"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 6 de maio de 2017

TUDO EM FAMÍLIA...

PROPINAS DE CABRAL ERAM DISTRIBUÍDAS COM MÃE, MULHER, EX, FILHOS, IRMÃOS, TIA...

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Cabral era chefe de uma grande  famiglia
Anotações apreendidas na casa do operador Luiz Carlos Bezerra indicam que o esquema de corrupção comandado por Sérgio Cabral (PMDB) abasteceu o ex-governador e outras dez pessoas do círculo familiar com R$ 7,3 milhões em propina, sempre em espécie, entre outubro de 2013 e outubro de 2016. Os papéis, que deram origem a um relatório detalhado da Polícia Federal (PF), mostram que o mecanismo funcionou até a antevéspera da prisão de Cabral e aliados: há o registro de um pagamento de R$ 40 mil para que a governanta da casa do ex-governador, no Leblon, pagasse despesas da residência em 15 de novembro, dois dias antes da deflagração da Operação Calicute.
Ao Globo, por e-mail, a mãe de Cabral, Magaly, afirmou que o filho “vez ou outra mandava algum recurso”. Ela disse que não saberia “precisar valores” e que não conhecia a origem dos recursos.
PAGANDO AS CONTAS – O material colhido mostra que Bezerra movimentou R$ 37,6 milhões entre 2013 e 2016. Os recursos ilícitos eram enviados também para funcionários de Cabral e de Adriana Ancelmo, responsáveis por pagar as contas da casa, faturas dos cartões de crédito e outras despesas.
Na quinta-feira, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, Bezerra confirmou que recolhia dinheiro de propina em empresas e transportava os valores, sob as ordens de Cabral. Os pagamentos foram direcionados para a mulher do ex-governador, Adriana Ancelmo; a ex-mulher, Susana Neves; os três filhos do primeiro casamento — o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB), João Pedro e José Eduardo; a mãe, Magaly; os irmãos, Maurício e Cláudia; uma sobrinha, Maria; e Fanny Maia, tia de Adriana Ancelmo.
CODINOMES – Todos eram identificados por codinomes, como “BD” (Cabral), “Covitch” (Maurício), “Susi” ou “Manoel” (Susana) e “Boys” ou “Kids” (os três filhos). O irmão de Cabral recebia remessas frequentes de R$ 15 mil e, durante a audiência, Bezerra explicou que se tratava de uma “mesada” paga pelo ex-governador. “Mas ele não trabalha?”, interrogou Bretas na ocasião. Também há pagamentos de R$ 20 mil para o filho João Pedro com a indicação de que seria uma mesada. Foram feitos 182 repasses ao grupo.
Os representantes das empresas que contribuíam também eram identificados por apelidos. “Disney” era a referência à Tânia Fontenelle, da Carioca Engenharia, enquanto “Xerife” era a alcunha de Gustavo Estellita, empresário que está preso e é ligado ao Grupo Oscar Iskin, que vende equipamentos hospitalares.
OUTROS APELIDOS – Bezerra contou ainda que recolheu propina na Viação Flores, companhia de ônibus com sede em São João de Meriti, na Baixada Fluminense — a empresa era identificada como “Flowers”. O operador disse ainda que o empresário Georges Sadala, ligado a Cabral, também contribuiu com o esquema e era apelidado de “Salada”. Já Marco Antônio de Lucca, da Masan, aparece nas anotações como “Loucco”. Ele foi levado coercitivamente a depor na Operação Quinto do Ouro, que prendeu cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), soltos posteriormente. Há uma investigação em andamento que apura se empresas da área de alimentos, como a Masan, subornavam agentes públicos para conseguir contratos com o estado.
Magaly Cabral disse que, ao ser questionado, o ex-governador afirmou que o dinheiro vinha de aplicações financeiras.
TUDO EM FAMÍLIA – O relatório da PF cita que Bezerra também recolhia o dinheiro que seria repassado aos familiares com um portador dos doleiros Marcelo e Renato Chebar, que lavavam dinheiro para o grupo de Cabral no exterior. Outra fonte era o operador Sérgio Castro de Oliveira, conhecida como “Serjão” ou “Big”.
Magaly Cabral, que recebeu R$ 978 mil, disse que, ao ser questionado, o ex-governador afirmou que o dinheiro vinha de aplicações financeiras.
— Honestamente, não posso precisar valores. Meu filho, vez ou outra, mandava algum recurso para mim e meu marido, já que o pai parou de produzir, por estar com Alzheimer. Evidentemente que não tinha noção da ilicitude (dos recursos). Quando perguntei sobre o assunto, a resposta obtida era que eram aplicações — afirmou a mãe do ex-governador.
“VALORES LEGAIS” – A defesa de Adriana Ancelmo afirmou que “qualquer recebimento vindo” de Cabral para a família eram de “valores legais”. Já Marco Antônio Cabral disse, em nota, que ele e seus irmãos “jamais receberam valores dessa ordem”, como descrito nos documentos apreendidos com Bezerra.
Em depoimento à PF, Susana Neves disse que, em média, recebia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil por mês e que não conhecia a origem do dinheiro. A defesa de Maurício Cabral afirmou que “desconhece os valores e as informações”. Os outros citados não foram encontrados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Suzana Neves, que nunca trabalhou, sempre foi recatada e do lar, mesmo assim foi contratada pelo deputado Jorge Picciani para ganhar R$ 15 mil mensais como “assessora” da presidência da Assembleia.  Será que já foi demitida? Ou ainda estará cumprindo “bons serviços” ao amigo Picciani? O fato é que o presidente da Alerj não tarda a ser apanhada pela Lava Jato, junto com toda a famiglia, inclusive o filho Leonardo, que é “ministro” de Temer, vejam a que ponto chegou a derrocada da política nacional. (C.N.)

06 de maio de 2017
Marco Grillo e Miguel Caballero
O Globo

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