"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

NOVA FASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO NO ENCALÇO DOS LADRÕES E CORRUPTOS


O ex-gerente da área internacional e ex-gerente-executivo de Engenharia da Petrobras Roberto Gonçalves foi preso na manhã desta segunda-feira em Niterói (RJ), suspeito de ter embolsado propina em contratos da estatal. Ele foi sucessor de Pedro Barusco, que fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato, no setor de Engenharia da petroleira. Gonçalves já havia sido citado em depoimentos de colaboração premiada como um dos executivos que atuavam em contratos fraudados e que recebiam dinheiro sujo de empreiteiras, principalmente em negociações envolvendo navios-sondas e obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Em acordo de delação premiada, o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, revelou que, para as obras da Central de Atividades do Comperj, o consórcio formado pelas empresas Toyo, UTC e Odebrecht, desembolsou 42 milhões de reais ao lobista Julio Camargo, 2 milhões de reais ao ex-gerente Pedro Barusco, pouco menos que 5 milhões de reais ao sucessor de Barusco na Petrobras, o também ex-gerente Roberto Gonçalves, e 15 milhões de reais ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Das autoridades apontadas pelo delator, Gonçalves é o único que ainda não era investigado ou réu na Lava Jato, embora o nome dele já tivesse sido citado por outros colaboradores da Justiça, como o próprio Barusco.
Em depoimento, Barusco, que concordou em devolver 97 milhões de dólares, detalhou o modus operandi da partilha de propina na petroleira e disse que uma parcela dos recursos era destinada à "Casa 1", ou "o diretor de Serviços Renato Duque e Roberto Gonçalves, o qual substituiu o declarante na gerência executiva da área de Engenharia".
A Polícia Federal deu início na manhã desta segunda-feira à 20ª fase da Operação Lava Jato e cumpriu dois mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e onze mandados de busca e apreensão. O foco desta fase das investigações sobre o escândalo do petrolão são ex-funcionários da Petrobras que embolsaram propina em contratos da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e na refinaria de Pasadena, no Texas. Além de Roberto Gonçalves, foi preso no Rio de Janeiro o operador financeiro Nelson Martins Ribeiro.
Na ofensiva para apurar irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, a Polícia Federal cumpriu mandados de condução coercitiva contra César de Souza Tavares, ligado à área internacional, Rafael Mauro Comino, ex-gerente de Inteligência da Área Internacional, Luís Carlos Moreira da Silva, ex-gerente executivo da Área Internacional e principal consultor do caso Pasadena, além dos ex-executivos Aurélio Oliveira Teles e Carlos Roberto Martins Barbosa.
O ex-gerente-geral de Implementação de Empreendimentos para a Refinaria Abreu e Lima Glauco Legati, que chegou a ser convocado mais de uma vez para prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, vai prestar depoimento aos policiais. Legati deixou o posto na refinaria Abreu e Lima após investigações terem apontado o envolvimento de funcionários em irregularidades em empreendimentos nas áreas de Engenharia e Abastecimento. Apontada como um dos maiores focos de corrupção e fraudes entre as obras que envolvem a Petrobras, a refinaria teve superfaturamento de 613 milhões de reais, segundo levantamento parcial do Ministério Público Federal. 



16 de novembro de 2015
in aluizio amorim

FILHO DE LULA GANHOU QUASE R$ 3 MILHÕES SEM PRESTAR SERVIÇOS



Ao depor, Luís Cláudio admitiu que não sabe fazer nada
Luís Cláudio da Silva é o filho caçula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele tem 30 anos e é formado em educação física. Depois de trabalhar para times de futebol em São Paulo, Luís Cláudio resolveu se aventurar no mundo do marketing esportivo. Para isso, abriu uma empresa, a LFT, que não tem nenhum funcionário além dele. Logo, começou a prosperar. O primeiro contrato foi com o Corinthians, o time do coração do pai – que, na época, trabalhou abertamente para que a construtora Odebrecht viabilizasse um estádio para o clube, o Itaquerão. Luís Cláudio assinou um contrato de R$ 300 mil por ano com o time paulista, que previa a criação de campanhas de marketing para desenvolver o esporte amador e atividades lúdicas para crianças.
Depois de estrear no mundo empresarial no Corinthians, Luís Cláudio ganhou, entre 2014 e 2015, R$ 2.552.400 do escritório de consultoria de Mauro Marcondes, Marcondes & Mautoni, cuja especialidade era representar montadoras de carro. Luís Cláudio prestaria à consultoria de Marcondes consultoria técnica e assessoramento empresarial de marketing esportivo. E foi aí que começaram os problemas em sua vida.
Luís Cláudio agora é um dos investigados pela Operação Zelotes, da Polícia Federal. Seu nome surgiu após a PF começar a investigar Marcondes. Em 10 de outubro, ao noticiar a investigação, o jornal O Estado de S. Paulo publicou que Marcondes era suspeito de “comprar” medidas provisórias editadas entre 2009 e 2013 para favorecer montadoras, por meio de incentivos fiscais.
DEPOIMENTOS
Em 26 de outubro Marcondes foi preso. No dia 4 de novembro, Luís Cláudio foi convocado à superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Época obteve o depoimento com exclusividade. Obteve também o depoimento dado por Marcondes quando já estava preso no Complexo da Papuda, em Brasília. Os dois depoimentos sugerem que ainda há muito a ser esclarecido sobre o contrato de Luís Cláudio com a empresa de consultoria de Mauro Marcondes. “É como se um não soubesse por que pagou e outro não soubesse por que recebeu”, disse uma pessoa próxima à investigação.
Luís Cláudio disse aos investigadores que a empresa teve somente dois clientes até hoje: justamente o Corinthians e a consultoria de Marcondes, a Marcondes & Mautoni. No depoimento, ele tem dificuldades para explicar o que é consultoria técnica e assessoramento empresarial de marketing esportivo e para dizer quais suas qualificações para prestar esse serviço – que, aliás, afirma que realizou sozinho. Consta na declaração: “Que os projetos contratados pela Marcondes e Mautoni foram executados diretamente pelo declarante, que a formação do declarante é a graduação em educação física, não possuindo nenhuma especialização acadêmica em marketing esportivo”.
 NENHUMA EXPERIÊNCIA
Em outro momento do depoimento, a PF pergunta sobre um dos projetos, calculado em R$ 1 milhão. O filho de Lula admite que nunca tinha feito aquele serviço antes. “Que nunca tinha realizado estudo ou projeto contendo o mesmo objeto dessa minuta deste contrato”, diz o depoimento. Para fazer algo que nunca tinha feito antes, Luís Cláudio recebeu R$ 1 milhão.
No total, Luís Cláudio e Marcondes acertaram seis serviços, entre junho e julho do ano passado, embora Luís Cláudio tenha afirmado que não executou todos. Os contratos, obtidos por Época, têm de tudo um pouco: trabalhos relativos à Copa do Mundo, violência nos estádios e até um genérico “elaboração de análise de marketing esportivo como fator de motivação e integração nas empresas com exposição de casos e oportunidades”.
No depoimento, a PF tentava esclarecer uma pergunta simples: como se chegou ao valor milionário da consultoria? A memória de Luís Cláudio, contudo, falhava. “Não se recorda, neste momento, o valor desse projeto”, diz o depoimento.
HORAS “TRABALHADAS”
De acordo com Luís Cláudio, o valor milionário foi calculado a partir das horas trabalhadas. E quanto Luís Cláudio teve de trabalhar nos projetos contratados? Diz o documento: “Que utiliza como parâmetro a quantidade de horas trabalhadas para a fixação dos valores cobrados aos seus clientes nos projetos que executa, que não sabe mensurar, neste momento, o valor cobrado pela sua hora de trabalhar”.
Mas quantas horas Luís Cláudio teve de trabalhar? De novo, ele não soube responder. Luís Cláudio tampouco sabe responder sobre o negócio. Qual a margem de lucro? E quanto custou para executar o projeto? “Que, neste momento, não tem noção de quanto foi o custo de execução desse projeto; que também não sabe, neste momento, declinar a margem de lucro obtida nesse contrato”, diz o documento.
A Polícia Federal fez uma mesma pergunta para Luís Cláudio, contratado, e Marcondes, contratante. Por que o escritório de advocacia escolheu a empresa LFT? “Que Mauro Marcondes nunca explicou ao declarante por que optou por contratá-lo; que não sabe dizer se o Mauro Marcondes realizou alguma pesquisa de mercado antes de contratar o declarante”, diz o depoimento.
SEM COMPROVAÇÃO
Marcondes, por sua vez, preferiu o silêncio.  No depoimento, a PF pediu que Luís Cláudio apresentasse os documentos que comprovassem os serviços prestados. Dias antes, a busca e apreensão no escritório da LFT tinha sido infrutífera. Os vizinhos relataram aos policiais que o escritório parecia que estava de mudança, em razão da intensa retirada de documentos.
Em seu depoimento, Luís Cláudio não apresentou relatórios que comprovassem os serviços prestados. À Polícia Federal, ele disse que, sim, produziu relatórios e que ficou com cópias, mas que havia entregue a advogados após a reportagem de O Estado de S. Paulo, para uma “confirmação jurídica”  – seja lá o que isso significa.
O escolhido para guardar os documentos foi Roberto Teixeira, advogado do pai, Luiz Inácio Lula da Silva. Por que Luís Cláudio não levou à PF? “Além de não conhecer a legislação, não sabia da investigação em curso envolvendo o nome do declarante e também (disse que) é habitual os ataques à sua família por parte da imprensa.” Os documentos só foram entregues à PF após um mês da reportagem e da análise do escritório de Roberto Teixeira.
“CENTRO DE EXPOSIÇÃO”
De acordo com Marcondes, “a contratação da LFT Marketing Esportivo refere-se à realização de estudo para um projeto de implantação de um centro de exposição numa cidade do interior de São Paulo”. Nada a ver com marketing esportivo. Marcondes, contudo, recusou-se a dar detalhes sobre o tal centro de convenções. O consultor, aliás, sempre optava pelo silêncio quando a PF o questionava sobre os serviços contratados com Luís Cláudio.
Não explica, por exemplo, como escolheu a empresa do filho de Lula. Marcondes, contudo, admite que sabia que o valor pago era “absurdo”. De acordo com o depoimento, ele disse que fez uma “pesquisa superficial” para saber dos preços. Quem fez a pesquisa foi um estagiário da empresa de Mauro. “Ele constatou que eram absurdos”, disse Marcondes no depoimento. Isso, contudo, não o impediu de pagar cerca de R$ 2,5 milhões a Luís Cláudio, que trabalhava sozinho e nunca tinha prestado aquele tipo de serviço antes. Essa equação financeira está sendo investigada pela PF.
NO PLANALTO
Marcondes também falou à PF sobre suas andanças no Palácio do Planalto, onde diz ter estado por “diversas vezes” durante o governo Lula, em razão de ser vice-presidente da Anfavea, a associação das montadoras. Ele citou nominalmente encontros com Gilberto Carvalho, para entregar estudos de interesse das montadoras. Gilberto também é alvo da Operação Zelotes. Marcondes afirma que “nas reuniões com Gilberto Carvalho não foram tratados assuntos referentes a edição de medidas provisórias para a prorrogação de benefícios fiscais”. Ele citou ainda que “a entrega dos documentos (a Gilberto Carvalho) ocorreu antes da edição da Medida Provisória 412/2009” – que prorroga incentivos fiscais para a compra de máquinas e equipamentos de uso na movimentação de cargas nos portos brasileiros.
Procurado por Época, o advogado de Luís Cláudio, Cristiano Zanin Martins, disse: “Luís Cláudio Lula da Silva, profissional da área privada, já prestou às autoridades todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados”. A assessoria do Corinthians disse que não poderia confirmar hoje qualquer função que Luís Cláudio tenha exercido no clube por meio da LFT, por não dispor dessas informações de bate-pronto. Contatado por Época, o advogado de Mauro Marcondes não respondeu até o fechamento da reportagem.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – R$ 2,55 milhões da Marcondes e mais R$ 400 mil do Corinthians, onde o caçula da família Lula trabalhava como modesto auxiliar de escritório. São quase R$ 3 milhões para não fazer nada. Este rapaz é mesmo um fenômeno. (C.N.)

16 de novembro de 2015
Filipe Coutinho, Ana Clara Costa e Talita FernandesÉpoca

RÚSSIA DISPOSTA A APOIAR OPOSIÇÃO SÍRIA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO



Barack Obama conversa com Vladimir Putin antes da sessão de abertura da Cúpula do G-20 em Antália
Obama e Putin começam a se acertar sobre a Siria
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira que a Rússia está pronta para apoiar a oposição síria com ataques aéreos nos combates contra o Estado Islâmico.
“Posso confirmar que estabelecemos contatos com a oposição síria no campo de batalha, que nos pediu para conduzir ataques aéreos”, disse Putin nos bastidores de cúpula do G20 na Turquia.
Putin e o presidente dos EUA, Barack Obama, concordaram sobre a necessidade de um cessar-fogo na Síria, bem como de negociações intermediadas pelas Nações Unidas entre as partes em conflito, informou a Casa Branca.
“O Presidente Obama e o Presidente Putin, da Rússia, tiveram uma discussão construtiva à margem da Cúpula do G20, em Antália, na Turquia”, disse a Casa Branca.
TRANSIÇÃO POLÍTICA
Nesta segunda-feira, os dois líderes mantiveram conversações informais nos bastidores da cúpula do G-20.
“O Presidente Obama e o presidente Putin concordaram sobre a necessidade de uma transição política liderada pela Síria, que seria precedida de negociações mediadas pela ONU entre a oposição e o regime sírios, bem como de um cessar-fogo”, diz o comunicado da Casa Branca.
Obama também saudou os esforços de todos os países no enfrentamento do Estado Islâmico, observando a importância dos esforços militares da Rússia na Síria contra o grupo terrorista, lê-se na declaração.
O Kremlin também se mostrou positivo sobre as negociações. O assessor de Putin, Yury Ushakov, disse que a Rússia e os EUA têm objetivos estratégicos semelhantes na luta contra o terrorismo, apesar de existirem diferenças nas táticas.
“Foi uma oportunidade de falar com bastante cuidado e a discussão foi centrada em dois temas — no início sobre a Síria, e, em seguida, sobre a Ucrânia”, informou Ushakov em entrevista coletiva, acrescentando que mais tempo foi dedicado à questão da Síria.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Dois importantes avanços: a Rússia dialogar com a oposição síria e os Estados Unidos aceitarem a transição política liderada pelo atual governo sírio. E um terceiro avanço foi terem discutido a situação da Ucrânia(C.N.)

16 de novembro de 2015
Deu na Reuters

EDITORIAL

ABREU E LIMA: CHEGOU A HORA DA VERDADE


A Polícia Federal iniciou hoje, 16 de novembro, a operação Corrosão, vigésima etapa da operação Lava-Jato, com foco no que parece ser um dos mais notáveis esquemas de roubalheira da história mundial: a refinaria pernambucana de Abreu e Lima. Orçada em 2,5 bilhões de dólares, custou dez vezes mais.

Desde 2012, em artigos e editoriais, o Diario do Poder clama por uma investigação profunda em todo o processo de planejamento e construção da refinaria Abreu e Lima, dados os indícios claros de que algo andava seriamente fora dos eixos.

Em 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que pelas mãos de seu assessor Marco Aurélio Top-Top Garcia tornou-se um apaixonado pelo bolivarianismo chavista – assinou um acordo com a Venezuela, pelo qual a estatal petrolífera daquele país, PDVSA, construiria junto com a Petrobras a mencionada refinaria, ao custo estimado de 2,5 bilhões de dólares.

Cinco anos depois, em pleno governo Dilma, a PDVSA resolveu desistir de sua participação no empreendimento. Àquela altura, a Petrobras já havia enfiado no projeto 20 bilhões de dólares! Obviamente havia algo errado: ou corrupção maciça ou a mais absoluta incompetência, incompatível com a fama da estatal brasileira.

O pior é que diante de escândalo de tal monta, ninguém parecia se importar, ninguém parecia se mexer. Felizmente, para o Brasil, já começavam a atuar com a necessária discrição o Ministério Público e a Polícia Federal. O projeto, correndo com quatro anos de atraso continua sendo um sorvedouro de dinheiro.

Em artigo no Diário do Poder, nosso articulista Pedro Luiz Rodrigues observava em 2013 que a construção de Abreu e Lima era uma caso de polícia.

Chegou finalmente a hora. A operação Corrosão está nas ruas.



16 de novembro de 2015
Editorial do diário do poder

O EMBRUTECIMENTO POLÍTICO É A DERROTA DA CIVILIZAÇÃO

Só para variar, houve quem pervertesse completamente o que eu disse no meu artigo anterior, Tragédia na França: a culpa é da própria Europa. OK, voltemos ao tema. 

Eu tratei basicamente de duas coisas: primeira, que a civilização ocidental – da qual a Europa é o berço e um dos dois melhores exemplos, o outro sendo a América do Norte – está pagando um preço altíssimo por perverter os conceitos que a sustentam; segunda, a estupidez do desarmamento da população honesta e a cultura de coitadismo da qual decorre esta aberração.

Vida de centrista
São valores básicos da civilização ocidental a democracia, a liberdade individual, o progresso científico-tecnológico, a primazia dos Direitos Humanos e a justiça social, entre outros. As duas forças embrutecedoras da política pós-Revolução Francesa – a direita e a esquerda – detestaram o artigo porque nele eu bato em uma ferida de cada uma.
A direita não gostou porque eu disse que a culpa pelo embrutecimento terrorista é da falta de compaixão e solidariedade pelo sofrimento de grandes populações deixadas à própria sorte e à mercê de “governos” opressores que massacram “seus” povos. A direita odeia ser cobrada por compaixão e solidariedade, valores de que ela desdenha alegando algo que é bem representado pelo ditado “quem não tem competência não se estabeleça” – ou “cada um que se vire”.
A esquerda não gostou porque eu disse que o empoderamento do indivíduo, inclusive para o uso de força letal para garantir sua segurança, é uma necessidade urgente e uma condição sine qua non para o convívio pacífico e harmônico em sociedade – paz e harmonia essas baseadas na capacidade de defesa do cidadão, não no Estado-papai que “protege” e domina o cidadão em todas as esferas de sua vida, o que a esquerda indubitavelmente sempre deseja fazer.
Mas a verdade é que não se constrói um mundo pacífico sem compaixão, solidariedade e capacidade de retaliação letal contra bandidos amplamente distribuída entre a população. E entre estes bandidos se incluem criminosos comuns, terroristas e qualquer governo que abuse de suas prerrogativas. Aliás, é por isso que o governo não tem que saber quem tem armas e quem não tem, nem quantas. Só o que o governo tem que saber é quem está habilitado a portá-las em via pública, pelo mesmo motivo que precisa saber quem está habilitado a dirigir um veículo automotor.
Todavia, de um modo nefasto, direita e esquerda se aliam para provocar o embrutecimento da política e o afastamento do cidadão médio da cuidadosa avaliação destes imperativos e da ponderação na política.
Eu disse com todas as letras que a culpa pelos ataques terroristas na França é da própria Europa. E eu sustento esta afirmação. Foi a falta de compaixão e solidariedade pelos povos que estavam sob domínio de ditaduras laicas ou religiosas e a fuga à responsabilidade pela sorte de milhões de inocentes massacrados que permitiu a expansão e a exportação de ideologias autoritárias e do terrorismo. Nenhum regime que submete inocentes à força é confiável. Alguns deles, ao se fortalecerem, se tornarão expansionistas. Aí estão a história do nazismo, do comunismo, do cristianismo e do islamismo para provar, cada um dos quatro com seu próprio deus único. Em um momento ou em outro, de um modo ou de outro, todos eles se tornaram expansionistas e massacraram muita gente.
Eu com todas as letras que o desarmamento da população honesta é uma estupidez coitadista que faz parte de um sistema de (des)educação que pretende emascular, acovardar e incapacitar o indivíduo a fazer uso de força – inclusive de força letal – para defender sua própria vida, sua família e sua propriedade. Aí está a história de todos os massacres em universidades americanas e de atentados terroristas na Europa para provar, cada um dos dois tipos de ataque com seu próprio método de explorar a incapacidade de reação da população honesta desarmada e a incapacidade do Estado de proteger seus cidadãos, seja com serviços de inteligência, seja com policiamento ostensivo, seja com que método for.
E eu também disse que não se pode sequer sonhar com uma sociedade livre de criminosos, fanáticos, intolerantes e insegurança. É algo com que teremos de conviver enquanto formos macacos falantes. Mas podemos minimizar muito os danos e construir uma sociedade agradável e segura de viver se – e somente se – deixarmos de dar ouvidos às ideologias pervertidas que sustentam o descaso para com o sofrimento do próximo, independentemente de fronteiras artificiais, e o mimimi coitadista e covarde de quem quer lavar as mãos e terceirizar a garantia de sua segurança para outros macacos falantes, uma expectativa irreal que mais uma vez foi demonstrada como tal.
O afastamento do centro na política é sempre embrutecedor. A terceirização obrigatória da segurança pessoal é sempre irrealista e inviável, por mais que seja útil contar com instituições que minimizem nossos riscos. Enquanto estas duas coisas não forem adequadamente compreendidas, não teremos paz, nem harmonia, nem segurança.

16 de novembro de 2015
Arthur Golgo Lucas 

TOTALITARISMO ISLÂMICO, HERDEIRO DO COMUNISMO E DO NAZISMO

13 anos. Que visão!

16 de novembro de 2015
in Libertatum

ATENTADOS, REFUGIADOS E O ESTADO ISLÂMICO

Atentados, refugiados e o Estado Islâmico - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=_Zj0i_39YZw
1 dia atrás - Vídeo enviado por Canal do Pirula
Minhas considerações sobre os refugiados na Europa, e sua relação com a tragédia que ocorreu em Paris ..


16 de novembro de 2015
m.americo

ESTAMOS PERDENDO A GUERRA

John Kerry, o secretário norte-americano de Estado, diz, com segurança e com razão: é impossível resolver o problema representado pelo Estado Islâmico sem antes resolver a questão síria.

Concordo, Kerry, mas há uma pergunta inevitável: resolvido o problema sírio, resolve-se realmente o problema do terrorismo?

Mikhail Bogdanov, vice-ministro russo das Relações Exteriores, parece achar que sim. 
Disse à Folha que o problema sírio é de governança e, uma vez estabelecida esta, nos termos negociados em Viena no sábado, 14, ela estaria assegurada, acha Bogdanov.

Em Viena, o que se acertou é um processo de transição, após um indispensável cessar-fogo, seguido de eleições dentro de 18 meses.

Aí a Síria teria um governo legítimo, o que lhe daria condições de estabilizar-se. 
Enquanto isso, no entanto, Bogdanov defende, como quase todo mundo, a continuação e/ou a intensificação das operações militares contra o Estado Islâmico (ele jura que a Rússia está operando contra os terroristas instalados na Síria, uma jura que não tem total credibilidade no Ocidente; os EUA, por exemplo, acreditam que a Rússia ataca todos os adversários do ditador Bashar al-Assad, terroristas ou não).

Muito bem, digamos que os caminhos Kerry e Bogdanov confluam e se inicie um processo de paz na Síria.

Combinaram com o Estado Islâmico? Não. Derrotá-lo militarmente exigiria pôr tropas em terra, o que é complicado, como admite Laurent Fabius, o chanceler francês:

"Para uma intervenção militar por terra, seriam necessárias várias dezenas de milhares de homens, resultando, provavelmente, em pesadas perdas", disse ele em recente entrevista ao "Parisien".

Sem tropas em terra, é pouco provável que o Estado Islâmico permita a realização de uma eleição minimamente normal em prazo tão curto.

Mesmo na hipótese de que o grupo terrorista seja desalojado dos territórios que ocupa na Síria e no Iraque, o problema do terrorismo não desapareceria.

Seria simplesmente deslocado das decapitações no Oriente Médio para, por exemplo, explosões na França. Como informa o "Financial Times" deste fim de semana, a França calcula que existam 571 cidadãos do país lutando por organizações terroristas, o que inclui 246 que já retornaram ao seu país.

Como os atentados da sexta-feira envolveram, ao que tudo indica, apenas oito terroristas, há 30 vezes mais "soldados" já disponíveis em solo francês.
Na verdade, são muitos mais, sempre segundo o "FT": cidadãos franceses envolvidos em células terroristas (adormecidas, mas facilmente mobilizáveis) são cerca de 2.000, e há outros 3.800 que mostram sinais de radicalização islamista.

Em outros países europeus e mesmo nos Estados Unidos, há um "exército de reserva" em condições de atacar a qualquer momento e que terá sangue nos olhos se o Estado Islâmico for expulso do seu autodenominado califado.

Entende-se, nesse cenário sombrio, por que os líderes do G20, que são as grandes potências mundiais, não estão conseguindo ir além de declarações óbvias de condenação à barbárie.



16 de novembro de 2015
Clóvis Rossi

CPI PROMETE DEVASSAR AS CONTAS DO MST, GRUPO LIGADO AO PT E MANTIDO COM DINHEIRO PÚBLICO


Membros da CPI da Funai e Incra articulam a aprovação de requerimento para devassar o financiamento público que banca as atividades do MST. Estão na mira do relator, Nilson Leitão (PSDB-MT), ONGs como a Associação Estadual de Cooperação Agrícola de São Paulo (Aesca), que recebeu muito dinheiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e é suspeita de repassar dinheiro para o caixa da entidade.
O presidente da CPI, Alceu Moreira (PMDB-RS), diz que o ministro petista Patrus Ananias (Dsenvovimento Agrário) pode ser convocado.
Erika Kokay (PT-DF) tenta barrar a comissão na Justiça. Moreira diz não entender o motivo e alfineta: “PT foge da CPI como o diabo foge da cruz”.
Dados do Contas Abertas apontam que R$ 6 bilhões/ano saem do bolso do contribuinte diretamente para “entidades sem fins lucrativos”.
A Marcha das Margaridas (2015) contou com farto dinheiro do governo. Ao menos R$ 855 mil rateados entre Caixa, BNDES e Itaipu Binacional.

16 de novembro de 2015
in aluizio amorim

FILHO DO TIRANETE NICOLÁS MADURO DEU O SERVIÇO PARA AUTORIDADES DOS EUA

DIOSDADO CABELLO, O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA NACIONAL É O CHEFÃO DO CARTEL DO NARCOTRÁFICO.



Recentemente Dioscado Cabello, acusado de chefe do narcotráfico na Venezuela, esteve no Brasil em contato com  Lula e Dilma. Como presidente da Assembléia Nacional é o segundo homem na hierarquia do poder na narco-comunista ditadura venezuelana.


Na semana passada, Nicolás Maduro foi tragado por um fato capaz de agravar a crise de legitimidade de seu governo. Dois sobrinhos de sua mulher, Cilia Flores, foram presos por tentar vender 800 quilos de cocaína a um funcionário disfarçado da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA). Aproveitando-se do passaporte diplomático, que lhes permitia ter isenção no controle de bagagem, Efraín Antonio Flores e Franqui Francisco Flores desembarcaram na terça-feira 10 em Porto Príncipe, capital do Haiti, com 5 quilos da droga. Era uma amostra do carregamento que estava pronto para ser enviado em um jatinho aos Estados Unidos, de uma pista clandestina no norte de Honduras. Em um quarto de hotel nas imediações do aeroporto local, os venezuelanos entregaram aos agentes que se faziam passar por traficantes a mala recheada de pó com um nível de pureza próximo de 100%. Os Flores queriam impressionar e provar aos falsos clientes, com quem vinham negociando desde outubro, que podiam fornecer grandes quantidades da melhor cocaína possível. Efraín, de 29 anos, foi adotado ainda criança por Cilia ao ficar órfão de mãe e era tratado como filho por Maduro.
DOIS VERMES: Diosdado Cabello é militar da reserva e foi homem de confiança do finado caudilho Hugo Chávez. Hoje divide o poder com Nicolás Maduro, na foto segurando o livro vermelho que contém a essência do regime opressor e assassino que domina a Venezuela há 16 anos.

ENFRAÍN ENTREGOU DIOSDADO

No avião da DEA que os transportou para os Estados Unidos, Efraín revelou que ele e o primo eram apenas os mensageiros e que a droga pertence ao Cartel dos Sois. Seus chefes, eles asseguraram, são Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, e Tareck al Aissami, governador de Aragua. Os nomes desses dois líderes chavistas são recorrentes nas delações referentes ao tráfico da cocaína produzida na Colômbia, que tem na Venezuela sua principal rota de escoamento. Em janeiro, Leamsy Salazar, um ex-guarda-­costas de Cabello e do presidente Hugo Chávez (morto em março de 2013), detalhou o funcionamento do cartel chavista. Salazar implicou Cabello, Al Aissami e o filho de Chávez, Hugo Colmenares, na cúpula do grupo criminoso. A prisão dos sobrinhos da primeira-­dama empurrou Nicolás Maduro para o centro de uma investigação que nos últimos três anos vem corroendo a reputação do chavismo e revelou que não existe fronteira entre o regime instituído em 1999 e o narcotráfico. Maduro, cujo governo enfrentará uma difícil eleição legislativa no início de dezembro, se diz vítima de uma conspiração imperialista. Esse discurso pode funcionar para uma parcela da esquerda latino-americana, mas não na Venezuela.Um funcionário ligado à investigação contou a VEJA que os Flores esperavam apenas pelo pagamento de 100 milhões de dólares para dar a ordem de decolagem ao jatinho rumo aos Estados Unidos. Depois de misturado com outras substâncias, o carregamento poderia render o triplo desse valor no mercado americano. Mas a dupla foi surpreendida com uma ordem de prisão seguida de imediata extradição para os Estados Unidos. Na quinta-feira passada, os primos foram indiciados em um tribunal federal de Nova York por tráfico de drogas e conspiração. Pelas leis americanas, esses crimes podem ser punidos com prisão perpétua. 


16 de novembro de 2015
in aluizio amorim

CHEIRO DE QUEIMADO


Ao som do tango Volver, que Gardel canta cada vez melhor, o ex-presidente Lula foi a estrela da abertura da 7.ª Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais, em Medellín (Colômbia). Ovacionado por uma claque de jovens estudantes colombianos - plateia simpática a slogans terceiro-mundistas que o chefão do PT usa como ninguém e decerto desinformada a respeito da extensão do desastre lulopetista que se abateu sobre o Brasil -, Lula alertou que o projeto populista que ele tão bem encarna está sob sério risco de ser desalojado do poder na América Latina.

Em tom de advertência, ao final de uma hora de discurso em que fez um histórico das alegadas conquistas sociais das quais ainda se jactam vários governantes irresponsáveis no continente, Lula disse que está sentindo um “cheiro de retrocesso” na América Latina. “Retrocesso”, nesse caso, é o desmonte do circo que encantou os incautos nos últimos dez anos, fazendo-os crer que, pela mágica do voluntarismo estatista, as desigualdades seriam superadas, inaugurando-se um período de desenvolvimento igualitário sem precedentes.

Mas a prestidigitação populista, um embuste por natureza, não tinha lastro na realidade - como sabem hoje muito bem as classes desfavorecidas no Brasil, na Argentina, na Venezuela e em outros países que tiveram a infelicidade de ser governados por esse esquerdismo corrupto e inconsequente.

Como resultado, os eleitores - antes meros clientes de políticas assistencialistas em larga escala e, portanto, vistos apenas como referendários do modelo dito “progressista” - passaram a indicar rejeição a esses governos, pois ficou claro que as promessas que lhes foram feitas não apenas eram falsas, como também foram usadas como pretexto para um assalto ao Estado. Assim, os pobres perceberam que não havia nenhum coelho na cartola estatal - ou porque o animal nunca existiu ou porque fora surrupiado por algum larápio governista.

Na Argentina, ao fim do tresloucado governo de Cristina Kirchner, o kirchnerismo parece fadado a sair como o grande derrotado na eleição presidencial do próximo dia 25. Mesmo o candidato de Cristina, Daniel Scioli, não se esforça para ser visto como herdeiro da desgastada presidente, que passará à história como aquela que, enquanto maquiava dados para inflar conquistas sociais e econômicas, convocava redes de rádio e de TV até para falar das fraldas de seu filho.

Já na Venezuela, berço do “bolivarianismo”, são conhecidos os apuros pelos quais passa o autocrata Nicolás Maduro. A eleição parlamentar do mês que vem, se não houver uma fraude monumental, deverá decretar o fim da hegemonia chavista. Maduro já mandou avisar, sem meias-palavras, que não aceitará outro resultado que não seja a vitória de seus correligionários. Ou seja, não lhe restou alternativa senão ameaçar o país com um banho de sangue.

Finalmente, no Brasil de Lula, tem-se uma chefe de governo que nem governa mais, refém que é dos arranjos de seu padrinho para sobreviver à tormenta que açoita o Planalto. Sem dinheiro para continuar a fazer redistribuição de renda por decreto e com seu partido afogado em corrupção, a presidente Dilma Rousseff talvez seja hoje o principal símbolo do fiasco que ameaça o projeto de poder de Lula et caterva na América Latina.

Lula, que não é bobo, já percebeu o risco. Se fosse um democrata de verdade, o petista aceitaria a derrota como parte do jogo político. Mas não - ele prefere insistir na ladainha segundo a qual as agruras dos governos “progressistas” resultam da campanha dos inimigos. Lula repetiu em Medellín que “a grande oposição” quem faz é a imprensa - quando esta critica governos que, na concepção do petista, só pensam no bem do povo.

Para ele, a “elite” não aceita “que a gente frequente as mesmas praças que ela frequenta, ou que a gente frequente o mesmo teatro” - logo Lula, que se aliou ao que há de pior na oligarquia nacional e que se tornou milionário como lobista de empreiteiras. Mas Lula tem razão: hoje, ele e seus companheiros não podem mesmo ir a praças e teatros - mas porque serão estrepitosamente vaiados.

16 de novembro de 2015
O Estado de S.Paulo

SÓ QUANDO O BRADESCO DEIXAR...

LEVY SÓ SAI DA FAZENDA, QUANDO TIVER AUTORIZAÇÃO DO BRADESCO

É desconfortável, triste e humilhante a situação do ministro Joaquim Levy, que já deveria ter pedido o chapéu há muito tempo. 
Está no governo desde novembro de 2014, pois começou a trabalhar antes mesmo da posse do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Um ano depois, ainda não conseguiu dizer a que veio. 
A princípio, o mercado julgava que ele seria um superministro da Fazenda, capaz de convencer a presidente a reequilibrar as contas do governo, manter o superávit primário e recolocar a economia no rumo do desenvolvimento. Mas não aconteceu nada.
O ajuste fiscal ainda é uma peça de ficção, as despesas de custeio do governo não param de aumentar, nada foi feito para reduzir a elefantíase da máquina administrativa, as dívidas interna e externa aumentam perigosamente, a inflação não cede, os investimentos despencam e a desindustrialização prossegue, como se fosse inexorável.
E o que Joaquim Levy tem a ver com isso? 
Na verdade, é o principal culpado, porque permitiu que a presidente Dilma Rousseff continuasse comandando a economia com suas teorias escalafobéticas, que estão levando o país à ruína.
Quando foi anunciada a nomeação do falso superministro, comentamos aqui na Tribuna da Internet que Levy não é nenhuma sumidade em economia. 
Quando foi Secretário do Tesouro, sofria supervisão direta de Henrique Meirelles, só fazia o que ele mandava, até ser demitido. 
O então governador fluminense Sérgio Cabral o colocou na Secretária de Fazenda, ele ficou alguns anos e até participou das festanças da corrupta “Turma do Guardanapo” em Paris. Depois, sumiu.
Quando terminou o prazo de validade de Guido Mantega, um dos criadores da teoria econômica das pedalada, Lula convidou o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para assumir a Fazenda. 
Ele recusou, mas espertamente ocupou logo o espaço, indicando Joaquim Levy, que estava encostado no terceiro escalão do banco, gerindo um fundo de investimentos de segunda linha.
É claro que não podia dar certo. Levy não tem a competência nem a independência que são necessárias a quem pretenda recuperar a economia brasileira. 
De temperamento fraco, acovardou-se diante da arrogância de Dilma Rousseff e agora é obrigado a ler comentários na imprensa dizendo que ele se encaixou no perfil ideal de ministro de Dilma, por ser um nome apoiado pelo mercado, mas que não exige que sejam acatadas suas posições, permitindo que a presidente continue a adotar uma linha “mais flexível” na área fiscal. Traduzindo, Levy se tornou um zero à esquerda.
Levy já deveria ter demonstrado amor próprio e pedido demissão. Mas não pode fazê-lo, porque ainda lhe falta autorização de seu presidente de fato, o banqueiro Luiz Carlos Trabuco. 
Na verdade, nesta passagem pelo Ministério da Fazenda, Levy nunca trabalhou para o país, jamais defendeu o interesse nacional. 
Ele sempre esteve a serviço do Bradesco e das instituições financeiras, que continuam intocáveis num governo que diz representar os trabalhadores.
Trabuco, é claro, continua relutando em autorizar que Levy saia do governo. 
O ainda ministro não tem muita serventia para o Bradesco, internamente. O fundo de investimentos que ele geria pode ser administrado por qualquer outro economista sênior do banco. 
Mas para o mercado financeiro, é melhor que Levy seja mantido no Ministério, antes que um aventureiro lance mão, como dizia sabiamente Dom João VI, que entendia de política e de economia, a ponto de ter colocado o Brasil no mapa.

16 de novembro de 2015
Carlos Newton

SONHO DE MENINO: QUEBRAR O BRASIL...

FHC só teria inveja de Lula se sonhasse desde menino com a falência do Brasil

Lula - FHC  3
O ex-presidente Lula confirmou nesta quarta-feira que jamais se livrará da assombração que lhe confisca o sono desde o século passado. “Fernando Henrique Cardoso tem inveja do meu sucesso”, repetiu o palanque ambulante castigado por rachaduras que anunciam o desabamento inevitável. O embusteiro em seu ocaso não consegue esquecer o homem que o surrou nas urnas. Duas vezes,  ambas no primeiro turno.
“É só comparar meu governo com o dele para saber por que o FHC não se conforma com um operário que deu certo na Presidência”, delirou o parteiro da conjunção de crises que ameaça o país com a falência política, econômica e moral. “Vejam o que eles fizeram e o que nós fizemos”. Se a oposição fosse menos inepta e mais altiva, teria aceitado há muito tempo o confronto proposto pelo recordista mundial de bravata & bazófia.
A mirada no retrovisor refletiria as incontáveis abjeções que escurecem a trajetória do PT, conduzido desde sempre pelo sinuelo desprovido do sentimento da vergonha. Em novembro de 1984, por não enxergar diferenças entre Paulo Maluf e Tancredo Neves, o partido optou pela abstenção no Colégio Eleitoral que escolheria o primeiro presidente civil depois do ciclo dos generais. Em janeiro de 1985, os deputados federais Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes votaram em Tancredo. Foram expulsos do PT por ordem do comandante.
Em 1988, a bancada do PT na Constituinte recusou-se a assinar o texto da nova Constituição. No mesmo ano, num discurso em Aracaju, o deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva informou que o presidente José Sarney era “o grande ladrão da Nova República”. Lula e Sarney não demoraram a descobrir que haviam nascido um para o outro, Hoje são amigos de infância.
Na campanha presidencial de 1989, o candidato do PT acusou Fernando Collor de “filhote da ditadura”. Depois do impeachment, “corrupto” foi a palavra mais branda que usou para qualificar o inimigo. Collor revidou com dois adjetivos no fígado (“ignorante” e “cambalacheiro”) e uma frase no queixo: “Lula é incapaz de distinguir uma fatura de uma duplicata”.
As duas almas gêmeas saberiam que também dividiam a paixão pela fortuna súbita que precede a vida perigosamente mansa. No momento, o senador do PTB de Alagoas e o chefão do partido que virou bando são colegas de Petrolão. Fora o resto, estiveram juntos no esquema que esvaziou os cofres da estatal. Poderão juntar-se de novo na traseira do mesmo camburão.
Em 1993, a ex-prefeita Luiza Erundina, uma das fundadoras do partido, aceitou o convite do presidente Itamar Franco para participar do ministério. Foi empurrada para fora do PT. Em 1994, ainda no governo Itamar Franco, os parlamentares petistas lutaram com ferocidade para impedir a aprovação do Plano Real. No mesmo ano, transformaram a revogação da mudança que erradicara a praga da inflação na bandeira principal da campanha presidencial.
Entre o começo de janeiro de 1995 e o fim de dezembro de 2002, a bancada do PT votou contra todos os projetos, medidas, sugestões ou ideias encaminhados ao Legislativo pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Todos, sem exceção. Uma das propostas mais intensamente combatidas foi a que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Desde a ressurreição da democracia, a ação do PT oposicionista foi permanentemente subordinada a sentimentos menores, interesses mesquinhos, objetivos sórdidos e sonhos liberticidas.
Em janeiro de 1999, mal iniciado o segundo mandato, o deputado Tarso Genro propôs a deposição do presidente reeleito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. O lançamento da campanha com o mote “Fora FHC!” evocou acusações que Tarso enfeixou num artigo publicado pela Folha. Trecho:
O presidente Fernando Henrique está pessoalmente responsabilizado por amparar um grupo fora da lei, que controla as finanças do Estado e subordina o trabalho e o capital do país ao enriquecimento ilegítimo de uns poucos. Alguns bancos lucraram em janeiro (evidentemente, por ter informações privilegiadas) US$ 1,3 bilhão, valor que não lucraram em todo o ano passado!
Depois da eleição de 2002, FHC impediu que a inflação fosse ressuscitada pelo medo decorrente da ascensão do PT. Entre o  começo de novembro e o fim de dezembro, FHC comandou a primeira transição civilizada da história republicana e entregou a casa em ordem. Um surto de juízo aconselhou o sucessor a entregar a direção do Banco Central a Henrique Meirelles, eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás. Três meses depois da posse, o oportunista de nascença começou a costurar a fantasia repulsiva da “herança maldita”.
O reizinho malandro finalmente está nu. O vigarista que prometia moralizar o país é o padroeiro de quadrilhas insaciáveis. O oposicionista que ignorou a mão estendida por Tancredo Neves passou a  confraternizar com qualquer caso de polícia. A vestal de bordel institucionalizou a roubalheira impune. Meteu-se até o pescoço nos maiores escândalos registrados desde a chegada das caravelas. E ensinou os filhos a fazer o que fazem.
A nação enfim acordou, e entendeu que o inventor do Brasil Maravilha era o disfarce do farsante boquirroto. O milagreiro de araque recebeu de FHC um país pronto para o ingresso no mundo civilizado. Com a ajuda do poste que instalou no Planalto, reaproximou o Brasil do tempo das cavernas. É ele o pai da verdadeira herança maldita. Mas nem fica ruborizado ao recitar que FHC sempre quis ser Lula quando crescesse.
“É inveja”, esbraveja o marechal do que o ministro Celso de Mello qualificou de projeto criminoso de poder. O espelho berra o contrário. Nenhum homem culto prefere ser ignorante. Gente civilizada despreza a tribo dos primitivos. Um estadista honrado quer distância de um politiqueiro fora da lei.
Sobretudo, o vencedor não tem motivos para invejar um vencido que também sucumbiu à espécie de ressentimento para o qual não há remédio — e o tempo não cura.

16 de novembro de 2015
augusto nunes