"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

EM MEIO A PEDIDOS DE INTERVENÇÃO MILITAR, ONDE ESTÁ A NOSSA "CASA DOS ESPÍRITOS"?

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O ótimo filme “A Casa dos Espíritos”, inspirado no romance de mesmo nome da escritora chilena Isabel Allende (dizem que era prima do então presidente Salvador Allende e se refugiou nos EUA), é muito bom e me vem à mente, quando tanto se fala em intervenção militar.
O filme narra, em parte, a vida de um senador de direita que apóia a intervenção militar no governo do socialista Allende. Vem o golpe e Pinochet instala-se nos Poderes. A filha do senador é presa pelos militares, pois era esposa de um esquerdista que, o próprio senador ajuda a refugiá-lo na Embaixada do Canadá, pois já havia um neto que encantava o parlamentar.
SEU TEMPO ACABOU – O senador vai ao Ministério da Defesa tentar libertar a filha, que após apanhar muito é solta na periferia da cidade. Mas significativo mesmo é o diálogo quando o senador é recebido na recepção do Ministério por um subalterno que, entre outras coisas, mais ou menos diz assim:
– O Ministro sou eu, somos nós os militares. Por enquanto, nós ainda aturamos vocês, civis, mas isso passa logo. Nós chegamos para ficar, o seu tempo acabou, pode sair.
O duplo sentido da expressão “o seu tempo acabou” é muito importante. Claro que eu sei que os tempos são outros. Mas também sei que a História pode se repetir, parecidamente. E a “Casa dos Espíritos” era a mansão do senador.
E AQUI NO BRASIL? – Então, eu fico pensando, no caso atual do Brasil. Onde está a “Casa dos Espíritos” na atual fase de nosso país. Como o nosso território é muito grande, temos mais de uma “Casa dos Espíritos”?
E o senador? Quem será?  A Nação, pelas suas dimensões geográficas será a futura “Mansão dos Espíritos”? Fantasmas a esmo, perambulando na residência vazia?
Os eleitores que nos respondam.

11 de dezembro de 2017
Antonio Rocha

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Interessante... Fica muito clara a analogia que o texto busca estabelecer entre a ditadura de Pinochet e a situação atual do Brasil, quando movimentos intervencionistas pedem, de acordo com a Constituição em seu artigo 142, que as FFAA interrompam o escabroso processo político que levou o país a falência moral, social e econômica, e cujo ciclo não apresenta qualquer indício de renovação política que seja capaz de responder as necessárias transformações que recoloquem o país na marcha da sua recuperação..
Prosseguem de modo assustador as investigações da PF e do MP revelando a cada dia novos escândalos de corrupção.
Historicamente não consigo encontrar pontos de convergência entre o que aconteceu no Chile (e na América Latina) com o momento político atual. A história não se repete, por mais que determinados segmentos políticos busquem estabelecer  analogias entre o contragolpe de 64, que impediu o Brasil de cair no totalitarismo de um regime comunista, com o que o movimento intervencionista clama, para que se interrompa o desastre em que criminosos políticos jogaram o país.
Não li nada semelhante a esse artigo, que alertasse a nação, quanto ao projeto de poder que o lulopetismo tentou implantar no país, via Foro de São Paulo e demais partidos comunistas ('progressistas' como eles gostam de se intitular). Salvo algumas vozes ditas de "direita" - e assim caracterizadas pejorativamente - que foram abafadas pela conivência da grande mídia 'progressista'.
Um véu de silêncio encobriu a estratégia, até o momento em que, com as instituições aparelhadas, através do processo gramsciano de ocupação dos espaços institucionais, revelou-se a condição de submissão do Estado às organizações criminosas que levaram o país ao caos. E do caos fez-se a luz e enxergou-se o perigoso caminho a que estava sendo levado o país. Ilustra bem a 'ação progressista', o decálogo de Lenin.
No mais, as seguidas denúncias e delações, desenham o quadro histórico do atual momento: corrupção, impunidade, o tal do "nós contra eles", parlamentares denunciados na Lava Jato, e o beco sem saída a que chegaram partidos e políticos, mais do que comprometidos: a nação não acredita mais que a atual classe política possa responder às graves condições a que chegamos... E também não é possível acreditar que essa classe possa ser capaz de uma verdadeira reforma política. Essa raiz do mal que os intervencionistas querem arrancar do solo brasileiro.

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m.americo

TEIXEIRA DIZ QUE NÃO TEM MEDO DE SER PRESO, MAS NÃO VAI AOS EUA DE JEITO ALGUM....

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Se sair do Brasil, Teixeira será preso pela Interpol
Presidente da CBF por duas décadas até 2012, Ricardo Teixeira foi acusado por delatores na Justiça dos Estados Unidos de ter recebido propina na venda de direitos comerciais da entidade. Investigado em pelo menos quatro países (EUA, Espanha, Uruguai e na Suíça), o cartola de 70 anos se diz inocente e nega ter recebido dinheiro irregularmente.
Desde 2015, quando o FBI tornou público a investigação por corrupção no futebol, Ricardo Teixeira nunca mais deixou o Brasil.
O ex-comandante da CBF afirma que o empresário J.Hawilla, seu ex-amigo e principal delator nos EUA, disse, na segunda-feira (4), que pagou ao ex-presidente da entidade pelo menos US$ 10 milhões em propina.
Hawilla também acusa o cartola de receber propina pela venda da Copa do Brasil em 2013. Segundo o empresário, Teixeira, José Maria Marin, presidente da CBF na época, e Marco Polo Del Nero, atual comandante da entidade, dividiam R$ 1,5 milhão em propina por edição até 2022.
Hawilla apresentou áudios no julgamento de Marin em que negocia com o dono da Klefer, o ex-presidente do Flamengo Kleber Leite, supostas propinas para o ex-presidente da CBF.
PERGUNTA – Hawilla disse que pagava propina ao senhor para a seleção disputar os torneios com o time titular.
RICARDO TEIXEIRA – Isso não existe. Tenho o contrato aqui [mostra os documentos]. Ele deve estar falando disso [mostrando o contrato da Copa América de 2004, disputada no Peru]. Aqui tem um aditivo, que mostra que a Traffic pagou a CBF uma cota suplementar de US$ 1,5 milhão para a seleção disputar “os jogos do evento com os melhores jogadores profissionais disponíveis”. No dia 28 de julho daquele ano, o dinheiro foi parar na conta da CBF no Banco Rural. Foi depositado R$ 4,527 milhões na conta da CBF. Naquele ano, a seleção ainda disputou o torneio com alguns reservas [Roberto Carlos e Cafu foram poupados por Parreira e Ronaldo cortado].
P – Hawilla diz que o senhor era beneficiário de propina para a compra de direitos econômicos da Copa do Brasil e que continuou ganhando mesmo depois de sair da CBF.
RT – Isso começa na Copa América de 2011, quando a Traffic perde o contrato do torneio e decide entrar na Justiça contra todas as dez federações do continente. Quando eles fizeram isso, a Conmebol exigiu que todos as confederações rompessem com a Traffic. A empresa tinha com a CBF o contrato da Copa do Brasil e o televisionamento da seleção. Chamei o Kleber [Leite, dono da Klefer e ex-presidente do Flamengo], e ele me deu 20% acima do que a Traffic me pagava em dólar pela Copa do Brasil. Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por contrato. Isso tem lógica?
P – A lógica dele é que o senhor manteve a estrutura de poder. Colocou o José Maria Marin no seu lugar [pelo estatuto da CBF, o vice mais velho assume o poder em caso de renúncia]. Tem também a gravação de conversa do Hawilla e do Kleber Leite discutindo o valor da propina ao senhor.
RT – Isso é o que ele justifica. Eu rescindi o contrato com ele e passei o negócio para a Klefer. Mais na frente, a Klefer acertou com a Traffic uma parceira no contrato. Não tenho nada com isso. Já estava fora da CBF desde 2012. Como vou romper o contrato e ganhar comissão? Isso não existe. É ridículo.
P – Como encara o depoimento da Hawilla, parceiro da CBF por anos, dizendo que o senhor recebeu milhões em propina?
RT – Ele está completamente descompensado e quer solucionar o problema dele. Olha a carta que a Traffic mandou para a Klefer em 2015 [após as prisões na Suíça]. Nela [mostrando o documento], a Traffic diz que o senhor J.Hawilla está fora da empresa. Fala que a empresa desconhece o teor da delação nos EUA e diz que quer retomar a parceria com a Klefer. A carta é assinada pelo filho dele, o Stefano de Menezes Hawilla.
P – O senhor é acusado por outros depoentes de receber. Quanto o senhor ganhou em propina?
RT – Nunca recebi propina.
P – A Justiça do Rio está apreciando um recurso do senhor contra o Banco do Brasil. O pedido é para que o banco aceite receber cerca de US$ 22 milhões que estavam na conta de um banco em Mônaco.
RT – Foi um dinheiro que fiz no Brasil, declarado no meu Imposto de Renda. Essa quantia foi transferida oficialmente para o exterior, quando fui morar fora [após renunciar em 2012]. Tenho a entrada dele também na CBF. Eu mandei esse dinheiro para [o banco em Mônaco] quando fui morar nos EUA. Estou de volta ao Brasil e quero de volta.
P – Por que o Banco do Brasil não quer receber?
RT – Não é isso. Eu já trouxe um monte [de dinheiro]e vou trazer mais esse restante. É minha única conta no exterior.
P – E a origem do dinheiro dessa conta?
RT – Era o dinheiro que ganhava aqui. Eu recebia também da Fifa no Brasil [o cartola foi presidente do Comitê Organizador da Copa e integrante do Comitê Executivo da Fifa]. Eu trazia esse dinheiro para o Brasil, colocava no Imposto de Renda e botava no caixa. Foi dinheiro também da venda de casa nos EUA.
P – O senhor já recebeu dinheiro da TV Globo para facilitar na venda dos direitos?
RT – Nunca. Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe. Digo mais. Todas vez que participei de reuniões da Globo na Fifa, eles nunca nem me pagaram passagem. Ia com a passagem paga pela CBF.
P – Del Nero diz que nunca recebeu propina e alega que os contratos suspeitos foram assinados pelo senhor ou pelo Marin.
RT – Esses contratos foram realmente feitos na minha gestão e foram reformados por ele. Não sei como foi feito, nunca voltei à sede da CBF.
P – Vários dirigentes do continente admitiram que receberam propina. Apenas o senhor, o Del Nero e o Marin seguem negando.
RT – Chega um momento que você se cansa de falar as coisas. Teve um argentino [Alejandro Buzarco, da Torneos y Competencias] que disse que me pagava propina. Nunca vi esse cara. Isso não existe. E depois tem outra. Me deu a comissão? Mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel. Agora, o Hawilla disse que mandou dinheiro em meu nome para contas bancárias em Hong Kong e Jerusalém. Nunca tive nada nesses países. Me mostre esse dinheiro.
P – O senhor pensa em fazer uma delação nos EUA?
RT – Delação de que?
P – Mas não pretende nem esclarecer essa situação com os promotores? O senhor nunca mais deixou o Brasil, assim como Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.
RT – O meu caso é um pouco diferente. Se der um ziquizira com o meu transplante [renal], vou ter problema para resolver. Por isso, prefiro ficar aqui. E também não quero me aborrecer [nos EUA]. Mas não vejo problema, tenho duas filhas que moram nos EUA.
P – Em junho, o senhor disse que tudo que o “acusam no exterior não é crime no Brasil”. Qual crime o senhor acredita que cometeu?
RT – Me expressei mal. Eu digo que comissão privada não é crime. Pergunta a qualquer advogado brasileiro.
P – Mas o senhor recebeu?
RT – Não. Isso é irrelevante.

11 de dezembro de 2017
Sérgio Rangel
Folha

É PRECISO HAVER INTERESSES EM COMUM PARA QUE MAIORIAS NÃO SUBJUGUEM MINORIAS

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Charge do Guabiras (Arquivo Google)
Existe uma desenfreada busca pelas diferenças entre nós, seres humanos. Aliás, sejamos óbvios desde sempre. Cor de pele sempre foi motivo de discriminação, opressão, humilhação e uma série de preconceitos indizíveis. Assim vale para raça, crença ou gênero. Maiorias subjugam minorias, diferenças que, extremadas, dizimaram nosso pequeno e turbulento planeta em ferozes e inconsequentes conflitos.
Temos um olho clínico crítico e certeiro para apontar e atirar contra os que são diferentes de nós. Estranho, pois, ao mesmo tempo, achamos determinados aspectos diferentes, exóticos bem atraentes. Mas, no geral, formamos grupos que combatem outros que consideramos uma ameaça a nosso estilo, cor, crença, status social ou coisa que valha.
SUBDIVISÕES – O problema é que fomos criando uma série de subdivisões no normal, tal qual a medicina foi inventando especialidade dentro de especialidade, e, muitas vezes, perdemos a noção do todo. Ou seja, somos todos seres humanos. Mas, dependendo do lugar a que se vai, parece mais o filme “Guerra nas Estrelas”, cheio de ETs.
A globalização, o universo internáutico, as redes, os multimeios interligaram tribos impensáveis décadas atrás: supremacistas, coprofílicos, fazedores de explosivos, clubes de leitores de línguas mortas e outras excentricidades que, incrivelmente, são universais.
Mas, nestes tempos em que cada um cuida de si e ninguém por todos, respeitando sem entender a hipnose das telas e as cavernas dos quartos, vejo-me observando um artigo raro e que dará muito Ibope lá na frente. Eu me refiro à capacidade de ser comum. É um dom incrível conseguir sê-lo em tempos de tanto tribalismo e de tanta radicalização. Sem esquecer a especialização, é lógico.
COISAS EM COMUM – Por exemplo: ter coisas em comum com filhos adolescentes, com pessoas de todas as idades, conseguir conversar animadamente com qualquer tipo de pessoa, contar um caso numa festa familiar e ser ouvido pelo avô, pela filha, pelo neto e pelos convidados sem ninguém usar o smartphone, conviver bem com todas as pessoas do trabalho, independentemente da função, da idade, da formação.
Esses desafios só podem ser superados por pessoas incrivelmente comuns! Vejam: comunicação, comunhão de ideias, vida comunitária têm exatamente a palavra comum em sua composição. A receita é tão óbvia que chega a ser constrangedora: respeitar as diferenças e buscar o que temos em comum são o que mais precisamos para resgatar um mínimo de convívio humano. Pois a doença mais comum é afetiva. Somos carentes de alegria, afago, relaxamento, carinho, compreensão, escuta, prazer. Desperte e pratique o jeito comum de ser. O extraordinário deixe para sonhar ou aplaudir.

11 de dezembro de 2017
Eduardo Aquino
O Tempo

CORREIO DA MANHÃ, UM CASO DE AMOR NA HISTÓRIA DO JORNALISMO BRASILEIRO

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Primeira página do Correio (31 de março de 1964)
Sábado, no Restaurante Brasil, realizou-se mais um almoço de reencontro com o passado e confraternização dos que tiveram a sorte, por destino, de terem trabalhado no antigo Correio da Manhã, que desapareceu na névoa do tempo e deixou sua marca e sua emoção nos corações e mentes de gerações de jornalistas. Eu comentei numa roda em que estavam Ruy Castro, Heloisa Seixas, Carlos Newton, Jussara Martins, Fuad Atala e Nilo Dante que a viagem ao passado, no caso do Correio da Manhã, é a única que reúne repórteres e editores da imprensa do Rio de Janeiro. O que a torna absolutamente singular. Muitos jornais desapareceram na estrada do tempo.
Não tenho notícia de que os jornalistas que trabalharam no Jornal do Brasil, Diário de Notícias, O Jornal, Diário Carioca, Ultima Hora ou Tribuna da Imprensa, promovam encontros iguais.
EXEMPLO ÚNICO – O Correio da Manhã, assim, é um exemplo único em matéria de memória, para citar o título de Carlos Heitor Cony que também fez parte da equipe.
O Correio da Manhã, cumpre destacar, reuniu em seu time, por exemplo, três dos cinco maiores editorialistas da história. Destaco Otto Maria Carpeaux, Franklin de Oliveira, Alvaro Lins, chefe da Casa Civil de Juscelino Kubitschek. Para mim, os outros dois foram José Eduardo Macedo Soares, Diário Carioca, e o embaixador João Neves da Fontoura, O Globo.
Nilo Dante, em cuja trajetória dirigiu as redações do Jornal do Brasil, Diário de Notícias e da Última Hora, concordou com essa seleção. As reportagens de hoje podem ser classificadas como melhores que as de ontem. É possível. Mas os editorialistas que citei são imortais, no estilo e na atitude. O editorialista é um espadachim. Ele está na arena para, do alto do florete, confrontar o poder. Não deseja aderir a ele.
FORAM 73 ANOS – O Correio da Manhã nasceu em 1901 e morreu, nas minhas mãos em 1974. De suas páginas decolaram brilhantemente Ruy Castro e Carlos Heitor Cony. Em suas páginas também escreveram Carlos Drummond de Andrade e Antonio Houaiss.
Bertoldo de Castro, no almoço, entregou a todos o xerox de uma carta de Drummond de Andrade ao secretário da redação, Aloísio Branco, agradecendo o que Branco escreveu quando se despediu da crônica que assinava no edifício da Gomes Freire.
Jovens repórteres de ontem, carregando cabelos brancos hoje participaram do almoço. Entre eles o companheiro Luis Carlos de Souza, que organiza o reencontro com o passado duas vezes por ano.
LUTA POLÍTICA – O Correio da Manhã começou a desabar em 1962 quando seus proprietários demitiram Luis Alberto Bahia do cargo de redator chefe. Bahia havia entusiasmado a redação quando alinhou o bravo jornal na luta pela posse de João Goulart em 1961. Falei no Bahia e quase esqueço de relacionar na história do jornal o grande Antonio Callado, a quem Bahia sucedeu e cumpriu a tradição de absoluta ética e independência, uma das razões de viver de Callado. Anunciei no almoço que escreveria hoje neste site dirigido por Carlos Newton uma matéria sobre o encontro. Aqui está ela.
Mas não seria completa se não dissesse que a queda do Correio da Manhã e sua morte em 74 foi um processo detonado e acelerado por alguns que dirigiram o jornal a partir de 62. Para mim os desastres Jânio de Freitas, Reinaldo Jardim e Marcello Alencar foram os mais intensos para a explosão e sepultamento das cinzas históricas. O jornal, com eles desencontrou-se de si mesmo.
Passaram-se os anos mas o amor permanece, sem dúvida alimentando um tom de saudade. Sobre o Correio da Manhã, para encerrar, repito o título do filme imortal: E o Vento Levou…

11 de dezembro de 2017
Pedro do Coutto

O HUMOR DO DUKE...

Charge O Tempo 10/12/2017
11 de dezembro de 2017

DÍVIDA PÚBLICA ESTÁ TRAVANDO O CRESCIMENTO NACIONAL, MAS OS CANDIDATOS SILENCIAM

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Charge do Paixão (Gazeta do Povo)
Não há dúvida de que o país está de cabeça para baixo – ou de ponta cabeça, como dizem os paulistas. A nação de maior potencial de crescimento sustentado está absolutamente travada, sem perspectivas. Esse problema começou a se agravar a partir do irresponsável governo de Fernando Henrique Cardoso, que passou a acumular uma dívida interna suicida, e hoje o Brasil está com seu desenvolvimento socioeconômico bloqueado, devido ao descontrole dos gastos públicos e à exploração financeira movida pelos investidores nacionais e internacionais.
A dívida pública bruta (governos federal, estaduais e municipais) já passa de R$ 4,7 trilhões, mais de 73% do PIB. Quem é otimista alega que no Japão, em Singapura, nos EUA, na China e em outros países esta relação entre dívida e PIB é até maior, mas os realistas logo explicam, à moda do marqueteiro americano James Carville: “Lá os juros são menores, estúpido!”
SEM DEBATE – Como todos sabem, aqui no Brasil a liberdade de imprensa tem limites e jamais são contrariados o interesse dos banqueiros e dos investidores. Por isso, hoje somente se fala em reforma da Previdência, não há um debate aberto sobre o maior problema nacional, que é justamente o descontrole da dívida.
Para “solucionar” o problema, o criativo ministro-banqueiro Henrique Meirelles inventou o teto de gastos, que é um programa do tipo “de volta para o futuro”, porque a dívida só estará sob controle daqui a 20 anos, e se tudo der certo. Mas até lá Inês é morta, diria o D. Pedro português. Aliás, a longo prazo todos estaremos mortos, como ensinava Lord Keynes, ao prescrever sempre medidas econômicas capazes de surtir efeito imediato.
E acontece que o tal “teto dos gastos” de Temer/Meirelles não deu certo, o déficit primário aumenta cada vez mais e o governo federal já está elevando o limite das despesas a serem feitas pelos Estados, depois será a vez dos municípios, e la nave va, cada vez mais fellinianamente…
CAPITALISMO SEM RISCO – Há outros países, porém, que se acautelam do capitalismo financeiro. A Suécia e a Dinamarca se orgulham de terem dívida pública de menos da metade da média na zona do euro. O fundo de riqueza soberana de US$ 820 bilhões da Noruega significa que o governo não tem dívida líquida. Nessas nações que mesclam o capitalismo e o socialismo, o problema é a dívida dos consumidores e o aquecimento artificial do mercado imobiliário, ou seja, nada que a “mão invisível do mercado” não venha a resolver, como dizia Adam Smith.
Mas aqui debaixo do Equador decidiram transformar o Brasil no piloto de provas do capitalismo sem risco que o pensador Karl Marx tanto temia, a ponto de criar o neologismo “rentista” e prever que haveria essa nova forma de exploração do homem pelo homem, através da exploração dos países pelos detentores do capital.
Há poucos meses a importante revista britânica “The Economist” chamou atenção para o acerto da previsão de Marx, ao antever essa etapa do humanidade, em wur há predomínio do capitalismo financeiro, aquele que nada produz, não cria empregos nem distribui riquezas, é como o orgulho, que se alimenta de si mesmo.
SILÊNCIO PROFUNDO – É fundamental que os candidatos a Presidência da República exponham com clareza o que pretendem fazer em relação à dívida, sem essa embromação de aguardar a solução para daqui a duas décadas, já tendo fracassado logo no primeiro ano. Mas ninguém toca no assunto.
A questão financeira é tão grave e peculiar que no Brasil os bancos continuam cobrando de 400% a 500% ao ano em prosaicas dívidas de cartão de crédito, diante de uma inflação anual que o governo diz ser de apenas 3%. Isso não acontece em nenhum outro país do mundo civilizado, digamos assim. No entanto, nenhum candidato fala sobre isso. E também não se manifestam como vão reduzir os gastos públicos excessivos, as mordomias, os penduricalhos. Nada, nada.
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P.S. – 
Este silêncio profundo é inquietante. Espera-se que algum candidato toque nesses assuntos. Mas até agora, nada, até porque a imprensa não pergunta. A abordagem dessa questão é sempre “en passant”, como dizem os franceses. (C.N.)

11 de dezembro de 2017
Carlos Newton

LAVA JATO VAI PERICIAR PLANILHA DA ODEBRECHT QUE CITA O PRÉDIO DO INSTITUTO LULA

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Moro atendeu o pedido do Ministério Público
O Ministério Público Federal pediu ao juiz federal Sérgio Moro para que dois HDs e um pen drive com dados do sistema do departamento de propinas da Odebrecht sejam periciados. De acordo com os procuradores, os documentos, oriundos de cooperação internacional com a Suíça, têm relação direta com processo em que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu por supostas propinas de R$ 12,5 milhões da construtora.
Nesta ação penal, o ex-presidente responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de aceitar para si um imóvel em São Paulo, no qual seria sediado o Instituto Lula, no valor de R$ 12 milhões, e o apartamento vizinho à sua residência, no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A empreiteira DAG e o primo do pecuarista José Carlos Bumlai, Glaucos da Costamarques, são apontados como laranjas da negociação.
“PRÉDIO IL” – No sistema Drousys, do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, chegou a ser identificada a saída de R$ 3,1 milhões daquele departamento, responsável pelas propinas da empreiteira, ao “Prédio IL”, segundo relatório da PF.
Os valores constavam na “planilha Italiano”, que corresponde a uma suposta conta corrente cujo controle dos créditos é atribuído pelos investigadores ao ex-ministro Antonio Palocci.
Em setembro, sobre outros documentos, Moro determinou que a Polícia Federal fizesse perícia nos arquivos para extrair “documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com o objeto da ação penal”.
OBJETIVOS – O juiz Moro estipulou três “objetivos” para os peritos: “seja feita descrição geral do que se tratam os dois sistemas e de seu funcionamento”, que se verifique sua “autenticidade” e que tenham os “documentos e lançamentos” relacionados ao imóvel da Rua Haberbeck Brandão, 178, em São Paulo.
Agora, a Procuradoria da República no Paraná pede nova análise em outros dois HDs e um pen drive argumentando que “o material em questão guarda relação direta” com o material já periciado a respeito do prédio do Instituto Lula.
DEFESA PROTESTA – O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, divulgou nota sobre o assunto. “O Ministério Público Federal pediu a inclusão na perícia do MYwebday e Drousys de novo material da Suíça que a defesa do ex-presidente Lula não tem acesso. Além disso, o acordo de cooperação firmado com a Suíça não autoriza o uso em ação penal diversa daquela expressamente indicada no pacto”, escreveu.
“É necessário destacar que esse material não estava na ação e não foi submetido ao crivo do contraditório e da ampla defesa – não sendo possível incluí-lo após o término da coleta da prova oral, realização dos interrogatórios e apresentação de requerimentos de diligências complementares. Além disso, não é possível submeter à perícia material completamente desconhecido da defesa, com ampliação da prova secreta, de que se faz uso neste processo com intolerável frequência”, finalizou o advogado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O problema de Lula é que sonhava com a impunidade e deixou que se acumulassem provas contra ele. A planilha da Odebrecht, citando o “Prédio IL” é apenas mais uma prova(C.N.)


11 de dezembro de 2017
Deu no Estadão