"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

RECLUSO, GABRIELLI DEIXA CARGO NA BAHIA E FOGE DA IMPRENSA



Considerado responsável por um dos maiores prejuízos da Petrobras e alvo de ação do Ministério Público por improbidade administrativa, o ex-presidente da companhia José Sergio Gabrielli encerra sua atuação como secretário de Planejamento da Bahia em silêncio.

O homem que comandou a estatal por mais de seis anos e que era o mais cotado para ser o candidato do PT ao governo da Bahia está recluso desde abril, quando surgiram as primeiras denúncias de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena (EUA).

Ele tem evitado eventos públicos: foi um dos poucos secretários da gestão Jaques Wagner (PT) a não participarem da diplomação do governador eleito,o também petista Rui Costa.

Há aproximadamente dois meses, reuniu seus principais auxiliares e anunciou que não iria integrar o novo governo – até agora, Rui Costa manteve seis dos atuais secretários estaduais.


"ELE NÃO QUER"
A confirmação da saída do ex-presidente da Petrobras do secretariado da Bahia veio a público de forma oficial nesta semana, em declaração do próprio governador eleito. "Ele não quer. É o momento de cuidar dos projetos da vida dele", afirmou Rui Costa, reiterando ter "absoluta confiança" no aliado.

Em privado, aliados do governador eleito dizem que a permanência de Gabrielli na equipe poderia "contaminar" o novo governo com uma agenda negativa.

Segundo aliados, os planos do ex-presidente da Petrobras para 2015 são modestos: vai tirar dois meses para descansar e debruçar-se com advogados sobre a sua defesa.

Também pretende pedir aposentadoria da UFBA (Universidade Federal da Bahia), onde era professor de macroeconomia antes de ir para a Petrobras.

É dado como certo que ele permanecerá conselheiro da petrolífera portuguesa Galp e da Itaúsa, conglomerado acionista do banco Itaú. Pela participação nos dois conselhos, Gabrielli recebe R$ 960 mil por ano em jetons.


PONTE DE R$ 7 BILHÕES
Além de deixar o cargo envolvido em denúncias, José Sergio Gabrielli não deve ver sair do papel seu principal projeto nos três anos em que esteve na secretaria de Planejamento: uma ponte de 12,2 km entre Salvador e a ilha de Itaparica, cruzando a baía de Todos os Santos.

Orçada em R$ 7 bilhões, a ponte seria a segunda maior do Brasil, atrás apenas da Rio-Niterói.

O governador eleito admite que a crise provocada nas empreiteiras pela operação Lava Jato pode prejudicar o cronograma da obra.

O projeto da ponte foi desenvolvido, por meio de um PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), pelas construtoras Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa –as duas últimas citadas nas investigações da Lava Jato.

Segundo Costa, uma apresentação do projeto foi enviada à presidente Dilma Rousseff. A viabilidade da obra dependerá da aplicação de recursos federais e privados.

A expectativa de Gabrielli era licitar a obra no final deste ano, o que acabou não ocorrendo.

Dirigentes da Secretaria de Planejamento admitem que "não há clima" para tocar um projeto deste porte no momento. Gabrielli foi procurado pela reportagem, mas sua assessoria informou que ele não daria entrevistas.


29 de dezembro de 2014

Deu na Folha

NEW YORK TIMES EXORTA DILMA A APOIAR DISSIDENTES CUBANOS

          


Em editorial publicado neste domingo (28), o jornal americano The New York Times exorta a presidente Dilma Rousseff a defender os valores democráticos em Cuba e demonstrar apoio aos dissidentes na ilha.

No artigo intitulado “Mudança de dinâmica para os dissidentes cubanos”, o jornal americano, um dos maiores defensores do restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, afirma que o movimento de oposição cubana precisa de todo apoio internacional neste momento.

“Será que o movimento de oposição em Cuba será fortalecido com a aproximação do país com os EUA ou vai sofrer mais repressão? Isso depende em grande parte do apoio da comunidade internacional. À medida que Cuba se torna mais acessível para os americanos, o governo em Havana, sentindo-se vulnerável frente ao aumento de investimentos, de viagens e menos restrições sobre o fluxo de informação, pode até intensificar seus esforços para calar os dissidentes.”

MIMANDO A DITADURA

Segundo o diário americano, os governos latino-americanos vêm mimando a ditadura castrista há décadas, porque confrontá-la significaria apoiar a política radical de Washington contra a ilha. Agora que o presidente Barack Obama mudou essa política, os países democráticos deveriam apoiar as reivindicações dos ativistas cubanos.

“Apesar de sua tradicional relutância em se envolver nos problemas internos de outros países, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, deveriam defender de forma inequívoca os valores democráticos abraçados pela maior parte dos países das Américas”, diz o NYT.

“A sra. Rousseff teria ainda mais peso ao fazer isso, por ser uma ex-prisioneira política, esquerdista e líder de um dos principais parceiros comerciais de Cuba”.

O jornal defende que os dissidentes sejam autorizados a participar da Cúpula das Américas, que vai se realizar no Panamá, em abril. “Se os dissidentes participarem, a sra. Rousseff pode muito bem estar falando com os futuros líderes de uma Cuba democrática.”

###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO editorialista do NYT deve ter bebido demais no Natal e ainda está meio fora do prumo. Pedir que Dilma Rousseff apoie os dissidentes cubanos é uma espécie de Piada de Fim de Ano. Dilma jamais os apoiará e vai perder o bonde da História. Quando Cuba enfim se tornar democrática, vai cair no colo dos EUA e virar as costas ao Brasil, que nos últimos anos se transformou no maior aliado do regime dos irmãos Castro, superando até a Venezuela chavista. (C.N.)

LULA SE ALIA AOS MOVIMENTOS SOCIAIS PARA PRESSIONAR DILMA

         

Lula abraça Guilherme Boulos, líder dos Sem Teto

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu assumir papel mais ativo na interlocução do PT com os movimentos sociais e promete ajudá-los a pressionar a presidente Dilma Rousseff para que atenda suas demandas.

Insatisfeito com o ministério formado pela sucessora para seu segundo mandato, Lula disse a aliados que, na sua avaliação, a mobilização social e a reaproximação com a esquerda são condições necessárias para que o partido continue no poder depois que Dilma encerrar seu mandato.

O ex-presidente, que governou o país de 2003 a 2010 e ajudou a eleger a petista com seu prestígio, pretende assim abrir caminho para se lançar novamente como candidato à Presidência em 2018.

Desde a reeleição de Dilma, em outubro, Lula intensificou seu contato com movimentos sociais e reuniu-se com lideranças da juventude, sindicalistas e dirigentes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

“SAIR DO CHÃO DA FÁBRICA”

Aos sindicalistas, Lula afirmou que é preciso “sair do chão de fábrica” e participar de discussões sobre a reforma política, mudanças no sistema tributário e a regulação dos meios de comunicação.
Já para os trabalhadores sem terra, o ex-presidente fez um apelo para que as lideranças “reclamem menos” do governo Dilma e criem uma agenda efetiva de reforma agrária e agricultura familiar.

No último dia 20, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, Lula participou da inauguração de um conjunto habitacional construído pelo MTST com apoio do programa federal Minha Casa Minha Vida.

Um dia depois, divulgou vídeo pelo Instituto Lula em que pede mais diálogo de Dilma, que não compareceu ao evento, com os movimentos sociais, para que “faça um governo exitoso”.

SETORES MAIS À ESQUERDA

O dia 23, em novo vídeo publicado em sua página no Facebook, Lula afirmou que é preciso “reorganizar a base de alianças com os setores mais à esquerda da sociedade” caso o PT queira “continuar governando o país” depois de 2018.

Segundo interlocutores do ex-presidente, esse tipo de cobrança será feita periodicamente por Lula, que tem se queixado em conversas reservadas do estilo de Dilma, muito centralizador e pouco alinhado às bases do partido.

EQUIPE DE LULA

Lula pretende criar na estrutura do PT um grupo informal, paralelo à executiva da sigla, que ajude a direção a levantar novas bandeiras e renovar o diálogo do partido com os movimentos sociais.
Estão cotados para participar da equipe o ex-ministro Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula; Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, que deve sair do governo agora; o deputado estadual Edinho Silva (SP), que foi tesoureiro da campanha de Dilma neste ano; e o senador Humberto Costa (PE).

O senador teria sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa entre os políticos envolvidos no esquema de corrupção descoberto na estatal, e Lula deve aguardar o desdobramento das investigações antes de incluir seu nome na equipe.

POR INCOMPETÊNCIA, PT DESTRUIU A OBRA DE CARLOS LESSA NO BNDES

         

Carlos Lessa previu a estagnação da economia

É preciso ficar claro que a Petrobras está agindo acertadamente, ao assumir pagamentos a subempreiteiras e fornecedores, devidos por firmas com as quais mantém contratos, inclusive três envolvidas na operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Com isso, vai evitar a quebradeira no setor de óleo e gás e manter a política de uso de conteúdo nacional, introduzida no início do primeiro governo Lula por iniciativa do economista Carlos Lessa, que presidia o BNDES e implantou a política de apoio ao fortalecimento da indústria brasileira.

O programa administrativo criado pela dupla Carlos Lessa e Darc Costa, então vice-presidente do BNDES, propiciou a retomada do desenvolvimento econômico que redundou no crescimento do PIB em 7,5% no último ano do segundo mandato de Lula. Mas como Lessa avisou na época, esse espantoso crescimento seria apenas “um voo de galinha”, pois a política desenvolvimentista que ele e Darc haviam implantado fora dissipada nas desastradas gestões de Guido Mantega, Demian Fiocca e Luciano Coutinho, seus sucessores no BNDES.

IMPORTÂNCIA VITAL

O fato é que o BNDES é vital para o país. Sua presidência é mais importante do que praticamente todos os ministérios. Por isso, quando brigou com Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, que implantou uma política econômica tenebrosa, Lessa foi substituído por Guido Mantega, que era ministro do Planejamento.

Agora, são divulgadas notícias de que, para agradar ao futuro ministro Nelson Barbosa, o BNDES será tirado da órbita do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para ser subordinado ao Planejamento e Gestão, uma pasta de importância secundária.

Será mais um erro colossal da presidente Dilma Rousseff. Ela conseguiu acertar em cheio ao convidar o senador Armando Monteiro (PTB-PE) para o Ministério do Desenvolvimento, porque o parlamentar conhece muito bem o setor, foi presidente da Confederação Nacional da Indústria durante oito anos, tem todas as condições de conduzir uma política capaz de evitar a crescente desindustrialização do país. Mas sem contar com o BNDES, nada poderá fazer, é melhor pedir o boné e tocar seu mandato no Senado Federal.

TUDO ERRADO

Como se vê, Dilma Rousseff não consegue fazer nada direito. Indica um nome como Armando Monteiro, que enfim seria o homem certo, no local certo, na hora certa, mas logo depois puxa o tapete dele e o deixa inoperante. Quem vai entender uma governante primária como essa? A única coisa que sabe com maestria é fazer caras e bocas, como se estivesse num palco e não numa cadeira presidencial. Lamentável.

AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS


 

O país, com toda razão, reage com desgosto e indignação à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Não há regime político digno deste nome que possa resistir a tal erosão dos valores, sobretudo de parte de uma certa elite política e de empresários inescrupulosos.
Os fatos cotidianamente estampados mostram o quanto o bem comum é criminosamente apropriado por poucos.
 
Alguns o fazem por ideologia, locupletando-se partidariamente, como se assim uma sociedade “melhor” pudesse ser conquistada. Evidentemente, o “melhor” para eles não corresponde minimamente ao que é o bem do país como um todo. Alguns outros o fazem para maximizar os seus ganhos, em um procedimento que nega a concorrência e as leis de mercado. Adoram o Estado por se apropriarem privadamente do que é o fruto do trabalho de todos.
 
Para uns e outros a economia de mercado, o direito de propriedade e o estado democrático de direito só possuem valor enquanto respondam aos seus respectivos interesses. Uns vilipendiam o “liberalismo” por ser “conservador” e de “direita”, outros por não corresponder à sua peculiar e distorcida visão da concorrência e do mercado. Uns podem ser denominados de esquerdistas, outros de capitalistas de compadrio.
 
Há uma mistura particularmente insalubre, onde as distinções entre direita e esquerda, conservadores e progressistas, se esvaem como areia dentre os dedos das mãos. Bem sabemos que essas distinções, se é que ainda possuem alguma validade, são manipuladas ao sabor das circunstâncias e das conveniências. Denominar os condenados pelo mensalão, por infrações e crimes julgados pelo Supremo como “guerreiros do povo brasileiro” é uma destas aberrações ideológicas.
 
O “Petrolão” se situa na esteira do “mensalão”. O assalto aos cofres da maior estatal brasileira é uma amostra de o quanto a impunidade vinha tomando conta do país, como se a condenação do mensalão tivesse sido apenas um ponto fora da curva.
Agora, com grandes empreiteiros no xilindró e políticos prestes a serem julgados pelo STF, com outros indo, por perda de mandato, para a Primeira Instância do Judiciário, vê-se que o Brasil apresenta uma tendência de punição aos que assaltam os cofres públicos.
Na tendência o “mensalão” se une ao “Petrolão”, expondo uma curva de redução da impunidade e de valorização das instituições democráticas.
 
Convém sempre lembrar que o Estado vive da arrecadação de impostos, ou seja, da transferência de bens privados para a esfera pública. Se essa transferência ocorre é porque ela tem como pressuposto que esses mesmos recursos serão destinados ao bem comum, na construção, por exemplo, de uma infraestrutura logística, em moradias populares, em uma saúde pública e em uma educação de qualidade e assim por diante. Em todo caso, ninguém, de sã consciência, admitiria que os impostos devessem ser destinados a projetos partidários ou para a ganância de poucos.
 
O país definitivamente amadureceu. Suas instituições se mostram cada vez mais consolidadas. Poderia, mesmo, ter ocorrido que, diante dos desmandos que se sucedem, parte substancial da sociedade brasileira estivesse clamando por um salvador ou, inclusive, por uma renúncia da presidente.
Nada disto está ocorrendo. Há uma espécie de “ciência cívica” aqui presente, segundo a qual as instituições devem funcionar independentemente, pois só assim o país será “salvo”, salvo da degradação moral e política.
 
Note-se que o grande fato novo consiste na punição da corrupção, na indignação generalizada diante da impunidade reinante.
A Petrobrás de símbolo nacional tornou-se exemplo do que não pode ser, de nenhuma maneira, admitido. Quando se recorda que, na última eleição, e mesmo em anteriores, ela chegou a ser utilizada enquanto instrumento de uma disputa partidária e ideológica, como se ela estivesse sendo destinada à “privatização”, observa-se melhor o quanto essa disputa se encontrava infinitamente distante da realidade. Na verdade, ela estava sendo “privatizada”, ou melhor dito, “aparelhada” por partidos, por grandes empreiteiras e por funcionários inescrupulosos, que devem ser, evidentemente, distinguidos do corpo de funcionários, que nada tem a ver com isto. A disputa eleitoral, neste quesito, parece coisa de outro mundo, com nenhuma semelhança com este!
 
Neste sentido, o país tem tudo a regozijar-se. A corrupção só envergonha aqueles que a admitem e toleram. Os que a enfrentam devem orgulhar-se, pois somente deste enfrentamento pode sair um país melhor.
Imaginem se esse descalabro atual fosse tido por algo “natural”, algo que deveria ser simplesmente aceito, algo inelutável. Não há destino aqui, senão em um significado bem particular, o de acabar com ela através de instituições fortes. Seria, neste sentido, o destino de nossa democracia.
 
A Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário estão funcionando enquanto instituições republicanas, voltadas para o bem comum. Não estão obedecendo a orientações governamentais, mas levam a cabo investigações independentes e julgamentos que estão produzindo desassossego nos que pensavam que a impunidade continuaria reinante. O próprio governo e os partidos políticos mais parecem espectadores de um espetáculo não encomendado. Mais aguardam do que participam.
 
Por fim, cabe ressaltar que nada disto estaria se produzindo se a sociedade brasileira não contasse com uma grande imprensa (jornais e revistas) e com meios de comunicação televisivos, radiofônicos e digitais que fazem circular, com total liberdade, a uma velocidade impressionante informações e análises que orientam os cidadãos.

Pretender calar essa imprensa e esses meios de comunicação em nome de uma pretensa “democratização dos meios de comunicação” ou de um suposto “controle social da mídia” seria nada mais do que uma forma de matar o mensageiro, como se a corrupção não devesse ser publicizada, nem, muito menos, punida.

 
Feliz Ano Novo a todos!
 
 29 de dezembro de 2014
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

DESTRUIÇÃO MIDIÁTICA E O PEG PAG



Estamos atravessando um período de plena destruição midiática. A imprensa raramente é livre e independente e passa por adversidades financeiras no período da globalização. Além disso certos setores jogam contra outros e fica muito espinhoso para o cidadão de bem entender de que lado está a verdade. Ao lado disso o esquema PEG PAG destruiu completamente o arcabouço institucional e fez de muitas empresas um balcão de negócios.

Explico com facilidade. O PEG significa Políticos Empreiteiras e Governo, o PAG - Políticos Ambiciosos e Gananciosos. Vamos aos fatos. Não fossem os interesses escusos da perpetuação no poder jamais poderíamos presenciar o verdadeiro sucateamento da maior empresa brasileira, vítima incessante das auditorias, do papel omisso da comissão de valores mobiliários, dos próprios administradores sem a presumida boa-fé, e da própria União que os colocou nos cargos de direção da empresa.

A pergunta que sempre não pode deixar de ser feita é a seguinte. A estatal Petrobrás responde pelos desmandos havidos no seio societário?

Absolutamente não, quer por meio da responsabilidade objetiva ou subjetiva nada impele a conclusão de pagar com os seus recursos os desacertos havidos, exceto supletiva e subsidiariamente. A empresa se coloca como vítima de todo um estratagema montado para sugar dela seus recursos e findar a transparência e transformar a governança corporativa na governança corruptiva, lamentavelmente. E isso está documental e cabalmente demonstrado nos processos abertos nos Estados Unidos da América, são mais de quinze processando os administradores e a empresa.

Quem deve pagar a conta é sem duvida alguma a União, os administradores a auditoria e ainda a autarquia federal que simplesmente não tomou qualquer medida mais eficaz e efetiva como xerife e policia administrativa do mercado. Perplexos e estonteados os acionistas minoritários se perguntam porque o papel que estava 51 reais em janeiro de 2007 hoje bate menos de dez reais.

A única explicação lógica, sensata e honesta, não pode ser outra, se refere aos descrédito e a desconfiança, montaram e arquitetaram tudo como se fosse algo surrealista e plausível que corrompe e mata os valores corporativos.

Enquanto a mídia não voltar a ter seu papel de falar a verdade e projetar o que é sintomático, continuaremos a tendo varias imprensas, a marrom, a vermelha, a azul e assim por diante para ganhar dinheiro, seja quem for o empregador, repassatários de recursos ou beneficiário com as insinceridades. É  fundamental que a imprensa redescubra seu papel e pare de se autodestruir isso somente faz o leitor perder a credibilidade e não é sem razão que os periódicos a cada dia que passa perdem assinantes e leitores.

O ambiente arquitetônico PEG PAG precisa ser desmantelado custe o que custar. Polícia federal, ministério público e o judiciário devem ser exemplares não apenas na seara penal mas nas medidas administrativas e de responsabilização. Tirem os dedos sujos da companhia! Ela com mais de meio século foi vitimizada pela ação delituosa e incestuosa de governo, políticos empreiteiros, nada mais tormentoso e deplorável quando a representatividade é apenas simbólica e retórica.

Não sabemos se teremos a operação mãos limpas mas ao menos estamos tentando destruir os dedos sujos que corrompem a tessitura de governabilidade, para que a sociedade seja a primeira a fiscalizar e a última a se calar. E 2015 não será diferente, embora os pessimistas de plantão vociferem os riscos que corremos, temos que a primavera brasileira já chegou e descortinou horizonte novo com a lei anticorrupção e inclusão daqueles que somente tem caráter e personalidade pervertidos de trás das grades.

O Brasil será extremamente melhor em 2015 com o solapamento da corrupção, com a pulverização dos corruptos e o chamamento da sociedade de reconstrução do País.

E que todos aprimorem interna  e externamente seus desejos pela luta em prol de um 2015 dinâmico, economicamente planejado e politicamente moralizado, cuja honestidade é o traço único da representatividade.

29 de dezembro de 2014
Carlos Henrique Abrão, Doutor em Direito, é Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo.

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

             Quando a porrada vai comer no Brasil?

Algumas forças se preparam para entrar em conflito a partir da posse de Dilma Rousseff para um segundo mandado com previsão de tumultos políticos, instabilidades econômicas e muitas incertezas conjunturais. Enquanto uns tentarão deixar tudo como sempre esteve, apostando na costumeira impunidade, outros farão pressão contrária. Quem tiver cacife para conquistar a hegemonia vence a disputa intestina de poder. Essa guerra promete lances de alta traição, oportunismo e deslealdade. O desenrolar dependerá do tamanho da crise de 2015. Quando a porrada vai comer? Quais os efeitos? Quem vencerá? Ou perderá? Eis as questões...
 
Os EUA e Europa, com seus investidores, já atuam nos bastidores para que o Brasil tenha segurança jurídica para se tornar um mercado confiável. As organizações criminosas que tomaram conta do Estado investem em um cartel defensivo para uma complicada tentativa de neutralizar os efeitos pós-Lava Jato. Seguindo os planos, os movimentos sociais, aparelhados pela cúpula nazicomunopetralha, apostam em ações de pressão popular e midiática por um plebiscito constituinte que consolide as propostas do Foro de São Paulo para implantar o socialismo autoritário no Brasil. O foco deles é Lula 2018, se a saúde dele permitir, e Dilma sobreviver politicamente até lá.    
O Brasil precisa urgente de reforma política, segurança jurídica e desenvolvimento econômico consistente. O governo Dilma não tem condições éticas nem morais de cumprir tal missão. Se não houver um combate efetivo à corrupção sistêmica, com punições de verdade em multas e prisões aos condenados culpados, o País fica inviável na competição com o resto do mundo. A solução é uma intervenção constitucional - e não uma reforminha de araque da carta magna, para adoção de instrumentos de controle autoritário, como sonham os nazicomunopetralhas. Tal movimento não será pacífico. O pau vai cantar. Só não tem data precisamente agendada.
 
No meio da previsível zona de conflito, como ficam os militares? Aparentemente, ficam onde estão desde quando deixaram a Presidência da República saindo pela garagem do Palácio do Planalto, em 1985. Repetir 1964 não passa pela cabeça dos generais. No entanto, ninguém se iluda que um novo tipo de intervenção constitucional, totalmente anti-golpista, possa contar com a ajuda deles. Basta que a ordem institucional seja descaradamente quebrada por alguma estrutura que represente um inimigo objetivo a ser neutralizado e derrotado. De prontidão, e sob ataque de uma guerra psicológica, os militares avaliam que têm condições de agir e ter sucesso diante de tal ameaça concreta ao regime republicano democrático. Este é o pensamento não pronunciado diretamente por qualquer general da ativa.
 
A nazicomunopetralhada enxerga nos militares uma espécie de "ameaça fantasma". Por isso, adota duas táticas na estratégia gramscista de implantação "gradual e segura" do "socialismo" no Brasil. A primeira é a permanente política de desmoralização das forças armadas. Isto acontece no revisionismo histórico. Os militares são carimbados como "ditadores", "violadores dos direitos humanos", membros de "uma instituição cara e inútil". Ao mesmo tempo, cadetes com a "nova mentalidade esquerdista" são infiltrados na carreira castrense.
 
O genial plano do Marechal Cebolinha consiste em transformar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica em "forças patrioticamente enfraquecidas". A intenção ousada, via Ministério da Defesa, é participar da criação de uma força militar latino-americana, a qual os militares brasileiros ficariam diretamente subordinados. A complicada intenção final é tirar das forças armadas o papel constitucional de guardião da soberania nacional do Brasil.
 
Assim, os militares ficariam restritos ao papel arriscado que já vêm desempenhando atualmente, em quase desvio de suas funções. Foge ao foco original das forças armadas atuar como "tropa garantidora da lei e da ordem em ações que caberiam à Polícia Militar" ou "em ações humanitárias de defesa civil, em socorro à população em situações catastróficas". Uns generais sabem deste perigo. Outros avaliam que estão mantendo a tropa treinada e operativa nestas situações...
 
Enquanto eles divergem, a segunda estratégia contra a "ameaça fantasma fardada" ocorre, escancaradamente, de forma muito mais ousada. Tem caráter ideológico, revolucionário e marginal. A nazicomunopetralhada investe na formação de seu "exército paralelo" para a tomada do poder. Trata-se da prática leninista evidente rumo a um stalinismo institucional escancarado, enquanto se recita o discurso gramscista para o público idiotizado.
 
O paramilitarismo é evidente no Brasil governado pelas organizações criminosas. Alguns movimentos sociais agem apenas como agentes de influência ideológica. No entanto, outros são verdadeiros braços armados clandestinamente. Funcionam como tropas de choque de ocupação ilegal de propriedades. Em parceria com facções criminosas mais bem armadas que as forças armadas regulares e treinadas na violenta prática do dia-a-dia, os grupos paramilitares vão agir ostensivamente na hora que o comando revolucionário ordenar.
 
Tal cenário não é paranoia ou teoria da conspiração. O Brasil, tecnicamente, já vive um clima de guerra civil não declarada. Basta ver os números oficiais que indicam de 50 mil a 56 mil mortes violentas por ano. Os números da carnificina podem ser maiores, porque as estatísticas tendem a ser manipuladas para baixo. Casos violentos não registrados na Polícia ou nos hospitais, que redundam em mortes, não aparecem como homicídios. Essa barbarie passa imperceptível pelos desatentos.
 
Os grupos paramilitares, que formam o exército revolucionário de reserva, ficam mais poderosos. Dinheiro ilegal para financiá-los nunca falta. A grana vem da roubalheira contra o Estado. Ou de outras lucrativas atividades ilícitas e ilegais, como tráficos de armas, drogas, órgãos, seres humanos, prostituição, segurança fora da lei e por aí vai... Todas estas ações marginais são mapeados e cristalinamente conhecidas pela inteligência das forças armadas e das polícias. No entanto, como as facções criminosas nunca são efetivamente contidas, prosperam e ganham dimensão política. Eles são a verdadeira "ameaça fantasma" contra qualquer democracia.
 
Uma intervenção constitucional é um tema que merece ser levado a sério como nunca antes na história deste País. O modelo de governo "participativo" faliu. Já era! Os desgovernos nazicomunopetralhas, com a colaboração ou omissão dos primos tucanos sociais democratas, inviabilizaram a Nação e seus revolucionários "porraloucas" nos conduzem rumo a uma guerra revolucionária. Se o golpe constitucional que planejam para breve não der certo, vão partir para a radicalização. Estes inimigos do Brasil agem abertamente. Não são invenções da onda anticomunista que por tantos anos mexeu com o imaginário dos militares brasileiros.
 
O segundo governo Dilma já nasce na UTI, quase morto. O PTitanic bate todo dia em um novo iceberg. A crise econômica vai ditar a velocidade dos acontecimentos. Caso se agrave, Dilma perde o fiozinho de sustentação que lhe resta. A tendência é se complicar. Politicamente, embora se comporte como uma deusa, ela já experimenta o clima do inferno. Ela e o grande líder Lula se parecem com carros muito velhos e estragados que passam, literalmente, por um Lava Jato. Por fora fingem que saem limpos, mas, por dentro, a sujeira é incontrolável. A hora da limpeza final está chegando...    
 
A situação é assustadora. O Brasil precisa urgente de um aprimoramento institucional. As instituições hoje estão claramente falidas. Não funcionam corretamente. Por ineficiência gerencial, por falha estrutural ou porque foram corrompidas. Sem segurança do Direito e instituições que funcionem de verdade, com base no interesse público, continuaremos no subdesenvolvimento social, educacional, cultural, político e econômico.
 
Vale insistir aqui da proa da canoa furada - como sempre provoca um atento leitor anônimo na vã esperança de provocar o Sacaneador Geral da República Capimunista - emprego vitalício, sem salário, para o qual me autonomeei sem concurso público. O Brasil precisa avançar para a Era do Governo Interativo. Ainda não há clareza sobre o que seja tal conceito. A verdadeira rede depende da capacidade de interação das pessoas para fazer as coisas corretas em favor do bem comum. Esta é a Política que interessa ao cidadão de bem. Os revolucionários, hoje nadando na grana que roubaram, querem outro modelo de País.
 
Se não aturarmos em rede, democraticamente, a tradicional obscuridade política produzirá, em breve, mais um daqueles golpes que só mergulham o País nas trevas do atraso civilizatório. A conjuntura caminha para este caos, se os cidadãos de bem não agirem depressa. Não é bom confiar na velha tese - que normalmente se concretiza por aqui - de que tudo sempre acaba em pizza ou em uma espécie de "acoxambramento" político-institucional. Claro, o sistema joga a favor de sua autoproteção e contra seus "inimigos" ou "adversários".
 
Só que dessa vez, pode ser diferente o desfecho. A reação do judiciário na Lava Jato, na tática da transação penal, que condena a partir de "colaborações premiadas", que impedem infinitos recursos processuais, muda o jogo da impunidade e sinaliza que peixes grandes podem ser fisgados... A Associação dos Juízes Anticorrupção quer aprimorar os mecanismos institucionais que impeçam a impunidade. Tal ameaça concreta de punição, nunca antes vista na História do Brasil, apavora os revolucionários de plantão no governo do crime organizado. O medo os obriga a agir precipitadamente. Na pressa, cometem erros que colocam o rabo deles de fora... Por isso, o risco de um confronto real aumenta...
 
Na hora que a porrada comer de verdade, vencerá quem tiver mais certeza do que deseja. Tem gente inocente e pacifista que prefere não acreditar que a radicalização pode estar próxima. Mas ela está. Mais que nunca! A ameaça é real. Não é ficção conspiratória! Por isso, insistimos na urgência de a Elite Moral do Brasil se mexer depressa. Do contrário, vai parar na Zelite (o vaso sanitário).
 
Aí, sim, a merda estará formada... E haja Lava Jato para limpar...
 
Antídoto esportivo
 
Uma das mais inteligentes estratégias de comunicação das Forças Armadas, para neutralizar os efeitos negativos da guerra psicológica movida pelos inimigos ideológicos, foi a "adoção" de atletas que se transformam em herói nacionais.
 
Atualmente, o Brasil conta com 563 atletas de alto rendimento esportivo: 191 no Exército, 149 na Aeronáutica e 223 na Marinha.
 
Salário fixo, 13o salário, plano de saúde, férias remuneradas, apoio financeiro para viagens e competições, bem como local adequado e tempo para treinamento, são os atrativos para muitos atletas que não têm patrocínio ou estrutura profissional.
 
Nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, devem brilhar, com medalhas, muitos dos oficiais incorporados ao serviço técnico temporário das Forças Armadas desde 2011, quando foram convocados para turbinar o Brasil nos Jogos Mundiais Militares.
 
Mengão amansando o Leão

O Flamengo continua devendo à Receita Federal R$ 5.843.886,50.

Graças ao projeto "Fla em Dia", que mobilizou o bolso dos torcedores, o clube conseguiu arrecadar R$ 479.144,09.

A grana deu uma abatida de quase meio milhão na dívida federal previdenciária que chegava a R$ 6,3 milhões...
 
É mais uma prova de que, de carniça em carniça, o urubu enche o papo e fica devendo menos ao cada vez mais faminto Leão...
 
Perdão pelo atraso...
Uma tempestade provocou falta de energia, durante 14 horas horas, aqui na sede da Sacaneadoria Geral da República - que fica numa cidade bem grandinha e não no meio da selva...
 
Por isso, pedimos desculpas aos leitores pelo imenso atraso na publicação da edição deste 29 de dezembro.
 
Foi apenas mais um sinalzinho de que estamos operando sob ameaça concreta das trevas...
 
Hora do debate sério
 
Aproveitando a chegada do verão, que traz calorão, consumo altíssimo de energia caríssima e alto consumo também de água (que sobra apenas nos temporais), não seria hora de algumas ações cívicas sérias a serem cobradas pelos pagadores de impostos?
 
Não seria hora de planejar e executar o saneamento e a conservação dos mananciais de água, para baixar os custos elevadíssimos com tratamento?
 
Não seria hora de implantar um sistema de reuso e aproveitamento melhor de água do subsolo, evitando também as gigantescas perdas na distribuição?
 
Não seria hora de implantar fontes alternativas de energia nas residências e empresas, enquanto se investe na distribuição de energia urbana pelo subterrâneo (para que quedas de árvores nos temporais não deixem milhões sem luz)?
 
Não seria hora de as Prefeituras fazerem uma verificação séria para poda ou derrubada de árvores que, afetadas por parasitas e condenadas, estejam prestes a cair e causar prejuízos e mortes, replantando mudas novas?
 
Não seria hora de cada cidadão formar uma rede para cobrar das autoridades, via todo tipo de pressão legítima, para que tais providências sejam tomadas?
 
Energia do improviso?
 
                           
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
 
29 de dezembro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

EMAIL PRA LÁ... EMAIL PRA CÁ... E A PROPINA ROLANDO.

Ministra da Casa Civil submetia decisões à apreciação das empreiteiras, comprovam e-mails trocados pelo cartel da Lava Jato.
 
 
E-mails apreendidos durante as buscas e apreensão na casa do presidente do Grupo OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, indicam que as empresas do suposto cartel acusado de pagar propina a altos funcionários da Petrobrás em troca de contratos bilionários tratava diretamente com a Casa Civil e Ministério da Fazenda sobre as obras e contratos de seus interesses na área de infraestrutura.
 
“Acertada, finalmente, com a Casa Civil nossa atuação direta junto aos diversos ministérios. Casa Civil continuará atuando diretamente no processo, mas as iniciativas serão nossas. O que nos dá liberdade e agilidade”, escreve Raphael Tourinho Neto, no dia 3 de julho deste ano, quando já havia sido deflagrada a Operação Lava Jato e as maiores empreiteiras do País eram alvo notório de investigações da Polícia Federal.
 
O autor do e-mail foi ministro de Minas e Energia no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), é político ligado ao DEM e atual presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Industrias de Base (Abdib).
 
Seus interlocutores são os alvos centrais da Lava Jato dentro do braço empresarial do esquema, principais executivos das gigantes da construção: o presidente e o vice-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo e Gustavo Barreto; o presidente do Grupo OAS, Léo Pinheiro; os presidentes da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler (Construtora) e Dalton Avancini (Conselho de Administração); o vice presidente executivo da Mendes Júnior, Sérgio Mendes; o presidente da Galvão Engenharia, Dário Galvão Filho; e o presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa. Além deles, representantes da Associação Brasileira de Infraestrutura e Industrias de Base (Abdib)e do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon).
 
Os e-mails escritos por Tourinho Neto foram interceptados pela PF nos computadores de Léo Pinheiro, número 1 da OAS, quando ele e outros executivos foram capturados por ordem judicial. Pinheiro pediu a um funcionário da empresa que imprimisse o material e o guardasse.
 
O arquivo de Léo Pinheiro abarca temas como obras, nomes de contatos nos ministérios da Casa Civil e da Fazenda, bem como indicativos de que o grupo era consultado por setores do governo antes que decisões internas fossem tomadas – todas relacionadas a obras de infraestrutura no País. No espaço “assunto”, o autor do e-mail escreveu “Comunicado GT Interministerial”. Seus interlocutores são 13 executivos das empreiteiras – a maioria deles a Lava Jato mandou para a cadeia no dia 14 de novembro, quando foi desencadeada a histórica Operação Juízo Final. 
 
Sétima etapa da Lava Jato, a Juízo Final desmascarou o cartel que, desde 2004, controlava os negócios mais lucrativos da Petrobrás, corrompendo agentes públicos para fraudar e fatiar obras na estatal petrolífera. Atuando em parceria com funcionários graduados da Petrobrás, nomeados por partidos políticos (PT, PMDB e PP), o grupo chamado de ‘clube das empreiteiras’ pagava de 1% a 3% para manter seus contratos bilionários com a estatal.
 
O e-mail apreendido no arquivo de Léo Pinheiro, da OAS, traz o apontamento de atuação do grupo na Casa Civil e também no Ministério da Fazenda. No mesmo e-mail que começa com os registros “Comunicado Ref.: Acompanhamento de Oportunidades para o desenvolvimento da infraestrutura brasileira”, Tourinho Neto apresenta informativos referentes aos dias 1 e 2 de julho de 2014.
 
“Para que o andamento de cada intel do Oportunidades possa ser acompanhado pelas empresas, pela Abdib e pelo Sinicon, no que couber a cada um, emitiremos informativos, sempre que houver alguma novidade”, destaca o interlocutor ao grupo de executivos já denunciados pela força-tarefa da Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
 
Em um desses informativos, referente ao dia 2 de julho, Tourinho Neto escreve: “Casa Civil – Valdir Simão e Felipe Borim.” Ambos ocupam cargos de confiança e foram indicados em 2014 pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Trata-se de Valdir Moysés Simão, secretário executivo da Casa Civil, que trabalhava como coordenador do Gabinete Digital da presidente Dilma Rousseff. Auditor da Receita Federal de carreira, ele foi secretário da Fazenda do Distrito Federal e presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Felipe Borim Villen é assessor especial da Secretaria Executiva da Casa Civil.
 
Entre os temas apontados nos e-mails há tópicos que, pelo teor dos textos, indicam para a Polícia Federal o acesso a informações privilegiadas por parte do grupo dentro do governo. No primeiro item, por exemplo, com o tema “Licenciamento ambiental”, está escrito: “Sendo preparada Portaria Interministerial para centralizar no Ibama a coordenação de processo de licenciamento, com determinação de prazos para cada órgão se manifestar.”
 
Logo abaixo, em negrito. “Portaria será encaminhada para nossa avaliação.” Não há ilícitos aparentes no material apreendido, mas a PF faz uma análise rigorosa sobre todo o conteúdo de correspondências capturadas nos computadores de Léo Pinheiro e dos outros executivos das empreiteiras sob suspeita da Juízo Final.
 
A PF busca identificar os crimes que transcenderam a Petrobrás e quer averiguar também os contatos que foram mantidos em outras áreas do governo pelo “clube das empreiteiras”. Todas as empreiteiras negam prática de atos ilícitos. Os advogados que representam os executivos aprisionados pela Operação Juízo Final sustentam que a investigação contém falhas e que as denúncias formais já apresentadas pelo Ministério Público Federal “são açodadas e não individualizam condutas”. Os advogados alegam inocência dos empresários.

VENDE-SE TRIPLEX NO GUARUJÁ COMPRADO POR UMA BAGATELA...

Agora Lula quer vender aquele triplex que recebeu da Bancoop por R$ 47 mil. Preço de mercado: R$ 1,5 milhão. E a "cumpanherada" segue na rua da amargura.


3.000 companheiros continuam sem receber o seu apartamento depois que a turma do Lula quebrou a Bancoop.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda vender o triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, que adquiriu em 2005 com sua mulher, Marisa Letícia, num prédio construído pela Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo). 
 
Segundo interlocutores do ex-presidente, a repercussão de reportagens sobre o apartamento fez com que Lula reavaliasse a efetivação da compra do imóvel, cuja reforma e decoração estão quase no fim. O imóvel ainda está em nome da construtora OAS, responsável pela conclusão da obra, em 2013. Lula tem a opção de pedir ressarcimento dos valores pagos à cooperativa ou pode ficar com ele e registrá-lo em seu nome. De acordo com a assessoria do Instituto Lula, "não há informações sobre prazos" para que Marisa e o ex-presidente façam essa escolha. 
 
Caso opte pelo ressarcimento, Lula perderia dinheiro, segundo aliados, já que o imóvel ganhou valor desde 2005, quando foi comprado na planta. Uma solução seria adquiri-lo e logo revendê-lo. Ao disputar a reeleição em 2006, Lula informou à Justiça Eleitoral ter pago à Bancoop R$ 47.695,38 pelo apartamento. Corretores locais dizem que o imóvel vale R$ 1,5 milhão. 
 
O edifício Solaris, com duas torres e quatro unidades por andar, fica na avenida da praia das Astúrias, uma das poucas que ainda conserva a atmosfera dos anos 90, quando o Guarujá atraía turistas endinheirados. O apartamento de Lula fica no 16º andar e tem área de 297 m². 
 
VARANDA E PISCINA
 
Funcionários e moradores contam que o apartamento está sendo decorado com móveis de madeira e tem um elevador privativo, entre o primeiro e o terceiro andar, onde há uma sala com varanda e uma piscina de 3 m x 4 m e 80 cm de profundidade. Quem acompanhou a reforma, segundo funcionários, foi Lulinha, filho do ex-presidente, supervisionado por Marisa Letícia, responsável por pegar as chaves no início de dezembro. Lula apareceu uma ou duas vezes, mas nem passou pela portaria, dizem. Os vizinhos mais curiosos relatam que já visitaram o triplex do ex-presidente. "Fui ver o tipo da madeira que ele estava usando nos móveis", disse à Folha uma moradora que não quis se identificar. 
 
Na última terça-feira (23), a maior preocupação no Solaris não era o ilustre proprietário do 164-A. Após a maior chuva dos últimos 36 anos na Baixada Santista, na noite de segunda, o prédio ficou sem energia por mais de 24 horas e alguns apartamentos alagaram. A circulação entre andares só era feita pela escada. Neste fim de ano, 30 apartamentos do prédio estão prontos. Um duplex foi posto à venda por R$ 650 mil e um apartamento de 85 m², no quinto andar, pode ser alugado por R$ 4.000 mensais.
 
(Folha de São Paulo)
 
29 de dezembro de 2014
coroneLeaks

SOLTANDO A VOZ

Dilma precisa responder às acusações feitas em ação judicial contra a Petrobras nos EUA

dilma_rousseff_475Dilma Rousseff “tem o dever de responder” às acusações feitas em ação coletiva proposta, nos Estados Unidos, pelo município de Providence, contra a presidente e outras onze autoridades brasileiras por causa do esquema de corrupção que funcionava na Petrobras, que acabou por inflar os papéis da estatal na bolsa de Nova York devido aos muitos contratos superfaturados para pagamento de propinas a políticos e partidos da chamada base aliada.

Esse é o pensamento do líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), para quem Dilma não pode permanecer no silêncio obsequioso, como se nada tivesse ocorrido na petrolífera.

“Cabe a ela responder com senso de responsabilidade pelo país e para resguardar a imagem do Brasil lá fora”, disse Bueno, que foi titular da CPMI da Petrobras. “Dilma e aqueles que ela nomeou devem a todos uma explicação, já que não cuidaram da petroleira com o devido zelo e respeito”, disse.
O líder afirmou ainda que é lamentável que a companhia possa a vir a arcar com indenizações que podem chegar a casa das centenas de milhares de dólares por causa “de roubalheira” comandada pelo PT.

Se o juiz decidir favoravelmente aos investidores de Providence, capital do estado de Rhode Island, todos os interessados em igual situação serão beneficiados, lembrou o parlamentar. Tramitam nos Estados Unidos outros onze processos, movidos por escritórios que representam investidores da Petrobras, pelos mesmos motivos.

“À presidente Dilma e aos auxiliares que ela nomeou não bastou desmoralizar a ética e a política aqui no Brasil; avançaram também lá para fora”, criticou Bueno.

Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo, além de Dilma, os norte-americanos querem a responsabilização de Maria das Graças Foster e de José Sérgio Gabrielli. A presidente da República, as autoridades e empresários estão listados como “pessoas de interesse da ação”.

O grupo de doze pessoas é citado também por ter assinado prospectos que serviram de base para as emissões de títulos de dívida e ADS (American Depositary Share) que são discutidos no processo.

De acordo com o jornal, estão na lista também o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o empresário Jorge Gerdau, do grupo Gerdau, e o executivo Fábio Barbosa, presidente do Grupo Abril, todos ex-integrantes do conselho de administração da Petrobrás.

Os demais são: Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás; Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Miriam Belchior, ministra do Planejamento; Silas Rondeau e Márcio Zimmermann, ambos ex-ministros de Minas e Energia; Sérgio Quintella, ex-presidente do Tribunal de Contas da União; Marcos Antônio Menezes, do Instituto Brasileiro de Petróleo; e o general Francisco Roberto de Albuquerque.

29 de dezembro de 2014
ucho.info