"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

PROCESSO EM CURSO

Ao acionar três ministros de Estado num domingo, e até mesmo o Supremo Tribunal Federal ( STF), para tentar barrar o julgamento das suas contas no Tribunal de Contas da União ( TCU), o governo reverteu contra si o ambiente político, dando ao parecer de um órgão assessor do Congresso o valor de uma condenação técnica que pode levar ao processo de impeachment.

A aprovação por unanimidade do parecer do relator Augusto Nardes, com cores de desagravo aqui e ali em pronunciamentos de ministros e do próprio presidente do TCU, Aroldo Cedraz, ganhou ares de repúdio à tentativa governamental de impedir que suas contas fossem devidamente analisadas.

O advogado- geral da União, Luís Adams, além da desastrada decisão de levar para o Supremo uma questão que deveria ter sido tratada no Congresso, chegou a ser ridicularizado pelo ministro Raimundo Carreiro, que identificou entre a papelada enviada para o TCU, à guisa de defesa, recortes de jornais sobre outros temas.

E a plateia, repleta de parlamentares oposicionistas, desdenhou em bom som, quando disse que o parecer do TCU seria usado para abrir um processo de impeachment da presidente.

Foi um dia de derrotas do Palácio do Planalto diante da reafirmação do Judiciário como Poder independente, o que representa uma vitória do sistema democrático, funcionando adequadamente até o momento, apesar das pressões indevidas do Palácio do Planalto e de decisões isoladas que não chegam a indicar uma reversão das expectativas.

No front do Legislativo, a presidente Dilma está mais do que nunca nas mãos do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, que receberá o parecer do TCU fortalecido pelo clima político que o próprio governo reforçou nos últimos dias.

O campo de batalha se transfere agora para o Legislativo, onde o governo segue na tarefa de "contar soldadinhos", que estão em falta no momento.

Não está necessariamente relacionada à falta de quorum para manter os vetos da presidente Dilma pelo segundo dia consecutivo depois da reforma ministerial, e à possibilidade de ter número suficiente para aprovar um processo de impeachment presidencial, mas está evidenciado que, provavelmente, a presidente comprou gato por lebre ao dar ao líder Leonardo Picciani um protagonismo que ele parece não estar preparado para exercer na base aliada governista. Ou que não é reconhecido por seus pares.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, mesmo alvejado de morte pelas novas revelações sobre suas contas secretas na Suíça, parece ter ainda margem para manobrar a bancada do baixo clero da Câmara, que a presidente Dilma pensava ter cooptado ao colocar para dentro de seu novo Ministério tantos representantes seus, a começar pelo próprio Picciani.

Será uma precipitação da oposição considerar que o relatório do Tribunal de Contas da União dá base à abertura de um processo de impeachment. Mesmo com o agravante de que, num ano eleitoral, tais atitudes influem no resultado eleitoral ao não permitir que o eleitor se dê conta do que está acontecendo no país.

Embora o teor do relatório seja revelador de irregularidades e crimes cometidos pelo governo, a aprovação pelo Congresso é fundamental para que o relatório sirva de base ao processo de impeachment. A oposição trabalhará melhor se pressionar o Congresso a analisar com rapidez o parecer, em vez de se aproveitar da ânsia de vingança de Eduardo Cunha para apressar o processo de impeachment.

Pulando etapas, a oposição dará chance a que o Palácio do Planalto atue na judicialização do debate político, contestando no Supremo Tribunal Federal medidas que possam atropelar o rito natural de um processo de impeachment, que está em curso, agora baseado em documento técnico aprovado por unanimidade.



09 de outubro de 2015
Merval Pereira

ISOLADOS E RETARDATÁRIOS

O maior acordo regional de comércio do planeta foi anunciado na segunda-feira: a Parceria Transpacífico (TPP, das iniciais em inglês de Trans-Pacific Partnership) reúne 40% do PIB mundial e 12 países, liderados pelos Estados Unidos e que também incluem países desenvolvidos, como Japão, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além de nações latino-americanas, como México, Chile e Peru. Outros países ainda podem se juntar posteriormente ao grupo: Coreia do Sul, Taiwan e Colômbia já demonstraram interesse.

Os principais itens do acordo regional são a derrubada de tarifas de importação no comércio entre os membros do TPP (90% delas serão zeradas até 2017) e regras comuns para temas que incluem propriedade intelectual, comércio eletrônico, direitos trabalhistas, investimentos e meio ambiente. O TPP ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos 12 países e, se passar por todos eles, representará um desafio formidável à China, que não aderiu ao tratado e é, hoje, o principal rival econômico dos Estados Unidos.

Mas um outro país tem motivos para se preocupar com o TPP: o Brasil. Os 12 signatários respondem por praticamente um quarto de todas as exportações brasileiras. Em 2014, os produtos brasileiros enviados a esses países renderam US$ 53 bilhões. Mas, com a derrubada de tarifas dentro do grupo do TPP, uma nação que importe certos produtos daqui pode mudar de fornecedor se encontrar esses mesmos itens produzidos por algum parceiro do TPP, sem ter de arcar com as tarifas de importação; ou caso as novas regras ambientais e sanitárias favoreçam os signatários do TPP. Por mais que o secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, tenha minimizado o impacto do TPP sobre o Brasil, o risco de perda de mercado é real e não pode ser desprezado.

Ainda que se possa argumentar que o Brasil nem teria como ser parte de um acordo que se propõe “transpacífico”, a verdade é que o país tem optado pelo isolamento quando o tema é comércio exterior. Basta lembrar que, em julho, 80 países e blocos econômicos fecharam, dentro do âmbito da Organização Mundial do Comércio, o Tratado Internacional de Tecnologia da Informação (ITA). 

Este, sim, era um acordo no qual o Brasil podia e devia ter entrado, mas não o fez por opção. É uma mistura maligna: a ideologia que está no poder há 13 anos e abomina o livre mercado encontra o parceiro perfeito no lobby de setores que, em vez de pressionar pela eliminação dos fatores que inibem a competitividade do produto nacional, preferem pedir mais e mais barreiras ao produto estrangeiro, prejudicando o consumidor brasileiro.

Não é à toa que, em setembro, a Câmara de Comércio Internacional divulgou estudo que colocava o Brasil em último lugar entre os países do G20 nos critérios de abertura comercial – mais que isso: dos 75 países pesquisados, o Brasil foi o 70.º, atrás até mesmo de nações que vivem o caos econômico, político ou bélico. Justamente quando os exportadores brasileiros mais poderiam se beneficiar com a disparada do dólar, eles percebem que o Brasil perdeu o bonde do comércio exterior: enquanto os demais países se organizam para facilitar as transações, o Brasil preferiu frustrar grandes iniciativas como a Alca, caçar pequenos parceiros fora dos grandes mercados e, principalmente, agarrar-se desesperadamente ao Mercosul, um bloco no qual as outras duas grandes economias – Venezuela e Argentina – estão arrasadas e os vizinhos sabotam uns aos outros, como mostram as barreiras impostas pela Argentina a produtos brasileiros algum tempo atrás. São as amarras do Mercosul, por exemplo, que impedem o avanço de negociações com a União Europeia, outro bloco que acaba pressionado pela aprovação do TPP.

A prática já demonstrou que o livre comércio é uma ferramenta poderosa para impulsionar o progresso econômico. Os rankings – não apenas da Câmara de Comércio Internacional, mas quaisquer outros que tratem do mesmo tema – seguem mostrando uma correlação entre alto desenvolvimento e abertura comercial. Insistir teimosamente em práticas protecionistas pune o país como um todo e, principalmente, os consumidores; essa prática só beneficia aqueles poucos amigos detentores da reserva de mercado, e por pouco tempo, já que a acomodação leva inevitavelmente à perda de qualidade na comparação com o competidor externo: quando este finalmente puder entrar no mercado, o player nacional acabará varrido.



09 de outubro de 2015
Gazeta do Povo, PR

É O GRAU, ESTÚPIDO!

SÃO PAULO - É impressionante como nada dá certo para o governo. Suas principais iniciativas políticas, como a reforma ministerial e a operação Nardes, para citar duas das mais recentes, acabam se revelando ou inócuas ou então um verdadeiro tiro pela culatra. Por quê?

É certo que a presidente, ao contrário de seu antecessor, nunca se distinguiu pelo talento inato para a política, mas, enquanto as coisas pareciam ir bem, isso não era um problema. A administração, descontado um ou outro atropelo, seguia seu curso. O "tipping point", o ponto da virada, foi a reeleição. É a partir dali que o governo começa a desmilinguir.

Minha hipótese para explicar o fenômeno é que Dilma Rousseff exagerou tanto no recurso a alguns expedientes duvidosos utilizados por políticos que acabou gerando um cenário em que tudo acaba se voltando contra ela. Estudos da complexidade mostram que, por vezes, pequenas variações de grau produzem uma mudança na natureza do processo.

É verdade que nenhum político é 100% honesto na campanha, mas há uma diferença qualitativa entre o governante que não cumpre a integralidade de uma meta três anos após a promessa e o que adota as medidas que jurara poucas semanas antes que jamais tomaria. A candidata Dilma abusou tanto das mentiras e foi obrigada a desdizer-se em prazo tão exíguo que conseguiu, num só golpe, alijar seus aliados e despertar a sede de sangue nos adversários.

É igualmente verdade que administrações passadas também se valeram das chamadas pedaladas fiscais. Mas nenhuma chegou perto de fazê-lo na escala das dezenas de bilhões de reais nem em transformar o expediente em método de administração. Dilma ofereceu assim, de bandeja, o pretexto que os entusiastas do impeachment precisavam para deflagrar um processo que, mesmo que não prospere, a enfraquece.

Dilma e o PT pagam pela imoderação. Não dá para dizer que é injusto.



09 de outubro de 2015
Hélio Schwartsman

QUE LUZ DILMA VÊ?

Talvez a presidente Dilma Rousseff de fato acredite, como ela disse em entrevista a emissoras de rádio da Bahia, que seu governo está “fazendo imenso esforço para reduzir a inflação” e que, por isso, “a tendência da inflação é de queda, reconhecida pelo mercado”. Falsa ou não, essa convicção a levou a afirmar que “eu estou vendo luz no fim do túnel”. Será a luz do farol do trem vindo em sentido contrário?, poderiam perguntar os realistas. Afinal, praticamente no mesmo momento em que o Palácio do Planalto divulgava a entrevista da presidente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciava os números da inflação em setembro. Ela já superou até o limite de tolerância da política de metas do Banco Central (BC) e continua em alta, como – ao contrário do que disse a presidente – estavam prevendo os economistas do mercado financeiro.

A alta contínua e acelerada dos preços é do conhecimento não apenas dos economistas, mas sobretudo das famílias que, com sua renda em queda por causa do desemprego e da própria inflação, compram cada vez menos com a mesma quantidade de dinheiro. Mas é ignorada pela presidente da República, numa demonstração de seu notório descolamento da realidade do País.

Apenas no primeiro semestre, a alta média dos preços aferida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – calculado pelo IBGE e referência da política de metas inflacionárias do Banco Central (BC) – tinha sido de 6,17%, bem acima da meta de 4,5% e muito próximo do frouxo limite de tolerância de 6,5% e da inflação de todo o ano passado (de 6,41%, uma variação já excessiva). Com a alta de 0,62% em julho, a inflação dos sete primeiros meses do ano alcançou 6,82%, estourando o limite de tolerância. Já se sabia que a variação de 0,22% em agosto, a menor alta mensal do ano, era apenas uma trégua, como confirmam os dados de setembro agora divulgados.

Com alta de 0,54% no mês passado, o IPCA acumula alta de 7,64% no ano e de 9,49% em 12 meses. A inflação dos nove primeiros meses de 2015 é a maior, para o período, desde 2003, quando o IPCA subiu 8,05% de janeiro a setembro. Era o início do primeiro mandato de Lula, quando eram muito fortes as desconfianças com relação à competência do PT de administrar o País.

Desta vez, o grande vilão apontado pelos dados do IBGE foi o gás de botijão, que subiu em média 12,98% em setembro. Essa alta impulsionou a variação dos preços que compõem o grupo Habitação do IPCA. Também a inflação de serviços ganhou força no mês passado, por causa, principalmente, da alta de 23,23% nas tarifas aéreas.

As projeções para outubro não são animadoras. A desvalorização do real em relação ao dólar deverá continuar impulsionando o preço dos produtos importados e dos itens cotados em moeda estrangeira. Além disso, o reajuste da gasolina pela Petrobrás afetará o comportamento do grupo Transportes neste mês. Já o grupo Alimentação, que havia registrado redução de 0,01% em agosto e alta de 0,24% em setembro (bem menor do que a variação do IPCA), tenderá a eliminar a defasagem que acumulou nos últimos meses em relação aos demais preços.

São fatores que fortalecem as mais recentes projeções de economistas do setor privado consultados semanalmente pelo BC para a elaboração de seu boletimFocus. A mediana das estimativas para a inflação de 2015 captadas pelo BC para o mais recente boletim subiu para 9,53%; no boletim anterior, era de 9,46%. A inflação prevista para 2016 subiu de 5,87% para 5,94%. Quanto ao desempenho da economia, o boletim do BC aferiu que a expectativa média dos economistas do mercado financeiro é de uma redução de 2,85% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, uma contração maior do que a prevista quatro semanas antes, de 2,44%. Outras instituições já falam em encolhimento de 3% do PIB em 2015. Esses números mostram a contínua deterioração das expectativas dos economistas do setor privado e que o otimismo da presidente não tem base real.



09 de outubro de 2015
Estadão

REFLEXÃO DO DIA...

HÁ UM IDIOTA NO PODER...
MAS OS QUE O ELEGERAM ESTÃO BEM REPRESENTADOS!!
(Lindon Johnson)
09 de outubro de 2015

AUMENTO DE TRIBUTOS POR DECRETO...

Rachel Sheherazade fala da volta da CPMF e aumento de ...

www.youtube.com/watch?v=9PTNBRNeCo8
16 de set de 2015 - Vídeo enviado por Potyguara Netto
Rachel Sheherazade fala da volta da CPMF e aumento de impostos por decreto. Potyguara Netto ...

09 DE OUTUBRO DE 2015
m.americo

AS MELHORES PÉROLAS DA DILMA...

CASIMIRO DE ABREU

EM VERSOS, CASIMIRO DE ABREU CONTA COMO DESCOBRIU DEUS

O poeta Casimiro José Marques de Abreu (1839-1860) nasceu em Barra de São João (RJ) e foi um intelectual brasileiro da segunda geração romântica. Sua poesia tornou-se muito popular durante décadas, devido à linguagem simples, delicada e cativante, como se vê nesse poema em que conta que sua infância descobriu “Deus”.
DEUS
Casimiro de Abreu
Eu me lembro! Eu me lembro! – Era pequeno 
E brincava na praia; o mar bramia, 
E, erguendo o dorso altivo, sacudia, 
A branca espuma para o céu sereno. 
E eu disse a minha mãe nesse momento: 
“Que dura orquestra! Que furor insano! 
Que pode haver de maior do que o oceano 
Ou que seja mais forte do que o vento?” 
Minha mãe a sorrir, olhou pros céus 
E respondeu: – Um ser que nós não vemos, 
É maior do que o mar que nós tememos, 
Mais forte que o tufão, meu filho, é Deus. 
                Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções) 

09 DE OUTUBRO DE 2015



A COMEDIANTE INVOLUNTÁRIA FEZ DO BRASIL O PRIMEIRO PAÍS GOVERNADO POR UMA PIADA

Um monumental fracasso como governante, Dilma Rousseff vem demonstrando diariamente que tem tudo para fazer bonito como comediante involuntária. No momento, a presidente protagoniza dois vídeos, ambos gravados na recente visita à ONU, que são campeões de audiência na internet. Ela merece.

O primeiro ensina que o mundo seria muito melhor se cultivasse com mais carinho a arte de estocar vento. Isso mesmo: estocar vento. No segundo numerito humorístico, o neurônio solitário usa um acento circunflexo inexistente para abrir a Caixa de Pândora ─ e não Pandora ─ que guarda a pasta de dente que sai de um dentifrício.

Somados, os vídeos imploram pelo pronto despejo da inquilina do Planalto. Impeachment por bandalheiras criminosas é coisa demorada? Que venha imediatamente a camisa de força e a interdição formalizada por uma junta de psiquiatras. Gabinete presidencial não foi feito para estocar anedotas. Nenhum país merece uma piada no poder.


NOTA AO PÉ DO TEXTO

GUERRA CIVIL...

Catastrófico: com 58,5 mil assassinatos em 2014, Brasil tem um homicídio a cada 9 minutos

Saiu o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública e com ele um dado ainda pior que suas edições anteriores: 58.559. Trata-se do número de assassinatos cometidos em solo brasileiro no ano de 2014. Na média, um brasileiro é assassinado a cada 9 minutos. Em relação a 2013, houve um acréscimo de 2.681 mortes. Para efeito de comparação, o 11 de Setembro vitimou 2.977 pessoas.
Com 2,8% da população do mundo, Brasil é líder nessa trágica estatística respondendo por 11% dos homicídios. A maior taxa pertence a Alagoas, com 66,5 mortos para cada 100 mil habitantes. O Piauí é o estado onde a violência mais cresceu (32,4%).
Na outra ponta, São Paulo possui a menor taxa (12,7/100 mil), mas é Roraima quem mais vê o número de homicídios diminuir (-33%). Apenas um terço dos estados viram seus índices melhorarem no intervalo de um ano.
Foto: Luke M. Curley
Leia também | FMI desmente Dilma e diz que a recessão no B


09 DE OUTUBRO DE 2015
in implicante

CONGRESSO NÃO TERÃ FORÇAS PARA ATRASAR ANDAMENTO DO PROCESSO DO TCU CONTRA DILMA


Rose de Freitas, Eduardo Cunha e Renan Calheiros

(Globo) Logo após o resultado da votação no Tribunal de Contas da União (TCU), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) reuniu em seu gabinete a presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) e alguns líderes para discutir o encaminhamento da recomendação pela rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff. 

Diante da gravidade da crise e da cobrança da sociedade por uma saída, a disposição de Renan e de Rose é não segurar a apreciação na CMO e, depois, em sessão conjunta do Congresso Nacional. Apesar dos prazos regimentais, a avaliação feita pelo líder do PMDB Eunício de Oliveira (PMDB-CE), na reunião, é que a votação final só deve acontecer em fevereiro, depois do recesso parlamentar do fim de ano. 

Sobre a estratégia do governo de apostar as fichas para derrubar o parecer do TCU no Congresso, a presidente da CMO deixa claro que a comissão tem baseado 90% das deliberações de contas de outros presidentes nos pareceres técnicos do TCU, que é o órgão consultivo do Congresso. Apesar de a palavra final ser prerrogativa do Congresso, Rose diz que o parecer do TCU deverá basear a decisão e será muito difícil derrubá-lo.

— Tendo a entender que a unanimidade na decisão do TCU construiu um parecer tecnicamente perfeito — disse Rose de Freitas.

Na reunião, levando em conta as providências burocráticas de reunião da Mesa Mista do Congresso, Renan disse que tão logo receba o parecer do TCU, ele irá despachar para a Comissão Mista de Orçamento, que tem 40 dias para indicar um relator e apresentar o relatório preliminar. Depois desse prazo de 15 dias para emendas e mais 15 dias para o relator dar o parecer sobre as emendas. Em seguida, vota-se na Comissão e depois no plenário do Congresso.

O TCU queria enviar o parecer ainda hoje para Renan, mas ele pediu para que não se fizesse nada açodado. A prerrogativa de indicar o relator na Comissão é de Rose de Freitas. Um dos nomes cotados é o da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO). — Vamos indicar o relator e apresentar o relatório preliminar bem antes dos 40 dias. O Renan tem muita responsabilidade e sabe da gravidade da situação, não vai segurar para mandar para a Comissão. E nós não vamos adiar prazos regimentais — disse Rose. 

O senador José Serra (PSDB-SP), ao sair da reunião no gabinete de Renan, avaliou que o governo terá pouca força para derrubar o parecer do TCU, pois em uma semana após a reforma ministerial para fortalecer sua base, ao invés de aumentar seus votos, perdeu parte expressiva de apoio. — Em menos de uma semana depois da reforma, o Picciani só lidera 1/3 da bancada e o blocão derreteu. Até o Jovair Arantes saiu da base. É incrível a capacidade da Dilma de transformar solução em problema. Ela tem uma atração fatal pelo erro — avaliou Serra. 

Aos que querem usar o parecer do TCU para embasar um pedido de impeachment, Rose de Freitas disse que isso não é possível. — O único instrumento legal para embasar o impeachment é a rejeição das contas da presidente, mas o parecer do TCU tem que ser aprovado antes pelo Congresso Nacional — diz a presidente da Comissão Mista de Orçamento. 

Mas líderes e parlamentares da oposição discordam. — A decisão do TCU confirma o estelionato eleitoral. É uma decisão de grande relevância. Fica caracterizado o abuso de poder político e econômico, além do crime de responsabilidade. O Congresso Nacional falará pela Nação — diz o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima

09 de outubro de 2015
in coroneLeaks

DVD COMPROMETEDOR

Provas contra Cunha estão em DVD enviado pelas autoridades suiças. São quatro contas e U$ 2,4 milhões.


(Folha) O banco Julius Baer informou às autoridades suíças que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e seus familiares figuram como beneficiários finais de contas secretas onde estão depositados US$ 2,4 milhões (R$ 9,3 milhões). O dinheiro está bloqueado. 

Os ativos em dólares e francos suíços estão aplicados em fundos de investimento, por meio de quatro contas abertas em nome de empresas offshore –firmas de fachada baseadas em paraísos fiscais. Uma das contas foi aberta em 2008. 

Segundo informações fornecidas pelo banco às autoridades suíças, os beneficiários finais são o próprio Cunha, sua mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e uma das filhas do deputado. Ainda não está claro se era o próprio deputado quem movimentava as contas ou se isso ocorria por meio de procuradores. 

O valor é menor do que o mencionado pelo delator Julio Camargo, que afirmou ter pagado US$ 5 milhões ao peemedebista como propina em um contrato de navios-sondas para a Petrobras. Pesa ainda contra Cunha o depoimento do lobista ligado ao PMDB João Augusto Henriques, que disse ter feito depósitos em uma conta pertencente ao deputado no exterior. 

O dinheiro depositado no Julius Baer não aparece no imposto de renda do peemedebista, que tem negado reiteradamente ser o dono de contas no exterior. Os recursos estão bloqueados desde abril, após o próprio banco ter reportado as suspeitas de origem ilícita do dinheiro ao escritório do procurador-geral da Suíça, Michael Lauber. O Ministério Público do país europeu instaurou um inquérito contra Cunha por suspeita de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. 

Cunha foi informado sobre o bloqueio dos valores, segundo a Procuradoria suíça. Além dos extratos bancários, o Julius Baer entregou às autoridades de Berna a documentação completa de abertura das contas –como formulários preenchidos e assinados, cópias de documentos e comprovantes de endereço dos beneficiários finais. 

Todo este material está em um DVD enviado a Brasília, junto a um relatório da investigação conduzida pela equipe de Lauber e uma cópia dos ofícios trocados pelos procuradores brasileiros e suíços sobre a transferência do inquérito para o Brasil. Para evitar risco de nulidade no compartilhamento de provas, a Procuradoria suíça enviou o material por malote diplomático, evitando o caminho habitual de cooperação, que seria o envio pelo correio ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça. 

Após chegar ao Ministério da Justiça, o material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República no final da tarde desta quarta (7). O Julius Baer foi um dos bancos por onde foi escoada parte dos recursos desviados da Petrobras. Dois ex-executivos da diretoria Internacional da estatal –o ex-diretor Jorge Zelada e o ex-gerente Eduardo Musa– mantinham contas secretas na instituição. 

PALAVRA FINAL
Em depoimento de delação premiada, Musa afirmou que Cunha tinha a palavra final na indicação de nomes para a diretoria Internacional, que era controlada pelo PMDB. Ao alertar os procuradores sobre as contas atribuídas a Cunha, o Julius Baer cumpriu uma lei suíça que obriga os bancos não só a identificar o beneficiário final de toda conta secreta em nome de empresas offshore, como a reportar às autoridades movimentações de clientes que possam ter origem ilegal. 

A análise dos dados bancários vai determinar se as evidências serão anexadas a um dos inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal contra Cunha ou se haverá a abertura de nova investigação sobre evasão de divisas. Em agosto, ele foi acusado por corrupção e lavagem de dinheiro em caso relacionado ao esquema de corrupção na Petrobras, mas o STF ainda não decidiu se acolhe a denúncia.

09 de outubro de 2015
in coroneLeaks

DILMA CORTA FARMÁCIA POPULAR E DEIXA 1,1 MILHÃO DE POBRES SEM REMÉDIO



(Folha) Cerca de 1,1 milhão de pacientes deverão ficar sem acesso a medicamentos que não serão mais vendidos pelo modelo de copagamento do programa Farmácia Popular, segundo a Interfarma (associação do setor farmacêutico). 

"A modalidade, em que o governo subsidia até 90% para compra de medicação, será a mais prejudicada pelo corte de R$ 578 milhões anunciado pelo Ministério da Saúde", diz Antônio Britto, presidente-executivo da entidade. 

Entre os fármacos que vão deixar de ser ofertados pelo programa na rede privada, sem que tenham um equivalente nas unidades públicas de farmácias, estão produtos usados para o tratamento de Parkinson, rinite e glaucoma. "O consumidor passará a pagar no ano que vem pelo custo total", lembra Britto. "O impacto na população demonstra a crise pela qual passa a saúde." Em torno de 3 milhões de pessoas são beneficiadas hoje pelo sistema, estima a Interfarma. 

Desse total, 1,8 milhão de pessoas ainda poderão encontrar os medicamentos nas farmácias públicas a partir de 2016, mas como a rede é menor, o acesso será restrito. A rede privada tem 35,4 mil estabelecimentos em 4,4 mil cidades, enquanto a pública tem 528 em 420 municípios, segundo a associação. Em nota, o Ministério da Saúde disse que cortes no programa precisam ser aprovados pelo Congresso.

09 de outubro de 2015
in coroneLeaks