"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

ANÁLISE DO GOVERNO PETISTA PELO MINISTRO APOSENTADO DO STF EROS GRAU



Análise perfeita do que ocorre no Brasil durante a gestão do PT

e da base aliada. Chega ser assustador de tão claro. Só nos

resta pensar numa saída institucional o mais rápido possível.

Senão, só as Forças Armadas Brasileiras poderão evitar o pior,


e claro, com todo o apoio da sociedade brasileira.

Vamos divulgar esta fala do ex-ministro.

Ministro aposentado do STF Eros Grau

Tomada de posição do ministro aposentado do STF Eros Grau.

Lembrando que ele foi indicado ao Supremo pelo Lula.

Resumo lúcido, preciso e catastrófico de alguém que viveu a realidade da liderança do País.

Não deixem de analisar e repassar

O Brasil corre um risco enorme, este Ministro tem visão futura do pior para o Brasil e nós estamos assistindo de braços cruzados.

Tecle e assista o que diz o ministro Eros Grau



https://www.youtube.com/embed/C6c6uVNKHzs?rel=0


15 de maio de 2015
Recebido por email

ENTÃO O POVO EMANA DO PODER:

O país da publicidade petista é esquisito, híbrido, torcido e distorcido. Por exemplo: não tem presidente da República

Na terça-feira passada, às 8 e meia da noite, quando o Partido dos Trabalhadores ocupou as redes de TV com seu programa de propaganda política, uma pergunta ficou no ar: que país é esse que aparece no vídeo do PT?

Claro, é um país que avança no avanço, uma país avançadíssimo. Na tela eletrônica, a moça bonita de sotaque carioca anuncia: "Finalmente vivemos num país onde as mais justas reivindicações da população passaram a ser as mesmas das democracias mais sólidas do mundo". Ou seja, no proselitismo petista, o Brasil já é de "Primeiro Mundo" no quesito "reivindicações da população". O Brasil pode ficar feliz e satisfeito: se suas soluções ainda não são de "Primeiro Mundo", os seus problemas já são.

Quer dizer que o Brasil ficou igual à França? Quer dizer que no Canadá a polícia cai de pau (e de bala de borracha) em cima de professores que protestam na rua? E os salários dos professores no Brasil são equiparáveis aos dos professores belgas? Então agora, na Noruega, os cidadãos estão preocupados com uma Polícia Militar que mata milhares de jovens negros desarmados todos os anos? Os londrinos enfrentam problemas de filas em hospitais? Os alemães acham que a redução da maioridade penal vai resolver o descalabro da segurança pública?

O país da publicidade petista é esquisito, híbrido, torcido e distorcido . Em certos ângulos, é fácil reconhecê-lo. Parece o país de verdade. Em outros enquadramentos, é a própria Terra do Nunca. Por exemplo: o Brasil do PT não tem presidente da República. O filme do PT consegue a proeza inaudita de ser um filme governista e, ao mesmo tempo, falar de um país que não é governado por ninguém (embora, claro, esteja sempre "avançando na direção "correta"). Em seus dez minutos de duração, o programa se dedica a esconder ninguém menos que a chefe de Estado. Chega ao cúmulo de defender mais espaço para a mulher na política sem tocar no nome de Dilma Rousseff.

No lugar de Dilma, quem aparece em close é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O curioso é que Lula não fala como defensor do governo, mas como um líder sindicalista de oposição. Em tom ameaçador, afirma que a mudança da lei que abre espaço para a terceirização de mão de obra colocará o Brasil no mesmo nível em que estava no início do século XX, quando não havia 13-salário. Quer dizer: o Brasil, que não tem presidente da República, só tem um líder, mas de oposição, e o nome desse líder é Lula.

A propaganda petista segue em guerra contra os moinhos do passado. É contra o passado que Lula se insurge. A partir daí, os contrastes entre o hoje um "hoje" publicitário) e o ontem (um "ontem" acusatório, o ontem que é culpa "deles") atingem o clímax. A dona de casa orgulhosa de sua nova sala sorri para as câmeras. O jovem que foi à universidade graças ao PROUNI diz que agora pode sonhar. As meias verdades se põem a serviço das meias mentiras (ou mesmo das mentiras inteiras). Por exemplo: é verdade que, nos governos de Lula, o Brasil melhorou sua distribuição de renda, e isso o filme mostra, mas é verdade, também, que a gestão da política econômica não foi nada bem no governo Dilma, e isso o filme esconde {a ponto de ter de esconder a própria Dilma).

Outra coisa é que, ao que tudo indica, parece que andaram roubando um pouquinho nos governos do PT, mas, quanto a isso, o filme tem outra interpretação, insiste que o PT é o campeão no combate à corrupção. O jovem apresentador faz cara de seríssimo e dispara: "Outra virada histórica do Brasil, tem sido o combate contra a corrupção. E, por mais que alguns setores da imprensa omitam, se você buscar a verdade, vai descobrir que o PT também liderou algumas iniciativas contra a impunidade" Em seguida, uma voz em off garante que antes dos governos do PT o Ministério Público e a Polícia Federal não tinham autonomia para trabalhar, mas agora é diferente.

Conclusão: se hoje há ladrões de dinheiro público batendo ponto na cadeia, agradeça ao PT. Alguns são filiados ao PT? Não ligue. Se forem condenados, serão expulsos, garante a propaganda. Aí você pergunta: mas se vão expulsar os que vierem a ser condenados por crime de corrupção, por que não expulsaram os que já foram condenados? O PT não responde, pois não escuta, assim como não escutou os panelaços durante a exibição de seu programa. Empenhado em inventar seu país publicitário, o partido parece acreditar que será capaz de fabricar, com sua propaganda, um povo crédulo, medroso e obediente. Na TV do PT, não é o poder que emana do povo, mas o povo é quem há de emanar do poder.



15 de maio de 2015
Eugênio Bucci, Época

A VISITA DE LI KEQIANG AO BRASIL

Em julho de 2014, o presidente da China, Xi Jinping, visitou o Brasil, acompanhado por uma delegação de vários ministros e mais de 200 empresários. Menos de um ano depois, será a vez do seu primeiro-ministro, Li Keqiang, desembarcar em Brasília, em 18 de maio próximo, à frente de uma missão empresarial integrada por altos dirigentes de algumas das mais destacadas empresas chinesas. Essas duas visitas, por si só, atestam a relevância que a China atribui ao Brasil.

Há sólidas razões para tanto. Primeiro, a economia.

Em pouco mais de uma década, o comércio entre os dois países cresceu quase 20 vezes. Os investimentos diversificaram-se e alcançaram cerca de US$ 28 bilhões.

Agora, a crise econômica e a Operação Lava Jato criaram uma oportunidade para empresas chinesas. Algumas das grandes construtoras brasileiras limitarão suas operações num mercado, o das grandes obras públicas, que até há pouco dominavam. A retração dos financiamentos, por sua vez, poderá induzir a flexibilização das regras de conteúdo nacional para a aquisição de equipamentos. Amplia-se, assim, o espaço para a participação de investidores estrangeiros nas novas concessões para projetos de infraestrutura. Nesse contexto, o investidor chinês encontra-se em posição privilegiada, pois é competitivo na tecnologia, nos equipamentos e no financiamento.

Mas o vigor da relação Brasil-China não se restringe à economia. Está também na política, sobretudo no momento em que a China dá passos firmes para consolidar sua presença e sua influência em escala mundial. Primeiro, pela busca de maior participação nas instâncias de decisão da governança internacional, especialmente nos organismos financeiros. A revisão na ponderação de votos nas instituições de Bretton Woods, no entanto, depois de anos de negociação, não foi ainda ratificada pelo Congresso norte-americano, o que levou o governo de Beijing a estimular a criação de instituições espelho, como o Banco de Desenvolvimento dos Brics e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura. Sem falar na conclusão de dezenas de acordos para a troca de moedas, para facilitar o comércio em moedas locais e preparar o caminho para a internacionalização do yuan.

A ofensiva chinesa no campo dos investimentos externos, estimados em US$ 1,25 trilhão para a próxima década, em várias regiões do mundo, vai aos poucos configurando uma verdadeira geopolítica da infraestrutura. Não se trata apenas da rede tentacular de rodovias, ferrovias e portos, em si, mas da capacidade de atração de novos investimentos e da abertura de mercado para exportações chinesas. Em decorrência da influência política.

Na Ásia o mapa de investimentos impressiona. A Nova Rota da Seda cruzará a Ásia Central e prosseguirá em direção à Europa, criando um cinturão econômico em seu entorno. Ao sul, a Rota Marítima da Seda ligará o Oceano da China do Sul ao Oceano Índico. No sentido norte-sul, uma rodovia e um trem de alta velocidade conectarão a região de Yunnan com a Tailândia, enquanto o Corredor Econômico ligará por rodovia Bangladesh, China, Índia e Mianmar.

Com vista a conter a expansão econômica e a crescente influência política da China no espaço asiático, o governo de Barack Obama (EUA) anunciou em 2012 o chamado pivô para a Ásia, com o objetivo, entre outros, de reforçar as alianças militares e políticas com países na região. Pouco depois, lançou a Parceria Comercial Transpacífica (TTP, em inglês) – da qual a China foi excluída – para consolidar uma zona econômica sob influência americana. Mas esses passos não parecem suficientes, ao ver de analistas e congressistas norte-americanos. Em estudo recente, o Council on Foreign Relations, um dos mais conceituados think tanks norte-americanos, condenou a política de acomodação do governo Obama perante a China e preconizou uma nova estratégia política, militar e econômica para defender “os interesses vitais dos Estados Unidos nessa vasta região”.

De certa maneira e em menor grau, Xi Jinping parece replicar na América do Sul a política norte-americana na Ásia. A presença da China na região já é marcante no comércio e nos investimentos. Em breve passará a ser também na infraestrutura, em decorrência dos acordos que concluiu com a Argentina e do convênio a ser assinado com o Brasil, por ocasião da visita de Li Keqiang, para a construção da via Transoceânica que ligará o Atlântico ao Pacífico, cruzando o Centro-Oeste e o Peru. A provável participação de investimentos chineses na rede de ferrovias – interligadas à Transoceânica – para o escoamento dos grãos produzidos no Centro-Oeste porá as empresas chinesas numa posição privilegiada em todo o complexo soja, pois atuarão na originação do grão, no armazenamento, na logística de transporte, incluídos terminal e porto, exportação e comercialização no mercado chinês.

Brasília joga, assim, ao lado de Beijing em vários dos tabuleiros em que se vai desenhando a emergência da China, econômica primeiro, política em seguida. Defendemos, legitimamente, maior participação dos países emergentes na governança internacional. Somos parceiros na criação de instituições financeiras alternativas. Assinamos acordo de troca de moedas. Estamos associados em projetos estratégicos em nosso subcontinente.

O Brasil tem na China não só um parceiro estratégico, mas um parceiro que tem estratégia. Resta saber se nós também temos uma visão clara de nossos interesses e objetivos, especialmente no momento em que Estados Unidos e China iniciam um capítulo novo de competição mais acirrada por mercados e áreas de influência.


15 de maio de 2015
Sérgio Amaral, O Estadão

LULA E FHC OU DE SENECTUDE


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu na terça, dia 12 de maio, em Nova York, o prêmio "Pessoa do Ano", conferido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. Fez um discurso duro, mas sereno. A reparação histórica começou, quero crer, mais cedo do que ele imaginava.

A máquina de moer reputações do petismo foi desmoralizada pelos ladrões da Petrobras. A era dita inaugural dos companheiros foi desmascarada pelos juros estratosféricos, pela inflação renitente e pela recessão. É um retrato. O desastre foi meticulosamente engendrado, com uma incompetência fanática.

Ao longo de 12 anos, o PT elegeu como adversário preferencial o que havia de mais moderno nos tucanos: o seu viés –não mais do que viés– liberal. Cavalgando o jumento do nacional-estatismo, a companheirada satanizou à vontade os adversários, desmoralizou-os, acusou-os de inimigos dos pobres.

No discurso que fez nos EUA a uma plateia de 1.200 pessoas, FHC apontou os retrocessos em curso no Brasil, mas recomendou, em seminário no dia seguinte, perseverança e otimismo. No tempo em que sua herança foi enxovalhada pelos governos petistas, nunca perdeu nem serenidade nem bom humor.

Como Cícero recomendava em "De Senectude", FHC, 84 anos no mês que vem, descobriu os prazeres da maturidade. O espírito de alguns livros, de alguns vinhos e, acrescentaria eu, de alguns uísques requer um repertório que é dado pela experiência, não pelo ímpeto. Nota à margem: o próprio Cícero, coitado!, se foi bem antes, aos 63, com cabeça e mãos literalmente cortadas.

E Lula? Ah, Lula... À beira dos 70 anos, poderia ele também estar pacificado. Embora repudie a sua obra, reconheço-lhe a trajetória invulgar. Por que não faz do prateado do rosto e da cabeça o retrato da temperança? Se não o socorre outro saber que não a disputa pelo poder –e assim é por escolha, não por determinação; é ele que foge dos livros, não o contrário–, que as virtudes do conselheiro se sobreponham às do guerreiro. Mas não!

Agora ele anuncia uma cruzada para mobilizar as esquerdas e os movimentos sociais em defesa do PT. A agitação sindical que promove, e não alguma suposta conspiração de Eduardo Cunha, derrotou o governo na votação sobre o fator previdenciário. O chefão petista vaga por aí como alma penada, sem se dar conta de que a sua militância já é coisa do passado. Só sobrevive o que consegue se adaptar às novas circunstâncias; só se conserva o que é capaz de mudar. Não é lei dos homens, mas da natureza.

Fora do poder há 13 anos, mesmo tendo a sua biografia política cotidianamente esmagada pela máquina de propaganda petista, FHC fala a um país nascente. E o faz com discrição e sem pretensões de exercer alguma forma de liderança. Lula, ao contrário, tornou-se apenas um velho reacionário, que busca, desesperadamente, um modo de calar as ruas. Fala à terra dos mortos.

Registro rápido: a investigação de um esquema que é a síntese da forma como o PT capturou o Estado brasileiro tem dois peemedebistas como alvos principais: Eduardo Cunha e Renan Calheiros. Não há algo de estranho nessa narrativa? E os "spin doctors" do petismo espalham a versão de que é o PMDB quem pretende secar a Lava Jato. Vai ver os companheiros querem investigar tudo, né? A má-fé é uma forma de burrice ou a burrice uma forma de má-fé?



15 de maio de 2015
Folha de São Paulo

CALOTE NA EDUCAÇÃO


O Brasil vive tempos esdrúxulos. Más notícias se sucedem sem intervalos desde que acabou a eleição do ano passado. Não há índice animador. Saúde, educação, segurança, emprego, inflação andam para trás. Como em tsunami incontrolável, as ondas parecem empurrar para irremediável retrocesso as conquistas amealhadas nas últimas décadas.

Entre tantos infortúnios, o mais trágico atinge a educação. O cenário não poderia ser mais sombrio. Além dos problemas crônicos - currículo desatualizado, mão de obra precária, má qualidade do ensino, material didático indigente, aprendizagem insatisfatória, evasão crescente -, novas desditas atingem o setor.

Duas ocuparam o noticiário da semana. Ambas golpeiam projetos que pareciam dar alguma resposta aos gargalos e desafios do ensino superior. Em razão do corte horizontal nos recursos do Orçamento promovido pelo Palácio do Planalto, dois programas sofreram pesado golpe. Bolsistas no Brasil e no exterior viram escorrer pelo ralo investimento de tempo e dinheiro.

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) deixou no caminho 180 mil estudantes. Eles não conseguiram concluir o cadastro no site do MEC, apesar de insistentes tentativas. Liminar concedida pela Justiça de Mato Grosso mandou ampliar o prazo, mas o Tribunal Regional Federal derrubou a obrigatoriedade de prorrogação.

Criado como remédio para vencer o provincianismo da universidade brasileira, o Ciência sem Fronteiras (CsF) impõe aos estudantes situação constrangedora. O atraso nos repasses, além de comprometer a aprendizagem, lhes dificulta a satisfação de necessidades básicas. Muitos não têm dinheiro sequer para se alimentar e locomover.

A situação constrangedora ultrapassou os limites particulares. O Institute of International Education (IIE), que intermedeia o repasse de verbas do programa nos Estados Unidos, encaminhou carta aos jovens em apuros. Sugeriu-lhes que lançassem mão do "jeitinho brasileiro" para responder ao problema. Diante da reação, pediu que desconsiderassem o conselho.

Na Pátria Educadora, slogan lançado no discurso de posse do segundo mandato de Dilma Rousseff, as palavras não conversam com os atos. A polícia solta cachorros contra manifestação de professores. Docentes estão paralisados em cinco estados. Alunos depredam escolas. Universidades públicas suspendem as aulas por falta de condições de trabalho. Sem conciliar palavras e ação, em vez de educadora, a pátria é madrasta.



15 de maio de 2015
Correio Braziliense

O CARA


Para a Polícia Federal, tudo o que sai do padrão tem relevância e é por isso que a ida do doleiro Alberto Youssef ao Maranhão, em pessoa, com uma bolada, é como uma cereja no bolo da Lava Jato. Ele sempre enviava representantes, ou “mulas”, para os demais locais, mas fez questão de ir ele mesmo ao Maranhão e acabou preso justamente em São Luís. Segundo a PF, “aí tem!”.

Mesmo com a delação premiada, mesmo depois de tudo o que o doleiro já contou, mesmo depois de tudo o que se sabe, ainda há muitas dúvidas nas apurações maranhenses e elas podem ganhar um novo sabor, desta vez bem picante, com a novidade desta semana nas investigações: o acordo do empreiteiro Ricardo Pessoa com a Procuradoria-Geral da República.

Ele sabe das coisas envolvendo o Maranhão e, rapidamente, mal chegou, já citou o nome de Edison Lobão. Maranhense, Lobão foi ministro de Minas e Energia – pasta à qual a Petrobrás é vinculada – e só chegou a esse cargo nobre pela íntima ligação com o ex-presidente, ex-governador e ex-senador José Sarney.

Pessoa não é uma pessoa qualquer, um réu entre tantos, um representante a mais de empreiteiras ou só um delator no meio da multidão de delatores. Ele é “o cara”. E, por falar nisso, é próximo amigo do ex-presidente Lula, com quem trocava bem mais do que figurinhas e uns copos de cerveja. Na avaliação dos investigadores, Pessoa conhece as entranhas do poder e é chamado pela força-tarefa da Lava Jato de “chefe do clube”, ou seja, das empreiteiras que tiravam dos cofres da Petrobrás para pôr nas contas de PT, PMDB, PP.

Pessoa está preso desde novembro e agora anda do quarto para a sala e do banheiro para a cozinha de casa com uma tornozeleira. Como PF e Ministério Público imaginavam e os envolvidos temiam, não suportou a tensão psicológica nem a pressão familiar e decidiu bater com a língua nos dentes. A República treme.

Não bastasse, Pessoa entrou em pauta e em evidência num momento péssimo para a presidente Dilma Rousseff. Não só porque ela está com a popularidade no chinelo, mas porque as votações do ajuste fiscal estão na sua etapa mais delicada.

Dilma perdera todas até abril, mas, bem ou mal, vinha vencendo as votações no Congresso em maio: ganhou apertado, mas ganhou na decisão sobre a MP trabalhista; aprovou o nome de Luiz Fachin na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e teve um resultado melhor ainda na votação da MP previdenciária na Câmara. Na trabalhista, 25 votos de diferença; na previdenciária, 99.

Mas alegria de pobre dura pouco e alegria de governo fraco, menos ainda. Na mesma noite de quarta-feira, a Câmara mudou o fator previdenciário. Se Lula nem teve tempo para digerir a delação premiada do amigão Ricardo Pessoa na Lava Jato, Dilma nem pôde curtir a vitória da MP. Ontem, ela foi a Pernambuco remoendo a nova derrota, enquanto Lula e o vice e coordenador político Michel Temer toureavam a base aliada em Brasília. Lula cuidava do Senado, particularmente do rebelde sem causa Renan Calheiros. Temer assistia ao vivo e em cores a guerra interna do PT.

A questão agora é fazer duas contas: a política, somando os infiéis, e a econômica, diminuindo a conta da Previdência Social. O impacto é grande nos dois casos, mas a preocupação imediata é política. Exemplos: no PT, 14 deputados votaram contra o seu próprio governo e, no PDT (que reúne seu diretório hoje), não se vê mais um mísero voto a favor.

A crise, portanto, continua braba e, como tudo o que está ruim, ainda pode piorar. Principalmente se o próprio PT bate de frente com a presidente e o governo pelo desgaste do fator previdenciário. Se a mudança passar, Dilma terá duas opções: chorar sobre o rombo da Previdência ou vetar uma decisão altamente popular do Congresso.

Tudo isso com Ricardo Pessoa ameaçando o sono dos poderosos, inclusive do poderoso-mor: o patrono do governo Dilma.



15 de maio de 2015
Eliane Cantanhede, O Estadão

DESEJOS PERIGOSOS


Alguém deveria avisar ao PT para tomar cuidado com os seus desejos — porque eles podem se realizar


Não é preciso ser um Lacan do Leblon para saber que o ser humano é uma máquina de desejar. E insaciável: quanto mais come, mais fome tem, muitas vezes nem sabe do quê, mas não para de desejar. Qualquer guru de araque sabe que é aí que nascem todos os nossos sofrimentos. Por não ter, ou não ter mais, pelo medo de perder, pela inveja de quem tem, por não saber o que quer. Movido a desejo, o ser humano atropela leis e éticas, amores e amizades, vergonhas e ridículos, mostrando o que é.

Alguém deveria avisar ao PT para tomar cuidado com os seus desejos — porque eles podem se realizar. Como uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política. Se Eduardo Cunha, só para sacanear, resolver convocá-la, é óbvio que a maior vítima será o PT, que elegerá uma microbancada do tamanho da popularidade de Dilma. O PMDB, a “direita” e os “conservadores” colocarão as facas e os queijos nas mãos dos ratos para fazerem a reforma que lhes for mais lucrativa.

O PT sempre desejou o financiamento público das campanhas, para ficar com as maiores verbas e manter o poder, mas depois de tudo o que está acontecendo, quem teria a ousadia de pedir mais dinheiro ao contribuinte para financiar as campanhas de partidos que são vistos pela população como balcões de negócios e quadrilhas para assaltar o Estado? Mas como o governo e o Congresso triplicaram os fundos partidários para quase um bilhão de reais por ano e eles ainda contam com o horário “gratuito” de rádio e TV para usar e negociar entre eles, o financiamento público já é uma realidade. Mas eles desejam mais... rsrs

Os que sonham com o impeachment de Dilma devem lembrar que, mesmo se baseado em processos legais legítimos e provas irrefutáveis, provocará traumas e convulsões graves e ruins para todos, dando a Dilma, Lula e o PT o papel de vítimas, e entregando nosso destino a Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. Como dizia Paulo Salim Maluf, com seu sotaque inconfundível, não adianta trocar de mosca, precisamos é sair da merda.

Meu maior desejo é desejar cada vez menos e aceitar a vida como ela é. E que Deus tenha piedade do Brasil.



15 de maio de 2015
Nelson Motta, O Globo

O QUEBRA-CABEÇA DE LULA


A cada dia que passa, o ex-presidente Lula vai perdendo sua aura de intocável. Surgem aqui e ali histórias envolvendo seu santo nome, quase nunca em vão. As mais recentes são exemplares de como os fatos acabam sendo revelados, mesmo que se queira escondê-los.

Na CPI da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef reafirmou ontem a convicção de que o Planalto sempre soube do "petrolão". "Como não saber?", perguntou aos interlocutores. Para explicar sua certeza de que tanto Dilma quanto Lula sabiam, Youssef contou que entre 2011 e 2012, na gestão Dilma, houve uma divisão no comando do PP, e não se sabia quem estava no comando.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa consultou o Planalto e voltou com a orientação oficial: Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, e Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, eram os indicados para decidir quem no PP deveria receber as quantias em dinheiro desviadas da Petrobras.

Lula chegou a pedir desculpas ao povo brasileiro quando estourou o caso do mensalão, e se disse traído, não disse por quem, mas todos compreendiam a quem queria atingir, seu Ministro mais forte e próximo, José Dirceu, chefe da Casa Civil, que acabou preso em consequência do processo aberto no Supremo.

Mais adiante, quando a repercussão do escândalo já havia amainado, Lula passou a dizer simplesmente que o mensalão nunca existira, e garantiu até que se dedicaria a provar isso. Nunca fez um mísero gesto nesse sentido, mas em público manteve a postura de que o mensalão teria sido manobra contra seu governo.

Agora, vem a público um livro que revela a verdade de Lula que não poderia ter sido revelada. O livro sobre José Mujica, o ex-presidente uruguaio, a certa altura revela que Lula, em 2010, em uma conversa com ele, admitiu a existência do mensalão.

Segundo o relato dos jornalistas Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, "Lula teve que enfrentar um dos maiores escândalos da História recente do Brasil: o mensalão, uma mensalidade paga a alguns parlamentares para que aprovassem os projetos mais importantes do Executivo. Compra de votos, um dos mecanismos mais velhos da política. Até José Dirceu, um dos principais assessores de Lula, acabou sendo processado pelo caso. (...) Lula não é um corrupto como Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros", disse-nos Mujica.

Ele contou, além disso, que Lula viveu todo esse episódio com angústia e um pouco de culpa. "Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens", disse Lula, aflito, a Mujica e Astori (vice-presidente eleito), semanas antes de eles assumirem o governo do Uruguai. "Essa era a única forma de governar o Brasil", justificou-se.

O que era para ser uma referência condescendente, quase elogiosa, a Lula desencadeou uma crise política que um dos autores do livro tentou conter, assumindo que descrevera de maneira equivocada o diálogo. "Lula estava falando sobre as "coisas imorais" [praticadas em seu mandato], e não sobre o mensalão. O que Lula transmitiu ao Mujica foi que é difícil governar o Brasil sem conviver com chantagens e "coisas imorais"", tentou explicar Danza.

Para azar dele e de seu companheiro de empreitada, a revista em que trabalham, "Búsqueda", publicou na edição que chegou às bancas na quinta-feira uma resenha do livro "Una oveja negra al poder", intitulada "Lula: el mensalão era la única forma de gobernar Brasil". O próprio Mujica, que já assinara o livro em noite de autógrafo, dando a ele um ar de legitimidade, teve que intervir, afirmando: "Lula jamais falou em mensalão nas conversas comigo. Uma vez me disse que, por ter uma minoria parlamentar, o chantageavam". E arrematou, para mal dos pecados dos autores do livro: "Se os jornalistas escreveram isso, é por conta deles".

Nada mais ridículo do que o papel de um ex-presidente tendo que assumir de público que seus biógrafos oficiais distorceram suas palavras, as únicas do livro que foram desmentidas, pelo que se sabe.

Talvez essas histórias não bastem para incriminar o ex-presidente Lula, mas o conjunto da obra - inclusive a ligação com as empreiteiras e os favores recebidos mesmo depois de ser presidente - acaba formando um quebra-cabeça que dificilmente deixa de ser montado por quem não é crédulo ou não faz parte do esquema político beneficiado.



15 de maio de 2015
Merval Pereira.O Globo

PADILHA É HOSTILIZADO EM RESTAURANTE EM SÃO PAULO


CLIENTE INTERROMPE ALMOÇO DE EX-MINISTRO DA SAÚDE PARA CRITICÁ-LO

(FOTO: REPRODUÇÃO ESTADÃO)

Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde de Dilma e atual secretário de Relações Governamentais de Haddad, foi hostilizado enquanto almoçava, hoje, no restaurante Varanda Grill, nos Jardins. Batendo uma faca em um copo de vidro, o advogado Danilo Amaral, que foi presidente da Bra Transportes Aéreos, chamou atenção do salão inteiro para a presença de Padilha.

“Queria saudar, aqui, hoje, dizer a vocês que temos a presença do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff, responsável pelo gasto de um bilhão de reais que nós, otários, pagamos até hoje.” 

Foi aplaudido. O petista até tentou rebater, mas foi ofuscado pelos aplausos. (AE)

15 de naui de 2015
diário do poder

DONOS DE JORNAIS NO BRASIL SÃO MAIS NOCIVOS DO QUE AS DITADURAS

Estoril, Portugal - Já que falamos aqui dos jornalistas cooptados por Lula para o seu exército vermelho da comunicação chapa-branca, nada mais natural do que comentar também sobre os patrões da imprensa, vassalos que vivem a soldo do governo desde que o Brasil é república. Quem resumiu muito bem o caráter dos donos de jornais nas últimas década foi o escritor Graciliano Ramos lá pelos anos de 1950, quando era revisor do Correio da Manhã, no Rio, um dos jornais mais influentes do país à época. Avesso a bajulações, sisudo, conciso, amargo e cortante, como se mostra em seus textos literários, Mestre Graça foi convidado por Paulo Bitencourt, o dono do jornal, para fazer uma saudação em nome dos empregados numa data festiva do periódico.

Graciliano relutou. Dizia modestamente não ter o dom da oratória. Paulo, porém, insistiu que o alagoano falasse para a plateia que se aglomerava no local da festança aos gritos de “fala”, “fala”, “fala”..., quando o autor de Vidas Secas, profundamente encabulado pelo apupo, interrompeu a animação e iniciou suas primeiras palavras:

- Paulo, de todos os patrões que já tive, você é o menos filho da puta que conheço...”

O discurso lacônico do Mestre Graça pode ser a síntese do que o povo brasileiro pensa dos seus empresários da mídia. A história da imprensa no Brasil mostra, pelos menos nas últimas décadas, que alguns donos de jornais foram mais perversos e danosos ao povo brasileiro do que mesmo os tiranos que em momentos diversos ocuparam o poder no país. Veja alguns exemplos: Carlos Lacerda, na Tribuna da Imprensa, espinafrou Getúlio Vargas até levá-lo ao suicídio, enquanto Samuel Wainer o defendia na Ultima Hora, jornal criado com dinheiro do BB facilitado por Vargas; Assis Chateaubriand, criador dos Diários Associados, achacava empresários e governo para manter o seu poderio de comunicação, como revela Fernando Morais no "Chatô, o Rei do Brasil"; os Frias, do grupo Folha de S. Paulo, mantinham Notícias Populares para empregar policiais da repressão; O Estado de S. Paulodefendeu em seus editoriais a tomada do poder pelo regime militar; e o Roberto Marinho, o mais astuto de todos eles, aliou-se à ditadura para expandir seu império.

Como se vê, cada grupo sempre defendeu interesses próprios. Como a televisão, como força popular e de persuasão, ainda engatinhava, os jornais deram as cartas durante muito tempo com a palavra final da verdade. Enquanto um grupo atacava determinado governo, outro defendia para se abastecer das verbas publicitárias e das benesses do submundo oferecidas tanto por governos militares como civis. Dono de jornal nunca teve ideologia nem partido. Ele se movimenta pela conta bancária. Seu interesse, ao contrário do que pensam os ingênuos, nunca foi o de defender os interesses do povo e nem o de estar ao seu lado, mas expandir seus impérios de comunicação para formar um poder paralelo, como fazem até hoje, em proporções menores, os grupos que dominam a comunicação no país.

Imprensa independente é balela. A mais independente de todos os tempos, os jornais alternativos editados durante a ditadura, desapareceu com ela. O conteúdo que vendia, a contestação ao regime, acabou. Com o fim do militarismo, a pauta desses jornais se esgotou e eles começaram a ficar iguais à imprensa convencional e, por causa disso, sucumbiram, deixaram de ser alternativos.

Mas não devemos confundir imprensa com liberdade de imprensa. Esta deve ser defendida com unhas e dentes contra todas as tentativas de silenciá-la por governos déspotas ou pela esquerda festiva. A imprensa escrita, a do Gutemberg, infelizmente está com os dias contados com o surgimento da globalização que digitaliza a notícia em tempo real. Essa nova geração não quer sujar as mãos com tinta, como faz diariamente o pequeno contingente de velhos e saudosos leitores de jornais.

Mas a imprensa brasileira – pelos menos os três grupos mais importantes desse segmento – procura caminhos alternativos ao do papel impresso. E não se engane, durante muito tempo essas organizações ainda vão mandar no país, mexendo no tabuleiro do poder ao seu bel-prazer. E nós, os mortais, ainda seremos manipulados por elas por várias décadas



15 de maio de 2015
Jorge Oliveira

DILMA CONTRA LULA: VOCÊ ACREDITA?


dilma lulal

O colunista e blogueiro de “O Globo”, Ricardo Noblat, publicou o post abaixo sobre as relações atuais no PT:
Sabe por que a presidente Dilma Rousseff não apareceu no programa de propaganda eleitoral do PT no rádio e na televisão, na semana passada? Porque ninguém a convidou.
É claro que mesmo assim poderia ter aparecido – bastava que pedisse. Mas ela não pediu – ou por medo de aparecer ou porque simplesmente não pediu.
Se você frequenta rodas de petistas ilustres ou não, e se desfruta da confiança deles absoluta ou relativa, inevitavelmente você os ouvirá falando mal de Dilma.
Há um fosso cada vez mais profundo separando petistas de Dilma. Separando Lula de Dilma.
Eles se queixam de que Dilma despreza conselhos por mais sábios que sejam. E quando concorda em segui-los, só o faz muito tarde.
Dilma foi alçada ao Ministério das Minas e Energia por Lula, apesar de sua pouca experiência. Foi também por ele que chegou à Casa Civil, tão logo José Dirceu foi arrastado pelo Mensalão. Dilma Rousseff, que não tinha história nenhuma no PT, nunca ocupara qualquer cargo de liderança no partido e muito menos tinha influência entre a cúpula, só foi candidata à presidência graças à decisão pessoal de Lula, que comanda com mãos de ferro o PT. Ainda hoje, não passa um mês sem que Dilma desloque-se até São Paulo para encontrar Lula, subvertendo totalmente a autoridade do cargo mais importante do país e submetendo-o aos gostos autoritários do ex-presidente.
Alguém realmente acredita ser possível uma briga entre Dilma e Lula? Alguém realmente acha que Lula deixou de dar ordens a Dilma? Que Dilma tenha coragem de desobedecer ou contrariar Lula? Por fim, alguém acredita que Lula tenha algum respeito pela autoridade presidencial de Dilma Rousseff? Dilma é a mulher brasileira mais submissa a ocupar um cargo de autoridade no país.
15 de maio de 2015
in implicante

MPF DENUNCIA ROSE DO LULA POR MAIS UM CRIME: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Não são umas gracinhas? Adoro eles...
 
(O Globo) A ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, amiga do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa como desdobramento de irregularidades levantadas na Operação Porto Seguro, deflagrada em novembro de 2012. Rose já é alvo de uma ação criminal por corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica.

Na denúncia apresentada no dia 30 de abril, são listados os favores recebidos pela ex-chefe do escritório da Presidência para fazer indicações de nomeações e marcar reuniões para o ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira. Rose também é acusada de indicar o irmão de Paulo, Rubens Vieira, para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os irmãos Viera comandariam uma quadrilha de venda de pareces em órgãos federais. Eles também foram denunciados por improbidade administrativa na nova ação proposta pelo MPF.

Ao analisar a denúncia de improbidade administrativa, o juiz José Henrique Prescendo, da 22ª Vara Cível Federal, disse que entre Rose e os irmãos Vieira “havia uma identidade de propósito consistente em se beneficiarem reciprocamente através das diversas condutas ímprobas que lhes são imputadas”. O juiz cita o favorecimento da empresa Tecondi, que explora terminais no Porto de Santos (SP), em processos no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ingerência da ex-chefe do escritório da Presidência da República no Ministério da Educação.

A Operação Porto Seguro revelou que Rose obteve para o seu ex-marido José Cláudio Noronha um diploma universitário falso para que ele pudesse ser nomeado para o conselho de administração da BrasilPrev, seguradora do Banco do Brasil. José Cláudio também foi denunciado por improbidade administrativa, assim como José Batista de Oliveira Vasconcelos, outro ex-marido de Rose. A empresa de Vasconcelos conseguiu um contrato com a Cobra, braço tecnológico do Banco do Brasil.

Durante as investigações, foi descoberto ainda que Rose e Paulo Vieira planejavam abrir uma escola de inglês. A unidade, da rede Red Ballon, registrada em nome de Meline e Mirelle, as duas filhas de Rose, e de seu ex-marido Noronha, começou a funcionar no início do ano passado, em São José dos Campos (SP).

Ao analisar a denúncia de improbidade administrativa, o juiz Prescendo declinou da competência para conduzir a ação e determinou a remessa do processo para Brasília porque outras ações civis relacionadas à Operação Porto Seguro já correm na capital federal. O juiz determinou ainda o sigilo sobre o processo por causa da existência de documentos decorrentes da quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário dos réus. O Ministério Público Federal recorreu para que o processo seja mantido em São Paulo.

15 de maio de 2015
in coroneLeaks

AS RAÍZES SECRETAS DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO



Durante a Guerra Fria, a KGB era um estado dentro do estado. Agora, a KGB – rebatizada de FSB – é o próprio estado.
Mikhailov e a sua KGB, rebatizada FSB, estão fazendo o possível para apagar por edição de imagem a barra da saia que os liga à teologia da libertação.


A História costuma se repetir, e, se você tiver vivido duas vidas como eu vivi, talvez tenha a oportunidade de ver uma repetição com os próprios olhos.
A teologia da libertação, sobre a qual pouco se falou nas últimas duas décadas, está de volta às notícias. Mas ninguém está falando nada sobre a sua origem. Ela não foi inventada pelos católicos latino-americanos. Foi concebida pela KGB. O homem que hoje é o chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, trabalhou secretamente para a KGB sob o codinome “Mikhailov” e passou quatro décadas promovendo a teologia da libertação, à qual, nós, do topo da comunidade de inteligência do leste europeu, demos o apelido de Marxismo Cristianizado.
A teologia da libertação tem sido normalmente entendida como um casamento entre Marxismo e Cristianismo. O que ninguém entende é que ela não foi inventada por cristãos que foram atrás do Comunismo, mas por comunistas que foram atrás dos cristãos.  Eu descrevi o nascimento da teologia da libertação em meu livro Disinformation, escrito em coautoria com o professor Ronald Rychlak. A sua gênese foi parte do Programa de Desinformação do Partido/Estado, altamente secreto, aprovado formalmente em 1960 pelo chefe da KGB, Aleksandr Shelepin, e pelo membro do Politburo Aleksei Kirichenko, na época o segundo na hierarquia do partido, logo abaixo de Nikita Khrushchev.
Em 1971, a KGB enviou Kirill – recém-elevado ao grau de arquimandrita (NT: algo equivalente a abade na Igreja Católica) – a Gênova como emissário da Igreja Ortodoxa Russa para o Conselho Mundial de Igrejas (World Council of Churches). O CMI era, e ainda é, a maior organização religiosa internacional depois do Vaticano, representando cerca de 550 milhões de cristãos de diversas denominações em 120 países. A principal tarefa de Kirill/Mikhailov era envolver o CMI na disseminação da recém-criada teologia da libertação por toda a América Latina. Em 1975, a KGB conseguiu infiltrar Kirill no Comitê Central do CMI – posição que manteve até ser “eleito” patriarca da Rússia, em 2009. Logo após ter entrado no Comitê Central, Kirill informou à KGB: “Agora, a agenda do CMI é a nossa agenda”.
Durante os anos de Kirill na direção do CMI, a teologia da libertação lançou raízes profundas na América Latina – cujo mapa hoje tem expressivos retalhos vermelhos. Navios de guerra e bombardeiros russos estão de volta a Cuba pela primeira vez desde a crise dos mísseis de 1962, e a Rússia também enviou recentemente navios e bombardeiros para a Venezuela.
O Papa João Paulo II, que conhecia bem a cartilha comunista, não se deixou enganar pela teologia da libertação soviética. Em 1983, o seu amigo e homem de confiança, Cardeal Ratzinger (mais tarde Papa Bento XVI), na época chefe da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, classificou como marxista a idéia da teologia da libertação de que a luta de classes seja essencial para a história. O Cardeal chamou a teologia da libertação de “heresia ímpar” e a dinamitou como uma “ameaça fundamental” para a Igreja.
É claro, era e continua sendo uma ameaça – uma ameaça deliberadamente concebida para minar a Igreja e desestabilizar o Ocidente por meio da subordinação da religião a uma ideologia política ateísta, que é quem vai lucrar geopoliticamente com isso.
Hoje, nomes como Oscar Romero e Miguel d´Escoto Brockmann, não pronunciados desde os anos 1980 quando a União Soviética ainda existia, estão novamente no noticiário internacional. Lá vai! Os promotores de uma ideologia religiosa concebida pela KGB, que no passado abraçaram a revolução marxista violenta, agora negam a ligação da teologia da libertação com o marxismo e com a KGB.
Cada sociedade reflete o seu próprio passado. Desde o início dos tempos, todos os que se sentaram no trono do Kremlin – czares autocráticos, líderes comunistas, presidentes democradicamente eleitos – estiveram ocupados em controlar todas as expressões de religião que porventura pudessem atrapalhar as suas ambições políticas. Quando, em 1547, Ivan IV – O Terrível – se auto coroou o primeiro czar russo, também se auto proclamou chefe da Igreja Ortodoxa Russa. Czarismo e comunismo podem ter sido tragados pela areia do tempo mas o Kremlin dá continuidade essa tradição.
Ao longo de toda sua história, a Russia tem sido uma samoderzhaviye, tradicional forma russa de autocracia totalitária na qual o senhor feudal domina o país e a igreja com o auxílio da sua força política policial. Esta, sempre que teve um problema difícil de imagem, simplesmente trocou de nome – de Okhrana para Cheka, para GPU, para OGPU, para NKVD, para NKGB, para MGB, para MVD, para KGB – e fingiu ser uma organização novinha em folha.
Muitos dos falecidos oficiais da KGB devem ter virado no túmulo na véspera do Ano Novo de 1999 quando o seu antigo chefe, Vladimir Putin, meu colega da KGB durante algum tempo, entronou-se no Kremlin. Durante a Guerra Fria, a KGB era um estado dentro do estado. Agora, a KGB – rebatizada de FSB – é o próprio estado. De acordo com um estudo publicado no jornal russo Novaya Gazeta, em 2003, cerca de seis mil ex-oficiais da KGB estavam tocando os governos locais e federal russos. O respeitado jornal britânico The Guardian noticiou que o presidente Putin acumulou secretamente cerca de 40 bilhões de dólares, tornando-se o homem mais rico da Europa.
Na Rússia, quanto mais as coisas mudam, mais parecem ficar do mesmo jeito.
Isso nos leva de volta a Kirill/Mikhailov. Em 2006, a fortuna pessoal do arcebispo Kirill foi estimada em 4 bilhões de dólares pelo Moscow News. Não se espante. Em meados dos anos 1990, o Departamento de Relações Exteriores da Igreja Ortodoxa Russa, dirigida por Kirill, ganhou o privilégio de importar cigarros com isenção de impostos como recompensa por sua lealdade à KGB. Não demorou muito para que ele se tornasse o maior fornecedor de cigarros importados da Rússia.
Poucos anos atrás, quando Kirill estava visitando a Ucrânia como novo Patriarca da Rússia, um jornal publicou uma foto na qual o prelado aparecia com um relógio de pulso Breguet, com custo estimado em 30 mil euros. O jornal russoKommersant acusou Kirill de abuso de privilégio de importação de cigarros sem pagamento de impostos e o apelidou de “metropolitano do tabaco”. Kirill negou possuir tal relógio. Disse que a foto devia ter sido alterada por seus inimigos, e postou a fotografia “real” no seu website oficial. Um estudo minucioso desta fotografia “real”, entretanto, mostra que o relógio Breguet havia sido apagado do seu pulso por edição da imagem mas o reflexo do relógio ainda está nitidamente visível na superfície da mesa abaixo do seu braço.
Mikhailov e a sua KGB, rebatizada FSB, estão fazendo o possível para apagar por edição de imagem a barra da saia que os liga à teologia da libertação. Não podemos deixar que eles consigam.

O general Ion Mihai Pacepa é o oficial de mais alta patente que desertou do Bloco Soviético. O seu livro mais recente, Disinformation, em co-autoria com o professor Ronald Rychlak, publicado pelo WND, está sendo filmado em Hollywood.
15 de maio de 2015
 ION MIHAI PACEPA
Publicado no National Review.
Tradução: Ricardo R Hashimoto

EDUCAÇÃO COMUNISTA: A PRÁXIS CONTRA A VERDADE



A escola e o ensino, segundo os comunistas, devem ser permanentemente controlados para evitar a infiltração de resíduos e concepções burguesas. É esse o objetivo da educação marxista: formar consciências comunistas. E isso, como é obtido?
Para o marxismo, a prática tem prioridade sobre o conhecimento e é o fundamento deste. Essa é uma tese de Marx, que seus epígonos não hesitaram em manter e que é a própria base do marxismo: a primazia da práxis sobre o conhecimento, da ação sobre a doutrina e do fazer sobre o ser.
A conseqüência imediata dessa tese no ensino é a de que, para o marxismo, educar não é pôr em contato com a verdade e sim com a prática. Mao-Tsé Tung afirmou que uma das características do materialismo dialético "é o seu caráter prático; sublinha a independência da teoria à prática; que a prática é a base da teoria; que o critério da verdade nada mais é que a prática social".
A educação e o ensino, para o marxismo, devem realizar, na prática, a vinculação do homem ao sentido da história. A educação é necessária, seu significado e sua tarefa consistem em provocar a máxima aceleração no processo histórico e em tornar possível a transformação da consciência dos homens.
Para o marxismo, a única forma possível de educar consiste em lograr que, consciente e livremente - falamos da liberdade marxista - a educação se realize, por contradições sucessivas, na natureza e na história; a educação marxista deve ser interpretada como acomodação. A educação é uma atividade acomodadora à situação revolucionária. Educar é socializar.
Para o marxismo, o professor desempenha um papel importante, e é fundamental que o ensino esteja em mãos de mestres ideologicamente doutrinados e capacitados para acender a chispa da consciência comunista em seus alunos e, ademais, além de uma formação adequada deve ter, acima de tudo, uma consciência política. A escola e o ensino, segundo os comunistas, devem ser permanentemente controlados para evitar a infiltração de resíduos e concepções burguesas.

É esse o objetivo da educação marxista: formar consciências comunistas. E isso, como é obtido?
O procedimento varia, segundo as circunstâncias; não é o mesmo quando o partido comunista esteja no poder, ou quando ainda não tenha conseguido a tomada do poder. Quando domina a sociedade todos sabem como opera, e, no outro caso?
Em primeiro lugar devemos ter em mente que o marxismo não trata de melhorar nada, e sim fazer uma transformação total, face ao seu próprio caráter dialético. A crítica do marxismo a toda injustiça real ou a toda situação que se apresente como injusta, ou que se faça passar como tal, não tem por finalidade restabelecer a justiça ou melhorar as coisas em seu real e mais amplo sentido, e sim inserir o homem na dialética, lograr que os homens aceitem sua vinculação ao processo dialético, que é no que consiste o progresso para o marxismo.
O marxismo não se preocupa com o proletariado porque este esteja oprimido ou porque seja débil e sim na medida em que é ou pode tornar-se uma força, e quanto mais proletários existirem maior será sua força como classe revolucionária e mais próximo e possível estará o socialismo.
O objetivo confesso dos marxistas é a tomada do Poder pela classe trabalhadora. Isso, todavia, não significa que nada se possa fazer antes de o Poder passar às mãos dessa classe. A luta pela educação tem uma importância fundamental, pois sem a dedicação a essa luta não podem tomar forma e desenvolver-se os meios para tornar possível a ofensiva final, nem a ideologia que sustenta essa luta. Qualquer avanço no progresso educativo poderá vir, afinal, auxiliar o desenvolvimento da consciência de classe da classe trabalhadora.
Daí a importância e o perigo do ensino do marxismo nos centros escolares da sociedade em que este ainda não tenha assumido o poder. Perigo mais latente e real hoje, quando os ensinamentos de Gramsci, de tomada não-violenta e indolor do Poder pretende chegar ao final da história - o comunismo - por meio da conquista da sociedade civil, o que tornará possível a subseqüente conquista do Estado. Isto é, a conquista da sociedade civil como prelúdio da conquista da sociedade política. Ou seja, antes de tomar o poder é preciso conquistar a cultura, segundo a terminologia gramscista.

Exemplo clássico de derrota do marxismo por não possuir a hegemonia na sociedade civil foi a sofrida por Allende, no Chile. Daí a tática comunista adaptada à lição recebida. Uma vez conquistada a cultura, o caminho estará livre à implantação do socialismo.
Gramsci, ideólogo marxista-leninista italiano, falecido na década de 30, e seus seguidores, descartam, por esse motivo, a violência revolucionária - que, no entanto, admitem em último extremo - e dão mais importância à educação levada a cabo pelos intelectuais, considerando-a o principal fator revolucionário. Dessa forma, pretende-se evitar que a forte personalidade da sociedade civil nos países ocidentais se rebele contra um governo revolucionário, levando-o a fracassar, como ocorreu no Chile em 1971-1973.
Ainda Gramsci:
"É impossível que uma luta política possa culminar em verdadeiros resultados se não vem acompanhada de uma revolução, de uma reforma intelectual e moral, se não se modifica a mentalidade das pessoas e, por conseguinte, a superestrutura da sociedade. Por isso, o problema da revolução é também um problema de educação. (...) É necessário que o fato revolucionário apareça não somente como um fenômeno de Poder, e sim, também, como um fenômeno de costume, como um fato moral, o que implica, necessariamente, numa radical transformação das mentalidades".
Daí a importância da Escola - na qual a política, a cultura e a pedagogia estão indissoluvelmente unidas - que poderá vir a cumprir, com relação aos jovens, o mesmo fim que um partido político.
Por tudo isso, ainda segundo Gramsci, "a difusão, desde um centro hegemônico - a Escola -, de um modo de pensar homogêneo, é a condição principal para a elaboração de uma consciência coletiva".
Direção, organização da cultura, centro hegemônico, modo de pensar homogêneo, consciência coletiva, escola unitária, tudo isso é destinado a impor e a lograr que se assimile a filosofia da práxis, isto é, o marxismo, pela sociedade civil.

No fundo, no fundo, nada mudou. Trata-se da instrumentalização da cultura e do ensino para atingir o objetivo visado pelo marxismo: a submissão do homem mediante a submissão da inteligência.
Volodia Valentin Teitelboim Volosky, advogado, político, escritor e intelectual, secretário-geral do Partido Comunista Chileno de 1988 a 1995, referiu-se a esse tema na Revista Internacional nº 1-1982:

"A cultura é uma vaga e prestigiosa palavra em razão da qual, a seu juízo, os povos e as nações conservam, continuam e até superam seu passado, Porém, quem controlar a cultura e sua base imprescindível, a educação, poderá não só definir retrospectivamente o acontecido como também controlar o futuro. O amanhã se encontra nas mãos e no cérebro daqueles que estão sendo educados hoje".
15 de maio de 2015
Carlos I. S. Azambuja
 é historiador.

FRANCISCO, ECO-TERRORISMO E MISÉRIA



Poucos sabem que o principal “dogma” dos ecologistas, o “aquecimento global” supostamente provocado pela atividade humana, em particular, pelo uso de combustíveis fósseis e as emissões de CO2, não provou-se cientificamente.

1. Enquanto o pontífice Francisco dá os toques finais em uma encíclica sobre ecologia, 100 cientistas ambientalistas norte-americanos lhe enviaram uma carta em 27 de fevereiro, implorando-lhe para que não se deixe levar pelos argumentos de ecologistas radicais, com análises que não foram demonstradas pela ciência ambiental. Esses líderes revolucionários, com o pretexto de ajudar os pobres, contribuem com suas propostas para aumentar perigosamente a miséria no mundo.
2. Imediatamente depois de entregar na Santa Sé a carta a Francisco, uma comissão representativa desses 100 cientistas deu uma coletiva de imprensa a poucos passos do Vaticano, no Hotel Columbus, na própria Via della Conciliazione, ante atônitos jornalistas do mundo inteiro que estão acostumados somente a ouvir, a fazer eco e a difundir as opiniões dos ecologistas radicais.
3. Os cientistas norte-americanos, em sua súplica a Francisco, asseveram que simplesmente não existem provas científicas que demonstrem o tão repetido slogan da culpabilidade do ser humano no “aquecimento global”, e pedem que a Santa Sé não conceda seu apoio moral aos mitos ecologistas radicais defendidos especialmente no Painel Inter-governamental sobre a Mudança Climática (IPCC) organizado pelas Nações Unidas. Com efeito, poucos sabem que o principal “dogma” dos ecologistas, o “aquecimento global” supostamente provocado pela atividade humana, em particular, pelo uso de combustíveis fósseis e as emissões de CO2, não provou-se cientificamente.
4. Simultaneamente à coletiva de imprensa dos cientistas norte-americanos, na Academia Pontifícia de Ciências, dirigida pelo bispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, estava reunido um grupo de líderes ecologistas, boa parte dos quais deu seu apoio aos slogans publicitários eco-terroristas. A reunião na Academia Pontifícia contou também com a presença do Secretário-Geral das Nações Unidas Ban Ki-Moon e do economista de Harvard Jeffrey Sachs, os quais negam-se a reconhecer a existência de abundante documentação científica que mostra que dos níveis atuais das emissões de gás não estão na causa das mudanças climáticas.
5. Em conseqüência, os representantes dos 100 cientistas norte-americanos que enviaram a carta a Francisco, advertiram em Roma que não se pode chantagear psicologicamente a humanidade para empurrá-la para uma revolução literal das economias globais que limitaria drasticamente a liberdade e a propriedade privada, contribuindo para aumentar a miséria no mundo.
A substituição das fontes de energia constantes, como os combustíveis fósseis, por fontes de energia intermitentes e de baixa densidade, como a eólica e a solar, seria algo catastrófico para os pobres do mundo. Com efeito, essa eventual substituição elevaria ao mesmo tempo o custo da energia que eles usam e reduziria sua disponibilidade, especialmente da energia elétrica.
6. O eco-terrorismo ainda tem em suas mãos o maior número de microfones para difundir suas idéias pró-socialistas e anti-científicas. Porém, ele já não tem a unanimidade que até há pouco o favorecia. Os 100 cientistas ambientalistas norte-americanos contribuíram decisivamente para romper esse monopólio publicitário dos ecologistas radicais, que ocupam hoje o papel que as velhas esquerdas revolucionárias ocuparam há algumas décadas.

Links:
Carta abierta al pontífice Francisco sobre el cambio climático (traducción al español)
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Message to Pope Francis: Protect the Poor from Harmful Climate Policies (original in English)
Press release (in English):
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Hydrocarbon Use and Human Material Wellbeing: A Case Against Mitigating Global Warming by Reduced Fossil Fuels Use—Talk Given in Rome, Italy April 28, 2015
By E. Calvin Beisner, Ph.D., April 28, 2015
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Psicose ambientalista: os bastidores do eco-terrorismo
Livro de Bertrand de Orleans-Bragança, com a colaboração de uma equipe de pesquisadores do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Para baixar gratuitamente o livro em formato PDF (em Portugués), faça clic no link abaixo.
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Environmentalist Psychosis: Behind the scenes of ecoterrorism
To download the book free of charge, in PDF format (in Portuguese), follow the link. 

Apontamentos de Destaque Internacional. Responsável: Javier González. E-mail: destaque2016@gmail.com (opiniões, pedidos de subscrição e remoção, sugestões, etc.).

15 de maio de 2015
ESCRITO POR CUBDEST
Tradução: Graça Salgueiro

DOS LIMÕES... A LIMONADA


Quão raro e agradável é para o poderoso compreender as limitações do poder, verdadeiramente repudiar seu uso, com efeito, devolvê-lo às miríades de indivíduos que compõem a sociedade. Assim foi Ludwig Erhard, que fez mais do que qualquer outro homem ou mulher para desnazificar a economia alemã após a Segunda Guerra Mundial. Ao fazê-lo, ele deu origem a uma miraculosa recuperação econômica.

“Aos meus olhos”, confidenciou Erhard em Janeiro de 1962, “o poder é sempre entorpecente, é perigoso, brutal e, basicamente, até estúpido”.

Por qualquer mensuração, a Alemanha em 1945 era um desastre – derrotada, devastada, dividida e desmoralizada – e não apenas devido à guerra. Os nazistas, é claro, eram socialistas ( O nome nazi deriva da abreviatura de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães), assim que por mais de uma década a economia tinha sido “planejada” de cima. Tinha sido atormentada com controle de preços, racionamento, burocracia, inflação, cronismo (capitalismo de “compadres”), cartéis, desperdício de recursos e comando governamental das indústrias mais importantes. Os produtores faziam o que os planejadores ordenavam. Servir ao estado era o valor mais elevado.
Trinta anos antes, o adolescente Ludwig Erhard ouviu seu pai argumentar pelos valores liberais clássicos em discussões com homens de negócios, seus companheiros. Ele era um empreendedor na Bavária, no ramo de vestuário e têxteis, o velho Wilhelm opôs-se ativamente à crescente cartelização da economia germânica promovida pelo kaiser. O biógrafo de Erhard, Alfred C. Mierzejewski, escreveu sobre o pai de Ludwig,

“Embora não fosse rico, tornou-se membro de uma sólida classe média que fez sua vida através de trabalho duro, satisfazendo a florescente demanda por consumo no período, ao invés de fazer lobby por subsídios governamentais ou por proteção como tantos privilegiados fizeram para preservar suas fazendas e muitos industriais fizeram para defender-se da competição estrangeira”.

O jovem Ludwig sentiu na pele os encargos impostos pelo governo sobre os homens de negócios honestos e independentes como seu pai. Ao longo de sua vida ele desenvolveu uma paixão pelo livre mercado, porque ele compreendeu o que Hayek expressaria tão bem nos anos quarenta: “Quanto mais o estado planeja, mais difícil se torna o planejamento para o indivíduo”.

Gravemente ferido pela artilharia Aliada em 1918 na Bélgica, os valores liberais de Ludwig foram fortalecidos por sua experiência na sangrenta e fútil Primeira Guerra Mundial. Após a tumultuosa hiperinflação que assolou a Alemanha nos anos após a guerra, ele obteve seu PhD em economia, assumiu o controle dos negócios da família, e liderou um instituto de pesquisa de mercado, o que deu a ele oportunidades de escrever e falar a respeito de questões econômicas.

A ascensão de Hitler ao poder nos anos trinta perturbou profundamente Erhard. Ele recusou-se a ter qualquer coisa a ver com o nazismo ou com o partido nazista, até mesmo patrocinando sigilosamente a resistência nos anos que se seguiram. Os nazistas cuidaram para que ele perdesse seu trabalho em 1942, quando ele escreveu um artigo esboçando suas ideias para uma economia livre no pós guerra. Ele passou os anos seguintes como um consultor de empresas.

Em 1947, Erhard alcançou a presidência de uma importante comissão monetária. Isto provou ser vital como alicerce para a posição de diretor econômico para o Conselho Econômico Bizonal, uma criação das autoridades de ocupação Americana e Britânica. Foi lá que ele pôde finalmente colocar em prática sua visão política e, no processo, transformar seu país.

Nesta época as crenças de Erhard solidificaram-se em convicções inabaláveis. A moeda deve ser sólida e estável. O coletivismo foi um absurdo mortal que asfixiou a criatividade individual. O planejamento central era um truque, uma ilusão. Empreendimentos estatais nunca poderiam ser um substituto aceitável para o dinamismo do mercado empresarial competitivo. Inveja e redistribuição de riqueza eram males.

“É muito mais fácil dar a cada indivíduo um pedaço maior de um bolo sempre crescente”, ele disse, “do que obter mais de uma disputa sobre um bolo pequeno, porque em tal processo cada ventagem de um é uma desvantagem de outro”.

Erhard defendeu competição justa e nenhum privilégio. Sua prescrição para a recuperação? O estado estabeleceria as regras do jogo e por outro lado deixaria as pessoas em paz para arrancar a economia Alemã da estagnação. O falecido economista William H. Peterson revelou o que aconteceu depois:

“Em um domingo de junho de 1948, sem conhecimento ou aprovação das autoridades militares da ocupação Aliada (que, é claro, estavam distantes de seus escritórios), o Ministro da Economia da Alemanha Ocidental Ludwig Erhard bravamente publicou unilateralmente um decreto extinguindo o racionamento e o controle de preços e salários, introduzindo uma nova moeda sólida, o Marco Alemão. O decreto foi imediatamente efetivado. Erhard disse ao povo Alemão: “Agora seu único cupom de racionamento é o Marco”.

As autoridades americanas, britânicas e francesas que haviam indicado Erhard para o cargo estavam horrorizadas. Alguns acusaram-no de ter excedido seus poderes definidos, e que ele deveria ser deposto do cargo. Mas a obra estava feita. O General Comandante das forças Americanas Lucius Clay disse: “Herr Erhard, meus conselheiros dizem-me que você está cometendo um terrível engano”. “Não dê ouvidos a eles, General”, replicou Erhard, “meus conselheiros dizem-me a mesma coisa”.

General Clay protestou por Erhard ter “alterado” o programa de controle de preços Aliado, mas Erhard insistiu que não tinha alterado o controle de preços de maneira alguma. Ele tinha simplesmente abolido o programa. Nas semanas e meses que se seguiram, ele publicou uma tempestade de ordens desregulatórias. Ele reduziu tarifas. Ele elevou impostos sobre o consumo, porém, mais que contrabalançou com um corte de 15% nos impostos sobre a renda. Removendo o desincentivo à poupança, incitou uma das maiores taxas de poupança de qualquer país industrializado do Ocidente. A Alemanha Ocidental estava apinhada de capital e crescimento, enquanto a Alemanha Oriental definhava. O economista David Henderson escreveu que o lema de Erhard poderia ter sido: “Não sente-se lá apenas, desfaça algo”.

Os resultados foram estonteantes. Como escreveu Robert A. Peterson:
“Quase imediatamente, a economia alemã despertou para a vida. Os desempregados voltaram para o trabalho, a comida reapareceu nas prateleiras das lojas, e a lendária produtividade do povo alemão foi libertada. Dentro de dois anos a produção industrial triplicou. No início dos anos sessenta a Alemanha Ocidental era a terceira maior potência econômica no mundo. E tudo isto ocorreu enquanto a Alemanha Ocidental assimilava centenas de milhares de refugiados da Alemanha Oriental”.

Isto era um ritmo de crescimento que se agigantava perante os países europeus que receberam mais assistência do Plano Marshall do que a Alemanha jamais recebeu.

O termo “milagre econômico Alemão” foi amplamente usado e entendido como se tivesse acontecido nos anos cinquenta diante dos olhos do mundo, mas Erhard nunca pensou assim. Em seu livro de 1958, Prosperity through Competition (em tradução livre: Prosperidade por meio da Competição), ele opinou: “O que teve lugar na Alemanha... é qualquer coisa, menos um milagre. É o resultado dos esforços honestos de um povo inteiro a quem, observando os princípios da liberdade, foi dada a oportunidade de utilizar a iniciativa pessoal e as energias humanas”.

As tentações do estado de bem estar social nos anos sessenta “descarrilharam” algumas das reformas de Erhard. Seus três anos como chanceler (1963- 66) forma menos bem sucedidos que seu mandato como ministro da economia. Mas seu legado foi forjado naquela década e meia após o fim da guerra. Ele respondeu para sempre à questão “O que fazer com uma economia em ruínas?” com uma receita simples, comprovada e definitiva: “Liberte-a”.
15 de maio de 2015
Por Lawrence W. Reed
Original aqui.
Tradução: Flávio Ghetti

O COMUNISMO DOS IMBECIS


A famosa “solidadariedade comunista internacional” consiste precisamente numa bem articulada divisão de trabalho, de modo que as ações dos partidos comunistas locais contribuam para o sucesso mundial do movimento pelas vias mais diversas e às vezes até incompatíveis em aparência.

Definir o comunismo como “estatização dos meios de produção”, como o fazem o sr. Marco Antonio Villa e seus admiradores, que por incrível que pareça existem, é descrevê-lo pelo sistema econômico ideal que lhe serve de bandeira e slogan, e não pela sua realidade de movimento político e intelectual com um século e meio de uma história tremendamente complexa.
É explicar fatos históricos pela definição de uma palavra no dicionário, procedimento no qual nenhuma pessoa com mais de doze anos de idade tem o direito de confiar. Procedimento que se revela ainda mais pueril e inaceitável quando a definição é usada como premissa de um raciocínio (ou raciossímio, diria o Reinaldo Azevedo) segundo o qual um partido que não prega ou pratica ostensivamente a estatização dos meios de produção não pode ser comunista de maneira alguma.
Pois, ao longo de toda a sua história, os grandes partidos comunistas do mundo, a começar pelo da própria URSS, preferiram quase sempre deixar essa meta hipotética e longínqua num discreto segundo plano, ou omiti-la completamente, concentrando-se em objetivos concretos mais imediatos que pudessem compartilhar com outros partidos e forças, ampliando a base das suas alianças possíveis.
Característica, nesse sentido, foi a política do Front Popular, que na década de 30 angariou apoio mundial para a URSS na base de um discurso “antifascista” onde tudo soava como se nenhuma incompatibilidade tivesse existido jamais entre o regime comunista e os interesses da burguesia democrática dos países ocidentais.
O velho Partido Comunista Brasileiro de Luís Carlos Prestes sempre falou muito menos em estatizar a economia do que em “defender os interesses nacionais” e a “burguesia nacional”,  supostamente ameaçados pelo capital estrangeiro. No período da luta contra a ditadura militar, então, não se ouvia um só comunista, fora do meio estudantil enragé ao qual pertencia o sr. Villa, pregando estatização do que quer que fosse: só clamavam por “democracia”.
Mao Dzedong, no início da carreira, falou tanto em patriotismo antijaponês e foi tão discreto no que diz respeito ao fim do livre mercado, que superou Chiang Kai-Shek nas simpatias do governo americano, ante o qual fez fama de “reformador agrário cristão”.
Mesmo quando se fala em estatização, na maior parte dos casos ela é sempre parcial e aplicada de tal modo que não fira indiscriminadamente os interesses da burguesia e o direito a toda propriedade privada dos meios de produção, mas pareça mesmo favorecê-los a título de “aliança entre Estado e iniciativa privada”. Mesmo no Chile de Allende foi assim.
Sendo, malgrado todas as suas mutações e ambigüidades, um movimento organizado de escala mundial, o comunismo sempre comportou uma variedade de subestratégias locais diferenciadas, as quais não raro se pareciam tanto com um comunismo de dicionário quanto as intrigas diplomáticas do Vaticano se parecem com a salvação da alma. A famosa “solidadariedade comunista internacional” consiste precisamente numa bem articulada divisão de trabalho, de modo que as ações dos partidos comunistas locais contribuam para o sucesso mundial do movimento pelas vias mais diversas e às vezes até incompatíveis em aparência.
Nos anos 30 do século passado, Stálin ordenou que o Partido Comunista Americano se abstivesse de tentar organizar a militância proletária e, em vez disso, se concentrasse em ganhar o apoio de bilionários, de intelectuais célebres e do beautiful people da mídia e do show business na base de apelos ao “pacifismo”, aos “direitos humanos” e à “democracia”, de modo que o discurso comunista se tornasse praticamente indistinguível dos ideais formadores do sistema americano. Nessa perspectiva, arregimentar militantes e intoxicá-los de doutrina marxista era muito menos importante do que seduzir possíveis “companheiros de viagem”, pessoas que, sem ser comunistas nem mesmo em imaginação, pudessem, nos momentos decisivos, colaborar com as iniciativas do Partido e com os interesses da URSS, usando, justamente, da sua boa fama de insuspeitas de comunismo. Foi por isso que o Partido, na América, sempre foi uma organização minúscula dotada de um poder de influência desproporcional com o seu tamanho.
O objetivo dessa estratégia era não só criar em torno do comunismo uma aura de humanismo inofensivo, mas também fazer do capitalismo americano a fonte de dinheiro indispensável à sustentação de um movimento político sempre deficitário quase por definição. A operação teve sucesso não só em desviar para a URSS e para o PCUSA quantias vultuosas provenientes das grandes fortunas privadas, mas em transformar o próprio governo americano no principal mantenedor e patrono do regime soviético, que sem isso não teria sobrevivido além dos anos 40. Quanto a este segundo ponto, é evidente que simples idiotas úteis e agentes de influência não poderiam ter obtido tão esplêndido resultado; eles serviram apenas para dar suporte moral e político à ação de agentes de interferência, profissionais de inteligência altamente treinados, cuja infiltração maciça nos altos postos do governo de Washington, como se sabe hoje, foi muito além do que poderia ter calculado, na época, o infeliz senador Joe McCarthy.
Por todos esses exemplos vê-se como é imbecil esperar que um partido saia pregando a “estatização dos meios de produção” para só então notar que ele é comunista.
O próprio PT já deixou clara, para quem deseje vê-la, a sua quádrupla função e tarefa no movimento comunista internacional:
1. No plano diplomático, alinhar o Brasil com o grande bloco anti-ocidental encabeçado pela Rússia e pela China. O BRICS não é nada mais que uma extensão embelezada da Organização de Cooperação de Shgangai, que já expliquei aqui em 2006 (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/060130dc.htm).’
2. Na esfera de ação continental, salvar e fortalecer o movimento comunista, como bem o reconheceram as Farc, mediante a criação do Foro de São Paulo e de um sistema de proteção que permita a transfiguração da narcoguerrilha, ameaçada de extinção no campo militar, em possante e hegemônica força política e econômica.
3. Por meio de empréstimos ilegais e da corrupção, usar os recursos do capitalismo brasileiro para salvar os regimes comunistas economicamente moribundos, como os de Cuba e de Angola.
4. Na política interna, eliminar as oposições, aparelhar o Estado e estabelecer de maneira lenta, discreta e anestésica um poder hegemônico indestrutível.
Quem tem toda essa complexa e portentosa missão a cumprir há de ser louco de sair por aí pregando “estatização dos meios de produção” para assustar e pôr em fuga a burguesia local sem cuja colaboração o cumprimento da tarefa se torna impossível?
Na perspectiva do sr. Marco Antonio Villa, nada disso é atividade comunista, já que falta “estatizar os meios de produção”. A desproporção entre a complexidade do fenômeno comunista e a estreiteza mental de um autor de livrinhos compostos de recortes de jornal já é patética por si, sem que ele precise ainda enfatizá-la afetando sua superioridade de portador de um diploma ante os que, sem diploma nenhum, conhecem a matéria porque a estudaram.
Como eu mesmo me incluo entre estes últimos, sendo tão carente de estudos formais quanto Machado de Assis, João Ribeiro, Capistrano de Abreu, Luís da Câmara Cascudo, Manuel Bomfim, José Veríssimo e outros construtores maiores da cultura brasileira, deve parecer mesmo revoltante ao sr. Villa que eu tenha acumulado mais honrarias acadêmicas, prêmios literários, citações em trabalhos universitários e aplausos de grandes intelectuais de três continentes do que ele, com seu canudinho da PUC e seu currículo mirim, poderá angariar em trinta reencarnações, caso existam.
Entre os anos 40-70 do século passado, a idolatria dos diplomas, tão característica da Primeira República e tão bem satirizada nos romances de Lima Barreto, parecia uma doença infantil finalmente superada numa época em que a cultura brasileira ia vencendo o subdesenvolvimento e igualando-se às de países mais ricos. Um quarto de século de “Nova República” e sobretudo doze anos de PT no poder trouxeram-na de volta com força total, numa espécie de compensação ritual que, sentindo vagamente no ar a ausência da alta cultura desfeita em pó, busca apegar-se supersticiosamente aos seus símbolos convencionais, como o viúvo inconsolável que dorme agarrado a um chumaço de cabelos da falecida, para trazê-la de volta.
Não é de todo coincidência que entre os sacerdotes desse culto caquético se destacassem justamente alguns daqueles que minutos antes perguntavam “Diploma para quê?” e buscavam persuadir a nação de que a fé democrática trazia como corolário a obrigação de eleger um semi-analfabeto presidente da República. Uma vez que o Partido domina as universidades, é indispensável que elas monopolizem a atividade cultural, marginalizando e achincalhando toda criação ou pensamento  independente. Se o sr. Villa colabora gentilmente com esse empreendimento, não há nisso nada de estranho, já que ele se empenha também em acobertar as atividades do Foro de São Paulo, reduzindo todo combate antipetista a uma “luta contra a corrupção” imune ao pecado mortal de anticomunismo.
Qualquer que seja o caso, num país em que cinqüenta por cento dos formandos das universidades são comprovadamente analfabetos funcionais, todo portador de um diploma deveria pensar duas vezes antes de exibi-lo como prova de competência, para não falar de superioridade.
15 de maio de 2015
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.