"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O QG DO CAÇULA DE LULA

A Polícia Federal não teve muito trabalho ao cumprir os mandatos de busca e apreensão nas três empresas ligadas a Luiz Claudio Lula da Silva, pois todas funcionam no mesmo local.


Promoção de eventos, corretagem de seguros, captação de publicidade? Nada, lobby mesmo!

26 de outubro de 2015
o antagonista

EDUARDO CUNHA É A ESFINGE QUE PODE DEVORAR DILMA


Cunha é um enigma pior do que a Esfinge
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já está de posse de seu último cartucho – o novo pedido de impeachment apresentado nesta quarta-feira pelo ex-deputado petista Helio Bicudo, pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. e pela professora de Direito Janaina Paschoal. Até agora foram recusados 50 requerimentos pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, há outros seis na fila, aguardando decisão, porém o pedido mais importante é o que acaba de ser encaminhado pelos três juristas, porque inclui a fundamentação jurídica que caracteriza os crimes de responsabilidade, principal requisito para a aceitação da abertura do processo pela Câmara dos Deputados.
No caso da presidente Dilma Rousseff, há provas de uma série de crimes de responsabilidade, configurados pelas diversas pedaladas fiscais e pelos dez decretos inconstitucionais liberando despesas extraordinárias, sem a indispensável autorização do Congresso. E desta vez há os decretos ilegais assinados em 2015, complicando ainda mais a situação.
COMO UMA ESFINGE…
Cunha é uma nova versão da Esfinge egípcia. “Decifra-me ou te devoro”, parece estar sempre a repetir, atrás de um sorriso verdadeiramente enigmático, porque ninguém sabe o que ele vai fazer. Todos dependem dele, inclusive o próprio país, que não pode continuar com a economia em retração, enquanto a dívida pública sobe de maneira avassaladora, enquanto o governo não está nem aí, tentando viver em ritmo de axé music.
Equivocadamente, o Planalto acha que a decisão de Cunha estaria atrelada ao julgamento dos mandados de segurança apresentados por quatro deputados federais – três do PT e um do PCdoB) – para sustar o trâmite dos pedidos de impeachment. Os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber caíram no engodo de que Cunha havia criado um rito especial em conluio com os partidos de oposição, e deferiram três liminares, que serão julgadas pelo plenário do Supremo.
Mesmo que a maioria dos ministros apoie essas escatológicas liminares, na verdade nada mudará, por Cunha continuará senhor da situação.
NÃO VAI RENUNCIAR
O certo é que o presidente da Câmara não vai renunciar ao cargo nem ao mandato. Conhecedor dos recentes episódios do Congresso, Cunha parece confiante na impunidade. Sabe, por exemplo, que Jáder Barbalho é um político de ficha suja, teve de se afastar da presidência do Senado, mas depois conseguiu novo mandato, e há muitos outros parlamentares como ele, com passados tenebrosos que o eleitorado não levou em conta.
O pior é que Cunha estava no Congresso em 2007 assistiu quando Renan Calheiros ia ser cassado e teve de renunciar à presidência do Senado, envolvido em fraude fiscal e corrupção, mas acabou absolvido pela Comissão de Ética, depois se candidatou de novo, hoje preside novamente o Senado e até elegeu o filho para governar Alagoas. Diante dessa realidade política nauseabunda, Cunha acredita que pode sair impune, pelo menos no âmbito da Câmara. Então, por que renunciaria?
SEIS PEDIDOS NA FRENTE
Quanto ao impeachment, o fato é que o presidente da Câmara não poderá protelar indefinidamente a decisão sobre o pedido de Bicudo/Reale/Paschoal. Há outros seis requerimentos na fila, que têm preferência. Precisará despachá-los antes do pedido principal e decisivo. Pode levar uma semana, um mês, quem sabe?
Enquanto Sua Excelência não se decide, a economia do país continua derretendo, a arrecadação de impostos despenca, o desemprego aumenta, mas o governo nem se importa, só se preocupa em armações para continuar no poder, seja a que preço for.
Eduardo Cunha tem o destino do país em suas mãos e também não se importa. Prefere seguir o exemplo da presidente Dilma Rousseff e só se preocupa em continuar no poder.  Como se vê, Dilma e Cunha se merecem e vão ficar na História retratando o que há de pior na política brasileira.

26 de outubro de 2015
Carlos Newton

ELOGIANDO (INDIRETAMENTE) SÉRGIO MORO, LEWANDOWSKI ENVIOU RECADO



Sem dúvida foi isso que está no título o que aconteceu em Washington, durante a palestra realizada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal para advogados, diplomatas e jornalistas no Inter-American Dialogue, focalizado pelo repórter Henrique Gomes Batista, O Globo, edição de terça-feira. Ao falar sobre o assalto praticado contra a Petrobrás, o presidente da Corte Suprema afirmou que a “operação Lava-Jato está sendo bem conduzida. O Juiz (Sergio Moro) que está processando e investigando os figurões do Brasil ligados ao escândalo é um juiz federal localizado no Paraná, em Curitiba. Ninguém está interferindo. A Lava-Jato está fazendo uma revolução no país”.
As declarações foram firmes, objetivas, diretas. Possivelmente possuem alguma ligação com o que se passa no momento, ou então são capazes de produzir reflexos para retirar do caminho os obstáculos previstos em ocasiões assim. Por coincidência, penso eu, foram publicadas, além de O Globo, pela Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, exatamente no dia seguinte em que Sérgio Moro decretou uma nova prisão preventiva do empresário Marcelo Odebrecht.
Coincidência também o fato de as palavras de Lewandowski e a nova prisão do presidente da empreiteira terem acontecido três dias depois do despacho do ministro Teori Zavascki libertando o executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar, acusado em processo semelhante àquele que se refere a Marcelo. São episódios convergentes nas páginas em que são escritos os destinos de cada pessoa, seus encontros e desencontros.
CONDENAÇÕES
Lewandowski destacou, ainda, que “alguns altos executivos já foram condenados a passar 15 ou 20 anos de cadeia, o que, no Brasil, é algo realmente novo”.
Haveria alguma relação de técnica jurídica entre a situação de Alexandrino Alencar com a de Marcelo Odebrecht? É possível que sim. É possível que não. De qualquer forma a nova prisão do presidente da empresa acompanhou a de dois outros executivos, Márcio Faria e Rodrigo Araújo, dirigentes do mesmo nível de Alexandrino Alencar. A nova ação criminal proposta pelo Ministério Público e aceita por Sérgio Moro envolve pagamento de propina no montante de 137 milhões de reais.
A Odebrecht divulgou uma nota à imprensa. No texto, chama atenção (O Globo) para o fato de a nova denúncia do Ministério Público ter sido oferecida e aceita pela Justiça (Sérgio Moro) horas após o Supremo conceder habeas corpus a um dos executivos da empresa (Alexandrino Alencar) sem que tenham sido apresentados novos elementos em pontos já decididos pela Corte Suprema.
É SÓ LIMINAR
Aí um engano da Odebrecht. Não houve pontos já decididos pela Corte Suprema, friso eu. Alexandrino Alencar foi solto por uma liminar de Teori Zavascki, ainda não apreciada portanto pelo plenário do SF. Os jornais de terça-feira, também por coincidência, publicaram declarações do ministro Luiz Edson Fachin, também do STF, defendendo (e propondo) que as liminares tenham apressadas suas apreciações definitivas no sentido de que não produzam efeitos como se sentenças definitivas fossem. O repórter Ricardo Chapola, O Estado de São Paulo, destacou bem a diferença essencial.
Pois na realidade, na Justiça brasileira, há liminares que se estendem por 10 a 20 anos aguardando decisões finais. O triste fenômeno acontece também nas esferas estaduais. Fachin colocou bem o tema. Ricardo Lewandowski e Sérgio Moro, também.

26 de outubro de 2015
Pedro do Coutto

A CPMF DIANTE DE UM CATACLISMO FISCAL





Praticamente chegamos ao final deste ano. Os dias se passaram e a questão fiscal, até hoje, não tem uma solução concreta, o que torna o nosso destino insustentável, privando-nos do equilíbrio macroeconômico, em função da falta de um consenso político de como solucionar o problema, no curto e no longo prazo. Tudo fruto de uma total escassez de sensibilidade e empenho deste desgoverno de, até mesmo, aprovar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimento Financeiro), considerada, nas circunstâncias atuais,como bastante contributiva para o ajuste das contas de 2016.

Lamentavelmente, diante deste cenário humilhante em que nos encontramos, parece que nós brasileiros teremos que ser obrigados a aceitar o aumento da carga tributária ou, se não, poderemos ser engolidos por um exuberante cataclismo fiscal. Não me parece existir uma alternativa menos prejudicial do que a CPMF, embora ela jamais consiga eliminar a origem desse grave problema.

A meu ver, caso ela venha a ser aprovada, deverá ser exclusivamente direcionada para atender a União, limitada a um curto período, sem hipótese de prorrogação, somente o tempo necessário para que venha a atingir seu objetivo precípuo e, apenas complementando meu pensamento com uma sugestão da FEBRABAN (Federação Brasileira dos Bancos), apresentando alíquotas declinantes ano a ano.

O que realmente precisamos para sua adoção é ter, unicamente, a clareza das medidas e dos resultados para que a sociedade, mais uma vez, possa abraçar com ampla esperança a sua indesejável volta. Hoje faltam esses atributos por conta da invencível crise institucional pela qual estamos totalmente dominados. Indiscutivelmente, o maior dos obstáculos! O que assusta é que o jogo político não nos leva a lugar nenhum e, no entanto, é preciso focar o estado da economia.

Do ponto de vista da situação geral da economia, a melhor opção política a ser adotada não se dará através do impeachment ou até mesmo sem ele. A melhor escolha, qualquer que seja ela, parece estar numa solução rápida, consistente e estrategicamente direcionada ao âmago do problema, direcionada à recomposição imediata de forças que sustentem as decisões que tiverem de ser adotadas. Um processo prolongado continuará deixando tudo na contextual inércia, aprofundando a violenta deterioração nas contas públicas.

Entretanto, não vemos disposição do Congresso para aprovar o aumento de impostos. Autoridades desse desgoverno ainda avisam que, nessas condições, estarão obrigadas a baixar decreto que aumente a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), um tributo federal de caráter regulatório, cobrado sobre os combustíveis, que ganharia funções meramente arrecadatórias, mas que necessita de um ambiente econômico favorável para ser aplicada, pois provoca distorções inflacionárias altamente previsíveis. Se isso se confirmar, os preços dos combustíveis poderão atingir a estratosfera e a “nobre” inflação galopará com isso, com triunfal impacto na alta das cotações do dólar.

Se raciocinarmos no curto prazo, vai ser muito difícil este desgoverno achar um caminho sem elevar com determinação a carga tributária, pois a situação encontra-se periclitante, demonstrada nos relatórios analíticos, segundo os quais será dificílimo equacionar um ruidoso rombo de R$ 65 bilhões, que poderá se estender a R$ 90 bilhões, somente com cortes de despesas nos próximos doze meses.

Por isso, admito como brasileiro, para evitar uma convulsão social, ser fatal a ressurreição da CPMF, apoiada em um vigoroso aumento nas receitas extraordinárias, além dos indispensáveis cortes profundos nas indecentes despesas, principalmente, nos cargos comissionados, que ainda se encontram inabaláveis, na expectativa de serem utilizados como “moeda de troca” a fim de evitar um glorioso impeachment, cultuado pelas sibilantes oposições.

Acontece que, na situação do longo prazo, para impedir que a CPMF seja definitiva, é fundamental se promover, o quanto antes, as obrigatórias reformas estruturais que venham a reduzir drasticamente ou eliminar a condicional subordinação às receitas. Por isso, torna-se inevitável limitar a indexação do dispêndio público, fixar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos, cancelar o regime especial para professores e ampliar o tempo de contribuição para as mulheres, dentre outros.

Também no longo prazo, Previdência (INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social), educação e saúde sinalizam um crescimento da despesa de pelo menos seis pontos do PIB (Produto Interno Bruto) até 2030. Controlar a elevação da despesa pública representa, essencialmente, alterar as regras que estabelecem a dinâmica da despesa. Não há opção que não seja uma profunda reforma nas vinculações e regras de crescimento do gasto público, para que um maior crescimento da economia não se transforme, consequentemente, num incremento mais acelerado da despesa.

Na realidade, não se conseguiu progredir quase nada na agenda de curto e, que dirá, na de longo prazo. Caso não venhamos a promover imediatos avanços consistentes no curto prazo até o próximo exercício, deverá acontecer necessariamente mais uma perda no grau de investimento, possivelmente, até antes disso.

Comenta-se que o país pode levar cerca de sete anos para readquirir o grau de investimento. A experiência de outras nações demonstra que o tempo pode ser bem mais acessível, quando se consegue adotar medidas como corte de gastos e reformas estruturais. A Coreia do Sul levou dois anos para recuperar o grau de investimento perdido, no final dos anos 1990, com um pacote que incluiu aumento de juros e de impostos e cortes de gastos públicos.

Na mesma época, outro exemplo é a Colômbia, que levou também dois anos, com a abertura da economia e contenção de violência que causava instabilidade. A Irlanda, mais recentemente, levou três anos, com corte de despesas, elevação de impostos e reformas. A Grécia, que teve a nota cortada em 2010 e a Venezuela, em 1980, não conseguiram até hoje recuperar o rating perdido.

O fator tempo será outro grande adversário nosso, por isso temos que ter velocidade, para não convivermos com os juros mais elevados e uma taxa de câmbio que poderá colocar-se em R$4,50/US$ ou R$ 6,00/US$. Fica difícil avaliar o que será um País em regime de “dominância fiscal” (teoria econômica), quando a dívida está em plena dissonância com os resultados primários previstos nos anos futuros, descontados para o presente.

Segundo alguns economistas, em condição de “dominância fiscal”, a inflação teria que aumentar consideravelmente, o suficiente para consumir o valor da dívida do setor público e torná-la plenamente conciliável com a capacidade do governo em pagar seus compromissos, através de superávits primários inferiores.

Mas a grande questão é que, de acordo com analistas, aproximadamente 57% das despesas do governo central são reajustadas pelo índice do salário mínimo e, consequentemente, pela inflação. Porém, considerando os gastos que são indexados à receita nominal, os quais deverão correr paralelamente à inflação em condições normais, a parcela de despesa pública do governo central terá que, de certa forma, ser corrigida também por ela, que tranquilamente poderá chegar a 75%. Impraticável!

Está muito difícil enxergar uma opção sólida para o curto prazo que não seja o retorno da CPMF, para alcançarmos, mesmo que seja um inexpressivo resultado primário em 2016. Não resta dúvida que a carga tributária brasileira (37% do PIB – Produto Interno Bruto) já se encontra em um plano insuportável, sendo a maior entre os países emergentes, porém em função da nossa imediata situação, não há uma escolha menos dolorosa.

Sem dúvida, a CPMF é um imposto nocivo que onera a produção, penaliza todos, ricos e pobres indiscriminadamente, até os sonegadores, possibilitando que sejam identificados, mas é menos inflacionária que a CIDE. De um jeito ou de outro, os pagadores de impostos sempre acabam assumindo a conta quando falta dinheiro para cobrir as inconsequentes estripulias oficiais.

Se por acaso for dado um tratamento radical na vertente da despesa, visando 2016,será necessário apresentar uma total desvinculação dela com a receita, salário mínimo desindexado e a idade mínima de 65 anos para aposentadoria, etc. Provavelmente, isto não acontecerá. Talvez sejam aspectos bem mais difíceis do que aprovar a CPMF e uma reforma previdenciária não é uma ação que se realiza para ser iniciada daqui a doze meses. Estabelecendo-se o limite mínimo de idade para aposentadoria, como exemplo, ele geralmente será seguido por uma norma de transição.

Possivelmente, poderemos ficar ancorados em um impasse sem obter um “acordão” político na aprovação da CPMF, em função do receio justificável de alguns com relação ao ex-presidente, que propaga suas proposições populistas, sociologicamente decadentes e fisiologicamente absurdas, pressupondo a derrubada dos juros e a expansão demasiada do crédito e das despesas públicas, numa fase de penúria por que passa o Tesouro Nacional, defendendo ardorosamente a permanência na distribuição das generosidades; é possível que ele venha naturalmente a coagir Dilma a assumi-las para saciar as suas extravagâncias ideológicas.

Evidentemente ela já não tem mais controle do governo há muito tempo. O baixíssimo índice de popularidade da presidente, a pressão da oposição e de muitos de seus “aliados” pelo impeachment e a crise aguda na economia retiraram dela sua capacidade de governar. É o seu “criador” quem está agora por trás, liderando onipresentemente as mudanças no desgoverno.

Resumindo:a presidente encontra-se literalmente solitária e ignorada pelo povo brasileiro, não apresenta capacidade de recuperação e até mesmo de um roteiro de fuga. Milagres estão fora de alcance. Truques, também.
Já estamos no limiar do imprevisível e nenhum artifício - banda cambial, vendas de reservas, etc. serão capazes de nos salvar de uma crise incontrolável, proporcionando a turbinada no dólar, ausência, ou até mesmo, insignificante crescimento da economia com uma inflação potente e progressiva.
A única certeza, dentre inúmeras incertezas que temos, é de que a situação econômica dessa forma só tende a se agravar ainda mais, pois somente esta irresponsável mandatária consegue perceber uma luz no final do túnel e, sem nenhum brilho que transmita um pouco de esperança e necessariamente confiança ao segmento empresarial, que jamais irá investir nessas condições. Continuaremos sendo sugados pela implacável recessão, com uma arrecadação incerta, sem propiciar um esforço fiscal compensatório.

O eixo determinante para mim é quanto o Brasil precisa piorar para que se possa ter um mínimo de conformidade relacionado às pró-reformas. Será que teremos que ter uma inflação de 1,5% ao mês, desemprego acima de 10% e taxa de cambio beirando R$ 6,00/US$?

Parece exagero ou até mesmo loucura, porém o fato é que atualmente estamos em pleno “voo cego”, atravessando uma incrível “zona de turbulência”, com premência de um vasto e robusto ajuste fiscal, mas com um desgoverno cuja base política ainda não demonstra a consciência total da necessidade de buscar a estabilidade nas contas públicas, e enfrentar com seriedade e independência a situação pela qual estamos passando.

Pelo visto, nosso sofrimento está apenas começando.

26 de outubro de 2015
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).

CUNHA PRECISA CUMPRIR SEU DEVER E APROVAR O IMPEACHMENT


O Jornal Nacional mais uma vez expõe a mulher e a filha de Eduardo Cunha de forma covarde. Citam “os milhões de Cunha” como se fosse este o problema maior que paralisa esta nação. Para clarear o pensamento de quem não tem compreensão do jogo político, ou seja, daqueles que se guiam basicamente pelas manchetes dos jornalões, pensem: são cerca de 2 milhões de dólares em contas na Suíça que seriam do atual presidente da câmara, segundo a grande mídia.
Fotos de seus familiares são mostradas ao mundo, junto com documentos e assinaturas como prova irrefutável da culpa do denunciado. Vejamos: se o dinheiro foi oriundo de corrupção, é seguro afirmar que em dezenas de anos nos altos escalões do serviço público, Eduardo Cunha pode ser considerado um trombadinha do erário. Em qualquer negócio dos lullinhas, desde que o pai virou o monarca desta corte, 2 milhões é quantia facilmente capitalizada como taxa de sucesso. Da mesma forma acontece com os “cumpanheros” mais graduados do reino petralha.
PUNIÇÃO PARA CUNHA
Que o conselho de ética da câmara investigue e puna Eduardo Cunha, caso julgado e tido como culpado, Devemos exigir isso. Mas precisamos exigir também – e principalmente – que o Congresso não se omita de seu dever de fiscalizar e punir atos do Executivo.
Mais de 93% dos brasileiros querem o fim do governo petista! Esse partido, desde sua gênese só se sustenta na mentira. Motivos políticos para impeachment? Há infindáveis, desde o primeiro reinado do Barba. Faltava independência da câmara dos deputados para poder botar em pauta os temas de maior interesse desta nação.
INDEPENDÊNCIA DOS PODERES
Cunha, na função de presidente da Câmara ousou em não permitir que a casa legislativa funcionasse de forma subalterna ao governo federal. Independentes, têm que ser os três Poderes da República. É o que diz a Constituição Federal.
Mas os petralhas não perdem por esperar. Eduardo Cunha está liquidado politicamente. Porém, os aloprados sempre deixam rastro da sujeira feita. Desponta no horizonte um novo Roberto Jefferson, mas desta vez sem proteger o chefe.
O governo afigura-se um zumbi. Não é racional crer que uma mulher em vias de sofrer uma interdição psiquiátrica, possa fingir comandar este país até 2018.
Bota pra votar, Cunha! Que cada parlamentar mostre a cara e preste contas aos seus eleitores nos municípios. A força do povo vai libertar do PT o Brasil!

26 de outubro de 2015
Rodrigo de Carvalho

QUEM É O LÍDER? QUEM TRAZ UM SOPRO DE RENOVAÇÃO?


Uma grande ilusão acomete o cidadão brasileiro, hoje: a de achar que, agora, ou vai ou racha. Por exemplo: para quem defende o impeachment de Dilma, a queda da presidente no meio do mandato resolverá tudo. Bobagem. Não resolverá nada.
Estaremos reféns, dependendo de uma cascata de circunstâncias, de Temer, de Renan e até de Cunha (se não estiver preso), no caso de convocação de eleições antecipadas.
Desde quando Temer, Renan ou Cunha à frente do turbilhão são boa perspectiva? E, em caso de novas eleições, quem é o grande líder de que dispõe o Brasil? Nem Lula mais é líder, e no PT quem um dia se habilitou ao cargo maior foi queimado na trilha das escolhas dele, que culminaram na inépcia abissal de Dilma.
Do lado da oposição, Aécio Neves, junto com os seus, virou uma espécie de piada saudosista de um partido que já representou certa compostura, que já foi até “de esquerda” naquele espírito social-democrático, e hoje é identificado com um nefasto outro lado.
Campos morreu. Marina continua a ser um mito indecifrável situado entre os mais altos princípios ecológicos e os mais baixos equívocos cosmogônicos; entre o discurso inspirador e a síndrome de pânico na hora de enfrentar seus adversários. E Alckmin? Esse integra uma ordem de perigosas alquimias.
PERMANÊNCIA DE DILMA
Já para quem combate o impeachment, a permanência de Dilma num cenário de aplacamento da crise política retomaria o trilho das coisas. A questão é que, no vergonhoso quadro formado pelas relações entre o Executivo e o Legislativo, o STF tem que intervir semanalmente, passando de tribuna especial para o varejo do descumprimento sistemático da Carta. E o custo de frear a fúria pró-impeachment criará (já está criando) uma teia de concessões, constrangimentos, pressões e contrapressões, gargalos e falsas alianças que forçará, fatalmente, um esgarçamento moral capaz de tornar o ar ainda mais irrespirável.
E como cheira mal o Brasil neste momento! Não venham dizer que cheira mal só na atmosfera política: esta é outra ilusão típica da miopia brasileira — crer que os políticos são extraterrestres, uma categoria genética à parte, um outro animal, uma “raça” desgraçada. O que fede mesmo é o Brasil, o Brasil brasileiro, construído desde o Descobrimento.
O Brasil da exploração em benefício da Coroa e, depois, de meia dúzia em meia dúzia até o topo. Brasil em que irmão maltrata irmão e dinheiro na mão é vendaval. Brasil de ódio disfarçado em democracia racial.
Brasil da informalidade quando se precisa da ordem, e dos formalismos quando a liberdade precisa vingar. Brasil pleno de hipocrisia, servilismo, truculência. Brasil no qual a alma de tudo que é bom (e o que é bom existe em todos os estratos) é ofuscado pela ganância, pela fome de poder (também presente em todos os estratos) que reverbera na sociedade, prevalece no seio mesmo das famílias, nas cartilhas das escolas, nas capatazias, passa de geração em geração e envenena as crianças.
EXCLUSÃO
Brasil da exclusão, nascido da recusa de assentar os libertos pela Abolição (em especial no Rio): “Se veio a liberdade, que fique então essa gente solta por aí”, foi o que quis, e assim foi.
Por isso é que hoje, tanto um grupo quanto o outro, os que querem Dilma fora, os que querem Dilma dentro, não enxerga que, com Dilma ou sem Dilma, a vaca já foi para o brejo.
Não é uma perspectiva catastrofista. É um brejo velho conhecido, no qual, vira e mexe, nos embrenhamos, ou embrejamos, depois emergimos de novo — quando parece que uma luz insiste em vencer a escuridão.
Então, até dá pinta de que se avança um pouco, mas não o suficiente — só o suficiente — para que tudo logo se estrague, moído por engrenagens velhas que custam uma eternidade a emperrar de vez, que não admitem reposição de peças, ou, quando admitem, encaixam em si os mesmos modelos, recauchutados, guaribados, gastos.
E torna a fumaça espessa, escura, a cobrir o pouco de luz viva, e o mofo volta a prosperar, e os seres da lama revolvem-se nos esgotos e vêm à tona fazer a festa, imiscuir-se por todas as frestas — e é o que se vê, hoje, objetivamente, no Brasil. O que não se vê é que, seja o que for, não há horizonte visível.
NOVAS ELEIÇÕES?
Ou então me digam. Qual o horizonte? Convoquem-se hoje eleições. Quem é o líder? Quem é o grande orador? Quem traz um sopro de renovação? Que ideia apaixona o brasileiro? Onde está nossa pujança, nossa vontade, nossa criatividade, nossa voz? Estão por aí, misturadas nas instituições.
Inteligência difusa que sustenta um bom-senso sem cara. E impede, dentro de uma lógica de interações complexas, que do brejo se colha uma tempestade verdadeiramente diluidora da coesão social. É essa força, hoje, que sustenta o Brasil.
Uma liderança invisível, compartilhada, em que uma ponta de juízo autônomo bloqueia os estratagemas mais extremos e perversos cada vez que o abismo se aproxima. É o que temos, enquanto o dia não amanhece.

26 de outubro de 2015
Arnaldo Bloch
O Globo 

A ESTRANHA PESQUISA IBOPE



O UOL dá manchete para os resultados da pesquisa Ibope sobre a rejeição a políticos, que coloca todos no mesmo saco.
De acordo com o Ibope, Lula teria a completa rejeição de 55% dos eleitores, praticamente o mesmo índice de José Serra (54%), Geraldo Alckmin (52%) e Ciro Gomes (52%). Marina Silva seria rejeitada por 50% e Aécio, por 47%.

Além disso, noticia o UOL, na pesquisa Ibope "Lula fica à frente quando os entrevistados são perguntados em quem votariam 'com certeza': 23% apontaram o ex-presidente, ante 15% de Aécio e 11% de Marina. Serra tem 8%, Alckmin tem 7%, Ciro, 4%."

Pois bem, O Antagonista conversou com outros institutos de pesquisa. Todos foram unânimes em afirmar que os dados dessa pesquisa não batem nem de longe com os números apurados por eles. "A rejeição a Lula é muito maior do que a de outros potenciais candidatos", afirmou o diretor de um instituto.
Muito estranho.

26 de outubro de 2015
o antagonista

JARBAS QUER RENÚNCIA DE DILMA E AFASTAMENTO DE CUNHA



Jarbas diz que nunca viu a coisa tão ruim
Representante da ala rebelde do maior partido da base aliada, o deputado federal e ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirma que o governo federal está envolto em um “mar de corrupção” e a presidente Dilma Rousseff (PT), “no mundo da lua”. Em entrevista à Folha, o deputado defendeu a renúncia de Dilma, mas disse que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não tem legitimidade para conduzir um processo de impeachment, por ter sido denunciado sob acusação de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
Cotado como possível candidato à presidência da Câmara, Jarbas foi o único parlamentar do PMDB a assinar a representação que pede a cassação de Cunha, a quem chama de “psicopata” e acusa de “jogar dos dois lados”. Mas ele também não poupa o Congresso. “A Câmara é uma tragédia. Eu nunca vi coisa tão ruim.”
Como o senhor vê a crise atual?
Estou na política há mais de 40 anos e nunca vi nada parecido, um momento de degradação e deterioração, uma tempestade. Crise política arrastando crise econômica, moral e ética. E o mais grave é que não chegou ao fundo do poço, porque a crise não terminou nem vai terminar agora.
Há elementos para um impeachment de Dilma?
Não, acho que ainda não. O impeachment é um processo complicado, e é preciso ter o delito, que ainda não surgiu concretamente.
Então por que o senhor defende que ela renuncie?
Porque ela perdeu as condições de governabilidade, está desacreditada. Todos os institutos de pesquisa dão a ela dez pontos ou menos de aprovação. Ela perdeu a credibilidade a partir das mentiras feitas na campanha.
Quando ela mentiu?
Ao dizer que só tomou consciência da dimensão da crise em novembro. Ela sabia de tudo. Nos debates com Aécio, sabia que o país estava em crise, que não podia prometer aquilo nem fazer o que estava fazendo. O processo de mentira foi estendido para o pós-eleição.
Ela diz que não irá renunciar…
Ela não tem condição nenhuma [de governar], o país está mergulhado num mar de corrupção e ela, no mundo da lua. Está, neste momento, desajustada. Basta ver as falas dela, não têm nexo. O desemprego está campeando, a corrupção nunca foi tão grande. É evidente: ou sai pela renúncia ou pelo impeachment.
O sr. diz que não há elementos para impeachment. Se ocorrer, seria um golpe?
Não acredito que o impeachment ocorra sem que se votem antes as pedaladas no Congresso. Acho que a oposição vai ter que esperar, embora alguns entendam que a decisão do TCU já seja um elemento fundamental. E a gente está com a Operação Lava Jato em funcionamento e pode, a qualquer momento, bater dentro do palácio.
O vice Michel Temer também deveria sair?
Não, porque aí levaria o país para uma nova eleição e tenho certeza de que não vai dar certo abrir um novo processo eleitoral agora. Primeiro porque é fora do calendário eleitoral. Se você antecipa isso para 2016, é um atropelo. O país já está na exaustão, nos últimos estertores, a economia completamente liquidada, desceria ainda mais.
Como seria um governo Temer?
Ele pode procurar fazer uma travessia correta, honesta, assumir um compromisso claro de que não será candidato à reeleição, para que não se desencadeie um processo sucessório. Ele só pode fazer essa travessia se tiver o apoio de todos, deveria buscar o apoio até do PT mais sadio. E quando o PSDB diz que apoia Temer, mas não participa, é um apoio pela metade. O maior partido da oposição tem que participar. O Michel reúne essas condições [para governar]. Eu estou inteiramente à vontade para dizer isso, mesmo que há dez anos eu não mantenha um diálogo político e partidário com ele, desde o apoio dele ao PT. Mas ele é o homem do diálogo, uma pessoa séria.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pode conduzir um processo de impeachment?
Não tem a menor condição. Se ele não reúne condições de presidir a Câmara, como é que ele vai conduzir um processo de impeachment? Ele vai tirar qualquer legitimidade desse processo. Esse cidadão é um debochado, agora passou a debochar das instituições. Ele é um psicopata. Não se confia numa pessoa sem caráter como ele. Ele joga dos dois lados. Quando ele diz que o maior escândalo de corrupção foi feito agora no governo do PT, é verdade, mas ele é um dos artífices disso, foi um dos que mais roubaram.
26 de outubro de 2015
Patrícia Britto
Folha