"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 7 de maio de 2017

BUDA, A PARÁBOLA DO MAU POLÍTICO E A REALIDADE BRASILEIRA

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Certa feita, em um de seus ensinamentos sociais, Sidarta Gautama, o Buda, falava da importância do homem público ter ética e moral ilibadas. Exemplificou com a história verdadeira de um mau político, já falecido, muito famoso por sua corrupção, egoísmo, arrogância e vaidade, que amealhara muita riqueza. Mas não deixara nada para a família, para a viúva e os herdeiros.
A notícia espalhou-se pela região, a pregação informava que o tal político, após sofrer um tempo no inferno (pois no Budismo o inferno é temporário) ele reencarnara no corpo de um cachorro que, por motivos da inexorável Lei do Carma, morava na mesma casa que ele construíra quando ser humano. Diga-se de passagem, verdadeiro palacete.
O filho mais velho, da casta nobre, soube da triste notícia e foi reclamar com o Buda:
– Senhor, estou muito chateado com o senhor, soube do seu ensinamento, que história é essa de dizer que o meu pai renasceu como cachorro?
– Meu jovem, você sabe que a Lei do Carma é infalível.
– Sim, senhor Sidarta Gautama, mas o meu pai foi um grande político, um tribuno reverenciado por toda a nobreza de nosso reino, orador de escol.
– Mas você também sabe, amigo, que ele nunca fez nem um tantinho de caridade.
– Ah!, senhor Gautama, esse negócio de ajudar os pobres é bobagem, justamente por existir a Lei do Carma é que os pobres estão lascados. Quem mandou fazerem besteira em uma vida, então na próxima voltam pobres…
– Não é bem assim, meu rapaz, uma das funções dos pobres e deserdados da sorte é que eles proporcionam a oportunidade aos ricos para que estes os ajudem, das mais diversas formas. Não se trata de esmola, pode ser com bons postos de trabalho.
– Então a gente é rico, só para ajudar os pobres?
– É uma excelente possibilidade para se praticar generosidade, caridade e afins. Quanto mais isso acontece, mas feliz se fica. É uma felicidade interior, diferente da alegria passageira de ter muitas posses, pois não levamos nada de material dessa vida.
– E como é que o senhor pode provar que o meu falecido pai foi para o inferno e reencarnou como cachorro? Estou indignado com isso !
– Muito simples. Vocês, a sua nobre família já não tem tantas riquezas como tinham, quando seu pai era vivo.
– Sim, é verdade, um pouco antes dele falecer, todo o ouro que ele tinha em um velho baú desapareceu misteriosamente.
– Então eu vou te falar a verdade. Pressentindo que ia morrer o seu pai um dia enterrou no fundo do quintal de vocês aquela arca com toda a riqueza da família.
– E como é que o senhor sabe disso?
– Uma das qualidades do Estado de Buda é ver o passado, o presente e o futuro.
– E como eu posso encontrar esse tesouro?
– Hoje à noite, quando o cachorro de vocês estiver dormindo, cochiche no ouvido do animal assim: “Papai onde é que o senhor escondeu o tesouro da nossa família?”
– Está bem, assim farei. – O rapaz agradeceu e foi embora.
Chegou a noite, pela madrugada o rapaz levantou-se, foi até onde o cachorro estava e procedeu como o Buda havia ensinado.
Tipo um sonâmbulo, o animal levantou-se, foi até o fundo do terreno, e o rapaz atrás. Em determinada extremidade do sítio, o cachorro começou a cavar a terra… e logo apareceu a arca com o tesouro.
E os filhos do mau político seguiram as palavras do Buda e aplicaram o dinheiro de forma produtiva e generosa. Um dos princípios do budismo é denominado “Dana” e simboliza justamente a generosidade.
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PS – Sidarta Gautama foi anterior a Cristo e viveu há mais de 2,6 mil anos. Tanto tempo depois, os ensinamentos deles ainda não foram totalmente assimilados. Mas um dia serão. (A.R.)

07 de maio de 2017
Antonio Rocha

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