. Isso ocorrera seis meses antes, quando ele foi às Nações Unidas, no dia 12 de setembro de 2002, declarando que a ONU precisava resolver o problema de Saddam ou ele o faria.
 
Em 19 de março, em uma conexão de vídeo segura, Bush trouxe ao monitor o general Tomy Franks – em sua base no Katar – e nove integrantes de seu alto comando. Provavelmente era a primeira vez que um presidente falaria diretamente com todos os seus comandantes de campo à espera de uma guerra. Todos os comandantes, perguntados por Bush, se disseram prontos.
 
Em um pequeno discurso, o presidente disse: “Pela paz do mundo e pelo benefício e liberdade do povo iraquiano, por este meio dou a ordem para executar a Operação Liberdade Iraquiana. Que Deus abençoe as tropas”. Eram 17 horas no Iraque. Ele ergueu a mão em uma saudação aos seus comandantes, levantou-se abruptamente e virou-se antes que os demais pudessem acompanhá-lo. Lágrimas lhe escorriam dos olhos.
 
Bob Woodward, entrevistando o presidente Bush em busca de dados para o livro que escreveu, perguntou-lhe: “O senhor perguntou a seu pai: “Pai, como eu faço isso direito? Em que devo pensar?”
 
Resposta: “Não acho que tenha perguntado. Ele é o pai errado para recorrer em termos de força. Há um Pai superior ao qual eu recorro”.

21 de dezembro de 2014
Carlos I.S. Azambuja é historiador

ALERTA TOTAL DEZ

Moro - Brasileiro do Ano
Sérgio Fernando Moro: Dono de estilo reservado e hábitos simples, o juiz da vara federal de Curitiba entrou para a história do País ao levar executivos de empreiteiras para a cadeia e se mostrar implacável no combate à corrupção na política


Sempre que alguém o compara com Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Sérgio Moro desconversa. Ou melhor, silencia. O juiz da 13ª vara federal criminal de Curitiba, que ganhou notoriedade à frente das investigações da Operação Lava-Jato, não gosta desse tipo de comparação nem de especulações sobre o seu futuro. 
Há alguns anos, rejeitou sondagens para se tornar desembargador, o que para muitos é degrau natural para galgar a última instância do Judiciário. Moro afastou-se da oferta por desconfiar de tentativa de cooptação por parte de um figurão da política nacional que temia virar réu num inquérito que chegou à sua mesa. Não fosse isso, ele daria outro jeito de recusar a oferta por acreditar que ainda há muito o que fazer na primeira instância. 
Eleito por ISTOÉ o “Brasileiro do Ano”, Moro não mostra sedução pelo poder da toga. De hábitos simples, ele faz parte de uma rara safra de juízes que encararam a magistratura como profissão de fé.
Não dá entrevista, nem posa para fotos. Dispensa privilégios. Vai para o trabalho todos os dias a bordo de um velho Fiat Idea 2005, prata, bastante sujo e repleto de livros jurídicos empilhados no banco de trás. Antes, chegou a ir de bicicleta.“Quando eu chego aos lugares, ninguém imagina que é o Sérgio Moro”, conta, sorrindo. Apesar de ter se tornado o inimigo número 1 de poderosos, prefere andar sem guarda-costas. Quem sempre reclama é a esposa, a advogada Rosângela Wolff de Quadros Moro, procuradora jurídica da Federação Nacional das Apaes, instituição dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência. A “sra. Moro” teme pela segurança do marido, e dela mesma, afinal o magistrado se mostrou implacável com a corrupção ao encurralar integrantes do governo do PT e levar, numa ação inédita, executivos das maiores empreiteiras do País à cadeia.
Nascido em Ponta Grossa há 42 anos, Moro é filho de Odete Starke Moro com Dalton Áureo Moro, professor de geografia da Universidade de Estadual de Maringá – morto em 2005. Antes de ingressar na magistratura, seguiu os passos do pai. Integrou o mesmo Departamento de Geografia da UEM e também deu aula nos colégios Papa João XIII e Dr. Gastão Vidigal. Obteve os títulos de mestre e doutor em direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná. Seu orientador foi Marçal Justen Filho, um dos mais conceituados especialistas em licitações e contratos. Cursou o Program of Instruction for Lawyers na prestigiada Harvard Law School e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro no International Visitors Program, promovido pelo Departamento de Estado americano. Moro criou varas especializadas em crimes financeiros na Justiça Federal e traz no currículo outras operações de peso. Presidiu o inquérito da operação Farol da Colina, que desmontou uma rede de 60 doleiros, entre eles Alberto Youssef. A investigação fora um desdobramento do caso Banestado, que apurou a evasão de US$ 30 bilhões de políticos por meio das chamadas contas CC5.
Ciente de que os mecanismos de lavagem de dinheiro evoluem e se tornam cada vez mais complexos, Moro não para de estudar. É um aficionado pela histórica “Operação Mãos Limpas”. Quando a compara com a Lava Jato, não tem dúvidas: “É apenas o começo”. O caso que marcou para sempre a política italiana foi deflagrado por um acordo de delação, mecanismo inaugurado anos antes nos processos contra a máfia. Após dois anos de investigações, a Justiça italiana havia expedido 2.993 mandados de prisão contra empresários e centenas de parlamentares, dentre os quais quatro ex-premiês. Num artigo sobre o caso italiano em 2004, Moro exalta os chamados “pretori d’assalto”, ou “juízes de ataque”, geração de magistrados dos anos 1970 na Itália que ganharam espécie e legitimidade ao usar a lei para “reduzir a injustiça social”, tomar “posturas antigovernamentais” e muitas vezes agir “em substituição a um poder político impotente”.
O juiz se identifica com essa geração e vê no Brasil de hoje um cenário semelhante e propício ao combate à corrupção.
 
Claudio Dantas Sequeira é Jornalista. Originalmente Publicado na revista IstoÉ que circula desde sexta, 19 de dezembro.

Toda a razão tem o articulador Hélio Duque quando aborda a vulnerabilidade da urna eletrônica da qual muito gostaria que a ele fossem encaminhadas estas minhas pequenas considerações. 
Estive no Japão, país de ponta na vanguarda da tecnologia eletrônica, e lá não se adota a urna eletrônica para o exercício do mais suprime direito da democracia: "o voto", exatamente por serem passíveis de fraudes e de impossível descoberta.

Outro fato "estarrecedor",  termo muito utilizado pela presidente Dilma nos debates eleitorais, é o fato do voto na  urna eletrônica, quando conjugado com a biometria, 
 ser inconstitucional, porque deixa de ser secreto.

Diz o artigo 14 da Constituição Federal:
"Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e
 pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei" 
Ora, se a urna somente abre para votação quando o eleitor opõe sua impressão digital, a urna tem a hora, o minuto e o segundo em que o leitor identificado a abriu para votar, sabendo-se quanto tempo ele levou para votar entre a abertura (oposição da impressão digital) e o fechamento da  votação (teclando CONFIRMA). Assim com a identificação do eleitor e o momento exato de sua votação está identificado para quem ele votou.

Note-se bem, o momento exato da votação é facilmente identificado por mais outra razão: é que a urna eletrônica somente abrirá para o próximo eleitor se a votação tiver sido fechada pela tecla CONFIRMA.
 

Pois bem, quando se sabe a identificação do eleitor e o momento exato em que votou, não precisa ser perito em informática para saber que desta urna eletrônica é possível identificar eleitor, momento da votação e o seu voto e assim perder a característica constitucional de ser secreto.
Da mesma forma que não se pode fazer "SELFIE" na hora do voto por ele ser secreto, não se pode utilizar a urna eletrônica porque ela pode revelar para quem o eleitor votou.
Com a palavra Hélio Duque.
 
Antonio Carlos dos Santos é Advogado - OAB-PR 10.314.
 
Nota da redação: O texto é um contraponto ao artigo de Hélio Duque publicado na edição deste sábado do Alerta Total:  OLegislador e as Urnas Eletrônicas
 
Estupros
Além do quase literal, protagonizado por dois representantes do povo, estamos assistindo a uma sequência macabra de estupros violentos acometendo a sociedade brasileira. 

Eles se manifestam através das mais diversas formas: 

1) atos inacreditáveis de corrupção, envolvendo montantes financeiros de fazer inveja às mais nababescas fortunas, com desdobramentos que atingem funcionários, empresários e políticos , estes, como sempre, negando tudo; 

2) submissão abjeta do Parlamento, em troca de propina, sob forma de emendas, visando a livrar o governo do não cumprimento de lei de responsabilidade fiscal, invalidando a que vigorava e criando outra, capaz de se adaptar aos irresponsáveis gastos -"o diabo"- efetuados para garantir a reeleição; 

3) aparelhamento solerte de estatais, da justiça e de representações de classe, domesticando-as; 

4) economia com aguda anemia após gradual envenenamento ao longo do último mandato, aguardando providências que a tirem da paralisia; 

5) infraestrutura enfartada, embora tenham sido canalizados vultosos recursos para financiar a construção de portos em outras terras; 

6) criação de comissão hipócrita, formada para difamar agentes do estado, muitos  falecidos, esquecendo-se dos terroristas criminosos que atuaram no mesmo período, alguns hoje em postos de poder no governo;

7) saúde, educação e segurança pública com sérios hematomas advindos das agressões. 

Estes , entre outros, além dos confinados ao âmbito das inúmeras caixas pretas insondáveis que pululam em toda a parte, são alguns dos atos agressivos e estupradores que estão a minar o tecido básico da sociedade. 

Até quando ele suportará?
 

Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

 
Por que as instituições nada fazem contra a matriz de corrupção instalada no coração do poder? Mistério. Por que Bolsonaro suscita maior comoção e interesse entre os formadores de opinião do que as denúncias da geóloga Venina Velosa da Fonseca? Mistério. Por que o relatório de uma Comissão Nacional da Verdade que sepulta verdades e ressuscita mentiras ganha espaço como se credibilidade tivesse, malgrado afronte a própria lei que a criou? Mistério. Por que, para tantas pessoas, o mal está na mera existência da revista Veja e não nos crimes que ela denuncia? Mistério. Por que é tão solenemente ignorada a existência do Foro de São Paulo, como bem sinaliza Olavo de Carvalho? Mistério.

Por que não causou estranheza em parte alguma que a pessoa escolhida para ocupar a função de tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, seja, justamente, o ex-dirigente de uma cooperativa habitacional que lesou centenas de associados? Não está ele sendo processado por estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica? Comanda as finanças do PT e só a Veja acha estranho? Mistério. Por que o partido que governa a República perdeu todo interesse em desvendar os enigmas em torno da morte de Celso Daniel? Mistério, mistério, mistério. Para onde quer que se olhe, lá está a densa bruma de onde quase se espera o surgimento de dragões, unicórnios e manticoras.

Pois eis que, de repente, fica-se sabendo que a presidente da República foi a Quito participar de uma reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e que nessa reunião foram tomadas diversas decisões envolvendo supostos interesses comuns aos países do bloco. E com que parcerias! Pois bem, as relações internacionais do Brasil, de uns tempos para cá, seguem estratégias incomuns e nos têm custado muito caro.

Não seria preciso mais do que isso para despertar o interesse da mídia nacional. Mas não despertou. Por quê? Mistério. E não me consta que alguém tenha gasto meia hora, seja na mídia, seja no Congresso Nacional, para investigar o que significará, na vida prática, algo tão enigmático (mormente entre nações sob tais governos) quanto a Unidade Técnica de Coordenação Eleitoral que passará a funcionar na Unasul. Por quê? Mistério.

Tampouco suscitou interesse a decisão de criar uma Escola Sul-Americana de Defesa, que até sigla já tem: Esude. E para que servirá a Esude? Para constituir "un centro de altos estudios del Consejo de Defensa Suramericano de articulación de las iniciativas nacionales de los Estados Miembros, formación y capacitación de civiles y militares en materia de defensa y seguridad regional del nivel político-estratégico". Será que só eu fiquei preocupado com isso? Será que só eu fui buscar informações e me deparei com este vídeo?

Terei sido o único a descobrir que, conforme ali se explica, a tal Esude tem por objetivo formar civis e militares afastados das "lições caducas com que se formavam nossos militares", as quais seriam "quase cópias dos manuais gringos, norte-americanos"? O que dizem sobre tudo isso nossos comandantes militares? Mistério.

Definitivamente, de duas uma: ou estou ficando incapaz de compreender o Brasil, suas instituições e seu povo, ou o Brasil está se tornando outra coisa qualquer.
 

Percival Puggina (69), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor
 
Uma inútil lamúria

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Valmir Fonseca

Exceto alguns contundentes protestos, e até um processo judicial, lemos muitas lamúrias de militares da reserva e de alguns civis sobre o relatório da Comissão da Verdade.

Um General de Exército e da Ativa divulgou sua nota defendendo o seu falecido pai, listado com os demais (377), como um dos algozes dos comunistas nacionais.

As injustiças e as acusações do rancoroso relatório, certamente já deveriam estar enfiadas em nossos crânios muito antes de seu término.

Portanto, com surpresa, verificamos tantas queixas apontando incoerências e incorreções da Comissão, e ficaríamos boquiabertos se na sua apoteose, a famigerada agisse com mínimo de equilíbrio.

Infelizmente, dizem que somos pessimistas, ao que rebatemos, “somos realistas”.

Lamentavelmente, a Comissão que deveria ser alertada pelos comandantes militares sobre o que poderia acontecer, caso, não atuasse com dignidade, nunca o foi.

Sem freios, a Comissão chutou a paciência dos militares dignos e ofendeu personalidades como Presidentes e Ministros, os quais além do alto cargo no executivo foram ícones para os militares.

A Comissão usou e abusou, ofendeu, acusou e perjurou, não apenas militares de altíssimo escopo, mas as próprias Instituições Militares, inclusive a Força Aérea Brasileira, na pessoa de seu ínclito Patrono, o Brigadeiro Eduardo Gomes. 

Alguém esperava algo diferente?

Infelizmente, apesar da magnitude do revanchismo, ao qual cabia uma resposta ou interferência nos anos da nefasta e orientada pesquisa da Comissão, nenhum chefe militar reagiu e o desgoverno só prestigiou o revanchismo.

Quando estudamos nas Escolares Militares a figura do líder ou do chefe militar, lembramos de Gastón Courtois e cultuamos os ícones da nossa Identidade, desde Caxias, Osório, Sampaio e tantos outros, cuja vida é narrada em inúmeros livros, com passagens da maior grandeza, quando em decisão corajosa os lídimos chefes deram um basta no que maculava a sua Instituição Militar e a própria Pátria.

Aqueles baluartes são respeitados como um exemplo. Para o desconhecido universo da caserna de hoje, não?

Quantas epopeias de sua estória são lembradas com admiração? Mesmo quando eles provocaram prejuízos para si, mas nunca em sua dignidade?

Ah! Velhos tempos, quando os Valores e as Virtudes Militares faziam parte de nós.

Hoje, parece que os princípios mudaram, e esperamos que em breve não seja institucionalizada outra Comissão.  Bastou a das polpudas indenizações, e pela atual cúpula das Forças Armadas, o silêncio da submissão deverá perdurar.

Até quando? Não sabemos.

Alguns afirmam que pior do que está não poderá ficar; discordamos, a Pátria afunda econômica e moralmente, nomes de ruas de militares são substituídos por “heróis” comunistas, o mesmo ocorre com as estátuas que são derrubadas por decisão de velhacos criminosos.

Temos acompanhado o dia a dia da Nação, mais greves, mais assaltos, mais assassinatos, mais corrupções, mais drogas, mais mordomias e altos salários para os camaleônicos parlamentares.

A Nação está no fundo do poço, e nada visualizamos que poderá modificar este terrível cenário.

Por vezes, miramos a decadente Argentina, e muitos dizem que seremos aquele País amanhã, entretanto, lá vai firme a sua “presidanta”, como a nossa, e lá como aqui, nada é feito para mandar as duas para o quinto dos infernos.

Com pesar, concluímos que esta M... não tem solução. Não vemos nenhum segmento, classe, grupo, ou indivíduo que possa modificar o nefando rumo que seguimos.

Outros, desiludidos como nós, esperavam que as Forças Armadas pudessem atuar, pelo menos como um poder moderador, mas a nossa realidade é de total descrença, o comunismo - sócio - lulo - petista - sindicalista, pelas beiradas e por vezes com as fuças no meio do pote, segue lépido e sem oposição.

É triste, mas é a pura e desagradável verdade.

A Pátria não merece, mas o nosso povinho, sim.
 

Valmir Fonseca Azevedo Pereira é General de Brigada reformado.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Chagas

Fomos nós, do Exército Brasileiro, que lutamos nos Guararapes contra o invasor holandês, justificados e motivados pelo sentimento de pátria que o amálgama de raças e o amor à terra fazia surgir.

Fomos nós que asseguramos a Independência, que lutamos na Cisplatina e que defendemos a honra, os interesses, a soberania e o patrimônio da Pátria nas guerras e conflitos internos que abalaram, ameaçaram e fixaram nossas fronteiras e asseguraram a unidade nacional.

Fomos nós que, aliados a antigos adversários, fizemos malograr as intenções expansionistas de Solano Lopes.

Somos nós, do Exército Brasileiro, que temos na consciência o peso da participação na derrubada do Império e que conhecemos a responsabilidade que nos cabe na instauração desta República que, até os dias de hoje, envergonha a história política do Brasil.


 Fomos nós que lutamos em Canudos, no Contestado e na 1ª Grande Guerra Mundial. Fomos nós que, ao morrermos movidos pelos ideais "tenentistas", escrevemos a epopéia dos "18 do Forte"

Fomos nós, do Exército Brasileiro, que ajudamos a colocar Getúlio no poder e não o impedimos de implantar o Estado Novo.

 Somos os mesmos que, em 35, sofremos na carne a traição e a agressão assassina de comunistas fardados, falsos camaradas, idiotizados pelo internacionalismo vermelho.
 Fomos nós que lutamos na Itália e que trouxemos de lá lauréis de bravura e de abnegação que refletem nosso exacerbado amor à  liberdade e à justiça.

Somos os mesmos, os do Exército Brasileiro, que, em MARÇO DE 1964, assumimos a liderança do clamor popular que repudiava a ameaça comunista que, mais uma vez, nos rondava às escâncaras e à sorrelfa, pregando mentiras e preparando o golpe de morte aos valores pelos quais sangráramos em guerras e revoluções.

 Fomos nós, do Exército Brasileiro, que lutamos nas matas do Araguaia contra uma guerrilha de lunáticos, preparados por fanáticos da utopia comunista e liderados por falsos profetas que pregavam o ódio e exploravam desigualdades e injustiças que nunca pretenderam ou seriam capazes de corrigir.

Somos os mesmos que,  atônitos, vimos surgir nos grandes centros a ação deletéria, covarde e assassina de terroristas treinados longe da Pátria que, misturados às próprias vítimas, as usavam como escudo e camuflagem. Aprendemos, não sem perdas e sem o sacrifício de pessoas inocentes, a conhecê-los,  a combatê-los e a vencê-los!

Fomos nós que, com o espírito aberto e pacificador de Caxias, assistimos ao retorno dos banidos, dos fugitivos da justiça e dos exilados e que, inocentemente, alimentamos a crença de que, anistiados, voltavam ao convívio e ao aconchego da Pátria para ajudar na construção do Brasil livre, desenvolvido e democrático que o desejo da maioria impunha construir.
Fomos nós, do Exército Brasileiro, que, como Soldados da Paz, arriscamos nossas vidas na África, no Timor Leste e na Bósnia. Fomos nós que, ao levarmos a paz e a solidariedade ao sofrido povo do Haiti, morremos com ele, soterrados no cumprimento do dever.

Fomos nós, do Exército Brasileiro, que conduzimos e executamos as operações que resultaram na retomada de áreas ocupadas por facínoras e traficantes no complexo de favelas do Alemão, devolvendo e assegurando àquelas comunidades os direitos de cidadãos que a covardia, a omissão, os interesses e a conivência de políticos, governantes e até de policiais lhes haviam tirado.

Este rápido, superficial e incompleto passeio pela história de nossos feitos, faz ver que nós, do Exército Brasileiro, desde Guararapes até o "Alemão" e a “Maré”, carregamos e continuaremos a carregar a herança desses fatos que não pertencem ao passado ou aos que lá estiveram naqueles momentos, mas a nós todos, soldados de ontem, de hoje e do amanhã, porque é herança de honra e de glória!

O que está feito não pode ser mudado e pertence a todos nós. Não há ordem, relatório ou desconforto, de quem quer que seja, que nos possa fazer esquecer ou ser menos orgulhosos dos feitos e fatos que compõem a nossa história, sob pena de termos que abdicar do orgulho de sermos nós, os do Exército Brasileiro!

Que viva a história! Que viva o inesquecível 31 de março de 1964!

Relatório da Calúnia


Caros Amigos: Mais uma vez assisti a encenação das lágrimas da terrorista que nos governa.

Será que derramou alguma delas pelos inocentes que morreram vitimados pelos atos criminosos dos que com ela ombreavam e que, propositadamente, deixaram de ser lembrados no relatório que lhe trouxe tanta saudade e emoção?

Reporto-me a seu passado de ativista, idealizadora e partícipe de atos de guerrilha urbana, do qual tem tanto orgulho, e fico a imaginá-la aos gritos de exultação a cada sucesso de seus atentados.

Mais uma vez a vi mentir ao dizer que lutou pela democracia.

Quanta hipocrisia!

Há muito venho falando e escrevendo sobre a comissão nacional da verdade, ou da “calúnia”, como lhe ficaria mais justa a denominação.

Todas as vezes em que me referi ao relatório que estava a produzir o fiz com a convicção de que se tratava de algo inútil e falso, porquanto, desde sua criação, a comissão pautou seu trabalho pela linha da ilegalidade e do sectarismo.

Hoje, recebi da própria CNV a comprovação do que disse e escrevi.

Trata-se, de fato, de um agrupamento de pessoas selecionadas entre as mais comprometidas com os interesses ideológicos da facção criminosa que ocupa o poder da república. Esta, por sua vez, comprometida com a desonestidade, com a corrupção, com o desvio de recursos públicos e, dentre tantas outras adjetivações da canalhice, visceralmente amancebada com a mentira e radicalmente avessa à democracia!

Mesmo sem ler o extenso e inócuo relatório, encontro a prova da sua falsidade na lista de autoridades militares ditas como envolvidas em graves violações dos direitos humanos, porque nela consta, entre outros cujo passado ilibado conheço, o nome do meu pai, Gen Div Floriano Aguilar Chagas, já falecido.

A calúnia, o desrespeito e a covardia embutidos neste fato merecem e terão muito mais do que o meu veemente repúdio.

As pessoas que conheceram meu pai e que sabem e compartilham da admiração que meus irmãos, eu e nossas famílias dedicamos a ele, à sua memória e à sua obra - como cidadão, soldado, pai e amigo - podem avaliar o tamanho da revolta que se apossa de nós todos.

Nós e os amigos do meu pai não permitiremos que suas cinzas sejam usadas impunemente na tentativa de desviar a atenção da sociedade para o lado oposto da realidade e da verdade.

Nada mais oportuno para o governo corrupto da terrorista Dilma Rousseff do que a cortina de fumaça que inutilmente quer produzir para comover a sociedade e tentar encobrir os crimes que tem cometido contra o patrimônio nacional, protagonizando os momentos mais obscuros e vergonhosos jamais vividos pela Nação.

Meu pai foi, em março de 1964, contra-revolucionário de primeiro momento. Tenho muito orgulho de conhecer o desassombro com que, de imediato, ele e seus camaradas do Comando da 2ª Divisão de Cavalaria aderiram ao movimento salvacionista. Tenho muito orgulho do seu desempenho como Adido Militar junto à Embaixada do Brasil em Buenos Aires, onde conquistou admiradores para toda a vida, dizendo, com sinceridade e convicção, que em sua carreira andarilha de Soldado de Cavalaria acostumara-se a percorrer fronteiras e a cruzá-las para encontrar os amigos, irmãos sul americanos.

De que forma teria ele, como querem fazer crer os comissários, “atentado contra os direitos humanos” enquanto praticava com maestria e elegância a diplomacia militar?

Meu pai foi um homem de sucesso porque, sendo justo e rigoroso com todos e intransigente consigo mesmo, não fez inimigos nem teve desafetos, só amigos fieis e admiradores sinceros.

Um velho poema hebraico, cuja essência é a essência do caráter do soldado, diz:“Três verdades há no mundo; a verdade e a verdade e o fulgor da verdade.”

Eles responderão pela calúnia!
 

Paulo Chagas, General de Divisão na reserva, é Presidente do Ternuma.

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Newton Álvares Breide

No final da década de 70, este jovem tenente cursava a Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro. Ao retornar para casa, sempre encontrava na esquina da Belfort Roxo com Nossa Senhora de Copacabana, um mendigo de boa aparência, cerca de quarenta anos, mas com uma chaga na perna de dar dó. A ferida aberta ia do joelho quase até ao tornozelo. Ele, sentado na calçada, na passagem das pessoas, recebia esmolas de quase todos os transeuntes.

O desconforto que me causou a situação daquele coitado não me parecia possível resolver com apenas alguns trocados. Minha consciência pedia mais!

Na farmácia mais próxima comprei esparadrapo, gaze, água oxigenada, pomada secante, sulfa e coisas do gênero. Com a simplicidade de quem acha que está ajudando, agachei-me e entreguei a ele a sacola com os medicamentos. Sua reação ficou gravada na minha memória para sempre.

O tom de voz só era suplantado pelo olhar odioso que me destinou quando deixou fluir sua raiva ao dizer mais ou menos o seguinte: "Qual é a sua, cara? Quer acabar com o meu ganha-pão? Some daqui com essa porcaria!"

A ficha caiu. O falso mendigo queria manter a ferida aberta para sempre. Não lhe interessava ética, verdade, trabalho digno ou qualquer outro sentimento nobre. O vil metal, abocanhado com facilidade, fazia com que enganasse as pessoas com sua pretensa condição de desassistido e injustiçado pela sociedade. Ao longo daquele ano, quando passava pelo seu ponto privilegiado, ele sorria com sarcasmo e deboche.

O comportamento da Comissão Nacional da Verdade (CNV) é similar ao do falso pedinte. Não interessa a seus integrantes e àqueles que a criaram a pacificação que a Lei da Anistia propõe. A chaga tem de continuar aberta e sangrando para render polpudas indenizações a uns e menosprezo a outros!

Acusações sem provas, ilações infundadas, dúvidas risíveis e condenações sem direito ao contraditório e à ampla defesa maculam qualquer resquício de verdade que possam ter obtido.

Os crimes abjetos e violentos do terrorismo e da guerrilha – causa – foram esquecidos pela CNV. Só são lembradas as inconformidades da lídima repressão do Estado – consequência. Entretanto, sempre é bom lembrar que só ao Estado é dado o direito de emprego da força na sua autodefesa, quer seja a ameaça externa ou interna.

Em respeito à inteligência dos leitores, nem vou tratar do escopo ideológico da luta armada imposta ao Brasil pela esquerda radical. Até a velhinha de Santo André, que jura não ter o PT qualquer envolvimento na morte do Celso Daniel e no aparecimento de mais sete cadáveres, não engole o subterfúgio ardiloso de que as organizações terroristas lutavam pela democracia.

A sanha ideológica espúria que pautou a criação da malsinada CNV, estribada no revanchismo, produziu, tão somente, a versão fantasmagórica daqueles que pretendem mudar a história, transformando guerrilheiros, terroristas e outros criminosos em paladinos do bem.

A acusação pusilânime contra os generais presidentes é prova cabal da leviandade, parcialidade e má fé que de forma perene estão amalgamadas no seu relatório final.

O contundente absurdo, entre outros, vem com a proposta de um pedido de desculpas das Forças Armadas. Desculpas por ter evitado a "cubanização" do Brasil? Ou por impedir a nossa transformação em uma "maravilha bolivariana" onde a população não tem, sequer, acesso aos artigos de primeira necessidade?

Felizmente, essa ridícula proposta será atendida quando o sargento Garcia prender o Zorro ou os Comandantes das Forças Singulares se tornarem covardes. A probabilidade é a mesma!
 

Newton Álvares Breide é General de Divisão na reserva.
 
 
 21 de dezembro de 2014
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.