"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 19 de dezembro de 2015

MORO NEGA PEDIDO DE LIBERDADE A JOSÉ CARLOS BUMLAI

PARA DEFESA, BUMLAI JÁ CONFESSOU ESQUEMA DO PT E PODERIA SER SOLTO

SÉRGIO MORO DISCORDOU DAS ALEGAÇÕES DA DEFESA E AFIRMOU QUE BUMLAI AINDA APRESENTA RISCOS À INVESTIGAÇÃO PENAL (FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)

O juiz federal Sérgio Moro negou hoje (18) pedido de liberdade feito pela defesa do empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, denunciado na terça-feira com mais dez investigados na Operação Passe Livre, a 21ª fase da Lava Jato, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com a acusação, Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.

Os advogados de Bumlai alegam que não há motivos para que o empresário continue preso, já que confessou em depoimento à Polícia Federal que o empréstimo tinha por real destinatário o PT e que a quitação foi fraudulenta.

Apesar de reconhecer que a confissão do empresário poderá beneficiá-lo durante o processo, Moro discordou das alegações da defesa e afirmou que Bumlai ainda apresenta riscos à investigação penal. "Não há como controlar as atividades do acusado fora do cárcere considerando que as condutas supostamente delitivas foram praticadas sub-repticiamente e acobertadas por fraudes ainda não inteiramente descobertas".

A Schahin diz que o modelo de contratação dos navios-sonda foi o mesmo praticado pela Petrobras com todas as concorrentes que prestaram o mesmo serviço. Desde o surgimento das primeiras denúncias, o PT sustenta que todas as doações obtidas pelo partido foram feitas de forma legal e declaradas às autoridades. (ABr)



19 de dezembro de 2015
diário do poder

RENAN REAGE À QUERBRA DE SIGILOS QUE ELE MESMO OFERECEU AO STF

OBJETIVO É ABRIR VIDA FISCAL E OS TELEFONEMAS DE 2010 A 2014

RENAN CALHEIROS NÃO FOI ALVO DE APREENSÕES, MAS SEUS SIGILOS FORAM QUEBRADOS. (FOTO: GERALDO MAGELA)

Principal aliado da presidente Dilma no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não foi alvo de mandado de busca e apreensão, durante as apreensões da Operação Catilinárias, ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas seus sigilos fiscal e telefônico foram quebrados a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A ação cautelar, que corre em segredo de Justiça, determina a abertura dos dados do senador entre 2010 e 2014.



O advogado Eugênio Pacelli, que defende o presidente do Senado nas investigações da Lava Jato, disse que não foi oficialmente informado sobre a decisão da quebra de sigilo e que ela causa "indignação". "Gostaria de registrar a perplexidade da defesa", afirmou. O advogado, que está de férias em Pipa (RN), disse que estava sendo comunicado da decisão pela imprensa. "Como vocês estão noticiando, desconfio que essa informação seja verdadeira. E se for causa indignação", afirmou.

Renan Calheiros já havia autorizado em maio sua defesa a entregar ao ministro Teori Zavascki, do STF, esses dois sigilos e ainda o telefônico. "Estou entregando ao ministro Teori (os meus sigilos), ele não precisa sequer despachar, todos os meus sigilos sem exceção", anunciou o peemedebista, na ocasião. A reportagem tentou contato com ele neste sábado por telefone, sem sucesso.

Os pedidos de afastamento de sigilo teriam como base a suspeita de que Transpetro firmou contrato superfaturado, no valor de R$ 240 milhões, para a construção de 20 comboios de barcaças em agosto de 2010 para abastecer o diretório do PMDB de Alagoas, presidido por Renan. Na ocasião, a empresa, uma subsidiária da Petrobras, era comandada por Sérgio Machado, apadrinhado do presidente do Senado e alvo da operação de busca e apreensão da última terça-feira (15).

Conforme dados de prestação de contas no Tribunal Superior Eleitoral, ao menos duas empresas que faziam parte do consórcio sob suspeita fizeram doações de R$ 400 mil ao diretório do PMDB de Alagoas que, por sua vez, abasteceu a campanha de Renan ao Senado em 2010. Na ocasião, Renan arrecadou R$ 5,4 milhões.

Para o advogado de Renan, o pedido da PGR surpreende porque passa a impressão de que houvesse alguma resistência por parte do parlamentar de obstruir as investigações. "É por isso que causa surpresa. A PGR fazer um pedido desses como se houvesse alguma resistência", disse.

Quando ofereceu a abertura de seu sigilo, Renan afirmou que era preciso deixar "as coisas claras". Ele repetiu sua fala de que o homem público tem que prestar contas de tudo o que faz e destacou que tem se colocado à disposição. Disse ainda já ter dado seus esclarecimentos. "Sou responsável pelos meus atos", disse.



19 de dezembro de 2015
diário do poder

DEPOIMENTO A PF: COMO SEMPRE LULA NÃO SABIA DE NADA E CULPA É DE JOSÉ DIRCEU


Dirceu chefiou a Casa Civil durante parte do primeiro mandato do petista, entre 2003 e 2005, quando estourou o escândalo do mensalão – Dirceu foi condenado a 7 anos e onze meses de prisão no mensalão e está preso desde 3 de agosto como alvo da Operação Lava Jato, que desmontou esquema de propinas na estatal petrolífera.

Investigadores já suspeitavam que Dirceu havia indicado o engenheiro Renato Duque – preso da Lava Jato desde março – para a Diretoria de Serviços da estatal petrolífera. Mas Dirceu sempre negou. “Que o nome de Renato Duque foi levado à Casa Civil da Presidência da República, à época chefiada por José Dirceu”, disse Lula à PF.

O ex-presidente disse que “não sabe se foi o PT ou outro partido politico que indicou Renato Duque para assumir a Diretoria de Serviços”. Afirmou que “não conhecia Renato Duque e que não participou do processo de escolha do nome de Renato Duque”.

Sobre o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, que também foi preso na Lava Jato e já está condenado a 17 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente disse. “Que acha que Nestor Cerveró foi uma indicação politica do PMDB; que Nestor Cerveró era um funcionário de carreira da Petrobrás.”

Lula eximiu-se de qualquer responsabilidade na indicação dos diretores da Petrobrás. Ele afirmou que “o processo de escolha dos nomes dos diretores não contava com sua participação”.

“Que o declarante recebia os nomes dos diretores a partir de acordos políticos firmados; que este processo de acordos políticos era feito normalmente pela ministro da área, pelo coordenador politico do Governo e pelo partido interessado na nomeação; que teve vários coordenadores políticos ao longo de seus oito anos de mandato; que pode citar Tardo Genro, Jacques Wagner, Alexandre Padilha, Aldo Rebelo, etc; que não se recorda qual destes articuladores políticos tratou das nomeações de Renato Duque e também de Nestor Cerveró.”

Sobre outro ex-diretor que a Lava Jato pegou – Paulo Roberto Costa (Abastecimento) -, o ex-presidente disse que ‘seu nome foi apresentado pelo Partido Progressista’. “Como nos demais, o nome de Paulo Roberto Costa foi levado à Casa Civil para deliberação e posterior e posterior nomeação pelo declarante; que os nomes dos indicados pelos partidos não eram levados diretamente ao declarante; quecomo explicado, o processo de • escolha passava pela discussão com os diversos envolvidos no aspecto politico e não somente com o ministro-chefe da Casa Civil; que, ao final deste processo, o declarante concordava ou não com o nome apresentado, a partir dos critérios técnicos que credenciavam o indicado.”

A PF quis saber de Lula se ele conversou com o ex-deputado José Janene (PP/PR, morto em 2010) sobre a indicação de Paulo Roberto Costa para assumir a Diretoria de Abastecimento da Petrobrás – Janene é apontado como o mentor do esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás. O ex-presidente disse que ‘nunca conversou’ com Janene ‘a respeito de qualquer assunto’.

Lula também afirmou que nunca tratou com os deputados Pedro Henry e Pedro Corrêa sobre a indicação de Paulo Roberto Costa. “Nunca tratou com qualquer liderança de qualquer partido sobre a indicação de algum nome para cargo da administração pública; que os nomes eram apresentados pelo Governo, ou seja, pelos articuladores políticos que levavam O nome à Casa Civil da Presidência.”

Lula disse que ‘nunca se sentiu pressionado pela Partido Progressista a fim de que Paulo Roberto Costa fosse nomeado diretor de Abastecimento da Petrobrás’. Ele declarou que o PMDB ‘nunca ofereceu apoio político ao Governo a fim de manter Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de Abastecimento, e se ofereceu tai apoio isto não chegou ao conhecimento do declarante’.A PF indagou de Lula sobre quais diretores da Petrobrás foram indicados pela PT. “O declarante afirma que talvez Renato Duque tenha sido uma indicação do PT.”

Ele saiu em defesa do ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli. Neste caso disse que ‘foi uma indicação pessoal sua’. “Que indicou José Sérgio Gabrielli para  ser diretor financeiro da Petrobrás em razão do mesmo ser um economista altamente capacitado e por ser alguém de sua confiança; queda mesma forma, a indicação de José Sérgio Gabrielli para assumir a presidência da companhia foi uma escolha do declarante.” (Estadão)

19 de dezembro de 2015
in coroneLeaks

CHANTAGEADO PELO GOVERNO E PELO PUXADINHO DO PT NO STF, RENAN TENTA TOMAR O PMDB

Ele é o próximo, se o governo e o STF bolivariano quiser. Provas e indícios não faltam. Renan Calheiros, presidente do Congresso, já teve ser sigilo quebrado. As provas do seu envolvimento abundam, talvez não tanto quanto Eduardo Cunha. Mas permitem que o seu mandato vá ser julgado pelo Conselho de Ética e corra o risco de ser cassado em plenário. Por isso seu ataque a Michel Temer, sem apoio ao PMDB carioca, o mais chapa branca devido as obras da 2016. Está comendo na mão de Dilma e seguindo as ordens do Planalto. Será assim enquanto servir ao governo. E ele sabe disso e trata de conquistar espaços no PMDB. A matéria a seguir é da Época.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, foi poupado do constrangimento de ser acordado por agentes da Polícia Federal batendo a sua porta na terça-feira, quando foi deflagrada a Operação Catilinárias. Mas duas operações diferentes, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Alagoas, chegaram perto de sua soleira, por investigar afilhados seus suspeitos de desviar dinheiro público. Um deles é Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, que assinou contrato com empresas que fizeram doações para o PMDB alagoano – do qual Renan é dono. O outro é Fabrizio Neves, sócio da gestora de recursos Atlântica, acusado de fazer negócios irregulares que causaram prejuízos ao Postalis, o fundo de pensão dos Correios, feudo do PMDB do Senado. ÉPOCA descobriu mais um fato que perturba Renan: o Supremo Tribunal Federal autorizou, no último dia 9, a quebra de seu sigilo bancário e fiscal no período de 2010 e 2014.


As evidências contra Renan são cada vez mais consistentes e graves. Não por acaso, na semana passada, após o susto de terça-feira, ele se posicionou ao lado da presidente Dilma Rousseff. Para demonstrar apoio, Renan fez duras críticas ao vice-presidente, Michel Temer, que acaba de romper com Dilma. Apesar de Renan estar encurralado por denúncias, seu apoio é valioso para Dilma, especialmente agora que o Senado ganhou poderes para arquivar o processo deimpeachment. Em troca, Renan quer proteção.


petrolão é o escândalo que mais o assusta. Renan sustentou Sérgio Machado na Transpetro por 12 anos. De acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio de Machado, Renan recebia propina pelos contratos da Transpetro. Segundo despacho do ministro Teori Zavascki que autorizou a quebra do sigilo de Renan, obtido por ÉPOCA, um dos pagamentos veio do contrato de R$ 240 milhões para a construção de 20 comboios de barcaças. A licitação foi vencida em agosto de 2010 pelo consórcio Rio Maguari, formado pelo Estaleiro Rio Maguari, pela SS Administração e pela Estre Petróleo. Ao longo da concorrência, as empresas que viriam a vencer a disputa fizeram doações para a direção estadual do PMDB de Alagoas, cujo responsável é Renan. 

Em seguida, o diretório repassava o dinheiro para a campanha de Renan. “Constata-se que em 19 de julho de 2010 ocorreram duas transferências para a campanha de José Renan Vasconcelos Calheiros, ambas no valor de R$ 200 mil perfazendo-se o total de R$ 400 mil correspondentes aos valores depositados pelas empresas que fraudulentamente venceriam a licitação em comento”, diz o documento do ministro Teori.

LEIA AQUI a matéria completa.

19 de dezembro de 2015
in coroneLeaks

POR TEMER SEIS MESES NO GOVERNO

O Senado da República, se a Câmara dos Deputados tiver a inteligência de aprovar a abertura do processo de impeachment, tem uma oportunidade de ouro para dialogar com mais de 90% da sociedade de que odeia os políticos e com mais de 65% que querem a saída de Dilma. 

É a chance do Legislativo se aproximar do povo sem a interferência do Judiciário e do Executivo. Aprovar o processo de impeachment, afastar Dilma por seis meses (como manda a Lei) e entregar para Temer a presidência da República é uma possibilidade legal e viável.. 

Se o atual vice-presidente, em seis meses, fizer ou encaminhar as mudanças propostas no plano "Um ponte para o futuro", convencendo os empresários, motivando o setor público e mobilizando a população, aprova-se o impeachment e ele continua no governo. 
Viabiliza o PMDB para 2018. Sim, cria um concorrente para o PSDB, mas se este estiver participando isto se dilui no afastamento total do PT do pleito. 

Temer não é nenhum santo, sobre ele pesam graves acusações, mas este é outro problema. É para resolver depois. Hoje ele é o único que pode  mudar sua posição e mudar a imagem de um partido apodrecido pela corrupção e pelo fisiologismo. 

Proporcionar um governo de coalizão.Permitir defenestrar o PT do governo, promovendo uma verdadeira limpa em agências reguladoras e cargos estratégicos. Profissionalizar o governo. Chamar os outros partidos. Chamar os empresários. Chamar as academia responsável.Chamar os próprios senadores para cargos executivos. 

Se nada disso acontecer, que o Congresso devolva o mandato para Dilma Rousseff e seja o que Deus quiser para o Brasil. 
O Congresso Nacional está com a faca e o queijo na mão, durante seis meses, independente de Renan Calheiros e Eduardo Cunha. 
Ignorem estes cadáveres e suas pitonisas. 

O Congresso pode finalmente mudar o país. Dentro das normas do STF, sem poder ser acusado de golpe. Vamos dar seis meses para Temer no comando do país e ver do que ele é capaz. 

Vamos acabar com este negócio de coronéis e baixo clero. 
Se Temer continuar sendo o incompetente medroso e politiqueiro que sempre foi, sobra-nos a catástrofe Dilma. Mas vale a pena o risco de ver um Temer querer mudar a sua biografia. Vale mesmo.

19 de dezembro de 2015
in coroneLeaks

DATAFOLHA: DILMA SAI DO ESTADO TERMINAL PARA UM COMA INDUZIDO

Pesquisa Datafolha realizada nos dias 16 e 17 apresenta sinais de recuperação da imagem da presidente Dilma Rousseff. Uma melhoria modesta. Insuficiente, ao menos por enquanto, para tirar a petista das cordas. Mas suficiente para dizer que ela se afasta do auge da crise de popularidade. Depois de atingir o pico de 71% em agosto, a desaprovação ao governo Dilma recuou duas pesquisas seguidas e voltou ao patamar de 65%. 

Os seis pontos a menos colocam a petista na mesma situação de junho: o terceiro pior patamar desde a posse do primeiro mandato, 2011. Uma tendência oposta, de algum crescimento, pode ser observada na taxa de aprovação. Depois de atingir o piso de 8% em agosto, o contingente dos que classificam o governo como bom ou ótimo oscilou para 10% no fim de novembro. E agora, com nova oscilação positiva, 12%. 

Na comparação com agosto, a aprovação a Dilma ficou estagnada em 5% entre os mais jovens (16 a 24 anos), mas subiu nas outras faixas etárias e em todos os segmentos de renda, região e escolaridade.
As maiores variações foram entre os mais velhos (60 anos ou mais), de 13% para 21%; entre os que têm de 45 a 54 anos, de 8% para 15%; e entre os moradores do Nordeste, de 10% para 17%. 

Apesar da melhoria, ela continua próxima do que pode ser entendido como o fundo do poço da popularidade. A taxa apurada em agosto (8%) foi, numericamente, a mais baixa da série histórica do Datafolha. Até então, o pior patamar era o do ex-presidente Fernando Collor na véspera de seu impeachment, em setembro de 1992 (9%). 

Além de lutar contra o impeachment, cujo pedido foi aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início de dezembro, Dilma enfrenta desorganização na sua base de apoio no Congresso, retrocesso na economia, com a combinação de recessão e inflação, e manifestações de rua. 

Mesmo os protestos em defesa de seu mandato carregam críticas à gestão. Nos atos anti-impeachment organizados em várias cidades na quarta (16), parte dos presentes levantou bandeira contra a política econômica liderada pelo recém-trocado ministro da Fazenda Joaquim Levy. Outro fator de desgaste é a Operação Lava Jato, que investiga corrupção na Petrobras e outros setores. Entre suspeitos e condenados há vários aliados e correligionários da petista, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS), ambos presos. 

DESAFOGO
Há ainda outros indícios do desafogo de Dilma. A taxa dos que entendem que ela deveria renunciar continua majoritária. Mas recuou de 62% para 56% em 21 dias. Tendência parecida pode ter ocorrido com a torcida pelo impeachment. Até o fim de novembro, o Datafolha perguntava se as pessoas defendiam a abertura do processo. Em abril, 63% respondiam sim. Em junho, 66%. Depois, 65%. 

Desta vez, com o assunto já tramitando na Câmara, a pergunta precisou ser alterada. Com o pedido de impeachment aceito, 60% responderam que os deputados devem votar pelo afastamento da presidente. Outros 34% são contra; 3%, indiferentes. 

Se dois terços dos deputados votarem contra Dilma, pela abertura do processo de impeachment, a matéria vai para o Senado. Dilma será afastada se, então, mais da metade dos senadores aceitar a peça enviada pela Câmara. Para que ela perca o cargo de maneira definitiva são necessários os votos de dois terços dos 81 senadores. Esse rito foi estabelecido na quinta (18) pelo Supremo. 

O Datafolha investigou ainda a aprovação do Congresso e a opinião dos brasileiros em relação à possibilidade de cassação de Eduardo Cunha. Nesses dois casos, não há alteração relevante em relação à pesquisa anterior. O Congresso continua sendo avaliado como ótimo ou bom por apenas 8%. E a torcida pela cassação de Cunha oscilou de 81% para 82%. No longo prazo, os brasileiros são otimistas. Com 2.810 entrevistas e margem de erro de dois pontos, a pesquisa constatou que 87% concordam com a genérica afirmação de que o Brasil "tem jeito".(Folha Poder)

19 de dezembro de 2015
in coroneLeaks

NELSON PEDALADA BARBOSA PODE SER CONDENADO E AFASTADO PELO TCU


O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, está na lista de pessoas que podem ser punidas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no caso das chamadas "pedaladas fiscais". O tribunal considerou ilegais os atrasos dos repasses da União para quitar benefícios sociais e subsídios pagos por bancos públicos em 2013 e 2014. 

Ao menos 17 servidores, entre eles Barbosa e o ex-ministro Guido Mantega, podem responder por atos de improbidade e crime contra as finanças. A ação pode resultar em perda do cargo e inabilitação por oito anos para exercício de função pública, em caso de condenação. Em 2012, o Ministério da Fazenda publicou duas portarias na tentativa de institucionalizar o atraso no repasse de recursos para os bancos públicos. Os normativos diziam que o governo poderia adiar em dois anos, pelo menos, o pagamento de dívidas com o BNDES. Eles foram assinados por Mantega e Barbosa (na época número 2 da Fazenda, que estava como ministro interino). 

No início de dezembro, o TCU negou recurso do governo que tentava reverter a decisão do órgão de abril deste ano. A decisão de abril fundamentou parecer pela rejeição das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff, decisão tomada pelo TCU meses depois. 

Com a decisão deste mês, o ministro José Múcio ficou livre concluir o processo original das chamadas pedaladas, que só deve ser votado em 2016.(Folha)

19 de dezembro de 2015
in coroneLeaks

SUPREMO PRATICOU ATIVISMO DE ALTÍSSIMO GRAU, DIZ REALE JR.



http://www.pelotas13horas.com.br/i/3/noticias/noticia/foto/320/1b/1b1a6291-de15-4966-b88c-786052810b25/292/original/1411813415/1401850862.jpg
Reale Jr. diz que Supremo resolveu “legislar”

























Para o jurista Miguel Reale Júnior, um dos signatários do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, recentemente acolhido pela Câmara dos Deputados, o Supremo Tribunal Federal está praticando”ativismo jurídico” a favor do governo petista ao acatar a tese do Palácio do Planalto na votação do rito do processo. Junto a Reale, também assinaram o pedido o ex-deputado petista Hélio Bicudo e a professora de Direito da USP, Janaina Paschoal.
“Está sendo praticado um ativismo de altíssimo grau no STF. O Supremo não está contente em julgar e quer legislar”. salienta o ex-ministro da Justiça, acrescentando também que a Corte não seguiu o mesmo rito de impedimento de Fernando Collor. “Como pode uma maioria simples do Senado destituir uma maioria de 2/3 da Câmara?”, indaga, dizendo que a Câmara deveria ser responsável por decidir se abre ou não processo contra a presidente.
A Corte julgou uma representação feita pelo Partido Comunista do Brasil, que questionou o rito adotado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, permitindo a participação da chapa avulsa na eleição da Comissão Especial do Impeachment, formada pela Oposição e dissidentes da base e eleita por 272 votos contra 199 em votação secreta.

19 de dezembro de 2015
José Carlos Werneck

UM GOVERNO BASTARDO E ENRIQUECIDO ILICITAMENTE






Revirei meus arquivos. Revisei a história. Puxei pela memória. Nada. Busquei inutilmente um exemplo em que a comunicação do governo e as manifestações de lideranças petistas não tivessem como objetivo enganar a nação, falsificar a verdade, criar ilusão, manipular fatos, dissimular males praticados, induzir a opinião pública a erros de julgamento, soterrar em publicidade as próprias faltas. Pergunto: o que motivou os crimes contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, senão o desejo de esconder a realidade e falsear as contas públicas, sob o nome original de “contabilidade criativa”?
Concluí: líderes petistas só dizem a verdade em delações premiadas.
Fiz mais. Debrucei-me sobre o estouro das contas públicas. Examinei os números das eleições presidenciais de 2014. Abri o arquivo dos escândalos e escrutinei a lista das fortunas, expandidas com a velocidade daqueles automóveis que aceleram de 0 a 100 km/h em poucos segundos. Constatei, também, que menos de 10% da população aprova o governo Dilma, ao passo que 38% dos deputados votaram por uma Comissão de Impeachment governista. Perderam, mas fizeram muito voto!
Concluí: o governo não vence nas urnas nem nas votações do Congresso Nacional sem, de alguma forma, comprar votos.
FILHO DA MENTIRA
Este governo é filho da mentira. Elegeu-se mentindo. Nas palavras de Lula: “ganhamos as eleições, sabe, com um discurso e, depois das eleições, sabe, nós tivemos que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que nós dizíamos que não íamos fazer”. Muita conversa, Lula, para substituir a palavra “mentimos”.
Bastaria essa corrupção fundamental, a corrupção da verdade durante a campanha eleitoral, para mostrar quão pouco respeito merece um mandato tão mal parido. Bastaria isso para que o governo inteiro e seus apoiadores cruzassem pelos cidadãos, nas ruas, nos restaurantes, nos aeroportos, de olhos baixos, envergonhados. No entanto, – fato previsível sob tais condições morais – o governo tornou-se, também, centro de uma organização criminosa imensa em vulto. E várias vezes bilionária em resultados. Poucos anos bastaram para levar da pobreza à abastança uma plêiade de companheiros.
Concluí: a mentira é o primeiro degrau da corrupção. É corrupção da verdade. Daí ao roubo dos fundos de um banco, ou de uma petroleira, é questão de tempo e oportunidade.
GOLPE, GOLPE…
Lênin, Goebbels e outros ensinaram (e todos que precisam saber sabem): a mentira insistentemente repetida fica suficientemente parecida com a verdade. Por isso, quando os petistas passam, em coro, a repetir algo de um modo exaustivo, alerte-se, leitor: a verdade deve ser buscada no inverso da afirmação. Nestes dias, a palavra golpe aparece duas vezes em cada frase proferida por um defensor do governo. Logo, eles sabem que impeachment não é golpe. E sabem isso melhor do que qualquer signatário de algumas das dezenas de requerimentos de impeachment que foram protocolados na Câmara dos Deputados ao longo deste ano, pelo simples motivo de que ou foram mentores, ou conhecem bem a natureza dos atos praticados pela presidente.
Golpe foi quebrar o país. Golpe foi tentar fazer de Eduardo Cunha uma espécie de dono do impeachment. Logo ele, que sentou durante meses sobre os requerimentos apresentados pela sociedade. Logo ele que nunca disse palavra que fosse, a favor de tais iniciativas. Logo ele que com sua atitude passiva desestimulou a mobilização popular. Golpe é, também, tentar mudar o rito do impeachment depois de iniciado o processo.
Mesmo assim, parido na mentira, o governo repete, como se adestram cães – golpe, golpe, golpe! E não falta matilha para abanar o rabo.

19 de dezembro de 2015
Percival Puggina

MULHER DE PIMENTEL FAZIA LOBBY NO BNDES, DIZ A POLÍCIA FEDERAL





Relatório sigiloso da Polícia Federal obtido por Época afirma que a agência de publicidade Pepper , ligado ao PT, e a mulher do atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), Carolina Oliveira, faziam lobby junto ao governo federal e ao BNDES, justamente no período em que o petista era o presidente do conselho de administração do banco.
O grupo é investigado por lavagem de dinheiro na operação Acrônimo, que realizou a quarta fase na última quarta-feira. Ao pedir uma série de buscas e apreensões, a PF apresentou ao Superior Tribunal de Justiça diversas provas de lobby no BNDES, incluindo e-mails de Danielle Fonteles, dona da agência Pepper, que recebeu R$ 15 milhões por serviços de comunicação prestados ao PT, e que é amiga pessoal do casal Pimentel.
“No transcorrer da investigação, constatou-se que a Pepper/Danielle atuava não apenas como empresária da comunicação, mas também por meio de Carolina Oliveira, era uma espécie de intermediária entre empresas privadas interessadas em obter benefícios junto ao governo e a Fernando Pimentel”, diz a PF.
E-MAILS APREENDIDOS
Um exemplo utilizado pela PF para retratar como Danielle intermediava negócios de empresas privadas com o governo são e-mails impressos apreendidos na casa da dona da agência Pepper. Na troca de correspondências eletrônicas, datadas em setembro de 2011, a empresária Marta Rocha, da Atitude Brasil, especializada em comunicação social, cultural e ambiental, pede a ajuda de Danielle para viabilizar um negócio junto ao então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel. Marta queria que Danielle fizesse lobby para o BNDES, subordinado ao MDIC, contratar a consultaria do prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, do Grameen Bank, que se popularizou como o “banco dos pobres” na Índia por oferecer microcrédito para clientes de baixa renda.
“Dany, como combinado ao telefone gostaria de montar uma parceria com você para que pudesse nos ajudar na articulação com a participação do governo em dois dos nossos projetos. Tenho certeza que ambos são de interesse do próprio Ministro Fernando Pimentel (a articulação com Dilma/governo)…”, diz o e-mail do dia 1º de setembro, enviado por Marta às 16h22.
Quatro dias depois, Danielle responde a Marta e diz no meio da mensagem: “Copio a Carol para que ela nos ajude na questão da aproximação do Prof Yunus com o BNDES. Essa semana eles viajam para a Colômbia, mas semana que vem a gente vê se existe a possibilidade dela, Carol, te receber juntamente com o Ministro”, diz o e-mail. Carol é Carolina Oliveira, atual mulher de Pimentel. Em 2011, na época dos fatos, ela era assessora de imprensa do BNDES e mantinha relacionamento bem próximo com Pimentel.
FAZENDO NEGÓCIOS
A ligação entre Carolina e Danielle não se resume apenas a uma amizade. As duas fizeram negócios juntas. Já fora do banco estatal, Carolina recebeu por meio de sua consultoria, a Oli Comunicação, R$ 300 mil da Pepper, entre 2012 e 2014, por supostos serviços de marketing digital.
“O papel de Danielle Fonteles vai além do papel de uma empresária na área de comunicação, pois ela aparece como uma intermediária dos interesses de empresas privadas, brasileiras e estrangeiras, junto ao governo federal. Para tal atividade, ela conta com a participação direta de Carolina de Oliveira, mulher de Pimentel”, diz a PF.
Outro material apreendido pela PF na casa de Danielle Fonteles revela a proximidade entre a dona da Pepper e Fernando Pimentel. Durante as diligências dos policiais foi encontrado um ofício endereçado ao presidente de Gana John Dramani Mahama e emitido pelo gabinete do MDIC, na data de 9 de outubro de 2012, assinado pelo então ministro Pimentel. O documento oficial trata da satisfação de Pimentel pelo sucesso da cooperação comercial entre o país africano e o BNDES relacionada ao aeroporto Tamale. Investigadores ficaram surpresos quando se depararam com uma carta assinada pelo então ministro do MDIC, que deveria ser restrita a pessoas do governo.
OS PASSEIOS DE PIMENTEL
A investigação também descobriu que o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, suspeito de ser o operador de Pimentel, pagou pelo menos R$ 237 mil de despesas do casal em viagens. Tinha até réveillon em Miami quando o petista era ministro do Desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que bancava os passeios de Pimentel e Carolina, Bené arrecadava dinheiro junto a empresas e, segundo a PF, até fraudava relatórios para justificar serviços de consultoria que não foram prestados.
Em 28 de dezembro de 2013, Pimentel tirava uma folga do Ministério do Desenvolvimento para passar o réveillon em Miami junto com a mulher. Voltaram dez dias depois, com uma fatura de exatos R$ 44.369,10. A PF apreendeu a cobrança da agência de turismo e a nota emitida para pagamento. Não era Fernando Pimentel ou Carolina Oliveira o destinatário da cobrança. Era Bené. O episódio do réveillon é apenas mais um caso envolvendo os pagamentos de Bené e os passeios do casal. Houve ainda uma viagem no feriado e diversos deslocamentos no ano passado, no período da eleição.
A PF descobriu também que era Bené quem controlava os voos de Pimentel na campanha e que ele mantinha uma “tabela de voos em separado”, o que pode ser um indicativo de caixa dois. “A utilização de empresas de turismo é uma forma de ocultar o verdadeiro pagador dos benefícios usufruídos por Fernando Pimentel e Carolina Oliveira, que no caso concreto são as empresas de fachada de Bené”, diz a PF. “Existem fortes indícios de que os valores resultantes do uso de aeronaves particulares para aquele fim não oram declarados na prestação de contas do governador de Minas Gerais”, completa o relatório.
LOBBY PARA MONTADORA
Enquanto Bené pagava despesas de Pimentel, ele usava empresas de fachada, que nem sequer tinham funcionários, para arrecadar. Como Época revelou, Bené fazia lobby no Ministério do Desenvolvimento em favor da CAOA, para viabilizar benefícios fiscais para a montadora. “Acredita-se que os benéficos fiscais concedidos a empresa CAOA foram em decorrência do modus operandi identificado no esquema criminoso ora investigado, qual seja, uso de influência junto a servidores públicos para a realização de atos de ofício em troca de pagamentos indevidos”, diz a PF.
Não foi de graça que Bené fez lobby para a CAOA no Ministério do Desenvolvimento. No total, suas empresas de fachada ganharam R$ 2 milhões da CAOA em consultorias prestadas. E foi aí que começaram os problemas. Os relatórios que comprovariam os serviços trazem graves indícios de fraudes. São, na verdade, cópias de trabalhos publicados na internet. Bené nem se dava ao trabalho de reescrever: apenas tirava o nome do autor e coloca a logomarca de suas empresas de fachada.

19 de dezembro de 2015
Filipe Coutinho e Thiago Bronzatto
Época

SUPREMO QUEBROU SIGILO DE RENAN CALHEIROS, QUE Á A BOLA DA VEZ



Renan quer proteção do Planalto, mas tudo tem limites












O presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, foi poupado do constrangimento de ser acordado por agentes da Polícia Federal batendo a sua porta na terça-feira, quando foi deflagrada a Operação Catilinárias. Mas duas operações diferentes, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Alagoas, chegaram perto de sua soleira, por investigar afilhados seus suspeitos de desviar dinheiro público. Um deles é Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, que assinou contrato com empresas que fizeram doações para o PMDB alagoano – do qual Renan é dono. O outro é Fabrizio Neves, sócio da gestora de recursos Atlântica, acusado de fazer negócios irregulares que causaram prejuízos ao Postalis, o fundo de pensão dos Correios, feudo do PMDB do Senado. ÉPOCA descobriu mais um fato que perturba Renan: o Supremo Tribunal Federal autorizou, no último dia 9, a quebra de seu sigilo bancário e fiscal no período de 2010 e 2014.
As evidências contra Renan são cada vez mais consistentes e graves. Não por acaso, na semana passada, após o susto de terça-feira, ele se posicionou ao lado da presidente Dilma Rousseff. Para demonstrar apoio, Renan fez duras críticas ao vice-presidente, Michel Temer, que acaba de romper com Dilma. Apesar de Renan estar encurralado por denúncias, seu apoio é valioso para Dilma, especialmente agora que o Senado ganhou poderes para arquivar o processo de impeachment. Em troca, Renan quer proteção.
NA TRANSPETRO
O petrolão é o escândalo que mais o assusta. Renan sustentou Sérgio Machado na Transpetro por 12 anos. De acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por meio de Machado, Renan recebia propina pelos contratos da Transpetro. Segundo despacho do ministro Teori Zavascki que autorizou a quebra do sigilo de Renan, obtido por Época, um dos pagamentos veio do contrato de R$ 240 milhões para a construção de 20 comboios de barcaças. A licitação foi vencida em agosto de 2010 pelo consórcio Rio Maguari, formado pelo Estaleiro Rio Maguari, pela SS Administração e pela Estre Petróleo.
Ao longo da concorrência, as empresas que viriam a vencer a disputa fizeram doações para a direção estadual do PMDB de Alagoas, cujo responsável é Renan. Em seguida, o diretório repassava o dinheiro para a campanha de Renan. “Constata-se que em 19 de julho de 2010 ocorreram duas transferências para a campanha de José Renan Vasconcelos Calheiros, ambas no valor de R$ 200 mil perfazendo-se o total de R$ 400 mil correspondentes aos valores depositados pelas empresas que fraudulentamente venceriam a licitação em comento”, diz o documento do ministro Teori.
FUNDO DE PENSÃO
Um dia após a Catilinárias, estourou a Operação Positus, que investiga o Postalis, fundo de pensão dos Correios com deficit de R$ 5,5 bilhões. No centro dessa investigação está Fabrizio Neves. Conforme Época revelou em maio de 2014, ele era ligado ao PMDB e aproveitava sua conexão política com Renan para desviar recursos do fundo de pensão para contas bancárias de empresas sediadas em paraísos fiscais De acordo com novos documentos obtidos por Época, foram realizadas ao menos cinco operações irregulares que geraram um prejuízo de R$ 61 milhões para o Postalis. Fabrizio colocou até a sogra na trapaça. Uma dessas transações foi feita por meio da empresa River Consulting, registrada nas Ilhas Virgens em nome de Mercedes Serruya Monteiro, que embolsou quase R$ 9 milhões, em valores atuais.
O esquema consistia em comprar no mercado papéis da dívida externa brasileira e revendê-los, em seguida, por um preço até 62% maior para o Postalis, segundo investigação da procuradora da República Karen Louise Kahn. Entre os que se deram bem também estão Adilson Florêncio da Costa, ex-diretor financeiro do Postalis, outro apaniguado de Renan, e Alexej Predtechensky, ex-presidente do fundo de pensão dos Correios ligado a Renan e ao senador Edison Lobão (PMDB-MA). Predtechensky, como revelou Época, tinha até conta em paraíso fiscal para receber propina.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ainda na revista Época, uma nota do jornalista Murilo Ramos diz que procuradores da Lava Jato avançam na investigação envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o governador de Alagoas, Renan Filho. “A ida da Polícia Federal ao diretório do PMDB em Maceió, durante a Operação Catilinárias, na última terça-feira, está mais relacionada à apuração de fatos sobre o financiamento da campanha de Renan Filho ao governo que a problemas de seu pai”, diz Ramos. (C.N.)
19 de dezembro de 2015
Thiago Bronzatto e Filipe CoutinhoÉpoca