"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

UM SÉCULO DE MESMICE...

QUASE 100 ANOS DEPOIS, NOSSA POLÍTICA NÃO MUDOU NADA


Revolta da Vacina





No momento em que o país passa por inúmeros e gravíssimos problemas, veio-me às mãos, por gentil obséquio do meu amigo Ronaldo Macedo, o livro do escritor mineiro Jorge Azevedo “Eles Deixaram Saudade”. 
Detive-me num soneto, nele transcrito, do poeta, jornalista e romancista cearense (publicou um só romance) Antônio Sales (1868-1940), amigo de Machado de Assis; ajudou-o a fundar a Academia Brasileira de Letras, mas, por não ser bom orador, se negou a fazer parte dela.

O soneto se refere ao governo de Arthur Bernardes (de 15.11.1922 a 15.11.1926) ou Washington Luís (de 15.11.1926 a 15.11.1930):

“Este país vai todo em polvorosa.
A anarquia por toda parte impera.
A lei sucumbe, inerente e dolorosa.
A tirania, estúpida, prospera.
Da traição medra a planta venenosa,
a semente dos ódios prolifera,
a dilapidação campeia e goza
das vacas gordas a ditosa era…
As eleições são conto do vigário,
couro e cabelo tira-nos o erário,
geme a lavoura, os bancos não têm fundos…
Mas, para consolar-nos desse inferno,
brevemente, a mensagem do governo
dirá que estamos no melhor dos mundos.

O que flagrou o poeta há 90 anos é quase nada diante do que vivemos hoje – o completo abastardamento da política brasileira. Uma calamidade!

29 de maio de 2015
Acílio Lara Resende
O Tempo

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