"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 1 de março de 2017

DEPUTADO DO PMDB DETONA ROMERO JUCÁ

Deputado do PMDB detona Romero Jucá


01 DE MARÇO DE 2017
POSTADO POR M.AMERICO

EXPLOSIVO! MARCELO ODEBRECHT CONFIRMA PROPINA PARA O PT E O PMDB. É O FIM!

EXPLOSIVO: Marcelo Odebrecht confirma propina para PT e PMDB. É O FIM

O FIM DO PT: MARCELO ODEBRECHT DELATOU DILMA ROUSSEFF. QUE NOTÍCIA MARAVILHOSA!

O FIM DO PT: Marcelo Odebrecht DELATOU Dilma Rousseff. QUE NOTÍCIA MARAVILHOSA!

BOMBA! COM A DELAÇÃO DE MARCELO ODEBRECHT, CARMEN LÚCIA SERÁ A NOVA PRESIDENTE DO BRASIL

FORÇA-TAREFA JÁ IDENTIFICOU QUATRO OPERADORES DE PROPINAS DO PMDB NA PETROBRAS



Resultado de imagem para romero jucá
Romero Jucá ainda tenta negar o envolvimento do PMDB
Com três anos de investigações, a Lava-Jato fecha o cerca contra políticos do PMDB, partido do presidente Michel Temer. A legenda controlava a Diretoria de Internacional da Petrobras, no esquema de fatiamento da áreas estratégicas da estatal por partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A partir de 2007, também teve participação na área de Abastecimento, junto com o PP.
O PMDB tinha pelo menos quatro operadores de propinas já identificados pela Lava-Jato no esquema de corrupção da Petrobras: Jorge e Bruno Luz, João Augusto Henriques e Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano. Os dois primeiros – pai e filho – foram presos na sexta-feira (24/2), nos Estados Unidos, alvo da 38ª fase da operação.
Considerados por investigadores da força-tarefa, em Curitiba, como importantes componentes da complexa e sofisticada máquina de corrupção engendrada na Petrobras por políticos, agentes públicos e empresários, os operadores de propina foram nos três anos de Lava-Jato os principais pontos de expansão da investigação – que se encontra em seu momento de maior contraofensiva política.
PASADENA – Foi na Diretoria Internacional o estrondoso episódio da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Sobre o negócio, paira a acusação de prejuízo de cerca de R$ 800 milhões, como a do Tribunal de Contas da União (TCU). A Lava-Jato tem um inquérito aberto, em que já foram identificados pagamentos de propinas e irregularidades no negócio.
Além da aquisição de refinarias no exterior, a diretoria cota do PMDB cuidava das compras de plataformas de exploração de petróleo fora do Brasil, da aquisição de campos de exploração de petróleo e gás.
Fernando Baiano foi o primeiro operador do PMDB preso pela Lava Jato. Ele foi detido em novembro de 2014, acusado de atuar em nome do ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró. O lobista fechou em 2015 acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e conseguiu o direito de cumprir prisão domiciliar por suas revelações. Ele citou propinas para o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), citando o negócio de Pasadena, entre outros.
CERVERÓ DELATOU – Ex-diretor da Área Internacional entre 2003 e 2008, Nestor Cerveró teve que fazer delação premiada, após o operador Fernando Baiano confessar seu envolvimento no esquema e a arrecadação de valores para os políticos do PMDB – que lhe davam sustentação no cargo.
João Henriques é um ex-executivo da Petrobras, que depois de deixar o cargo passou a atuar como lobista. Além de abrir portas na estatal para empresários, operacionalizava a corrupção de agentes públicos e políticos, para garantir benefícios nas disputas de mercado por contratos.
Henriques foi preso em setembro de 2015, mesmo mês em que Fernando Baiano fechou sua delação premiada com a força-tarefa. Segundo a Lava Jato, ele tinha relação direta com o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, preso desde julho de 2015 e que sucedeu Cerveró no cargo.
OPERAÇÃO BLACKOUT – Foi das investigações que tinham como alvo os dois operadores ligados ao PMDB que a Lava Jato chegou à Operação Blackout. A 38ª fase levou para a cadeia Jorge Luz, o mais antigo dos operadores de propinas da Petrobras, que foi citado em delações premiadas como elo da corrupção com medalhões do partido. O lobista e o filho Bruno Luz, que atuava com ele, estão presos desde sábado em Brasília e serão levados para Curitiba nesta quinta-feira.
Com ameaças veladas de Eduardo Cunha de virar delator e agora a prisão de mais dois operadores de propinas do PMDB, aumentam as chances do ex-deputado pedir delação premiada, na avaliação de investigadores.
Em meio à repercussão de Jorge e Bruno Luz, a assessoria do PMDB o presidente do PMDB, senador Romero Jucá, afirma que os envolvidos nesta operação “não tem relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB.”
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E adianta alguma coisa entrevistar um elemento como Romero Jucá? O fato de ser presidente do PMDB compromete  inteiramente o partido. (C.N.)

01 de março de 2017
Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

COM 45,3 MIL AUTORIDADES PROTEGIDAS, FORO PRIVILEGIADO DESMORALIZA A JUSTIÇA


Resultado de imagem para FORO PRIVILEGIADO CHARGES
Charge do Bello, reproduzida do Arquivo Google
Em poucos dias, o Ministério Público Federal (MPF) deve pedir uma série de inquéritos e apresentar denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas delações premiadas da Odebrecht, que incluem acusações contra diversas autoridades. Diante do número excessivo de procedimentos, a discussão sobre a amplitude do foro privilegiado ganha mais importância, já que, enquanto a primeira instância já produziu diversas condenações, a Corte Suprema ainda não fez nenhum julgamento relacionado à operação.
Segundo um levantamento da Associação dos Juízes Federais (Anjufe), em todo o país, 45,3 mil pessoas têm direito ao benefício de não serem julgadas pela primeira instância. A concessão de foro privilegiado de forma tão ampla como ocorre no Brasil não se repete em outros países como mostra um estudo da Câmara Federal.
O consultor legislativo Newton Tavares Filho analisou a realidade de 16 países da América Latina e da Europa. O estudo “Foro privilegiado: pontos positivos e negativos” mostra que em nenhum deles o benefício é concedido a tantas autoridades como no Brasil. No fim de semana, o jornal “O Globo” ampliou a pesquisa e incluiu quatro países: Inglaterra, China, Moçambique e Cabo Verde. A conclusão foi a mesma.
PRÓS E CONTRAS – No estudo da Câmara, entre os pontos positivos aparece “a imparcialidade dos órgãos judicantes, impedindo o uso indevido do Judiciário em conflitos políticos e eleitorais”. Já entre os negativos, a demora nas instâncias superiores. “É patente a inadequação das altas instâncias do Judiciário para processar e julgar feitos de natureza penal. Os tribunais, como órgãos colegiados, distantes do local do delito, têm pouca agilidade e decidem com lentidão, retardando sensivelmente o desenrolar da instrução”.
O acúmulo de inquéritos criminais envolvendo autoridades está transformando o STF em uma “corte criminal”, afirma Roberto Veloso, presidente da Ajufe.
TUDO DEVAGAR – Segundo ele, o privilégio pode prejudicar o andamento dos processos na Corte, em especial os da Lava Jato. “Se o STF ficar com o julgamento de todos os casos (da Lava Jato), terá que se adequar para a julgar os inúmeros processos que vão chegar”, critica Veloso. Segundo ele, um levantamento da Ajufe do ano passado mostrou que 93% dos associados são favoráveis à extinção da prerrogativa como é hoje.
Pesquisa da Ajufe mostra que os maiores beneficiados do foro estão no MP e no Judiciário. Ao todo, 34.676 magistrados, promotores e procuradores podem ter julgados nos TJs e TRFs.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Existe um projeto do senador Álvaro Dias (PV-PR) que acaba com o foro privilegiado. Infelizmente, vou parar na gaveta mais próxima e jamais será aprovado, enquanto o Congresso estiver dominado pela bancada da corrupção, que é amplamente majoritária. (C.N.)

01 de março de 2017
Deu em O Tempo

O TALENTO DE CABRAL PARA A STAND-UP COMEDY




Resultado de imagem para SÉRGIO CABRAL CHARGES
Charge do Ique (ique.com.br)
Antes de vestir o uniforme de presidiário, Sérgio Cabral gostava de usar outras fantasias. Uma de suas preferidas era a de político incorruptível, que se indignava com qualquer questionamento ético. Bastava que um repórter tentasse abordar o assunto para Cabral subir nas tamancas. Ele alterava a voz, franzia o cenho e se dizia ofendido por ouvir uma simples pergunta.
O YouTube guarda um momento em que o ex-governador começava a encenar o número diante das câmeras. Foi há mais de duas décadas, nas eleições de 1996, quando ele disputou a Prefeitura do Rio pelo PSDB.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Cabral se irritou quando um repórter quis saber que setores da economia financiariam sua campanha. “Não posso especificar, não é responsabilidade minha. Eu jamais conversei com empresário sobre dinheiro”, respondeu, enfatizando o “jamais”.
O jornalista perguntou então se ele seguia o exemplo do ex-presidente Collor, que também dizia desconhecer seus patrocinadores.
“Não me compare com o Fernando Collor porque eu vou me sentir ofendido”, rebateu Cabral, em tom indignado. “Eu estou me sentindo ofendido por você. Essa comparação é absolutamente indelicada com a minha pessoa”, reclamou.
SEMPRE INDIGNADO – Ao longo dos anos, o entrevistado foi aprimorando a performance. Voltaria a encená-la em 2012, já governador do Rio e filiado ao PMDB. Numa solenidade, o repórter Cássio Bruno quis saber se ele temia a quebra de sigilo da empreiteira Delta.
“Por que eu temeria? Acho até um desrespeito da sua parte me perguntar isso”, reagiu Cabral. “Essas ilações são de uma irresponsabilidade completa. Um desrespeito completo com a minha pessoa”, reforçou, bufando e encerrando a entrevista.
Em outros tempos, as respostas indignadas expunham o peemedebista como um político arrogante. Hoje as caras e bocas mostram algo mais: Cabral tinha talento para o ramo de stand-up comedy.

01 de março de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha

ESCÂNDALO NA FUNDAÇÃO BUTANTAN TAMBÉM ENVOLVE UMA EMPRESA-LARANJA




Resultado de imagem para corrupção charges
Charge do Glauco, reproduzida do Arquivo Google
O Ministério Público de São Paulo descobriu na investigação sobre rombo milionário na Fundação Butantan que a conta bancária de uma microempresa de eletrônicos que funcionou na Vila Nova Cachoeirinha foi usada para receber uma fortuna 26.600 vezes superior a seu capital social, de R$ 10 mil. Ao todo, foram depositados na conta da Sunstec Comércio de Eletrônicos-ME R$ 2,68 milhões entre 2005 e 2008.
O valor representa apenas uma parte da pilhagem de R$ 33,48 milhões contra os cofres da fundação naquele período, por meio de uma série de 340 furtos, segundo denúncia do Ministério Público, que pede a condenação de onze investigados, o principal deles Adalberto da Silva Bezerra, então gerente administrativo da Fundação Butantan.
R$ 55 MILHÕES – Em valores atualizados, calcula o promotor de Justiça Nathan Glina, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o rombo chega a R$ 55 milhões.
A investigação revela que a Sunstec teria sido usada como laranja para captação de recursos desviados. Os investigadores foram ao endereço declarado pela empresa, na avenida Parada Pinto, Vila Nova Cachoeirinha, zona Norte da capital, mas não encontraram nenhum vestígio da comércio de eletrônicos.
“No local encontrava-se um prédio comercial, no qual estão em funcionamento um escritório de advocacia, um escritório de contabilidade, uma vídeo locadora, uma loja de aparelhos de segurança e uma loja e fábrica de artigos em couro, cujo proprietário é filho do dono do referido prédio”, diz relatório anexado à denúncia da Promotoria.
EMPRESA-FANTASMA – “Informações colhidas no local revelaram que a empresa Sunstec ficou instalada por mais ou menos seis meses, e há mais de um ano não se encontra mais no local, e que um dos sócios era do ramo de consertos de aparelhos eletrônicos”, segue o documento. “Foi possível constatar, segundo informações do proprietário do prédio, que a Sunstec teria sido desfeita por desentendimento entre os sócios e dívidas.”
A conta da Sunstec, segundo o Ministério Público, foi aberta ‘de forma fraudulenta’ pelo então gerente administrativo da Fundação Butantan.
Desfrutando da confiança irrestrita dos superiores, Adalberto tinha acesso à senha da conta da fundação. O Ministério Público sustenta que ele enriqueceu, formando um patrimônio de sete imóveis e doze veículos, entre eles uma motocicleta que custou R$ 107 mil à vista.
O promotor de Justiça, Nathan Glina, e seus colegas do Gaeco, Richard Gantus Encinas e Manoella Guz, descobriram que a Sunstec Eletrônicos ME “nunca prestou qualquer serviço para a Fundação Butantan que justificasse o recebimento das dezenas de milhões de reais a ela pagos por meio de transações bancárias favorecendo a conta aberta por Adalberto de forma fraudulenta”.
QUEBRA DE SIGILO – Com a quebra do sigilo bancário das contas de Adalberto, dos outros envolvidos e da Sunstec, os promotores constataram que o dinheiro desviado era transferido para as contas pessoais do grupo.
A Promotoria apurou que de 2007 até abril de 2008, em termos de verbas públicas federais, a Fundação Butantan recebeu R$ 329,96 milhões, ‘o que comprova que os furtos, na prática, se deram em prejuízo de verbas decorrentes de convênios que recebem dinheiro público na área da saúde para o desenvolvimento dos serviços do Instituto Butantan referentes a vacinas e medicamentos que deveriam ser fornecidos para serviços públicos relevantes, bem como o próprio funcionamento e higidez orçamentário-patrimonial daquela instituição’.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A dilapidação de recursos públicos no Brasil parece um nunca-acabar. E realmente a festa tende a continuar, enquanto a Justiça se mover a passos de cágado hemiplégico e o foro privilegiado for mantido para garantir a imunidade de parlamentares e governantes(C.N.)

01 de março de 2017
Deu no Estadão

JUCÁ, GEDDEL, YUNES, PADILHA...



Michel Temer na festa de 50 anos de casado do advogado José Yunes com Célia Yunes
Yunes criou uma versão bastante favorável ao amigo
Michel Temer é um político experiente, frio, e conhece o lado do avesso de Brasília. Em maio do ano passado, quando fritava a presidente Dilma Rousseff e o comissariado petista, circulou a notícia de que formaria um governo de notáveis. Era lorota e foi logo desmentida. Formou-se um governo de pessoas experientes, mas não se definiu o que vinha a ser “experiência”.
José Yunes, o amigo do peito de Temer foi para sua assessoria especial; Romero Jucá, presidente do PMDB, para o ministério do Planejamento; o espaçoso Geddel Vieira Lima para a coordenação política e Eliseu Padilha para a chefia da Casa Civil.
Em menos de um ano três experientes integrantes dessa equipe foram para o espaço, todos metidos em situações escandalosas. O pacote que o operador Lúcio Funaro levou ao escritório de Yunes ainda fará uma longa carreira no anedotário político nacional. Por enquanto, a versão de Yunes é uma daquelas mantas de chumbo que os dentistas jogam em cima das pessoas para protegê-las das emissões dos raios X.
RECORDISTA – Nunca na história deste país um presidente perdeu tantos colaboradores em tão pouco tempo por motivos tão pouco louváveis. O chefe da Casa Civil de Temer orgulhou-se de ter negociado o Ministério da Saúde trocando o médico Raul Cutait pelo deputado Ricardo Barros. Esse tipo de escalação do governo pode ter parecido coisa de doido, mas nele havia dois métodos.
O primeiro, ostensivo, era a busca de uma retumbante maioria parlamentar. O segundo, implícito, era a blindagem dessa mesma maioria diante dos maus ventos da Operação Lava Jato. Como? Ninguém pode saber, mas o caminho se faz andando. Nesse tipo de caminhada convida-se o ex-ministro Carlos Velloso para o Ministério da Justiça e nomeia-se o deputado Osmar Serraglio, campeão da doutrina de uma anistia para o doutor Eduardo Cunha.
MANDOU UM RECADO – Quando Temer nomeou Jucá e Geddel, mandou um sinal para a lista de penitentes que sofrem à espera da divulgação de novas listas da Lava Jato. Como diz o ilustre governador Pezão, quando se refere ao seu padrinho Sérgio Cabral, todos devem ter o direito de se defender. A ida de Yunes para o Planalto foi outro sinal. Padilha sabia que mandara levar um pacote ao escritório do amigo, o operador Lúcio Funaro sabia que o entregara e o deputado Eduardo Cunha acha que sabe a história toda, tanto que levantou o véu da carga numa pergunta que encaminhou ao juiz Sergio Moro, para que a fizesse a Temer.
A escolha dos experientes fracassou apenas no aspecto da longevidade. Foi bem sucedida como sinalização, coroada pela nomeação de Osmar Serraglio. Agrupados, os penitentes rezam, à espera da divulgação das colaborações da Odebrecht.
A Lava Jato está ferindo a oligarquia política e empresarial do século 20 da mesma maneira que o fim do tráfico negreiro feriu (mas não matou) a do 19. Os barões do caixa dois do tráfico resistiram por mais de 30 anos. Os marqueses do caixa dois das empreiteiras sabem que não podem durar tanto, mas a esperança é sempre a última que morre. Primeiro nomeamos Jucá e Geddel, depois, Serraglio. Mais um pouco, soltamos Eduardo Cunha. Adiante, definimos que o TSE só tem lâmina para Dilma Rousseff. Com sorte, tiramos Lula do páreo de 2018. Se der, deu.

01 de marçpo de 2017
Elio Gaspari
Folha/O Globo

JANOT NÃO TEM MAIS DÚVIDA SOBRE FURNAS E MANDA OUVIR AÉCIO, DIRCEU E SILVIO PEREIRA




Resultado de imagem para aécio e furnas charges
Charge do Pataxó (pataxocartoons.blogspot.com)
Quase 12 anos após as primeiras denúncias de corrupção em Furnas, o ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Fabiano Toledo ficou frente a frente com o lobista e delator Fernando Horneaux de Moura condenado a 16 anos e dois meses de prisão na Lava Jato. Na acareação, Fernando Moura manteve sua versão de que, em 2003, o então dirigente de Furnas teria garantido que um terço da propina arrecadada na estatal iria para o PT nacional, um terço para o PT de São Paulo e um terço para o atual presidente do PSDB, senador Aécio Neves, que será ouvido no inquérito, assim como o ex-ministro José Dirceu e Sílvio Pereira, ex-tesoureiro do PT.
A acareação foi realizada pelos investigadores da Lava Jato perante o Supremo Tribunal Federal, no inquérito que apura o suposto envolvimento do senador tucano em um esquema de corrupção na estatal de energia. A investigação é um dos desdobramentos da Lava Jato e foi aberta a partir da delação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS).
APOIO DE AÉCIO – Amigo do petista José Dirceu, condenado a 20 anos de prisão na Lava Jato, Fernando Moura auxiliou o então ministro da Casa Civil do governo Lula na definição de cargos do governo, inclusive nas estatais, logo após a posse, em 2003. Em seu relato, o lobista disse que foi informado pelo próprio Dirceu que Aécio Neves havia solicitado ao presidente na época a permanência de Dimas Toledo na estatal de energia. Coube, então, a Moura, informar o dirigente sobre sua permanência no cargo mesmo com a mudança de governo.
Frente a frente com Dimas Toledo, Fernando Moura manteve a versão de que o acerto teria sido uma forma de retribuir o apoio do recém-empossado governo do PT à permanência do então diretor de Furnas, segundo ele uma indicação de Aécio na estatal.
Por sua vez, Dimas Toledo não negou o encontro com Fernando Moura após ser reconduzido ao cargo. Mas afirmou que ‘não teria discutido nenhum assunto acerca de redistribuição de valores de Furnas para o PT nacional, para o PT paulista e para Aécio Neves’. O ex-diretor, que deixou a estatal em 2005, reafirmou que a versão do lobista seria ‘mentirosa’.
PRORROGAÇÃO – Diante do confronto de versões, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao ministro do Supremo Gilmar Mendes a prorrogação do inquérito por mais 60 dias.
“Na presente hipótese, os elementos informativos já reunidos nos autos apontam para a verossimilhança dos fatos trazidos pelos colaboradores e denotam a necessidade de aprofundamento das investigações, notadamente quanto o envolvimento de Dimas Fabiano Toledo no evento criminoso e a sua relação com o senador Aécio Neves”, segue Janot no pedido encaminhado na sexta-feira, 24.
“Conquanto o diretor tenha negado participação em qualquer esquema, as declarações de Fernando Antônio Guimarães Horneaux de Moura se coadunam com os elementos trazidos pelos colaborador”, crava Janot.
ESQUEMA DE CORRUPÇÃO – Para Janot, o novo depoimento de Fernando Moura confirma as versões de outros delatores sobre suposto esquema de corrupção em Furnas ‘comandado’ por Dimas Toledo. “Conquanto o diretor tenha negado participação em qualquer esquema, as declarações de Fernando Antônio Guimarães Horneaux de Moura se coadunam com os elementos trazidos pelos colaborador”, afirma o procurador-geral.
Funcionário de carreira na estatal, Dimas Toledo atuou como diretor de Engenharia entre 1995 e 2005 e já chegou a ser investigado em primeira instância a partir de 2005, quando a Polícia Federal no Rio instaurou um inquérito para apurar as denúncias feitas pelo ex-deputado Roberto Jefferson na CPI Mista dos Correios de que haveria um esquema de caixa 2 na estatal de energia que abasteceria partidos políticos.
Ao longo da investigação, o lobista Nilton Monteiro, um dos acusados de atuar no esquema, chegou a apresentar uma lista com nome de 156 políticos que seriam beneficiários do esquema, que ficou conhecida como “lista de Furnas”.
NOVA DENÚNCIA – Como as perícias da Polícia Federal concluíram que não dava para saber se o documento era falso, as investigações dos nomes citados acabaram não avançando. Em 2012, contudo, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apresentou denúncia contra 11 acusados de corrupção em dois contratos de termelétricas (em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo, no Rio), incluindo Jefferson e Dimas Toledo.
Em março daquele ano, porém, a Justiça Federal entendeu que o caso deveria ser remetido para a Justiça Estadual do Rio. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público do Rio encaminhou a “lista de Furnas” para Janot. O documento não é citado no pedido de prorrogação do inquérito contra Aécio, mas o procurador-geral da República pediu ao STF que sejam juntadas cópias da quebra de sigilo de Dimas Toledo, que tramitou em primeira instância na Justiça do Rio, além das investigações que foram realizadas pela Controladoria-Geral da União e pelo Tribunal de Contas da União sobre Furnas na época.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Infelizmente, não haverá resultado prático, porque a investigação é do tipo elástico, vai e volta, o tempo não para e a prescrição vai avançando, inexoravelmente, na onda do foro privilegiado e da letargia do Supremo. (C.N.)

01 de março de 2017
Mateus Coutinho
Estadão

DEPOIMENTO DE MARCELO ODEBRECHT FAZ TEMER MUDAR LINHA DE DEFESA NO TSE




Resultado de imagem para marcelo odebrecht charges
Charge do Sinovaldo, reproduzida do Jornal VS
O presidente Michel Temer mudou a estratégia de defesa na ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral – e pode cassar seu mandato. A mudança de rumo foi definida pelo Planalto na semana passada, após a convocação de Marcelo Odebrecht na ação, para depoimento do empresário nesta quarta-feira.
Para o Planalto, se Marcelo Odebrecht de fato falar, a expectativa  é que ele envolva Temer diretamente em pelo menos dois episódios: um jantar em que Temer e Marcelo combinaram doações para o PMDB, em 2014, além de um caso envolvendo repasses em troca de apoio a partidos da coligação que elegeu Dilma e Temer em 2014.
SÓ BENEFICIÁRIO – Antes do “fator Odebrecht”, a avaliação do governo era que a instrução no processo, com a investigação de irregularidades envolvendo gráficas em 2014, colocava o presidente até agora apenas na condição de beneficiário na chapa Dilma/Temer. Em outras palavras: a defesa do peemedebista acredita que não havia provas diretas contra ele- e queria encerrar o julgamento da ação o mais rápido possível.
Nessa estratégia, para acelerar o processo, a defesa de Temer não havia pedido o depoimento de nenhuma testemunha no processo até aqui.
Agora, os peemedebistas já trabalham com a mudança de quadro e discutem produzir contraprova- que pode ser testemunhal, documental ou pericial- se o depoimento de Marcelo for “relevante”, nas palavras de um assessor de Temer.

ESTICAR O PROCESSO – Pela primeira vez no processo, o presidente, por meio de seus advogados, avalia pedir  ue testemunhas sejam ouvidas, o que significa que a estratégia do governo passa a ser a de esticar o processo.
Se os pedidos forem indeferidos pelo relator da ação, ministro Herman Benjamin, a defesa do presidente estuda até recorrer ao plenário do TSE – o que também não estava nos planos peemedebistas.
O depoimento de Marcelo é considerado no Planalto o fato mais importante da ação no TSE, que corre desde 2015. A decisão do depoimento de Odebrecht foi tomada pelo relator da ação. Outros ex-executivos da construtora também serão ouvidos na ação nos próximos dias.
JANTAR NO JABURU – Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da construtora, relatou que Temer havia negociado “direta e pessoalmente” com Marcelo Odebrecht contribuições financeiras para o PMDB.
Segundo Melo, R$10 milhões teriam sido combinados no jantar, que ocorreu no Palácio do Jaburu. O ex-diretor disse que, do total de R$ 10 milhões prometido por Marcelo Odebrecht em atendimento ao pedido de Temer, Eliseu Padilha ficou responsável por receber e alocar R$ 4 milhões.
Temer já confirmou o encontro, mas diz que o dinheiro está registrado na prestação de contas ao TSE e nega caixa dois.
Se Marcelo Odebrecht disser que se trata de caixa 2, como publicou o jornal, a defesa de Temer deve chamar os presidentes dos partidos citados, como PRB, PP, PDT e PCdoB, além de seus tesoureiros para falarem na ação.

01 de março de 2017
Andréia Sadi
G1