"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O INÍCIO DO FIM


Maduro é denunciado em Tribunal Internacional por crimes contra a humanidade.Governo de Caracas 'lançou uma política de Estado para atacar a população tida como dissidente, fazendo uso de meios criminosos para manter-se no poder a qualquer preço'.



Opositores venezuelanos denunciaram o presidente Nicolás Maduro e outros dirigentes do governo chavista por crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional (CPI) em Haia, na Holanda. 
Segundo eles, houve dura repressão contra protestos registrados em fevereiro de 2014, que deixaram dezenas de mortos e centenas de presos, além de assassinatos cometidos a mando de Caracas, tortura e perseguição por razões políticas.
O líder do partido opositor Vontade Popular, Carlos Vecchio, e o advogado de diversos dissidentes detidos, como Leopoldo López, Juan Carlos Gutierrez, apresentaram um documento de mais de 150 páginas à procuradora da TPI, Fatou Bensouda, com uma lista detalhada das acusações. Agora, a procuradoria do TPI tem um prazo de três meses para decidir se acolhe a denúncia ou não.

Caso a denúncia for aceita, Maduro pode ser julgado e condenado pelos crimes. Seria a segunda vez que o TPI processa um presidente em exercício. Em 2008, o ditador do Sudão, Omar al Bashir, teve a prisão pedida pelo TPI por genocídio e crimes contra a humanidade. 

Como Sudão não é signatário do Tratado de Roma, de 1998, que criou o TPI, o Estado não é obrigado a entregar o acusado e Bashir ainda se mantém no poder em seu país. 
A Venezuela é signatária, mas, na prática, dificilmente Maduro iria se entregar ao tribunal. Mesmo assim, o peso de um processo aberto pelo Tribunal Penal de Haia já acarretaria sanções e reprovações de outras nações contra Maduro.

O texto aponta que o governo de Caracas "lançou uma política de Estado para atacar aquela parte da população tida como dissidente, os controlando, punindo e fazendo uso de meios criminosos para manter-se no poder a qualquer preço, inclusive perpetrando crimes de lesa humanidade". 


De acordo com jornal El Mundo, que teve acesso ao documento, o texto foi elaborado por um grupo de advogados especialistas em Direito Internacional de todo o mundo, que recolheram relatos durante nove meses. 
O trabalho concluiu que as políticas de repressão resultaram em ao menos 33 mortes de civis, a prisão de 3.351 manifestantes, além de 638 detenções arbitrárias, sem controle judiciário, sendo que foram registrados ao menos 437 casos de tortura.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e outros organismos de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional (AI), já denunciaram violações na Venezuela em diversas ocasiões.


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11 de novembro de 2015
Veja

SANTOS AQUINO DÁ SUA VERSÃO SOBRE OS INCIDENTES DE 1955



Lacerda pregava o golpe usando a Rádio GloboÉ sempre bom falarmos da história, ela ensina a quem quer aprender. As coisas aconteceram quase assim. Pedro Couto do é um grande jornalista assim como Carlos Chagas e viveram esses momento de turbulência da vida nacional. O que a história e os historiadores não registram é que, se Juscelino fosse o candidato a presidente com outro vice, não haveria nada. O medo e o ódio insano dos udenistas era de João Goulart. As ameaças foram constantes antes da eleição, durante a eleição e depois da eleição.
Abertamente falavam em golpe para impedir a posse de Juscelino. Sem esquecermos que Jango teve mais votos que Juscelino, naquele momento os vices eram eleitos. O pingo d’água que fez transbordar os acontecimentos foi verdadeiramente o enterro do general Canrobert Pereira da Costa, em que compareceram diversas autoridades e militares inclusive o general Lott, ministro da Guerra.
O coronel Jurandir Bizarria Mamede, a beira do túmulo, faz um discurso em que fala em impedir os eleitos de assumir o governo. Lott sai e tenta punir Mamede por indisciplina. Acontece que Mamede estava adido à Escola Superior de Guerra e ele não podia puni-lo. Lott então pede audiência ao então presidente Carlos Luz, que segundo o folclore político teria deixado o ministro esperando por mais de meia hora. Lott pede a punição de Mamede e Carlos Luz não concorda. O general então pede demissão, aceita na hora.
A VILA MILITAR DESCEU…
O general Fiuza de Castro queria que o comando do Ministério da Guerra lhe fosse passado de imediato. Lott disse que tinha uns papeis a organizar e passava o comando às 10h do dia seguinte(12/11/1955). Tem uma versão absurda dizendo que Lott foi induzido a dar o golpe pelo general Odílio Diniz. Dificilmente isso aconteceria. Lott era um disciplinador e seria incapaz de ir a reboque de alguém. Nas últimas horas da madrugada, a Vila Militar desce com os tanques e cerca tudo. Da Praça Mauá ao Aeroporto Santos Dumont. Nem os navios de guerra podiam sair da baia de Guanabara e nem os aviões podiam levantar voo do Santos Dumont.
Muitos políticos a favor do golpe entraram no cruzador Tamandaré, que estava em reparos, atracado no cais norte da Ilha das Cobras. Lacerda, Mamede, Carlos Luz e outros. Silvio Heck era o almirante comandante do Tamandaré, o almirante Pena Boto comandava a Esquadra. Os dois de um radicalismo extremado. Pena Boto forçou a barra e o Tamandaré zarpou, depois de levar uns tiros das bases do Exercito na saída da Baía da Guanabara. Foram para São Paulo.
Os aviões proibidos de levantar voo, mesmo assim o brigadeiro Eduardo Gomes fura o bloqueio e decola para São Paulo. Acontece que as Forças Armadas já tinham recebido ordens do general Henrique Batista Duffes Teixeira Lott em todo o Brasil, tal o seu prestígio e liderança.
A base de Cumbica em São Paulo não deu guarida ao brigadeiro Eduardo Gomes. E a base da Marinha em Santos ameaçou o Tamandaré dizendo que todos seriam presos se desembarcassem. Ventilou-e a possibilidade do Tamandaré seguir para Bahia e de lá Carlos Luz governar o Brasil. Isso não foi registrado pela história.
Eu servia no Cruzador Barroso. Quem estava de oficial de dia era o tenente Brígido. O Barroso preparou-se para forçar a barra à meia-noite do dia 12. Mas antes disso Carlos Luz resolveu voltar e entregar-se ao Exército. Ainda tem coisas e mais coisas que aconteceram.

11 de novembro de 2015
Antonio Santos Aquino

LULA QUER TIRAR BRADESCO E BOTAR FRIBOI A MANDAR NA ECONOMIA

Lula volta a atacar Joaquim Levy, homem do Bradesco e dos bancos, na condução da economia. Seu desejo é a volta do companheiro Henrique Meirelles, representante da Friboi e do grupo de empresas agraciados com empréstimos subsidiados do BNDES e maior doador da campanha de Dilma Rousseff. A matéria é do Estadão.

Alvejado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem dito, em conversas reservadas, que não ficará muito tempo no governo, mas não quer deixar o cargo como comandante da maior recessão do País. Nos últimos dias, Levy intensificou os contatos com políticos de vários partidos e, a pedido da presidente Dilma Rousseff, passou a incluir no cardápio das conversas a defesa de ideias para recuperar a economia depois de aprovado o ajuste fiscal.

Treze dias após orientar o PT a fazer um recuo tático e dar uma trégua ao ministro, em reunião do Diretório Nacional do partido, Lula voltou a atacá-lo, nos bastidores, numa operação para tentar emplacar na Fazenda o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

As críticas de Lula a Levy ganharam força após o vazamento de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), subordinado ao Ministério da Fazenda, sobre movimentações financeiras feitas por ele e pelos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda), Erenice Guerra (Casa Civil) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), hoje governador de Minas. Os dados foram remetidos à CPI do BNDES na Câmara, que investiga irregularidades em contratos assinados com o banco entre 2003 e 2015.

Lula ficou furioso, ainda, com o fato de a Receita Federal recomendar ao Ministério Público que peça a quebra dos sigilos bancário e fiscal da LFT Marketing Esportivo, empresa de seu filho caçula, Luís Cláudio. A portas fechadas, o ex-presidente continua dizendo que Levy está com prazo de validade “vencido” porque não consegue entregar o que prometeu, não tem plano para o pós-ajuste e não controla órgãos ligados à Fazenda, como o Coaf e a Receita.

Um integrante da equipe econômica disse ao Estado, porém, que relatórios de investigações foram tornados públicos pela Justiça após a última fase da Operação Zelotes, da Polícia Federal. “Não faz sentido nenhum dizer que o vazamento tenha partido da Receita e muito menos por determinação do ministro Levy”, afirmou esse mesmo interlocutor. As informações sobre a movimentação financeira da LILS, empresa de palestras do ex-presidente, não constavam, no entanto, de qualquer investigação.

Dilma ainda resiste a trocar Levy e não gosta de Meirelles, o preferido de Lula, mas já admite ser preciso fazer mudanças na política econômica para injetar crédito na praça. É o que Lula chama de dar um “sinal” para o mercado de que há uma direção a seguir após o ajuste fiscal. Apesar das negativas sobre a saída do ministro da Fazenda, integrantes do governo avaliam que ele não permanecerá na equipe e deve ficar apenas até a virada do ano.

Ainda nesta terça-feira, 10, Levy almoçou com senadores do PR, PTB, PSC e PRB e jantou com a bancada do PMDB. A todos pediu empenho dos parlamentares para a aprovação do pacote fiscal. A reforma do ICMS é uma das propostas de Levy para a etapa do pós-ajuste, mas a medida tem sido vista como pífia até dentro do governo. “A economia caminha ladeira abaixo e os juros continuam altos. Se a alternativa para retomar o crescimento for isso, estaremos mortos”, disse o senador Blairo

11 de novembro de 2015
coroneLeaks

HÁ 60 ANOS, LOTT GARANTIA A POSSE DE JK, VITORIOSO NAS URNAS



Fidel Castro foi recebido por Lott em 1959
Exatamente hoje, 11 de novembro, há 60 anos desencadeava-se, sob a liderança do general Teixeira Lott, então ministro do Exército (naquele tempo chamava-se ministro da Guerra), o movimento político militar que afastou Carlos Luz da presidência da República e assegurou a posse de Juscelino Kubitschek, que vencera as eleições de 3 de outubro de 1955. Contra sua posse legítima começava a ocorrer uma conspiração liderada pelo deputado Carlos Lacerda (UDN-DF), que aglutinava em sua sombria estrutura setores radicais das Forças Armadas.
Carlos Luz era deputado por Minas, presidente da Câmara Federal, e investido no cargo em face do afastamento do presidente Café Filho, que sucedera Getúlio Vargas no trágico desfecho de agosto de 54. Café Filho revelara-se vacilante, mas estava na conspiração golpista. Licenciou-se para tratar de um infarte e se internara no Hospital dos Servidores do Estado, dirigido pelo médico Aloísio Sales, cardiologista de renome. O HSE, atualmente rebaixado, era unidade de referência nacional.
Com o afastamento de Café Filho, Carlos Luz assumiu o Palácio do Catete. Carlos Lacerda, através da Rádio Globo (a TV só surgiu em 65), pregava aberta e alucinadamente o que denominava de contragolpe. O panorama nacional fervia.
A VOZ DAS URNAS
Lott assumiu a posição legalista de respeito ao voto democrático e, portanto, a voz das urnas. Na noite de 10 de novembro, Carlos Luz convoca o ministro do Exército e anuncia sua demissão. O general Henrique Duffles Teixeira Lott – volta para sua residência oficial, no Maracanã, ao lado da casa do comandante do I Exército, general Odilo Denys.
Denys comunica a Lott que o alto comando não aceita a demissão que descortinava a estrada do golpe. Lott assume o movimento. Na alvorada de 11 de novembro – mais uma vez a história não esperou o amanhecer – Carlos Luz deixa o Catete e embarca no cruzador Tamandaré.
Carlos Lacerda está a bordo. Luz pretende ir a Santos e contar com o apoio de Jânio Quadros, governador de São Paulo. Antes de desembarcar a ideia se evapora. Jânio afirma-se pela posse de JK. A Câmara vota o impeachment de Carlos Luz.
O gaúcho Flores da Cunha passa a presidir a Câmara. Nereu Ramos, presidente do Senado, assume a presidência da República. Dez dias depois, Café Filho deixa o HSE. Propõe-se a reassumir o Catete. Mas a Câmara vota também o seu impedimento. O governo decreta sua prisão domiciliar. Café Filho morava na Joaquim Nabuco, esquina com N.S. de Copacabana.
Ali permanece até 31 de janeiro de 56, quando JK assume o mandato para o qual fora eleito. O seu vice era João Goulart. JK lançou o desenvolvimento econômico, com base no slogan 50 anos em 5. A 31 de janeiro de 61 passou a faixa presidencial a Jânio Quadros, depois dos anos dourados, com o país em plena democracia. Mas Jânio Quadros renunciou a 25 de agosto de 61. A partir daí a história do Brasil mudou de curso.
JK IA VOLTAR
JK não conseguiu voltar ao governo em 65, como era seu projeto, como era seu sonho. E também o sonho da grande maioria da população. Em 63, quando meu amigo Paulo Montenegro presidia o Ibope, uma pesquisa apontava JK com 63% das intenções de voto. Lacerda atingia 17 pontos.
Escrevi sobre essa pesquisa no Correio da Manhã. JK e o Correio da Manhã, como no filme famoso, se foram com o vento. O texto, hoje, é matéria de memória, para citar o romance de Carlos Heitor Cony, amigo e praticamente seu melhor biógrafo político. A interpretação de Cony sobre como Juscelino não se surpreendeu com a renúncia de Jânio é algo genial.
CARDOZO RESPONDE A LULA
Mas já que estamos falando de embates políticos, vamos sair do passado para o presente e focalizar a resposta que, através de entrevista a Catia Seabra e Gustavo Uribe, Folha de São Paulo de segunda-feira, o ministro Eduardo Cardozo deu ao ex-presidente Lula, acentuando que “ele tem todo o direito de não gostar de mim”. E acrescentou: “Se você quer, na vida política, se comportar dentro dos princípios do estado de direito, prepare-se para ter inimigos e perder amigos”. Mais claro, digo eu, impossível. Foi uma resposta direta ao verdadeiro autor do tema que, inclusive tornou-se fonte de inspiração da entrevista.
“O que posso dizer – continuou o titular da Justiça – é que tenho a consciência tranquila e jamais irei interferir no mérito de uma investigação, a menos que haja, comprovados, indícios de ilegalidade. A presidente Dilma Rousseff jamais me pediu que obstruísse uma investigação. Alguém que pensa assim (assim como? Quem é o personagem?) tem maus conhecimentos da própria estrutura institucional brasileira, além de má compreensão do papel do ministro da Justiça”.
As afirmações de José Eduardo Cardozo – claro – têm endereço certo. Lula, não há a menor dúvida. Vamos ver se o ex-presidente aceitará o debate nos termos em que Cardozo colocou. E no palco da Folha de São Paulo.

11 de novembro de 2015
Pedro do Coutto

PORTUGAL SUSPEITA DE NEGOCIATA ENVOLVENDO LULA E O EX-PREMIER



Lula e o premier Sócrates, que está preso desde 2014
Autoridades de Portugal investigam indícios de que o ex-primeiro-ministro português José Sócrates, preso em 2014 sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, tenha utilizado sua influência junto ao ex-presidente Lula para beneficiar uma empresa em negócios com o Ministério da Saúde brasileiro.
A investigação foi divulgada nesta sexta (6) pelo jornal português “Observador”. Segundo a reportagem, o DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) português suspeita que Sócrates tenha tentado praticar tráfico de influência internacional.
De 2013 até novembro de 2014, quando foi preso no âmbito da Operação Marquês, o ex-primeiro-ministro atuou como consultor para a América Latina da Octapharma, uma empresa suíça que é uma das maiores produtoras de hemoderivados do mundo.
Nesse período, em que era o contato da Octapharma com as autoridades brasileiras, conforme a investigação, Sócrates encontrou com o ex-presidente Lula e com ex-ministros da Saúde brasileiros com o objetivo de obter vantagens para a empresa.
FORNECEDORA
A Octapharma, segundo o jornal, queria fornecer plasma sanguíneo à Hemobrás, estatal brasileira do setor, ou atuar em um acordo de cooperação entre a Hemobrás e o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo.
Esse acordo entre os órgãos brasileiros, para produção de plasma sanguíneo, havia sido firmado em 2011.
Um dos encontros citados foi entre Sócrates e o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão (2007-2010), realizado em setembro de 2014. Nessa reunião, no Rio, teriam tratado da participação da Octapharma na parceria entre Hemobrás e Butantan.
No mês seguinte, o ex-premiê teria se encontrado com Lula para influenciar o então ministro da Saúde do governo Dilma Roussef, Arthur Chioro, de acordo com os interesses da Octapharma.
Dessa reunião participaram também, segundo o jornal português, o então presidente da Hemobrás, Rómulo Maciel Filho, e o líder da Octapharma Portugal e administrador da holding suíça, Paulo Lalanda Castro –investigado na mesma operação que prendeu Sócrates.
Ainda segundo o jornal, o político português também se encontrou com o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (2011-2014), em reunião que constou da agenda oficial.
OUTRO LADO
O Ministério da Saúde, que mantém contratos com a Octapharma desde pelo menos 2002, de acordo com o Portal da Transparência do governo federal, informou que “segue rigorosamente a legislação de compras públicas”, negando ter sofrido influência.
“Todos os contratos da área de hemoderivados foram firmados mediante licitação, com realização de pregão e ampla concorrência. Atualmente, são quatro empresas fornecedoras com contratos vigentes”, afirmou o ministério, por meio de uma nota.
A Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) informou, também em nota, que não tem “nenhum contrato com a Octapharma, seja para o fracionamento de plasma sanguíneo seja na cooperação da estatal com o Butantan”.
O Instituto Lula, que responde pelo ex-presidente, afirmou que Lula jamais intermediou negócios entre a empresa e o governo.

11 de novembro de 2015
Catia Seabra e Reynaldo Turollo Jr.Folha

EMPRESÁRIOS VAIAM DEPUTADOS PETISTAS EM EVENTO DA CNI

Em um momento crítico na política, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o senador José Pimentel (PT-CE) foram vaiados por empresários ao subir ao palco de um talk show durante o Encontro Nacional da Indústria (Enai), promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. 

Com o tema "Congresso Nacional em um ambiente de desafios para as empresas", os senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Cássio Cunha Lima (PSDB-ES), e os deputados Sílvio Costa (PSC-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Celso Russomanno (PRB-SP) também estão presentes. A matéria é do Estadão.

11 de novembro de 2015
in coroneLeaks

DEMÊNCIA INSTITUCIONAL




Se você procurar no YouTube por “Lula confessa estelionato eleitoral”, vai encontrar um vídeo de pouco mais de um minuto no qual o ex-presidente afirma: “Nós tivemos um problema político sério, que nós ganhamos as eleições, sabe, com um discurso e, depois das eleições, nós tivemos, sabe, que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer…”. Essa irretratável confissão foi proferida ao Diretório Nacional do PT, no último dia 30. Depois de haver mentido à beça, brincado de Alice no Brasil das maravilhas, raspado os cofres para sustentar farsas e feito o país regredir para indicadores de 2003 num mundo cuja economia crescerá 3% neste ano, o governo entrou em síndrome de autocomiseração. De culpado a vítima. Em deprê, só falta chorar pelos cantos.
Longe de mim apresentar o parlamentarismo como solução para a crise em curso. A razão, a racionalidade, não podem entrar pela saída de emergência para resolver crises de uma irracionalidade reiteradamente convidada pela porta dianteira. Resolvam, as instituições, essa tempestade de desgraças produzidas por um governo que tudo fez para ativá-la. Mas resolvam! Decidam até mesmo não decidir coisa alguma. Mas decidam!
MODELO MORIBUNDO
Depois, por favor, desliguem os aparelhos que mantêm vivo esse modelo político moribundo e ficha suja. Ele vai na contramão de tudo que a mínima e a máxima racionalidade, em comum acordo, devem almejar. A quem serve colocar sob comando de uma só pessoa e seu partido o Estado, o governo e a administração pública? Governos partidários são normais nas democracias, mas – por favor! – partidarização do Estado? Da máquina burocrática?
Graças a esse sistema ruinoso, quem comanda a política externa brasileira é a Secretaria de Relações Internacionais do PT. Faz sentido? Graças à partidarização do estamento burocrático, pela inserção de dezenas de milhares de militantes em cargos de confiança, funcionários transitórios podem inutilizar deliberações do Congresso Nacional. Podem colocar a serviço da ideologia do partido governante todo o material didático produzido para as escolas do país. Podem regulamentar para tornar má uma lei boa. Podem torcer informações, lubrificar as correias para pedaladas e podem se prestar para fins ainda mais escusos.
Quando cessar a tempestade, aconteça o que acontecer, tratemos de saber por que 95% das democracias estáveis separam Estado de governo e de administração, e têm mecanismos institucionais para substituição não traumática de maus governos. Reflitamos sobre o que o presidencialismo faz nesta pobre e autofágica América Ibérica, recordista da demência institucional.

11 de novembro de 2015
Percival Puggina

FILHO DE FERNANDO DINIZ DESMENTIU LOBISTA PARA NÃO SE INCRIMINAR



Felipe Diniz tirou logo o corpo fora…
O filho do ex-deputado Fernando Diniz, o economista Felipe Diniz, contrariou argumento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, em depoimento para a Procuradoria-Geral da República (PGR), negou que tenha ordenado depósito de 1,3 milhão de francos suíços, em 2011, em um fundo na Suíça que tem Cunha como “usufrutuário”, na definição do próprio deputado.
Cunha alegou que o montante foi depositado “à sua revelia” em 2011 pelo lobista João Henriques, que era ligado ao PMDB e foi preso na Operação Lava Jato. O presidente da Câmara disse suspeitar que o depósito referia-se ao pagamento de um empréstimo feito por ele ao ex-deputado Fernando Diniz, do PMDB, morto em 2009.
Em depoimento prestado no dia 20 de outubro à PGR, o filho de Diniz confirmou que seu pai mantinha uma relação próxima a Cunha, mas disse desconhecer a existência de qualquer empréstimo. O advogado do economista, Cleber Lopes, confirmou ao Broadcast Político, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, o teor do depoimento de seu cliente e afirmou que a versão apresentada por Cunha “não convence ninguém”.
NÃO CONVENCE NINGUÉM
“Felipe nunca teve atividade político-partidária. Ele não tinha ingerência nas atividades do pai, mas essa versão não convence ninguém”, afirmou o advogado, ressaltando que não quer “julgar a estratégia de defesa de ninguém”.
Em depoimento à Polícia Federal, Henriques havia informado que enviou o dinheiro a pedido do Felipe Diniz e que não sabia quem era o beneficiário. Em 2007, primeiro ano do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, Cunha e Fernando Diniz eram muito amigos e integravam o “núcleo duro” do PMDB na Câmara.
Nesse período, Diniz teria perdido muito dinheiro em negócios fora do País e por isso, na versão do lobista João Henriques, pediu ajuda. Cunha disse ter feito então um empréstimo de US$ 1,5 milhão para o colega. A dívida teria, segundo relatos, “morrido junto com Diniz”.
PETRÓLEO NA ÁFRICA
Henriques afirmou à PF que abriu uma conta na Suíça para pagar propina ao presidente da Câmara, mas não especificou valores nem datas. Segundo ele, a suposta transferência para Cunha está ligada a um contrato da Petrobrás relativo à compra de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África. As declarações ampliam as suspeitas sobre o presidente da Câmara, que já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro.
Lopes disse ainda que Felipe Diniz confirmou ter mantido contato com Cunha e teve alguns encontros com o deputado, mas reforçou que seu cliente não tinha conhecimento dos negócios do pai.
O advogado de Diniz confirmou que Henriques e seu cliente tiveram uma relação próxima na época em que o lobista trabalhava na BR Distribuidora, mas que desde 2013 eles não mantêm mais contato. “Viajaram juntos para a Argentina, porque ele queria ter experiência em negócios internacionais, fazer consultoria, mas daí a ter relações com negócios de Cunha na Suíça tem uma distância oceânica”, afirmou.
Segundo o advogado, Diniz também disse não ter conhecimento se o ex-diretor da Petrobrás Jorge Zelada foi uma indicação de seu pai à estatal.
PT NÃO ACEITOU
Henriques afirmou em depoimento que o ex-deputado Fernando Diniz – que presidiu o PMDB mineiro – o convidou para ser o diretor da área Internacional da Petrobrás, mas o PT não aceitou a indicação. Quem assumiu o cargo foi engenheiro Jorge Luiz Zelada, que ocupou a cadeira de diretor de Internacional da estatal de 2008 a 2012. Zelada sucedeu Nestor Cerveró – ambos, Cerveró e Zelada, estão presos em Curitiba, base da Lava Jato.
Procurado, Cunha, por meio de sua assessoria, disse que não tem uma nova posição sobre o assunto e que já havia comentado esse episódio na entrevista que concedeu ao Estado.
Sobre a denúncia de ter recebido 1,3 milhão de francos suíços do lobista João Henriques, Cunha apresentou para a reportagem documentos que, segundo ele, demonstram que foram feitos cinco depósitos em 2011 no truste Orion, mas que não houve movimentação financeira desde então.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Santa ingenuidade… É óbvio que o filho de Diniz iria desmentir ter ordenado o depósito. Se tivesse confirmado, automaticamente estaria confessando ter feito parte do esquema de corrupção da Petrobras. Ouvi-lo foi apenas perda de tempo. (C.N.)

11 de novembro de 2015
Carla AraújoEstadão

DOCUMENTOS DO FILHO DE LULA PASSAM A FICAR SOB SIGILO



Sigilo decretado por Neuza Alves não muda nada
A desembargadora do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região Neuza Alves acolheu parcialmente um pedido feito pelos advogados de duas microempresas de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, e decretou sigilo sobre os documentos apreendidos pela Polícia Federal no último dia 26, durante a mais recente fase da Operação Zelotes.
O sigilo sobre a investigação havia sido afastado no último dia 27 por ordem da juíza substituta da 10ª Vara Federal que ordenou busca e apreensão no escritório das empresas, Célia Regina Ody Bernardes, então responsável pela condução dos processos e inquéritos da Zelotes.
Desde a semana passada, o caso passou às mãos do juiz titular da vara, Vallisney de Souza Oliveira. De acordo com a desembargadora Neuza Alves, porém, todos os documentos e materiais arrecadados pela Polícia Federal no endereço em São Paulo que funciona como sede de duas empresas de marketing esportivo de Luis Cláudio, a LFT e a Touchdown, deverão permanecer sob sigilo, ao contrário do decidido anteriormente pela juíza Célia Regina.
As empresas são alvo da apuração porque a LFT recebeu R$ 2,4 milhões da empresa do lobista Mauro Marcondes Machado, investigado sob suspeita de compra de medidas provisórias em benefício do setor automotivo durante o governo Lula.
SEM EFEITO PRÁTICO
Procurado pela Folha, o Ministério Público Federal afirmou que a decisão do TRF não causará nenhum efeito prático na investigação, já que a desembargadora garantiu às “autoridades judicial e policial competentes e ao Ministério Público Federal” o livre acesso aos documentos.
A assessoria do MPF informou que a Procuradoria Regional da República deverá avaliar necessidade de um possível recurso assim que for intimada da decisão de Neuza Alves.
Na mesma decisão, a desembargadora enxergou “flagrante desproporcionalidade” na ordem de busca e apreensão nas empresas, pois a medida só foi solicitada em petição entregue pelo Ministério Público Federal à 10ª Vara Federal, e não na representação protocolada dias antes no mesmo juízo pela Polícia Federal.
Segundo a desembargadora, os procuradores se basearam “unicamente em uma ilação – e aqui não se analise a sua razoabilidade, mas apenas o fato de ter sido o único fundamento apresentado” para requerer “a efetivação de uma devassa em empresas que, até então, não eram objeto de investigação alguma, nem mesmo como desdobramento do procedimento que até então avançava em curso firme, sem titubeios nem tentativas de evasão de informações”.
INVESTIGAÇÃO CONTINUA
Apesar das observações, a desembargadora não acolheu o pedido dos advogados de Luis Cláudio de restituição imediata, sem análise, de todo o material apreendido. Pela decisão de Neuza, o material será periciado e incluído nos autos do inquérito.
O Ministério Público Federal afirmou à Folha que “é procedimento absolutamente corriqueiro” que procuradores da República apontem determinadas medidas que não foram consideradas antes pela Polícia Federal, tendo ocorrido o mesmo em diversas outras operações desencadeadas por forças-tarefas.
“Como titular da ação penal, o Ministério Público pode solicitar toda e qualquer medida que interesse à investigação”, afirmou o MPF.
11 de novembro de 2015
Rubens Valente
Folha

O HUMOR DO SPONHOLZ...



11 DE NOVEMBRO DE 2015

OS NÚMEROS NÃO MENTEM: CRISE ECONÔMICA AUMENTA SEM PARAR




A queda na produção industrial foi um pouco menor do que o esperado para setembro em relação a agosto, divulgou o IBGE: -1,3%. Em relação a setembro de 2014, também foi um pouco menor que a queda esperada: -10,9%. De qualquer forma, a retração no setor secundário, isto é, no setor industrial brasileiro, é impressionante e reflete tanto a recessão quanto o fenômeno intrínseco da desindustrialização que já estava em curso antes de a economia mergulhar na recessão.
A taxa de queda na produção acumulada em 2015 pode ser assim representada, segundo o IBGE: Bens de Capital, – 23,6%; Bens Intermediários, – 4,1%; Bens de Consumo, – 9,1%; Bens Duráveis, -15,7%; Semiduráveis e não duráveis, – 7,1%. Queda da indústria em geral: -7,4%
A situação para a indústria nacional se agrava na medida em que as fábricas ainda têm muito estoque para se desfazer antes de intuírem a retomada da produção. É um quadro preocupante, fruto da acentuada queda da demanda. A retração da demanda induz a redução da produção industrial que, por sua vez, reflete-se na diminuição do mercado de trabalho.
DESEMPREGO CRESCENTE
É de 955.995 o saldo negativo do fechamento de postos de trabalho formal, nos últimos doze meses, para o setor industrial (indústria extrativa mineral, indústria de transformação e indústria da construção civil).
Confira a perda de empregos, por setor da economia: Extrativa mineral, -13.733 vagas; Indústria de Transformação, – 515.516; Serviços Industrais de utilidade pública, – 4.906;
Construção Civil, – 426.746; Comércio, – 104.866; Serviços, – 150.012; Administração Pública, – 10.694; Agricultura, – 12.155. Aumento do número de desempregados no país, no acumulado de 12 meses -1.238.628.
E não há menor perspectiva de melhora, pois o ajuste fiscal não existe e o governo está inerte.

11 de novembro de 2015
Wagner Pires

ERA SÓ O QUE FALTAVA

CUNHA CONSEGUE APOIO DE 13 PARTIDOS



O líder do PSC, deputado Andre Moura (SE), leu nesta quarta-feira (11), em Plenário, um manifesto assinado por 13 partidos em defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, alvo de acusações relativas a supostas contas no exterior. Mais cedo, o PSDB havia pedido o afastamento de Cunha. Moura, no entanto, disse que o manifesto pró-Cunha representa 230 deputados, quase a metade da Casa.
Ele disse que está havendo politização do debate e que Cunha terá o direito de se defender no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, sem que isso interfira na condução da Casa. “Ratificamos total apoio e confiança em sua condução na Presidência da Câmara. Eventuais disputas politicas não podem prevalecer para paralisar o funcionamento da Casa num momento em que se espera a votação de projetos importantes”, disse Moura, dirigindo-se a Cunha.
O documento é assinado pelos líderes do PR, PMDB, PSC, PP, PSD, PRP, PTB, PTN, PTdoB, PEN, PHS, PTB e SD.
11 de novembro de 2015
Deu na Ag. Câmara