"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

A ARTE POR TESTEMUNHA, EM MEIO AO DESCALABRO DO GOERNO PEZÃO


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Na força do balé, um protesto contra a corrupção
Na tarde de terça-feira, artistas, músicos, coreógrafos enfim, o corpo de arte do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que apesar do nome é estadual, promoveu um espetáculo nas escadarias, no sentido de tornar pública a situação de penúria em que se encontram, devido à desadministração do governador Luiz Fernando Pezão, que não consegue sequer manter os salários em dia e que até hoje não conseguiu pagar o 13º aos funcionários do estado. Uma calamidade.
O próprio secretário estadual de Cultura, André Lazaroni, que acumula a gestão do Teatro Municipal, acentuou que a casa tradicional de espetáculo e de cursos pode fechar a porta no prazo de dois meses.
MENSAGEM NAS RUAS – A arte deixou sua mensagem nas ruas e teve sua atuação destacada nas redes de televisão e na primeira página de O Globo. Aliás O Globo publicou no segundo caderno desta quarta-feira excelente reportagem de Nelson Gobbi, ilustrada por belíssima foto destacando a apresentação de uma de suas bailarinas, personagem pode-se supor de uma sequência de “A Morte do Cisne”.
O Teatro Municipal fechar as portas? É a prova da calamidade pública a que o governo Pezão conduziu o Rio de Janeiro.
PALCO ILUMINADO – Inconcebível tal desfecho e tal destino de uma casa que já foi palco de Enrico Caruso, Benamino  Gille , Mário Del Monaco, Renata Tebaldi, Ludmila Cherina, Violeta Coelho Neto. Muitas outras presenças luminosas poderiam ser relembradas, porém este elenco é suficiente para tornar encantado o palco do teatro.
A arte, assim, foi ao encontro do funcionalismo estadual e, mais do que isso, ao encontro da população do Rio de Janeiro. Tornou-se a forte mensagem impressionante e impressionista de uma situação frontal de calamidade pública.
Ao som vibrante de “Carmen” de Bizet e com bailado clássico vestido de branco, a opinião pública obteve para si a face ao mesmo tempo mais preciosa e mais dramática de um plano de carência.
INJUSTIFICÁVEL – Várias causas podem ser colocadas como explicação, porém aquilo para o que não pode haver interpretação dupla é a falta de remuneração para o trabalho humano. O pagamento dos salários pode ser visto como um denominador comum da angústia que está sufocando o funcionalismo estadual, em particular, e a população do Rio de Janeiro de modo geral.
Basta reconhecer o panorama de insolvência que desceu sobre a cidade do Rio de Janeiro, ressaltada ainda por cima por um mar de insegurança, cujas ondas diariamente estão expostas nos conflitos entre policiais e bandidos, entre bandidos com bandos rivais, nos assaltos e tiroteios que se sucedem sem horário certo, mas com incidência impressionante.
CORRUPÇÃO – Agravando a situação, acrescente-se a falta de perspectiva e o fato de a corrupção ter sitiado o Palácio Guanabara.
Na leveza da arte, o corpo do Teatro Municipal expôs um descalabro jamais visto em outra ocasião. Não existe saída estadual para a crise. O que vai obrigar, dentro de breve espaço de tempo, a uma intervenção do governo de Brasília. Com o uso da arte, talvez tenha sido encontrado um meio de convencer e apelar ao Planalto em busca de uma solução para a planície.

12 de maio de 2017
Pedro do Coutto

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