"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

JANOT VAI ABRIR NOVO INQUÉRITO CONTRA TEMER, DESTA VEZ SOBRE O PORTO DE SANTOS


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Loures foi grampeado ao falar com Temer
A Procuradoria-Geral da República deve pedir a abertura de um novo inquérito com base em diálogo do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) com o presidente Michel Temer. A suspeita é de tráfico de influência para beneficiar a Rodrimar, empresa que opera no porto de Santos e foi alvo de buscas da Polícia Federal na semana passada. Os procuradores acreditam que já reuniram indícios para investigar Loures. Eles examinam papéis apreendidos na sede da empresa para decidir se é o caso de incluir o presidente no inquérito.
Temer foi gravado quando dava informações ao aliado sobre um decreto que ele assinaria seis dias depois. A medida beneficiaria concessionárias de portos, que tiveram suas concessões renovadas por 35 anos, sem licitação.
PAI DA CRIANÇA – Após a conversa, Loures repassou as informações a um interessado no decreto: Ricardo Conrado Mesquita, diretor da Rodrimar. O executivo festejou a notícia e disse que o deputado afastado seria “o pai da criança”.
A conversa interceptada pela PF ocorreu em 4 de maio, quando Loures ligou para o Planalto e foi atendido por Temer. O telefone do deputado afastado estava grampeado com autorização judicial.
O presidente avisou a Loures que o decreto dos portos seria assinado na quarta-feira seguinte. Também contou que as concessões de 35 anos teriam o prazo dobrado, chegando a 70 anos de duração. “Aquela coisa dos 70 anos lá para todo mundo parece que está acertando aquilo lá”, disse Temer.
“VALORIZADO” – Minutos depois de falar com o presidente, Loures ligou para o diretor da Rodrimar e repassou as informações. O executivo comemorou a notícia: “É isso aí, você é o pai da criança, entendeu?”.
Loures continuou: “A ideia é que se o governo for tomar uma decisão, nessa ou naquela direção…”. “Tinha que ser valorizado. Valorizado, não é?”, disse o executivo.
A Rodrimar já foi citada em inquérito sobre Temer no STF (Supremo Tribunal Federal). O presidente foi investigado sob suspeita de participar de um esquema de cobrança de propina de concessionárias do porto de Santos. Uma planilha entregue à PF atribuía o pagamento de R$ 1,28 milhão em propinas, sendo metade para uma pessoa identificada como “MT”. A polícia entendeu que as iniciais se referiam a Temer.
INQUÉRITO ANTERIOR – Em maio de 2011, o ministro Marco Aurélio Mello determinou que o então vice-presidente fosse excluído do inquérito. Ele atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República, que disse não ter encontrado provas suficientes contra o peemedebista.
A defesa do Loures não quis comentar o caso. A Presidência negou que Temer tenha cometido irregularidade e afirmou que o decreto dos portos foi debatido em grupo de trabalho. “Os prazos e terminais beneficiados foram debatidos nas várias reuniões realizadas pelo grupo”, afirmou, em nota.
“As reuniões eram públicas e as dezenas de participantes sabiam do conteúdo. Portanto, as informações eram públicas”, concluiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A notícia de envolvimento de Temer com medidas relacionadas ao Porto de Santos não traz nenhuma novidade. O comentarista Antonio Santos Aquino há anos tem escrito a respeito aqui na “Tribuna da Internet”, sempre ironizando o fato de Temer continuar impune. Mas tudo tem a sua hora. E a decisão do procurador Janot mostra que a hora de Temer está chegando, antes tarde do que nunca. (C.N.)


25 de maio de 2017
Bernardo Mello Franco e Camila Mattoso
Folha

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