"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

PMDB QUERIA UM DIRETOR AMIGÁVEL NA POLÍCIA FEDERAL, MAS AMIZADE TEM LIMITE

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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
A ideia inicial do governo Temer era mudar o comando da Polícia Federal. Não aconteceu no primeiro momento, e com a chegada do Torquato Jardim ao Ministério da Justiça voltou-se a falar do assunto. A questão é que o diretor não muda o trabalho da Polícia Federal, porque ele tem autonomia em relação ao governo e os delegados têm autonomia em relação a ele. Por isso, não tem mais como mudar esse sistema que está em funcionamento, e com bons resultados.
O ministro Torquato Jardim deixou claro que a escolha de Fernando Segóvia não foi dele e sabe-se que a sua nomeação teve apoio de todo o PMDB, com a intenção de ter uma pessoa pelo menos amigável no cargo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A análise de nosso amigo Merval Pereira está corretíssima. O novo diretor-geral da PF, mesmo se quisesse, não conseguiria inviabilizar a Lava Jato, como é o sonho do Planalto e da bancada da corrupção, que é amplamente majoritária no Congresso, nas Assembleias estaduais e nas Câmaras municipais. O delegado Fernando Segóvia, novo diretor, é muito respeitado na corporação, jamais se subordinará aos pecaminosos interesses de Temer & Cia. Apesar do boicote do governo e do corte de verbas, a Lava Jato vai em frente, porque é indestrutível. A corrupção na Itália conseguiu inviabilizar a operação Mãos Limpas, mas naquela época (anos 90), ainda não havia a internet para influenciar a opinião pública. (C.N.)


10 de novembro de 2017
Merval Pereira
O Globo

POSSIBILIDADE DE LULA SER CANDIDATO É MÍNIMA E MUDA TOTALMENTE O QUADRO ELEITORAL

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PT força a barra para manter Lula na disputa
É impressionante o lobby conduzido pelo PT para convencer a opinião pública de que Lula conseguirá registrar sua candidatura na Justiça Eleitoral e vai disputar a eleição, mesmo se já tiver sido condenado pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (4ª Região). Essa possibilidade é o prato principal do parecer à la carte assinado pelo professor Luiz Fernando Casagrande Pereira, do Paraná, a pedido do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
ESTRANHA TESE –  O parecer por encomenda defende a estranha tese de que Lula poderá disputar as eleições mesmo que o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal não lhe concedam liminar para suspender a inelegibilidade que viria com a sentença do TRF-4.
Diz o ilustre professor que, mesmo nessa situação-limite, o PT poderá registrar a candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral em agosto e só então ela seria objeto de impugnação. E se todos os prazos para o julgamento forem cumpridos no TSE, o eventual afastamento só ocorreria em 12 de setembro. Neste intervalo de um mês, Lula já estaria em plena campanha

SEM POSSIBILIDADE DE DEFESA, GEDDEL CAMINHA AOS PRANTOS PARA A DELAÇÃO PREMIADA

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(Fotocharge reproduzida do Arquivo Google)
A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) quer saber qual o número de telefone que fez a ligação anônima que, segundo investigadores, teria levado a Polícia Federal a descobrir o apartamento onde estavam R$ 51 milhões em espécie, em Salvador, que seriam do peemedebista. Os advogados de Geddel querem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determine à PF que entregue não só o número do telefone, como a identidade do agente policial que atendeu a ligação no dia 14 de julho deste ano.
A ligação teria sido feita ao Núcleo de Inteligência Policial da PF. A defesa de Geddel também quer ter acesso ao material que foi recolhido no apartamento e que permitiu a identificação das digitais do próprio ex-ministro e de outras pessoas envolvidas no caso. Caberá ao ministro Edson Fachin analisar o pedido dos advogados.
IMPRESSÕES DIGITAIS – Alvo da Operação Tesouro Perdido, o ex-ministro foi preso no dia 8 de setembro depois que policiais encontraram suas impressões digitais no próprio dinheiro. Antes disso, cumpria prisão domiciliar em Salvador.
A suspeita da PF é que parte do dinheiro se trata de propinas para viabilizar a liberação de crédito do FI-FGTS a empresas. Geddel é suspeito de receber R$ 20 milhões em propinas. Além de ex-ministro da Secretaria de Governo da gestão do presidente Michel Temer, o peemedebista também foi ministro no governo Lula e ocupou a vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como dizia o Barão de Itararé, era só o que faltava… Ao invés de fazer a defesa de Geddel, dizendo que o dinheiro não era dele, mas pertencia ao “quadrilhão” do PMDB e seria usado na campanha eleitoral para reeleger Temer (sonhar ainda não é proibido…), o advogado de Geddel quer saber não só quem fez a denúncia anônima, mas também qual foi o agente policial que a recebeu. Em tradução simultânea, não há como defender Geddel, que aos prantos caminha inexoravelmente rumo à delação premiada. (C.N.)

10 de novembro de 2017
Deu em O Globo

O PSDB RUMO AO PRECIPÍCIO EM 2018, AGARRADO A SEUS QUATRO MINISTROS

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Charge do Kacio (kacio.art.com)
O PSDB deu mais um passo na direção do precipício. O dedaço de Aécio Neves radicalizou o processo de autofagia do partido. Agora os tucanos correm o risco de enfrentar um cisma a menos de um ano das eleições presidenciais. Com o filme queimado pela Lava Jato, o senador mineiro foi para o tudo ou nada ao destituir Tasso Jereissati do comando provisório da sigla. A intervenção implodiu as pontes que restavam entre a ala governista e o grupo que defende o rompimento com o Planalto.
Há poucos dias, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avisou que o PSDB precisava se decidir: ou deixava o governo ou assumia de vez o papel de coadjuvante em 2018. Os aecistas parecem ter escolhido a segunda opção. Preferiram continuar agarrados a seus quatro ministérios.
GUERRA E GOLPE – O clima agora é de guerra fratricida. Os aliados de Tasso definem sua degola como um “golpe” articulado com Michel Temer. “Foi um ato covarde, violento e indigno. Aécio mostrou que não tem limites para alcançar seus objetivos espúrios”, ataca o senador Ricardo Ferraço. “Já estávamos passando por um desgaste brutal. Agora estamos vendo o PSDB cometer um harakiri”, acrescenta.
O senador Cássio Cunha Lima, que também defendia a permanência de Tasso, reforça a metáfora do suicídio partidário. “Se deixarmos que o governo interfira na nossa eleição interna, será o fim do PSDB”, afirma.
FICANDO PARA TRÁS – Depois de perder quatro eleições presidenciais, os tucanos pareciam ter caminho aberto para voltar ao poder em 2018. Em vez de aproveitar o vento a favor, o partido se enroscou na impopularidade de Temer e nos rolos de Aécio com a polícia. Perdeu espaço para Jair Bolsonaro e outros aspirantes ao papel de Anti-Lula.
Hoje os dois presidenciáveis do PSDB não conseguem ultrapassar os 8% das intenções de voto. O encontro com as urnas pode ficar ainda mais ingrato. Basta que a convenção da sigla, no mês que vem, termine com a debandada dos derrotados.

10 de novembro de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha

CÂMARA VAI REVERTER DECISÃO DO SUPREMO SOBRE APLICAÇÃO DA FICHA LIMPA


Interpretação do Supremo ampliou a Ficha Limpa
Líderes de diversos partidos tentam reverter um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a inelegibilidade de 8 anos estabelecida na Lei da Ficha Limpa, implementada em 2010, pode ser aplicada em casos anteriores ao ano em que a regra começou a valer. Por meio de um projeto de lei complementar do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), os deputados de 19 partidos querem “disciplinar” o alcance da lei, que torna inelegível condenados por abuso de poder econômico ou político. A informação foi dada na coluna Poder em Jogo, do Globo, na quinta-feira.
A Lei da Ficha Limpa foi sancionada em junho de 2010 e começou a valer nas eleições seguintes, de 2012, mas por um placar apertado, de 6 a 5, o Supremo decidiu no início do mês passado que os políticos condenados antes de a lei entrar em vigor também podem ser atingidos por essa inelegibilidade de oito anos.
300 ATINGIDOS – Antes, o político condenado ficava inelegível por três anos. Na avaliação dos deputados que querem anular essa decisão, isso gera um “imbróglio” jurídico, já que vereadores, prefeitos e deputados poderiam ter seus mandatos cassados a partir desse entendimento, afetando o quociente eleitoral. Na conta dos parlamentares, a decisão do STF pode atingir 40 prefeitos, dois deputados federais, 50 estaduais e mais de 200 vereadores.
“Um dos pilares do Direito é que a lei não retroage para prejudicar ninguém. A lei da Ficha Limpa é inquestionável, é um avanço para o país. Mas essa decisão do Supremo cria uma insegurança jurídica para a classe política” — pontua o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP).
O líder do PT, Carlos Zarattini (SP), que também assinou o requerimento para que seja logo votado o projeto que regulamenta os limites de aplicabilidade da lei, argumenta que há casos de vários prefeitos que foram condenados em 2008, cumpriram a pena de inelegibilidade de três anos (que vigia à época), candidataram-se novamente em 2016, elegeram-se, e agora estão com seus mandatos sub judice. ‘É claro que não somos contra a Lei da Ficha Limpa, e que não se trata disso. O que a gente acha é que é um absurdo a lei retroagir” — diz.
COISA JULGADA – “O objetivo do presente projeto é evitar que tal retroação seja de tal intensidade que comprometa a segurança jurídica, a soberania popular, a coisa julgada, além de todas as consequências sociais, financeiras e políticas daí decorrentes”, diz o texto do projeto de lei complementar. Para quem foi condenado até 2009, o prazo de oito anos termina antes da campanha do ano que vem. Mas ainda poderão ser afetados pela decisão do STF na eleição de 2018 os que tiveram condenação no primeiro semestre de 2010.
“O Supremo vai ter que modular isso. A lei da Ficha Limpa é bem-vinda, mantém um rigor necessário dentro do processo eleitoral. Ela só não pode valer para um período anterior à data em que foi publicada” — reforça o líder do DEM, Efraim Filho (PB).
Um dos poucos partidos que não assinaram o documento que pede a revisão do último entendimento do STF foi o PSOL. Reservadamente, alguns deputados do partido confidenciaram que o problema não é o mérito do projeto, e sim uma questão política de o partido não querer participar de um movimento liderado por governistas.
DIZ O SUPREMO – No julgamento do STF, a tese vencedora, liderada pelo ministro Luiz Fux, foi a de que o fato de um político não ter sido condenado na Justiça é pré-requisito para que ele concorra a um cargo eletivo, e sendo assim, a vida pregressa dele deve ser observada com um todo pela Justiça Eleitoral.
Já a ala divergente, da qual fez parte o decano Celso de Mello, e o relator da matéria, ministro Ricardo Lewandowski, sustentou que a lei não pode retroceder para não gerar insegurança jurídica. Em seu voto, Marco Aurélio Mello, que também foi vencido, disse que a sociedade não pode viver de “sobressaltos provocados pelo Supremo”. Esse é o raciocínio central dos que pedem a urgência da votação do projeto de Marquezelli.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O mesmo Supremo generoso, que abriu caminho para manter o mandato de um político corrupto como Aécio Neves, de repente se torna um tribunal rancoroso que faz retroagir a lei e desconhece a coisa julgada. Curiosamente, é o mesmo Supremo bondoso que em 2014 manteve os direitos políticos dos hoje senadores Cunha Lima (PSDB-PB), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Paulo Rocha (PT-PA), por terem sido condenados em segunda instância antes da vigência da Lei da Ficha Limpa. Pelo jeito, as faculdades de Direito terão de criar uma cadeira especial para estudar as contradições do Supremo brasileiro, ora piedoso, ora rigoroso, dependendo da maré política. (C.N.)


10 de novembro de 2017
Catarina Alencastro
O Globo

CÂMARA APROVA URGÊNCIA PARA PROJETO QUE PERMITIRIA PRISÃO DE AÉCIO NEVES

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Eder Mauro, o autor do projeto, é delegado 
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (9) dar urgência a um projeto que cria mais uma hipótese para a prisão em flagrante, o chamado “flagrante provado”. Na prática, com a aprovação do requerimento de urgência, a proposta já pode ser incluída na pauta de votações do plenário. A análise do projeto, contudo, ainda não tem data definida.
Pela proposta em análise no Congresso, o criminoso poderá ser preso “tempo depois”, mediante reconhecimento pela vítima, testemunha ou por meio de filmagem ou foto da ação criminosa.
FLAGRANTE DELITO – Também se encaixará nesse tipo de flagrante o criminoso que tiver sido encontrado depois e confessado o crime. Hoje, a lei só considera flagrante delito o caso em que o criminoso comete a infração penal, acaba de cometê-la, é perseguido ou é encontrado logo depois.
Autor do projeto, o deputado Éder Mauro (PSD-PA) diz que, em muitos casos, o criminoso é pego depois do crime e, apesar de reconhecido pela vítima, pode sair livremente.
“Sabemos que, atualmente, o delinquente não fica preso e a autoridade policial depende subjetivamente e burocraticamente de um posterior mandado de prisão, que nem sempre acontece”, escreveu na justificativa do projeto.
CAIXAS ELETRÔNICOS – A Câmara também aprovou nesta quinta um requerimento de urgência para um projeto que determina que os bancos instalem equipamentos nos caixas eletrônicos para inutilizar as cédulas em caso de “arrombamento, movimento brusco e alta temperatura”.
A proposta visa a combater o uso de explosivos no caso de roubo a caixas eletrônicos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– São dois projetos importantes. No primeiro caso, já existe a jurisprudência do STJ no chamado “flagrante esperado”, em que a polícia espera a ocorrência do delito, para que seja possível a prisão do criminoso. Não é ilegal. O autor do projeto, Eder Mauro, conhece o assunto, porque é delegado de polícia. Sobre o tema, diz o STJ: “Não há flagrante preparado quando a ação policial aguarda o momento da prática delituosa, valendo-se de investigação anterior, para efetivar a prisão, sem utilização de agente provocador” (RSTJ, 10/389). Isso significa que o pedido de prisão de Aécio Neves, por exemplo, pode ser considerado um “flagrante esperado”, porque ele foi gravado acertando a propina, envolveu a irmão, disse que ia mandar o primo receber o dinheiro, isto realmente ocorreu, foi filmado e causou a prisão da irmã, Andréa Neves, e do primo Frederico(C.N.)


10 de novembro de 2017
Fernanda Calgaro
G1, Brasília

TEMER TENTA PARARA INVESTIGAÇÃO SOBRE O QUADRILHÃO DO PMDB E ROCHA LOURES


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A defesa do presidente Michel Temer requereu ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que volte atrás em sua decisão de enviar ao juiz federal Sérgio Moro as investigações por organização criminosa contra os ex-deputados Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures, todos do PMDB.
Os ex-parlamentares foram denunciados junto com Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Especial da Presidência) de integrarem uma organização criminosa do PMDB na Câmara, com objetivo de arrecadar propinas de empresas em troca de favorecimentos ilegais em órgãos públicos. A denúncia foi feita pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
DESMEMBRAMENTO – Após a Câmara ter votado por suspender a tramitação da denúncia contra Temer, Padilha e Moreira Franco, o ministro Fachin decidiu, no início deste mês, desmembrar o processo, enviando para a primeira instância as investigações contra os acusados sem foro privilegiado na Corte.
Para o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, o desmembramento do processo é, no mínimo, inconveniente, pois a continuidade das investigações poderia atingir o presidente, que ficaria sem ter como se defender por não ser parte no processo em primeira instância. Carnelós destacou que o crime de organização criminosa é “somente configurável por meio de condutas de quatro ou mais pessoas, com exigência de unidade de propósitos e estabilidade”.
“Ora, permitir que tal imputação tenha sequência em relação a alguns dos denunciados, e permaneça suspensa em relação a outros (…) implica aceitar o risco de que, sem que estes últimos possam defender-se na eventual instrução criminal que venha a ser realizada, o julgamento dos fatos poderá atingir, irreversivelmente, aqueles que não puderam participar da colheita da prova, com prejuízo evidente a eles”, escreveu o advogado.
OBSTRUÇÃO À JUSTIÇA – Além das investigações por organização criminosa enviadas a Moro, Fachin remeteu à Justiça Federal no Distrito Federal a parte de denúncia pelo crime de obstrução de Justiça que envolve Joesley Batista, Ricardo Saud, Lúcio Funaro, Roberta Funaro, Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures.
Eles foram denunciados, junto com Michel Temer, de participar de um esquema para comprar o silêncio de Funaro, evitando que o operador financeiro fechasse um acordo de delação premiada. O pedido da defesa de Temer para que Fachin repense o desmembramento das investigações não menciona este caso.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Esta matéria, assinada por Felipe Pontes na Agência Brasil, requer tradução simultânea. O objetivo do advogado não é apenas evitar o desmembramento do processo, mas paralisar as investigações da Lava Jato na denúncia ampla que envolve Temer indiretamente. Já explicamos aqui na “Tribuna da Internet” que, ao investigar o “quadrilhão” do PMDB, automaticamente a força-tarefa da Lava Jato estará investigando também o próprio Temer, especialmente na parte que se relaciona com Rocha Loures, o ex-assessor que recebia malas de dinheiro. O pedido do advogado de Temer significa não somente dar foro privilegiado a quem não tem (Cunha, Alves, Geddel e Loures), mas também sustar as investigações sobre graves crimes cometidos. Ele quer apenas isso, quer dizer, tudo isso(C.N.)

10 de novembro de 2017
Correio Braziliense

DELATOR RELATA FRAUDE EM LICITAÇÕES DE PUBLICIDADE NAS GESTÕES DE EDUARDO PAES



Aos poucos, está sendo conhecido o “legado” de Paes
Em acordo de colaboração premiada assinado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o marqueteiro Renato Pereira sustenta que as licitações de publicidade da prefeitura do Rio nas duas gestões de Eduardo Paes (PMDB) foram fraudadas em favor da Prole. O delator alega que indicava as outras vencedoras da licitação e pagava mesada de R$ 25 mil aos dirigentes da prefeitura que cuidavam dos contratos: Marcela Muller e Fabiano Leal, ex-funcionários da Prole. A delação está em fase de homologação no STF.
Entre 2010 e 2017 a agência de Pereira recebeu R$ 201,5 milhões da administração, segundo dados oficiais, contrato que ainda está em vigor. Além do lucro direto, a Prole ainda faturava ao cobrar participação no ganho dos próprios fornecedores.
LEGADO OLÍMPICO – De acordo com o delator, produtoras eram orientadas a alugar equipamentos dos sócios da Prole ou destinavam percentual de seu lucro à empresa. Um dos projetos construídos nesses moldes, por exemplo, é o “Cidade Olímpica”, plataforma na internet criada para divulgar o legado das olimpíadas no Rio.
Pereira diz que a primeira licitação fraudada ocorreu em 2009 e teria sido direcionada à Prole, à Binder FC — que ele afirma ser empresa sob influência de Carlos Augusto Montenegro — e à Nacional Comunicação — que o delator associa a Jorge Picciani, pelo fato de o dono ter feito campanhas para a família do político. Entre 2010 e 2015, a Binder faturou na prefeitura R$ 173,6 milhões e, a Nacional, R$ 104,3 milhões.
Uma nova licitação foi realizada em 2015, com novo direcionamento orquestrado pela Prole, segundo o delator. Ele afirma ter atuado para que a Propeg substituísse a Nacional Comunicação.
PROPINA DE UM TERÇO – “Acertei com Fernando Barros (dono da Propeg) o pagamento a nós de um terço do resultado obtido”, afirmou Pereira, citando o pagamento direto de salários de funcionários da Prole, pela Propeg, como uma das formas de compensação. Segundo ele, outro terço era dividido entre o irmão do então governador Sérgio Cabral, Maurício Cabral, e Francisco de Assis Neto, então subsecretário de publicidade do governo estadual.
Entre 2015 e 2017, a Propeg faturou R$ 48,7 milhões com a prefeitura do Rio. O contrato com Prole, Binder e Propeg foi renovado no governo de Marcelo Crivella (PRB).
Para manter sua influência na prefeitura, a Prole pagava um complemento salarial mensal de R$ 25 mil ao gestor responsável por cuidar da publicidade municipal. Segundo o delator, a primeira beneficiada foi Marcela Muller, que era coordenadora de Estratégia e Comunicação do município. Quando ela deixou o cargo, em 2013, os valores passaram a ser pagos a seu substituto, Fabiano Leal. Os dois são ex-funcionários da Prole.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – 
Aos poucos, vai se materializando o legado olímpico do prefeito Eduardo Paes, que fazia parte do quadrilhão montado por Sérgio Cabral no Estado do Rio de Janeiro. O prefeito atual, Marcelo Crivella, diz que a Prefeitura está quase falida, mas não culpa Paes, diz que o problema é causado pela queda da arrecadação. Será mesmo? (C.N.)


10 de novembro de 2017
Thiago Herdy
O Globo

NOVO DIRETOR DA PF DECEPCIONA O PLANALTO E DIZ QUE AMPLIARÁ A LUTA CORRUPÇÃO

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Segóvia diz que a ‘corrupção já  é sistêmica  
O novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, avaliou nesta sexta-feira (10) à TV Globo que a corrupção no Brasil é “sistêmica”. Por isso, explicou, o objetivo é “ampliar” as operações de combate a esse tipo de prática. Segóvia assumiu o comando da PF nesta semana, substituindo Leandro Daiello, que estava no cargo desde 2011. A nomeação do novo diretor-geral já foi publicada no “Diário Oficial da União”.
“A Lava Jato, na realidade, é uma das operações de combate à corrupção no país. O que a Polícia Federal pretende é justamente ampliar, aumentar o combate à corrupção. Então, não será só uma ampliação, uma melhoria na Lava Jato, será em todas as operações que a Polícia Federal já vem empreendendo, bem como ainda ampliar, quer dizer, criar novas operações”, disse Segóvia nesta sexta.
AÇÃO CONJUNTA – “Pode ter uma única certeza: que a corrupção nesse país ela é sistêmica, mas existe a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e vários outros órgãos que combatem a corrupção nesse país, e a gente pretende continuar cada vez mais fortes nesse combate.”
As declarações foram dadas no Ministério da Justiça, logo após Segóvia assinar o termo de posse. A expectativa é que o novo diretor-geral da PF se encontre, ainda nesta sexta, com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Sobre a Lava Jato, disse o novo diretor: “Essa questão a gente está começando a trabalhar agora dentro de um processo de transição natural dentro da Polícia Federal. A Polícia Federal está tranquila, já tive reuniões com todos os atuais diretores, todos os atuais superintendentes regionais e todos estão tranquilos. A gente pretende continuar o trabalho da Polícia Federal e as mudanças serão feitas paulatinamente e, com certeza, sempre tem gente que está cansada e quer sair e tem gente que está nova e quer começar um trabalho. Então, é natural substituições.”
PRESSÃO POLÍTICA – “A política, na realidade, ela faz parte da vida do ser humano, então, como diretor- geral, eu tenho que realmente trabalhar politicamente com vários órgãos e várias instituições, o que não quer dizer que a gente não combata os crimes que são cometidos por pessoas. As instituições não cometem crimes, as pessoas cometem crimes”, assinalou Segóvia, acrescentando:
“O que a gente precisa, na realidade, é melhorar talvez a investigação, melhorar os focos nas investigações e, aí, combater melhor esse tipo de crime, combatendo na realidade a essência da corrupção. Nisso a gente vai, vamos dizer assim, trabalhar em parceria com o Ministério Público Federal e outras organizações para tentar melhorar esse combate.”
MOVIMENTAÇÕES – Desde que Segóvia foi anunciado novo diretor-geral da PF, algumas mudanças passaram a ser articuladas na corporação.
O diretor executivo da PF, Rogério Galloro, por exemplo, será o novo secretário nacional de Justiça. Galloro era o favorito do ministro da Justiça, Torquato Jardim, para assumir a Polícia Federal.
Para o lugar de Galloro, o nome mais cotado é o do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Vilmar Lacerda, que tentou se eleger deputado em 2014 pelo PMDB.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Nenhuma crítica ao Ministério Público, nenhum reparo ao apoio que a Receita Federal e outros órgãos dá à Lava Jato, nenhuma referência negativa às decisões da Justiça, nada, nada. E pelo contrário, o anúncio de que o combate à corrupção será intensificado. O Planalto e a chamada bancada da corrupção devem estar satisfeitíssimos com a troca do diretor-geral da PF… (C.N.)

10 de novembro de 2017
Ana Paula AndreollaTV Globo, Brasília

FALTAM 103.184 ASSINATURAS PARA O ABAIXO-ASSINADO: IMPEACHMENT DE GILMAR MENDES! ASSINE JÁ!!