"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

SENADO PEDE QUE MINISTRO EXPLIQUE AS AMEAÇAS À POLÍCIA FEDERAL



Eugênio Aragão em entrevista em seu gabinete
Aragão ameaçou afastar equipes da PF mesmo sem ter provas


















A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou requerimento no qual convida o ministro Eugênio Aragão (Justiça) a dar explicações sobre afirmações de possíveis substituições na Polícia Federal em caso de vazamentos. A fala ocorreu em entrevista à Folha em 19 de março, um dia após o ministro tomar posse no governo. “Cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada toda. Não preciso ter prova. A Polícia Federal está sob nossa supervisão”.
A declaração, vista como um recado, gerou uma série de reações, inclusive no Congresso. Parlamentares da oposição disseram, naquela semana, que o ministro estaria “ameaçando” e tentando “intimidar” o trabalho da PF.
INTERVENÇÃO?
A intenção do convite, explica o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), é esclarecer o que Aragão quis dizer. Para o parlamentar, as afirmações configuram “ameaças de intervenção” e indicam uma tentativa de “esvaziamento da Operação Lava Jato”.
Durante a entrevista, o ministro negou a intenção de influenciar na Lava Jato, da qual a PF é parte central, mas criticou o método como as delações premiadas são negociadas na operação, classificando como “extorsão”.

01 de abril de 2016
Deu na Folha

INTERVENCIONISMO ESTATAL NÃO PRODUZ DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO



Charge do Duke, jornal O Tempo/BH



















É preciso quebrar esta maldita hegemonia do pensamento que insiste no dirigismo estatal da nossa economia, esse excesso de intervencionismo gestado por uma mentalidade tacanha que sufoca a iniciativa privada, criando desequilíbrios na livre concorrência, pois o dirigismo econômico cobre a iniciativa privada com os interesses políticos dos grupos dominantes que tendem a beneficiar a criação de cartéis, monopólios e oligopólios de grupos empresariais que vão realimentar os grupos políticos, aqueles mesmos que manobram a máquina estatal para defender o interesse das grandes corporações cartelizadas.
O Estado tem de ser fortemente contido no seu ímpeto de exceder na intervenção econômica, o que produz grandes distorções como as que estamos vendo no atual governo, que direcionou 60% dos créditos subsidiados do BNDES a um número pequeno de grandes empresas e apenas 40% para as micro e pequenas empresas, quando, na realidade, esta estatística deveria ser, no mínimo, invertida, com a maior parte dos créditos subsidiados pelo BNDES fomentando àquelas empresas que sustentam às maiores empregadoras da economia – as micro e pequenas empresas.
MAIOR CRISE DA HISTÓRIA
É, justamente por termos um estado fortemente atuante na economia, com excesso de intervencionismo, que o Brasil está imerso na maior crise recessiva de sua história! As desonerações setoriais concedidas pela presidente Dilma Rousseff e pelo então ministro Guido Mantega trouxeram profundo desequilíbrio para o setor público, além de fomentar as distorções da livre iniciativa e da saudável competição de mercado.
No setor público, ano passado o déficit primário foi de R$ 114,0 bilhões. Exatamente o montante deixado de arrecadar coma as desonerações tributárias perpetradas pela “dupla dinâmica”.
FALTA EQUILÍBRIO
É preciso entender que a saúde da livre iniciativa depende de um governo que mantenha as políticas monetária, cambial, de renda e fiscal de maneira a mais isenta possível, a mais equilibrada possível, para não provocar distorções no mercado, no meio econômico.
O desenvolvimento de uma indústria genuinamente nacional depende desse equilíbrio. E mais, do desenvolvimento de uma infraestrutura condizente com o tamanho do país, além do ensino e da pesquisa e, obviamente, dos estímulos técnicos e financeiros para que isso exista.
Cabe, também, a atuação do governo através de agências reguladoras, para conter os monopólios naturais, como ocorre com o setor petroleiro e de energia.
No mais, ao Estado cabe ocupar apenas os espaços que o próprio mercado não ocupa, prestando serviços de utilidade pública. Tudo o que se quer de um estado democrático de direito é o equilíbrio das políticas públicas e a neutralidade e imparcialidade perante o mercado.
Todo o restante o próprio mercado produz.

01 de abril de 2016
Wagner Pires

ERROS NA POLÍTICA ECONÔMICA ESTÃO QUEBRANDO AS EMPRESAS



Falência de empresas vai agravar a crise e o desemprego

















A política econômica da presidente Dilma Rousseff, com todos os seus equívocos, colocou o setor produtivo próximo do colapso. Dados coletados por técnicos do governo mostram que empresas de todos os portes estão com um pé na falência e, se quebrarem, vão levar o desemprego para muito além dos 9,5% captados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O quadro é tão complicado, que as principais instituições financeiras já enviaram um sinal de alerta ao Banco Central. Dependendo do tamanho da ruína das companhias, alguns bancos também podem vir a apresentar problemas.
Diante da gravíssima recessão na qual o país está mergulhado, as vendas desabaram. Em alguns casos, o faturamento nos dois primeiros meses deste ano caiu à metade do observado em igual período de 2015. O fluxo de caixa não está sendo suficiente para cobrir todas as despesas operacionais, inclusive a folha de salários. Desde a segunda metade do ano passado, quando a atividade começou a despencar, as empresas vêm cobrindo os gastos com empréstimos, por meio de linhas de capital de giro. Mas, como várias delas estouraram seus limites de crédito, os bancos fecharam as torneiras.
Ao deixar as empresas à míngua, porém, o setor financeiro deu início a um processo de asfixia que pode resultar em uma bolha de inadimplência, com consequências graves para a economia real. A onda de calote se estenderia às pessoas físicas, vítimas do aumento das demissões. A situação, que hoje está sob controle, daria início a um movimento de pânico, o que só agravaria um cenário que já é bastante conturbado.
SEM ESTRESSE…
O Banco Central garante que o sistema financeiro está forte o suficiente para lidar com qualquer tipo de estresse. Os bancos vêm se preparado para as dificuldades. Tanto que as provisões para créditos de difícil liquidação deram um salto expressivo entre dezembro de 2014 e janeiro deste ano, passando de R$ 147,3 bilhões para R$ 186,2 bilhões.
Esse volume de dinheiro é, no entender da autoridade monetária, mais do que compatível com a alta da inadimplência das empresas, que, no mesmo período, subiu de 3,4% para 4,7%, e das pessoas físicas, que pulou de 5,3% para 6,2%.
Dentro do governo, a orientação é para que o BC apresse um programa para socorrer as empresas em dificuldades.
MAIS RISCOS
A ideia, como já informou o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é liberar parte dos depósitos compulsórios que os bancos detêm com a autoridade monetária. A liberação de recursos deve vir acompanhada do afrouxamento de regras prudenciais, para que as instituições financeiras possam assumir mais riscos. Há o perigo, porém, de, na ânsia de criar um fato positivo, o governo perder as rédeas do programa de incentivos. O histórico, como se sabe, é muito ruim.
Ex-diretor do BC, o economista Carlos Thadeu de Freitas  lembra que o modelo de socorro que o governo está preparando já foi usado nos anos 1970, quando Mário Henrique Simonsen era ministro da Fazenda. Pelo programa de refinanciamento compensatório, o BC liberava recursos para que os bancos pudessem renegociar dívidas de empresas e de pessoas físicas em dificuldade. Com isso, se evitava uma quebradeira em massa. As operações eram controladas e prevaleceram em um espaço específico de tempo. Quer dizer, foram temporárias.
Na visão de Thadeu, não há, hoje, problema de falta de recursos para que os bancos possam emprestar. Muito pelo contrário, as instituições estão com o caixa abarrotado, engordando os lucros com os altos juros pagos pelos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. O entrave está na falta de confiança. Os bancos não acreditam mais na clientela. Temem perder dinheiro com a severa recessão que assombra o país.

01 de abril de 2016
Vicente Nunes
Correio Braziliense

AO DEFENDER DILMA, EDINHO AMEAÇA O PAÍS COM "O PRIMEIRO CADÁVER"



Declaração do ministro Edinho Silva surpreendeu os jornalistas



















O ministro Edinho Silva (Comunicação Social) voltou a criticar nesta quinta-feira (31) o clima de intolerância no país e defendeu que as forças políticas sentem para conversar. Segundo o ministro, as forças políticas deveriam evitar com que o clima de radicalização aumente no país, caso contrário haveria um risco de aparecer um “cadáver”.
“Nós vamos baixar o tom ou vamos esperar o primeiro cadáver?”, questionou o ministro em conversa com um grupo de jornalistas logo após a cerimônia da presidente Dilma Rousseff com artistas.
Diante da insistência de jornalistas para que explicasse melhor o que estava querendo transmitir, ele afirmou: “Vamos fazer isto [buscar uma negociação] ou vamos esperar o primeiro cadáver?”. Segundo ele, se algo não for feito há o risco de isto ocorrer.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se sabe, não existe radicalização por parte dos manifestantes que defendem o impeachment. Pelo contrário, todos os atos públicos são inteiramente pacíficos, as pessoas se confraternizam. Portanto, se houver algum cadáver, ninguém poderá culpar os manifestantes pró-impeachment. Diante dessa realidade concreta, certamente o ministro Edinho Silva está se referindo às promessas de Lula e do PT, sobre a possibilidade de incendiar o país, chamar o exército do Stédile, desestabilizar o próximo governo e outras ameaças do gênero. Mas é claro que nenhum país pode se curvar a esse tipo de intimidação, de caráter absolutamente irracional. (C.N.)

01 de abril de 2016
Deu na Folha

DILMA PENSA QUE ATRIBUIR AO PT O CAIXA 2 PODERÁ INOCENTÁ-LA



Dilma corrupcao
Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)



















A presidente Dilma Rousseff disse, em conversa com assessores, que cabe ao marqueteiro João Santana explicar a informação de que ele recebeu dinheiro vivo da empreiteira Odebrecht e fez pagamentos, também em “cash”, a prestadores de serviços da campanha da petista à reeleição em 2014.
A Folha mostrou na edição desta quinta (31) que a Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato, investiga o possível uso de caixa dois na campanha de Dilma por meio de dinheiro não contabilizado repassado pela construtora.
Dilma Rousseff diz que a contabilidade de sua eleição em 2014 foi toda oficial e declarada à Justiça Eleitoral e que, se João Santana fez uso de caixa dois como aponta a investigação da Operação Lava Jato, a responsabilidade é do seu então marqueteiro, hoje preso, e não de sua campanha.
DINHEIRO VIVO  
O receio do governo, segundo assessores, é sobre a origem do dinheiro vivo entregue à mulher de Santana, Mônica Moura, pela construtora Odebrecht, de acordo com as investigações.
A PF busca comprovar que os recursos seriam provenientes de pagamentos de propina obtidas por obras tocadas pela empresa em contratos com a Petrobras e outras estatais, como as do setor elétrico.
Neste caso, o temor é que o dinheiro pode ter sido entregue pela construtora ao marqueteiro por orientação de alguém do PT, o que é a principal suspeita dos investigadores da Lava Jato.
CONFIRMAÇÃO
Em depoimentos de sua delação premiada, a secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares afirmou que negociou entregas de dinheiro vivo para emissários da Pólis, a empresa do marqueteiro.
Só numa das planilhas, que foi “traduzida” pela delatora aos investigadores em Curitiba, há indicação clara de que João Santana e a mulher receberam, por meio de emissários, R$ 21,5 milhões logo depois do segundo turno da eleição de 2014.
A suspeita de investigadores é que ao menos parte deste dinheiro, levantado pela Odebrecht junto a doleiros, foi usada para quitar dívidas de campanha da presidente Dilma em 2014.
Presa desde fevereiro com o marido, Mônica Moura mudou de advogado em meados de março e passou a negociar um acordo de delação premiada. A delação ainda não foi fechada, segundo fontes com acesso à negociação.
Nem a assessoria do marqueteiro e de sua mulher nem seus advogados quiseram se manifestar sobre o caso. A Odebrecht também não comentou as informações.
AGRAVANDO A SITUAÇÃO
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) afirmou que os indícios de uso de caixa dois na campanha de reeleição da presidente agravam ainda mais a situação política da petista, que luta para conter a abertura de um processo de impeachment na Câmara. O tucano defende que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) amplie e acelere as investigações em torno da campanha presidencial de 2014. As apurações, se comprovadas, poderiam levar à cassação do mandato da chapa Dilma-Temer.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, os novos indícios de caixa dois “impactam de forma muito intensa” o processo de impeachment. Paulo Teixeira (PT-SP), vice-líder do partido na Câmara, discorda dizendo que essa questão é “estranha à denúncia” em tramitação na Casa, que se centra nas chamadas pedaladas fiscais.
Já o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse não acreditar em contribuições ilegais para custear a campanha de Dilma em 2014.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É difícil imaginar que Dilma Vana Rousseff cursou mesmo uma faculdade, porque ela age como se fosse uma ignorante total. Como pode achar que será inocentada do crime eleitoral por simplesmente alegar que a culpa do Caixa 2 é do PT e do marqueteiro? Perante a Justiça, esta declaração significa confissão do crime. (C.N.)

01 de abril de 2016
Valdo Cruz, Graciliano Rocha e Leandro Colon
Folha

IBOPE MOSTRA REPROVAÇÃO A DILMA EM TODAS AS CLASSES SOCIAIS



Charge do Fernando Cabral, reprodução da internet


















A pesquisa realizada pelo Ibope, sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (reportagem de Victor Martins, edição de quinta-feira, de O Estado de São Paulo), revelou o aspecto politicamente mais importante para o governo Dilma Rousseff: a reprovação a presidente encontra-se assinalada em todos os segmentos sociais. A abrangência dos números, portanto, ganha uma dimensão bem maior do que possam apresentar à primeira vista. Convergem entre si, com poucas diferenças.
Entre os que ganham apenas um salário mínimo por mês, a rejeição é de 62%. Entre os que ganham de 1 a 2, 70% reprovam sua atuação. Entre aqueles cujos vencimentos oscilam de 2 a 5 salários mínimos, a reprovação sobe para a escala de 73 pontos. Finalmente entre os que ganham mais de 5 pisos, 75%afirmam-se contrários à presidente. A quase uniformidade refletida nas tendências, a meu ver, representa o fator que deve ser o mais preocupante para o Palácio do Planalto.
Inclusive por regiões, excluindo-se o Nordeste, onde a rejeição recua para 54%. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, ultrapassam a escala de 70 pontos negativos. O resultado do levantamento Ibope-CNI não poderia ser pior para o Executivo, sobretudo no momento em que o debate em torno da tentativa de impeachment volta a tomar impulso, principalmente depois da representação verbalizada na Câmara dos Deputados pelos professores Miguel Reali Junior e Janaina Paschoal, signatários da representação junto com o ex-deputado Hélio Bicudo, fundador do PT. Aliás, a nomeação de Lula para ministro chefe da Casa Civil, reabriu e reacendeu a questão que adormecia no segundo plano das previsões.
DOIS TEMPOS
O teor e o tema emergiram de novo, podendo se dividir o processo em dois tempos: o primeiro, repousando em cima das pedaladas fiscais, o segundo, adicionando também a tentativa de obstruir a Justiça, através de um decreto visando a conceder foro especial, no Supremo, ao ex-presidente da República. Questão aliás discutível , mesmo com base no art. 102 da Constituição Federal. Da sua leitura pode-se presumir que o foro privilegiado referido nesse texto decorre de ações praticadas pelos ministros de Estado,sim, mas quando praticadas no exercício dos respectivos cargos. Não antes.
Neste caso, o foro especial, na prática, significaria uma apreciação a posteriori de práticas que antecederam a nomeação. Caso específico que se aplica a Lula, que responde por ocultação de patrimônio, conforme acentuou o juiz Sérgio Moro na explicação ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato quanto aos nela envolvidos e que podem ter direito a serem julgados pela Corte Suprema. No momento em que escrevo este artigo o STF não havia retomado a apreciação da liminar do ministro Gilmar Mendes impedindo a investidura de Lula na Casa Civil do governo Dilma.
Por isso, enquanto o plenário não decidir sobre o assunto, estará valendo a liminar que bloqueia a nomeação do ex-presidente. E também permanecerá pendente quanto  ao foro habilitado para julgá-los diante das denúncias que lhe foram dirigidas: Brasília ou Curitiba.

01 de abril de 2016
Pedro do Coutto

MARISA LETÍCIA, VACCARI E A CUNHADA ERAM CLIENTES "VIP" DA OAS



Charge do Jota A., reprodução do Portal O Dia


















A empreiteira OAS repete desde o ano passado que o ex-presidente Lula e sua mulher não tiveram tratamento privilegiado no caso do tríplex reservado para o casal em Guarujá (SP), mas um documento apreendido pela Polícia Federal na construtora coloca em xeque essa versão.
Marisa Letícia, a mulher de Lula, aparece numa planilha como cliente VIP, sigla referente à expressão em inglês “Very Important Person” (pessoa muito importante, em uma tradução literal).
O documento cita como clientes especiais outros dois investigados pela Operação Lava Jato : o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e a cunhada dele, Marice Correa de Lima, suspeita de intermediar repasses ilícitos da OAS para o PT. Vaccari está detido em Curitiba e já foi condenado em uma das ações penais da Lava Jato a 15 anos de prisão.
Na planilha com 83 nomes, a quarta pessoa indicada como VIP é a ex-diretora da cooperativa habitacional Bancoop Ana Maria Érnica. Ela é ré em ação penal em São Paulo sob a acusação de envolvimento em desvios de recursos da cooperativa em favor do PT, o que o partido nega.
TRIPLO X
A lista foi recolhida pela PF em medida de busca e apreensão da 22ª fase da Lava Jato, denominada “Triplo X”.
A operação investiga se a OAS reservou tríplex no condomínio em Guarujá para Lula e reformou o imóvel em retribuição a supostos favores do ex-presidente.
O Instituto Lula nega que o petista tenha recebido qualquer benefício ilegal e diz que Marisa desistiu da compra do imóvel no fim de 2015.
O título da planilha é “Empreendimento: Residencial Mar Cantábrico”, que é o nome antigo do condomínio em Guarujá lançado pela Bancoop em 2003. O documento foi produzido pelo escritório de advocacia José Carlos de Mello Dias. Segundo Marcos Migliaccio, conselheiro da Associação das Vítimas da Bancoop, esse escritório fazia a ponte entre a OAS e os clientes da cooperativa.
Os contatos eram necessários porque a cooperativa habitacional entrou em crise e transferiu o empreendimento no litoral paulista para a OAS, em outubro de 2009.
TAC ASSINADA
A mulher do ex-presidente Lula assinou um contrato com a Bancoop em 2005 para adquirir o apartamento 141 da torre do condomínio que fica de frente para o mar.
Ela é a única citada por iniciais na planilha. Na linha sobre a unidade 141, está escrito “M.L.L S”, de Marisa Letícia Lula da Silva.
Todas as pessoas indicadas na lista têm os dizeres “TAC assinada” associados aos seus nomes, menos os quatro “VIPs”.
A expressão “TAC assinada” é, provavelmente, o termo de acordo pelo qual os cooperados da Bancoop aprovaram a cessão dos imóveis para a OAS em 2009.
Apesar de empreiteira negar tratamento privilegiado a Lula, no final de 2014 o então presidente do grupo OAS, Léo Pinheiro, acompanhou o petista e Marisa Letícia em visita ao tríplex em Guarujá.

01 de abril de 2016
Flávio Ferreira e Mario Cesar Carvalho
Folha

JEFFERSON VOLTA À POLÍTICA E PREVÊ QUE LULA E CUNHA SERÃO PRESOS



O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ)
Jefferson vai comandar o PTB na votação do impeachment




















Condenado a sete anos e 14 dias de prisão no processo do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson obteve perdão da pena e se prepara para reassumir em 14 de abril, a presidência do PTB. Quer voltar ao comando partidário ainda durante o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ao qual é favorável.
Pelos cálculos do petebista, 17 dos 19 deputados do partido deverão votar contra Dilma. O indulto acabou com proibições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como falar de política e só viajar com autorização judicial. Em entrevista ao Estado, Jefferson, de 62 anos, diz que, na época do mensalão, não sabia, mas agora tem certeza de que o ex-presidente Lula tinha conhecimento da corrupção que envolvia o PT e parlamentares da base.
Sobre deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Jefferson diz não ter dúvida de que o peemedebista será preso. “Eduardo é o bandido pelo qual eu mais torço”, diz. “Ele foi o adversário mais à altura do Lula. Lula nunca esperou encontrar um bandido da mesma qualidade moral, intelectual que ele”, ironiza, prevendo que Lula também cumprirá pena.
Os defensores da presidente apontam golpe, no sentido de que a Constituição não está sendo respeitada. Como o senhor vê essa reação?
Eles querem fazer um paralelo com João Goulart (presidente deposto no golpe de 1964). Ali podemos dizer que foi um golpe, não uma revolução. Agora não há um movimento para derrubar o governo com uma ruptura constitucional. O impeachment é legal, é constitucional, tem o rito constitucional fiscalizado pelo Supremo Tribunal Federal. Não há golpe. Dilma não pode se comparar ao Jango. O impeachment da Dilma se compara ao do Collor.
Mas é preciso haver crime para haver impeachment. Há prova de crime?
Tem a pedalada fiscal, tem essa questão eleitoral, o esquema montado para financiamento da campanha. Aquele PC Farias era menino de procissão perto dessa turma do PT.
O senhor acredita que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula sabiam da forma como chegavam os recursos para as campanhas eleitorais?
À época do mensalão, eu não acreditava, eu achava que parava na Casa Civil. Eu tive a impressão de que o mentor intelectual do mal era o Zé Dirceu. Mas hoje, com as provas colhidas, com a abertura que a imprensa fez do material colhido, tenho absoluta certeza de que o Lula era senhor de tudo que havia no País.
Existem provas disso?
Essas delações premiadas, o (ex-deputado) Pedro Corrêa dizendo isso, o senador Delcídio Amaral (ex-líder do governo no Senado) dizendo isso. Não tenho mais dúvida de que o Lula estava a par de tudo. Não aconteceu sem que o Lula soubesse. O Lula realmente sabia de toda essa corrupção e ele institucionalizou essa corrupção a partir dessa chefia do governo.
Essa tese vale para o mensalão e para o petrolão?
Posso falar agora que vale para  o mensalão. Naquela época eu não poderia falar. Vi outro dia o Pedro Corrêa dizendo que o financiamento do mensalão vinha do petróleo, uma das fontes do mensalão era o petróleo. Era muito dinheiro para ser apenas o Marcos Valério através de uma conta de publicidade.
O senhor tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobrás?
Eu não soube dessas coisas da Petrobrás naquela época. O que eu sei é que a Petrobrás sempre foi a empresa elite dos partidos mais poderosos. As estatais no Brasil são o braço financeiro das corporações sindicais e dos partidos. Quem financia partido político são as estatais. Vamos ter que repensar isso. Se queremos país moderno, vamos ter que fazer privatização, porque não vai permitir a concentração da corrupção. Um assalto de US$ 1 bilhão como o (da refinaria) de Pasadena você não ia escutar em lugar nenhum. Só na concentração de poderes que a Petrobrás tem. O Brasil vai ter que enfrentar a privatização. A estatal é a semente da corrupção no Brasil. Os partidos políticos disputam os cargos nas estatais para seu financiamento. No fragor dessas denúncias está Dona Dilma, pegando de volta as estatais do PMDB para distribuir no varejo para os deputados. Isso é corrupção. O que vão assaltar nos seis meses enquanto durar o processo de impeachment dela é uma loucura. Vai todo mundo querer fazer caixa, porque ela cai em seis meses. “Cobra 100% de comissão aí!” Tem que ser rapidinho, vai ser igual dinamite em caixa de banco.
O PTB pleiteou alguma diretoria ou gerência importante na Petrobrás?
Nunca, nós éramos muito pequenos. O PTB teve a presidência da Eletronorte, a diretoria do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) e aquela diretoria dos Correios.
E Furnas?
Uma diretoria nos foi oferecida pelo presidente Lula, para compensar a não transferência dos recursos nas eleições em que PT fechou acordo com PTB. O PTB fechou uma grande aliança com o PT nas capitais, a Marta (Suplicy) foi eleita com apoio do PTB em São Paulo. Eles ofereceram R$ 20 milhões para financiamento do PTB e deram R$ 4 milhões. Foram os R$ 4 milhões que o Marcos Valério levou. Como eles não cumpriram os R$ 16 milhões e no PTB ficamos com uma grave dívida e uma crise interna, o presidente Lula tentou montar para o PTB um caminho de financiamento para suprir esse gasto, a diretoria de Furnas (de Engenharia), onde estava o Dimas Toledo. Mas não se concretizou.
O que aconteceu? Havia um esquema anterior?
Havia. Eu soube disso quando indicamos doutor Francisco Spirandel para ocupar o lugar do Dimas. Recebi contato do Zé Dirceu para que eu fosse conversar com ele na Casa Civil. Ele disse “em vez de trocar o Dimas, por que a gente não faz um acordo, você mantém o Dimas e ele passa a ajudar o PTB?” Eu disse “da minha parte, sem problema”. Dimas foi à minha casa conversar, foi quando conheci o Dimas. Dimas disse “minha diretoria rende de apoio R$ 3 milhões por mês, mas eu tenho comprometidos R$ 1 milhão com o PT de Minas, R$ 1 milhão com o PT Nacional, dou R$ 600 mil a 12 deputados do PSDB, R$ 50 mil a cada um, eles apoiam de vez em quando o governo federal. E R$ 400 mil para a diretoria.
E qual era a origem desse dinheiro?
Os contratos que ele gerenciava lá na Engenharia. Comissão da Engenharia. Então combinamos: a gente mantém o apoio ao PT de Minas, aos 12 deputados que ajudam nas votações mais  importantes do governo do Lula e passa a dar R$ 1 milhão para financiar o PTB Nacional. Eu falei “da minha parte, perfeito”. Estava fechado e marcamos encontro com o presidente Lula para comunicar que não precisava trocar o Dimas, que tinha esse acordo. Eu, Zé Dirceu, Walfrido dos Mares Guia, que era ministro do PTB, e o presidente Lula. Lula perguntou “quando esse cara de vocês, Spirandel, assume?” Eu disse que havia o acordo de convivência do PTB com o PT. (Lula disse) “Quero ouvir de você”. E eu contei o que acabei de dizer para você. Lula disse “não estou de acordo, porque esse Dimas é o cara do Aécio, só faz propaganda para o governo de Minas, do Aécio, se vocês não trocarem eu vou trocar”. Eu disse “então bota o Spirandel”. Quando acabou a reunião, Zé Dirceu me interpela “você quis o boi com chifre e tudo, se você bate o pé, ele mantém o Dimas’. Eu disse “Zé, por que você não interveio?” Desci com Walfrido para a garagem, ele segurou meu braço e disse “você foi para o céu”. Eu disse “acho que eu fui para o inferno, a reação do Zé Dirceu foi muito ruim”. Uma semana depois veio a matéria da Veja (que exibiu gravação de um funcionário dos Correios cobrando propina e dizendo que falava em nome de Jefferson), que se assemelha à verdade, mas não é a verdade. Zé Dirceu montou com a Veja aquela matéria.
E o movimento seguinte foi o senhor revelar o esquema do mensalão?
Tentaram segurar, disseram para eu deixar a presidência do PTB, iriam nomear um deputado ferrabrás, mas que faria um relatório final não me indiciando. Eu disse “não conta comigo não, entrei pela porta da frente e é de onde vou sair, mas prepara porque vai ter tiro daqui, vou pegar vocês, o que eu tenho vou botar para fora”. Deu no que deu. Ali foi a origem de tudo, a origem desse momento que o Brasil vive hoje. Eu te confesso que até aquele momento eu achava que o PT, que o Lula, tinham ética. Um partido igrejeiro, quase de batina, de barba preta e sotaina, nascido do útero da Igreja.
Quem eram os 12 deputados do PSDB que recebiam propina de Furnas?
Não sei, não perguntei. Devem ter ajustado um grupo de 12 deputados federais que, naquelas votações mais importantes, votava com o governo.
Como petrolão e mensalão se conectavam?
Hoje eu leio o petrolão como fonte de financiamento do mensalão. Um dos graves problemas do PT foi o financiamento dos partidos políticos. Hoje pode fazer PMB, PSD, P não sei o quê…tem 40 partidos. Quando o PT encontra resistência em uma direção partidária, dissolve aquele partido, pega um grupo, faz outro partido. Quem se manteve firme e não se fragmentou foi o PMDB. Quando o PMDB viu que o PT estava tentando esfacelar o partido, criando esse PSD com o ex-prefeito de São Paulo (Gilberto Kassab) começou ali a reação. Eduardo Cunha vem reagindo a partir dali. Essa janela que abriram agora (que permitiu troca de partido) é mensalão de novo. Os caras que se aproximavam para conversar pediam luvas de R$ 1 milhão, R$ 600 mil e mensalão de R$ 30 mil, R$ 40 mil, R$ 50 mil por mês. É a mesma coisa do mensalão. Aconteceu tem dez dias. O PTB foi assediado.
Por quem?
Teve gente que me procurou (para ir para o PTB). “Preciso de R$ 1 milhão”. Eu disse “aqui no PTB não se paga mensalão para ninguém”. Eram deputados de outra legenda que vinham com essa conversa para passar para o PTB. Perdemos alguns deputados e sei que cantaram na orelha deles essa conversa. Quem patrocina? O PT, o governo. Não vou citar ninguém. Está na raiz do PT a corrupção. Pelo que vejo, (o dinheiro que abastecia o mensalão) vinha de vários lugares. As estatais estão sempre na corrupção e as para estatais, que são as empreiteiras. Não tenho pena da Odebrecht, tinha que fechar.  Dá chance às pequenas que estão começando no Brasil. Não pode importar uma empresa de fora. Que conversa é essa de ‘o petróleo é nosso, a ponte é nossa’. Quem vier para cá vai ter que contratar a mão de obra aqui.
Acredita que haverá condenações e prisões no petrolão como houve no mensalão?
Penso que o Lula não vai escapar. O mensalão parou na antessala dele, na Casa Civil. Mas o petrolão entrou dentro do Palácio (do Planalto). Ou esse (Marcelo) Odebrecht fala ou vai levar 30 anos na cadeia. Marcos Valério levou uma martelada de 40 anos. O processo do petrolão é diferente do mensalão. O mensalão surgiu do embate político, de uma denúncia que eu fiz. No petrolão não tem nem voz da oposição. A oposição está em silêncio porque muito dos seus estão comprometidos, tem muita gente da oposição enroscada nas empreiteiras.
Já houve um comentário de que o senador Delcídio Amaral seria um novo Roberto Jefferson, por causa da delação premiada que ele fez. O que o senhor acha?
Vejo com bons olhos, apesar de eu não ter feito delação premiada. Nem pleiteei isso. Arquei com as consequências das minhas atitudes. Eu fiz uma luta política. O juiz perguntou se eu queria fazer e eu disse que delação premiada é conversa de canalha. Hoje tenho até outra visão disso. Penso que Delcídio fez uma bela contribuição. O gesto dele de tentativa de obstrução à Justiça foi menos grave que o ministro (Aloizo) Mercadante. Mas houve dois pesos e duas medidas. Delcídio foi preso, e Mercadante sequer foi incomodado.
Por que o senhor mudou de opinião em relação às delações?
A Lava Jato não teria avançado (se não fossem as delações). Eu fui condenado até mais que o Genoino (José Genoino, ex-presidente do PT), que assinava as promissórias do PT e dizia que assinou sem ver. Isso é conversa de petista. “O sítio é do meu amigo, o apartamento é do meu amigo, o barquinho é do meu amigo.” Isso é conversa de petista. O que eu fiz eu assumi. Mas não me abati, nunca reclamei, respeitei a decisão, cumpri a decisão. Se tivesse que fazer, fazia tudo de novo. É o preço que eu tive que pagar pelas atitudes que cometi. Hoje eu não repetiria essas atitudes.
O que o senhor não repetiria?
Não faria parceria com o PT. O PT não dá, quer se aboletar no poder, quer transformar o País em uma ditadura comunista, socialista. Isso eu repilo, tenho pavor, acho um atraso.
O senhor vai voltar para a política?
Para a política eleitoral, talvez não. Lá em casa já tem deputada federal. Prefiro presidir o partido. Depois do indulto, está uma pressão para que eu reassuma. Minha filha quer me reconduzir à presidência do PTB. Preciso chegar agora, tanto para ajustar minha biografia, como para participar desse movimento que é um ponto final da corrupção institucionalizada.
Como o senhor vai orientar o PTB? O partido está dividido em relação ao impeachment?
Você vai ter uma surpresa. Divisão é meio a meio. São 19 deputados, eu penso que no máximo o PTB dará dois votos a Dilma.
E o relator do processo, deputado Jovair Arantes, que é do PTB?
O relator vai acompanhar o sentimento da maioria da comissão (do impeachment). Penso que o Jovair não fará um relatório ofensivo à presidente. Ele vai se basear tecnicamente. Não é o que ele está me dizendo, é minha maneira de ver. Jovair é hábil e equilibrado. Relator tem que ouvir todos, tirar a média ponderada. Se ele se expressar pelo impeachment, não será com uma linguagem panfletária, ofendendo a presidente, a memória, o currículo da presidente.  As pessoas vão se surpreender com o relatório do Jovair.
Na Comissão do Impeachment, como está o peso de deputados a favor e contra?
Acho que dá dois terços a favor do impeachment. No plenário, penso que Dilma não chegará a 150 votos.
Se houver impeachment, qual será a posição do PTB em um possível governo de Michel Temer?
Michel não pode errar, tem que ter um ministério acima do bem e do mal, de gente capaz, qualificada. Não pode ter suspeita. Vai ter que ser um governo tipo Itamar Franco. Temer tem que fugir dos que vão com goela aberta. Minha sugestão para preenchimento de vagas em estatal é chamar uma comissão do Ministério Público. Senado não adianta, porque é o senador que indica.
O PTB vai fazer parte do governo?
O PTB não é de gente oferecida. Queremos uma pauta moderna, de privatização. Acho que Temer tem que ser estadista, tem que levar esse governo com cautela, apresentar emenda do fim da reeleição com mandato de cinco anos.
É possível Eduardo Cunha responder aos inquéritos e continuar no comando da Câmara?
É ele que tem que conduzir (o processo do impeachment). Ele está lá (na presidência da Câmara). Ele foi o adversário mais à altura do Lula. Lula nunca esperou encontrar um bandido da mesma qualidade moral, intelectual que ele. O bandido pelo qual eu mais torço é o Eduardo Cunha. Vai puxar a barba do Rasputin. Gelado, frio, equilibrado. O Lula , o PT e esse fórum de São Paulo (conferência de partidos de esquerda latino americanos) são bandidos da laia do Eduardo Cunha, topam tudo. Como Deus faz as coisas. Botou um cara ali que qualquer jogo ele joga, qualquer parada ele topa e sabe onde aperta o calo do outro bandido. Pega o outro bandido na esquina. Dudu é o bandido que eu mais gosto, o vilão que eu torço por ele, o vilão da minha novela. E estou doido para ele puxar a barba do Rasputin.

01 de abril de 2016
Luciana Nunes Leal
Estadão