"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

IRRESPONSÁVEL, TRUMP ACENDE O ESTOPIM DE NOVA GUERRA ENTRE ÁRABES E ISRAELENSES

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Palestinos queimam bandeiras dos EUA e de Israel
Conforme assinalamos há alguns dias, o presidente americano Donald Trump age de forma totalmente irresponsável e não tem assessores de alto nível que possam dissuadi-lo de determinadas decisões em que nada se ganha e tudo se perde, como no caso do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, onde será instalada a Embaixada dos EUA, único país a tomar essa posição perigosa, delicada e leviana. Há reação negativa dos povos árabes e também de Israel, que tenta chegar a um acordo de paz com os palestinos, mas agora veio tudo abaixo, as negociações não existem mais, os violentos protestos voltaram às ruas, a insegurança é contagiante.
O jornal moscovita “Izvéstia” revela que o chefe do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa, Konstantín Kosatchióv, disse que o reconhecimento dos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel pode se desestabilizar ainda mais a região.
NOVA BOMBA – “Pré-anunciada pela Casa Branca, a decisão extremamente intempestiva de Donald Trump sobre o reconhecimento de Jerusalém como a capital do Estado de Israel pode ser uma nova bomba para a situação já precária na região”, diz a agência russa Interfax, citando as palavras de Kosatchiov.
A decisão do presidente dos EUA já tinha sido criticada pelo presidente francês Emmanuel Macron, porque essas as ações dos EUA violam o princípio de criação de um país palestino, nos termos das resoluções do Conselho de Segurança e da Assembléia Geral das Nações Unidas, que contavam com apoio até dos EUA.
O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta sexta-feira, em sessão extraordinária para discutir o assunto, após oito dos quinze membros do órgão solicitarem o encontro.
REVOLTA – Por óbvio, a decisão irrefletida de Trump, tomada a pretexto de cumprir um compromisso de campanha que jamais foi levado a sério, causou revolta e indignação entre palestinos, além de receber condenação por parte de líderes de países árabes e islâmicos. Alguns dos principais aliados dos Estados Unidos na Europa, entre eles Reino Unido, Alemanha e França, também criticaram a decisão, por prejudicar as negociações de paz e transformar Jerusalém numa bomba-relógio.
O jornal londrino “The Guardian” publicou reportagem descrevendo o clima no campo de refugiados palestinos de Shuafat, na cidade de Jerusalém. Revelou que Ismail Haniyeh, líder do Hamas, grupo islâmico que governa a Faixa de Gaza e é considerado uma organização terrorista por diversos países, conclamou os palestinos a realizarem “um dia de fúria” nesta sexta-feira, dia mais importante da semana islâmica. Haniyeh também convocou todas as facções palestinas a iniciarem uma nova intifada contra Israel, além de pedir a todos os países muçulmanos que se unam contra a “declaração de guerra dos Estados Unidos”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Como se vê, se ainda existem fatores de risco que ameaçam a paz mundial, o principal deles é bastante conhecido e atende pelo nome de Donald John Trump, que faz jus ao título do programa de TV que apresentava e realmente se mostra um aprendiz em matéria de política interna e externa. Como diz o lema lá deles, que Deus salve e América, mas não se esqueça de nós, aqui do lado debaixo do Equador. (C.N.)


08 de dezembro de 2017
Carlos Newton

CHOQUE DE DESCONFIANÇA É A MARCA DA CAMPANHA ELEITORAL DE 2018

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Charge do Nani (nanihumor.com)
Vai ser a eleição da desconfiança, sugerem as pesquisas. Os eleitores não escondem suas dúvidas sobre a honestidade, a sinceridade e a capacidade de liderança dos atuais candidatos à Presidência. Essa resiliência se reflete nas taxas de rejeição, persistentemente elevadas. O caso de Lula é exemplar. Aos 72 anos, é o político mais popular — nove entre dez eleitores o reconhecem, segundo o Datafolha, e, entre esses, 67% afirmam conhecê-lo “muito bem”. Natural para quem atravessou metade da vida em cima de um palanque.
O primeiro comício de Lula candidato aconteceu 35 anos atrás, na Curitiba de 1982. Eleito presidente, duas décadas depois, manteve três discursos diários, por rádio e TV, durante oito anos. Elegeu Dilma Rousseff falando por ela na campanha de 2010, às vezes imitando-a, como fez em Salgueiro (PE) para uma plateia de sertanejos. Escanteado por Dilma, em 2014, persevera como o eterno candidato preferencial do PT.
NA LIDERANÇA – Lula lidera com 36% a preferência para 2018, informa a pesquisa da semana passada. É o dobro das intenções de voto do segundo colocado, Jair Bolsonaro, ex-capitão paraquedista que desceu na cena política em 1987, com um plano para explodir bombas na Vila Militar, da Academia das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e em quartéis da cidade do Rio.
O resultado obtido por Lula é considerável, e compatível com o histórico de liderança mais reconhecida, cujas votações sempre foram acima do patamar alcançado pelo PT nas urnas, em torno de 20%. Pode ser visto como proeza, considerando-se a circunstância de ser um candidato já condenado a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, que figura como réu em mais cinco processos, está acusado em outros três e é, ainda, investigado em mais um dos casos de propinas em negócios da Petrobras, do BNDES, das indústrias de construção civil, de automóveis e de aviões. Lula vagueia pelo país em campanha na tentativa de transformar seus problemas judiciais em causa eleitoral.
E A REJEIÇÃO? – Mais significativa, porém, é a resiliência do eleitorado na rejeição ao ex-presidente. Há 12 meses seguidos, segundo o Datafolha, quatro em cada dez eleitores repetem que não votariam em Lula “de jeito nenhum”. Isso ocorre tanto nas capitais e cidades de regiões metropolitanas (40%) quanto nos municípios do interior (38%) com mais de 50 mil habitantes. Há uniformidade no repúdio por idade, por escolaridade (a partir do ensino médio), por renda (mais de dois salários mínimos) entre empregados, desempregados ou ocupados.
Alguns interpretam a persistência na rejeição a Lula como evidência de resistência a símbolos da corrupção na política desvendada nos inquéritos do mensalão e na Lava-Jato. Mais provável é a decepção de um eleitorado que não reconhece líderes com capacidade suficiente para resgatar o país de crises como a da saúde e reconduzi-lo à rota do desenvolvimento. O risco é de fragmentação superior à da eleição de 2014, quando um terço dos eleitores anulou, deixou em branco ou simplesmente se recusou a sair de casa para votar. Num cenário assim cabem os versos elegantes de Paulinho da Viola: “Desilusão, desilusão/ Danço eu dança você/ Na dança da solidão.”

08 de dezembro de 2017
José Casado
O Globo

RAQUEL DODGE DIZ QUE CORRUPTO TEM DE DEVOLVER DINHEIRO E PAGAR INDENIZAÇÃO

Raquel Dodge em entrevista no dia 5 de dezembro  (Foto: Alessandra Modzeleski/G1)
Raquel Dodge exige maior punição aos corruptos  A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta quinta-feira (7) que não basta o corrupto devolver o dinheiro desviado, porque nesse caso, segundo ela, o crime pode ter ‘valido a pena’. Dodge disse que é preciso instituir a indenização por dano moral. Nesta semana, a procuradora pediu, em denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) paguem uma indenização, por danos morais coletivos, de R$ 51 milhões.
A denúncia foi apresentada no caso das malas de dinheiro encontradas em um apartamento em Salvador atribuído à família Vieira Lima. Além dos dois irmãos, a procuradora denunciou mais quatro pessoas.
VALEU A PENA? – “Se o corrupto tiver apenas que devolver o que desviou ou se apropriou, pode ser que [o crime] tenha valido a pena. Precisamos também instituir as indenizações por dano moral equivalentes ao dano causado. A indenização por dano moral significa que a sociedade será ressarcida pelo tempo que o dinheiro foi desviado”, afirmou a procuradora-geral durante um evento do Dia Internacional de Combate à Corrupção.
Para Dodge, um dos efeitos da corrupção tem sido o aumento da desconfiança da sociedade nas instituições públicas. Segundo a procuradora, a aplicação da indenização por dano moral pode ser um instrumento para ‘reverter essa situação de desconfiança’.
CALCULAR O DANO – “É preciso que a sociedade e o Ministério Público acordem para o modo correto de aquilatar quanto dano foi causado e qual o efeito desse dano sob a sociedade civil. Um dos principais efeitos desse dano tem sido corroer a confiança da sociedade nas instituições públicas. As pessoas temem e desconfiam que haverá perpetuação da impunidade”, disse a procuradora.
No evento, a Controladoria Geral da União (CGU) divulgou que cerca de 4.380 servidores federais foram demitidos de 2003 até novembro de 2017 por terem cometido corrupção.
De acordo com o levantamento, esse número corresponde a 66% dos casos totais de demissão (6.639).
DANOS AO ERÁRIO – Ainda de acordo com os números divulgados, a CGU realizou 300 operações junto com a Polícia Federal desde 2003, que investigaram ao todo R$ 4,6 bilhões de danos ao erário.
O levantamento apontou também que existem atualmente 169 processos contra empresas na Controladoria. Neste ano, 1,9 mil entes privados foram penalizados por irregularidades. Na Lava Jato, quatro empresas foram consideradas inidôneas.
Dentro da Lei Anticorrupção foram assinados dois acordos, com a UTC Engenharia (R$ 574 milhões) e com a Bilfinger (R$ 9,8 milhões). Há ainda 11 em negociação, sendo cinco próximos de serem concluídos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não há dúvida de que o país tem avançado, apesar do boicote claro dos Três Poderes, porque a cúpula do Planalto, o Judiciário e o Congresso não fazem outra coisa, como é público e notório. Os avanços se devem exclusivamente às áreas operacionais da Polícia Federal, da Procuradoria e da Receita, que agem em conjunto e têm conseguido respaldo na primeira e na segunda instâncias da Justiça Federal. Daí em diante a coisa complica. (C.N.)

08 de dezembro de 2017
Alessandra Modzeleski
G1, Brasília

STF SUSPENDE JULGAMENTO, MAS REVOGARÁ A LIBERTAÇÃO DE DEPUTADOS ESTADUAIS

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Faltam dois votos, mas já se sabe o resultado final
Após os votos de nove ministros (dois não compareceram à sessão), o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quinta-feira (7) o julgamento que decidirá se Assembleias Legislativas podem revogar a prisão de deputados estaduais determinadas pela Justiça. Ao final da sessão, a presidente do STF, Cármen Lúcia, proclamou o resultado provisório – 5 a 4 pela proibição da revogação das prisões pelas assembleias. Quando o julgamento for retomado – ainda não há data para isso –, votarão os ministros Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso.
A Constituição prevê que deputados federais e senadores só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável. Algumas assembleias legislativas, no entanto, têm reproduzido regra nas constituições locais, estendendo a imunidade aos deputados estaduais.
5 VOTOS A 4 – Até o momento, votaram contra a possibilidade de as assembleias revogarem as prisões: Edson Fachin; Rosa Weber; Luiz Fux; Dias Toffoli e Cármen Lúcia. Votaram pela possibilidade de assembleias soltarem deputados: Marco Aurélio Mello; Alexandre de Moraes; Gilmar Mendes e Celso de Mello.
A análise da questão foi iniciada nesta quarta-feira, quando Marco Aurélio, relator de ação, argumentou que a própria Constituição Federal prevê a extensão das imunidades aos deputados estaduais.
“A extensão do estatuto dos congressistas federais aos parlamentares estaduais revela dado significante do pacto federativo. O reconhecimento da importância do Legislativo estadual permite a reprodução, no campo regional, da harmonia entre os Poderes da República. Surge inadequado colher da Constituição Federal proteção reduzida da atividade do Legislativo nos entes federados, como se fosse menor a relevância dos órgãos locais para o robustecimento do Estado Democrático de Direito”, afirmou.
HÁ CONTROVÉRSIAS – Abriu a divergência o ministro Edson Fachin, relator de outra ação sobre o mesmo tema. Para ele, as imunidades previstas na Constituição Federal para deputados federais e senadores devem ser interpretadas de forma “restritiva”, isto é, limitadas somente a parlamentares federais.
“A Assembleia Legislativa do estado usurpou competência atribuída exclusivamente ao Poder Judiciário, violando o princípio da separação dos poderes. Indico nessa perspectiva que não depreendo da regra imunizante a amplitude que lhes foi conferida pelas assembleias legislativas que acabo de mencionar, por ocasião da edição de resoluções que revogaram preventivas pelo Poder Judiciário”, afirmou.
Além das prisões, os ministros também decidem se as assembleias podem rever medidas alternativas, como recolhimento noturno, afastamento do cargo ou proibição de deixar o país e contatar outros investigados, por exemplo.
CASOS EM ANÁLISE – As ações em análise no STF decorrem de decisões das assembleias do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte e de Mato Grosso. No Rio, por exemplo, os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, haviam sido presos por determinação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), mas foram soltos dias depois por decisão da Assembleia. Posteriormente, os três voltaram para a cadeia por outra decisão do TRF-2.
Em Mato Grosso, o deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) foi solto em outubro pela Assembleia. O parlamentar, que aparece em um vídeo reclamando de suposta propina e foi citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), havia sido preso em 15 de setembro acusado de obstrução à Justiça.
Também em outubro, a Assembleia do Rio Grande do Norte revogou o afastamento do deputado Ricardo Motta (PSB), que havia sido determinado em junho pelo desembargador Glauber Rêgo, do Tribunal de Justiça do estado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Está muito claro que o Supremo está dividido em duas alas, com uma circunstância curiosa – o ministro Dias Toffoli quase sempre é o fiel da balança, que ora está de um lado, ora está do outro. Desde vez ele ficou contra a impunidade dos corruptos, mas fez algumas ressalvas, para não destoar totalmente. Quando for retomado, o julgamento vai terminar em 6 a 5, com Barroso a favor e Lewandowski contra(C.N.)


08 de dezembro de 2017
Renan Ramalho
G1, Brasília

PICCIANI RECEBEU R$ 50 MILHÕES DA FETRANSPOR E CABRAL CHEFIAVA A QUADRILHA

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Planilha exibe as espantosas propinas de Picciani
O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ) é acusado de receber quase R$ 50 milhões em propina de empresas de ônibus, em 34 ocasiões, no período de julho de 2010 a julho de 2015, de acordo com a denúncia apresentada hoje pelo Ministério Público Federal, a partir da operação Cadeia Velha.
Os valores constam de planilhas apresentadas pelo doleiro Álvaro José Novis, operador financeiro do esquema, que intermediava os pagamentos da Fetranspor a políticos. A tabela registra pagamentos mensais de pelo menos R$ 300 mil a Jorge Picciani, mas em alguns períodos o valor era maior, como em setembro de 2012, quando ele teria recebido R$ 3 milhões.
PROPINAS SEM FIM – Segundo a denúncia, em troca os empresários recebiam de Picciani benefícios variados que estivessem ao alcance do então Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro: “O denunciado Jorge Sayed Picciani solicitou e recebeu dos empresários ligados à Fetranspor, ao longo de décadas, indevida vantagem econômica como contrapartida aos atos funcionais praticados com desvio de finalidade ou com a omissão do dever funcional decorrente do cargo de deputado estadual”.
Em delação premiada, Novis contou aos investigadores que os pagamentos a Picciani não cessaram mesmo quando ele ficou sem mandato, entre 2011 e 2014. Para receber os valores, Picciani utilizou os serviços de Jorge Luiz Ribeiro, considerado seu braço-direito. Na caixa de correio eletrônico de Jorge Luiz, os investigadores encontraram trocas de mensagens com dois funcionários de Novis, que o auxiliavam nesses pagamentos.
Novis relata que o dinheiro era entregue, normalmente, duas a três vezes por semana, em três endereços no centro do Rio: um escritório localizado na rua da Assembleia, 10; na sede da empresa BKR Viagens e Turismo (da qual Jorge Luiz é sócio), na rua do Ouvidor, 60; e numa agência do banco Bradesco, na Praça Pio X.
Também a Odebrecht – A denúncia do MPF também indica o pagamento de propina a Jorge Picciani pela Odebrecht. O relatório concluiu que, no período de 2008 a 2014, Picciani recebeu da Odebrecht mais R$ 11 milhões. O apelido dele no sistema Drousys, espécie de contabilidade paralela da empreiteira, é “Grego”. Parte desses valores teria sido recebida no exterior.
Jorge Picciani foi denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – E a devassa na corrupção do Estado do Rio vai aumentar agora, com a delação de Carlos Miranda, operador do ex-governador Sérgio Cabral. “Confirmo a existência da organização criminosa, e eu participava dela no gerenciamento do recebimento de todas as propinas e distribuição delas” — disse ele ao juiz Marcelo Bretas, confirmando que Cabral era o chefe da quadrilha e dando uma dica do que vem por aí. (C.N.)

08 de dezembro de 2017
Deu em O Globo

MORO DESBLOQUEIA APOSENTADORIA, MAS PERGUNTA COMO LULA POUPOU R$ 10 MILHÕES...

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Lula tem 10 dias para dar explicação ao juiz Moro
O juiz federal Sérgio Moro desbloqueou, nesta quinta-feira, dia 7, a conta da aposentadoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo saldo confiscado era de R$ 63.702,54. O magistrado negou ao petista o levantamento do bloqueio dos valores da conta de Previdência, no valor de quase R$ 10 milhões. O juiz da Lava Jato deu 10 dias para que Lula demonstre que esse R$ 10 milhões da previdência têm origem lícita.
“Concedo à Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva o prazo derradeiro de dez dias para demonstrar a origem dos valores bloqueados, com a prova documental necessária, lembrando que já é a segunda oportunidade concedida à Defesa para tanto, não tendo a primeira sido aproveitada”.
CONDENAÇÃO – O bloqueio dos ativos do petista, até o montante de R$ 10 milhões, foi ordenado por Moro dois dias depois que ele condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex.
Inicialmente, em quatro contas do ex-presidente, o Banco Central encontrou R$ 606 mil. Posteriormente, a BrasilPrev comunicou Moro que embargou R$ 7,19 milhões de Lula em plano de previdência empresarial e mais R$ 1,84 milhão em plano de previdência individual.
Todo esse montante permanece bloqueado porque a decisão de Moro só atinge a conta de aposentadoria.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Lula vai responder que ganhou dinheiro fazendo aquelas palestras fajutas que são como a “Conceição” do maior sucesso de Cauby Peixoto – ninguém sabe, ninguém viu. Aliás, ninguém também filmou, ninguém gravou, ninguém fez um simples “selfie” ao lado do portentoso palestrante… Nem mesmo o fotógrafo/cinegrafista particular de Lula, Ricardo Stuckert, que ganhava R$ 20 mil mensais no Instituto Lula, mas R$ 30 mil na CBF, onde era funcionário fantasma, e ainda faturou R$ 1 milhão no Ministério da Cultura, para fazer filmagens de índios.  (C.N.)

08 de dezembro de 2017
Deu no Estadão

TEMER FAZ UMA OPERAÇÃO DE COMPRA E VENDA PARA VOTAR A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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Charge do Jota A (Portal O Dia/PI)
Reportagem de Adriana Fernandes, Vera Rosa e Idiana Tomazelli, O Estado de São Paulo desta quinta-feira, revela com destaque uma vergonhosa operação de compra e venda de deputados pelo Presidente Michel Temer, no sentido de que tentem aprovar a reforma da Previdência Social nos termos desejados pelo governo. Uma vergonha, onde está a consciência dos parlamentares que possuem dúvida quanto ao êxito de tal reforma? Onde está a consciência de Michel Temer e do ministro Henrique Meirelles, verdadeiro líder do movimento? O Palácio do Planalto já possui uma imagem ruim junto à opinião pública, ficará ainda pior.
Pior também para os recursos públicos. Isso porque, dispostos a negociar seus votos no balcão da história, os deputados querem, em vez de R$ 3 bilhões, um total de R$ 5,5 bilhões para serem distribuídos a prefeitos municipais onde têm suas bases políticas.
RENÚNCIA FISCAL – Mas não é só isso. Eles querem também uma renúncia fiscal da ordem de 22,8 bilhões, constituída principalmente através de anistia e de parcelamentos em 15 anos das dívidas que produtores rurais acumularam ao longo dos anos para com o INSS e o Funrural. Na Câmara, o deputado Beto Mansur comanda o balcão aberto aos que pretendem vender o voto.
No Planalto, as duas principais figuras que querem atravessar a ponte utilizam-se do ministro Eliseu Padilha, verdadeiro articulador da base política do Executivo no Congresso. Não sei por qual razão o ministro Antonio Imbasahy ainda não se demitiu ou não foi demitido.
O governo avalia possuir 260 votos certos, mas a emenda constitucional que aumenta o limite de idade necessita de 308 votos em duas sessões. O problema não está nas duas sessões. Encontra-se numa vergonhosa compra de consciências e disposições. Os que querem vender o voto sequer examinam o conteúdo e os reflexos da matéria. Preocupam-se apenas com os reflexos para seus próprios interesses.
AVAL DE MEIRELLES – E Michel Temer segue em frente. Atravessou a Esplanada de Brasília e submeteu a barganha à analise da equipe econômica chefiada por Henrique Meirelles. O enígma a ser decifrado talvez não esteja no voto, mas sim na voz dos bancos que operam em larga escala no setor da Previdência Privada. ESses bancos receberam de janeiro a novembro deste ano recursos da ordem de 40,5 bilhões de reais vinculados a planos de Previdência Complementar. Sua força é muito grande, tanto assim, como publiquei ontem, sua captação atingiu este ano um total de 720 bilhões de reais.
Tal montante supera até o total de recursos aplicados nas Cadernetas de Poupança que atingiram, agora, neste mês, R$ 700 bilhões. Portanto, como se vê, é intensa e legítima a preocupação da sociedade brasileira para com seu futuro pessoal. Mas esta preocupação não pode ultrapassar, é claro, a capacidade de aplicação mensal nos fundos previdenciários abertos. Isso de um lado.
OS EXCLUÍDOS – De outro lado, evidentemente, cerca de 80% da mão de obra ativa brasileira, cujo total é de 104 milhões de pessoas, não têm capacidade de adquirir seguros sociais e de saúde. Enquanto isso, o governo Michel Temer não se mostra capaz de voltar sua atenção para os grupos de renda menor.
Estamos no Brasil, país em que o salário médio é de 2,3 mil reais por mês. Com salários tão baixos, como a maioria da população pode adquirir planos previdenciários privados de valores mais altos do que sua renda? A resposta cabe ao presidente da República, porque a população, através da recente pesquisa do Datafolha já respondeu por si.
CORREIO DA MANHÃ – Apenas para lembrar: neste sábado, dia 9, mais um almoço que tradicionalmente reúne os jornalistas que trabalharam no Correio da Manhã. O jornal começou a desabar quando seus proprietários afastaram Luiz Alberto Bahia do cargo de redator-chefe, que ele dignificou, sucedendo a Antonio Callado. O jornal morreu em 1974.
Seus sobreviventes revivem uma memória que jamais se perderá.

08 de dezembro de 2017
Pedro do Coutto

PALOCCI REVELA QUE KADAFI AJUDOU A FINANCIAR A PRIMEIRA ELEIÇÃO DE LULA, EM 2002

Ex-ministro Antonio Palocci diz em delação premiada que Muamar Kadafi, líder líbio morto em 2011, deu 1 milhão de dólares à campanha de Lula em 2002. A denúncia pode levar à cassação do PT. O fotografia do encontro entre Lula e Kadafi, na Cúpula América do Sul-África, que aconteceu na Venezuela em 2009, não é uma cena protocolar, como se observa no aperto de mão informal. Lula era presidente do Brasil pela segunda vez e o ditador Muamar Kadafi ainda comandaria a Líbia por mais dois anos, antes de ser deposto, capturado e executado. A fotografia retrata dois líderes que se diziam “irmãos”.
Durante 42 anos, Kadafi governou a Líbia seguindo o protocolo dos tiranos. Coronel do Exército, ele liderou um golpe em 1969. No poder, censurou a imprensa, reprimiu adversários e impôs leis que permitiram punições coletivas, prisão perpétua, tortura e morte a quem contrariasse o regime.

Kadafi e Lula se reencontraram em 2009, em Caracas 
LULA E O PT – Dinheiro líbio também financiou grupos terroristas e movimentos políticos em vários cantos do planeta. Entre os que receberam recursos da ditadura líbia estavam, de acordo com o ex-ministro Antonio Palocci, o PT e seu líder máximo, o ex-presidente Lula.
A revelação de Palocci está contida na sua proposta de delação entregue ao Ministério Público. Segundo ele, em 2002 Kadafi enviou secretamente ao Brasil 1 milhão de dólares para financiar a campanha eleitoral do então candidato Lula. Fundador do PT, ex-­prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-­chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Palocci esteve no centro das mais importantes decisões do partido nas últimas duas décadas.
Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, há sete meses ele negocia um acordo de delação premiada. Em troca de redução de pena, compromete-se a contar detalhes de mais de uma dezena de crimes dos quais participou. Um dos capítulos da colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio — e tem potencial para fulminar o partido e o próprio ex-presidente.

08 de dezembro de 2017
Robson Bonin
Veja

NUNCA ACEITARÍAMOS NA NOSSA SALA DE ESTAR OS POLÍTICOS QUE ELEGEMOS

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Charge do Newton Silva (newtonsilva.com)
Há dias, escrevi aqui que, pelo que vemos e ouvimos na TV, o nível dos nossos senadores e deputados era de amargar. “Muitos mal sabem ler”, arrisquei — e devo ter acertado, porque ninguém se apresentou para defender a si próprio ou aos colegas. E não estava me referindo ao fato de que, ao ler extensos relatórios, suas excelências fazem isso em tom monocórdio, engolindo consoantes e sem tirar os olhos do papel — estes são os doutores entre eles. Referia-me aos que leem mal mesmo, por falta de cartilha na infância.
Por razões profissionais, ando mergulhado no Brasil da República Velha e convivendo com os grandes nomes da política da época. Muitos chegaram até nós como nomes de ruas, hospitais e até presídios, e, quando os ouvimos hoje, temos de fazer um exercício intelectual para nos lembrarmos de que, em seu tempo, eles discursavam na tribuna, tomavam cafezinho, comiam pastéis, andavam de bonde etc. — enfim, existiam como pessoas. Eles nos fazem pensar sobre a constituição dos governos do passado.
MINISTROS – A República Velha (1889-1930), com todos os seus fabulosos defeitos, teve como ministros de Estado homens como o Barão do Rio Branco, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa, Joaquim Murtinho, Lauro Muller, Oswaldo Cruz, Afrânio de Melo Franco, apenas entre os mais facilmente reconhecíveis pela posteridade. O próprio primeiro período de Getulio Vargas (1930-1945) podia se gabar de ter Oswaldo Aranha a seu lado. E, em tempos mais recentes, não foi por falta de cabeças que João Goulart (1961-1964) caiu — com ele estiveram Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Hermes Lima, Evandro Lins e Silva, San Tiago Dantas, Walther Moreira Salles.
Por que deixamos a política contemporânea nas mãos de certos fulanos que nunca admitiríamos na nossa sala?
Mas o Congresso é a nossa sala.

08 de dezembro de 2017
Ruy Castro
Folha

MARUN, DEFENSOR DA "INOCÊNCIA" DE CUNHA, SERÁ O NOVO MINISTRO DO GOVERNO TEMER

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Marun é uma das figuras mais patéticas da Câmara
O presidente Michel Temer confirmou a integrantes da bancada do PMDB que o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) será o novo ministro da Secretaria de Governo. Ele substituirá Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que pediu demissão nesta sexta-feira (dia 8). A expectativa é que a posse de Marun aconteça na próxima quinta-feira (14).
À frente da Secretaria de Governo, Carlos Marun será responsável pela articulação política do governo. Caberá a ele a interlocução entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
JÁ SE SABIA – O nome de Marun para o ministério já era cotado desde novembro e chegou a ser anunciado nas redes sociais do Palácio do Planalto. A mensagem, contudo, foi logo apagada. Isso porque houve reação de Imbassahy, que ganhou uma pequena sobrevida no cargo.
Como ministro, Marun terá como principal desafio neste ano a busca por votos a favor da reforma da Previdência Social. A expectativa é que ele melhore o ambiente na bancada do PMDB e no “Centrão” a favor da reforma.
Há uma avaliação no Palácio do Planalto de que Imbassahy já estava inviabilizado na função por não ter interlocução com o “Centrão” e porque só conversava com uma parcela do PSDB.
 ESVAZIAMENTO – Durante a análise da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, inclusive, Imbassahy foi esvaziado pelo “Centrão”, o que levou o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a assumir a articulação política.
Integrante da “tropa de choque” que atuou na Câmara para barrar as denúncias da Procuradoria Geral da República contra Temer, Carlos Marun está no primeiro mandato como deputado federal e é o atual vice-líder do PMDB na Casa. Marun também foi o presidente da comissão especial que analisou a reforma da Previdência.
O futuro ministro também integrou, entre 2015 e 2016, a “tropa de choque” que defendia o hoje deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É o homem certo no lugar certo. Para defender Temer e o quadrilhão, ninguém melhor do que Carlos Marun, uma das figuras mais patéticas da Câmara e que se tornou famoso nacionalmente ao assumir a defesa de Eduardo Cunha e proclamar a “inocência” do ex-presidente da Câmara. Para este tipo de papel sujo, Marun é perfeito. Como articulador político do governo, será um macaco dentro de uma loja de louças, como se dizia antigamente(C.N.)


08 de dezembro de 2017
Gerson Camarotti
G1 Brasília