"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

PARTIDOS MENORES CONDUZEM A CAMPANHA DE RODRIGO MAIA NA ELEIÇÃO INDIRETA


Resultado de imagem para rodrigo maia
Maia “apoia” Temer, mas já está em campanha
Aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começaram uma campanha em defesa do nome do parlamentar fluminense como candidato a presidente da República em uma eventual eleição indireta, caso o presidente Michel Temer renuncie, seja cassado ou sofra impeachment. A candidatura dele já é defendida publicamente por líderes de partidos médios e nanicos e, nos bastidores, por lideranças de grandes partidos da base aliada e pela oposição.
O nome de Maia como candidato a presidente começou a ser defendido por aliados dele desde que as primeiras notícias sobre a delação de executivos do grupo JBS começaram a ser divulgadas, na última quarta-feira, dia 17, incriminando o presidente Michel Temer. Em jantar naquele dia na casa do líder do PTdoB, Luis Tibé (MG), por exemplo, deputados de partidos da base, como PP, defenderam abertamente a candidatura.
“BOM CANDIDATO” – “O momento ainda é de muita incerteza, mas o Rodrigo seria um bom candidato. Tudo que ele promete ele cumpre”, afirmou Tibé ao Broadcast/Estado. Líder do PEN, outro partido nanico como o PTB, o deputado Junior Marreca (MA) também defende a candidatura. “Defendo o Rodrigo como candidato. Ele tem conduzido a Câmara com tranquilidade e é a opção mais viável que existe hoje. Não tem outro nome”, afirmou.
Uma eventual candidatura de Maia, que é alvo da Lava Jato, tem apoio público até de deputados que já fizeram oposição ao parlamentar fluminense. “Se por acaso o presidente sair, acho que ele é uma boa alternativa. Ele tem condições de ser eleito”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade. Paulinho da Força, como é conhecido, era um dos líderes do antigo “Centrão”, grupo de siglas médias que disputava espaço na base com o grupo de Maia.
TRÊS FATORES – Defensores de Maia elencam pelo menos três fatores que favorecem a candidatura dele a presidente da República. O primeiro é a boa relação com a oposição, que o apoiou nas duas eleições para presidência da Câmara. Publicamente, opositores falam que o foco deles será a defesa de eleições diretas. Em reservado, porém, parlamentares do PT e do PCdoB já admitem que poderão apoiá-lo, desde que se comprometa a fazer reformas “mais brandas” do que as propostas por Temer.
Outro fator seria o apoio de Maia dentro da própria base aliada. Aliados lembram que o parlamentar fluminense foi reeleito em fevereiro deste ano no primeiro turno da disputa pela Presidência da Câmara por 293 votos, pouco menos do que os 298 votos que um candidato a presidente da República precisa para ser eleito de forma indireta por deputados e senadores. “Ele cumpre o que ele promete”, diz um líder da base.
ENTUSIASTAS – Maia tem “entusiastas” em partidos como PPS, PTN, DEM e até no PSDB – os dois últimos são principais partidos de sustentação hoje do governo Michel Temer. Parlamentares dessas legendas, contudo, não querem falar publicamente sobre o assunto, sob o argumento de que é preciso primeiro esperar a situação do presidente Temer ser resolvida, para só então dar início a uma ofensiva mais explícita em defesa da candidatura do parlamentar fluminense.
Deputados desses partidos lembram que uma eventual candidatura de Maia acrescentaria mais um cargo para entrar nas negociações, o que ajuda a facilitar as discussões. Em uma eventual eleição indireta, estarão em disputa os cargos de presidente e vice-presidente. Mas, se o parlamentar fluminense for candidato a uma dessas vagas, a presidência da Câmara ficará vaga e poderá entrar na negociação por apoio.
Os cenários traçados por aliados de Maia preveem que esses três cargos podem ser divididos entre PMDB, PSDB e DEM, principais pilares de sustentação do governo Temer hoje. Com essa aliança, defensores da candidatura do presidente da Câmara acreditam que poderia haver um “acerto” para preservar grande parte da equipe de ministros de Temer, mantendo o foro privilegiado deles, cuja maioria é investigada pela Lava Jato.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Um dos pressupostos para ganhar votos na eleição indireta é manter o status quo, ou seja, preservar a equipe de Temer, o que inclui a equipe econômica de Henrique Meirelles e os ministros de Temer que não têm mandato e precisam do foro privilegiado (leia-se: Eliseu Padilha e Moreira Franco). É por aí que estão sendo conduzidas as negociações no Congresso, porque Temer já é considerado carta fora do baralho. (C.N.)

26 de maio de 2017
Igor Gadelha e Daiane Cardoso
Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário