"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 7 de maio de 2017

UMA ENTREVISTA DE MAGABEIRA UNGER QUE VALE A PENA SER ASSISTIDA

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Mangabeira tem teses que deviam ser discutidas
Assisti a uma entrevista de Mangabeira Unger na  Globonews, feita por Roberto D’Ávila. Gostei muito. Pode-se concordar ou discordar de Mangabeira, claro, mas não se pode negar que é um pensador sério e profundo. Tanto é assim que conquistou sua cátedra numa das mais famosas universidades do mundo – Harvard – onde é professor de Direito desde 1980.
Mangabeira Unger (1947), brasileiro nascido no Rio de Janeiro, tem avós maternos baianos. Foi crítico duríssimo do primeiro mandato de Lula. Mas depois foi ministro de Lula, e também ministro de Dilma. É professor titular da Universidade de Harvard, desde 1980.
Se Mangabeira tivesse tomado qualquer teórico social como modelo, acho que seria Karl Marx. Sua teoria da sociedade é de muitas maneiras um esforço para elaborar uma alternativa abrangente à teoria de Marx: uma alternativa que sustenta a intuição principal da sua obra – e na verdade de toda a teoria social clássica -, de que nós somos os criadores da sociedade e de suas estruturas…
VALE A PENA VER – Creio que a entrevista vale muito como cultura geral, e como sugestão para melhorar o Brasil, e para conhecermos um pouco mais o pensamento desse brasileiro que vive nos EUA há muito tempo, mas conhece profundamente nosso país, sua cultura, seus políticos e os anseios de seu povo.
Diante disso, depois que vi a entrevista, procurei o respectivo vídeo na Internet,  e o acessei através de minha concessionária de TV por assinatura.
CONFIRAM O RESUMO – Aqui está um resumo, que me dei ao trabalho de fazer, com menção de alguns tópicos da entrevista e citação aproximada do tempo em que foram feitos:
“4:50  — O Brasil precisa substituir uma educação decoreba por uma educação analítica e capacitadora.
6:10  — Eu quero uma democracia no Brasil que não dependa do dinheiro privado. Uma democracia que facilite o acesso do cidadão aos meios de comunicação.
7:40  — Perguntado por D’Ávila sobre as reformas propostas por Temer, Mangabeira respondeu: “Em nenhum lugar do mundo essas reformas [trabalhista, previdenciária etc.] que Temer quer fazer no Brasil funcionaram. Não deram certo em parte alguma. O Brasil precisa de reformas que democratizem as oportunidades e as capacitações.
8:40  — D’Ávila disse a Mangabeira que o Estado brasileiro é paquiderme. Mangabeira retrucou e ressalvou, dizendo que o Estado brasileiro tem ilhas de excelência. [Algumas instituições admiráveis]. 
10:30  — O papel do Estado não é só regular o mercado, não é só atenuar as desigualdades sociais, compensatórias – é democratizar o mercado.
11:10  — Todo mundo aqui no Brasil finge ser “social” alguma coisa, social liberal, social democrata… – O que é social? O povo brasileiro, agora, quer inovar, quer construir. E o projeto de que precisamos neste grande momento da história brasileira é um projeto que venha ao encontro dessa energia humana assombrosa, anárquica, quase cega, que é o atributo mais importante do País.
14:40  — O que é importante no Brasil é essa energia humana. E a nossa tragédia histórica tem sido negar à maioria dos brasileiros os instrumentos econômicos e as oportunidades de ensino necessário. Nós, coletivamente, precisamos ser generosos uns com os outros. Mas o Brasil está agora envenenado. Nós precisamos recuperar a esperança. E a esperança é uma consequência da ação, e sobretudo da ação coletiva. [Neste ponto, Mangabeira pareceu-me refletir a influência que deve ter tido de Karl Marx, para o qual a história é fruto da ação homem.] 
15:10  — O Brasil precisa romper com sua maior mazela, que é o colonialismo mental. Devemos aproveitar o pendor criativo e anárquico do povo brasileiro, para apresentar cada assunto, cada matéria de pontos de vista contrastantes [Neste ponto, Mangabeira fez-me lembrar do processo dialético]. O salazarismo contábil que está no poder…(risos de D’Ávila), o foco exclusivo na agenda policial de corrupção não vai nos salvar. Nós só poderemos nos levantar se mudarmos nossas instituições econômicas e políticas. E não devemos copiar os modelos dos livros europeus e norte-americanos. Temos que ousar.
22:50 – Deve haver o debate e o conflito. [Para que ocorram as mudanças]. O Brasil é irresistível. O atributo mais importante do Brasil é a sua vitalidade!”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
 – Este artigo foi enviado à Tribuna da Internet por Sergio Caldieri, que anexou o link com a íntegra do vídeo. São cerca de 25 minutos. Vale a pena ver. As teses de Mangabeira merecem ser discutidas. Abram e vejam:


07 de maio de 2017
Arialdo Pacello

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