"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

RESPONSÁVEL PELA CONSTRUÇÃO DO METRÔ ABASTECIA O CAIXA 2 DE ALCKMIN EM 2014


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Charge do Latuff, reproduzida do Site 247
O responsável da Odebrecht pelo contrato de construção da Linha 6 do Metrô de São Paulo, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, era o encarregado de liberar o pagamento de caixa 2 para a campanha de 2014 do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo relato feito pelo ex-executivo ao Ministério Público Federal (MPF), foram sete pagamentos, feitos entre abril e setembro de 2014, que totalizaram a transferência de R$ 6,3 milhões à campanha do tucano. O valor, no entanto, pode ser ainda mais alto. De acordo com delação de Benedicto Barbosa Júnior, diretor da Odebrecht Insfraestrutura e superior a Cumplido, as transferências totais foram de R$ 8,3 milhões.
De acordo com Cumplido, o recebedor dos recursos era Marcos Monteiro, à época arrecadador oficial da campanha e hoje secretário de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo. Nas planilhas da Odebrecht, Monteiro era inicialmente identificado pelo codinome “Salsicha” e depois passou para “M&M”, contou Cumplido.
POR E-MAIL – Luiz Antonio Bueno, chefe direto de Cumplido, era quem o orientava mensalmente, por e-mail, a fazer as transferências. “Entre abril e outubro de 2014, Luiz Bueno me solicitou que programasse pagamentos para o codinome M&M e também Salsicha. E explicou que M&M seria Marcos Monteiro o coordenador financeiro da campanha de Geraldo Alckmin. (…) Nesse caso aqui, começou como Salsicha e depois virou M&M” — disse à procuradora da Lava-Jato que o interrogava.
Cumplido disse não saber quais benefícios a Odebrecht recebera por conta desses pagamentos. Insistiu em dizer que recebia a ordem de Luiz Bueno e a cumpria sem questionar.
UM EXPOENTE – Benedicto Júnior, porém, em sua delação, detalhou que a Odebrecht considerava Alckmin um “expoente” e afirmou que a empresa acreditava que “haveria uma alternância de poder no Brasil”.
“Alckmin é uma pessoa que nós como empresa considerávamos como um dos grandes postulantes a liderar o partido (PSDB) e liderar o país como presidente. Então, tanto ele como Aécio (Neves, senados do PSDB) sempre tiveram tratamentos muito próximos a nós” — disse, frisando que Alckmin “era importante” e que a empresa queria “manter essa relação profunda e funcionando sem óbice”.
NA DESAPROPIAÇÃO – Ainda em depoimento ao Ministério Público Federal, Cumplido também relatou ter feito dois pagamentos ilegais a um representante do governo do estado de São Paulo, durante o processo de desapropriação de imóveis para a construção da linha 6 do Metrô de São Paulo. A obra, que liga o bairro da Brasilândia, na zona Norte, à Liberdade, no centro, deve ser entregue no ano 2021.
Segundo ele, foram feitos dois pagamentos em dinheiro, totalizando R$ 700 mil. O primeiro aconteceu em janeiro de 2014, de R$ 500 mil, e outro em setembro, de R$ 200 mil. O dinheiro, segundo Cumplido, foi entregue a Sérgio Brasil, do comitê gestor de PPPs do governo de São Paulo.
Cumplido repetiu aos procuradores que não sabia do que se tratava os pagamentos e reafirmou que recebera a ordem de seu superior, Luiz Bueno. Cumplido foi informado que tratava-se de “um ajuste” acertado antes de ele chegar à Odebrecht.
RESPOSTA DE ALCKMIN – “Jamais pedi recursos irregulares em minha vida política, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo ilícito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei.”
Já Monteiro, informou que “a gestão financeira da campanha de 2014 foi feita dentro da lei e todas as contas foram aprovadas pelo TRE.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – De repente, está desmoralizada a principal justificativa de Lula, que se dizia “perseguido político” porque a Lava Jato só atingia o PT e seus aliados. A fila andou e agora chegou a vez dos tucanos & Cia. Ltda. Lula não tem mais desculpas, a Lava Jato mostrou que é mesmo “erga omnes” (vale para todos), como dizem os advogados. (C.N.)

17 de abril de 2017
Roberta Scrivano e João Sorima Neto
O Globo

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