"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 20 de março de 2016

JORNAL ALEMÃO COMPARA POLÍTICA BRASILEIRA A "HOUSE OF CARDS"


A revista americana Americas Quarterly também fez a comparação

















Por que alguém se interessa pela série americana se existem as notícias da política brasileira, questiona o semanário “Die Zeit”. “Nessa história cheia de aventuras só falta mesmo uma moral”, afirma. Reportagem publicada esta semana pelo jornal alemão Die Zeit compara a atual crise política brasileira com as intrigas da série americana House of Cards, onde o inescrupuloso político Frank Underwood faz de tudo para acumular e manter poder, chegando até a presidência dos EUA.
“Por estes dias, é difícil entender por que ainda há pessoas que se interessam por House of Cards. Elas não acompanham as notícias da política brasileira?”, pergunta o correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Thomas Fischermann.
“Há um promotor que quer meter na cadeia um ex-presidente, cuja metade de sua equipe já está atrás das grades. Um presidente da Câmara que teria colocado milhões em propinas em contas na Suíça, mas que, mesmo assim, continua no cargo e, com acusações de corrupção, quer afastar outros políticos do poder. E há protestos nas ruas, nos quais pessoas pedem o retorno da ditadura militar. Elas dizem: num sistema político falido como esse, qual a diferença?”, diz a reportagem.
Mais interessante
Em seguida, Fischermann lembra que, recentemente, a revista americana Americas Quarterly comparou a crise política brasileira com a popular série do serviço de streaming Netflix – e concluiu que a política brasileira é bem mais interessante. Desde então, mais coisas aconteceram, escreve o jornalista. Segundo ele, os acontecimentos “cheios de aventuras” dos últimos dias são fora do normal até mesmo para os padrões brasileiros.
A reportagem afirma que a oposição tenta, desde a eleição de outubro de 2014, derrubar Dilma e tentou incriminá-la no escândalo da Petrobras. “Só que, para decepção deles, Dilma não tinha nada que ver com isso”, escreve o correspondente.
“Nem mesmo as determinadas equipes de promotores nem a imprensa investigativa (frequentemente ligada à oposição, pois financiada por oligarcas) conseguiu comprovar algo de concreto. E isso não se deu por falta de afinco”, afirma.
IMPEACHMENT
Em seguida é relatado o andamento do processo de impeachment, o “bloqueio total do parlamento pela oposição” e as recentes ações da Justiça contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reportagem lembra até a polêmica nas redes sociais por causa da equivocada referência a “Marx e Hegel” no pedido de prisão preventiva de Lula.
Para o autor, a única coisa que falta nessa história da política brasileira é uma moral. “Claro que se pode afirmar categoricamente – como fazem alguns manifestantes por esses dias – que todos os políticos suspeitos de corrupção deveriam ser varridos para fora. Mas aí não sobraria quase ninguém em Brasília. A única possível exceção seria justamente Dilma Rousseff.”

20 de março de 2016
Deu no site DW

REVISTA ÉPOCA TENTOU ENVOLVER AÉCIO NEVES EM LAVAGEM DE DINHEIRO



Nova candidatura de Aécio já começa a ser demolida na mídia











Reportagem de Diego Escosteguy, editor-chefe da Época, sobre a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo, faz um escarcéu no site da revista acerca de uma conta aberta em Liechtenstein por Inês Maria Neves Faria, mãe do senador Aécio Neves. Como se sabe, aos procuradores da Lava Jato, Delcídio disse que fora informado “pelo ex-deputado federal José Janene, morto em 2010, que Aécio era beneficiário de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato; que essa fundação seria sediada em Liechtenstein“.
A reportagem desperta invulgar interesse, qualquer um quer ler com sofreguidão, para saber se foram confirmadas as atividades corruptas do candidato que enfrentou Dilma Rousseff nas urnas em 2014, especialmente as propagadas denúncias sobre Furnas, que vira e mexe voltam ao noticiário. Mas o texto é uma frustração, cheio de incertezas:
Delcídio diz que não sabe dizer ao certo, mas que “parece que a fundação estaria em nome da mãe ou do próprio Aécio Neves; que essa operação teria sido estruturada por um doleiro do Rio de Janeiro”. Delcídio disse não saber se há relação entre essa fundação e as acusações que fez ao tucano – entre elas, de ser beneficiário de propinas em Furnas e de ter agido para interferir nas investigações da CPI dos Correios, da qual o petista foi presidente, em 2006. Janene era um dos líderes do esquema em Furnas, segundo as investigações”.
RUMO AO ANTICLÍMAX
A reportagem é extensa e escandalosa. Desperta muito interesse, mas acaba caminhando para um anticlímax, porque revela que a conta era conjunta da mãe com a irmã de Aécio, Andréia, e o então deputado federal consta apenas como beneficiário e nem tinha autorização para movimentá-la. Além disso, não se tratou de “conta secreta” ou “empresa offshore”, nada disso.
O mais incrível é que a matéria gira em torno de Aécio Neves, embora a suposta “ocultação de patrimônio”, por falta de declaração à Receita Federal, somente pudesse ser atribuída à mãe e à irmã. Ainda mais interessante é o fato de o suposto crime levantado pela revista se referir à decepcionante soma de 30 mil francos, que à época equivaleriam a míseros 30 mil dólares, que nada significavam para uma mulher riquíssima como Inês Maria Neves, viúva do empresário e banqueiro Gilberto Faria, figura famosa no jet set nacional. E nem precisavam ser declarados à Receita, porque a lei exigia registro apenas de quantias acima de 100 mil dólares.
INVESTIGAÇÕES ENCERRADAS
E a surpreendente matéria termina de forma melancólica, nos seguintes termos:
“Em 23 de fevereiro de 2010, o procurador Rodrigo Poerson – dez meses após seus colegas de andar na Procuradoria da República do Rio acusarem Muller de operar uma “central bancária paralela” – assinou despacho em que pede o fim das investigações sobre a conta da fundação Bogart & Taylor. (O MPF se recusou a fornecer cópia do parecer; Época teve que obter o documento na Justiça.) Nele, em três páginas, Poerson acolheu integralmente os argumentos da defesa de Inês Maria. E disse ser inviável conseguir a colaboração de Liechtenstein. Ele desconsiderou os documentos assinados por Inês Maria, que previam a abertura da conta, e a própria natureza das fundações em Liechtenstein – para criar uma fundação, é necessário depositar 30 mil francos suíços numa conta aberta em nome dela. Diante do parecer de Poerson, em 26 de fevereiro de 2010 o juiz federal Rodolfo Hartmann, do Rio de Janeiro, não teve opção senão arquivar o processo. Ele fez a ressalva de que, se o Ministério Público tentasse conseguir mais provas, reabriria a pasta amarela”.
DESERTO DE HOMENS E IDEIAS
Bem, o que a opinião pública quer saber é se Aécio está ou não envolvido em corrupção, se realmente participou de esquemas montados no governo de Minas ou em estatais como Furnas. Mas não há qualquer informação a respeito nesta “denúncia” da Época, que mais parece se tratar de matéria plantada para evitar nova candidatura do senador mineiro, vejam a que ponto caiu o jornalismo brasileiro. E a reportagem de denúncia rapidamente sumiu do site da IstoÉ, substituída por uma arrasadora nota oficial da assessoria do senador mineiro.
Tradução simultânea: a briga pela candidatura tucana em 2018 será de baixíssimo nível, com golpes na linha da virilha, como se dizia antigamente. Essa baixaria mostra que a política brasileira se tornou um deserto de homens e ideias, como advertia um grande brasileiro chamado Oswaldo Aranha, que deveria ter sido presidente em 1945, substituindo Getúlio Vargas, mas perdeu o bonde da História.
Se Aranha tivesse sido candidato e vencido a eleição, o respeitável público agradeceria, porque o presidente então eleito, Eurico Dutra, era uma vaca fardada, como dizia o general Mourão Filho, e fez um governo decepcionante, que só veio a ser suplantado agora pela gestão tenebrosa de Dilma Rousseff, a mulher sapiens.

20 de março de 2016
Carlos Newton

MENDES TORNOU POLITICAMENTE IMPOSSÍVEL A INVESTIDURA DE LULA



Charge do Jota A., reprodução do Portal O Dia














Ao acolher a representação do PPS contra a nomeação de Lula para a chefia da Casa Civil, o ministro Gilmar Mendes tornou politicamente impossível a investidura do ex-presidente da República no Ministério da presidente Dilma Rousseff. 
Além disso, devolveu o processo contra Lula ao juiz Sérgio Moro. Claro que a decisão liminar de Gilmar Mendes terá que ser confirmada pelo plenário do Supremo, razão pela qual estou afirmando que o despacho da noite de sexta-feira, publicado nos jornais de sábado, não decide em definitivo a questão sob o prisma jurídico. Isso é verdade. Mas verdade também é a impressão de que a Corte Suprema manterá a liminar.
Entretanto, mesmo que caso tal fato não venha a ocorrer e o plenário decida a seu favor, Lula perde as condições de exercer o posto, especialmente em se tratando de atuar como co-presidente da República. 
Afinal de contas, ninguém pode sentir-se bem num ministério, quando a investidura é contestada dessa forma e passa a depender de decisão judicial em última instância. 
Assim, não existe a menor possibilidade de êxito no lance de dados feito pela presidente Dilma Rousseff. Isso porque os atos que se sucederam em sequência destacaram a montagem de uma farsa, exponenciada pelos diálogos gravados do presidente Lula.
CAUSARAM ESPANTO
Estas gravações constrangeram o país e causaram espanto à população brasileira. Não é possível compatibilizar os textos transcritos com os princípios de dignidade e de utilização da linguagem para expressar emoções e sentimentos. 
Ao lado disso tudo, destaca-se também a entrevista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no sentido de defender a legalidade das gravações telefônicas. 
Considerou-as legítimas, com base na tese do domínio do fato. Dessa forma, as intercepções evitaram que sucedessem um mal maior, em decorrência do desconhecimento público das confissões feitas na prática pelo ex-presidente Lula.
ESTRATÉGIA ERRADA
E o que disse Lula? Simplesmente, pediu que o governo procurasse atuar junto a ministra Rosa Weber para que ela atendesse a seu pedido e suspendesse as investigações contra ele. 
Isso num tempo. Em outro, dirige-se ao ministro da Fazenda pedindo que agisse junto à Receita Federal para frear as investigações financeiras em torno dos recursos recebidos pelo Instituto que leva seu nome. 
Num terceiro degrau, afirmou simplesmente que o Supremo Tribunal Federal estava acovardado.
Não vale nem a pena incluir nas considerações o baixo nível de outros trechos abordados por Lula esforço de desqualificar os fatos e as pessoas. O conteúdo projetado nas fases a que me referi é suficiente para condenar eticamente seu autor.
Verifica-se, no final da ópera, o erro cometido por Dilma Rousseff em tentar nomeá-lo. Tal iniciativa impensada agravou a tempestade. As ondas do impeachment voltaram a crescer e, com isso estão inundando o Palácio do Planalto.
20 de março de 2016
Pedro do Coutto

TOTAL DE MANIFESTANTES PRÓ-DILMA CORRESPONDE A 16% DOS FILIADOS AO PT

PT TEM 1.756.837 FILIADOS, MAS SÓ FORAM ÀS RUAS 275 MIL PESSOAS

ALÉM DE ÔNIBUS FRETADO, CACHÊ E INDUMENTÁRIA, OS "MANIFESTANTES" RECEBERAM LANCHE DOS ORGANIZADORES.

As cerca de 275 mil pessoas que segundo as polícias militares estaduais se manifestaram em todo Pais, favoráveis ao PT e ao governo Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (18), representam menos de 16% do total de filiados ao partido. Segundo informa a própria página oficial do PT na internet, o partido reúne atualmente 1.756.837 filiados.

Ainda assim, para reunir essas pessoas nas ruas, a direção do PT é acusada de recorrer a expedientes semelhantes aos velhos partidos conservadores, como atrair curiosos com shows artísticos, além de pagar cachê aos manifestantes (R$30, em média) e oferecer lanche, camisetas, bonés e até cartazes a serem exibidos por eles.


ALÉM DO CACHÊ, LANCHE PARA A RAPAZIADA.

As manifestações contra o governo, de domingo (13), estimadas em 3,6 milhões de pessoas pelas polícias militares, foi pouco mais de 13 vezes maior que as concentrações governistas desta sexta-feira, em todo o País.

O atos governistas foram convocadas por centrais sindicais e movimentos sociais ligados ao governo, com a contratação de ônibus fretados para recolher militantes e moradores das periferias. Já nos atos do dia 13, que ocorreram em um fim de semana, a convocação foi feita pela internet por movimentos que desde o ano passado pedem a saída de Dilma, como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua.

A Avenida Paulista, em São Paulo, era ocupada ontem pelos manifestantes ao longo de 11 quarteirões — público de 80 mil pessoas —, com discursos de militantes de PT e outros partidos de esquerda. Já no último domingo, eram 23 quarteirões ocupados pelas pessoas que queriam o impeachment de Dilma — público de 1,4 milhão.



20 de março de 2016
diário do poder

A HORA DO ARREPENDIMENTO


Supondo-se que até o final da semana venha a ser resolvida essa ridícula questão da posse do ex-presidente Lula na chefia da Casa Civil da presidente Dilma, passa-se ao principal: para que o antecessor foi convocado? Para inaugurar um novo governo, entrando no palácio do Planalto com plano de ação e até uma listinha de novos ministros? Não como capitão de time, mas marechal do exército atualmente em retirada?

Ou subordinado fiel e obediente cumpridor das ordens da comandante? Quanto baterem de frente, pois nessas situações são mais do que naturais as divergências, para que lado marchará a tropa?

Há quem conclua por antecipação que Madame incorreu em grave erro ao convocar o antecessor para o seu time. Serão dois anos e oito meses de tensões permanentes, situação demonstrativa da conclusão de que o PT ia perdendo a guerra. As manifestações de domingo passado não deixam dúvidas sobre terem sido bem superiores às da recente sexta-feira.

Acontecerá o que, caso batam de frente Dilma e Lula? Não se duvida da hipótese de que alguns ministros venham a insurgir-se contra orientações do novo chefe da Casa Civil? A quem Madame dará preferência?

Lula enfrentará outro tipo de problemas. A família abrirá mão de confortável residência em São Paulo, mesmo sem características de triplex, ou de um sítio próximo e ameno, para vir morar no cerrado? Mesmo com mansões a seu dispor, hesitará em trazer para Brasília toda a tralha levada para a Paulicéia. Ficar na ponte aérea equivalerá a um retrocesso, mas morar separado da mulher e dos filhos, pior ainda.

Como será cuidado o Instituto Lula? Paulo Okamoto ficará lá ou aqui? Admite-se um chefe da Casa Civil afastado da sede do governo? E durante as sucessivas viagens pelo país,quem ocupará as instalações presidenciais? Claro que Dilma, mas o constrangimento estará presente todos os dias.

Sempre que o Lula receber convites para palestras no exterior, em que condição será recebido pelas autoridades lá de fora? Ex-presidente da República ou chefe da Casa Civil? Em que conta bancária será depositado seu cachê?

Para cada lado que o ex-presidente se volte encontrará problemas. Será que nos momentos de reflexão não lhe passará pela cabeça concluir haver praticado uma imensa besteira?



20 de março de 2016
Carlos Chagas

PESQUISA MOSTRA QUE 68% DOS ELEITORES SÃO FAVORÁVEIS AO IMPEACHMENT

SEGUNDO DATAFOLHA, 16% ACHARIAM ÓTIMO TEMER COMO PRESIDENTE

PESQUISA FEITA ENTRE OS DIAS 17 E 18 DE MARÇO COM 2.794 ELEITORES. (FOTO: ANDRÉ DUSEK/AE)


Pesquisa mostra que cresceu o apoio popular ao impeachment e à renúncia da presidente Dilma Roussef. Conforme levantamento do Datafolha, no caso do impeachment 68% da população se diz favorável ao processo, oito pontos acima do porcentual verificado em pesquisa feita em fevereiro. Quando questionados sobre a hipótese de renúncia, o apoio popular cresceu de 58% para 65% no período.

A pesquisa, feita entre os dias 17 e 18 de março com 2.794 eleitores, mostra que, ao mesmo tempo, 27% população é contrária ao processo de impeachment, uma redução ante os 33% que tinham essa opinião em fevereiro. A reprovação ao governo também subiu e agora 68% dos eleitores avaliam o governo Dilma como ruim ou péssimo. A taxa se aproxima do recorde de 71% apurado pelo instituto em agosto de 2015.

Questionados sobre a hipótese de um governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer, apenas 16% acreditam que tal governo seria ótimo ou bom e 35% opinam que seria ruim ou péssimo.


20 de março de 2016
diário do poder

EXPLICAÇÕES DE DILMA PARA NOMEAR DE LULA SÃO 'RIDÍCULAS' - DIZ NY TIMES

LULA E DILMA, DIZ O TIMES, QUEREM ATRASAR, "POR TANTO TEMPO QUANTO POSSÍVEL"

COM O TÍTULO DE "A CRISE POLÍTICA NO BRASIL SE APROFUNDA", O EDITORIAL DO TIMES COMENTA OS VÁRIOS DESDOBRAMENTOS NA POLÍTICA BRASILEIRA FOTO: ROBERTO STUCKERT


O The New York Times classificou em um editorial neste sábado de "rídiculas" as explicações de Dilma Rousseff sobre a escolha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser ministro-chefe da Casa Civil. "Surpreendentemente, ela parece ter sentido que ainda tinha capital político para gastar", afirma o maior jornal dos Estados Unidos ao comentar a nomeação de Lula.

"Dilma Rousseff criou uma nova crise, de confiança em seu próprio julgamento", afirma o Times. O texto ressalta que Lula está sendo investigado por enriquecimento ilícito. Além disso, pessoas muito próximas a ele, como José Dirceu, estão presas, ressalta o jornal.

Se a decisão de nomear Lula "empurra os esforços de impeachment" para mais perto, "Dilma terá só a ela mesma para culpar", afirma o Times. A estratégia de Dilma aumentou a insatisfação popular e levou milhares de pessoas às ruas das cidades brasileiras, pedindo a renúncia da presidente, afirma o Times. Ontem à noite, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, suspendeu a nomeação de Lula.

Com o título de "A crise política no Brasil se aprofunda", o editorial do Times comenta os vários desdobramentos na política brasileira dos últimos dias, com foco na escolha de Lula para ser ministro de Dilma. O texto destaca que o objetivo foi tentar blindar Lula das investigações da Operação Lava Jato, que já atingiram 50 pessoas, incluindo políticos do PT e de outros partidos, ressalta o jornal.

A explicação de Dilma para a nomeação de Lula, ressalta o Times, foi descrita por ela como sendo uma oportunidade de trazer de volta ao Planalto um negociador talentoso para ajudar o Brasil a lidar com uma variedade de crises. Essa explicação, porém, é ridícula, afirma o editorial. O texto cita que Lula é acusado de ter recebido dinheiro de construtoras e foi levado recentemente para depor pela Polícia Federal.

Lula e Dilma, diz o Times, querem atrasar, "por tanto tempo quanto possível", um eventual julgamento do ex-presidente ao tentar abrigá-lo no Planalto, com foro privilegiado.(AE)


20 de março de 2016
diário do poder

EVO MORALES PEDE REUNIÃO DA UNASUL PARA APOIAR GOVERNO DILMA

AFIRMOU QUE É PRECISO DEFENDER A DEMOCRACIA BRASILEIRA


O PRESIDENTE DISSE QUE O QUE ESTÁ SENDO GESTADO NO BRASIL É "UM GOLPE DO CONGRESSO"

O presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs neste sábado uma reunião de emergência da União das Nações Sul-americanas (Unasul) para defender a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Devemos fazer uma reunião de emergência da Unasul no Brasil para defender a democracia brasileira, para defender a Dilma e o Lula. Esperamos que o nosso presidente da Unasul e presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, bem como todos os chefes de Estado da região se mobilizem", afirmou Morales, em um discurso na cidade de El Alto.

O presidente disse que o que está sendo gestado no Brasil é "um golpe do Congresso" maquinado por "grupos oligárquicos dos Estados Unidos" para evitar que Lula seja candidato nas próximas eleições presidenciais.

O chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, disse ontem em Montevidéu que "está circulando em todos os países da Unasul fazendo um chamado e uma pedido que se respeite a ordem institucional no Brasil".(AE)


20 de março de 2016
diário do poder

GRUPO DE ADVOGADOS ESTUDA SAÍDAS PARA LULA

FORÇA-TAREFA DE 20 ADVOGADOS TENTA ENCONTRAR SAÍDAS PARA LULA

NÃO SE SABE AINDA QUEM PAGA OS ADVOGADOS, QUE TRABALHAM INCOMUNICÁVEIS. (FOTO: LULA MARQUES)
Uma força-tarefa de vinte advogados de oito escritórios de Brasília e São Paulo trabalham na capital paulista, em local mantido sob sigilo, incomunicáveis, buscando saídas para o ex-presidente Lula. Está difícil. Os advogados, que estão sendo “muito bem pagos”, segundo um deles, são orientados, inclusive, a manter celulares desligados. A ideia é “não perder o foco”, estudando todos as acusações contra Lula.

Os advogados são “muito bem pagos”, mas não está claro quem paga a conta. Oficialmente, o lulismo nem sequer admite o trabalho.

A maior preocupação da força-tarefa de defesa de Lula é tentar reverter a indignação do Poder Judiciário com os ataques do ex-presidente.

Nas conversas gravadas sob autorização judicial, Lula acusa o Supremo Tribunal Federal, que o vai julgar, de “acovardamento”.



20 de março de 2016
diário do poder

SENADOR CONFIRMA QUE DILMA SABIA DOS ESQUEMAS E PASSA NA DETECTOR

TÉCNICOS TREINADOS NO FBI NÃO DETECTARAM MENTIRAS DE DELCÍDIO

A MEMÓRIA PRODIGIOSA E A COERÊNCIA DOS DEPOIMENTOS IMPRESSIONARAM OS PROCURADORES.


Delcídio do Amaral revelou à força-tarefa da Lava Jato que Dilma sabia desde 2004, segundo ano do governo Lula e primeiro ano do Petrolão, de todos os esquemas de corrupção na Petrobras. A delação premiada de Delcídio, segundo investigadores ligados à operação, impressiona pela riqueza de detalhes: foi a mais longa e completa da Lava Jato até agora: durou oito dias, com depoimentos de 4h de manhã e 4h à tarde.

Membros da força-tarefa elogiam a “memória prodigiosa” de Delcídio, que lembrava de quase tudo. E tinha anotado ou documentado.

Investigadores testaram os relatos de Delcídio, reinquirindo sobre os mesmo temos de formas diferentes, mas não caiu em contradições.

Técnicos treinados no FBI examinaram a voz, a expressão labial, rosto etc. Detectaram momentos de insegurança, mas não mentiras.

Ainda não se tem dimensão da delação de Delcídio, o mais assustador relato da corrupção nos governos do PT, diz fonte ligada à Lava Jato.


20 de março de 2016
diário do poder