"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

PARA DEFENDER LULA E DILMA/IOLANDA, INVENTA-SE TODO TIPO DE TEORIA CONSPIRATÓRIAS


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Ex-ministro Aragão quer investigar Mônica Moura
A criatividade dos defensores dos ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff é surpreendente. Agora, estão defendendo a curiosa tese de que todos os delatores estão mentindo ao mesmo tempo, uma hipótese altamente improvável, porque todos os benefícios concedidos na delação premiada podem ser automaticamente anulados em caso de falso testemunho. Mas nada disso interessa aos petistas. Na pregação dessas teorias conspiratórias, eles movem céus e terras. Já apelaram à Organização dos Estados Americanos, às Nações Unidas, ao Mercosul e até ao Papa Francisco, além de buscar desesperadamente adesão de políticos dos mais diversos países, inclusive os Estados Unidos. É comovente. Não se importam com a abundância de provas, mantêm a esperança de reverter tudo e voltar ao poder, porque sonhar ainda não é proibido.
A mais nova teoria conspiratória envolve o falso e-mail de Dilma/Iolanda Rousseff, criado para informar os marqueteiros João Santana e Mônica Moura sobre os avanços e ameaças da Lava Jato. Os petistas dizem que é tudo invenção, o que seria facilmente comprovado, bastava examinar o computador do Alvorada. Mas os petistas propõem justamente o contrário – querem uma investigação sobre Mônica Moura. Aliás, seria ótimo que se fizesse essa apuração, desde que acompanhada do exame do computador de Dilma/Iolanda, é claro, mas isso eles não aceitam.
ESTAGIÁRIO SUSPEITO – A base dessa teoria conspiratória é a denúncia de que o falso e-mail foi registrado em cartório no dia 13 de julho de 2016 por Felipe Pedrotti Cadori, que seria estagiário no escritório Delivar de Mattos Advogados Associados. Até aí morreu Neves, como se dizia antigamente, mas acontece que o escritório foi montado pelo falecido pai de um dos procuradores da Lava Jato, Diogo Castor de Mattos, que vem a ser professor da PUC-PR, onde o estagiário estuda.
Em cima dessas informações, ergue-se a teoria conspiratória de que a mensagem no e-mail clandestino de Dilma/Iolanda teria sido forjada. E quem defende a tese é o procurador Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça no governo Dilma.
Realmente pega mal um réu da Lava Jato ser defendido pelo escritório em que trabalham dois irmãos de um dos procuradores, mas isso não significa nenhuma ilegalidade. Quem estaria sob suspeição seria o procurador Diogo de Mattos (Código de Processo Penal e Lei 8.625/93), e não o escritório de advocacia. O ex-ministro Eugênio Aragão está cansado de saber disso. Portanto, apenas joga para a plateia, como se diz no futebol.
O CASO CARDOZO – Para a ex-presidente Dilma/Iolanda, seria facílimo desmoralizar a marqueteira Mônica Moura. Bastava requisitar o computador do Alvorada ou entregá-lo à Perícia da Polícia Federal, caso inadvertidamente tenha sido levado para Porto Alegre junto com as tralhas da ex-chefe do governo. Se fizesse isso, ela não somente se inocentaria, como também ajudaria a defesa do ex-ministro José Eduardo Cardozo, hoje suspeito de ter vazado as informações sobre a iminente prisão de Santana e Mônica. Dilma poderia também pedir ao Google o IP (identificação) dos computadores, se é que a força-tarefa ainda não pediu.
Cardozo diz ter dado informações a Dilma, mas alegou que na data indicada por Mônica Moura ele próprio ainda não tinha conhecimento de nada. A desculpa é esfarrapada, porque até os faxineiros da Polícia Federal sabem que existiam (e ainda existem) delegados e servidores simpatizantes do PT em cargos estratégicos, que avisavam (e avisam) previamente sobre as operações a ser desfechadas, conforme ficou demonstrado no episódio da quase prisão do ex-ministro Guido Mantega.
MANTEGA FOI AVISADO – Da mesma forma que ocorreu com Santana e Mônica, o ex-ministro Mantega também foi avisado de que seria preso. Quando os federais chegaram, logo após as 6 horas da manhã, ele já havia saído e já estava no Hospital Sírio Libanês com a mulher Eliane. A equipe da PF se dirigiu para lá. Quando chegou e lhe deu ordem de prisão, o advogado José Roberto Batochio subitamente apareceu para defendê-lo, alegando que Eliane, a mulher de Mantega, estava sendo operada de câncer, vejam que armação ilimitada.
Era tudo mentira, naquela hora da manhã somente se faz operação de emergência no Sírio Libanês ou em qualquer outro hospital. Mantega e Eliane chegaram bem cedinho, ela foi atendida pelos plantonistas, queixou-se de forte gastrite e ficou à espera da equipe do hospital chegar para fazer um exame rotineiro de endoscopia.
A jogada deu certo, o juiz Moro se compadeceu e mandou soltar Mantega, que estava de viagem marcada para a Europa, com a mulher, para oito dias depois, pois em sociedade tudo se sabe, diria nosso amigo Ibrahim Sued.
QUEM AVISOU? – Não se sabe quem avisou Mantega. Para identificar a fonte, é preciso quebrar sigilo telefônico e aprender celulares e computadores, que já devem ter sido atirados ao Tietê. A essa altura, vai ser difícil provar alguma coisa, a não ser que Cardozo (ou outrem) tenha feito a bobagem de ligar pessoalmente para Mantega.
Mas agora nem há muito interesse nisso. Como diria Roberto Carlos, tudo isso são detalhes. O importante são as delações que se interligam e se fortalecem, acumulando provas contra os envolvidos na Lava Jato. Os delatores, repita-se, sabem que não podem mentir, porque perderão todos os benefícios que receberam.
Quanto aos acusados, estes podem mentir à vontade e criar as mais sensacionais teorias conspiratórias, porque estão lutando para escapar da cadeia. Apenas isso.
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PS – Já ia esquecendo. Quem desmentiu a armação foi a filha do ex-ministro, a bela e encantadora atriz Marina Mantega, que naquele dia estava trabalhando com a equipe do programa “Pânico”. Foi imediatamente procurada pelos jornalistas e revelou que a madrasta não estava fazendo operação de câncer, era só uma endoscopia. Mesmo assim, até hoje Mantega pateticamente insiste na versão anterior, tentando imitar o amigo Lula, que também se esconde atrás da mulher para não ser preso. (C.N.)

17 de maio de 2017
Carlos Newton

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