"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 24 de abril de 2016

É PRECISO TERMINAR A FAXINA




Em duas semanas provavelmente o Brasil estará sendo governado diretamente pelo PMDB. O partido manda nas duas casas legislativas e mandará também no Executivo. Sem intermediários.

O Brasil terá Michel Temer na Presidência, Eduardo Cunha e Renan Calheiros na sua linha sucessória. E, comenta-se nos bastidores de Brasília, todos conspirando pela salvação recíproca.

Eduardo Cunha é réu desde o dia 3 de março, quando o STF aceitou denúncia contra ele. De acordo com o Art. 86 da Constituição, está impedido de assumir a Presidência na ausência de Temer.

Renan Calheiros ainda não é formalmente réu. Beneficia-se da suprema lerdeza do STF, o tribunalzão que odeia condenar — mesmo investigar — políticos.

É provável que defenestrar Eduardo Cunha não esteja entre as prioridades de Michel Temer. O presidente da Câmara controla uma bancada três vezes maior do que a do PT. São cerca de 200 votos certos em benefício de tudo o que Cunha deseje: da deposição de uma Presidente da República à absolvição sumária do patrono do impeachment.

Se Cunha não deixar a Presidência da Câmara (o que hoje constitui uma hipótese plausível) e conseguir chegar incólume ao fim de seu mandado, em fevereiro do próximo ano, estará provado que a faxina iniciada com a deposição de Dilma não era para valer.

A biografia do presidente da Câmara, sua folha corrida, não enaltecem nem honram uma Nação enfarada da corrupção. O recado dados pelas ruas é claro: o Brasil não tolera mais o roubo deslavado.

Cunha é o símbolo máximo da corrupção na política. As evidências que se amontoam contra ele demonstram de maneira cabal 0 gosto do deputado carioca pelo alheio.

O conjunto de malfeitos já descobertos, o volume de contas no exterior, a quantidade de dinheiro bloqueada em paraísos fiscais dão ao Congresso um mote para cassar seu mandato muito mais consistente do que as pedaladas fiscais no processo que rapidamente correu contra Dilma Rousseff.

A manipulação de expedientes parlamentares para chantagear empresários, a desfaçatez nababesca na distribuição familiar do butim, as contas caríssimas de seus parentes e agregados pagas com dinheiro da PETROBRAS, tudo isso o coloca na linha de tiro da opinião pública.

Resta ao congresso demonstrar que é capaz que de algo que até o momento não está claro: que também age movido por algum altruísmo ou patriotismo. O que se viu até agora foi apenas a demonstração cabal de que Eduardo Cunha consegue o que quer dos colegas.

Quem abriu o caminho para afastar Dilma Rousseff deve demonstrar agora que tudo o que aconteceu não trata apenas de uma vingança pessoal. Que era uma necessidade do País em benefício da moralização da política, e não apenas a consecução de uma vingança.

Mas isso ainda está para ser provado.

O que se viu até agora é que, se Eduardo Cunha quer, acontece.


24 de abril de 2016
in blog do pannunzio

LULA É TRATADO COMO SE TIVESSE FORO PRIVILEGIADO

Lula está na mira da Lava Jato; Lula teve a nomeação para o ministério da Casa Civil sustada, por ser clara tentativa de obstrução da Justiça.



E o que aconteceu de efetivo até agora?

Nada.

O juiz Sergio Moro foi obrigado por Teori Zavascki a encaminhar a Rodrigo Janot os autos dos inquéritos em que Lula é citado. E, obviamente, tudo encontra-se parado até Janot mandar a sua avaliação para Teori — que, por sua vez, avaliará se devolve os autos para Moro ou não.

O STF também adiou para depois da decisão do Senado sobre o impeachment o julgamento do mandado de segurança contra a nomeação de Lula. Os ministros acreditam que, se os senadores aceitarem a denúncia contra Dilma Rousseff, o mandado perderá o objeto e, assim, eles evitarão expor-se a um caso "polêmico".

Em resumo, o STF, atacado pelo petista em conversa telefônica grampeada pela Lava Jato, continua a tratar Lula com reverência e medo.

A reverência é descabida. Como ex-presidente da República, ele não tem foro privilegiado. Como ex-presidente da República, os seus crimes deveriam ser examinados pelos magistrados com mais rapidez do que a dispensada ao cidadão comum, visto que milhões de brasileiros confiaram-lhe o voto e por Lula foram traídos.

O medo é inexplicável. Os ministros do STF realmente acreditam que o petista é capaz de retaliar o tribunal ou incendiar o país, uma vez que tenha a posse definitivamente anulada? Qual é a "polêmica" nessa matéria?

Ao privilegiar indevidamente Lula, seja por reverência, medo — ou, pior, partidarismo —, a mais alta instância da Justiça brasileira desaponta e cria um ambiente de insegurança jurídica que contamina todas as esferas da vida nacional.



24 de abril de 2016
Mario Sabino
resistência democrática

FORÇA TAREFA DA LAVA JATO DIZ TER ELEMENTOS PARA LEVAR LULA AO BANCO DOS RÉUS

Clique sobre a imagem para vê-la ampliada


A força-tarefa da Operação Lava Jato considera ter elementos para levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao banco dos réus, acusado de envolvimento com a organização criminosa que corrompeu e lavou dinheiro desviado da Petrobrás – independentemente de qual instância ele será processado. O inquérito sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), será a primeira acusação formal entregue à Justiça.
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá ainda se Lula pode assumir o cargo de ministro da Casa Civil e se ele será denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), considerando o direito ao foro especial por prerrogativa de função, ou se as acusações poderão ser apresentadas pela Procuradoria, em Curitiba, diretamente ao juiz federal Sérgio Moro – dos processos em primeiro grau da Lava Jato.
Alvo em Curitiba de três frentes de apuração na Lava Jato – as outras duas envolvem o tríplex 164 A, da OAS, no Guarujá, e os pagamentos e repasses para o ex-presidente via sua empresa de palestras, a LILS, e para o Instituto Lula -, a que envolve o sítio de Atibaia é a mais robusta, na avaliação dos investigadores. Os inquéritos estão suspensos depois que ele foi nomeado ministro da Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff, no dia 17, e o tema foi levado ao Supremo.
 A peça apontará a família do ex-prefeito de Campinas (SP) e amigo de Lula Jacó Bittar (PT) como “laranjas” na ocultação da propriedade, adquirida em 2010 pelo valor declarado de R$ 1,5 milhão. Os registros de escritura em nome dos donos oficiais, um “contrato de gaveta” em nome do ex-presidente e da mulher, Marisa Letícia, encontrado nas buscas e depoimentos dos investigados farão parte da acusação
O compadre e defensor jurídico do ex-presidente Roberto Teixeira também será citado como parte da operação de formalização do negócio. Oficialmente a propriedade está registrada em nome de um dos filhos de Bittar, Fernando Bittar, e do empresário Jonas Suassuna – ambos sócios do filho de Lula. O registro de compra do imóvel foi realizado pelo escritório de Teixeira. 

24 de abril de 2016
alluizio amorim

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Hora de mandar para o Caralho!




As pessoas boas, as coisas certas e os conceitos corretos começam a produzir novidades e mudanças positivas no Brasil. Trata-se de um movimento irreversível. A chamada "Revolução Brasileira" está em andamento. Só não ver quem não quer ou sofre de deficiência de análise Histórica. A maioria das pessoas cansou de ser feita de idiota. O negócio agora é mandar o que não prestar para a famosa "casa do carvalho". Chutar o balde é preciso. Basta tomar cuidado com a escatologia que tem dentro...

No Futebol, que todo mundo enxerga facilmente, o Grêmio Osasco Audax, presidido pelo craque ex-craque corinthiano Vampeta, eliminou ninguém menos o poderoso Corinthians da final do campeonato Paulista. O segredo do vitorioso time de Fernando Diniz, há três anos treinador da equipe: toca bola, não dá chutão inútil, defende bem e ataca melhor ainda, ousando nos chutes a gol e acertando faltas e penalidades. O Timão bem treinado pelo Tite foi superado em pleno Itaquerão por um time que insiste em acertar nos bons fundamentos futebolísticos. O fanático torcedor Lula deve ter ficado muito pt da vida...

Na Política, que agora os brasileiros e brasileiras começam a dar a devida importância, exercendo a legítima pressão democrática nas ruas e nas redes sociais, mudanças de postura se tornam inevitáveis. Os diversos programas e inserções comerciais de partidos, mesmo ainda na base da propaganda enganosa, são forçados a falar de ética, honestidade, seriedade, competência e combate à corrupção. São antológicos exemplos destes tempos de mudanças os spots do PTB, com Roberto Jefferson, e do PR, com o deputado-palhaço Tiririca. O investigado e quase réu na Lava Jato Luiz Inácio Lula da Silva deve ter ficado mais pt da vida ainda...

Na Economia, em que a maioria dos trabalhadores começa a sentir o tranco da mais brutal crise nunca antes vista em nossa História, o tradicional discurso ortodoxo, demasiadamente rentista, é obrigado a ceder espaço para a pragmática realidade nua e crua, que exige justiça tributária e investimentos produtivos, em emprego, qualificação profissional e infraestrutura. Basta conferir a clareza do mais recado dado pelo Henrique Meirelles - ex-presidente do Banco Central e hoje executivo forte do "grupo Friboi". Certamente cansado de ver a vaca ir pra o brejo, Meirelles resumiu suas duras horas de reunião com o "presidenciável" Michel Temer no sabadão de articulações e conspirações no Palácio do Jaburu - residência oficial do vicepresidente prestes a ocupar o lugar de Dilma Rousseff.

Henrique Meirelles, que nunca escondeu de ninguém que adoraria ser Presidente da República, foi na veia após o papo reto com Temer: "O mais importante para o Brasil é a questão da alta carga tributária, isso tem que ser endereçado no país de maneira estrutural. Para isso, tem que se endereçar a questão do crescimento das despesas públicas. O Brasil tem tudo para crescer, é uma questão de retomada da confiança e de uma clara trajetória de dívida pública sustentável. O mais importante é tomar medidas para sinalizar que a trajetória da dívida pública vai ser revertida no devido prazo e que, a partir daí, a confiança possa aumentar. E, com a confiança aumentada, os investimentos possam aumentar".

O recado de Meirelles é fundamental em um Brasil em clara crise estrutural, com alto risco de ruptura institucional, apresentando evidências de uma decadência que pode involuir para uma desagregação social sem precedentes, se continuar seguindo o modelito Capimunista, rentista e corrupto. O País tem de ultrapassar a discussão ideológica babaca, centrada em papo otário de torcida organizada de timeco de décima-terceira divisão do futebol, e partir para um debate sério, civilizado e estratégico sobre que Brasil efetivamente queremos, desejamos e faremos. Qualquer outro debate tem o mesmo efeito de discutir a relação amorosa entre o Jair Bolsonaro e o Jean Willys (Deus que me perdoe pela imagem metaforicamente evocada)...

O Brasil precisa de um choque de Democracia (Segurança do Direito, através do exercício cidadão da razão pública). A máquina estatal tem de ganhar transparência e ser controlada e fiscalizada pelos cidadãos-eleitores-contribuintes. É urgente implantar o voto distrital e distrital-misto, para baixar o custo de campanhas eleitorais e garantir a efetiva representatividade dos escolhidos, que ficarão mais próximos da pressão legítima do eleitorado. É urgentíssimo reduzir a quantidade absurda de impostos, taxas, contribuições, multas e instruções normativas. É urgente urgentíssimo definir que o sistema de ensino de qualidade é uma prioridade básica, para qual devem ser focados os mais relevantes investimentos.

Antes que reclamem do "palavrão" na manchete - algo imperdoável mesmo para a favelada educação do editor-chefe deste Alerta Total, cabe um esclarecimento cultural. O professor Denilso de Lima, em 20/07/2012, escreveu e publicou na internet, no site "Inglês na Ponta da Língua", um interessante artigo no meio do qual que faz uma importantíssima referência à lusitana expressão "Caralho" - tão na boca dos brasileiros e brasileiras:

Segundo a Academia Portuguesa de Letras, ‘CARALHO’ é a palavra com que se denominava a pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das caravelas, de onde os vigias prescrutavam o horizonte em busca de sinais de terra. Também era considerado um lugar de ‘castigo’ para aqueles marinheiros que cometiam alguma infração a bordo. O castigado era enviado para cumprir horas e até dias inteiros no CARALHO e quando descia ficava tão enjoado que se mantinha tranquilo por um bom par de dias. Daí surgiu a expressão ‘mandar pro caralho’.

Já que celebramos nosso "achamento" em 22 de abril e aproveitando a sede brasileira por mudanças urgentes, nada como atacar a sugestão de mandar tanta coisa errada para o "Carvalho" (que os especialistas juram ser um pau duríssimo). Vamos mandar... Já estamos mandando... Já mandamos... Do contrário, nada muda para melhor, de verdade, por aqui...


BNDES - Notícia excelente

O economista Maurício Dias David manda uma notícia maravilhosa sobre um encontro da delegação do Comitê do BNDES pela Democracia e Pró-impeachment com a assessoria do vicepresidente Michel Temer:

O encontro foi muito produtivo e, na ocasião, discutiu-se a necessidade dos funcionários do BNDES manterem-se alertas com relação ao eventual desaparecimento de documentação relevante para a apuração dos desvios cometidos pela atual administração do BNDES, controlada pelo PT.

A assessoria do futuro Presidente reiterou o seu firme compromisso de renovar profundamente os quadros dirigentes da instituição. "Nenhum dos atuais dirigentes comprometidos com desvios nos propósitos do BNDES terá guarida na futura gestão do Banco. Isto vale para todos os executivos, desde o atual presidente, Luciano Coutinho, aos demais diretores, e aos superintendentes".

O presidente Temer promete afastar a ingerência de partidos políticos na administração do Banco. O futuro presidente do BNDES terá a máxima liberdade para compor livremente a sua Diretoria e a nomeação dos seus principais auxiliares.

Informada do clima de caça às bruxas que se tentou implantar em segmentos do corpo funcional do BNDES (especialmente na rede dos aposentados), foi-nos assegurado que o presidente Michel Temer, como homem profundamente respeitoso dos valores democráticos e da preservação plena da liberdade de expressão, não permitirá que em seu governo valores que não estes possam prevalecer em órgãos da Administração Pública.


Mudou de nome




Piadistas imperdoáveis da internet mandam a seguinte "notícia" que deixou o prefeito Eduardo Paes muito pt da vida:

Nota importante - A prefeitura do Rio de Janeiro acaba de Rebatizar a "Ciclovia Tim Maia" para "Ciclovia Dilma Rousseff": basta umas pedaladas para cair. Até mesmo porque: Onde já se viu uma ciclovia se chamar Tim Maia e não aguentar uma ressaca?

Nesse ponto, a pedaladora ciclista Dilma é igual à ciclovia do Eduardo Paes e muito diferente do chefão Lula, que tem fama de suportar mais ressaca que o imortal Tim Maia...
Releia o artigo de sábado: Muito além das pedaladas da corrupção


Aposta forte




Nos bastidores do judiciário, aposta-se como pule de 13 que Luiz Inácio Lula da Silva corre sério risco de ser processado e condenado por corrupção, formação de quadrilha, além de lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e falsidade ideológica.

A pá de cal contra Lula seria o teor da delação premiada do ex-deputado pernambucano Pedro Corrêa - condenado há sete anos de prisão no Mensalão e a mais 20 anos na Lava Jato.

Pedro Corrêa sustentaria, com provas, a tese de que o esquema iniciado por Lula, que viabilizou desvios na ordem de 19 bilhões de reais dos cofres da Petrobras, continuou a funcionar durante o mandato de Dilma Rousseff, que também tinha pleno conhecimento do esquema na estatal.

Corrêa é defendido por seu primo, o advogado Clóvis Corrêa - ex-desembargador e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Cabeça do Lula

Do cineasta José Padilha, autor do artigo "A cabeça de Lula", rebatendo artigo escrito pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, que o esculhambou no mesmo jornal O Globo:

"Com esse advogado que não sabe ler, há o risco de o Lula ser condenado mesmo sem evidências. Estou dizendo no meu artigo que, com o governo novo e capitaneado pelo Michel Temer (PMDB), temo que exista alguma tentativa de parar a Lava-Jato. E talvez a melhor maneira de garantir que não exista um acordão seja, caso existam evidências irrefutáveis, prenderem o Lula. Quando eu terminar a minha série, vamos ver onde estará Lula. Aí, saberemos quem tem razão. Vou contar a história que acontecer. Se o Lula for absolvido, a série vai contar essa história. Se ele for condenado, vai mostrar também".

Abaixo, o Alerta Total reproduz os artigos de Padilha e Martins que ainda vão dar muito o que falar.
A Cabeça do Lula e Ficção não pode se sobrepor à realidade

Apocalipse chegando

Sinal de que a coisa vai feder é a ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para que a Procuradoria Geral da República analise, criteriosamente, a listona com cerca de 300 políticos corruptos bancados ilegalmente pela Odebrecht.

O trabalho da equipe de Rodrigo Janot apavora muita gente que votou "sim" contra a Dilma, no domingão passado em que Faustão terminou obrigado a ficar de folga.

Qual fazenda mesmo?


Henrique Meirelles garantiu ontem que não recebeu qualquer convite de Michel Temer para assumir a Fazenda...

Até porque ele nem precisa disso, pois já é o homem que cuida das lucrativas fazendas da Friboi...

E do jeito que a coisa vai no Brasil, Meirelles deve ter aconselhado Temer:

"Pra onde a vaca vai, é melhor você não ir atrás"...

Velho evento novo...




Especialista em Onda

O imortal Raul Seixas teve seu carro detonado, no passado, por uma onda, igual a que destruiu parte da ciclovia Tim Maia...

Homenagem a Dilma

Do Raul Seixas, para a Dilma na ONU

Preparando terreno





Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

24 de abril de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

MANDATO DE DILMA JÁ ESTÁ CASSADO, MAS ESQUECERAM DE LHE AVISAR


Dilma deveria renunciar, para pôr fim a esse sofrimento











A ainda presidente Dilma Rousseff não tem a menor chance de reverter no Senado a ampla desvantagem e recuperar seu mandato. Exibido diariamente, o Placar do Impeachment do Estadão, que acertou em cheio o resultado na Câmara, vem mostrando a tendência de que a oposição consiga os 54 votos necessários para cassar definitivamente o mandato da atual governante. Já falam que existem 51 votos a favor, mas vamos ficar com o Placar do Estadão, que registra 48 senadores assumidamente pelo , sete a mais que os 41 necessários para a abertura do processo. Isso significa que Dilma realmente será “carta fora do baralho”, conforme ela mesma já declarou em entrevista coletiva.
Ainda esperançoso, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) diz esperar que agora se abra “um debate jurídico sobre o assunto, diferente do que aconteceu na Câmara”. Mas ele está errado. Trata-se de um processo essencialmente político, não há condições de mudar o julgamento em instâncias superiores, como ocorre em ações judiciais, nas quais se pode perder em três instâncias e depois reverter a situação no último tribunal, o Supremo.
NÃO HÁ ESPERANÇAS
Dilma Rousseff não tem experiência parlamentar, desconhece totalmente como funciona o Congresso. O pior é que os assessores e aliados têm fortalecido as falsas esperanças dela, prometendo que ainda há possibilidades de conquistar mais oito votos e na reta de chegada contar com 28 senadores contra o impeachment. Na verdade, isso não existe, é apenas uma ilusão à toa, como diria Johnny Alf.
Se Dilma tem de arranjar sete votos, a oposição precisa de apenas para completar os 54 de que necessita, em busca da cassação da presidente. Acontece que, entre os 15 que ainda não revelaram os votos,  há sete senadores do PMDB, partido que vai assumir o poder, e mais dois integrantes de legendas que fecharam questão a favor do impeachment e já se preparam para integrar o governo Temer – o PP e o PTB.
Além disso, há mais um voto considerado certo contra Dilma – o de Fernando Collor (PTC-AL), que se prepara para reviver as emoções de um impeachment presidencial.
Ou seja, o placar já pode ser fechado em 58 a 23, no mínimo, e ficarão faltando quatro votos para Dilma se salvar. Esta é a realidade, não adianta sonhar, embora isso ainda não seja proibido.
É UMA PERVERSIDADE
Chega a ser uma perversidade submeter a presidente Dilma Rousseff a esta tensão permanente, em meio às promessas vãs dos assessores e aliados. É como se ela estivesse submetida à chamada tortura chinesa, que vai aumentando o sofrimento da vítima dia após dia.
Atualmente, Dilma não perde oportunidade de dizer que foi torturada no regime militar, mas nunca revelou quem o teria feito. Muitos militantes foram torturados até a morte, como Rubens Paiva e Stuart Angel Jones, irmão de nossa querida amiga Hildegard Angel. Outras vítimas fizeram questão de denunciar seus algozes. Uma dela foi a atriz Bete Mendes, deputada federal expulsa do PT em 1985, por ter votado em Tancredo Neves contra Paulo Maluf. Ela reconheceu o coronel Brilhante Ustra e o transformou na figura mais execrada das Forças Armadas.
No entanto, Dilma jamais denunciara seus torturadores.
AGORA, UMA TORTURA REAL
Na verdade, ninguém sabe ao certo se Dilma Rousseff, presa aos 22 anos, foi torturada ou não, porque nunca dissera nada a respeito. Não consta depoimento dela nos arquivos do grupo Tortura Nunca Mais nem no livro “Mulheres que foram à luta armada”, de Luiz Maklouf, de 1998.
Surpreendentemente, em 25 de outubro de 2001, quando ainda era secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul, filiada ao PDT,  em depoimento à Comissão Estadual de Indenização às Vítimas de Tortura (Ceivt) de Minas Gerais, ela afirmou que havia sido supliciada em Juiz de Fora, e até conseguiu ser indenizada.
Contraditoriamente, dois anos depois, em 2003, Dilma deu entrevista a Luiz Maklouf e não tocou no assunto das atrocidades supostamente sofridas em Minas Gerais, porque se referiu somente a torturas que teria sofrido nas prisões do Rio Janeiro e de São Paulo. Certamente, estava de olho em outras indenizações estaduais.
ELA DEVIA RENUNCIAR
Desta vez, Dilma Vana Rousseff enfrenta uma tortura verdadeira, causada pela derrocada de sua trajetória política e pessoal. O suplício acontece em público, noticiado por toda a mídia, dia após dia, e ainda deve demorar sete meses, até o julgamento final pelo Senado.
Para seu próprio bem, Dilma Rousseff deveria se livrar da influência de seus conselheiros políticos e renunciar logo ao mandato, para pôr fim a esse martírio absolutamente desnecessário. Mas parece que pretende ser torturada até o juízo final. Espera-se que não venha a exigir nova indenização.
24 de abril de 2016
Carlos Newton

MANTEGA, PALOCCI E VACCARI ATUARAM NO CAIXA 2 DE R$ 200 MILHÕES


Reprodução do Arquivo Google
O ex-ministro Guido Mantega não foi o único integrante de alta cúpula do PT a intermediar pagamento de Caixa dois para campanhas presidenciais do partido, segundo Monica Moura, mulher do marqueteiro João Santana. Em depoimento a procuradores federais de Brasília para tentar fechar um acordo de delação premiada, ela disse que o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci e o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto teriam desempenhado o mesmo papel nas últimas campanhas presidenciais. Os dois teriam indicado a ela executivos de empresas para contribuir em dinheiro. São recursos que não passaram por contas oficiais do PT, sem serem declarados à Justiça Eleitoral.
As empresas do casal Santana prestaram serviços na campanha à reeleição de Lula, em 2006, e nas disputas vencidas por Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Nas três eleições, eles receberam, em contas oficiais, cerca de R$ 110 milhões.
Monica diz ter registrado numa agenda, não apreendida pela PF, detalhes de encontros em hotéis e restaurantes para obter recursos adicionais, entregues em malas de dinheiro por interlocutores de executivos indicados pelos três petistas.
TABELA INCLUI DIRCEU
A mulher de Santana também diz ser capaz de ajudar a PF a esclarecer informações da planilha nomeada “posição-italiano”, apreendida na caixa de e-mail do então diretor da Odebrecht Fernando Migliaccio. O italiano citado como referência para os pagamentos da tabela seria Antonio Palocci. O documento é considerado um prova contundente sobre o pagamento de propina a agentes políticos pela empreiteira. Migliaccio era lotado no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, área responsável por operacionalizar repasses ilegais no Brasil e no exterior.
A tabela traz a indicação de fontes para pagamentos e siglas de destinatários, como o casal Santana e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em depoimento prestado logo após ser presa, em fevereiro, Monica foi perguntada se sabia dizer quem era o “italiano”; na época, disse que não.
PAGAMENTOS ILEGAIS
A relação de proximidade com Migliaccio, o autor da tabela, já era admitida por Monica neste mesmo depoimento. Na ocasião, reconheceu ter sido orientada a procurar Migliaccio para receber colaborações não contabilizadas de campanhas feitas no exterior. E confirmou ter mantido contato com ele entre 2011 e 2014. Em março, a ex-secretária da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares reforçou o vínculo do dirigente da empreiteira com Monica. Segundo ela, a mulher de Santana indicava a ele e a outros dirigentes suas contas para receber pagamentos ilegais.
R$ 200 MILHÕES
A tabela traz um balanço de como foram repassados, entre 2008 e 2012, cerca de R$ 200 milhões a projetos como as eleições municipais de 2008, a disputa presidencial em El Salvador e valores pagos a JD, que a PF acredita ser Dirceu, e Santana. A planilha termina indicando haver, em 2012, um saldo de R$ 79 milhões. A curto prazo, R$ 6 milhões estariam comprometidos com “Itália” e R$ 23 milhões com o “amigo”, não identificado na tabela. Os demais R$ 50 milhões iriam para o “pós-Itália”.
Em nota ao Globo, Palocci nega “com veemência” as acusações, “feitas contra ele por uma pessoa submetida ao constrangimento da prisão”. O ex-ministro afirmou não ter participado da arrecadação de campanhas em 2006, 2010 ou 2014 e “jamais” ter indicado “a qualquer pessoa meios pelos quais pudessem ser arrecadadas contribuições ilegais”. Vaccari também negou a acusação.
ESTRANHEZA…
Palocci disse que não tem “qualquer relação com a tabela” de Migliaccio. Segundo a nota, o petista “vê com muita estranheza que seja atribuído a si o codinome ‘italiano’, já que este apelido foi vinculado a várias outras pessoas em materiais apreendidos pela PF”. O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht também cita um “italiano” em e-mails a executivos, mas não é possível saber se é o mesmo citado por Migliaccio.
Palocci já é investigado na Lava-Jato desde junho de 2015, em inquérito que apura denúncia de que ele teria pedido ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa R$ 2 milhões para a campanha de Dilma, em 2010. Seu nome foi citado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo operador Fernando Baiano. Este mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou pedido da defesa de Palocci para anular as duas delações.
24 de abril de 2016
Thiago HerdyO Globo

LULA É A ESTRELA DA DELAÇÃO DE PEDRO CORREIA





Lula é a estrela da delação Pedro Corrêa. Lula não será preso por crimes leves como lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou falsidade ideológica. Será preso e condenado por corrupção e formação de quadrilha.

O ex-presidente Lula é acusado de vários crimes no momento. Menos de corrupção. Caberá ao ex-deputado Pedro Corrêa(PE) colocar a cereja no bolo. Lula será a estrela delação que está sendo feita pelo ex-deputado neste exato momento. Corrêa foi condenado a sete anos de prisão por envolvimento no mensalão e a 20 anos pelo escândalo da Lava-Jato. Segundo o advogado de Pedro Corrêa, o ex-deputado apontou o dedo diretamente para o nariz de Lula e disse em sua delação que recebeu mais de R$ 11 milhões do ex-presidente. “Na época presidente do PP, ele queria um ministério para o PP, mas Lula disse que não dava porque tinha muita gente na fila. Em troca, Lula ofereceu dinheiro”, afirmou o advogado.

O veterano mensaleiro atribuiu à Lula a paternidade do Petrolão e confirmou que foi o ex-presidente que escolheu Paulo Roberto Costa para comandar a diretoria de Abastecimento da Petrobras. O ex-deputado disse aos procuradores que testemunhou o nascimento do petrolão numa reunião no Palácio do Planalto na presença de Lula, José Dirceu e José Eduardo Dutra, que na época era presidente da Petrobras. Pedro Corrêa aparece na foto, ao lado de Dirceu e Lula.

Ainda segundo Pedro Corrêa, o esquema iniciado por Lula, que viabilizou desvios na ordem de 19 bilhões de reais dos cofres da Petrobras, continuou a funcionar durante o mandato de Dilma Rousseff, que também tinha pleno conhecimento do esquema na estatal, assegurou Corrêa em depoimento recente.

O advogado de Pedro Corrêa é seu primo, ex-desembargador e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Clóvis Corrêa confirmou que seu primo tem muito a oferecer e conseguiu o acordo de delação graças ao vasto volume de informações de que dispõe. Pedro Corrêa vai apresentar “detalhes da operação”, com citação de 118 pessoas diretamente envolvidas na transferência do dinheiro e nomes de deputados do PP que também se beneficiaram do esquema.

Corrêa firmou seu acordo de delação premiada na sexta-feira com procuradores do Paraná. O ex-deputado solicitou em seu acordo a unificação das penas pelo envolvimento nos escândalos do mensalão e do petrolão, que estariam interligados, na visão do advogado. “O petrolão irrigava o mensalão”, disse. Pedro Corrêa está há dois anos e meio preso. No momento, está detido na Polícia Federal do Paraná.

Esta é a segunda vez que um político com acordo de delação aponta para Lula diretamente. O primeiro foi o senador do PT, Delcídio Amaral. As informações fornecidas pelos dois ao Ministério Público Federal estão sendo cruzadas e podem resultar no pedido de prisão de Lula nos próximos dias. A probabilidade maior é a de que Lula não será preso por lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio ou falsidade ideológica por conta dos imóveis em Atibaia e no Guarujá; Lula será preso pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha.



24 de abril de 2016
in blog do mario fortes

TEMER CONSEGUE MANTER SIGILO ABSOLUTO SOBRE O MINISTÉRIO


Meirelles foi se encontrar com Temer no Palácio Jaburu








Após uma reunião de cerca de duas horas no Palácio do Jaburu na tarde de sábado, o economista Henrique Meirelles,  ex-presidente do Banco Central, negou que tenha recebido convite oficial do vice-presidente Michel Temer para assumir o Ministério da Fazenda em um eventual governo do peemedebista, mas, em entrevista coletiva ao final do evento, defendeu fórmulas para a retomada do crescimento em um discurso afinado com o que tem pregado o vice.
Nome mais cotado neste momento para comandar a equipe econômica caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff seja confirmado no Senado, Meirelles disse estar sempre disposto a ajudar com aconselhamentos e afirmou que, pelas perguntas que Temer fez a ele durante a conversa, o vice está com o diagnóstico correto sobre a economia. Para o ex-presidente do BC, o principal é resolver a questão política.
— Pelas perguntas que ele fez, me parece que ele está com uma visão bastante correta e adequada. Existe muita oportunidade. O principal é a resolução da questão política e, a partir daí, o direcionamento econômico segue naturalmente. Certamente, como sempre, estou disposto a aconselhar — afirmou Meirelles.
MESMAS MEDIDAS…
Perguntado sobre que remédios poderia vir a implementar na hipótese de assumir o comando da economia, Meirelles disse que a alta carga tributária no Brasil tem que ser endereçada e sinalizou que adotaria as mesmos medidas de combate à inflação que funcionaram quando ele esteve à frente do Banco Central.
— O mais importante para o Brasil é a questão da alta carga tributária, isso tem que ser endereçado no país de maneira estrutural. Para isso, tem que se endereçar a questão do crescimento das despesas públicas. O Brasil tem tudo para crescer, é uma questão de retomada da confiança e de uma clara trajetória de dívida pública sustentável. O mais impostante é tomar medidas para sinalizar que a trajetória da dívida pública vai ser revertida no devido prazo e que, a partir daí, a confiança possa aumentar. E, com a confiança aumentada, os investimentos possam aumentar — afirmou Meirelles, que defendeu ainda investimentos em infraestrutura para o setor privado.
NOMES DE PESO
Participaram também do encontro o presidente do PSD, Gilberto Kassab — que até a semana passada era ministro de Dilma Rousseff —, e o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR).
Com a resistência de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, em aceitar o Ministério da Fazenda em um eventual governo Temer, Meirelles passou a ser fortemente cogitado para o cargo, conforme antecipou O Globo. Ele é visto, assim como Armínio, como um nome que teria grande aceitação no exterior e ajudaria a recuperar a credibilidade do país para a retomada de investimentos, ponto considerado crucial no entorno de Temer.
Há uma percepção, no núcleo mais ligado ao vice, de que é preciso ter pressa na formação da equipe econômica do eventual governo peemedebista para que, uma vez que o Senado decida pelo afastamento de Dilma Rousseff, Temer já tenha formado o grupo que ficará responsável pela economia.
Assumir o governo já tendo nomes na área econômica e propostas para serem implementadas de imediato são fatores considerados fundamentais por pessoas ligadas a Temer para que seja aceito no mercado e no meio político.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É impressionante como Michel Temer consegue manter em sigilo o novo Ministério. Não vaza uma só informação. Acredito que Jucá e Kassab não tenham participado da conversa entre Temer e Meirelles. Devem ter sido recebidos separadamente. É bom notar que existe uma grande diferença entre as declarações de Armínio Fraga e de Henrique Meirelles sobre o Ministério. Fraga disse que não aceitaria o convite, mas estava disposto a colaborar com idéias, enquanto Henrique Meirelles afirmou não ter sido convidado. Como se dizia antigamente, para quem sabe ler, um pingo é letra… Tirem suas conclusões. (C.N.)
24 de abril de 2016
Catarina Alencastro, Júnia Gama e André CoelhoO Globo

COM TANTOS CORRUPTOS À SUA VOLTA, FICA DIFÍCIL DILMA SER "INOCENTE"


Ninguém é tão próximo a Dilma quanto Giles Azevedo
O discurso é sempre o mesmo. “Não há nada que me ligue a malfeitos, como tantos outros por aí”, brada a presidente Dilma Rousseff. A tentativa de se apoiar na honestidade, no entanto, já não produz mais dividendos para a petista. Muito pelo contrário. Ao repetir tais palavras, ela só fica mais parecida com seu criador, o ex-presidente Lula, que nada via, nada sabia sobre o que acontecia ao seu redor. A corrupção está cada vez mais próxima de Dilma. Não há como dissociá-las.
Dia após dia, um novo nome ligado à presidente da República aparece na lista dos suspeitos de envolvimento no maior esquema de desvio de dinheiro público da história do país. Sabe-se que Dilma não é chegada a muitas pessoas. Tem um círculo muito restrito de auxiliares que entram e saem de seu gabinete. Pois são justamente esses eleitos que figuram nos depoimentos e delações feitos à Justiça. Não há como a petista dizer que essas pessoas também a traíram como fez o vice, Michel Temer, a quem ela acusa de querer lhe aplicar um golpe para apeá-la do poder.
GILES AZEVEDO 
Dos suspeitos de participarem do esquema criminoso financiado com recursos desviados da Petrobras, ninguém é mais próximo da presidente do que Giles Azevedo, seu assessor especial. Ele é acusado por Danielle Fonteles, dona da agência Pepper Interativa, de negociar, em nome do Palácio do Planalto, o pagamento de serviços relativos às campanhas da petista de 2010 e 2014 com dinheiro irregular movimentado por empreiteiras investigadas no âmbito da Operação Lava-Jato.
Em delação premiada, que ainda não foi homologada, Danielle afirma que Giles tratava pessoalmente das fontes de financiamento das campanhas, dinheiro que não foi contabilizado na prestação de contas de Dilma registrada no Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Segundo a revista IstoÉ, a Pepper foi usada como uma espécie de lavandeira do PT, que irrigou várias campanhas de integrantes do partido. Somente entre 2013 e 2015, R$ 58,3 milhões passaram pelo caixa da empresa.
MANTEGA NO CAIXA 2
Agora, sabe-se, também, que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda de Dilma e de Lula, teria participado do esquema de corrupção para garantir a reeleição de Dilma em 2014 por meio de Caixa 2. Presa pela Lava-Jato, Monica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, revelou que Mantega negociou com empresas beneficiadas pelo governo o repasse de R$ 10 milhões não declarados à Justiça para pagamento de serviços prestados à campanha da petista.
Conforme relato de Monica publicado pelo jornal O Globo, o ex-ministro lhe indicou, mais de uma vez, executivos de companhias para fazerem repasses ilegais. Os recursos não passaram pela contabilidade do PT. Foram direto para as contas da delatora e do marido dela. Todas as movimentações estão registradas em uma agenda que não foi apreendida pela Polícia Federal durante o processo de busca e apreensão nas empresas e nas casas de Monica e Santana.
PEDALADAS FISCAIS 
Mantega foi, durante o primeiro mandato de Dilma, o ministro mais poderoso da Esplanda dos Ministérios. Nem Lula conseguiu tirá-lo do cargo, apesar das constantes tentativas de substituí-lo por Henrique Meirelles para dar uma cara nova ao governo. O ex-ministro foi o responsável, com o então secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, de maquiar as contas públicas e de criar as pedaladas fiscais, que estão na base do processo de impeachment de Dilma.
Juntos, Mantega e Augustin, com o aval de Dilma, promoveram uma farra tão grande de gastos com o intuito de reeleger a petista que quebraram o país. Somente em 2014 e 2105, provocaram um rombo nas finanças do país de mais de R$ 140 bilhões. A destruição nas contas públicas foi tamanha, que o deficit deste ano chegará a R$ 100 bilhões e, pelas projeções do mercado, o buraco poderá passar de R$ 120 bilhões em 2017 — o governo fala em saldo de negativo de R$ 65 bilhões.
PALOCCI E ERENICE
O dedo podre de Dilma para escolher auxiliares e confidentes é impressionante. Antonio Palocci, que foi seu ministro da Casa Civil e um dos coordenadores da campanha de 2010, é citado em várias delações como beneficiário de dinheiro sujo. Também ex-ministra da Casa Civil, a encrencada Erenice Guerra aparece em denúncias de irregularidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal da Receita Federal, e em obras da usina de Belo Monte.
Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel teve trânsito livre no Palácio do Planalto quando ministro do Desenvolvimento de Dilma. Ele está indiciado no âmbito da Operação Acrônimo por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Pimentel, curiosamente, tem fortes ligações com a Pepper. Há indicações de que a empresa de Danielle Fonteles foi usada para lhe repassar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
TAMBÉM DELCÍDIO 
Dilma ainda teve, no seu círculo íntimo, o senador Delcídio do Amaral, que foi preso pela Lava-Jato. Ex-líder do governo, ele revelou, em delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que a presidente e Lula tentaram obstruir as investigações sobre corrupção na Petrobras e trabalharam nos bastidores para soltar empreiteiros presos, entre eles, Marcelo Odebrecht.
Com tantos amigos e auxiliares pegos em ilícitos, fica difícil para Dilma se fazer de vítima e injustiçada. Não à toa, a desconfiança em relação a ela é enorme. A petista, que discursa hoje na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, deveria fazer uma bela autocrítica sobre as relações nada abonadores que manteve. Atirar pedras é fácil. Isso, o partido dela, o PT, sabe fazer melhor do que ninguém.
24 de abril de 2016
Vicente Nunes
Correio Braziliense