"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 2 de maio de 2017

PAULO MARTINS E O FIM DO IMPOSTO SINDICAL. HOLIDAY E O FIM DA PRODAM. DUAS AULAS DE PRAGMATISMO POLÍTICO



Nesta semana, o Congresso votou no fim do imposto sindical, uma das medidas mais importantes para os trabalhadores nos últimos tempos. Com isso, os sindicatos finalmente serão obrigados a representar aqueles que escolherem pagar as contribuições, e não mais atenderem a interesses sórdidos e contra os trabalhadores apenas por receberem dinheiro obtido via coerção.


A medida foi proposta pelo então deputado federal Paulo Martins, que, por ser suplente exercendo o cargo, conseguiu implementar o projeto.


Também nesta semana, o vereador de São Paulo, Fernando Holiday, conseguiu aprovar uma emenda que extingue a estatal PRODAM. A emenda foi protocolada junto ao também vereador Eduardo Tuma, e apoiada por Caio Miranda e Janaína Lima. Com isso, serão economizados 400 milhões de reais por ano.


Paulo Martins e Fernando Holiday pertencem ao MBL. As duas vitórias, uma em nível nacional e outra em nível local, demonstram essencialmente a importância de se atuar na política, pertencer a partidos políticos viáveis (que não sejam de extrema-esquerda) e realizar ações que importam politicamente.


Claro que seria muito fácil fazer a “política do feroz”. O “feroz” é aquele que se define tão “superior à política” que não integra nenhum partido representativo e com isso arruma desculpa para não fazer nada. Em muitos casos, o “feroz” até consegue impressionar algumas pessoas com seus discursos “true” no Facebook, mas nunca possui em mãos realizações reais. É puro escapismo que deve ser estudado psicologicamente.


Eu não acredito que o MBL seja um movimento perfeito. Como todo movimento atuante politicamente, é inevitável que ele terá suas contradições. Também não se pode dizer que o MBL é o único movimento a atuar politicamente, mas decididamente é o mais pragmático dos movimentos políticos da atualidade. O que importa aqui não é dizer quem é “melhor ou pior”, mas sim constatar a importância da atuação política pragmática.


É muito psicologicamente fácil dizer que “liberais hoje estão aliados aos fabianos”, mas, no fim das contas, foi de um deputado federal do MBL (liberal) que integra o PSDB que surgiu a medida (fim do imposto sindical) mais impactante contra a extrema-esquerda em décadas. Nem os militares (adorados por uma parte da direita true) fizeram isso.


E por que ambas atitudes são pragmáticas? Ora, Paulo Martins poderia ter ficado em casa e se recusado a assumir temporariamente o cargo de deputado federal pelo PSDB. Ele teria a desculpa de dizer que isso seria “impuro”. Fernando Holiday poderia fazer o mesmo. Bastaria dizer que o DEM não é um partido “puro” e ele teria uma desculpa para ficar em casa. Ambos poderiam falar grosso no Facebook e se recusarem a participar de partidos políticos que lhes dariam viabilidade para implementar medidas como as que levaram à frente. Em vez disso, optaram pela atuação focada principalmente em resultados, sem precisarem se desapegar de princípios básicos. Ao contrário, os princípios do liberalismo nos quais ambos acreditam foram levados adiante nas propostas implementadas.


É vital notar que não precisamos do purismo, mas de realizações efetivas. Claro que sempre vão existir os auto-proclamados “fodões”, que entendem que o gogó puro é melhor do que a conquista efetiva. Mas cada vez mais é preciso adquirirmos consciência de que uma direita atuante deve ser reconhecida mais por suas realizações do que unicamente por discursos.


Parabéns ao Fernando Holiday e ao Paulo Martins, bem como a todos aqueles pertencentes aos movimentos democráticos que tenham decidido atuar pragmaticamente.

02 de maio de 2017
ceticismo político

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