"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

NO CASO DA FIFA, AINDA FALTA INCRIMINAR HAVELANGE E A GLOBO



Parodiando o célebre repórter David Nasser, podemos dizer que falta alguém no escândalo da Fifa. Na verdade, falta muita gente a ser incriminada. Um deles é o notório Ricardo Teixeira, que já começa a ser citado nas investigações do Departamento de Justiça dos EUA sobre a corrupção no futebol, e também o sogro dele, João Havelange, que o introduziu na rentável profissão de cartola de futebol.
Antigamente, os dirigentes esportivos eram seres abnegados, que não ganhavam um tostão para dedicar suas vidas aos clubes. Muitos deles até metiam a mão no bolso para ajudar a pagar as contas. Lembro do grande dirigente Gilberto Cardoso, que morreu em 1955 num jogo de basquetebol, decidido por uma cesta no último segundo, num arremesso de Guguta, na decisão entre Flamengo e Esporte Clube Sírio, quando o Flamengo conquistou mais um título carioca. Cardoso teve um enfarte e morreu na quadra.
Hoje, não há mais isso. Os chamados cartolas só querem levar vantagem em tudo, não somente nos clubes, mas também nas Federações e Confederações, em que os escândalos se sucedem. Muitos deles se eternizam no poder, mamando sem parar, como aconteceu com Ary Graça, que recentemente foi destronado na Confederação Brasileira de Vôlei, afogado num mar de lama.
HAWILLA E KLEBER
Para quem tem o mínimo de conhecimento sobre o esporte brasileiro, não dá para engolir a informação de que dois ex-repórteres de terceiro time – J. Hawilla e Kleber Leite – tenham se tornado verdadeiros potentados do futebol, a ponto de vencerem a licitação da Fifa para exploração comercial de importantes torneios internacionais, num esquema de corrupção que vem desde a década de 1990.
Aqui no Brasil, os funcionários do Departamento de Justiça dos Estados Unidos não teriam a menor dificuldade em descobrir por onde aprofundar as investigações. Todos sabemos que não é J. Hawilla nem Kleber Leite que mandam no esporte, embora tenham se tornado miliardários explorando o ramo. No país mais importante do lado de baixo do Equador, quem realmente comanda o circo é a Organização Globo.
ATORES COADJUVANTES
Hawilla e Kleber são pequenos participantes do botim esportivo, funcionam apenas como atores coadjuvantes nessa sensacional novela, porque a parte do Leão vai para os três irmãos Marinho. Isso é fato público e notório, nem é necessário fazer maiores divagações a respeito.
O mais importante – e pouca gente sabe – é que a cumplicidade entre eles atinge outros setores, como o controle das emissoras de TV nas cidades do interior. Como a legislação proíbe que as redes de TV tenham mais de cinco emissoras próprias, J. Hawilla faz este trabalho complementar para os filhos de Roberto Marinho, tendo se tornado o maior plantador de “laranjas televisivos” do Estado de São Paulo. Não é ilegal, porque o serviço é bem feito e não se consegue provar, mas não deixa de ser amoral.

29 de maio de 2015
Carlos Newton

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