"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

MIX - BEETHOVEN - DANIEL BARENBOIM

7 LEIS DO UNIVERSO

PNL PARA REPROGRAMAÇÃO / TRANSFORMAÇÃO INTERIOR

PROGRAMAÇÃO NEURO LÍNGUÍSTICA - OSHO

SONATA No. 14 - "MOONLIGHT" - BEETHOVEN

SONATA No.8 OP. 13 "PATHETIQUE" - BEETHOVEN

Daniel Barenboim plays Beethoven Sonata No. 8 Op. 13 (Pathetique ...

https://www.youtube.com/watch?v=SrcOcKYQX3c
5 de ago de 2013 - Vídeo enviado por davidofpiano423
Master of all things Beethoven Daniel Barenboim breathes fresh life into the Pathetique Sonata. With a rare ...

24 de outubro de 2016
postado por m.americo

BEETHOVEN - SYMPHONY No. 6 (PASTORAL) - LEONARD BERNSTEIN

Beethoven Symphony No.6 (Pastoral) in F Op.68 Leonard ... - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=t2VY33VXnrQ
17 de nov de 2013 - Vídeo enviado por roger bridgland
Beethoven Symphony No.6 (Pastoral) in F Op.68 Leonard Bernstein (conductor) Boston Symphony Orchestra.

24 de outubro de 2016
postado por m.americo

DO MITO À IDEOLOGIA

A falta de santos, de místicos, de filósofos, num país de dimensões continentais e 500 anos de existência, já basta para fazer dele uma anomalia espiritual assustadora, provavelmente sem similar na História universal.

Porém mais anormal ainda é que ninguém se preocupe com isso, que todos creiam dever constituir primeiro a sociedade ideal, com 200 milhões de cidadãos satisfeitos e rechonchudos, para depois, só depois, tratar de adquirir alguma consistência no plano do espírito. Esta pretensão insensata é talvez a maior manifestação de desprezo coletivo à “única coisa necessária” que já se observou na espécie humana.

Não há, no repertório das possibilidades históricas conhecidas, exemplo de sociedade que lograsse encher todos os estômagos para só depois alimentar os corações e cérebros. Os povos mais primitivos, as comunidades mais rudimentares já mostravam saber que algum tipo de conhecimento metafísico precedia no tempo e na ordem hierárquica dos fatores a organização material da sociedade – pois a sociedade é feita por homens, e a organização da alma humana precede a possibilidade mesma da ação racional na sociedade.

A expressão “mito fundador” anda hoje nas bocas dos nossos acadêmicos, mas é evidente que eles não têm a menor idéia do que seja isso. Imaginam que se trate de uma enorme ilusão coletiva inventada por espertalhões da classe dominante para colocar os homens a seu serviço – uma imensa cenoura de burro a orientar o trajeto da carroça histórica. Santo Deus! Acham que mito fundador é ideologia.

O conceito de mito fundador vem de Schelling. Um mito fundador não é uma ideologia. Ideologia é um discurso que não compreende a realidade, mas motiva os homens a substituir uma realidade que compreenderam mal por outra da qual não vão compreender nada. Inspirados pela ideologia do socialismo, os seguidores de Lenin substituíram a sociedade tzarista, da qual tinham uma compreensão falseada, pela monstruosidade incompreensível que foi a sociedade soviética. Inspirados nos falsos diagnósticos sociais de Hitler, os nazistas desmantelaram uma república que não compreendiam e puseram no lugar dela um pesadelo ininteligível. Guiados por pessoas que acham que mito fundador é ideologia, um povo que não compreende a raiz de seus males se prepara, neste país, para produzir males infinitamente maiores que, se vierem a se consumar, talvez já não possam ser compreendidos por nenhuma inteligência humana.

Ideologia é isso: um discurso que, partindo de uma falsa visão do presente, atrai os homens para a construção de um futuro que, depois de pronto, é feio demais para que suportem reconhecer nele a obra de suas mãos. Por isso os desiludidos de ideologias criminosas raramente se apresentam como aquilo que são: cúmplices fracassados de um crime sem recompensa. Apresentam-se como vítimas traídas pelo destino. Falseiam o passado como falsearam o futuro.

Um autêntico mito fundador, ao contrário, é uma verdade inicial compactada que, no desenrolar da História, vai desdobrando o seu sentido e florescendo sob a forma de ciência, de leis, de valores, de civilização. Um mito fundador não é um “produto cultural”, pela simples razão de que ele, e só ele, é a semente de toda cultura possível.

Um mito fundador constitui-se, em geral, da narrativa simbólica de fatos que efetivamente sucederam, fatos tão essenciais e significativos que acabam por transferir parte do seu padrão de significado para tudo o que venha a acontecer em seguida numa determinada área civilizacional. Assim, por exemplo, Northrop Frye demonstrou que todos os esquemas narrativos conhecidos na grande literatura ocidental são variações de enredos bíblicos.

Ora, os esquemas narrativos da literatura superior são os padrões de autocompreensão imaginativa de uma civilização. E os padrões de autocompreensão imaginativa são, por sua vez, os esquemas de ação possíveis.

A Bíblia, mito fundador da civilização ocidental, está no fundo de toda a nossa compreensão de nós mesmos e de todas as nossas possibilidades de ação.

Fora disso, não há senão ideologia, erro, loucura. A desorientação radical da sociedade brasileira vem da ligação tênue, cada vez mais distante, cada vez mais evanescente, que nossa história tem com as raízes bíblicas da civilização do Ocidente. Tanto perdemos a compreensão do nosso mito fundador que chegamos a querer substituí-lo por mitos tribais, indígenas ou africanos, belos e sugestivos o quanto sejam, mas ineptos a dar forma a uma civilização vasta e complexa. Mas hoje descemos abaixo dos mitos tribais, que, limitados o quanto fossem, tinham a sua verdade. Já não queremos nem mesmo construir o Brasil em cima de verdades parciais. Queremos a mentira total. Queremos uma ideologia.


24 de outubro de 2016
olavo de carvalho

O IMBECIL JUVENIL

Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. 
Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.

O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer.

Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. 
É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. 
A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. 
Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria – a supressão, em suma, da personalidade.

É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro.
O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. 
O modo de aprendizado é sempre a imitação – literal, servil e sem questionamentos. 
O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo mimético de que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.

Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? 
A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que o rejeitam. 
Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.

Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama.

Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. 
Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.

Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum.


24 de outubro de 2016
olavo de carvalho

MIX - RITA LEE

PARÓDIA "LULA LÁ EM CURITIBA"

Paródia "Lula lá em Curitiba" - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=CEmxPOCpJOY
5 de out de 2016 - Vídeo enviado por Os #Marcheiros
Os #Marcheiros apresentam: Lula lá em CuritibaParódia do Jingle "Brilha Uma Estrela" O artigo 47 ...

24 de outubro de 2016
postado por m.americo

CRUELDADE

Nunca se falou tanto em prisão, disso, daquilo, de um, de outro, coercitiva, temporária, preventiva, o escambau. Nunca se viu tanta gente desejar, sorrir, aplaudir, soltar fogos, dar gritinhos de prazer, comemorar a prisão de outras pessoas que nem conhece mas para as quais deseja o pior possível. Será que se tem noção do que é uma prisão, como deveria ser, qual sua função?


[Atenção, aviso: esse texto não tem o objetivo de defender ninguém, corrupto, corruptinho, corruptão, colarinho branco ou colorido. Muito menos o de fazer proselitismo político de qualquer linha, babar para qualquer juiz, entrar para a direita ou esquerda. É uma crônica em que se tenta refletir. Só que qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real não é mera coincidência. ]

A liberdade é o maior bem que existe. Ah, sim, é. É o que pode haver de mais valioso ao ser humano. Não só: creio que aos pássaros e aos animais a liberdade também tenha valor imensurável. 

Nada de gaiolas, jaulas, redes, gradis, cercas, ausência de luz, do Sol e da dimensão do tempo, das horas, dias e anos. 
E como os animais são a princípio sempre inocentes, ao contrário dos malvados humanos, sua detenção pode ser ainda muito mais cruel. Dependendo de suas espécies, são presos para serem mostrados, alguns como troféus. Alguns, para que cantem.

Não posso deixar de traçar paralelos, chamar a atenção para um ângulo da questão que está contribuindo para que pioremos muito como cidadãos, fazendo com que desçamos muito na escada evolutiva. 
O que é que estamos fazendo, como autômatos? Ligando a televisão para saber quem foi a presa do dia? Na casa de quem tocaram logo cedo para levar para viajar para um certo lugar? Plantões jornalísticos se formam para ver o avião decolar, helicópteros são usados para acompanhar o comboio policial. Ainda bem que perderam a mania de divulgar diariamente o cardápio como faziam no início.

Na minha lista de amigos nas redes sociais, muito ampliada por causa da profissão, vejo gente que passa o dia e parte da noite teclando impropérios, jogando toda a sua energia para pedir que se aprisione alguém desses que viraram rotina, ricos ou políticos. Os olhos brilham, as palavras pesadas brotam, e eles escrevem quase pedindo justiça com as próprias mãos, tortura, maus tratos. 
Por eles, desculpem, mas é o que passa, nem comida essa gente deveria receber. Se pudessem jogariam ratos, baratas e serpentes venenosas dentro das celas.

Se pudessem pagariam entrada, como se faz no Zoológico, para ir vê-los, fotografá-los, atiçá-los. As filas virariam quarteirões. Pensam que, como os canários, todos dentro das gaiolas sairão cantando, delatando.

Incomoda que não os vejo, contudo, usando dessa mesma energia para os assassinos de mulheres que estão brotando como nunca em nosso solo, apenas para dar um exemplo da contradição. 
Especialmente querem capturar o sapo-rei. 
Querem os peixes grandes, ricos e famosos, as celebridades. Repara como já se assemelham as coberturas jornalísticas de viagem a ilhas e as viagens às prisões e carceragens. O carro da esposa de um, a bolsa da mulher do outro...

Pense no que é uma prisão, o horror, e que gente de bom sentimento não pode se esbaldar com a prisão de outro ser, por mais que esse mereça e aí, se culpado for, punido e condenado for, não há dúvida, ali pagará mesmo por seu crime, porque, repito, é o horror. 
Não é por menos que vários barris de pólvora andam estourando em todo o território nacional.

Sim, porque visitava conheci bem uma prisão. Um presídio político, aliás, o do Barro Branco, em plena ditadura, onde semanalmente ia ver amigos meus, e era do Comitê de Anistia. 
Olha que dia de visita era especial. As grades ficavam abertas, e as crianças corriam de cela em cela naquele pequeno espaço, naquele corredor onde cada porta era de uma organização política diferente. Mas da minha mente jamais saiu a visão daquele pátio tenebroso, da privada turca cravada no chão, da frieza e do barulho dos pratos e colheres de alumínio, do olhar triste e melancólico da hora da despedida, do som do portão se fechando atrás de mim.

E olha só que coisa: justamente homens que estavam ali presos porque lutavam - de uma forma ou outra, sim, pelo poder político de visionários líderes - mas que antes de mais nada foram presos quando buscavam alcançar a liberdade que pudesse propiciar à política ter algum poder.

Toda prisão pode merecer ser revogada. Pensa só. Mas com a cabeça, não com o fígado.



24 de outubro de 2016
Marli Gonçalves, jornalista - Cadeia para quem precisa. E nem toda nudez será castigada.
SP, 2016


NOTA AO PÉ DO TEXTO

É da natureza humana a ambiguidade de sentimentos. Oscilamos entre o bem e o mal. Entre o sadismo e o masoquismo. Estamos muito distantes das sábias palavras do Mestre "amai-vos uns aos outros como Eu vos amei". 
Quase impossível aos simples mortais, alcançarmos um patamar tão elevado. Somos movidos por sentimentos confusos e tropeçamos comumente no lugar comum da vingança, da punição daqueles que zombam da justiça, dos que se sentem acima do bem e do mal, dos que se acham no direito de roubar a vida alheia, dos que nos humilham...
Move-nos o sentimento do 'olho por olho, dente por dente'. pois se assim não fora, não seríamos demasiadamente humanos. E a nossa história é uma história de 'vindita'. A nossa civilização é uma luta do bem contra o mal. Mas...
O texto não indaga o porquê de tais "torcidas organizadas". Pesa nessas torcidas apenas o desejo do mal ao outro? Haverá consciência da satisfação de se desejar o mal? Em ver que a impunidade é uma mancha que se procura apagar da sociedade injusta, que apenas pune os fracos? 
E se tal consciência houver, seria um mal?
A corrupção, como vimos assistindo em nosso país, é uma chaga a céu aberto. Uma doença que parecia (ou será que parece?) incurável.  Esmagou a dignidade política - e entenda-se a 'política' em seu sentido aristotélico - e transformou o país na gruta de Ali Baba. 
O que move a 'vindita' é sobretudo o cinismo, a indignidade, a ambição desmedida de ladrões que esperam viver uma eternidade para usufruir as vultosas quantias saqueadas da nação. 
A impiedade de olhar a miséria que aumentam com seus furtos escandalosos. Cem milhões, duzentos milhões, quinhentos milhões... bilhões!!! E tudo para o usufruto e a ostentação da doença do consumo além, muito além das necessidades humanas. Tudo em nome de um materialismo insano, de psicopatas desmedidamente ambiciosos.
E os mortais, do lado de cá da cerca, os mortais que habitam o térreo e suam pelo pão de cada dia, claro que devem ser tomados pelo desejo do mal. É quase inconsciente, e muito difícil de perdoar. Sabemos que a cada momento, tropeçamos na escada da evolução, embora nos esforcemos para galgar os degraus.
Mas seria injusto apiedar-se de bandidos que, piores que pobres meliantes que assaltam pedestres, desgraçam 200 milhões de culpados eleitores. 
Ah! O texto exemplifica a dureza das prisões com exemplos de presos políticos. É injusto! Concorde-se ou não com as motivações ideológicas que os moveram à ações contra o regime, não se tratava de ladrões. Eram homens que carregavam seus ideais e utopias. (O que fizeram delas depois, aqueles que aí estão, já é outro assunto...).
Tenhamos a consciência de que a nossa espécie é a mais predadora do planeta. Carregamos, ainda a natureza cruel das nossas origens, e lutamos, dia após dia, para conter as pulsões atávicas que nos dominam e nos atrasam na escala da evolução.
Talvez, quem sabe, não seja tão importante e nem tão cruel punir os infames. Diante da eternidade, não sejamos tão orgulhosos das nossas virtudes e pecados.
Como cantava a Rita Lee "tudo vira bosta".

Rita Lee - Tudo Vira Bosta (Letra) - YouTube


https://www.youtube.com/watch?v=yIwkm6syb6E
m.americo

SEGUNDO DELATOR, SENADORES 'PEDIAM VARREDURAS' APÓS NOTÍCIAS DE CORRUPÇÃO

INSPEÇÕES TAMBÉM ERAM REALIZADAS NAS RESIDÊNCIAS E ESCRITÓRIOS

POLICIAL LEGISLATIVO PAULO IGOR BOSCO SILVA RELATOU À PF QUE DIRETOR DA POLÍCIA DO SENADO PASSOU A SOLICITAR INSPEÇÕES TAMBÉM EM RESIDÊNCIAS PARTICULARES E ESCRITÓRIOS DE PARLAMENTARES (FOTO: JOSÉ CRUZ/ABR)


Responsável por denunciar o atuação do diretor da Polícia Legislativa para embaraçar as investigações da Lava Jato, o policial legislativo Paulo Igor Bosco Silva contou à Polícia Federal que, em meados de 2014, soube que o diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho, passou a solicitar aos seus subordinados a realização de varreduras de captação ambiental não só em gabinetes do Senado, mas também em residências oficiais e particulares e nos escritórios políticos de senadores.

Pedro Carvalho e três subordinados dele, todos policiais legislativos, foram presos na sexta-feira, 21, na Operação Métis, deflagrada por ordem da 10.ª Vara Federal em Brasília. Apenas o diretor da Polícia do Senado permanece preso. Ele faz novo depoimento à PF nesta segunda-feira, 24.

De acordo com Paulo Igor Bosco, sempre que surgiam notícias sobre o envolvimento de senadores em escândalos de corrupção havia a solicitação para a realização das varreduras.

Ainda em seu relato, o delator confirmou a varredura na casa de José Sarney quando este não ocupava mais cargo público e detalhou a ação de colegas para tentar evitar que a PF realizasse busca e apreensão na casa do senador Fernando Collor (PTB).

Paulo Igor Bosco, em um primeiro momento, detalhou 3 fatos aos investigadores.

O primeiro caso informado foi sobre a solicitação de Pedro Ricardo, em julho de 2014, para que policiais legislativos realizassem varredura em endereços particulares do então senador Lobão Filho(PMDB).

No mês seguinte, outra ordem do diretor resultou em uma missão dos policiais até o estado do Maranhão para efetuar uma varredura nas linhas telefônicas da residência particular de Lobão Filho e em seu escritório político.

O segundo fato narra o pedido de Pedro Ricardo, em julho de 2015, para que os policiais realizassem o mesmo trabalho no escritório do ex-presidente José Sarney (PMDB), localizado no setor hoteleiro norte, em Brasília.

A “ordem de missão” expedida por Pedro Ricardo não era numerada. O terceiro caso diz respeito a tentativa de Pedro Ricardo de “embaraçar” a realização da busca e apreensão na casa do senador Fernando Collor (PTB), durante uma das fases da Lava Jato, e a posterior varredura na “Casa da Dinda”, residência do senador e ex-presidente.

Dois meses depois do primeiro depoimento, em 16 de setembro, Bosco Silva fez um aditamento em sua denúncia para incluir o caso da senadora Gleisi Hoffman. Como complemento as informações fornecidas anteriormente, o policial detalhou a realização de varredura na residência particular da senadora, em Curitiba, dias após a Polícia Federal prender seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e realizar buscas na residência. (AE)



24 de outubro de 2016
diário do poder

É HORA DE ESCLARECER DE QUE LADO ESTÁ O CONGRESSO

MORO COBRA POSIÇÃO DO CONGRESSO SOBRE O COMBATE À CORRUPÇÃO
JUIZ FEDERAL QUER QUE PARLAMENTARES SE POSICIONEM A RESPEITO


“EM OUTRAS PALAVRAS E SEM QUERER SER MANIQUEÍSTA, OU COISA QUE O VALHA, É O CONGRESSO DEMONSTRAR DE QUE LADO ELE SE ENCONTRA NESSA EQUAÇÃO", DISSE (FOTO: PEDRO DE OLIVEIRA/ ALEP)


O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato, em Curitiba, defendeu as 10 Medidas Contra Corrupção e cobrou do Congresso Nacional uma posição sobre de que lado estão os parlamentares no que diz respeito ao combate à corrupção. “Em outras palavras e sem querer ser maniqueísta, ou coisa que o valha, é o Congresso demonstrar de que lado ele se encontra nessa equação”, cravou o juiz sobre a necessidade de aprovação das 10 Medidas, durante encontro regional realizado na Assembleia Legislativa do Paraná.

Além dele, participam do encontro os procuradores Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, e Roberson Pozzobon, da força-tarefa de Curitiba.

Alçado a símbolo do combate à corrupção no País, Moro parabenizou a iniciativa o Ministério Público Federal e pontuou a necessidade do Congresso Nacional atuar no sentido de aprovar leis que melhorem o quadro de combate a esse tipo de crime. Segundo ele, atualmente, essas medidas tem saído mais do próprio Judiciário do que do poder Legislativo.

Moro citou o caso da proibição de doações empresariais nas eleições e aprovação da prisão após 2ª instância. As duas decisões partiram do Supremo Tribunal Federal.

“O que ainda os falta é uma reação mais incisiva por parte demais instituições e o campo próprio para essas discussões e reformas é o Congresso Nacional”, afirmou Moro. Para o juiz, a aprovação das 10 Medidas Contra à Corrupção será uma sinalização importante por parte do Congresso Nacional. “As pessoas precisam ter fé nas instituições democráticas e, diante de um contexto dessa espécie, o que é natural esperar é uma atuação legislativa no sentido de aprovar medidas que nos auxiliem a superar esse quadro de corrupção sistêmica”, explicou o juiz da 13ª Vara Criminal de Curitiba.

Após cobrar os parlamentares, o juiz afirmou estar otimista sobre a aprovação das medidas e disse ser possível haver modificações, como a subtração da proposta sobre validação de provas ilícitas – que tem causado intenso debate entre juristas. Para Moro, essa é uma das medidas que pode ser retirada da proposta de lei, mas outras como criminalização do caixa dois, reforma no sistema de prescrição e nulidade são a cerne do projeto e, por esse motivos, precisam ser aprovadas.

Theodore Roosevelt


Para encerrar sua fala de cerca de 30 minutos, o juiz analisou o caso da operação Mãos Limpas, na Itália, que após um início de avanços contra a corrupção teve seu futuro comprometido pela reação da classe política. “Os órgãos legislativos não só não acompanharam as ações das Justiça, mas também atuaram contra”, explicou Moro.

Sobre os EUA, Moro elencou as ações do presidente Theodore Roosevelt de incentivo ao Departamento de Justiça para tomar ações contra funcionários corruptos no início do século XX. Segundo o juiz, à época, pela primeira vez na história senadores norte-americanos foram condenados por corrupção.

Ao fim de sua exposição, Moro citou Roosevelt: “Não existe crime mais sério que a corrupção, outras ofensas violam uma lei, enquanto a corrupção ataca a fundação de todas as leis.(…) Não menos grave é a ofensa do pagador de propina, ele é pior que o ladrão, porque o ladrão rouba o individuo, enquanto o agente corrupto saqueia uma cidade inteira ou estado. (…) Os beneficiários e os pagadores de propina possuem uma malévola proeminência na infâmia. A exposição e a punição da corrupção pública são uma honra para uma nação e não uma desgraça. A vergonha reside na tolerância, não na correção. Nenhuma cidade ou estado, muito menos a nação, pode ser ofendida pela aplicação da lei.” (AE)



24 de outubro de 2016
diário do poder

SEGURANÇA QUE DELATOU POLICIAIS DO SENADO TAMBÉM É INVESTIGADO

ACUSAÇÃO É DE QUE POLICIAL BATIA PONTO E IA EMBORA DAR AULA


O POLICIAL É INVESTIGADO NO SENADO, NO MPF E NA PF. (FOTO: FACEBOOK)

O policial legislativo Paulo Igor da Silva, que delatou os colegas do Senado, dando início à Operacão Métis, também é alvo de investigação em pelo menos três órgãos. A acusação que recai sobre ele é de que o servidor batia ponto na Casa e ia para um cursinho preparatório para concursos dar aula, onde também trabalha como professor. O Diário do Poder teve acesso com exclusividade à investigação.

A Coordenação de Polícia de Investigação do Senado enviou um parecer à Procuradoria da República do Distrito Federal em 25 de abril deste ano informando sobre ocorrência policial contra o servidor. Segundo consta, Paulo Igor registrou presença pela biometria em 28 e 30 de dezembro de 2015 e 5 e 7 de janeiro de 2016, mas, de acordo com Coordenação de Proteção de Dignatários, o policial não cumpriu sua jornada de trabalho, como deveria.

Após início da investigação da Procuradoria da República do DF, do Ministério Público Federal, o policial foi afastado do cargo no Senado, situação que permanece. A Polícia Federal também investiga Paulo Igor por possível peculato, que é um dos tipos penais próprios de funcionários públicos contra a administração em geral, via de regra, só pode ser praticado por servidor público.
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Imagens de câmeras de segurança do Senado reforçam a tese da Coordenação de Polícia de Investigação. No vídeo, seria possível ver Paulo Igor batendo o ponto e indo embora. Outra acusação é de que o professor de cursinho já teria levado alunos para assistirem aula no próprio Senado, segundo a investigação.

A defesa de um dos policiais preso na sexta-feira (21) acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato acredita que a delação de Paulo Igor é uma retaliação ou vingança por seu comportamento no Senado ter sido repreendido.

Relembre o caso

Na sexta-feira (21), a Polícia Federal prendeu quatro policiais legislativos do Senado suspeitos de atrapalharem as investigações da Lava Jato a mando de senadores alvos. O chefe da Polícia, Pedro Ricardo Araújo, é o único que continua preso na Superintendência Regional. Os outros três foram soltos no mesmo dia após colaborarem com a PF nos depoimentos.

O policial legislativo Paulo Igor não foi localizado pela reportagem para comentar a investigação que responde.


24 de outubro de 2016
diário do poder