"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 27 de janeiro de 2018

BRASIL PRECISA DE UM PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO, MAS QUEM SE INTERESSA?

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Brasil já teve a segunda maior industria naval do mundo
Sou da construção naval desde 1976, passei por estas três recessões. O interessante é que em 1982 éramos o segundo maior construtor naval do mundo, atrás do Japão e embora precisássemos de navios e tivéssemos o Fundo da Marinha Mercante, não havia vontade política de financiar as obras. De 1990 a 1992, embora estivéssemos com os estaleiros ociosos, as plataformas foram feitas no exterior, deixando os brasileiros fora deste segmento tão importante e tão importante, que o Japão não abre mão dele.
Recentemente, em 2014, entregamos a P-62 e o site em Ipojuca está parado até hoje. Estamos destruindo de novo a construção naval.
O PROBLEMA – Não é porque seu filho não está indo bem na escola, que você tira ele do colégio e sim, você vai ao orientador educacional para identificar causas e resolver o problema.
Por que construímos com custo alto? Garanto que não é porque nossos trabalhadores ganhem muito.
Precisamos fazer esta nação; debruçarmos sobre um plano de crescimento e garantir que ele seja cumprido, independente de quem esteja no poder; identificar desvios e colocar o país no rumo.
FEITOS IDIOTAS – Estamos feito idiotas colocando a culpa um nos outros. É mortadela para cá; é coxinha para lá, e não saímos do atoleiro, eternamente nos “voos de galinha”, a ponto dos estrangeiros estarem a desistir de nós e servirmos somente como fornecedores de commodities.
Sei que não são estes “canalhas” que estão aí que vão querer trabalhar para sermos uma nação, mas, vamos prestar atenção e nos unirmos, que vamos conseguir.

27 de janeiro de 2018
José Pereira Filho

PT JÁ TRABALHA COM 'PROJETO HADDAD' APESAR DA CANDIDATURA DE LULA


Haddad prefere se candidato a deputado
Apesar do discurso oficial e do lançamento da pré-candidatura do ex-presidente Lula, caciques petistas já trabalham o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como “plano B” para a disputa pela Presidência da República. A estratégia é desenvolver o “projeto Haddad” discretamente, depois da condenação de Lula ter sido confirmada pela unanimidade pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
CHANCES LIMITADAS -De forma reservada, integrantes do PT consideram praticamente nula a chance de o ex-presidente ser candidato. Isso porque, com a unanimidade da condenação, as possibilidades de Lula recorrer foram limitadas aos chamados embargos de declaração, que não permitem reverter a condenação no TRF-4. O ex-presidente ainda pode, porém, recorrer ao STJ e ao STF, com um pedido de efeito suspensivo.
Diante do cenário de condenação, a estratégia de petistas é manter a candidatura de Lula até o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impedir o ex-presidente de disputar o Planalto novamente, como preveem ministros da Corte. Com isso, integrantes do partido esperam “radicalizar” o discurso, tendo Lula à frente da campanha, angariando o maior apoio possível.
ESTRATÉGIA – A estratégia para tentar levar o ex-prefeito de São Paulo para o segundo turno da eleição já começa agora. “O que vai acontecer com Haddad é a sutileza da aparição. Ele sempre estará ao lado de Lula no palanque. O ex-presidente já o colocou como coordenador do programa de governo dele e vem focando os seus discursos na educação justamente para começar a apresentar Haddad ao eleitor”, diz um interlocutor petista.
Outro nome que chegou a ser cogitado no partido foi o de Jaques Wagner. O ex-ministro da Casa Civil, atual secretário do governo da Bahia, deu sinais de que não vai arriscar a possibilidade de ficar se mandato, devendo, assim, se candidatar ao Legislativo. “O cercado do Jaques Wagner é a Bahia.
Ele quer reeleger Rui Costa governador e garantir a sua cadeira no Senado”, afirmou um aliado. Apesar de toda a estratégia já articulada nos bastidores, oficialmente o PT nega qualquer nome alternativo a Lula. Teme esvaziar o nome do presidente antes do tempo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Logo após a decisão do TRF-4, o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad cresceu dentro do partido, novamente. Na verdade a pretensão dele era concorrer para deputado federal. Terá fôlego e chance para um eventual segundo turno na corrida para a Presidência ? Vale lembrar que no último dia 15, Haddad, foi indiciado pela Polícia Federal por falsidade ideológica eleitoral, o chamado caixa dois. Poucos são os que estão longe do alvo. (M.C.)

27 de janeiro de 2018
Gerson Camarotti

G1 / Globo News

ODEBRECHT PAGARÁ US$ 17,9 MILHÕES À GUATEMALA POR ATOS DE CORRUPÇÃO NO PAÍS


Empreiteira é acusada de pagar vultosos subornos 
A empreiteira brasileira Odebrecht aceitou pagar US$ 17,9 milhões à Guatemala, um montante equivalente aos subornos recebidos pelos funcionários públicos do país para o fechamento de contratos. A informação é do Ministério Público da Guatemala.  A Odebrecht foi acusada em vários países de pagar subornos milionários a funcionários de alto escalão, candidatos e presidentes para ser favorecida. Em 2016, os executivos da construtora admitiram pagamentos a autoridades guatemaltecas no valor de US$ 18 milhões para obter os contratos de construção de uma rodovia. 
Uma investigação entre os Ministérios Públicos do Brasil e da Guatemala, juntamente com a Comissão Internacional contra Impunidade na Guatemala (CICIG), entidade da Organização das Nações Unidas (ONU), revelou há três dias que o ministro de Infraestrutura, Alejandro Sinibaldi, concordou em receber US$ 19,5 milhões para assegurar que a Odebrecht tivesse o contrato por US$ 300 milhões. Mas Sinibaldi, que permaneceu como fugitivo desde meados de 2016, recebeu US$ 17,9 milhões, de acordo com a investigação.
BALDIZÓN – A filial da construtora na Guatemala também se comprometeu a desistir de qualquer pagamento pendente derivado deste contrato, segundo informou a procuradora-geral, Thelma Aldana, em coletiva de imprensa. O episódio de corrupção que incluiu a Guatemala também atingiu o ex-candidato presidencial Manuel Baldizón, que foi detido em 21 de janeiro em Miami, nos Estados Unidos, e que aguarda deportação por ter cobrado suborno pago a Sinibaldi.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Baldizón concorreu nas eleições à Presidência da Guatemala em 2011 e 2015 pelo Líder. Em 2013, teve os primeiros contatos com a Odebrecht. Na ocasião, tinha sido convidado por Sinibaldi para uma reunião com diretores da construtora, quando então pediu o pagamento dos US$ 3 milhões. No final recebeu o pagamento de US$ 1,3 milhão. Baldizón facilitou “contas e empresas” para que se 

pudessem cobrar a propina pela construtora brasileira. (M.C.)

27 de janeiro de 2018
Deu no O Globo

MESMO IMPUGNADO NO TSE, LULA PODE SER CANDIDATO E DISPUTAR ELEIÇÃO, DIZ O GLOBO


Charge do Emanoel (tribunadonorte.com.br)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá barrar eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. Ainda assim, essa decisão não impede Lula de ter a foto estampada nas urnas em outubro. Segundo o artigo 16-A da Lei 9.504, que regula as eleições, se o político estiver recorrendo judicialmente da decisão que negou o registro, ele pode se candidatar até que haja a decisão sobre tal recurso.
“O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior”, diz a legislação das eleições.
FICHA LIMPA -Lula teria o registro negado porque, para os ministros do TSE, a regra da Lei da Ficha Limpa é clara ao impedir pessoas condenadas por um tribunal de segunda instância, em decisão colegiada, de concorrerem às eleições. Mas o petista pode se apoiar na brecha aberta pela outra lei, a que rege as eleições. Depois de eventual negativa do TSE, Lula poderia recorrer à própria Corte eleitoral, com embargos de declaração.
Se o recurso for negado, ele pode pedir para o TSE enviar um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). O TSE envia esse recurso e pode conceder efeito suspensivo ou não. Na primeira hipótese, Lula poderia continuar sendo candidato até o STF julgar o recurso. Se não for concedido o efeito suspensivo, o petista só poderá continuar concorrendo se a mais alta Corte do país lhe der uma liminar permitindo isso.
Politicamente, Lula tem duas opções. Uma delas é concorrer até o fim do processo eleitoral, se o STF ainda não tiver tomado a decisão final. Se, em última instância, ele não obtiver o registro, será impedido de ser diplomado. Os votos dele serão considerados nulos, e o segundo mais votado será presidente do país. Resta saber se o PT e aliados concordariam com essa estratégia de altíssimo risco.
NOME DAS URNAS –  A outra possibilidade é ele abdicar da candidatura às vésperas da eleição. Ele pode fazer isso em até 20 dias antes da votação, por lei. Tecnicamente, não daria tempo de retirar o nome dele das urnas. Mas o PT substituiria, formalmente, na Justiça Eleitoral, o nome de Lula pelo de outro filiado ao partido. Neste caso, quem clicasse na foto de Lula no dia 7 de outubro estaria, na verdade, votando no substituto dele. Politicamente, parece a solução mais viável.
Nos bastidores, partidos opositores do PT já articulam entrar com uma ação no STF questionando a constitucionalidade do artigo da lei das eleições que permite candidatos sem registro de continuar concorrendo. Para especialistas no assunto, fere a Constituição Federal permitir que os eleitores tenham, como opção na urna, uma pessoa cujas condições de elegibilidade não foram atestadas pela Justiça Eleitoral.
Mesmo que seja preso, Lula poderá participar de todo o processo eleitoral. Não há regra que impeça ele de ser candidato estando na prisão. No TSE, ministros têm a expectativa de que, sendo preso, ou mesmo tendo o registro negado, Lula desista de concorrer. O temor entre os integrantes da Corte é de que, ao julgar um tema como esse, o Judiciário seja alvo de críticas pesadas de parcela da população, já que não haveria possibilidade na legislação eleitoral de concessão do registro ao petista.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria se baseia em hipóteses criativas e parte do princípio de que o TSE vai atrasar tanto a decisão que Lula poderá concorrer. Se o padre Óscar Quevedo tivesse sido entrevistado, diria que isso não “ecziste”, porque o TSE não atrasa este tipo de julgamento, que é prioritário. Até mesmo o atual mentor jurídico do PT, o professor Casagrande Pereira, da PUC do Paraná, admite que em 12 de setembro a impugnação de Lula estará ratificada no TSE. E isto significa que o nome dele não constará da urna, porque a relação de candidatos é incluída na maquininha depois de 12 de setembro. Simples assim. (C.N.) 

27 de janeiro de 2018
Carolina Brígido

O Globo

TORQUATO RECOMENDA CAUTELA E DIZ QUE PRISÃO DE LULA DEVE AGUARDAR O SUPREMO


Torquato elogiou a decisão da 5ª Turma do TRF-4
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta quinta-feira, dia 25, que é preciso ter “muita prudência” antes de uma eventual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque o Supremo Tribunal Federal (STF) pode rever a possibilidade de execução da pena após condenação em segunda instância.
DECISÃO PRECÁRIA – Segundo Torquato, a decisão do STF que autorizou a prisão após a decisão de segundo grau “é precária”. O julgamento, em outubro de 2016, terminou com placar de 6 a 5. A Corte deverá julgar duas ações que questionam essa autorização para a execução penal. “Seja qual for o brasileiro envolvido nesta questão é preciso muita prudência, porque o STF pode mudar de opinião, pode inverter o 6 a 5. Acho que devemos esperar a decisão final do STF antes de implementar. Estamos falando de liberdade e um dia perdido de liberdade é um dia irrecuperável”, afirmou o ministro ao Estado.
O ministro disse que após o julgamento da 8.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região telefonou para o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores, para cumprimentá-lo pela atuação “brilhante” dos três desembargadores. “Independentemente de concordar ou não com a decisão, temos que reconhecer que eles dominaram completamente o processo, sabiam exatamente o que estavam falando”, disse.
DIFÍCIL DE BATE – Torquato, que já foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevê que a discussão sobre a impugnação da candidatura de Lula será um debate muito difícil na corte eleitoral. Para ele, sem a decisão final do Supremo, vai surgir a dúvida se o TSE pode negar registro para quem, “embora condenado por ato colegiado, não esteja condenado definitivamente”.
O ministro disse discordar da tese que classifica como “golpe” uma eleição sem Lula. “No direito eleitoral o bem protegido pela lei não é a vida, é o mandato. E o mandato não é individual, é da sociedade”, disse. “Um individuo é um instrumento dessa representação democrática. Quem tem direito adquirido a candidatura é o eleitorado”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Torquato Jardim é uma decepção como “jurista”. É uma bobagem jurídica dizer que, sem a decisão final do Supremo, vai surgir a dúvida se o TSE pode negar registro para quem, “embora condenado por ato colegiado, não esteja condenado definitivamente”. A Lei da Ficha Limpa foi criada exatamente para impedir que criminosos pudessem ser eleitos antes do trânsito em julgado no STJ ou no Supremo. Oerdeu uma boa oportunidade de fica calado. (C.N.) 

27 de janeiro de 2018
Carla Araújo
Estadão

PODE HAVER CONVULSÃO SOCIAL, SE A PERSEGUIÇÃO A LULA CONTINUAR, DIZ LUIZ MARINHO


Marinho diz que a condenação foi “combinada”
O presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho, disse na manhã desta sexta-feira, dia 26, em entrevista à Rádio Eldorado, que os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) que confirmaram a sentença do juiz Sérgio Moro, de condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá, fizeram uma provocação, “uma brincadeira jocosa”, ao ampliarem de 9 anos e 6 meses para 12 anos e um mês a pena do petista.
“COMBINAÇÃO VIOLENTA” – “Doze mais 1 dá 13, que é o número do PT nas urnas”, ironizou Marinho, dizendo crer que a sentença proferida pelo colegiado do TRF-4 “foi combinada e representa uma violência às normas do Direito”Marinho, que também é pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou na entrevista que além de político é bacharel em Direito e, como tal, pode dizer com propriedade que os desembargadores do TRF-4 “rasgaram a Constituição” no julgamento ocorrido nesta quarta-feira, dia 24, em Porto Alegre.
Marinho disse acreditar que a sentença será revertida nas instâncias superiores da Justiça, como o Supremo Tribunal Federal (STF). “Não é possível que todos da Justiça tenham a insanidade dos magistrados do TRF-4”, alfinetou. 
DESOBEDIÊNCIA CIVIL – Questionado na entrevista sobre o fato de algumas lideranças de seu partido estarem pregando a desobediência civil – nesta quinta-feira, dia 25,  o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) conclamou correligionários a deixarem a passividade de lado e partirem para a desobediência civil contra o que classificou de ditadura da toga que condenou Lula -, Marinho disse o PT não está estimulando a guerrilha. Mas, se alguém bater em sua canela, tem de reagir. “Podemos perder o controle das massas, já que Lula é uma liderança extremamente popular e está sendo brutalmente perseguido.”
Apesar da afirmação de que o PT não está estimulando a desobediência civil, o presidente da sigla no Estado de São Paulo disse que “se esse clima de perseguição a Lula continuar, não se pode descartar uma convulsão social”. E continuou: “Estão chutando a canela dos sonhos do povo brasileiro. Estão negando ao povo a liberdade ao voto soberano. Condenar alguém inocente é inaceitável.”

27 de janeiro de 2018
Elizabeth Lopes
Estadão

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Um bacharel critica os magistrados do TRF4. Uma crítica que parece desconhecer os autos do processo. Desconhecer o que vem acontecendo no julgamento, com todos os elementos testemunhais e documentais até agora apresentados. Uma crítica que suspeita de uma decisão, como se os magistrados estivessem atropelando o estado de direito e desacreditando o sistema judiciário, "perseguindo uma pobre vítima"...
(O PT e a sua velha estratégia de confundir 'alhos com bugalhos'. É o que assistimos ordinariamente no Congresso, quando os já conhecidos parlamentares perturbam e desrespeitam seus pares aos gritos, ou com a ocupação da mesa que preside a sessão. Ganham, ou querem ganhar no grito, nunca na razão.)
E como simples bacharel (ainda não conseguiu passar nos exames da OAB?), acha-se com o direito de levantar dúvidas quanto a honorabilidade dos desembargadores ao julgar e formular  a decisão do TRF4. É o vale-tudo de que o Brasil já está cansado.,.
Coisa mesmo de petista...
m.americo

HÁ MUITAS PERDAS, INCLUSIVE DE ESPERANÇA


Charge reproduzida do Arquivo Google
No dia 11 de março de 2011, o Japão sofreu um terremoto de nove graus na escala Richter. Seguiu-se um tsunami com ondas de dez metros, devastando a costa nordeste do país. Na província de Fukushima, a água invadiu uma usina nuclear, destruiu a geração de energia e impediu o resfriamento do combustível. Com o calor, três reatores explodiram, uma nuvem de poeira radioativa se espalhou e a água contaminada vazou para o Pacífico. Por milagre, ninguém morreu, mas centenas de milhares de pessoas fugiram deixando tudo para trás.
Essas pessoas foram levadas para longe e, agora, quase sete anos depois, o governo japonês garante que está tudo bem e tenta convencê-las a voltar para casa. Mas como voltar para um lugar onde respirar pode significar a morte? E, ao ver que o Japão continua participando da construção de usinas nucleares em outros países, temem que isso indique o que os governantes realmente pensam delas. Melhor dar sua cidade como perdida.
SUBMARINO – O mesmo quanto aos familiares dos 44 tripulantes do submarino argentino que desapareceu em novembro de 2017, no extremo sul do país. As autoridades continuam a “procurar” a embarcação, o que mantém centenas de famílias em agonia e incerteza, do que se aproveitam os “videntes” para lhes vender esperança.
Esperança esta de que já começam a desistir os pais, irmãos e amigos dos 242 mortos e 636 feridos no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, RS, no dia 27 de janeiro de 2013 – esperança não de que tudo tenha sido só um indescritível pesadelo coletivo, mas de que os responsáveis pela tragédia respondam por ela.
Ninguém foi punido até hoje e o crime pode prescrever em três anos. E, graças aos vetos do presidente Temer, uma nova lei federal a respeito, aprovada pela Câmara dos Deputados, já protege os responsáveis pelos incêndios futuros.

27 de janeiro de 2018
Ruy Castro
Folha 

REPRISE ELEITORAL: LULA REPETE ESTRATÉGIA E VAI LANÇAR NOVA CARTA AO POVO BRASILEIRO


Lula ainda pensa que vai disputar a sucessão
A menos de nove meses da eleição, dois movimentos simultâneos indicam uma volta ao passado na disputa de outubro. Mesmo condenado em segunda instância, Lula prepara uma carta que será lançada no aniversário do PT, em fevereiro, mas não mira no mercado financeiro e carrega tons diferentes daquela que o ajudou a se eleger pela primeira vez, em 2002. De quebra, o petista também abandonou de vez o discurso do “Lulinha paz e amor”. Em outra frente, o ex-presidente Fernando Collor (PTC) anunciou na última sexta-feira, dia 19, que pretende concorrer ao Planalto, 26 anos depois de renunciar ao comando do país em meio a um processo de impeachment.
A sensação de retrospectiva eleitoral se amplia com o time de veteranos que até agora se credenciaram para a corrida eleitoral, que tem, além de Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Mesmo o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que nunca disputou eleições majoritárias, está na política desde 1989, quando foi eleito vereador no Rio, e ainda se apresenta como defensor da ditadura militar, que terminou em 1985.
TOM DE REPETIÇÃO – A estratégia de Lula também tem um tom de repetição. Assim como em 2002, encomendou a auxiliares a preparação de uma “Carta ao Povo Brasileiro” com detalhes da econômica que pretende seguir caso seja eleito. O rascunho do documento foi apresentado na quinta-feira, dia 18, pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad ao próprio ex-presidente e aos ex-ministros Paulo Bernardo e Aloizio Mercadante.
Elaborada a partir de uma série de reuniões entre economistas realizadas no Instituto Lula, essa nova carta, ao contrário do documento de 2002, elaborado por Antonio Palocci, seria destinada à classe média e não ao mercado. A previsão é que versão final fique pronta em um mês e seja apresentada em um ato durante as comemorações do aniversário de 38 anos do PT no dia 26 de fevereiro. No texto, devem ser exaltados os dados de crescimento da economia e superavit primário obtidos pelo país no período em que Lula esteve no governo (2003-2010).
Mas se por um lado seguirá o receituário na economia que o ajudou em sua primeira vitória, em 2002, por outro, Lula descarta repetir o estilo que o ajudou a vencer aquela disputa. Em um discurso na noite de quinta-feira, dia 18, em São Paulo, o petista disse que não “pode mais ser o Lulinha Paz e Amor”. “Eu dei amor pra cacete e só tomei porrada”, disse, em ato com a participação de intelectuais que o apoiam, na Casa de Portugal, em São Paulo.
COLLOR – Em 2002, o estilo “paz e amor” ajudou Lula a livrar da pecha de radical. Ao descartar esse caminho, o petista indica que seguirá na linha mais agressiva que adotou nas eleições de 1989, 1994 e 1998 — na primeira delas o petista foi derrotado justamente por Collor. Hoje senador por Alagoas, Collor anunciou a sua pré-candidatura durante um evento na cidade de Arapiraca, no interior de Alagoas. O vídeo do discurso foi divulgado pelo site “THN1”. 
“Por isso, eu digo a vocês que esse é um momento dos mais importantes da minha vida, como pessoa e como homem público, porque hoje minha decisão foi tomada. Sou, sim, pré-candidato à Presidência da República. Obrigado, e vamos à vitória”,  disse o senador. Collor foi eleito em 1989, a primeira eleição direta depois da ditadura militar (1964-1985), vencendo Lula no segundo turno. Seu mandato foi interrompido em 1992.
Após tentativas frustradas de se eleger prefeito de São Paulo (em 2000) e governador de Alagoas (2002), Collor foi eleito senador em 2006. Em 2010, concorreu novamente ao governo estadual, mas foi derrotado. Em 2014, foi reeleito senador. Em 2016, ele se filiou ao PTC, partido originado do PRN, legenda pela qual ele chegou ao Planalto em 1989.
“CANDIDATURA EXITOSA” – O presidente de seu partido hoje é o mesmo daquela época: Daniel Tourinho. Ele afirma que a ideia da candidatura partiu da legenda, e conta que Collor demorou alguns meses para aceitar a proposta. “O partido vem insistindo, desde agosto do ano passado, para ele se lançar candidato. Ele falou que ia pensar, e a conversa evoluiu. Ele está bastante animado. Acreditamos que vai ser uma candidatura exitosa”, avalia.
Ele não considera que a gestão de Collor na presidência será fonte de desgaste. “Acho que o recall dele é extremamente positivo. Consideramos que o Centro está órfão”, disse. Em 2017, o senador tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF), em um processo derivado da Operação Lava-Jato, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele ainda responde a outros quatro inquéritos na corte. O ex-presidente nega as acusações.
EXPECTATIVA – O cientista político Fernando Abrucio, professor da FGV, avalia que, ao entrar na disputa, Collor busca muito mais lutar por sua biografia do que vislumbrar uma possibilidade de vitória. “O Collor entra numa linha de quase aposentadoria política. Ele tem que aparecer para se defender, afinal o nome dele está na Lava-Jato. Ao mesmo tempo, é uma tentativa de um certo revival, já que a população está desencantada mesmo com a política’,  avalia o cientista político.
Sobre a sensação de passado que até o momento paira sobre as articulações eleitorais, avalia que o cenário para a eleição só deve ficar mais claro depois da próxima quarta-feira, dia 24, a partir do julgamento de Lula pelo TRF-4. “O novo ainda pode surgir até abril. Tem muita gente esperando o que vai acontecer com o Lula, com a reforma da Previdência, o que vai acontecer com Alckmin nas pesquisas. O cenário ainda está muito aberto”, afirmou.
Já o cientista política Fernando Antonio de Azevedo, professor da Universal Federal de São Carlos, acredita que o modelo de funcionamento dos partidos brasileiros não mudou, o que ajuda a explicar o atual quadro de candidaturas. “O novo só se dá em condições muito específicas. Na estrutura partidária que temos, a não ser que tenhamos o lançamento de um movimento, é pouco provável que surja um candidato novo”, disse.

27 de janeiro de 2018
Sérgio Roxo e
Daniel Gullino

O Globo