"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 24 de setembro de 2016

MINISTRA GRACE DESMONTA ESQUEMA ANTICORRUPÇÃO QUE MEDINA CRIOU NA AGU


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Becker moveu ação de R$ 12 bilhões contra empreiteiras
O comportamento da nova ministra-chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Grace Mendonça, está confirmando as denúncias de seu antecessor Fábio Medina Osório, que há duas semanas afirmou ter sido pressionado pelo ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, para que a AGU não processasse políticos envolvidos na Lava Jato, cujos inquéritos já foram concluídos no Supremo, entre os quais há três parlamentares do PMDB – os senadores Renan Calheiros e Valdir Raupp e o deputado Anibal Gomes, denunciado como operador de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, na corrupção da Petrobras.
EXONERAÇÃO FORÇADA – Para desmontar o esquema de combate à corrupção montado por Medina Osório, a ministra Grace Mendonça forçou o pedido de exoneração do procurador-geral da União junto à AGU, Rodrigo Becker, responsável pelo ajuizamento das ações de improbidade contra a OAS, a Queiroz Galvão e empresas consorciadas, com pedido de restituição de R$ 12 bilhões.
Baseadas nas investigações da Lava Jato, essas ações foram ajuizadas em maio na Justiça Federal do Paraná e provocaram o primeiro abalo na relação de Fabio Medina com Eliseu Padilha, cuja demissão chegou a ser anunciada na mídia.
BECKER É REFERÊNCIA – Convidado por Medina Osório para conduzir as ações destinadas a repor aos cofres públicos os recursos desviados na Lava Jato, Rodrigo Becker tem excelente trânsito nos tribunais superiores. Sua gestão à frente da Procuradoria-Geral da União vinha sendo extremamente elogiada pelos advogados da AGU, que pela primeira vez estavam sendo acionados para se integrar ao combate à corrupção política e empresarial, aberto pela Lava Jato.
Responsável por respaldar os procuradores da União que atuam em Curitiba, Becker exerce forte liderança na Procuradoria Geral da União, tendo se tornado uma referência nesta importante carreira pública. Foi ele quem procedeu ao ajuizamento da ação contra as empreiteiras em que a AGU cobrou cerca de 12 bilhões de reais, em maio deste ano, iniciativa que provocou a ira de Eliseu Padilha, que tentou demitir Medina Osório, não conseguiu e armou uma campanha difamatória com apoio da Secretaria de Imprensa do Planalto, para enfraquecer o então ministro-chefe da AGU.
TUDO PARADO… – Ao assumir o cargo, Grace Mendonca deixou claro que não pretendia contar com Roberto Becker em seu time e passou a pressionar para que ele apresentasse um pedido de exoneração. E foi o que o procurador da União fez.
Detalhe final: na AGU, seria Becker quem examinaria os inquéritos da Lava Jato já liberados pelo ministro-relator Teori Zavascki, cujo acesso até o momento Grace Mendonça não obteve. De início, alegou que não conseguia um HD externo para copiar os documentos no Supremo, mas depois simplesmente esqueceu o assunto, sem se preocupar em criar uma desculpa mais adequada.
E tudo isso comprova que Eliseu Padilha passou mesmo  controlar a AGU. Portanto, os políticos corruptos podem ficar tranquilos, porque não haverá processos de improbidade contra eles.

24 de setembro de 2016
Carlos Newton

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