"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

QUESTÃO DE ORDEM...

PCC, SEM TETO E TRÁFICO

A Operação Marrocos contra o tráfico de drogas na Cracolândia revelou a preocupante ligação de um grupo que se diz defensor de sem-teto - o Movimento Sem-Teto de São Paulo (MSTS) - com o Primeiro Comando da Capital (PCC)

A Operação Marrocos contra o tráfico de drogas na Cracolândia, realizada pela Polícia na sexta-feira passada, revelou a preocupante ligação de um grupo que se diz defensor de sem-teto – o Movimento Sem-Teto de São Paulo (MSTS) –, que age na região, com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Isso mostra que o problema existente ali adquiriu contornos muito graves, com uma estreita relação entre dependentes, lideranças de sem-teto, traficantes e uma das mais perigosas organizações criminosas do País.

Foi uma operação bem planejada e de envergadura, que contou com 600 policiais do Departamento de Narcóticos (Denarc) e o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM). As investigações que lhe deram base duraram oito meses, tendo sido feitas mais de mil horas de gravação de telefonemas com autorização judicial, nas quais líderes do MSTS aparecem negociando drogas e o dirigente desse grupo clandestino, Robson Nascimento Santos, preso na ocasião, tratando de repasses de dinheiro com o candidato a vereador pelo PCdoB Manolo Wanderley. Ao todo foram presas 32 pessoas e executados 39 mandados judiciais de busca e apreensão.

A ação num de seus principais alvo – o prédio do antigo Cine Marrocos – resume bem o que foi a operação e o seu significado. Moram ali cerca de 300 famílias que invadiram o imóvel insufladas e comandadas pelo MSTS. No 12.º andar foram apreendidas drogas e armas – 1 fuzil AK-47, 3 escopetas, cerca de 100 facões, 15 quilos de crack e 25 quilos de maconha, além de aparelhos de radiocomunicação.

No imóvel vasculhado pela polícia, andar por andar, eram realizadas reuniões de membros do MSTS e do PCC para tratar da divisão do dinheiro do trafico na Cracolândia e decidir o que fazer com traficantes em dívida com a organização. O local se transformara no seu centro de operações na região. Segundo o delegado Ruy Ferraz Fontes, diretor do Denarc, o objetivo do MSTS era estruturar ali o PCC: “O MSTS foi criado para disfarçar a organização criminosa”.

Tão importante quanto a prisão dos principais líderes desse movimento – além de Robson Nascimento Santos, a vice-presidente Lindalva Silva e o secretário-geral Wladimir Ribeiro Brito, este em Maceió, onde passava “férias” – é a polícia e os demais órgãos do governo estadual e da Prefeitura tomarem medidas para combater a perigosa promiscuidade de movimentos de sem-teto e o PCC, que pelo visto já comanda o tráfico de drogas na Cracolândia.

Não será tarefa fácil, pelo bom “negócio” que é o tráfico – ele movimenta ali 10 quilos de droga por dia e lucra R$ 4 milhões por mês, segundo estimativa da Polícia – e porque o PCC não para de dar demonstrações da sua força e capacidade de aliciamento e organização. Para isso é indispensável que, de uma vez por todas, as autoridades de segurança pública se convençam de que, por mais importantes que sejam operações como essa que acaba de ser realizada, um combate eficaz ao tráfico exige ação permanente.

A experiência da Cracolândia mostra o alcance limitado das ações isoladas realizadas ali de tempos em tempos. Os traficantes se reorganizam rapidamente e tudo volta a ser como antes. Isso é lamentável, porque o fato de ser uma área relativamente pequena e bem delimitada torna mais fácil o combate ao tráfico ali. Uma circunstância até agora não devidamente explorada.

Esse episódio deixa também evidente a facilidade com que o crime organizado se infiltra em movimentos como o dos sem-teto, a ponto de criar um grupo próprio para atuar em seu favor. Daqui para a frente será importante exercer vigilância constante para evitar que os outros grupos já existentes sejam também contaminados. A insistência desses grupos em difundir a ideia de que é legítima qualquer ação em defesa dos que eles classificam de sem-teto, mesmo as flagrantemente ilegais, como as invasões de prédios e terrenos, só agrava o problema.



09 de agosto de 2016
Editorial Estadão

SERÁ CRIME UM BRANCO NÃO TER AMIGOS NEGROS PARA MOSTRAR?

Ah, a experiência! Os colunistas são como certos cachorros de caça. A presa ainda não apareceu no horizonte. Mas os nossos caninos já estão espumando de excitação.

Exemplo: dias atrás, li uma excelente entrevista de Jonathan Franzen à "Slate". Gosto de Franzen. Conheci-o pela primeira vez em 2002, talvez 2003, em livro de ensaios que recomendo ("Como Ficar Sozinho", Companhia das Letras). Depois, provei os romances. Também recomendo, embora "As Correções" (Companhia das Letras) me pareça bem melhor que os seguintes.

Mas regresso à entrevista. E aos meus caninos. A certa altura, o entrevistador pergunta a Franzen se ele nunca pensou em escrever um romance sobre os conflitos raciais que correm pelos Estados Unidos. A pergunta é absurda: um escritor não tem que escrever sobre os temas que interessam ao entrevistador –e isso revela a decadência cultural do jornalismo contemporâneo.

Franzen escutou a pergunta, meditou e finalmente respondeu, embaraçado: "Não tenho muitos amigos negros", um eufemismo para dizer que não tem nenhum. E depois, com honestidade, concluiu: só devemos escrever sobre realidades que conhecemos bem.

Terminei essa parte da entrevista com duas perguntas a balançar no trapézio.

A primeira foi questionar se também eu tenho amigos negros. Não tenho. Existem conhecidos, colegas, amigos de amigos. Mas não tenho no portfólio um exemplar para mostrar. Razões?

Nenhuma em especial. Nunca aconteceu. O destino, nessas matérias, tem uma palavra importante. E, além disso, eu ainda respeito o significado profundo da palavra "amigo". São três ou quatro e ponto final. Por acaso, todos brancos.

Mas a segunda pergunta é mais relevante que a primeira e foi ela que despertou o meu faro: depois da confissão de Franzen, esperei pelas críticas das brigadas. Que logo surgiram, para confirmarem o meu instinto.

No inglês "The Guardian", a escritora Lindy West resumiu o estado da arte: Franzen faz parte da esmagadora maioria de americanos brancos (75%, segundo um estudo do Public Religion Research Institute) que não tem amigos de outras raças. Franzen seria, na linguagem erudita de West, um caso de "auto-segregação": um escritor que se esconde na sua bolha de privilégio e que nunca mostrou interesse em ter amigos negros.

Ponto prévio: se a cifra está correta (75% de brancos sem amigos de outras raças), é óbvio que existem dois planetas distintos nos Estados Unidos quando os negros representam 12% da população (estimativa conservadora).

A pobreza tem aqui a palavra central, admito: nas nossas vidas cotidianas, tendemos a cultivar "relações de classe". Se os brancos são mais afluentes que os negros, é normal que os brancos tenham amigos brancos.

Por outro lado, já não será tão normal viver em grandes cidades –como Nova York, Chicago ou Los Angeles– sem amigos negros que habitam a mesma classe média. Mas será que isso constitui um crime? Ou, pelo menos, uma falha de caráter?

A escritora acredita que sim. E, na sua cabeça pequena, não lhe ocorre a possibilidade singela de Franzen não ter amigos negros porque nunca os encontrou.

Para Lindy West, a raiz do desencontro está na pigmentação da pele; mas como excluir, com dogmatismo infantil, a importância das afinidades culturais, dos interesses comuns ou até dos acasos biográficos ou geográficos?

Finalmente, e em verdadeira paródia ao conceito de "amizade", Lindy West questiona por que motivo Franzen não faz um esforço para procurar amigos negros. "Amizade", para ela, é uma espécie de jardim zoológico privado onde temos o amigo negro na jaula 1; o asiático na jaula 2; o hispânico na jaula 3; o samoano na jaula 4; e, já agora, o índio na jaula 5. Parafraseando os existencialistas, a aparência precede a essência.

É um caminho. Claro que esse conceito de amizade também pode ser problemático: se a ONU tem 193 Estados membros, uma amizade verdadeiramente inclusiva deve transcender as fronteiras do país e abraçar o mundo inteiro. Ou somos cosmopolitas, ou não somos nada.

Prometo que vou fazer um esforço: amanhã começo na letra A – com um amigo afegão– e só descanso quando chegar ao Zimbábue.



09 de agosto de 2016
Joãoi Pereira Coutinho, Folha de SP

O LADO MORAL DO CAPITALISMO

No livre mercado, indivíduos só são recompensados quando satisfazem as demandas dos outros, ainda que isso seja feito exclusivamente visando aos próprios interesses

Notícias e imagens incrivelmente chocantes nos têm chegado da Venezuela ultimamente. São centenas de milhares de cidadãos atravessando fronteiras de países vizinhos em busca de alimentos e gêneros de primeira necessidade. Gente morrendo em hospitais por falta de medicamentos básicos, como antibióticos. Pessoas revirando lixo, como ratos, atrás de restos de comida, enquanto os índices de violência crescem de forma assustadora. Tudo isso em meio a uma onda de repressão cada vez mais violenta e de medidas econômicas totalmente absurdas.

Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento histórico e econômico sabe que a atual situação da Venezuela é o resultado previsível do mau funcionamento das instituições capitalistas. A carestia decorre basicamente do descontrole da emissão de moeda e do aumento crescente dos gastos públicos, enquanto a escassez de produtos resulta do congelamento de preços e lucros, medida tão populista quanto estúpida contra a inflação causada pelo próprio governo. O festival de horrores se fecha com o crescente desrespeito do Estado pela propriedade e pelos contratos privados.

É lamentável que, em pleno século XXI, ainda sejamos testemunhas de episódios como esse, na Venezuela, onde milhões de pessoas foram levadas a acreditar numa quimera socialista já testada e reprovada inúmeras vezes através dos tempos. Infelizmente, por trás desse engodo está a má reputação do capitalismo, nem tanto em relação aos seus aspectos econômicos, mas especialmente morais.

Muito embora nem os mais empedernidos marxistas neguem que o advento do capitalismo possibilitou uma prosperidade material constante e crescente, tirando da miséria milhões de pessoas nos quatro cantos da Terra, muitos ainda continuam desconfiados do sistema e prontos a culpá-lo pela maioria dos problemas sociais, reféns que são de clichês como “um outro mundo é possível” ou “de cada um conforme a sua capacidade, para cada um conforme a sua necessidade”.

Do outro lado, há muito pouca gente interessada em demonstrar as vantagens e, principalmente, o lado moral e ético do capitalismo. Poucos se dão conta, por exemplo, de que, no livre mercado, os indivíduos só são recompensados quando satisfazem as demandas dos outros, ainda que isso seja feito exclusivamente visando aos próprios interesses. Ao contrário de outros modelos, o capitalismo não pretende extinguir o egoísmo inerente à condição humana, porém nos obriga constantemente a pensar na satisfação do próximo, se quisermos prosperar. Além disso, para obter sucesso em grande escala, você tem de produzir algo que agrade e seja acessível a muitas pessoas, inclusive aos mais pobres, e não apenas aos mais abastados.

E as desigualdades? Bem, elas estão presentes em todos os sistemas econômicos até hoje testados. As pessoas com as melhores ideias, as mentes mais criativas e mais energia para o trabalho tenderão a alcançar o topo, tanto no capitalismo como numa burocracia socialista. A diferença é que, no sistema capitalista, as ditas elites têm menos poder e influência do que as elites políticas num sistema predominantemente estatal. Mesmo numa democracia, só as autoridades eleitas têm, por exemplo, o poder de retirar, através de pesadas taxações, porções cada vez maiores de nossa renda, ainda que contra a nossa vontade, algo impensável até mesmo aos maiores empresários.

Já no capitalismo, as transações são sempre voluntárias. Vale dizer, dentro da lei, a única forma de eu conseguir colocar a mão no seu dinheiro é oferecendo-lhe algo que você valorize mais do que esse dinheiro. Não por acaso, quando um cliente entra numa loja, a primeira coisa que ouve do vendedor é: “Em que posso ajudá-lo?”. E a última coisa que ambos dizem, depois de uma compra, é um duplo “obrigado!”. Um sinal inequívoco de que aquela transação foi vantajosa para ambos. Isso vale para qualquer negócio ou contrato, desde a compra de um picolé à aquisição de uma grande indústria.

Ademais, um modelo que privilegia a liberdade e a persuasão não pode ser mais imoral ou injusto que um cuja ênfase está na coação e no uso da força.

09 de agosto de 2016
João Luiz Mauad é administrador e diretor do Instituto Liberal
O Globo

MARISA LETÍCIA, LULINHA E OS "DONOS" DO SÍTIO DE ATIBAIA SÃO INTIMADOS A DEPOR



Força-tarefa da Lava Jato aperta o cerco à família de Lula


















A mulher do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foram intimados a depor pela Polícia Federal no processo que investiga a ligação de Lula com um sítio na cidade de Atibaia. Dois sócios de Lulinha que aparecem como proprietários do sítio em Atibaia, Fernando Bittar e Jonas Suassuna, também foram intimados.
A Polícia Federal entrou em contato com a defesa de Marisa Letícia e Fábio Luís na última quinta-feira, mas não obteve retorno. O advogado de Jonas Suassuna afirmou que conversaria com seu cliente em relação à intimação. O depoimento de Fernando Bittar já foi marcado.
O pedido foi feito na última quinta-feira, mas foi anexado ao processo apenas esta semana. A PF também pediu a seus peritos a análise do patrimônio de Lulinha, Fernando Bittar, Jonas Suassuna e de outro filho de Lula, Luís Cláudio.
EVOLUÇÃO PATRIMONIAL – A Polícia Federal questiona se há compatibilidade na movimentação financeira e na evolução patrimonial dos investigados com seus rendimentos declarados. Quanto a Bittar e Suassuna, o delegado pediu exame que apure se os dois possuíam lastro patrimonial para a aquisição e reformas do sítio em Atibaia. O terreno do imóvel é dividido em duas propriedades, cada uma em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
Em relação à Lulinha e Luís Cláudio, a Polícia Federal pediu uma análise que apure se ambos possuem registros do pagamento de aluguel de dois imóveis. Em relação à Lulinha, o imóvel investigado é um apartamento na zona sul de São Paulo. O imóvel está registrado em nome de Jonas Suassuna, sócio de Lulinha. Suassuna é sócio de Fábio Luís na BR4 Participações, enquanto Fernando Bittar é sócio de Lulinha na G4 Entretenimento.
DEPOIMENTOS – Outros depoimentos realizados no âmbito da investigação também foram anexados ao processo. Entre eles, está o de Celso Silva Vieira Prado, que trabalha com a família Bittar há mais de 20 anos. Fernando Bittar é filho de Jacó Bittar, um dos fundadores do PT. Prado afirmou em depoimento que faz visitas constantes às propriedades da família, mas não conhecia o sítio registrado em nome de Fernando Bittar na cidade de Atibaia e que, apesar das visitas rotineiras às propriedades da família, suas visitas não incluíam o sítio de Atibaia.
Em seu depoimento, prestado em março passado à PF durante a Operação Alethea, Rogério Pimentel, ex-assessor da Presidência, confirmou ter pegado envelopes com dinheiro das mãos do engenheiro Frederico Barbosa, por duas vezes, para pagar materiais de construção usados na obra do sítio, mas afirmou não saber que ele era funcionário da Odebrecht.
Pimentel confirmou ter recebido um pedido de dona Marisa para acompanhar o andamento das obras do sítio de Atibaia, mas disse que nunca ouviu alguém dizer que a propriedade era da família Lula. Para ele, o sítio era de Fernando Bittar, amigo da família, e o interesse de dona Marisa era vinculado à necessidade de ter onde guardar os presentes que Lula ganhou durante seus dois mandatos como presidente.
FAZENDO “FAVOR” – Ele negou saber quem pagou pela instalação de um gerador e de uma estação de tratamento de esgoto no sítio e afirmou que, mesmo depois de exonerado do cargo, em junho de 2012, voltou ao sítio, a pedido de dona Marisa, para receber cerca de 70 caixas de vinho do ex-presidente, a título de “favor”, já que havia sido o responsável pelo recebimento da mudança do casal de Brasília para São Paulo em 2011, no término do mandato.
O processo investiga a propriedade e reforma de um sítio em Atibaia. A propriedade aparece em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, no entanto, o Ministério Público suspeita que o sítio seja de Lula. Em relação à reforma, o MP afirmou que há indícios de que a Odebrecht, a OAS e a Usina São Fernando participaram da reforma.
Em laudo realizado pela Polícia Federal, os peritos afirmaram que o ex-presidente Lula e sua mulher, dona Marisa Letícia, orientaram a reforma da cozinha da propriedade, no valor de R$ 252 mil. De acordo com a análise realizada pela PF, as reformas na propriedade custaram R$ 1,2 milhão.
De acordo com o laudo, os investimentos são discordantes em relação aos rendimentos e bens declarados no imposto de renda de um dos supostos proprietários do sítio, Fernando Bittar. A Polícia Federal, no entanto, admitiu que se faz necessária a realização de exames periciais contábeis específicos para apurar a evolução patrimonial de Fernando Bittar.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Além de Lula, mulher e filhos, também os “donos” do sítio, incluindo o ex-prefeito Jacó Bittar, vão ser incriminados como cúmplices de ocultação de patrimônio (lavagem de dinheiro) e fatalmente serão condenados, caso não façam delação premiada. (C.N.)


09 de agosto de 2016
Dimitrius Dantas
O Globo

GOVERNO ESPERA CONSEGUIR HOJE 60 VOTOS A FAVOR DO IMPEACHMENT DE DILMA


O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, coordena sessão do Senado que analisa processo de impeachment
Sessão é presidida por Lewandowski, sem hora para acabar

















A equipe do presidente interino, Michel Temer (PMDB), trabalha para obter até 60 votos favoráveis à continuidade do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), na votação prévia do julgamento, para pronúncia do réu, que na sessão iniciada na manhã desta terça-feira (9).  Aliados de Temer querem garantir ampla margem de segurança para o peemedebista nesta votação, na qual é necessário apoio de mais da metade dos presentes (ao menos 41 senadores precisam comparecer à sessão). Nesta fase, os parlamentares decidem se a petista se torna ré de fato.
No julgamento final, que deve começar por volta do dia 25 de agosto, são necessários 54 votos para que Dilma seja afastada definitivamente. Na fase de admissibilidade do processo, o placar registrou 55 votos contra Dilma e 22 a favor.
Segundo a Folha apurou, o Planalto espera contar com os votos dos senadores João Alberto (PMDB-MA), que foi contra a abertura do processo no Senado em maio, Jader Barbalho (PMDB-PA) e Eduardo Braga (PMDB-AM), que não votaram da primeira vez, e do suplente do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), Pedro Chaves (PSC-MS), que ainda não havia tomado posse na primeira votação.
TAMBÉM RENAN – O governo Temer acredita ainda que poderá ter o voto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que sinalizou que pode votar nesta fase. Por mais de uma vez, Renan afirmou que não votaria em nenhuma fase do processo para se preservar enquanto presidente do Congresso. Ele, porém, tem se aproximado de Temer.
A expectativa do Planalto é que a oposição não ultrapasse 18 votos. No Senado, porém, defensores de Dilma estimam que podem ter 22 votos, ainda assim, insuficientes para derrubar o processo.
A sessão desta terça está marcada para às 9h e a previsão é que dure mais de 20 horas. Os senadores votarão o parecer do relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao afastamento definitivo de Dilma.
JUÍZO DE PRONÚNCIA – É a segunda fase do processo de impeachment, chamada de “juízo de pronúncia”, quando se declara que há elementos de prova contra a denunciada e que deve haver o julgamento final. O comando da sessão desta terça está a cargo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
No início da sessão, o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) teve meia hora para defender o afastamento definitivo de Dilma. Em seguida, será aberta a palavra a todos os senadores, que poderão falar por dez minutos cada um. Mais de 30 parlamentares já se inscreveram para discursar.
Em seguida, a acusação terá meia hora para apresentar seus argumentos, mesmo tempo concedido à defesa. Após o pronunciamento das partes, haverá a fase de encaminhamento, a última antes da votação: dois oradores da defesa e dois oradores da acusação terão o microfone por cinco minutos, cada um.
O painel será então aberto a voto, o que pode acontecer só na madrugada ou manhã de quarta-feira (10).

09 de agosto de 2016
Valdo Cruz e Mariana Haubert
Folha

NO PARECER CONTRA LULA, LAVA JATO REABRE VELHA FERIDA DO PT: CASO CELSO DANIEL



Reprodução da revista Veja






















Na mais dura manifestação já desfechada contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos autos da Operação Lava-Jato, o Ministério Público Federal reabre uma velha ferida que assombra o PT – o emblemático caso Santo André. Os procuradores que subscrevem a peça, autêntico libelo contra Lula, se reportam ao episódio de corrupção que marcou a gestão Celso Daniel (PT), prefeito da cidade do Grande ABC morto em janeiro de 1992 supostamente por ter ordenado o fim de esquema de propinas em sua administração. Para o Ministério Público, o dinheiro ilícito abastecia o caixa do partido.
Na manifestação de 70 páginas, quatro procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava-Jato rechaçam, ponto a ponto, a exceção de incompetência apresentada pela defesa técnica de Lula que alega parcialidade do juiz Sérgio Moro para julgar o ex-presidente.
A manifestação é subscrita pelos procuradores Julio Carlos Motta Noronha, Roberson Henrique Pozzobon, Jerusa Burmann Viecili e Athayde Ribeiro Costa.
Eles citam o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. Alvo da Operação Passe Livre, desdobramento da Lava-Jato, Bumlai foi preso no dia 24 de novembro de 2015 e denunciado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
DINHEIRO DO PT – “Há, ainda, elementos que apontam para a existência de um esquema voltado a beneficiar partidos políticos da base governamental e seus representantes”, diz um trecho do parecer, que aponta para o processo da Lava-Jato sobre o empréstimo de R$ 12 milhões tomado por Bumlai junto ao Banco Schahin, em outubro de 2004 – segundo Bumlai, o dinheiro foi destinado ao PT.
Os investigadores sustentam que mais de R$ 5 milhões teriam ido parar no caixa do empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC. “Os autos 5048967-66.2015.404.7000 e demais correlatos versam sobre o recebimento de mais de cinco milhões de reais por parte do empresário Ronan Maria Pinto, provavelmente provenientes do Banco Schahin, oriundos de um complexo esquema de lavagem de capitais, cujos recursos foram pagos posteriormente pela Petrobras mediante um plano arquitetado para beneficiar pessoas conectadas diretamente ao Partido dos Trabalhadores”, afirma a Procuradoria.
DIRCEU E CARVALHO – A manifestação cita dois ex-ministros de grande poder e influência dos governos Lula e Dilma – José Dirceu e Gilberto Carvalho, o primeiro condenado e preso no Mensalão e na Lava-Jato.
“O caso, que remonta às denúncias de corrupção na Prefeitura de Santo André, envolve o desvio de recursos dos cofres públicos para o Partido dos Trabalhadores, para utilização em campanhas eleitorais, com a entrega de dinheiro a José Dirceu e a Gilberto Carvalho”, segue o documento. “Para evitar a revelação do esquema por Ronan Maria Pinto engendrou-se um empréstimo simulado entre o Banco Scahin e José Carlos Bumlai, para fornecer recursos para compra do silêncio do empresário.”
A Operação Passe Livre sustenta que, “pelo empréstimo concedido a Bumlai, o Grupo Schahin ganhou contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação para operar navio sonda da Petrobras.”
“Para quitar a dívida, articulou-se para que, de forma fraudulenta, a Schahin Engenharia fosse contratada como operadora do navio-sonda Vitória 10.000 da Petrobrás. Ou seja, para quitar uma dívida contraída no interesse do Partido dos Trabalhadores e de pessoas diretamente a ele vinculadas, utilizou-se de uma contratação fraudada na Petrobras”, assinalam os procuradores.
FERNANDO BAIANO – O documento faz menção, ainda, ao lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, que virou delator da Lava-Jato. “Segundo afirmou o colaborador Fernando Soares, como houve dificuldades para a aprovação da contratação da Schahin pela Petrobras, José Carlos Bumlai teria intercedido diretamente junto a José Gabrielli e ao então presidente Lula para conseguir a aprovação da parceria. Repise-se, ainda, que Gilberto Carvalho, a despeito do envolvimento com os fatos de Santo André (e por conta disso responder à ação de improbidade proposta em 2007), foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência de 2011 a 2015 (e, anteriormente, chefe de gabinete da campanha de Lula à Presidência da República).”
A manifestação destaca a condenação de José Dirceu no Mensalão. “Foi condenado no processo do Mensalão como principal articulador da obtenção de recursos de origem ilícita em favor do Partido dos Trabalhadores na época dos fatos de Santo André, estando atualmente preso cautelarmente na Operação Lava-Jato por novas suspeitas de corrupção.”
AS MESMAS FIGURAS –  “O envolvimento das mesmas figuras em tantos episódios de desvios de recursos públicos para o financiamento de determinado partido político denota uma forma constante e própria de se obter dinheiro para a legenda e seus representantes, e não uma mera invocação de nomes de autoridades que pudessem desconhecer o esquema”, afirmam os procuradores.
“Além disso, mesmo após o término de seu mandato presidencial, Lula foi beneficiado direta e indiretamente por repasses financeiros de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato. Rememore-se que, no âmbito desta operação, diversos agentes públicos foram denunciados por receber vantagem indevida mesmo após saírem de seus cargos. Além disso, é inegável a influência política que Lula continuou a exercer no Governo Federal, mesmo após o término de seu mandato (encontrando-se até hoje, mais de cinco após o fim do seu mandato com a atual Presidente da República. E, por fim, não se esqueça que diversos funcionários públicos diretamente vinculados ao esquema criminoso, como os Diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque, foram indicados por Lula e permaneceram nos cargos mesmo após a saída deste da Presidência da República.”

09 de agosto de 2016
Deu no Estadão

O VALOROSO COLLOR DE MELLO

Meu forte abraço, minha amizade e minha solidariedade, ontem, hoje e sempre, para o grande brasileiro, senador Fernando Collor, que completa 67 anos dia 12 de agosto. 
Com vigor e determinação, trabalhando pelo Brasil e pela coletividade. Com o mesmo inabalável espírito público dos demais cargos que ocupou. Prefeito, deputado federal, governador e Presidente da República. 
Collor é contundente porque não é servil nem hipócrita. Enfrenta os problemas de frente. Não dissimula. Gostem ou não gostem os decaídos, parasitas, covardes, desinformados e ressentidos de plantão. 
Sofreu impeachment político. Foi absolvido por unanimidade no STF. Um dia a verdadeira história republicana fará justiça a Fernando Collor de Mello. Saúde para ele.

Chama olímpica nos corações

O Brasil mostrará ao mundo que, a exemplo de outros países, também é competente para organizar uma olimpíada. A emoção, a torcida e a ansiedade encantarão o Brasil, atletas e visitantes. Os jogos e a festa serão grandiosos e orgulharão os brasileiros. A eficiência e a perseverança vencerão as dificuldades. A energia positiva iluminará a alma dos mais céticos. A fraternidade e alegria dos brasileiros estarão juntas com o fervor e a satisfação dos turistas vindos de toda parte do planeta. Os desanimados, rabugentos e pessimistas não sairão de casa. Durante os jogos a tocha olímpica manterá acesa a chama do amor, da paz, da união e da esperança em todos os corações.

Exemplo de gratidão
Trecho da carta do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, repleta de emoção e gratidão, convidando João Havelange, membro nato do comitê, para a abertura dos jogos olímpicos 2016: " Querido amigo Havelange, recordo que teu memorável e emocionante discurso, em Copenhague, Dinamarca, em 2009, convidando a todos os membros do Comitê Olímpico Internacional para uma olimpíada na tua cidade, no ano do teu centésimo aniversário, aliado ao teu esforço pessoal, trabalho e dedicação, certamente foram cruciais para esta conquista". Prossegue Nuzman: " Durante todas estas décadas, em que tive o privilégio de contar com tua preciosa amizade e sabedoria, vivenciamos momentos únicos de conquistas para o esporte brasileiro e mundial".

Brasil criativo

Nenhum país que tenha sediado as olimpíadas, produziu e exibiu ao mundo espetáculo mais belo e criativo do que o Brasil, na abertura dos jogos. Cada detalhe um show inesquecível de bom gosto e alegria. Tudo perfeito. Um encantamento que mostrou toda a fibra, união, perseverança e competência do povo brasileiro. Começo medalha de ouro para o Brasil.

O patrulhado Rodrigo Maia

O deputado Rodrigo Maia atendeu prontamente as ordens dos torpes patrulheiros: o presidente da Câmara Federal diz ser contra o pedido dos advogados de Eduardo Cunha para suspender o resultado da CCJ favorável à cassação do seu mandato. Rodrigo Maia nem leu o pedido de Cunha e já colocou os carros diante dos bois. É gênio. Usa má-fé. Maia não pode se manifestar politicamente sobre o assunto. A atribuição de analisar o pedido de Eduardo Cunha é dos técnicos da Câmara, que estudarão o pedido do ex-presidente da Câmara baseados em fatos, argumentos e evidências, e não em conchavos políticos. Antes do que se previa, Rodrigo Maia já mostra ser refém de carteirinha dos torpes patrulheiros da mídia e da manada de políticos medíocres, parasitas e demagogos, que querem usar o nome de Eduardo Cunha como palanque eleitoreiro, para saciar seus apetites doentios de covardia e canalhice.

Amazônia brasileira

No próximo dia 16 de agosto, a Amazônia Brasileira completará 377 anos.

Os espanhóis foram pioneiros, cabendo ao navegador Francisco de Orellana realizar a aventura de ser o primeiro europeu a atravessar todo o Rio Amazonas, dos Andes ao Atlântico.

Em 1639, o bravo sertanista Pedro Teixeira após reconhecer toda extensão dos rios Solimões e Amazonas, enfrentando dificuldades de toda ordem, no retorno declarou: ''em nome do Rei tomo posse destas terras, se houver alguém que a contradiga ou a embargue que o escrivão da expedição registre''.

Iniciava-se, assim, a posse da Amazônia Brasileira e Pedro Teixeira é o símbolo da luta pela preservação de nossa soberania naquela imensa área.

A Amazônia é uma plataforma central de integração de 9 países condôminos na América do Sul.

Os Estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Acre e Rondônia, somam

3 575 706,4 Km², quase 42% do território nacional. Cabem nesta superfície Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha, França, Itália, Holanda, Suíça, Áustria, Eslováquia, Inglaterra, Albânia, República Tcheca e Bósnia-Herzegovina.

A população da Amazônia Brasileira chega a 23 milhões de habitantes. A malha rodoviária é pobre e a aquaviária tem cerca de 22 000 km navegáveis. O deslocamento terrestre é difícil e o aéreo e fluvial são vitais.

O clima equatorial (quente e úmido) apresenta temperatura média de 27º C no inverno, caracterizado pelo período das chuvas (novembro a abril) e de 35º C no verão (de maio a outubro).

A Amazônia tem 20% de água doce do planeta, grande quantidade de ouro, estanho, nióbio, petróleo, gás natural, calcário, potássio, manganês, ferro, alumínio e diamante. O revestimento do solo corresponde a um terço de floresta tropical da Terra, abrigando o maior banco genético do mundo. Posiciona-se afastada dos grandes centros do poder nacional (Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro).

Os principais problemas amazônicos são:

- A cobiça internacional;

-A instabilidade nos países vizinhos, com exceção da Guiana Francesa, como na época efervescente da guerrilha na Colômbia que já propiciou ações contra tropas brasileiras na região oeste denominada de ''Cabeça do Cachorro'', todas rechaçadas à altura da gravidade;

-A questão indígena, com os pontos polêmicos sobre integração ou segregação do índio, a extensão de suas terras e a exploração das riquezas no subsolo;

-A presença de estrangeiros e o tênue controle sobre os mesmos;

-As Organizações Não Governamentais atuando livremente sob o argumento de preencher as lacunas assistenciais deixadas pelo Estado;

- A facilidade de penetração pela longa fronteira terrestre com contrabando incontrolável refletindo negativamente nos grandes centros do Brasil, principalmente no tocante às drogas e armas;

- O desvio dos recursos naturais;

-O vazio demográfico que reflete na política nacional pelo pequeno número de eleitores e dificuldade de ocupação da região;

-A biopirataria e a exploração predatória de madeira, com assustadores níveis de desmatamento.

Segundo especialistas, a Amazônia Brasileira tem um patrimônio estimado em 23 trilhões de dólares em recursos naturais e biodiversidade, sendo 15 trilhões abaixo da superfície.

É a última área habitável do planeta com baixíssima densidade demográfica e gigantesco potencial hídrico.

O general Rodrigo Octávio Jordão Ramos reconhecendo o estoicismo e a intrepidez dos desbravadores afirmou: ''árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia, muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la''.

Este é o lema de todos que vivem, convivem e prestam serviços nesta riquíssima região ainda passível de desenvolvimento e que precisa ser totalmente integrada ao País. (Diógenes Dantas Filho - Coronel Forças Especiais/Consultor de Segurança)


Comentários sobre as Olimpíadas

Amigo Limongi, Você é mesmo o cara na arte de escrever.

Conseguiu em poucas palavras e com maestria externar o que todo brasileiro deve ter sentido antes, durante e depois dessa grande festa de abertura. O povo brasileiro foi um show à parte. E o time que dirigiu e coordenou a festa, foi dez. Eles mostraram que temos grandes talentos aqui e que quando queremos podemos ser melhores e maiores que ingleses, americanos, alemães e que qualquer outro povo do planeta. Fiquei arrepiado do início ao fim. Foi emoção atrás de emoção. Senti-me orgulhoso e feliz com o sucesso, que é de todos os brasileiros. Espero que nossos atletas possam repetir nas quadras o que nossos artistas mostraram nessa grande festa de abertura. Vamos em frente. Forte abraço, Anthony

Carlos Nuzman e João Havelange

Gente de caráter age assim mesmo. Um exemplo a ser divulgado e exaltado. Dois homens que merecem respeito: o destinatário e o signatário da carta. Aristóteles Drummond

Bom dia, amigo. Realmente sensacional. Parabéns para nós brasileiros, sofridos e angustiados com a nossa situação econômica e política. Abraço fraterno, Haroldo Furtado

Concordo a mil por cento, com vc, meu amigo. Deslumbrante, criativo, inesquecível. Assisti, daqui de Beirute, pela TV Dubai (a Globo não deu acesso livre) e os comentários do grupo de mulheres brasileiras de que faço parte foram todos do mais puro orgulho. A ideia do bosque olímpico é única. As bicicletas têm a cara do Brasil. E a alegria é pura e unicamente nossa. Mas os jornais estrangeiros (li 2 libaneses, mais o Le Monde francês e o Times inglês), são parcos em elogios. Preferem lembrar das dificuldades político econômicas do país, da Vila Olímpica "insalubre”, da poluição da Baia de Guanabara. O libanês L Orient le Jour diz que "o Rio apresentou o que diz ser a maior festa do mundo""" o Times, que o show foi "pesado em luzes e efeitos especiais, mas parco em dançarinos", e conclui: "um reflexo dos tempos difíceis".

Uma pena, não é? O foco, para mim deveria ser outro. Como disse meu marido, que conhece muito bem a arte do espetáculo, é fascinante ver como, com meios simples e muito pouco dinheiro, se conseguiu algo tão bonito. Criatividade é a resposta, não é, meu amigo. E, nisso, somos imbatíveis. Mas os "grandes" do mundo nunca vão proclamar essa verdade. Pouco importa. Nós sabemos que foi grandioso, lindo, emocionante. E que o Brasil e nós, brasileiros, somos únicos. E VIVA O BRASIL. Rose Romariz Maasri

- De acordo, mermão!... e o tal do Juca Kfouri esculhambou o discurso do Nuzman...ele nem considerou a justa emoção que tomou conta do presidente do COB naquele momento mágico...esse cara é incorrigível mesmo!! Inveja pura de um pobre frustrado! Grande abraço. Vladimir Paixão

- O Brasil fez uma abertura de Olimpíada espetacular!

Todos encantados! Sabemos fazer festa e receber muito bem! Somos criativos e hospitaleiros! Um show! Fernando Pinheiro

- Concordo integralmente! Tanta beleza e criatividade.

General Agenor Francisco Homem de Carvalho

- Muito bem, Limongi. Estive na abertura. Foi sensacional. Não podemos esquecer que a idéia e o sonho da olimpíada no Brasil nasceu em Brasilia. Paulo Octávio

Concordo. Só não gostei da figura deprimente da ex-do Garrincha. Sem condição, coitada. Carlos Murilo

Perfeito. Kleber Sampaio

Magnífica cerimônia de abertura! A cara do Brasil e do Rio de Janeiro. Nazaré Limongi Abrahim

Foi maravilhoso mesmo. Rosina Limongi Marques

Vicente, o apresentador da NBC que entrevistava o secretário norte-americano John Jerry, comentou: "os brasileiros sabem fazer uma festa" Emanuel Dantas

Foi muito bom! Te amo. Carla Limongi Fabre.

09 de agosto de 2016
Limongi é jornalista. Trabalhou no O Globo, TV-Brasilia, Última Hora de Brasilia, Suframa, Universidade de Brasilia e Confederação Nacional da Agricultura. Tem artigos e matérias assinadas no O Globo, Tribuna da Imprensa, Opção, Correio Brasiliense, Jornal de Brasília, A Crítica, A Notícia, Jornal do Comércio, revistas O Cruzeiro, Fatos e Fotos, Foco e Aqui-Goiânia. Foi assessor de imprensa da Suframa, UnB e Confederação Nacional da Agricultura e em Brasilia dos governadores Paulo Maluf e Amazonino Mendes. Tem blog e face. Colabora nos blogs Pedrinho Aguiar e Feichas Martins e no site Agência Norte, de Manoel e Marlen Lima. É sócio da ABI há 40 anos. Servidor aposentado do senado federal.

A PIRA ARDE


Todo o Brasil atendeu ao chamamento festivo para o acendimento da pira olímpica. Ou junto à tela, acompanhado das famílias, ou presente no Maracanã, onde o carioca, irreverente, apupou gratuitamente o presidente da República, presente a seu dever de declarar para o planeta a abertura dos jogos.

A chama continua ardente, na praça e no espírito dos brasileiros, muito orgulhosos de o Rio sediar a XXXI olimpíada da era moderna. Um feito de deslumbramento, para o qual se voltaram todos os olhos do mundo. A imprensa internacional não poupou merecidos elogios ao espetáculo. Nesta hora de alegria o povo se acalma e remove suas preocupações para depois da festa.

Entre tais atrações assim a enfeitiçar o espírito dos brasileiros, atentos aos movimentos, quem sabe mágicos dos jogos, aqueles que não poderão dar a si um tempo para também acompanhar o certame tão aguardado são os integrantes da zelosa equipe do Departamento de Polícia Federal, 

principalmente os agentes que se encontram envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato. Pois este quadro de ágeis servidores está há 13 anos de frente para um tsunami assustador, ainda em curso neste país, em que se investigam as causas e os autores que lhe deram forma e força, trepidando o fenômeno entre as esferas da administração pública e nas poderosas e tradicionais organizações privadas de prestação de serviços de infraestrutura, especialmente. 

De envolta na espiral que arrasa a nação estão os beneficiários deste acontecimento tempestuoso dado a conhecer em 2004, cujos números e atos assustadores compuseram o escândalo do mensalão. Até 21 do corrente mês, quando findam as Olimpíadas, os brasileiros fixam sua atenção em Neymar, no desespero vão de aplacar recentes amarguras de nosso (outrora) glorioso esquadrão. 

E até lá, espera-se, continua a nossa operosa equipe policial federal esquadrinhando e investigando, intensamente, pelo menos, 19 grandes investimentos brasileiros que orçaram, inicialmente, 93,74 bilhões de reais, mas já somam a importância estupenda de 256,44 bilhões de desembolso, entre eles a Usina Nuclear Angra 3 com uma diferença de 7,2 bilhões em relação ao valor inicial, a Hidrelétrica de Belo Monte (idem 23,3 bilhões), a Refinaria Abreu Lima (idem 31,7 bilhões) e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (idem 85,3 bilhões). 

Convenhamos, leitores, há um extenso e duro trabalho a cumprir, e pelo andar da carruagem não estará o Brasil passado a limpo a curto prazo, sem considerar as minas surgidas no curso das investigações, que explodem a todo momento. 
A corporação federal está, deste modo, enfrentando outras olimpíadas, as olimpíadas do mal, em que dragões, serpentes e outros monstros travam com ela cerrada batalha. 

Os golpes hábeis dos maus, dos quais os bons combatentes se desviam com suas espadas e chuços da era moderna, atrasam, é certo, a empreitada, pois os organizadores deste certame do mal souberam dispor suas forças com extrema astúcia, assentada em longa experiência, e cuidaram em desfazer pistas ou indícios, que se conjugaram para iludir quem os fosse combater.

Assim, duas olimpíadas se sucedem em nossa tranquila terra. Uma a enaltecer, pelo esporte, a paz entre as nações. A outra, cuja pira se encontra acesa há muito tempo, arde para iluminar as trevas e as armadilhas do mal, em defesa do Brasil e dos brasileiros.


09 de agosto de 2016
José Maria Couto Moreira é advogado.

O BOTE DA CASCÁVEL

Brasília – O Meirelles, da Fazenda, está igual a uma cascavel faminta que se encolhe no mato para dar o bote no calcanhar do caçador (o contribuinte). O ministro vem anunciando que remédios amargos virão para corrigir os rumos da economia e provocar a retomada do crescimento, se a receita não melhorar. Para isso, é obvio, o contribuinte vai ser convocado para compensar a incompetência do governo, o que mostra que o novo comandante da Fazenda procura o caminho mais fácil para reduzir o déficit fiscal: aumentar impostos e sacrificar o trabalhador à semelhança do que fizeram outros governos. Se é para continuar apertando o cinturão do povo que se mude a estratégia – ou quem sabe, o próprio ministro.

O ministro também fala em vender estatais, desinchar a máquina pública e queimar as gorduras. Até concordo, desde que não entregue o filé mignon das empresas aos estrangeiros. Se é para modernizar a economia, que a tire das amarras do estado o monstro perverso do subdesenvolvimento e do atraso. A formação de banqueiro de Meirelles o remete à insensibilidade social. Ele pensa e age como autêntico capitalista: frio, pragmático e sagaz. Portanto, o Brasil precisa ficar de olhos bem abertos na sua intenção de reorganizar a economia destroçada, herança maldita do PT.

A cascavel ainda está enroscada no próprio corpo, mas já dá sinais de que a qualquer momento pode atacar. Acredito que isso deverá ocorrer ainda este mês quando o Temer se firmar como presidente, depois da votação final do impeachment. O brasileiro, que já trabalha quatro meses do ano para pagar impostos, certamente não vai aceitar que a cobra devore o seu salário e esvazie o resto da comida que ainda existe no prato.

O réptil venenoso não está brincando quando faz a ameaça de aumentar os impostos. Veja como ele se prepara para o bote: “Vamos analisar primeiro as receitas públicas previstas para ocorrer no ano que vem e o possível ingresso de recursos com privatizações, concessões e outorgas. Se necessário, em último caso, nós faremos aumentos pontuais de impostos que sejam de fato, de verdade, temporários, porque a carga tributária é muito elevada. Temos até o dia 31 de agosto para apresentar a proposta do orçamento”.

O Brasil não precisa de ministro para aumentar tributos. Qualquer burocrata, sem ideia ou iniciativa, de cabeça vazia, é capaz de fazer isso. Basta uma canetada e pronto. O governo precisa, sobretudo, modernizar o estado, frear a corrupção, cortar custos, demitir comissionados, reduzir o custeio e otimizar as empresas públicas, muitas delas paquidermianas, cabides de empregos para os apaniguados de políticos. Para adotar essas medidas tão elementares não é preciso ser graduado em Harvard ou ter PHD em economia. Qualquer estagiário sabe fazer isso.

Tenho dito que o Temer precisa ser mais criativo nas mudanças para não parecer apenas o vice da Dilma no comando do governo. E uma ação efetiva evidentemente não passa por aumento de impostos, pelo reajuste do Bolsa Família nem pelo aumento do servidor público, especialmente do poder judiciário numa clara cooptação da Justiça. Até o momento o Brasil não viu nenhuma atitude mais arrojada de Temer que leve os brasileiros a acreditarem numa mudança radical em relação ao governo corrupto do PT. As estatais ainda são administradas pela mesma organização criminosa que devorou o dinheiro público e mantém todos os cargos de primeiro e segundo escalões. Se não fizer uma cuidadosa assepsia, o cancro da corrupção ainda vai corroer os cofres públicos porque os petistas continuam ativos no comandado das licitações que envolvem uma montanha de dinheiro.



09 de agosto de 2016
Jorge Oliveira

LEWANDOWSKI INDEFERE NA MAIORIA DAS QUESTÕES DE ORDEM DA DEFESA DE DILMA