"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

A IDEOLOGIA DE GÊNERO E A DESCONSTRUÇÃO DO FEMININO

Esqueçamos a ideologia de gênero e celebremos as mulheres, sem dialética nem contradição. Precisamos da sua ternura, precisamos que continuem sendo quem sempre foram: mulheres!


Uma das estratégias do marxismo para destruir a família e, com ela, a sociedade foi interceptar os coletivos feministas para criar conflitos em nome da libertação: em primeiro lugar, libertar a mulher do homem; depois, libertar a mulher da família; e, por último, libertar a mulher da mulher, que é o escopo da ideologia de gênero.

A ideologia de gênero, portanto, alegando descoisificar o feminino que, segundo diz, está machistamente definido, para torná-lo incoisificável, inidentificável, acaba por pulverizar a noção mesma da identidade, tornando-a tão vazia que, por fim, produzirá um silenciamento tão universal e invencível que todas as reivindicações em nome das quais milita serão liquidadas, impossibilitadas, não farão mais o mínimo sentido.

Não há modo mais eficaz de tornar a sociedade passiva e manipulável. De fato, sem identidade, eu me torno o quê? Nada mais senão uma… COISA! E, nessa posição, acontecerá exatamente o contrário do que afirma, por exemplo, Jules Falquet: a abordagem de gênero não libertará a sociedade do capitalismo, como ela espera, mas o fortalecerá e o tornará inexpugnável, pois todos serão coisificados a ponto de serem reduzidos apenas a mão-de-obra, sem família, sem filhos, sem ninguém, mas com muita escravidão tecnocrática.
É por isso que os maiores propagadores da ideologia de gênero são os marxistas e os capitalistas: aqueles financiados por estes.

Caso queiramos libertar as mulheres, a primeira coisa que precisamos fazer é mostrar que são mulheres, que podem ser amadas pelos homens, que podem ser felizes tendo filhos, que podem ser rainhas em casa ao invés de empregadas na empresa, e que podem ser santas, chegando à contemplação, pois o fim do homem não está nessa ideologia chamada dinheiro, mas na aquisição e prática da sabedoria, que se alcança pelo estudo e pela vida espiritual, únicos bens inalienáveis.

Em certo sentido Foucault tem razão, mas contra ele mesmo: o que precisamos fazer é parar de recitar essa dialética, como se ela existisse; parar de viver em função da técnica e da economia; sair desse recital! Precisamos desvestir a camisa-de-força confeccionada para nós por Foucault, Butler, Scott et caterva. É simples como isso. Basta começar a viver o Evangelho, a doutrina católica, e entregar-se à contemplação.
Como essas ideias desconstrucionistas se estruturaram num sistema educacional, o nosso desafio é construir um novo sistema educacional que penetre o existente, desconstruindo a desconstrução. Isso requer estudo, mais que militância. E é aqui que começa nossa tarefa, se quisermos realmente trazer à realidade a verdadeira e necessária libertação.

Quando Simone de Beauvoir disse que o feminino é um "não masculino", e que isso precisaria ser revolucionado, estava apenas invertendo uma ideia bíblica. Segundo as Escrituras, a mulher proveio do homem, que, quando a viu, disse "carne de minha carne e osso dos meus ossos; tu serás chamada de mulher porque foste tirada do homem" (cf. Gn 2, 23). 

A missão do homem é, sim, reforçar a identidade feminina, amá-la, festejar com a mulher, carregá-la nos braços, elevá-la mais alto que antes…, "assim como Cristo amou a Igreja, e entregou-se a si mesmo, por ela" (Ef 5, 25).

Criando uma dialética aí, Beauvoir não conseguiu elevar a mulher, mas apenas a indefiniu, abrindo espaço que que Butler depois a aniquilasse, vendendo sua "teoria" sob a impostura da afirmação.

Esqueçamos a ideologia de gênero e celebremos as mulheres, sem dialética nem contradição. O mundo, sem elas, seria um quartel. Precisamos da sua ternura, precisamos que continuem sendo quem sempre foram: mulheres! — Abaixo a ideologia de gênero! Viva as mulheres!

27 de abril de 2017
Padre José Eduardo de Oliveira e Silva
in blog do anatoli

Nenhum comentário:

Postar um comentário