"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

NOVO DELATOR MÁRIO GOES FAZ TREMER O PT E O PMDB

ACORDO DE DELAÇÃO DE MÁRIO GÓES TIROU O SONO NO PT E NO PMDB

MÁRIO GÓES É O 19º DELATOR NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO LAVA JATO. (FOTO: REPRODUÇÃO TV)


O acordo de delação premiada de Mário Góes tirou o sono de gente graúda no PT e no PMDB. Ele operava junto ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, o homem da cúpula do PT no afano geral da petroleira, e operava com o lobista Fernando Baiano, do PMDB.

Quem conhece o “operador” Mário Góes avisa que, inteligentíssimo, ele só dirá o que quer, e que seu acordo de delação pode ser uma maneira de “salvar os anéis” e preservar a grande herança do filho, Lucélio.



30 de julho de 2015
diário do poder

DILMA COGITOU PÔR ALMIRANTE PRESO NA CASA CIVIL

ALMIRANTE PRESO NA LAVA JATO ERA O PREFERIDO PARA CASA CIVIL
ALMIRANTE OTHON PINHEIRO DA SILVA (DE BONÉ) É CONDUZIDO PELA POLÍCIA FEDERAL. FOTO: FERNANDO FRAZÃO/ABR


Responsável pela escolha do almirante Othon Pereira da Silva para presidir a Eletronuclear, em 2005, quando era ministra de Minas e Energia do governo Lula, a presidente Dilma cogitou fortemente nomeá-lo para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil quando a titular, Gleisi Hoffmann, pediu demissão para se candidatar ao governo do Paraná. Na último momento, ela trocou Othon por Aloizio Mercadante.

Dilma e o almirante Othon se admiram. Têm em comum a forma rude de tratar subordinados. Essa característica os aproximou ainda mais.

Othon foi preso terça (28) na 16ª fase da Lava Jato, por receber R$ 4,5 milhões em propina de empreiteiras das obras da usina de Angra 3.

A Lava Jato avança definitivamente na corrupção da área de energia elétrica do governo, a favorita de Dilma, daí a alta a tensão no Planalto.

O almirante Othon tinha outro admirador: o ex-presidente Itamar Franco o condecorou com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.



30 de julho de 2015
diário do poder

A EXPLOSÃO DE JUROS

Taxa de juros explode e atinge o dobro da aprovação da Dilma: Selic chega a 14,25%.




(Congresso em Foco) Pela sétima vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou nesta quarta-feira (29) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Na reunião anterior, no início de junho, a taxa também tinha sido reajustada em 0,5 ponto.

Com o reajuste, a Selic retorna ao nível de outubro de 2006, quando também estava em 14,25% ao ano. A taxa é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Em comunicado, o Copom indicou que os juros básicos devem ficar inalterados daqui para a frente. “O comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016″, destacou o texto.

Oficialmente, o Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. No entanto, ao anunciar a nova meta de esforço fiscal, na semana passada, o governo estimou que o IPCA encerre o ano em 9%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula 9,31% nos 12 meses terminados em junho. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2015 em 9,23%. Este ano, a inflação está sendo pressionada pelos aumentos de preços administrados como energia e combustíveis.

Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo. De acordo com o boletim Focus, analistas econômicos projetam contração de 1,76% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2015. O governo prevê redução de 1,5% segundo as projeções enviadas pelo Ministério do Planejamento ao Congresso na semana passada.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

30 de julho de 2015
in coroneLeaks

TRE DE MINAS VOLTA A ANALISAR CASSAÇÃO DE FERNANDO PIMENTEL


Pimentel está tão enrolado que até a peruca se despenteou
Por três votos a dois, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais derrubou uma decisão que suspendia o processo de investigação eleitoral contra o governador Fernando Pimentel (PT). O processo foi proposto pelo Ministério Público Eleitoral e pede a cassação do governador por abuso de poder econômico na campanha de 2014. Suspensa desde março, a investigação volta a andar a partir desta semana.
Os magistrados, no entanto, aceitaram pedido de Pimentel para que sua defesa indique um perito que faça a análise das contas de sua campanha e tente provar que não houve irregularidade.
Esse pedido deve reduzir a velocidade de tramitação do processo. O último juiz a se manifestar, Virgílio de Almeida Barreto, disse que a análise permitirá “o direito ao contraditório e à ampla defesa” do governador.
CONTAS REPROVADAS
A Procuradoria entrou com a ação após o governador ter as contas de campanha reprovadas pela Corte em dezembro. O tribunal entendeu que o então candidato extrapolou em R$ 10 milhões seu limite de gasto, definido em R$ 42 milhões.
Durante a eleição, a campanha do petista fez transferências ao comitê financeiro único do partido no Estado, mas alegou que esses valores não poderiam ser considerados novas despesas –versão que não foi aceita pelos magistrados em dois julgamentos.
Após a rejeição, Pimentel pediu que o processo de investigação ficasse parado até que a instância superior, o TSE, julgasse em definitivo as suas contas. Em março, o juiz Wladimir Rodrigues dias concedeu a liminar ao governador. A Procuradoria recorreu e obteve vitória na corte.
Em nota, o PT disse que “aguarda a realização da perícia postulada, confiante que não há o que desabone a gestão financeira das contas de campanha das eleições 2014″.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A promiscuidade de Pimentel com seu amigo empresário Benedito Rodrigues chegou a tal ponto que o PT de Minas Gerais pagou R$ 150 mil nas eleições a uma empresa de contabilidade sediada em Porto Alegre e criada 48 horas antes, ligada a Bené. (C.N.)

30 de julho de 2015
JOSÉ MARQUES
Folha

A PERGUNTA DE US$ 1 MILHÃO (SOBRE ECONOMIA)

O quadro abaixo resume como os ciclos econômicos costumam funcionar. Já os gráficos organizados em formatos de letras, os tipos de recessão que as economias tendem a enfrentar.

O encaixe nesse triste alfabeto depende de vários fatores. Infelizmente, a atual recessão brasileira pode ficar distante do V e do W. Está cada vez mais com cara de U. O pior seria o L.
Ou seja, queda acentuada da atividade e um período relativamente longo de crescimento nulo ou negativo até a recuperação (U). Ou pior, sem grande perspectiva de recuperação à frente (L).
Muito conspira para isso: o país não fará tão cedo o ajuste fiscal necessário para neutralizar a péssima dinâmica de sua dívida e conter gastos. Nesse ponto, a meta de economizar 1,1% do PIB já foi abandonada e pode ficar perto de zero ou negativa
A inflação continua elevadíssima (9,31% em 12 meses) e espraiada por toda a economia. Não somente restrita a tarifas corrigidas fortemente há seis meses (energia, combustíveis etc.)
O desemprego acelera mais rápido do que o previsto e a renda cai. Com impactos diretos nas vendas das empresas, comércio e, principalmente, na arrecadação de impostos para viabilizar o ajuste fiscal
SEM INVESTIMENTOS?
Os investimentos empresariais, que poderiam suprir a falta de demanda dos consumidores, também pararam. Investir para quê, sem perspectiva de vendas e mercado futuro?
Os investimentos públicos caíram e sofrem novos cortes. Seus realizadores, as maiores empreiteiras do país, estão afogados em escândalos
Na política, o Executivo está atônito, mal avaliado e sem comando. Refém da cúpula de um Legislativo investigado por corrupção e capaz de qualquer chantagem para tentar salvar a própria pele
Um dos pontos brilhantes em outras crises como a atual costumava vir da área externa. Como o real se desvalorizou frente o dólar, produtos “made in Brazil” ficam mais baratos lá fora e a indústria poderia dar impulso a segmentos da economia exportando mais.
INDÚSTRIA EM QUEDA
Ocorre que nos últimos dez anos a participação da indústria de transformação como proporção do PIB caiu de 20% para cerca de 10%. Ou seja, sua recuperação terá um efeito bem mais limitado desta vez do que em outras crises.
Mas é de esperar que o ciclo recessivo no qual ingressamos agora (com seus efeitos sobre o emprego e a renda) acabe derrubando a inflação de forma consistente. Permitindo ao Banco Central diminuir a taxa de juros (Selic; 13,75% a.a.), aliviando a pressão de crescimento da dívida pública e o garrote sobre a demanda.
O cenário externo também parece estar se firmando na Europa e nos EUA. Apesar da crise grega, que acabou obliterando uma série de boas notícias recentes nos dois lados do Atlântico Norte (em termos de emprego e crescimento).
CENÁRIO POLÍTICO
Aos poucos, também é de esperar uma mudança no cenário político. Com “expurgos” e políticos inviabilizados pela Lava Jato, com as eleições municipais de 2016 e a presidencial se aproximando em 2018.
O esgotamento do modelo baseado no consumo, na rápida expansão do crédito e de incentivos às expensas das contas públicas também deixou marcas indeléveis. É de esperar, portanto, que a nova configuração política que venha por aí, qualquer que seja, tenha aprendido com os erros recentes e se fie mais na ortodoxia.
Mas isso levanta a pergunta de US$ 1 milhão: com o país e seus consumidores já endividados, a indústria minguada, o setor público sem capacidade de investir e os empresários desanimados e demitindo, de onde virá nossa recuperação no médio prazo?

30 de julho de 2015
Fernando Canzian
Folha

O HUMOR DO ALPINO...

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30 DE JULHO DE 2015

EDUARDO CUNHA VAI COMEÇAR A AQUECER O FORNO DO IMPEACHMENT



Os gênios do Planalto até passaram alguns dias mais aliviados, apesar da expansão das investigações da Operação Lava Jato para o setor elétríco. Eles julgam que conseguiram colocar o deputado Eduardo Cunha nas cordas, como se diz no linguajar do box, e agora a tendência é o presidente da Câmara ir perdendo força. Sonhar ainda não é proibido. A força de Cunha está justamente no seu cargo, que ele recupera semana que vem, com o final do recesso parlamentar, e ainda ganhará ainda mais visibilidade ao assumir a presidência da CPI do BNDES, que vai ter resultados estarrecedores.
Em Brasília, especula-se que o Planalto estaria pressionando o procurador-geral Rodrigo Janot para que apresente ao Supremo as denúncias contra Cunha e o senador Fernando Collor (PTB-AL) antes das manifestações de 16 de agosto, para arrefecer a campanha pelo impeachment de Dilma, como se uma coisa dependesse da outra, vejam até onde vai a incompetência dessa gente.
O Planalto faz um cálculo primário e diz que Cunha só tem 255 votos. Na hora do impeachment, os partidos de oposição e os indecisos se bandeiam para a parte vencedora, isso é mais do que sabido.
MÃOS À OBRA
Denunciado ou não por Janot, Cunha colocará mão à obra de demolir o governo Dilma para que o PMDB chegue logo ao poder. Ele aproveitou esses dias para fazer contatos políticos e preparar a pauta de votações da Câmara, garantindo que a organizou exclusivamente com base no interesse público, que nada tem a ver com o interesse do Planalto, muito pelo contrário.
Realmente, vai colocar em votação um projeto da maior relevância, destinado a aumentar os juros do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, para eliminar prejuízos diretos sofridos pelos trabalhadores há pelo menos 25 anos.
A Lei 8.036/1990 determina que todo dia 10 haja atualização monetária mensal, além de juros de 3% ao ano. À primeira vista, nada mal, pois haveria rendimento acima de inflação. Mas a atualização monetária é uma peça de ficção. Em 2013, por exemplo, o rendimento do FGTS foi de apenas 3,19% e em 2012, de 3,39%, sempre muito abaixo da inflação. Portanto, não é um investimento criado para o trabalhador, mas um prejuízo programado. Isso tem de acabar, e Cunha vai faturar mais essa em cima do governo, com apoio de todos os sindicatos e centrais.
Outro projeto a ser votado é uma emenda à Constituição que permite ao poder público o uso de 30% dos depósitos judiciais privados, para quitação de precatórios. A proposta é importantíssima. Uma das maiores vergonhas brasileiras é justamente o atraso no pagamento de precatórios. O cidadão ganha uma ação contra o poder público, mas o dinheiro fica retido por décadas e só é recebido por seus netos. Isso também precisa acabar, e Cunha tem faro para esse tipo de iniciativa.
IMPEACHMENT
Quanto ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, Cunha mandou serem atualizados os 12 pedidos encaminhados à Mesa Diretora. Ou seja, já ligou o forno crematório da Câmara, onde pretende assar as batatas presidenciais, embora saiba que vingança é prato que se deve comer frio. Saboreando.

30 de julho de 2015
Carlos Newton

PARA A FRENTE, DEPOIS DA ERA DO CONSUMO



Li um interessante artigo publicado no jornal “Valor” desta semana, de autoria do presidente de FCA, Cledorvino Belini, que chama atenção para a “inovação” como forma mais direta e valiosa de sobreviver ao atropelo da crise. Ainda mais neste momento de provações enfrentadas pelos setores econômicos que sustentam o sistema e alimentam diretamente o erário, o estômago das pessoas, e garantem “ordem e progresso”. Para isso Belini chama a atenção para a “educação” como chave e panaceia da sociedade.
No jornal O Tempo do último sábado, uma entrevista do instituidor do projeto Inhotim, Bernardo Paz, aponta “sua” saída pela quebra de paradigmas sociais, uma revisão plena do “modus vivendi” marcada pela volta ao “natural”, ao lado artístico da vida que a humanidade deixou fora da “urbis”. Um resgate da tribo deixada atraente pela tecnologia.
Os avanços, especialmente da comunicação, deixam em segundo plano a necessidade de se aglomerar entre as muralhas de concreto. Paz, provavelmente influenciado pelas teorias da Era de Aquário, pelo esoterismo insurgente, se lança no espaço inexplorado do “pós-moderno”, da superação do trivial, que, aliás, é o norte do próprio projeto “Inhotim”.
DESEJO DO CONSUMO
A sociedade chegará ao momento em que o desejo do consumo estará saturado, e a mola mestra de hoje terá que ser substituída por outras fórmulas. Quais? Aí na bola de cristal temos duas visões: aquela do homem de indústria, que movimenta as engrenagens da economia, e a do outro, o colecionador de arte, o mecenas, vislumbrando uma saída dos paradigmas. Da fórmula do progresso pelo crescimento econômico. Bernardo Paz, que sabe conviver com o apelido de “louco” que se aplica com facilidade ao “profeta que nunca será reconhecido em sua pátria”, enxerga o futuro distante, mas já insurgente numa minoria.
Os discursos, aparentemente distantes, se entrelaçam na preocupação do enfrentamento da situação desfavorável, social e econômica.
Meu guru escrevia na década de 60 que chegaríamos ao ponto em que os valores que movem a humanidade nos últimos milênios se exauririam por uma parte da sociedade, mas seriam ainda necessários para outra, por meio do apaziguamento das necessidades ancestrais provocado pelo acesso ao consumo em larga escala.
Dessa maneira, os instintos de sobrevivência mais grosseiros e animalescos, com sua rudez e ferocidade, deixariam superadas as lutas com unhas e dentes para encher o estômago.
PÓS-FARTURA
Encontrando a fartura, deixará de disputar seu abastecimento como uma fera que se vale de tudo. A prole amenizaria os instintos, deixaria de caçar e passaria a ter disposição e tempo para procurar dentro de si valores que transcendem a cruel disputa. Isso se apercebe agora no despertar de pessoas que enxergam a vida não só como uma luta, mas como uma pacífica convivência.
O vidente teósofo Charles Leatbeater, no livro “O Homem, de Onde Vem e para Onde Vai”, profetizou, em 1900, a televisão e a internet, descreveu também formas de vidas para as épocas atuais e futuras que deixam para trás o modus vivendi dos últimos séculos. Haveria, assim, já uma sociedade mais sábia, moderada e feliz à procura da superação do mero materialismo. Mas, se uma parte evoluiu, outra tenderia a se extinguir na estreiteza de sua compreensão. Assim como o homem de Cro-Magnon sobreviveu ao Neandertal.
Belini enxerga na inovação a “via”, e esta se dará em sintonia com a procura de novos valores, auspicados por Paz. A inovação deve se dirigir a um norte, sinalizado pela necessidade de conversão de métodos impróprios para os sustentáveis e limpos.
A sociedade civil, tanto no mundo empresarial como no artístico-cultural, vem apresentando propostas muito valiosas. Acendendo luzes na escuridão que deveriam ser aproveitadas pelo mundo oficial.

30 de julho de 2015
Vittorio Medioli
O Tempo

COM TODO O RESPEITO, UMA BOBAGEM



Dilma afirmou que a Lava Jato é que fez o PIB cair
Tanto faz se de público ou em privado, a presidente Dilma costuma surpreender com opiniões esdrúxulas. Na segunda-feira, reunida com ministros, declarou dever-se à Operação Lava Jato a queda de pelo menos um ponto percentual, dos dois perdidos no Produto Interno Bruto. Como a reunião não estava sendo transmitida pela mídia, presume-se que algum ministro deu o serviço para os jornalistas. Deve ser admoestado, menos por ser boquirroto, mais por não ter tido a noção de que Madame falava uma bobagem. Resultado: fez a festa na oposição. E deixou os setores governistas de cabelo em pé.
Onde já se viu dizer que prejudica o desenvolvimento nacional uma iniciativa destinada a investigar ladroagens e roubalheiras? Só progrediremos com o Ministério Público e a Polícia Federal apurando as lambanças e encaminhando seus responsáveis à Justiça, para as devidas providências. Na verdade, quem fez cair os índices do crescimento econômico nacional foram a Petrobras e seus variados saqueadores, políticos e empreiteiros.
A presidente tem muito mais responsabilidade na queda do PIB do que procuradores e policiais. Afinal, sabia ou não sabia do jabá? Que providências tomou para evitar o assalto aos cofres da maior empresa pública do país? Apesar de dois ministros apontados como tendo participado da lambança, nenhum foi afastado. Muito menos parlamentares da base oficial.
Não é a primeira vez que Dilma se perde com as palavras, mas agora foi demais.Seu diagnóstico, além de lamentável, é falso. Estivesse o Congresso reunido e montes de pronunciamentos de protesto tomariam os trabalhos. Dizem que ela cursou Economia. Haverá um professor, sequer, capaz de endossar essa tese?
DÚVIDAS
Com o passar dos séculos, o poder da riqueza superou o privilégio do nascimento? Parece que sim, mas o berço ainda constitui fator importante nas diversas atividades. Na política e na atividade privada, funciona ser filho de senador ou neto do fundador da empresa. Às vezes, porém, é prejudicial. Aí estão os empreiteiros presos na Operação Lava Jato. Vamos aguardar os políticos…

30 de julho de 2015
Carlos Chagas

ADOTAR A REELEIÇÃO CUSTOU MUITO CARO AO BRASIL



Sabemos que o Brasil, hoje, vive um terrível inferno astral. Nesta premissa, vamos nos lembrar do grande filósofo alemão Immanuel Kant (1724 -1804) em seus dois livros mais importantes: “A Crítica da Razão Pura” e “A Crítica da Razão Prática”.
Todos brasileiros, minimamente esclarecidos, sabem que são os legisladores, deputados e senadores, que formulam as leis a partir das demandas da sociedade. Kant dizia algo assim: “Age de tal forma que a máxima de tua vontade possa sempre valer ao mesmo tempo como um princípio das Leis Universais”.
O que se tem visto no Brasil é produção de leis que, logo depois , são desrespeitadas por aqueles que a criaram.
Parece que o livro “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, é a cartilha da política brasileira. Ele dizia que o resultado, imediato, poderia justificar os meios. Os limites da decência têm sido ultrapassados por parte considerável dos políticos brasileiros. Não há que citar nomes nem tampouco vertentes ideológicas.
QUASE LÁ…
O Brasil esteve muito próximo de chegar a uma condição de desenvolvimento igual à dos países mais avançados, mas, de repente, degringolou.
Volto, então, a Kant: “Princípios práticos são proposições que encerram uma determinação universal de vontade, subordinando-se as diversas regras práticas”. A quebra das regras e a manutenção do poder de qualquer forma é o preço do caos. O Brasil, no meu modesto pensamento, não estava preparado para o instituto da reeleição para cargos majoritários. Custou caro para todos nós.
Este semestre que se avizinha na esfera política será de uma tendência complexa. Deveremos seguir uma cartilha econômica ortodoxa com políticos heterodoxos que precisam firmar posições com emendas parlamentares para regar as pequenas ou grandes árvores das suas ambições . E aí?

30 de julho de 2015
César Cavalcanti

CUNHA VAI TRATAR O IMPEACHMENT "DE FORMA TÉCNICA E JURÍDICA"


Depois de romper formalmente com o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que vai tratar “de forma técnica e jurídica” os pedidos de impeachment que foram protocolados na Câmara e que, nos casos em que houver fundamento, os pareceres serão acolhidos.
O discurso do peemedebista aos empresários reunidos pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) marca uma mudança de tom em relação às suas intervenções sobre o tema. Durante um evento organizado pelo mesmo grupo em abril, na Bahia, Cunha rechaçou prontamente a ideia de acolher os pedidos de impeachment contra a presidente.
Naquela ocasião, o PSDB ensaiava apresentar um pedido em conjunto com as demais siglas de oposição. “O que vocês chamam de pedalada é a má prática de se adiar investimento para fazer superávit primário. Isso vem sendo praticado nos últimos 15 anos sem nenhuma punição”, afirmou.
MUDANDO O DISCURSO
Na segunda-feira, diante da mesma plateia, o discurso foi outro. “Vamos tratar tudo e todos de forma técnica e jurídica. Havendo fundamento, o processo será analisado.” Em um sinal de que poderia usar o impeachment como mais uma forma de desgastar o governo, Cunha encaminhou ofício para que todos os responsáveis pelos pedidos apresentados até o começo do recesso adequassem seus documentos às normas do regimento. O procedimento não é usual. Normalmente, os pedidos fora do formato exigido são imediatamente arquivados.
Aos empresários, entretanto, o deputado afirmou que não pretende “incendiar” o cenário político. “Eu vou separar muito bem isso. Vou ter até uma cautela, para não antecipar meu julgamento, ou parecer que qualquer tipo de posicionamento tem a ver com a mudança do meu posicionamento político, que eu anunciei publicamente”, disse. “O impeachment não pode ser tratado como recurso eleitoral”, concluiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E para enlouquecer (ainda mais) a senhora Dilma Rousseff, o presidente da Câmara disse aos empresários de que não há a menor dúvida de que o TCU vai dar parecer contra a aprovação das contas do governo. Tradução simultânea: com isso, configura-se o crime de responsabilidade necessário para haver o impeachment(C.N.)

30 de julho de 2015
Deu no Estadão

REDUÇÃO DA META FISCAL É FATO PREOCUPANTE


A decisão do Brasil de reduzir a meta fiscal deste ano, de 1,13% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), não é um fato isolado na América Latina. Boa parte dos países da região optaram por afrouxar o compromisso de ajustar as finanças públicas, diz o economista Marcos Buscaglia, do Bank of America Merrill Lynch. Um fato preocupante.
Ele ressalta que o processo de deterioração das contas públicas vem sendo observado desde o ano passado, quando a média dos déficits dos governos centrais quase dobrou, saltando para 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) ante os 2% observados em 2013. Pelos cálculos dele, é possível que o rombo pule para 4,6% em 2015.
Na avaliação de Buscaglia, a piora dos indicadores fiscais da América Latina está sendo liderada pelo Brasil, onde o deficit passará de 5,3% para 6,2% do PIB. Ele acredita que o país comandado por Dilma Rousseff se meteu em uma armadilha ao abusar das políticas anticíclicas para reduzir o impacto das crises externas na atividade doméstica.
COMMODITIES
O que se observa no levantamento realizado pelo economista do Bank of America é que os países latinos tentaram estimular a atividade para compensar, sobretudo, a queda dos preços das commodities, produtos primários como minério de ferro e soja, que têm cotação internacional. Mas as investidas não deram certas. Mesmo com toda a gastança estatal, o PIB da região desacelerou e, na média, cresceu apenas 0,6% no ano passado contra 2,6% de 2013.
A deterioração fiscal está disseminada e a reversão exigirá esforço redobrado dos governos, que ainda não se mostram dispostos a fazer os ajustes necessários. O Brasil, lembra Buscaglia, começou o segundo mandato de Dilma sinalizando um aperto significativo nas contas. Mas, com a forte queda das receitas, o quadro se mostrou mais difícil que o imaginado. Agora, é importante que o governo realmente se mostre disposto a seguir o novo roteiro. Mesmo menores, os superavits primários são vitais para a retomada da confiança no país.

30 de julho de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

PROPINA A PRESIDENTE DA ELETRONUCLEAR FOI DE R$ 4.5 MILHÕES



O presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, recebeu R$ 4,5 milhões em propina, de acordo com Athayde Ribeiro Costa, um dos procuradores integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. Othon, afastado do comando da estatal desde abril, foi preso na manhã desta terça-feira (28) em sua residência, no Rio, em nova fase da Lava Jato.
Os pagamentos, diz a investigação, foram efetuados entre 2009 e 2014.
“Pode parecer um valor pequeno, mas é um primeiro passo da investigação na área de energia”, disse o delegado Igor Romário de Paula sobre a propina de R$ 4,5 milhões. “Tem muito ainda a ser apurado.”
Os mandados de busca desta terça (28), por exemplo, atingem outras quatro empreiteiras que têm contratos com a Eletronuclear: Techint, MPE, Odebrecht e Queiroz Galvão, além de Andrade Gutierrez e Engevix.
AMPLIAR A APURAÇÃO
A expectativa da força-tarefa é que esses mandados tragam novos elementos à investigação, ampliando a apuração dos desvios na área de energia.
No caso dos mandados de condução coercitiva, prestam depoimento os executivos Renato Ribeiro Abreu (MPE), Fabio Gandolfo (Odebrecht), Petrônio Braz Junior (Queiroz Galvão), Ricardo Marques (Techint) e Clóvis Numa Peixoto, (Andrade Gutierrez).
Os pagamentos ao ex-presidente da Eletronuclear envolvem novos intermediários do pagamento de propina, segundo o Ministério Público Federal.
Quatro empresas de fachada, de acordo com a PF, funcionavam como operadoras do esquema, repassando valores à empresa Aratec, de propriedade do ex-presidente da estatal. São elas: CG Consultoria, JNobre Engenharia e Consultoria, Link Projetos e Participações e Deustchebras Comercial e Engenharia, todas são sediadas no Brasil.
VALORES INCOMPATÍVEIS
Os valores movimentados nessas transações financeiras, diz o delegado Paula, são “completamente incompatíveis” com as atividades registradas pelas companhias.
Os pagamentos ocorreram entre 2009 e 2014, de acordo com as investigações, e se referem a pelo menos seis contratos da Andrade e Engevix com a Eletronuclear. Outros contratos devem ser alvo das investigações em breve.
Em entrevista coletiva na manhã desta terça, o procurador Costa disse que o pagamento de propinas continuou a ocorrer mesmo após a prisão dos primeiros executivos no âmbito da Operação Lava Jato. “A corrupção no Brasil é endêmica e está em processo de metástase”, disse.
Uma das notas da Aratec foi emitida em dezembro de 2014, seis meses após o início das investigações da Lava Jato.
O executivo Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, foi apontado pelo delator Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, como o responsável por intermediar o pagamento de propina na AG Energia – braço da Andrade para o setor.
Responsável por representar a empresa no consórcio de Angra 3, Barra também foi preso nesta terça, quando descia de um táxi, no Rio, em frente à sede da AG Energia. Ele estava hospedado em um flat no Leblon, de onde seguiu ainda cedo para a empresa, sem ter notícias da operação.
Segundo os policiais, Barra se entregou sem resistências e colaborou no cumprimento do mandado de busca em sua sala na companhia.
RADIOATIVIDADE
O foco das investigações desta nova fase da Lava Jato são contratos firmados por empresas com a Eletronuclear, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal.
O foco sobre Angra 3 começou com o depoimento do delator Dalton Avancini.
Iniciada em 2009, Angra 3 deveria ter entrado em operação este ano, mas a usina, a terceira planta de geração nuclear do país, está prevista para começar a produzir energia apenas em maio de 2018. O custo da obra mais que dobrou em seis anos: prevista inicialmente para custar R$ 7 bilhões, a obra é orçada atualmente em R$ 15 bilhões.
Os agentes cumpriram 30 mandados judiciais, sendo dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. Eles acontecem em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói e Barueri.
CABRAL E PEZÃO
Outro alvo da operação foi o escritório do engenheiro Marques, diretor da Techint Engenharia e Construção, uma das empresas beneficiadas na licitação da usina Angra 3.
Há cerca de dois meses, ele declarou à Polícia Federal que se reuniu em 2010 com Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, assessor financeiro do então governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ) –que se candidatou à reeleição naquele ano– e com o diretor de Abastecimento da Petrobras à época, Paulo Roberto Costa. Segundo Marques, eles pediram recursos para a campanha de Cabral.
O engenheiro foi ouvido na Polícia Federal em maio pelo delegado Milton Fornazari, que está à frente do inquérito do Superior Tribunal de Justiça que investiga o envolvimento de Cabral e de seu sucessor, o atual governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) no escândalo do Petrolão.

30 de julho de 2015
Estelita Hass Carazzai,Graciliano Rocha e Bela Megale
Folha