"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

VEJA DEMITE JOICE HASSELMANN, E OUTROS VÍDEOS INTERESSANTES

Joice Hasselmann revela por que foi demitida da ... - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=5sl78Y5bwzs
21 horas atrás - Vídeo enviado por MINISTÉRIO CAMINHO DO PAI
Quero então fazer um apelo para aqueles que possuem um coração sincero, sensível e agradecido. Ajude .


20 de novembro de 2015
m.americo

A DITADURA DO POLITICAMENTE CORRETO

O maravilhoso discurso do Doutor B...

Lembrar faz parte da agenda de luta.

20 de novembro de 2015
in libertatum

A CULPA DE OBAMA E ALIADOS EUROPEUS NA ASCENSÃO DO TERROR: NUNCA HOUVE "PRIMAVERA ÁRABE"

Presidente americano e líderes europeus ajudaram a depor tiranos asquerosos e permitiram a ascensão do mal maior


Potências ocidentais são, sim, em parte culpadas pela dimensão que tomou o terror, mas não pelas razões perturbadas apontadas pelas esquerdas, que pretendem voltar às Cruzadas para justificar os assassinos.

Eu sei o quanto apanhei neste blog e em alguns outros veículos porque chamei, desde o início, de terrorismo aquilo a que se assistia na Síria e na Líbia, por exemplo. Aliás, nunca cai no conto da Primavera Árabe — que primavera nunca foi. Aqueles que assistiram a um debate de que participei no clube Hebraica, em São Paulo, há mais de três anos, sabem disso.

No dia 18 de julho de 2012, por exemplo, depois de um atentando na Síria, escrevi aqui:
“Eu não sou um entusiasta disso que chamam ‘Primavera Árabe’, vocês sabem. Acho que, infelizmente, é o radicalismo islâmico que está ganhando espaço nessa jornada. Custará caro. E espero, obviamente, estar errado. O fato de Bashar Al Assad ser um ditador asqueroso, a exemplo de outros que já caíram, não deve servir de pretexto para considerar aceitáveis certos métodos. Aquilo a que se assistiu na Síria nesta quarta-feira tem nome: atentado terrorista. Condescender com isso corresponde a aceitar qualquer método, inclusive os de Assad, ora essa!”.



Dias antes da derrocada de Muamar Kadhafi, na Líbia, apontei os erros cometidos pela Otan, sob os auspícios de EUA e Reino Unido, que prepararam o caminho para que os terroristas derrubassem o ditador. Escrevi no dia 22 de agosto de 2011:
“A Líbia de Kadafi foi, durante muitos anos, um celeiro de terroristas — aliás, era governado por um. Aí o homem se engraçou com o Ocidente, declarou inimigos os jihadistas e passou a colaborar efetivamente com o combate ao terrorismo, tanto que recebeu o afago dos governos dos EUA e da Grã-Bretanha. O jihadismo se alinhou com os rebeldes. Alguns de seus soldados são veteranos ainda da guerra do Afeganistão contra a… União Soviética! Quem dará o tom do novo governo? É uma tolice imaginar que toda a sociedade líbia repudia Kadaf.”



Há quem aposte na memória curta de leitores, de ouvintes, de telespectadores, de internautas. É claro que, naqueles dias, o mais difícil era defender a opinião de que EUA e Europa faziam muito mal em estimular a queda de, digamos, ditadores amigos, estimulando os defensores da suposta “Primavera”, que abriu caminho para o jihadismo. Mas era a coisa sensata a fazer.

Como o sensato, em dias recentes, não era, claro!, escorraçar os refugiados, mas, quando menos, criar critérios mais severos para a entrada deles na Europa. Ou alguém duvidava de que aquele movimento estivesse na mira do terror e de que se abria uma janela formidável para a entrada em massa de terroristas? Se o Estado islâmico blefa ou não quando anuncia que infiltrou milhares de seus militantes no continente, não sei. Basta, meus caros, que isso fosse possível — e é claro que era.

Mas o Ocidente gosta de se enganar. Gosta de pensar que a democracia é dessas coisas que fazem parte do ar que respiramos, como se ela não fosse uma construção humana, uma escolha, um conjunto de princípios volitivos.

O mundo pagará caro, por muitos anos, pelos erros cometidos por Barack Obama e por seus aliados europeus quando, sob o pretexto de apoiar a Primavera Árabe, pavimentaram o caminho do terror.

20 de novembro de 2015
Reinaldo Azevedo, Veja

"AVE, OBAMA, OS QUE VÃO MORRER O SAÚDAM!"


A estupidez até pode encontrar um terreno fertilíssimo no Brasil e, às vezes, chegar a altitudes inigualáveis. Mas não é uma exclusividade nossa, não! Os idiotas estão soltos e, como lembrou um ex-ministro, perderam completamente a modéstia.

Mohamed Morsi, presidente do Egito, teve uma ideia para conter os protestos populares, que entram pelo quinto dia: Lei Marcial — instrumento a que recorreu o agora encarcerado e quase morto Hosni Mubarak. Nesses cinco dias, já são 58 os mortos em várias cidades do país. O Ocidente assiste atônito e mudo. Quem é que está na rua agora? Os traídos de sempre das “revoluções islâmicas”: as facções laicas e realmente democráticas que acreditam poder, porque mais racionais e informadas, dar um truque na truculência religiosa. É incrível! EUA e Europa caíram, em 2011 e 2012, na mesma conversa de 1979, com a revolução iraniana. Até o comportamento do democrata da hora que ocupa a Casa Branca foi o mesmo: Jimmy Carter, certamente o mais patético presidente da história americana, puxou o tapete do xá Reza Pahlevi e entregou o Irã a Khomeini. Alguns meses depois, o barbudo de olhar maligno estava matando e esfolando. Barack Obama puxou o tapete de Mubarak e de outros ditadores e entregou o Egito à Irmandade Muçulmana e o Norte da África aos terroristas. Uma obra que vai ficar para a história. E ele o fez com o auxílio luxuoso de um conservador que havia virado

socialite, Nicolas Sarkozy, então presidente da França, que perdera o eixo, e de outro conservador meio burrinho, David Cameron, primeiro-ministro britânico.

George W. Bush, o odiado “jorjibúsxi”, diz-se, achava que podia sair por aí derrubando ditadores inimigos. Uma coisa realmente muito feia de fazer e que lhe rendeu o repúdio dos politicamente corretos mundo afora, especialmente no Brasil. Essas mesmas mentalidades, no entanto, acham que os americanos cumprem uma missão civilizadora e civilizatória quando saem por aí derrubando ditadores… amigos. É um jeito de ver o mundo, com o qual não concordo num caso e noutro. A Irmandade Muçulmana, obviamente, deu um passa-moleque nos seus “aliados” ocidentais, e os terroristas levaram a melhor na Líbia — e isso quer dizer levar a melhor em todo o Norte da África.

Mas é muito pequena a possibilidade de ler o óbvio na imprensa brasileira ou estrangeira. O Estadão traz nesta terça um texto estupefaciente, escrito por Jocelyne Cesari, publicado no Washington Post. Ela é pesquisadora sênior do programa “Islam in the West”, do Centro Berkley, da Universidade Harvard.

Contra os fatos, contra as evidências, dona Jocelyne vê “a firme marcha dos movimentos islâmicos rumo à democracia”. Mas aí ela se sentiu na obrigação de adjetivar um pouco essa democracia. E escreveu esta maravilha: “Entretanto, isso não significa que as transições em curso levarão necessariamente a democracias liberais no estilo ocidental. O mais provável é que estejamos testemunhando a ascensão de democracias iliberais, nas quais o respeito aos resultados eleitorais não significa automaticamente o fim da discriminação com base no gênero ou na religião entre os cidadãos”.

Parece um pensamento original, mas é pistolagem intelectual. Como esses vigaristas se encantaram com a dita Primavera Árabe, assegurando o seu caráter democrático — estupidez na qual este blog nunca caiu —, faz-se necessário agora inventar uma categoria em que encaixar aquele troço. Surge, assim, a “democracia iliberal”, que se resumirá, então, ao “respeito aos resultados eleitorais”. Por esse critério, a Venezuela e o Irã são democracias — “iliberais”, por certo! Como “democracias iliberais” eram alguns fascismos europeus.

Segundo Jocelyne, o verdadeiro teste para esse novo modelo democrático será a persistência do “sistema eleitoral”. Duvido que esta senhora não tenha lido Gramsci. Tendo lido, é mesmo uma farsante. Na hipótese de que não tenha, é uma ignorante essencial. Modelos autoritários, islâmicos ou não, recorrem cada vez mais a eleições para se legitimar. Perceberam que isso é mais eficiente do que as armas. Por intermédio de leis votadas em Parlamentos sob o controle de “partidos populares” ou de “partidos religiosos”, estabelecem as condições da devida desigualdade da disputa. A nova Constituição votada no Egito dá aos religiosos a última palavra até sobre sentenças judiciais. Nas eleições egípcias, membros da Irmandade Muçulmana acompanhavam os eleitores até a urna. E não havia o que fazer — e não haverá.

Jocelyne sente a incontornável necessidade de inventar uma democracia diferenciada para poder justificar as brutalidades do novo regime. Reparem nas consequências práticas de sua tese. Os cinquenta e oito cadáveres, então, que se contam no Egito em cinco dias já são cadáveres da democracia — “iliberal”, é bem verdade, mas democracia ainda assim, segundo esse pensamento. Os mortos de Mubarak eram expressão da truculência. Os mortos de Morsi são consequência do poder popular.

Sigamos ainda para onde aponta o nariz de dona Jocelyne. Notem que ela é pesquisadora sênior do programa “Islã no Ocidente”. Isso quer dizer que esta senhora vê, certamente, com bons olhos a força crescente dos companheiros de turbante na Europa, por exemplo. Se democracia é democracia, ainda que “iliberal”, é de supor que também os ocidentais acabem, vamos dizer assim, se contaminando com esses novos valores. Se, daqui a 50 anos, a França estiver de burca — e se for isso o que querem as urnas —, fazer o quê?

Esta senhora desidrata a democracia de seu conteúdo e de sua história e a converte num mero sistema de escolha de governantes. Nas democracias iliberais, as maiorias se impõem pelo voto e, se preciso, esmagam as minorias. Nega-se, assim, o fundamento que fez da democracia ocidental um regime realmente acima de qualquer outro que o mundo tenha tentado: o seu valor negativo — vale dizer: a proteção às minorias.

Apontei aqui outro dia que nenhum lobby era tão eficiente e poderoso em escala planetária como o lobby islâmico (na imprensa paulistana, só o do Supercoxinha é mais forte). Eis aí.

É certo que nem tudo é treva e se pode ler ainda o que presta. Na edição de VEJA da semana passada, Mario Sábino, correspondente em Paris, escreveu sobre a necessária intervenção francesa no Mali (em azul):

(…)
Aplaudida pelos aliados, a França, no momento, está como a Estátua da Liberdade: sozinha, com a tocha na mão. Afora as palavras de solidariedade e algum apoio logístico, as nações amigas relutam em formar uma coalizão semelhante àquela que derrubou o ditador líbio Muamar Kadafi na Líbia, em 2011. A crise econômica levou a que todos cortassem na bucha dos canhões e ninguém parece disponível para lutar na África depois da aventura na Líbia, em que a geopolítica deu lugar ao geoproselitismo.
A encrenca no Mali é consequência direta do que ocorreu na Líbia. Ou, em outras palavras, Hollande está limpando o lixo que seu predecessor, Nicolas Sarkozy, deixou que se esparramasse, ao começar uma guerra contra Kadafi na qual o resto do Ocidente embarcou. Na última década, o ditador, um dos mais sanguinários e pitorescos de que se tem notícia mesmo para os largos padrões africanos, conseguiu segurar, a bom preço pago pela Europa, a ação de terroristas islâmicos e os anseios irredentistas dos tuaregues, povo seminômade que se espalha no miolo formado por Argélia, Mali, Níger, Chade, Burkina Faso, Nigéria e, claro, Líbia. Com a queda de Kadafi e a “primavera árabe” no Magreb, que destituiu tiranos na essência laicos por tiranos muçulmanos só na aparência moderados, os terroristas viram-se à vontade para agir na região adjacente do Sahel — a faixa de terra que se interpõe entre o deserto magrebino (o Saara) e o sul equatorial, com populações já predominantemente negras.
(…)

Volto
Na mosca! A bobagem que as potências ocidentais fizeram e ainda fazem em relação à dita “Primavera Árabe”, segundo a lógica dos fatos, era e é praticamente autodemonstrável. É a marcha da “democracia iliberal”… No caso da Líbia, aí houve a mistura explosiva dos bons sentimentos com a irracionalidade. Obama, Sarkozy e Cameron não viram mal nenhum em que a Otan, ao menos naquele empreendimento, se juntasse aos jihadistas.

Pois é… Dona Jocelyne, a tal, à sua maneira torta, ajuda-nos a entender o mundo. Os autoritários resolveram adotar o método ocidental — as eleições —, mas dispensando os seus valores. Trata-se de um bom modo de eternizar ditaduras. Já os ocidentais à moda Jocelyne fizeram o contrário: começam a admirar os valores dos autoritários. Nessa toada, adivinhem quem está condenado à derrota.

Repito para o presidente dos EUA a saudação que se fazia aos Césares: “Ave, Obama, os que vão morrer o saúdam!”.


20 de novembro de 2015
Reinaldo Azevedo, Veja

LULA CONFESSA AOS JOVENS DO PT: QUERIA MESMO ERA SER CALIFA DO ESTADO PETISTA


Ele sonha: "O ideal de um partido é que ele pudesse ganhar a Presidência da República, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados sem se aliar a ninguém"




Prometi não tratar mais das entrevistas de Lula, a menos que ele diga algo de aproveitável, de supinamente estúpido ou de revelador. E ele fez isto nesta sexta.

O homem discursou a uma pequena plateia no Trigésimo Congresso Nacional da Juventude do PT, em Brasília. Atacou a oposição, pediu que a militância defenda o mandato de Dilma Rousseff e falou nas eleições presidenciais de 2018. Ao citar Dilma, o ex-presidente disse que é preciso ajudá-la “a sair da encalacrada” em que a oposição colocou o PT.

Em outro momento, Lula afirmou aos jovens que seria “ideal” para um partido vencer as eleições sem a necessidade de fazer alianças políticas, mas como isso não é possível, é necessário, então, “aceitar o resultado e construir a governabilidade”.

Disse:
“O ideal de um partido é que ele pudesse ganhar a Presidência da República, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados sem se aliar a ninguém. Mas, muitas vezes, temos que aceitar o resultado e construir a governabilidade.”

Por fim, Lula revelou à plateia que pretende escrever um livro com o ex-presidente do Uruguai José Mujica. A obra teria como objetivo “provocar a juventude a assumir um papel mais importante na política”.

Então vamos pela ordem das implicações:
– Lula revela que bom mesmo é comandar uma ditadura. Nem Saddam Hussein chegava a 100% dos votos; contentava-se com 95%;

– Se, enfrentando oposição, o PT já comandou o mensalão e o petrolão, imaginem como não seria.

– Lula sonhava ser o califa do Estado Petista. Em vez disso, terminará seus dias tendo de se explicar à Justiça.


20 de novembro de 2015
Reinaldo Azevedo, Veja.

"OS PINGOS NOS IS"


20 DE NOVEMBRO DE 2015
in libertatum


http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2015/11/os-pingos-nos-is.html

SB TESTE: VOCÊ É UM IDIOTA?


Se você acha que existem muçulmanos moderados, que os médicos Cubanos no Brasil são médicos, que o Kennedy Alencar é jornalista, que a Marina Silva é oposição, que Luiz Gonzaga Belluzzo é economista, então, meu caro, você é um idiota.

LIÇÕES DE MAURO IASI

Quando me perguntam se alguém é comunista por burrice ou por maldade, respondo que é por uma união indissolúvel das duas coisas
Como o rótulo de “intelectual de esquerda” já esteve associado a escritores do porte de um Álvaro Lins e de um Sérgio Milliet, é bom advertir que, usado hoje em dia, ele só guarda com o seu objeto a relação distante de um ser vivo com a sua miniatura de plástico. 
Nesse sentido, o sr. Mauro Luís Iasi corresponde aproximadamente àquilo que, nos meios comunopetistas, se entende por esse termo na atualidade.
Não lhe faltam, com efeito, os traços essenciais que definem o tipo: um cargo acadêmico, o total desconhecimento dos assuntos em que pontifica e a presunção de superioridade moral, quando não intelectual.
Até pouco tempo atrás, ele não passava de um objeto de consumo interno dos círculos esquerdistas, mas recentemente alcançou notoriedade mais ampla, não mediante algum feito literário ou científico, mas graças à sua proposta singela de matar todos os direitistas.
Como alguns deles lhe respondessem que seria melhor aplicar esse remédio a ele mesmo, ele imediatamente considerou isso uma prova a mais da típica truculência direitista em confronto com o arraigado pacifismo humanista da esquerda, sem nem sequer ponderar a diferença entre os coeficientes de truculência requeridos para matar um só e para matar todos.
Com aqueles ares de inocência ofendida sem os quais é muito difícil subir na vida hoje em dia, ele explicou ainda que foi muitíssimo mal interpretado, que seu desejo de matar não era nada disso, mas uma simples metáfora poética extraída de um texto de Bertolt Brecht, no qual um proletário enragé, discutindo com um burguês, demonstra que matá-lo é apenas uma questão de justiça.
“Para aqueles que não são muito afeitos a poemas e outras manifestações da alma humana, -- escreve o sr. Iasi, com infinita piedade pelos pobres ignorantes -- é bom explicar que não se trata de uma pessoa e outra conversando, muito menos uma posição pessoal. É uma metáfora de um encontro de classes numa situação dramática, na qual a classe dominante se encontra diante da possibilidade de ser julgada por aqueles que sempre explorou e dominou.”
O estilo é o homem. Desde logo, no trecho citado o que o proletário sugere não é apenas “julgar” a burguesia, isto é, emitir uma opinião sobre ela, mas sim executá-la, mandá-la para o outro mundo. A versão eufemística do sr. Iasi não consegue camuflar o sentido patente do texto. Diante do burguês que se afirma um homem bom e justo, o revolucionário promete:
“Em consideração aos seus méritos e boas qualidades, poremos você diante de um bom muro, atiraremos em você com uma boa bala de um bom revólver e enterraremos você com uma boa pá numa boa terra.”
O revolucionário promete não apenas matar o burguês, mas humilhá-lo post mortem fazendo chacota do seu cadáver. O sr. Iasi confessa que conheceu o poema de Brecht só pela citação que encontrou  num livro de Slavoj Zizek, mas quem leu as obras do dramaturgo sabe que esse tipo de humorismo sardônico voltado contra as vítimas da violência estatal comunista era um dos traços mais característicos do estilo brechtiano de escrever e de ser. Brecht não só aplaudiu entusiasticamente as tropas soviéticas que afogaram num banho de sangue a rebelião popular berlinense de 1953, mas, quando alguém alegou que os condenados nos famosos Processos de Moscou eram inocentes, ele respondeu: “Se eram inocentes, tanto mais mereciam ser fuzilados.”
A ironia macabra não era força de expressão. Para a mentalidade comunista, a culpa ou inocência pessoais do acusado eram, de fato, detalhes menores em comparação com a oportunidade áurea de afirmar, mediante a prepotência da execução arbitrária, a autoridade suprema da Revolução, que não devia satisfações a ninguém senão a si mesma.
A metáfora, se o fosse, não era muito metafórica. Citar Brecht no contexto de um apelo à radicalização da luta esquerdista não é de maneira alguma um adorno literário inocente: é sugerir que os comunistas façam aquilo que Brecht os ensinava a fazer e que aliás eles sempre fizeram.
Mas, para piorar um pouco as coisas, não é uma metáfora. Metáfora é quando uma coisa significa outra coisa, por exemplo o leão significa o Sol ou o Sol significa o rei. Entre o signo e o significado há  uma diferença de espécie. Quando o sr. Iasi explica que “não se trata de uma pessoa e outra conversando, muito menos uma posição pessoal” e sim de “uma metáfora de um encontro de classes numa situação dramática”, ele só prova que não sabe o que é metáfora.
Na figura de linguagem que ele emprega, o proletário e o burguês não significam coisas de outras espécies, mas sim as espécies respectivas a que eles realmente pertencem: o proletário significa o proletariado, o burguês a burguesia. Isso não é uma metáfora de maneira alguma, é uma metonímia – não uma relação analógica entre coisas especificamente distintas, mas a relação lógica entre a parte e o todo. O sentido do trecho citado não é portanto o de uma ameaça de homicídio, mas de genocídio: não é este proletário que deve matar este burguês em particular, mas o proletariado como um todo que deve exterminar a burguesia inteira.
Já é uma palhaçada deprimente que um sujeito que ignora a distinção elementar entre metáfora e metonímia pose de grande conhecedor da literatura e se dirija aos seus leitores como a um bando de iletrados que “não são muito afeitos a poemas”. Porém mais grotesco ainda é que, ao tentar dar à sua convocação truculenta os ares inofensivos de uma “metáfora poética”, ele não percebesse que, com a ajuda de Brecht, estava confessando seu desejo de saltar da escala do homicídio para a do genocídio.
Raramente uma tentativa de fazer-se de coitadinho  resultou tão flagrantemente numa confissão de culpa ampliada. Por isso é que, quando me perguntam se alguém é comunista por burrice ou por maldade, respondo que é por uma união indissolúvel das duas coisas. Nada emburrece mais do que o esforço contínuo de camuflar a própria maldade sob um travesti de inocência ofendida. E ninguém se dedica a esse esforço com mais persistência do que os comunistas.
20 de novembro de 2015
Olavo de Carvalho

ISLAMOFOBIA UMA OVA!

É preciso pôr as coisas na balança, atribuindo ao horror o peso que ele tem. Se existe o Islã pacífico, que se manifeste então com mais do que condolências retóricas

O melhor marketing do mundo é o das comunidades islâmicas -e notem que nem vou discriminar se dessa ou daquela, já que o islamismo, por ser uma religião descentralizada, tem muitas vertentes, incluindo as que se matam mutuamente. Nota à margem: para escândalo do Corão, os muçulmanos são os que mais fazem correr o sangue muçulmano!

No sábado de manhã, não se sabia ainda o número de mortos dos atentados na França. Mais de 100, dizia-se. Os feridos, também incertos, mais de 300. E a imprensa internacional e nacional já estava debatendo a islamofobia.

Convenham: os articuladores dessa estratégia merecem um prêmio. Os corpos ainda estavam no chão, crivados de balas. Mas se especulava sobre a perseguição injusta a que os muçulmanos seriam supostamente submetidos.

Na GloboNews, um professor da Universidade Federal Fluminense advertia para o oportunismo dos reacionários e dizia que um governo direitista na Europa é tudo o que quer o Estado Islâmico.

Sob a gestão do esquerdista François Hollande, houve dois atentados brutais na França em 10 meses. A direitista Angela Merkel, da Alemanha, abriu as portas para os refugiados. Esses "analistas" não precisam estar certos, mas apenas estar "do lado certo" das milícias do pensamento.

Na terça, na mesma emissora, uma autoridade islâmica era entrevistada no Brasil. O rapaz se esforçava para se solidarizar com os familiares dos mortos, mas a repórter estava obcecada pela islamofobia.

Ele fugia do assunto e exaltava a integração religiosa no Brasil, e a moça insistia na islamofobia. Ele driblava, mas o gerador de caracteres no pé da tela anunciava: "Comunidade islâmica teme preconceito..." O tema, afinal, era a... Islamofobia, e entrevistado nenhum tem o direito de estragar a pauta. Mesmo sobre 129 cadáveres.

É evidente que islâmicos inocentes não podem pagar pelos culpados, mas é preciso ter um mínimo de decoro para, ao menos, velar as reais vítimas do dia. Ou as vítimas da semana. Ou as vítimas de um tempo. Os cristãos mortos, só por serem cristãos, podem chegar a 100 mil por ano em todo o mundo, segundo o Observatório de Liberdade Religiosa, da Itália. Seus algozes são milícias islâmicas. Quem se ocupa da "cristofobia", inclusive no Ocidente?

Onde estava o Islã pacífico em janeiro deste ano, quando houve o massacre no "Charlie Hebdo"? Até por aqui li alguns "sensatos", com ou sem religião, a acusar o jornal de, afinal de contas, ter "exagerado". Digamos que tivesse. Admitiremos o assassinato na escala das reações, como a dizer: "Ok! Não desenharemos o Profeta, e vocês não nos matam"?

É preciso que a gente comece a pôr as coisas na balança, atribuindo ao horror o peso que ele tem. Se existe o Islã pacífico –árabe, persa, turco, indonésio, paquistanês, afegão–, que se manifeste então com expressões mais claras do que condolências retóricas.

Na terça, no jogo amistoso entre as seleções da Turquia e da Grécia, em Istambul, vimos o estádio vaiar em peso o minuto de silêncio em homenagem às vítimas. Os turcos presentes aplaudiam os terroristas.

Perdoem-me a crueza, mas aquela não era uma vaia de alguns extremistas. Era a expressão de uma cultura. Era o barulho de uma forma de viver a religião. E olhem que o país não é um exemplo de "extremismo islâmico", certo?

E que, se saiba, a Turquia do religioso e autoritário Recep Tayyip Erdogan não pediu desculpas ao mundo.

Não adianta tapar os ouvidos. Em que país islâmico aquela vergonha não se repetiria?



20 de novembro de 2015
Reinaldo Azevedo

LIBERDADE AMEAÇADA

Talvez não exista na literatura jurídica internacional garantia mais sólida para a preservação da liberdade da imprensa do que a Primeira Emenda à Constituição dos EUA:

"O congresso não deverá fazer qualquer lei a respeito de um estabelecimento de religião, ou proibir o seu livre exercício; ou restringindo a liberdade de expressão, ou da imprensa; ou o direito das pessoas de se reunirem pacificamente, e de fazerem pedidos ao governo para que sejam feitas reparações de queixas”.

É notável a objetividade do direito anglo-saxão assim como a tradição no reconhecimento do papel vital da liberdade de imprensa como parte constituinte de qualquer estrutura democrática digna desse nome.

Em outras palavras: não pode haver democracia sem liberdade de imprensa.

A Constituição brasileira de 1988 também garante plenamente o exercício da liberdade de imprensa e de expressão e garante também o direito de resposta, remetendo ao Código Penal em vigor (crimes de calúnia e difamação, em honra e reputação-subjetiva e objetiva).

A antiga Lei de Imprensa, editada durante o regime militar, foi considerada extinta pelo Supremo Tribunal Federal, ultrapassada que foi pela CF 88, mas como ela estabelecia um rito para o exercício de direito de resposta, o rito acabou sepultado junto com ela.

Os legisladores consideraram que ficou faltando o estabelecimento de normas e ritos mais claros para o exercício de direito de resposta, e aproveitando-se da omissão da própria imprensa em cuidar de auto regulamentar-se para cobrir essa lacuna, criaram uma lei cuidando de potencializar a salvaguarda de seus próprios interesses.

A Lei do Direito de Resposta, de autoria do senador Roberto Requião, repete o pecado de muitas das leis formuladas pelo nosso Legislativo: mal formulada, ambígua, deixa espaço para todas as intepretações possíveis. E estabelece um rito extremamente desigual, em prejuízo dos direitos das empresas de comunicação, tanto que a OAB está contestando a sua constitucionalidade no Supremo.

O artigo 2o, em seu parágrafo 1o, pode dar margem a interpretações tão elásticas, que acaba, a rigor, estabelecendo uma espécie de delito de opinião, que a Constituição teve o cuidado de evitar:

“Para os efeitos desta Lei, considera-se matéria qualquer reportagem, nota ou notícia divulgada por veículo de comunicação social independentemente do meio ou plataforma de distribuição, publicação ou transmissão que utilize, cujo conteúdo atente, ainda que por equívoco de informação, contra a honra, a intimidade, a reputação, o conceito, o nome, a marca ou a imagem de pessoa física ou jurídica identificada ou passível de identificação.”

As notícias sobre os depósitos na Suíça atentam contra o conceito, o nome ou imagem de Eduardo Cunha? Se um produto qualquer for recolhido ou proibido pela Vigilância Sanitária a notícia sobre essa apreensão atentará contra o conceito e a marca doproduto ? Inequivocamente sim. Mas o que fazer? Deixar de publicar a notícia?

Não por acaso, os dois primeiros políticos que manifestaram a intenção de recorrer à nova lei, são exatamente Eduardo Cunha e Delcídio Amaral, citado pelo delator Fernando Baiano como beneficiário de uma propina entre R$ 1 milhão e 1,5 milhão na Operação Lava Jato.

O direito de resposta já foi oferecido aos dois acusados pelos próprios meios de comunicação que publicaram a notícia. Mas ao recorrer à Justiça, o que eles querem não é dar a sua versão sobre os fatos, mas impedir que as denúncias sejam publicadas.

A Lei do Direito de Resposta, pelas suas imperfeições, é uma claríssima ameaça à liberdade de informação e de expressão.


20 de novembro de 2015
Sandro Vaia

CUNHA E OS IMBECIS

BRASÍLIA - O tumulto de ontem deixou claro que Eduardo Cunha não tem mais condições de presidir a Câmara. O deputado usa o cargo para perseguir adversários, sufocar o Conselho de Ética e atrapalhar a investigação que pode cassar seu mandato.

As manobras para impedir o funcionamento do conselho começaram na véspera. Num procedimento incomum, a direção da Câmara ameaçou não liberar um espaço para a leitura do relatório contra Cunha. "Seria o fim do mundo", reagiu o presidente do grupo, José Carlos Araújo.

A ideia foi abortada, mas a tropa de Cunha não jogou a toalha. Na manhã de quinta, tentou derrubar a sessão por falta de quorum. A operação teve apoio do PT, que parece sofrer da síndrome de Estocolmo. Depois de um ano apanhando, o partido se apaixonou pelo algoz e agora tenta salvá-lo da cassação.

Quando o conselho finalmente começou a trabalhar, o peemedebista Felipe Bornier declarou que a sessão estava cancelada. O anúncio provocou revolta no plenário.

"Isso é uma aberração", protestou Mendonça Filho, do DEM. "É autoritarismo", emendou Betinho Gomes, do PSDB. "Chega de enganação!", gritou Chico Alencar, do PSOL. O presidente do conselho, que é do PSD, cobrou respeito. "Esta Casa não pode ficar enxovalhada", afirmou.

A situação já saía de controle quando duas vozes femininas se levantaram contra Cunha. A veterana Luiza Erundina, do PSB, conclamou os colegas a abandonar o plenário. "Não há condição nenhuma de manter uma vergonha como essa", disse.

A tucana Mara Gabrilli, que é tetraplégica, usou um recurso da cadeira de rodas para ficar de pé e encarar o deputado. "O senhor está perdendo a cada dia a legitimidade", afirmou. "Chega, presidente. Levanta da cadeira, Eduardo Cunha", pediu.

Com o plenário em silêncio, Gabrilli fez um desabafo em nome dos colegas. "O senhor nos chama de imbecis", reclamou. Também vale para os eleitores, deputada.


20 de novembro de 2015
Bernardo Mello Franco

PENSAMENTOS AVULSOS

A cabeça não para de girar com a força dos acontecimentos que nos esmagam e angustiam. São tantas as barbaridades, de todo tipo, tamanho e feitio, o Homem cada vez mais minúsculo, cada vez mais afastado do amor ao próximo, que fica difícil escolher falar de um só desses acontecimentos, mencionar este e não aquele...

A carnificina em Paris será mais monstruosa do que o assassinato do rio Doce? Meu coração diz que sim, mas ver o rio morrer levando com ele a rica flora e fauna da região que banha há centenas de anos uma das regiões mais significativas da história do Brasil não será tão duro quanto saber que 129 jovens morreram debaixo de um grande tormento em nome de tiranos estúpidos e cruéis?

C.S.Lewis, o grande escritor inglês autor de 'As Crônicas de Narnia', nos deixou esta mensagem: “ De todas as tiranias, aquela que é exercida para o bem das vítimas é a mais opressiva. É melhor morrer sob os barões que nos assaltam do que sob os intrometidos que se ocupam em regular a vida e a mente dos outros. A crueldade dos barões corruptos pode, por vários motivos, ter intervalos de pane, de trégua, de catatonia. Sua cupidez pode, em certo momento, ser saciada; mas os que nos atormentam pelo nosso bem o farão sem descanso porque o fazem de acordo com a aprovação de sua consciência perturbada”.

Vamos acabar com a civilização ocidental porque um dia, há muito tempo, o homem se deixou levar por uma ambição desmedida e quis dominar o mundo?

E tudo o que deixaram de bom como herança cultural vai ser esquecido em nome de quem? De um Alá que eles estão recriando e que não tem nada a ver com o Alá do Corão?

Os cristãos pecaram com sua inquisição brutal, mas foram vencidos. Será que o mundo não vai vencer a estupidez desse Islã de fancaria?

Beirute, que já foi chamada de Paris do Oriente, merece esse suplício?

Damasco, por onde caminhou Paulo, o grande santo da Cristandade, mereceria cair nas mãos de alucinados que em nome de Alá prometem 72 lindas virgens no paraíso aos que se martirizam pela causa? Às mulheres prometem o inferno em vida e depois da morte, o que é que lhes prometem?

Da minha parte, ouso dizer que detesto o politicamente correto, os direitos humanos que nos desrespeitam em nome do quê mesmo? Para mim, os radicais islamitas são seres inferiores que invejam o que o europeu construiu.

Se Churchill, Stalin e Roosevelt fossem politicamente corretos a Europa não teria resistido aos horrores da II Guerra Mundial. Ainda bem que eles foram fortes e souberam lidar com a violência, o último refúgio do incompetente, segundo Isaac Azimov. Hitler e sua Wermacht eram canalhas que foram tratados como mereciam.

Um novo espectro assombra a Europa. O futuro, as crianças, não pode ficar nas mãos desse medo. A União Europeia, os EUA, a Rússia, estão se unindo e unidos vencerão os sub-humanos que não respeitam seus filhos. A islamofobia não é uma solução. Os refugiados devem ser respeitados, desde que respeitem quem os acolhe.

Falta ao político, de todos os partidos, também se unir em nome da Paz e deixar de se preocupar com a derrubada do partido que está no poder. Cabe aos que estão no leme, hoje, a pior missão. Nós só podemos, os civis, cada um com a força de sua Fé, seja ela qual for, pedir a Deus que a razão volte a reinar no mundo.

E encerro novamente me valendo de C. S. Lewis: “ O futuro alcança todos nós à razão de sessenta minutos por hora, não importa quem somos ou o que fazemos".

Vai chegar. É bom não esquecer.



20 de novembro de 2015
Maria Helena R R de Sousa

O HUMOR DO DUKE...

Charge O Tempo 20/11

20 de novembro de 2015

O ÓPIO DO POVO

O escritor, filósofo, crítico literário italiano Umberto Eco, traduzido em mais de quarenta idiomas, autor do clássico "O Nome da Rosa", lançou outro bom romance -"Número Zero", que já é um sucesso, e deu uma interessante entrevista à Veja. Aludiu, sobre a dimensão decorrente de um seu recente comentário, onde disse que a internet dá voz a uma multidão de imbecis.

Esclareceu que não estava falando quanto ao caráter das pessoas; tratava-se das redes sociais: tem muita gente que passa a opinar a respeito de temas que não entende e isso navega como uma nuvem em tempo adverso. Enfim, sugere que é preciso filtrar, refletir e distinguir os dados. Hoje a escola deveria ter como matéria a análise sobre fontes e conteúdo na rede, essencial para os instigantes desafios desses novos tempos. Até os jornais e televisão são vítimas dessa praga resistente da má informação.

Entre as piores dessas variáveis, exploradas nas redes digitais, que inquietam milhões de pessoas e demandam perda de tempo e recursos às sociedades e aos estados, estão as tais teorias conspiratórias. Isso também foi explorado na literatura do Umberto Eco, tanto no "O Pêndulo de Foucault", como no recente "Número Zero". Ele distingue as conspirações reais das falsas. As primeiras são invariavelmente descobertas. As falsas ficam difíceis de desmenti-las e por isso se prestam à manipulação, tal qual a propaganda da falsa conspiração dos Protocolos dos Sábios de Sião contra os judeus, garimpada e abusada por Hitler. Milhões de pessoas foram enganadas e outros milhões morreram.

As teorias conspiratórias são tão antigas quanto o pensamento humano. Assim como as religiões, a sua base é a fé desmedida. As ideologias, base das teorias conspiratórias, são essencialmente variações desses entorpecentes sociais. As mais persistentes são armadas para dificultar as evidências contraditórias. Seus defensores argumentam que possíveis contraprovas apenas reforçam a teoria, pois seus conspiradores são mestres em distrair a atenção de seu real poder.

Entretanto, essas teorias são sistemas fechados de pensamento opostos à visão de um mundo dinâmico, mutável e aberto ao liberalismo. Na prática são uma forma de socialismo, onde poucos manipulam os processos econômicos e sociais para os seus próprios fins. Essa farsa complica-se diante de um mundo social complexo.

A humanidade, apesar de passar por experiências amargas, ainda tropeça em seus punhais e venenos. Para sustentar as bases de um projeto de poder é fundamental a hegemonia de um tirano e sua claque, sempre embasados por um fundo conspiratório. Os nefastos Fascismo, Nazismo hoje são apenas sombras na história, outras pragas, como o comunismo, o anarquismo e o fundamentalismo tentam sobreviver, sob novas roupagens, como o Estado Islâmico, querendo aniquilar outras etnias, impor credo, conquistar o mundo e destruir culturas.

Aqui na América Latina, o populismo, impregnado com o DNA vermelho do marxismo, hoje maquiado de socialismo, conseguiu trunfos passageiros. Porém, esse engodo não resiste a realidade e o tempo. Os tais ganhos do assistencialismo populista se perdem na fumaça. Infelizmente, essa anestesia ideológica paralisa a evolução de uma democracia. Décadas e oportunidades de melhoria são perdidas.

Países que se vacinaram contra esse mal, como a Coreia do Sul, destacando-se o eficaz projeto educacional, avançaram na democracia. Enfim, uma pátria realmente educada e consciente jamais será vítima de quaisquer tipos desses ópios do povo.



20 de novembro de 2015
Carlos Alberto da Cás

OS LIMITES DO ENTRECHOQUE DAS VONTADES


Caros amigos


Não fosse a crise, criada pela desonestidade e pela incompetência do PT e seus aliados, a etapa do pleno aparelhamento do estado e da cooptação dos oportunistas e inocentes úteis já teria sido completada no Brasil.

O caos mostrou a realidade e fez com que os menos ignorantes enxergassem o quanto foram ingênuos ou omissos face às suas obrigações políticas, provocando mudança no fiel da balança e a necessidade de alterar o que foi feito.

Resta saber se os desmascarados entregarão resignados os postos e privilégios com os quais se têm locupletado e lambuzado, desde o primeiro mandato da era pós moral, sob a liderança do Sr Lula da Silva, já que o projeto de poder ditatorial do PT é mafioso e não incluiu a possibilidade de ser descoberto e rejeitado antes da hora.

Nossos vizinhos, também vítimas dos acordos espúrios arquitetados no Foro de São Paulo, seguem no mesmo caminho. A afirmação de que "a América Latina vai ser toda comunista" está ruindo como as barragens que a partir de Mariana, em Minas Gerais, destroem, com lama e rejeitos, a vida, as lavouras, a fauna e a economia da região!

Como diz o ditado, "não há mal que sempre dure, nem há bem que nunca acabe" e está chegando o fim desse tempo e eles terão que sair. Aí fica a pergunta: "O que os fará entregar o poder? As urnas? A vontade do povo? A justiça? A lei e a ordem? Ou a força das Forças?"

A resposta é "não interessa", porque, sejam quais forem os meios a serem empregados na retomada do poder, eles devem ser rigorosamente pacíficos, legais e legítimos.

A Sra Dilma Rousseff, o PT e seus aliados serão removidos para que os brasileiros, escaldados por seus próprios erros, façam novas escolhas.

prego dos meios legais, deve ser gradativo e judicioso de forma a evitar a aplicação de força que não a da lei e da ordem. A expectativa da sociedade, ordeira e pacífica, não deve privilegiar outra possibilidade.

A maioria do povo brasileiro tem deixado muito clara a sua vontade e, apesar de tudo que vê e sabe a respeito do aparelhamento e do comprometimento de parte significativa dos demais poderes da República, deve dar crédito à prevalência do bom senso das autoridades constituídas para que não haja necessidade de chegar-se ao emprego da força legal para que os usurpadores desocupem suas posições, entreguem os cargos e tomem o rumo que já lhes conferiu o desprezo nacional!

Deus é justo e sabe que estamos fazendo a coisa certa e não nos inibe de rezar e de pedir-Lhe que não permita que o entrechoque das vontades ultrapasse os limites das manifestações pacíficas, das tribunas e dos tribunais.

Assim, repetindo Santo Inácio de Loyola, vamos continuar agindo como se tudo dependesse de nós e rezando como se tudo dependesse de Deus, porque a vitória será nossa!



20 de novembro de 2015
Paulo Chagas

O MINISTRO DA FAZENDA COM QUE SONHA LULA


Sonhos são sonhos. Não têm de ter respaldo na realidade. Lula quer Joaquim Levy fora do governo. Mas o novo ministro da Fazenda com que sonha não tem contrapartida no mundo real. A figura que Lula vislumbra em seus devaneios é um ser híbrido, que tem a cabeça de Nelson Barbosa e a reputação de Henrique Meirelles.

Lula vem arguindo que o “prazo de validade” de Joaquim Levy venceu. Que, fixado na ideia de ajuste fiscal, o ministro acabou aferrado a um discurso de desesperança, impossível de vender. 
Embora o ajuste fiscal ainda esteja por ser feito, Lula acha que é hora de ter à frente do Ministério da Fazenda alguém que se disponha a adotar políticas de estímulo à demanda, que permitam ao governo vender esperança e alardear que já é possível vislumbrar a retomada da economia.

O ex-presidente está convencido de que Meirelles é o nome perfeito para desempenhar esse papel. Mas Dilma resiste. A presidente nunca se deu bem com Meirelles. Oito anos de penosa convivência dos dois, quando ambos ocupavam posições destacadas no governo Lula, só reforçaram essa falta de empatia.

Por ser isso tão notório, Dilma tem consciência de que ceder a mais essa investida do ex-presidente seria a confirmação definitiva de que já não há mais limites para a intervenção de Lula em seu governo. Um passo desajuizado para uma presidente que luta desesperadamente para se manter no cargo.

Ademais, Dilma não parece estar convencida de que a guinada de política econômica preconizada por Lula seja acertada. Na posição delicada em que a presidente se encontra, seu cálculo político já não se confunde com a de seu mentor. E, mesmo que estivesse convencida, ainda teria boas razões para se perguntar se Meirelles estaria de fato disposto a levar adiante o que Lula tem em mente.

Que Henrique Meirelles não confia em Dilma Rousseff parece mais do que claro. Se confiasse, não teria exigido carta branca para nomear toda a equipe econômica, como vem sendo noticiado. Entre seus muitos entreveros com Dilma Rousseff, ao longo dos dois governos Lula, Meirelles certamente não terá se esquecido de abril de 2008, quando, na esteira de uma conspirata desenvolvimentista orquestrada pela Fazenda e pela Casa Civil, quase foi ejetado do Banco Central.

Acabou salvo pelo gongo, em 30 de abril daquele ano, quando se soube que a agência Standard & Poor’s havia elevado a classificação de risco do país a grau de investimento. Com Lula eufórico com o “momento mágico” em que Brasil havia sido “declarado um país sério”, a conspiração teve de ser abortada, e Meirelles ganhou longa sobrevida no cargo. Atravessou todo o período em que a política econômica passou a ser conduzida sob a bandeira da nova matriz. E chegou incólume ao final do segundo mandato de Lula.

Não estivessem na difícil situação em que se meteram, Lula e Dilma estariam plenamente de acordo quanto ao perfil do ministro que gostariam de ver na Fazenda. E prefeririam Barbosa a Meirelles. Mas tanto Dilma como Lula bem sabem que, a esta altura, a nomeação de Nelson Barbosa para a Fazenda pode ser a gota d’água.

O que Lula contempla, agora, é a possibilidade de que alguém com a reputação de Meirelles se disponha a fazer boa parte do que Barbosa faria na Fazenda. Mas estará Meirelles disposto a desempenhar esse papel?

Em face das dificuldades de convencer Meirelles a se juntar a um governo quase desenganado, para conduzir uma política econômica em que não acredita, Lula já não sabe o que mais lhe prometer. Em coluna no “Valor” de 11/11, Cristiano Romero mencionou que emissários de Lula chegaram até a acenar com a ideia de Meirelles vir a ter no governo Dilma a trajetória que FH teve no governo Itamar, sugerindo que seu sucesso como ministro da Fazenda poderia lhe levar à Presidência da República.

Por maiores que sejam suas ambições políticas e por mais envaidecido que possa ter ficado com o vaticínio de um final de carreira tão triunfal, é difícil que Meirelles se deixe seduzir por tal miragem. Mas impossível não é. A natureza humana é uma inesgotável caixa de surpresas.


20 de novembro de 2015
Rogério Furquim Werneck

PREVARICAÇÃO

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não faz nenhuma questão de parecer o que não é. Age exatamente como se espera de alguém que chegou ao topo como representante da ralé política, para a qual o poder é construído e mantido exclusivamente à base de chantagem e fisiologismo. Para políticos como Cunha, não há parceiros de negociação em torno de uma pauta comum, de interesse do País; em vez disso, há reféns de articulações opacas que se prestam a proteger negócios, amealhar prebendas e garantir impunidade.

Fiel a seu estilo, Cunha manda recados pela imprensa para avisar que dispõe de trunfos para prejudicar a presidente Dilma Rousseff caso prospere o processo que corre contra ele no Conselho de Ética da Câmara, repleto de evidências indecorosas que, em qualquer país sério, já teriam bastado para lhe cassar o mandato.

Na quarta-feira passada, Cunha mandou vazar para os jornalistas o conteúdo das conversas que manteve com deputados aliados uma semana antes, nas quais teria dito que são remotas as possibilidades de que aceite o processo de impeachment contra a petista ainda neste ano. Ficará para 2016, “no mínimo”, conforme informou o Estado. Com razão, a advogada Janaína Paschoal, uma das signatárias do pedido de impeachment, lembrou que Cunha pode ser enquadrado no artigo 319 do Código Penal – crime de prevaricação – por não cumprir seu dever de ofício em razão de interesses pessoais. “Cunha está segurando o processo para se segurar no cargo”, disse Janaína.

Note-se que a “opinião” de Cunha a respeito do impeachment da presidente, dada dias antes, foi tornada pública somente na véspera da sessão em que o Conselho de Ética analisaria o relatório que pede a continuidade do processo que investiga o deputado. O timing não poderia ser mais revelador.

Usando a parte mais rastaquera da baixa política, Cunha condicionou a sobrevivência de Dilma no cargo à sua própria. E parece ter funcionado: os três correligionários da presidente que integram o Conselho de Ética colaboraram para que não houvesse quórum para a abertura da sessão, ontem de manhã. Mas 50 minutos depois do horário previsto o número mínimo foi atingido, o que deu margem a que a tropa de choque a serviço de Cunha tumultuasse a sessão, com o apoio de deputados petistas.

As artimanhas de Cunha não pararam por aí. No instante em que o Conselho de Ética estava se reunindo, o presidente da Câmara manobrou para que os trabalhos de todas as comissões em funcionamento na Casa fossem suspensos, inclusive a que julgaria o processo contra ele, permitindo sua reabertura somente depois que toda a pauta de votações e debates em plenário fosse concluída.

Mais tarde, Cunha passou a presidência da Casa ao deputado Felipe Bornier (PSD-RJ) para que ele anulasse a sessão do Conselho de Ética, sob o argumento de que o quórum fora atingido com atraso de 50 minutos, bem como todos os atos do colegiado. Diante da indignação de vários deputados – que deixaram o plenário aos gritos de “vergonha” –, porém, Cunha recuou e suspendeu a decisão de Bornier.

Cunha é um ás do regimento da Câmara e mostrou que pretende usá-lo para protelar indefinidamente o processo no Conselho de Ética. Para isso, no entanto, o deputado precisa da colaboração dos petistas, obtida, como já está claro, por meio de chantagem ao governo.

É evidente que, quando o ex-presidente Lula mandou o PT aliviar a barra de Cunha, não o fez somente porque o presidente da Câmara ameaçara emparedar Dilma. O chefão petista aproveitou o ensejo para obter inestimáveis favores de Cunha. Este, sendo quem é, cumpriu sua parte: mandou seus aliados impedirem que ex-ministros e familiares de Lula fossem convocados para depor em comissões de inquérito.

Assim, enquanto Cunha e Lula se unem nesse pacto degradante, o presidente da Câmara dá preciosas aulas de como é possível rebaixar a política a uma atividade em que a única virtude é a malandragem.



20 de novembro de 2015
Estadão

DILMA É A VERSÃO HUMANOIDE DO TSUNAMI DE LAMA


PASADENA NÃO PASSARÁ

Passa, passa, Pasadena. Não passou. A refinaria no Texas que deu prejuízo de US$ 700 milhões reaparece agora com novo nome: Ruivinha.

Ninguém faria um negócio desses, tão prejudicial ao lado brasileiro, se não gastasse alguns milhões de dólares com propina. Agora, está comprovado que houve corrupção. Há até uma lista preliminar de quem e quanto recebeu para aprovar a compra de uma refinaria enferrujada, docemente tratada pelos próprios compradores como a Ruivinha.

A Operação Lava Jato tem elementos para pedir a anulação da compra e o dinheiro de volta. Acontece que Pasadena está no Texas. Foi uma transação realizada na esfera da legislação americana. Necessariamente, a Justiça dos EUA terá de analisar todos os dados enviados pelas autoridades brasileiras e, eventualmente, pedir outros.

Existe uma questão cultural e política no caminho. Os americanos não conseguirão ver a compra de Pasadena só como uma conspiração criminosa de quadros intermediários da empresa que comprou. A tendência natural será verticalizar a investigação. Quem eram os responsáveis pela Petrobrás, como deixaram que isso acontecesse?

Não só nos EUA, como em outros países, os dirigentes máximos são responsáveis, mesmo quando alegam que não sabiam de nada. Numa empresa privada, se uma direção fizesse um negócio tão desastroso, renunciaria imediatamente e responderia aos processos legais fora do cargo. O caso de Pasadena, se internacionalizado, como na verdade tem de ser, vai pôr em choque a tolerância brasileira com os dirigentes que alegam não saber de nada.

A própria Petrobrás deveria pedir a anulação da compra de Pasadena. No entanto, isso é feito pela Lava Jato. A empresa assim mesmo, parcialmente, só reconhece que Pasadena foi um mau negócio. Ainda não caiu a ficha de que foi uma ação criminosa, que envolve também os vendedores belgas. Por isso é bom internacionalizar Pasadena. A Justiça americana poderá cuidar do vendedor belga, mais fora de alcance da brasileira.

Uma pena a Petrobrás ainda não ter percebido seu papel. É uma questão político-cultural. A própria Dilma diz que não sabia de nada porque teria sido enganada por um relatório. Esse impulso de jogar para baixo toda a culpa já aparecia no mensalão, quando Lula se disse traído.

Duas grandes empresas brasileiras vivem um inferno astral. Petrobrás e Vale: o maior escândalo de corrupção no País, o maior desastre ambiental de uma associada.

No caso do mar de lama lançado no Rio Doce, com mortes e destruição pelo caminho, os dados técnicos e científicos ainda não foram divulgados. Mas já se sabe que os mecanismos de contenção, filtragem e escoamento nas barragens mineiras já não são usados em alguns países do mundo. Há métodos mais modernos, possivelmente mais caros. Isso questiona toda uma política de investimento, no meu entender, de forma semelhante ao que ocorre no setor público.

O Brasil ainda não universalizou o saneamento básico porque são obras que não aparecem, não rendem votos.

Nas empresas privadas, como na Vale e na própria Samarco, existem políticas ambientais, mas também uma preocupação com a margem de lucro. A sustentabilidade nem sempre responde rápido ao quesito lucro.

Muitas pessoas veem o princípio de precaução – um dos temas que a ecologia política levantou – como um exagero de ambientalistas apocalípticos. Em termos econômicos, a precaução revela a sua importância no longo prazo: quanto custa um desastre ambiental? Quanta custa a renovação dos equipamentos?

Uma semana nas margens do Rio Doce, pontuada por um atentado terrorista em Paris, me entristece. No entanto, fica cada vez mais claro que é o mundo que temos e é preciso encará-lo. Não há como escapar.

As coisas só pioram na economia e o País se limita a contemplar o próprio declínio. Não há uma resposta política. O Congresso é um pântano. Só haverá um pouco de esperança no ar se discutirmos um caminho para depois desse desastre. O PT propõe apenas entrar no cheque especial e continuar entupindo o País com carros e eletrodomésticos.

Além dos passos políticos e econômicos, será preciso considerar algo que ainda não foi acrescentado à corrente descrição da crise. Não é só econômica, política e ética. Vivemos também numa crise ambiental. No cotidiano, documento problemas agudos de falta d’água, cachoeiras reduzidas a fios, rios secando e, agora, o Doce levando este golpe lamacento. Há uma seca prolongada em grandes regiões do País, queimadas aparecem em vários lugares, algumas em áreas teoricamente protegidas.

Políticos convencionais tendem a subestimar a importância que as pessoas dão hoje à crise ambiental. Não é preciso percorrer os lugares atingidos pela lama. As cidades ameaçadas por barragens vivem em tensão.

A oposição, homens e mulheres que foram eleitos e ganham para isso, deveriam estar propondo alguma coisa para superar essa crise, que tem muitas cabeças. Se eles não têm ideia do que propor, pelo menos poderiam sair perguntando, sentir os anseios de renovação e deduzir algo deles.

Muito se falou de pauta-bomba nesse Congresso. Essa etapa está quase passando. Eles inauguraram a pauta-míssil: repatriar dinheiro suspeito e uma patética lei sobre a imprensa.

Neste momento da História do País, apesar de morto politicamente, o governo, que tem seus tentáculos na Justiça, agora pode brandir uma espada sobre a cabeça dos jornalistas. Começam dizendo que você não viu o que está acontecendo porque sofre de miopia ideológica. Em seguida, tomam precauções para que os juízes de linha justa os liberem: agora, preparam o caminho para punir quem divulga a verdade que os ofende.

É o tipo de lei que, mantida com esse texto, acaba sendo um convite a desobedecer. Lembro-me de que escrevi uma apresentação da edição brasileira do Desobedeça, de Henry David Thoreau. Voltarei ao livro em busca de inspiração.



20 de novembro de 2015
Fernando Gabeira

DESVENDANDO A "LAMA INERTE" QUE VAZOU DA BARRAGEM DA SAMARCO EM MG

É inadmissível que, 14 dias depois do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), a empresa, sociedade da Vale com a BHP, não tenha ainda apresentado ao público um laudo químico completo e detalhado sobre o que continham os rejeitos de beneficiamento do minério de ferro. Foram 55 milhões de metros cúbicos de rejeitos, cuja avalanche deixou até aqui 11 mortos (4 não identificados), 12 desaparecidos, mais de 600 pessoas desabrigadas e um mar de lama que escorrega em direção ao Atlântico pelo rio Doce. Seu impacto ambiental e social ainda está longe de ser mensurado.

A Samarco disse em seu site que o rejeito é “inerte”, composto em sua maior parte por sílica (areia), e que “não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde”. OK, mas é muito pouco para um desastre desta natureza. Por que a empresa não apresenta o laudo químico completo?

O diretor de um sindicato de trabalhadores em mineração da região me explicou por telefone que a empresa usava reagentes químicos como amido, amina e soda em seu processo industrial. Somente a Samarco pode informar se estes produtos químicos, independentemente de serem inertes, estavam dentro da barragem que vazou. No dia seguinte ao rompimento, um repórter de O Globo escreveu: “o cheiro da tragédia era de barro misturado com soda caustica”. Além de areia, o que havia exatamente ali? Já sabemos que a maior parte era sílica, OK, mas e o resto? Em quais quantidades e concentrações?

A informação é fundamental para dar segurança às populações diretamente impactadas. Não à toa pessoas em Governador Valadares (MG), por onde passaram os rejeitos há 7 dias, não querem tomar a água tratada do rio. Mas não só isso. Conforme os rejeitos descem pelo rio Doce – a esta altura a mais de 700 quilômetros do local da barragem rompida – a lama vai carregando poluições outras, de forma que fica impossível estabelecer o que veio da Samarco e o que veio de outras fontes, pois há outras indústrias no caminho. “Sem o laudo químico original será impossível estabelecer, ao longo do rio, a pegada de poluição da mineradora”, me explicou Moacyr Duarte, pesquisador do Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental (Garta) da Coppe/UFRJ.

Falei também Gergely Simon, do Greenpeace em Budapeste, na Hungria. Simon acompanhou de perto um desastre ambiental na cidade húngara de Kolontar, no ano de 2010, quando vazou o material de uma indústria de alumínio para o rio Danúbio. Mostrei a ele o resultado da análise de água encomendada pela prefeitura do Baixo Guandu (ES), quando a lama passou por lá alguns dias atrás – e que indicou alta porcentagem de ferro, arsênio e bário. Mas como a lama já havia viajado mais de 400 quilômetros até o momento da coleta, Simon fez a pergunta óbvia: “mas e o laudo químico do que continha a barragem? Sem esta informação, a análise fica comprometida, inclusive para se detalhar a extensão da responsabilidade dos envolvidos no vazamento em relação aos efeitos no percurso do rio. Sem este DNA, investigações futuras serão falhas”, alertou.

Em breve a lama inerte chegará ao Atlântico. Transformar seu conteúdo original em mistério será um acinte. Que autoridades ambientais federais e estaduais de Minas Gerais não estejam cobrando isso publicamente das empresas de forma enérgica é incompreensível (depois não se sabe de onde vem a profunda crise de representação que vivemos). 

Mal comparando, é como se após um desastre de avião com vítimas fatais, a companhia aérea ignorasse a existência da caixa preta. É tragável?



20 de novembro de 2015
Rogério Jordão

NEGÓCIOS DA PETROBRAS EM ANGOLA E ESTADOS UNIDOS FINANCIARAM A ELEIÇÃO DE LULA EM 2006, REVELA EX-DIRETOR DA PETROBRAS




Lula e o ditador de Angola, José Eduardo dos Santos, em foto do Blog do Planalto.
A revista Veja que costuma chegar às bancas aos sábados decidiu adiantar a edição e já está nas bancas. O destaque da capa concentra-se no ataque terrorista ocorrido em Paris. Mas no miolo é que está a reportagem mais importante que revela a Conexão-Angola e envolve diretamente Lula no maior esquema de corrupção da história do Brasil. 
Quem deu o "caminho da roça" para os investigadores da Operação Lava Jato foi um depoente voluntário. Leiam:
Em abril do ano passado, um funcionário de carreira da Petrobras, com trinta anos de casa, procurou a Polícia Federal oferecendo-se para ajudar nas investigações do petrolão, o maior esquema de corrupção da história do Brasil. Ele narrou seis casos que classificou de "má gestão proposital" - ou seja, negócios feitos com a intenção de produzir propinas. A maior parte das quatro horas de depoimento espontâneo foi dedicada à atuação de Nestor Cerveró à frente da diretoria internacional da empresa. A decisão de explorar petróleo em Angola, contou o funcionário, foi planejada para dar "prejuízo intencional". E deu. Segundo ele, foram 700 milhões de dólares jogados para o alto, com sobras para os corruptos.
O depoente voluntário recomendou aos procuradores que rastreassem os sinais da entrada no Brasil de dinheiro originário do exterior. À informação do colaborador, cujo nome as autoridades preservam, faltavam evidências sólidas. Em abril de 2014, a Lava-Jato era ainda uma operação restrita à ação de doleiros. Um ano e meio depois, o próprio Nestor Cerveró, quem diria, um dos engenheiros da "má gestão proposital", aparece como a melhor oportunidade de confirmar as ousadas operações de "prejuízo intencional" com o objetivo de obter propinas para os diretores corruptos da Petrobras e seus padrinhos políticos. São histórias que invertem o ditado segundo o qual "a ocasião faz o ladrão". No maior escândalo de corrupção da história brasileira, o ladrão cuidava de providenciar a ocasião.
Preso desde janeiro sob a acusação de embolsar dinheiro sujo do petrolão, Cerveró já foi sentenciado duas vezes pelo juiz Sergio Moro. Numa delas, a cinco anos de reclusão, por comprar um apartamento com recursos desviados da estatal. Na outra, a doze anos e três meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A perspectiva de uma longa temporada atrás das grades reavivou a memória do ex-­diretor, apadrinhado por caciques do PT e do PMDB. Cerveró negocia agora um acordo de delação premiada, na tentativa de reduzir a sua pena. As histórias narradas por ele ao Ministério Público já preenchem pelo menos 25 anexos e encerram uma lógica comum: a Diretoria Internacional da Petrobras foi usada de forma sistemática com o objetivo de levantar recursos para campanhas eleitorais - com destaque para a campanha de Lula à reeleição, em 2006. Naquele ano, segundo Cerveró, a Petrobras pagou 300 milhões de dólares ao governo de Luanda pelo direito de explorar um campo petrolífero em águas profundas nas costas de Angola. Cerveró disse ter ouvido de Manuel Domingos Vicente - então presidente do Conselho de Administração da Sonangol, a estatal angolana do petróleo - que até 50 milhões de reais oriundos de propinas produzidas pelo negócio foram mandados de volta para o Brasil com o objetivo de irrigar os cofres da campanha de Lula. Cerveró fez registrar em um dos anexos: "Manoel Vicente foi explícito em afirmar que desses US$ 300 milhões pagos pela Petrobras à Sonangol retornaram ao Brasil como propina para financiamento da campanha presidencial do PT valores entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões".
Segundo Cerveró, a negociação foi conduzida por integrantes das cúpulas dos dois governos. O delator apontou como negociador do lado brasileiro Antonio Palocci, que ocupava o Ministério da Fazenda e era membro do Conselho de Administração da Petrobras. Quando da assinatura do contrato, Palocci já havia sido demitido do cargo de ministro devido ao escândalo da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. A Petrobras pagou cerca de 500 milhões de dólares e gastou mais 200 milhões de dólares para explorar quatro blocos de petróleo em Angola. A empresa perfurou poços secos e teve gigantesco prejuízo com a operação em Angola, mas, como explicou Cerveró, isso pouco importou, pois o objetivo era cozinhar os números e deles arrancar propinas para financiar a campanha presidencial de Lula.
O mesmo método teria, segundo Cerveró, sido aplicado na compra da sucateada Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. O objetivo igualmente era montar um propinoduto para a campanha à reeleição do então presidente. 

20 de novembro de 2015
in aluizio amorim

HANGOUT-BOMBA COM OLAVO DE CARVALHO E JOICE HASSELMANN

REVELA A VERDADE COM INFORMAÇÕES QUE A GRANDE MÍDIA ESTÁ ESCONDENDO DOS BRASILEIROS PARA MANTER O PT NO PODER. JOICE RELATA COMO FOI DESPEDIDA DE 'VEJA'.




Está aí a gravação completa do hangout do grupo Terça-Livre, com a participação de Olavo de Carvalho e a jornalista Joice Hasselmann, que recentemente foi despedida pelo site de Veja; Ton Martins, do Portal Debate Liberal Conservador e, por parte do grupo Terça Livre, Alan dos Santos e Ítalo Lorenzon. Portanto, um time de primeira qualidade.

A pauta deste hangout é evidentemente o efervescente momento da política brasileira. A qualidade técnica e de imagem e som deste hangout está de ótima o que torna mais confortável o acompanhamento deste debate que é fundamental.

Além disso, os debatedores, cuja apresentação é dispensável, trazem para os telespectadores informações e análises que a grande mídia escamoteia de forma criminosa da população brasileira. 

Recomendo muito que vejam e ouçam com atenção este hangout e compartilhem amplamente pelas redes sociais.

20 de novembro de 2015
in aluizio amorim

AÉCIO VOLTA A DEFENDER IMPEACHMENT E CRITICA CUNHA

SENADOR TOMA CORAGEM E VOLTA A DEFENDER O IMPEACHMENT DE DILMA

SENADOR DIZ QUE CUNHA ESTÁ "SEM CONDIÇÕES" DE PRESIDIR A CÂMARA(FOTO: GERALDO MAGELA/AG. SENADO)

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) voltou a defender o impeachment da presidente Dilma Rousseff, acusando-a de cometer crime de responsabilidade fiscal, e criticou o comportamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem classificou como “sem condições de conduzir a Câmara dos Deputados”.

Na avaliação do tucano, Dilma não tem mais condições de ajustar a economia brasileira e culpa o governo petista pela alta da inflação e do desemprego. “Essa crise, ao contrário do que quer dizer o governo, foi gerada aqui”, diz o senador.

Sobre o rompimento entre o PSDB e Eduardo Cunha, Aécio disparou críticas ao comportamento do peemedebista e sugeriu que o impeachment de Dilma é usado como barganha. “Se estamos terminando o ano sem que essa questão do impeachment tenha sido objeto de deliberação no Congresso, porque não depende de nós, PSDB. Não estamos nessa balança de "me salve que eu lhes dou o impeachment"’.

De acordo com Aécio, o processo de impeachment de Dilma não pode ser uma pauta exclusiva dos partidos de oposição. “Se a presidente vai ou não vai sair não depende de nós. Isso depende obviamente do conjunto do Congresso Nacional, das provas que possam ser colhidas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que investiga se dinheiro da propina da Petrobras foi utilizado na campanha eleitoral da presidente. Mas nós não ficaremos apenas aguardando que os tribunais, ou o próprio Congresso, decida essa questão. Nós vamos continuar apontando os equívocos do governo e apresentando propostas para minimizar os efeitos dessa crise, principalmente sobre os mais pobres.



20 de novembro de 2015
Rodrigo Vilela
diário do poder

LEONEL BRIZOLA ESTAVA CERTO AO DENUNCIAR A URNA ELETRÔNICA




Charge de Mariano (reprodução Charge Online)
















O PSDB tinha vergonha de se manifestar contra a urna eletrônica à brasileira, porque o sistema foi criado e implantado no governo de Fernando Henrique Cardoso. Outros países também utilizam esse método de aferição e contagem de votos, mas com uma diferença básica, pois suas urnas eletrônicas possibilitam que os votos, em caso de dúvida, sejam conferidos e recontados, enquanto a urna à brasileira, apelidada de jabuticaba, sempre foi blindada, tornando impossível saber quem havia votado em quem.
Leonel Brizola sempre esteve à frente desta luta cívica, que acabou sendo vitoriosa na quarta-feira, quando o Congresso conseguiu derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff à proposta de retomar o voto impresso nas eleições.
Desta vez, o PSDB deixou a vergonha de lado e também defendeu a mudança na legislação eleitoral, para estabelecer que, assegurado o sigilo, o voto impresso será depositado de forma automática em uma urna lacrada, após a confirmação do eleitor de que o papel corresponde às suas escolhas na urna eletrônica, como já acontece em outros países.
SEM RECONTAGEM
Recordar é viver. Na última eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo ministro petista Dias Toffoli, inventou mais uma novidade – a contagem secreta, numa sala fechada, sem acesso até os demais ministros do TSE, vejam que situação absurda e inaceitável. Além da apuração nacional ter sido secreta, também a apuração do segundo turno em Minas Gerais foi mantida sob sigilo, por determinação de Toffoli. E o resultado todos sabem: o candidato tucano Aécio Neves vinha na frente, mas no final foi ultrapassado pela petista Dilma Rousseff, que teria conseguido justamente a maioria dos votos dos mineiros, uma tremenda e estranha coincidência.
Revoltado, o PSDB pediu para fazer uma auditoria da eleição e o TSE aceitou. Mas o resultado foi decepcionante, porque comprovou que a eleição era blindada, sem a menor hipótese de recontagem. Na época, sugerimos aqui na Tribuna da Internet que o PSDB contratasse uma empresa de informática que trabalha na Bolsa de Valores para investigar manipulação no pregão das ações. Essa auditoria é feita através de algoritmos e poderia ser viável também no controle da evolução da contagem dos votos. Era a única maneira de fazer uma auditagem eletrônica, mas o PSDB não se interessou.
GOVERNO LUTOU CONTRA…
A urna jabuticaba foi criada pelos tucanos, mas agora quem a defendeu ardorosamente, até o fim, foram os petistas e aliados. O Congresso, reconheça-se, tinha feito seu dever ao aprovar o projeto do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) criando o controle na urna eletrônica e restabelecendo a possibilidade da recontagem de votos. Mas a presidente Dilma Rousseff, estranhamente, vetou exatamente esse dispositivo saneador e moralizador, mostrando não aceitar a transparência do sistema eleitoral.
Agora, mostrando que ainda há políticos em Brasília, o Congresso Nacional derruba o veto presidencial e presta uma homenagem indireta ao líder trabalhista Leonel Brizola, que jamais aceitou a blindagem das eleições brasileiras, as únicas do mundo em que não havia hipótese de recontagem.
###
PS – O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, considerou o voto impresso como “um passo atrás”. Perdeu uma excelente oportunidade de ficar calado ou trocar de assunto. 

20 de novembro de 2015
Carlos Newton